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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA SINTOMATOLOGIA VERTIGINOSA E MEDIDAS OBJETIVAS DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM VPPB SUBMETIDOS À MANOBRA DE EPLEY CAMILA NICÁCIO DA SILVA Orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra Natal-RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

SINTOMATOLOGIA VERTIGINOSA E MEDIDAS OBJETIVAS DO EQUILÍBRIO

POSTURAL EM IDOSOS COM VPPB SUBMETIDOS À MANOBRA DE EPLEY

CAMILA NICÁCIO DA SILVA

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra

Natal-RN

2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

CAMILA NICÁCIO DA SILVA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – Programa

de Pós-graduação em Fisioterapia, para

obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra

Natal-RN

2015

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iii

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iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra

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v

UNIVERIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

SINTOMATOLOGIA VERTIGINOSA E MEDIDAS OBJETIVAS DO EQUILÍBRIO

POSTURAL EM IDOSOS COM VPPB SUBMETIDOS À MANOBRA DE EPLEY

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra - Presidente – UFRN

Prof.ª Dr.ª Juliana Maria Gazzola – UFRN

Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Rodrigues de Araújo – UFPE

Aprovada em

25/02/2015

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vi

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por permitir a realização de mais uma etapa

acadêmica e me dar coragem para prosseguir nesse sonho.

Agradeço aos meus pais por me apoiarem de todas as formas, e acreditarem nos

meus sonhos e serem os responsáveis pela minha vitória; aos meus familiares e amigos os

quais acreditaram em mim com palavras de carinho e incentivo. Ao meu namorado, uma

pessoa incrível que durante este período me apoiou dando força naqueles momentos mais

difíceis.

Aos meus professores Ricardo Oliveira e Karyna Figueiredo pelo apoio

incondicional, pela aprendizagem adquirida e por acreditarem em mim em todos os

momentos de preparação ao longo desses dois anos.

Aos colegas que participaram ativamente desse processo no dia-a-dia da

realização deste trabalho, Raysa Freitas, Rafaela, Leonardo, Bruna, Ana Cláudia, pela imensa

colaboração. Muito Obrigada. Agradeço também a Juliana Fernandes por estar sempre

disposta a ajudar, e muitas vezes me deu conselhos valiosos para prosseguir e concluir essa

etapa, pessoa que tenho uma admiração muito grande.

Aos idosos que participaram da pesquisa, super dedicados e por não faltarem em

nenhuma sessão de tratamento. Meu muito obrigada.

Às professoras Juliana Gazzola e Maria das Graças, pelas contribuições

importantes para engrandecimento do trabalho.

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vii

Sumário

Agradecimentos .............................................................................................................................................. vi

Lista de Abreviaturas .................................................................................................................................... viii

Lista de tabelas – Artigo .................................................................................................................................. ix

RESUMO .......................................................................................................................................................... x

ABSTRACT ....................................................................................................................................................... xi

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 5

2.2. Objetivo geral...................................................................................................................................... 5

2.3. Objetivos específicos ............................................................................................................................. 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................................................... 6

3.1. Caracterização da pesquisa................................................................................................................... 6

3.2. População, amostra e local ................................................................................................................... 6

3.2.1. Critérios de inclusão ..................................................................................................................... 6

3.2.2. Critérios de exclusão .................................................................................................................... 7

3.3. Procedimentos éticos ............................................................................................................................ 7

3.4. Instrumentação e Procedimentos da Coleta de Dados ......................................................................... 7

3.5. Análise estatística ............................................................................................................................... 11

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................................... 12

4.1 Manuscrito a ser submetido ....................................................................................................................... 13

RESUMO ........................................................................................................................................................ 14

5. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 36

6. ANEXOS ................................................................................................................................................. 40

6.1. ANEXO A – Versão brasileira do Dizzness Handicap Inventory (DHI) .................................................. 40

6.2. ANEXO B – Versão brasileira do Dynamic Gait Index (DGI) ................................................................. 41

6.3. ANEXO C - Manobra diagnóstica de Dix-Hallpike para VPPB. ............................................................. 44

6.4. ANEXO D - Esquematização da Manobra de Epley. ............................................................................ 45

APÊNDICES ..................................................................................................................................................... 46

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viii

Lista de Abreviaturas

VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna

MRO Manobra de Reposição Otolítica

AAO American Academy of Otolaryngology

AAN American Academy of Neurology

CSC Canal Semicircular

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

EVA Escala Visual Analógica

SVNC Sistema de Videonistagmoscopia

DHI Dizziness Handicap Inventory

DGI Dynamic Gait Index

COG Center of Gravity

LE Limites de Estabilidade

mCTSB modified Clinical Test of Sensory Integration on Balance

CID Código Internacional de Doenças

ATC Anatomical Therapeutic Chemical Code

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ix

Lista de tabelas – Artigo

Tabela 1 – Características Sociodemográficas, Sintomatologia e Aspectos

relacionados à Tontura dos Idosos da Pesquisa Acometidos com

VPPB.......................................................................................................................... 29

Tabela 2 – Frequências Absoluta e Relativa das Doenças Associadas dos Idosos

com VPPB Classificadas de Acordo com o Código Internacional de Doenças

(CID)......................................................................................................................... 30

Tabela 3 – Distribuição das Frequências Absoluta e Relativa em Categorias do

Número de Medicamentos Utilizados pelos Idosos com

VPPB.......................................................................................................................... 31

Tabela 4 – Comparação das Medianas Antes e Após Manobra de Epley

modificada em Relação aos Sintomas (EVA) e Qualidade de Vida (DHI)................ 31

Tabela 5 – Desempenho do Equilíbrio Postural Estático e Dinâmico dos Idosos

com VPPB na Avaliação Inicial e Após a Manobra de Epley

Modificada.................................................................................................................. 31

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x

RESUMO

A disfunção vestibular em idosos assume particular importância na prática clínica,

uma vez que o processo de envelhecimento está intimamente relacionado à presença de

múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem, perda auditiva, zumbido,

alterações do equilíbrio corporal, distúrbios da marcha e quedas ocasionais. A Vertigem

Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é uma das causas mais comuns e tratáveis de

vertigem de origem vestibular periférica na população adulta, causando danos consideráveis e

incapacidade em muitos pacientes. Objetivo: Caracterizar os efeitos a curto prazo da

sintomatologia da tontura e os dados objetivos da avaliação do equilíbrio postural em idosos

portadores da VPPB quando submetidos à Manobra de Epley modificada ou Manobra de

Reposição Otolítica (MRO). Métodos: Trata-se de um ensaio clínico de caráter quase-

experimental no qual foram avaliados 14 idosos (com idade igual ou superior a 65 anos). Os

idosos realizaram avaliação clínica e do equilíbrio através dos testes/escalas de auto-

percepção da tontura, auto-relato de incapacidade pela tontura, avaliação funcional da

mobilidade e do Balance Master® e, em seguida, foram submetidos à MRO; após uma

semana, os idosos foram reavaliados e a MRO foi repetida nos idosos com teste de Dix-

Hallpike positivo. Para avaliar as condições pré e pós-tratamento foram utilizados o teste não-

paramétrico de Wilcoxon. Resultados: A mediana da idade dos idosos foi de 71 anos (64-

78), sendo 11 mulheres (78,6%) e três homens (21,4%). Após uma semana de MRO, houve

melhora significativa de todos os aspectos do DHI, físico, funcional e total e emocional

(p<0,05) e da percepção de tontura, mensurada pela EVA (p=0,001). Considerando o

equilíbrio estático, das quatro posições do teste de interação sensorial modificada (mCTSB)

houve melhora condições de superfície instável com olhos abertos e fechados (p<0,05) e na

composição dos valores do mCTSB (p<0,05). Já no equilíbrio dinâmico, a velocidade do

movimento (p=0,013) e a excursão máxima (p=0,047) no teste dos limites de estabilidade

melhoraram significativamente; houve diferença também entre a pontuação obtida pelo DGI

antes e após MRO (p=0,004). Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem um efeito

clínico e funcional benéfico em curto prazo da MRO nos idosos com VPPB do canal

posterior, o que implica a aplicação desta manobra como uma opção de conduta clínica

terapêutica importante para pacientes idosos com esta patologia pela efetividade observada,

desde que haja uma atuação multiprofissional no sentido de estabelecer um cuidado amplo do

paciente idoso com queixas de tontura.

Palavras-chave: Doenças Vestibulares, Equilíbrio Postural, Idoso, Reabilitação.

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xi

ABSTRACT

Vestibular dysfunction has a particular relevance when we consider that aging is

directly proportional to the presence of multiple associated otoneurological symptoms such as

vertigo and other dizziness, hearing loss, tinnitus, changes in body balance, gait disorders and

occasional falls. Benign paroxysmal positional vertigo (BPPV) is one of the most treatable

and common cause vertigo of peripheral vestibular origin among adults, causing considerable

damage and disability in some patients. Objective: To characterize dizziness symptoms and

the balance postural data in elderly patients with BPPV submits otoliths repositioning

maneuver (modified Epley maneuver) in short term. Methods: A quasi-experimental study

which evaluate fourteen elderly. They underwent detailed clinical and balance testing through

self-perception of dizziness, self-failure to report for the dizziness, evaluation of functional

mobility and with Balance Master® before the treatment with modified Epley maneuver;

after one week, they were reevaluated and the otoliths repositioning maneuver was repeated

in the elderly with positive Dix-Hallpike test. To analyze the conditions pre and post

treatment was employing Wilcoxon’s test. Results: The elderly age’s median was 71 years

(64-78), there were eleven women and three men. Scores for physical, functional, emotional

and total decreased with therapy (p<.05) and VAS (p=0,001). About static balance

parameters, the sensory conditions were significantly different, foam surface with eyes open

and closed and composite mCTSB (p<.05). Two conditions of LOS were significantly

different, movement velocity (p=0.013) and maximum excursion (p=0.047). DGI score

improved after treatment (p=0.004). Conclusions: The results showed a clinical and

functional beneficial effect on modified Epley maneuver short-term in elderly with BPPV of

the posterior canal, which implies an important clinical therapeutic management option for

elderly patients with this condition.

Keywords: Vestibular Diseases, Postural Balance, Elderly, Rehabilitation

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1

1. INTRODUÇÃO

Projeções demográficas apontam que, no Brasil, haverá cerca de 33 milhões de idosos

em 2025 (1)

. Diante deste fato, há uma preocupação com o bem-estar geral do idoso, com a

manutenção de um estilo de vida independente e autônomo, e consequente manutenção e/ou

busca de uma melhor qualidade de vida desta população(2)

.

Além do acometimento de doenças específicas, os idosos podem sofrer com número

importante de síndromes, denominadas grandes síndromes geriátricas, tais como:

incapacidade cognitiva, incontinência urinária, iatrogenia, instabilidade postural e

imobilidade(3)

. Sendo de suma importância a identificação dessas condições que afetam a

qualidade de vida do idoso para que haja um melhor cuidado por parte das equipes

multidisciplinares objetivando maior especificidade no atendimento, tanto no âmbito

hospitalar quanto ambulatorial(4)

. A tontura pode ser considerada como uma síndrome

geriátrica por ser uma condição de saúde multifatorial que ocorre a partir do efeito

acumulativo dos déficits nos múltiplos sistemas, imputando aos idosos maior vulnerabilidade

aos desafios circunstanciais(5,6)

.

O controle postural é considerado uma habilidade motora complexa derivada da

interação dos sistemas neural e musculoesquelético. Os componentes neurais envolvem o

processamento motor, processamento sensorial, representação interna e altos níveis de

processamento essenciais para os aspectos adaptativos e antecipatórios do controle

postural(7,8)

e abrange ainda o domínio da posição do corpo no espaço com dois propósitos:

orientação e estabilidade. Para a manutenção do equilíbrio e garantia de ajustes e respostas

posturais adequadas, faz-se necessária a atuação conjunta dos sistemas vestibular, visual,

somatosensorial, musculoesquelético e sistema nervoso central e na representação interna da

orientação do corpo no espaço(9)

. O controle do equilíbrio postural se dá através da integração

dos sistemas corporais sob o comando central, e o desempenho desses sistemas irá interferir

na habilidade em realizar diversas atividades da vida diária dos indivíduos, ou seja, na sua

capacidade funcional. Porém, essa habilidade é prejudicada diante do aparecimento de

doenças crônicas, interações medicamentosas ou disfunções específicas e alterações

fisiológicas decorrentes do envelhecimento que atinge todos os componentes do controle

postural(10)

.

Algumas alterações decorrentes do envelhecimento estão diretamente relacionadas ao

sistema vestibular, podendo gerar a presença de múltiplos sintomas otoneurológicos

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2

associados, tais como vertigem e outras tonturas, perda auditiva, zumbido, alterações do

equilíbrio corporal, distúrbios da marcha e quedas ocasionais(10)

. A queda é uma síndrome

geriátrica multifatorial e heterogênea e a gravidade das complicações decorrentes de quedas

também aumenta com a idade e o conhecimento de seus fatores multicausais é fundamental

para uma abordagem adequada(11)

. Um dos fatores que pode aumentar o risco de quedas em

idosos é a presença de afecções vestibulares por afetarem o equilíbrio corporal(10)

. Diante

disso, é imprescindível a utilização de instrumentos que possam fornecer informações sobre a

capacidade funcional do equilíbrio, apropriadas e sensíveis, para pessoas com disfunção

vestibular(12)

.

A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é uma das causas mais comuns e

tratáveis de vertigem de origem vestibular periférica na população adulta(13,14,15)

, acometendo

64/100.000 pessoas, sendo que essa incidência aumenta em idosos. Acredita-se que 25% dos

idosos com mais de 70 anos, com queixas de tontura, tenham VPPB e a grande maioria

permanece com a queixa por mais de um ano(16,17)

. Acredita-se que a prevalência ao longo da

vida é de 3,2% em mulheres, 1,6% nos homens e 2,4% na população de forma geral(14)

. Von

Brevern et al. em 2007, concluíram que dos pacientes admitidos para o departamento de

emergência das vertigens e tonturas de moderada a grave, 8% a 9% são diagnosticados com

VPPB(13)

.

A fisiopatologia da VPPB mais aceita é o desprendimento de estatocônios da mácula

utricular que podem ficar presos na cúpula, denominado cupulolitíase, ou circularem

livremente na endolinfa nos ductos dos canais semicirculares (CSC), denominado ductolitíase

ou canalolitíase(17,18,19)

. Portanto, a VPPB se trata de uma desordem mecânica do labirinto

que ocorre sobre determinados movimentos e posicionamentos da cabeça ocasionando breves

momentos de vertigem fortes e passageiros, normalmente com duração de segundos(17,20,21)

,

que pode ou não levar ao aparecimento do nistagmo de posicionamento característico. Nos

casos em que se observa ausência de nistagmo, a VPPB é denominada de “subjetiva”.

Diversos estudos têm encontrado que as manobras de reposicionamento apresentam alta

efetividade nesse grupo(22,23)

. Teorias propõem que a falta do nistagmo em pacientes com

VPPB durante a manobra de Dix-Hallpike incluem os seguintes fatores: o nistagmo pode ser

tão sutil que poderia não ser percebido pelo observador; o sinal pode entrar em fadiga após

repetições sucessivas do teste e em casos menos nociva da doença que provoca a vertigem,

mas apresenta um sinal neural insuficiente para estimular a via vestíbulo-ocular(23,24)

.

Entre as causas associadas à VPPB, as mais comuns são o traumatismo crânio

encefálico (17%) e a neurite vestibular (15%). Outras causas incluem anestesia geral,

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3

diabetes mellitus, hipotireoidismo, doença de Menière, labirintite viral, tumores de fossa

posterior, isquemia, entre outras. Contudo, a maioria dos casos parece ser idiopática(21,25,26)

.

Embora se utilize o termo “benigna”, esta doença pode causar danos consideráveis e

incapacidade em alguns pacientes(13,17,27)

. A afecção pode tornar-se incapacitante e prejudicar

a realização de atividades simples de vida diária; o prejuízo na qualidade de vida é maior nos

períodos de crise, mas também pode ocorrer fora da crise; os aspectos físicos são os mais

alterados, seguidos pelos funcionais e emocionais(28,29,30)

.

No sentido de estabelecer condutas clínicas baseadas em evidências científicas, foram

publicadas recentemente duas recentes diretrizes internacionais a respeito da avaliação e

controle da VPPB, uma elaborada pela American Academy of Otolaryngology (AAO-HNS) e

a outra preparada pela American Academy of Neurology (AAN), Silva et al (2011), ambas

diretrizes consideraram a Manobra de Dix-Hallpike padrão ouro para diagnóstico de

VPPB(31)

.

A VPPB do canal semicircular (CSC) posterior é um tipo específico de VPPB a qual é

tratada pela manobra de Epley, sendo o canal mais acometido (90.2%)(24,32)

, todavia, pode

haver depósito de otólitos nos canais semicirculares lateral e anterior(32)

. Ainda em relação ao

tratamento, o uso de medicamentos é contraindicado, apesar de não existirem artigos

suficientes sustentando tal afirmação. A reabilitação vestibular é considerada possivelmente

eficaz, sendo então uma opção secundária de tratamento para a VPPB(31)

.

Bhattacharyya et al. (2008) afirmaram que deve-se tratar a VPPB do canal posterior

com Manobra de Reposição Otolítica (MRO), com base em ensaios clínicos

randomizados e com amostras de pequeno tamanho, nas quais houve uma preponderância dos

benefícios sobre os riscos, sendo classificada como “recomendação”. Isso significa que os

profissionais devem seguir a recomendação, mas devem ficar alertas para novas informações

e sensíveis à preferência do paciente(33)

. Fife et al. (2008) classificaram a manobra de Epley

para reposição canalítica como “Recomendação nível A”, ou seja, a terapia é efetiva e segura,

devendo ser oferecida aos pacientes de todas as idades com VPPB de canal posterior. De

acordo com a mesma revisão, não há evidência na literatura que sugira a eficácia de

medicamentos de supressão vestibular no tratamento primário da VPPB ou como forma de

substituir as manobras de reposicionamento(34)

.

Quanto às recomendações de restrição pós-manobra de reposicionamento, como

minimizar o movimento da cabeça e dormir com a cabeça levantada em travesseiros durante

48 horas, ainda há controvérsia(35)

. Fife et al. (2008) ao examinarem 6 estudos de evidência

não controlados, séries de casos, relatos de casos ou opinião de especialistas classificaram as

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4

restrições como “recomendação nível U”, ou seja sem dados suficientes, já que cinco dos seis

estudos não demonstraram nenhum benefício adicional das restrições pós-manobra, e apenas

um mostrou benefício mínimo em pacientes com tais restrições(34)

.

O conhecimento das características funcionais do equilíbrio em idosos com disfunção

vestibular crônica e a identificação de variáveis associadas ao déficit do equilíbrio nestes

indivíduos podem promover o desenvolvimento de estratégias específicas de prevenção,

assistência e reabilitação, com vistas à manutenção da autonomia e preservação da

independência do idoso, o maior tempo possível. Na literatura, há uma grande quantidade de

pesquisas que demonstram o efeito das MRO utilizando instrumentos para avaliar a

sintomatologia da tontura(36,37,38,39,40,41)

, porém há escassez de estudos que apresentem um

enfoque na realização das manobras em busca de analisar a melhora dos sintomas, o impacto

na qualidade de vida e o controle postural conjuntamente(42)

, bem como analisar os

medicamentos e doenças associadas que possam interferir no tratamento da VPPB.

Diante do exposto quanto à natureza da VPPB e suas consequências para a saúde

física e funcional dos idosos por esta patologia, o presente estudo tem por objetivo

caracterizar os efeitos a curto prazo da manobra de Epley modificada em idosos com VPPB

considerando as medidas objetivas do equilíbrio, qualidade de vida e os aspectos clínicos.

Nossa hipótese principal está pautada nas respostas clínica e funcional efetivas da manobra

de Epley modificada a curto prazo, ou seja, os idosos acometidos de VPPB serão

beneficiados com a melhora da sintomatologia otoneurológica e funcional após um período

curto de intervenção com MRO.

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5

2. OBJETIVOS

2.2. Objetivo geral

Caracterizar a sintomatologia da tontura e os dados objetivos da avaliação do

equilíbrio em idosos portadores da VPPB após a realização da Manobra de Epley modificada

em curto prazo.

2.3. Objetivos específicos

Caracterizar os idosos quanto os sintomas vestibulares da VPPB;

Averiguar as comorbidades e medicamentos relacionados à tontura;

Comparar os resultados obtidos durante a avaliação inicial e uma semana após o

tratamento quanto aos aspectos físicos, emocionais e funcionais relacionados com a qualidade

de vida;

Comparar a pontuação obtida no teste de interação sensorial, no teste de apoio

unipodal, nos limites de estabilidade, na marcha e caminhada em Tandem, através de medidas

objetivas do equilíbrio;

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Caracterização da pesquisa

Trata-se de um estudo quase-experimental exploratório com a intenção de averiguar o

impacto a curto prazo da manobra de Epley modificada nas medidas objetivas do equilíbrio,

na qualidade de vida e nos aspectos clínicos dos idosos com VPPB.

3.2. População, amostra e local

A população do presente estudo foi composta por idosos residentes na comunidade

do município de Natal-RN. A seleção da amostra foi por conveniência, na qual idosos com

diagnóstico clínico de VPPB no canal semicircular posterior com 65 anos ou mais foram

convidados a participar da pesquisa por meio de busca ativa, bem como através de anúncios

em associações, em grupos de idosos, clínicas de otoneurologia e setor de Otoneurologia do

Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL.

Os idosos foram esclarecidos quanto à natureza e objetivo da pesquisa, e aqueles que

concordaram participar e atenderam a todos os critérios de inclusão assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A) e adentraram no universo da pesquisa.

As avaliações para obtenção dos dados clínicos e medidas objetivas do equilíbrio na

avaliação inicial e após uma semana de tratamento foram realizadas no Laboratório de

Fisioterapia Geriátrica e Epidemiologia clínica do Departamento de Fisioterapia da UFRN.

3.2.1. Critérios de inclusão

Foram eletivos indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos; ser capaz de assinar

o termo de consentimento livre e esclarecido; ausência de sintomas neurológicos cervicais,

amplitude de movimento cervical limitada e instabilidade para a execução tanto da manobra

diagnóstica de Dix-Hallpike quanto das manobras de reposicionamento otolítico; ausência de

doenças sistêmicas sem controle medicamentoso, ausência de distúrbios osteomioarticulares

que impedissem a deambulação independente, não ter realizado a MRO anteriormente.

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3.2.2. Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo os indivíduos que apresentaram alguma intercorrência

grave de saúde impedindo a continuidade do tratamento; os idosos que apresentaram VPPB

com acometimento bilateral.

3.3. Procedimentos éticos

O presente projeto atendeu as normas da resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde para pesquisas com seres humanos. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética

em Pesquisa, com o parecer de número 720.007. Antes de iniciar a coleta de dados, a

pesquisadora responsável explicou os objetivos do estudo aos coordenadores dos centros para

idosos, responsáveis pelo Setor de Otoneurologia do HUOL e consultórios particulares. Foi

solicitada a permissão para o recrutamento de idosos para a coleta dos dados. Os participantes

foram informados acerca dos procedimentos e objetivos da pesquisa e para aqueles que

aceitaram participar do estudo foi solicitada a assinatura de um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido - TCLE (APÊNDICE A).

3.4. Instrumentação e Procedimentos da Coleta de Dados

As variáveis estudadas foram classificadas em dados sociodemográficos,

otoneurológicos e clínico-funcionais.

Os dados sociodemográficos avaliados foram: gênero, idade, estado civil e grau de

escolaridade. Os dados otoneurológicos foram o diagnóstico da VPPB, o número de afecções

vestibulares associadas, tempo de início da tontura, tipo de tontura, duração da tontura,

periodicidade da tontura, Escala Visual Analógica (EVA) de tontura e sintomas associados,

bem como os dados de nistagmo e vertigem avaliados pelo Sistema de Videonistagmoscopia

(SVNC) da Contronic® - Brasil e os testes clínicos e medidas objetivas de avaliação do

equilíbrio estático e dinâmico. O SVNC é um sistema computadorizado que utiliza o

princípio da captação dos movimentos oculares por meio de sensores infravermelhos

colocados em óculos especiais ou máscara. O programa do computador mede e analisa os

movimentos oculares, que podem ser visualizados em um monitor de vídeo e gravados. O

SVNC é útil na avaliação do nistagmo de posicionamento e do nistagmo posicional, em

particular no diagnóstico da VPPB, uma das vestibulopatias mais comuns. O nistagmo à

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8

prova de Dix-Hallpike pode ser de pequena amplitude, de duração fugaz e nem sempre é

identificado ou caracterizado à simples observação visual. O controle à SVNC é útil no

diagnóstico e no registro dos movimentos oculares durante as manobras terapêuticas da

VPPB. O SVNC é uma prova de interesse diagnóstico funcional e diferencial e de controle

evolutivo de afecções de variada etiologia(43)

.

A Escala Visual Analógica de Tontura (EVA) teve a finalidade de medir a intensidade

dos sintomas como a vertigem e o desequilíbrio. Os sujeitos deram uma pontuação de 0 a 10

à sua tontura, na qual o 0 (zero) indicou o menor nível de tontura e o 10 (dez), o maior(44)

.

Os dados clínico-funcionais avaliados foram o número de doenças associadas, número

de medicamentos, realização de Atividade de Vida Diária (AVD) e exercícios físicos, hábitos

de vida, posições e sintomas relacionados ao aparecimento da tontura, uso de dispositivo de

auxílio à marcha, ocorrência de quedas, o auto-relato de incapacidade pela tontura por

intermédio da versão brasileira da Dizziness Handicap Inventory (DHI) (ANEXO A) e versão

brasileira do Dynamic Gait Index (DGI) (ANEXO B). Também foram avaliados o teste de

interação sensorial, o teste de apoio unipodal, os limites de estabilidade (LE), a oscilação

final e velocidade da caminhada em Tandem, por medidas laboratoriais do equilíbrio

utilizando o Balance Master da Neurocom®.

Por meio do questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI) foi avaliada a

interferência da tontura na qualidade de vida dos pacientes, composto por vinte e cinco

questões, que avaliaram os aspectos físicos, os aspectos emocionais e os aspectos funcionais.

Os aspectos físicos do DHI brasileiro avaliaram a relação entre o aparecimento e/ou piora do

sintoma tontura e os movimentos dos olhos, da cabeça e do corpo. O aparecimento de tontura

em determinadas posições ou movimentos da cabeça é muito comum e pode ocorrer, por

exemplo, em pacientes com vertigem posicional paroxística benigna. Os aspectos emocionais

investigaram a possibilidade de a tontura ter prejudicado a qualidade de vida, gerando

frustração, medo de sair desacompanhado ou ficar em casa sozinho, vergonha de suas

manifestações clínicas, preocupação quanto à auto-imagem, distúrbio de concentração,

sensação de incapacidade, alteração no relacionamento familiar ou social e depressão. Os

aspectos funcionais averiguados pelo DHI brasileiro investigaram a interferência da tontura

na realização de determinados movimentos dos olhos, da cabeça e do corpo, porém com

enfoque na capacidade em se desempenhar as atividades profissionais, domésticas, sociais, de

lazer, e na independência ao se realizar tarefas como caminhar sem ajuda e andar pela casa no

escuro. Cada resposta “sim” do paciente pontuou 4 pontos, “às vezes”, 2 pontos, e a resposta

“não”, nenhum ponto. A pontuação do DHI foi o resultado da somatória da pontuação das

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9

respostas referentes aos aspectos físico, emocional e funcional(45,46)

. A maior pontuação que

pode ser obtida pelo DHI é 100, em que se observa prejuízo máximo causado pela tontura, e a

menor pontuação é zero, a qual revela nenhum prejuízo devido à tontura na vida do paciente.

Seguindo a mesma lógica, para cada aspecto do DHI quanto maior a pontuação obtida, maior

o prejuízo causado pela tontura(45)

.

O DGI foi desenvolvido com o objetivo de avaliar e documentar a capacidade do

paciente em modificar a marcha em resposta a mudanças nas demandas de determinadas

tarefas em idosos com comprometimento do equilíbrio(47)

. O DGI constitui na execução de

oito tarefas envolvendo a marcha em diferentes contextos sensoriais, que incluíram superfície

plana, mudanças na velocidade da marcha, movimentos horizontais e verticais da cabeça,

passar por cima e contornar obstáculos, giro sobre seu próprio eixo corporal, subir e descer

escadas. Trata-se de uma escala ordinal de 4 alternativas variando de 0 a 3 pontos, com

definições de pontuações de acordo com o desempenho em cada tarefa. O DGI tem um

formato simples, com definições para pontuação de acordo com o desempenho em cada

tarefa, foi adaptado para o português brasileiro, mostrando-se um instrumento confiável(47)

.

Para a avaliação funcional objetiva do equilíbrio foi utilizado o equipamento Balance

Master da NeuroCom® International, Inc do Laboratório de Fisioterapia Geriátrica e

Epidemiologia clínica do Departamento de Fisioterapia da UFRN. O instrumento possui

duas plataformas de força adjacentes conectadas a um computador no qual é capaz de

detectar as oscilações no centro de gravidade (Center of gravity - COG) dentro de um limite

de estabilidade predefinido. O sistema provê medidas quantitativas da performance do

equilíbrio estático e dinâmico e feedback visual da excursão e posição do COG. Foram

realizados testes do equilíbrio estático nas quatro posições do teste de interação sensorial

modificada (modified Clinical Test of Sensory Integration on Balance - mCTSIB) com os

olhos abertos e fechados em superfície firme e instável (espuma) em três tentativas, com

duração de dez segundos cada, obtendo-se a média da velocidade de oscilação do COG em

graus/s (º/s). Outro teste para avaliação do equilíbrio estático foi o de apoio unipodal com os

olhos abertos e fechados em ambos os lados foi calculada uma média do deslocamento do

centro de gravidade em º/s. No teste de apoio unipodal, a cada tentativa em que o idoso

tocasse o chão, com o membro inferior que estava levantado por mais de 1 segundo, o teste

era interrompido e a velocidade de oscilação registrada. Para avaliação do equilíbrio

dinâmico foram realizados os testes do limite de estabilidade mensurado pela velocidade do

movimento (Movement Velocity - MVL), ponto final (Endpoint Excursion - EPE), controle

direcional (Directional Control - DCL) e excursão máxima (Maximum Excursion - MXE) em

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8 direções. Essas tarefas necessitaram que os indivíduos mudassem seu centro de oscilação

gravitacional (COG) de acordo com o movimento da bola em cada alvo iluminado no monitor

e retornassem para o alvo central. O teste de tandem avaliou o equilíbrio dinâmico, medido

pela velocidade e a oscilação final (end sway), sendo a velocidade de oscilação em

graus/segundo dos componentes anterior/posterior do centro de gravidade (COG) durante 5

segundos a partir do momento que termina a caminhada. O sujeito caminhou após ouvir o

comando “GO” encostando o calcanhar nos artelhos na plataforma de 1,5 m de comprimento

e 45 cm de largura. A velocidade de oscilação (º/s) é a medida da distância em graus por

segundo percorrida pelo centro de gravidade durante o tempo da tentativa (10 segundos). Para

proporcionar segurança para os idosos, foi necessária a ajuda de um assistente durante a

realização dos testes.

Os sujeitos passaram por uma avaliação clínica otoneurológica e aqueles que

atenderam todos os critérios de inclusão e aceitaram participar da pesquisa assinaram o

TCLE. A manobra do teste posicional de Dix-Hallpike foi realizada com o SVNC para

melhor observação das características do nistagmo (ANEXO C). O teste consistia nas

seguintes fases: Primeiramente, o paciente sentou-se à mesa de exames com a cabeça rodada

a 45º. O examinador segurou a cabeça do paciente auxiliando-o a adotar o decúbito dorsal

com a cabeça por fora da mesa em extensão cervical de aproximadamente 20º. Observou-se o

movimento ocular por 1 minuto em busca de nistagmo e questionou-se ao paciente a presença

de vertigem. O paciente foi então lentamente ajudado a voltar à posição sentada com a cabeça

ainda rodada, observando-se a presença ou ausência do nistagmo. O mesmo procedimento foi

repetido com a cabeça girada para o outro lado(48)

. Para confirmação do acometimento do

canal semicircular posterior, o nistagmo deveria durar menos de 1 minuto e ser do tipo

ageotrópico (torsional superior)(36,48,49)

. Além disso, a partir do teste de Dix-Hallpike

permaneceram na pesquisa somente os idosos com acometimento em apenas um lado. A

partir disso, os participantes da pesquisa realizaram a manobra de reposição otolítica (MRO)

de Epley modificada (ANEXO D).

Um estudo piloto prévio foi realizado visando fazer os ajustes metodológicos

necessários com relação à casuística e procedimentos de avaliação.

Na avaliação inicial, os idosos com diagnóstico clínico de VPPB passaram pela

avaliação laboratorial e ambulatorial do equilíbrio antes da realização da MRO. Após uma

semana, os idosos realizaram novamente avaliação laboratorial e ambulatorial do equilíbrio, e

aqueles que apresentaram teste de Dix-Hallpike positivo, foram submetidos à MRO.

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As manobras de reposicionamento otolítica foram realizadas por médicos do

Ambulatório de Otoneurologia do HUOL ou fisioterapeutas treinados, tanto no Departamento

de Fisioterapia da UFRN quanto no Setor de Fisioterapia do HUOL. Tem-se a seguinte

descrição para manobra de Epley: O paciente iniciou sentado na mesa de exame com a

cabeça rodada a 45º para o lado acometido. Em seguida o paciente foi movimentado para

assumir a posição da manobra de Dix-Hallpike. Após 20 segundos, a cabeça do paciente foi

rodada para o lado oposto permanecendo nessa posição por mais 30 segundos. Após o

intervalo, o paciente foi instruído a virar-se de lado por cima do ombro do mesmo lado

mantendo a cabeça em rotação. Depois desses últimos 20 segundos, o paciente foi auxiliado a

sentar-se(49)

.

A manobra poderia ser repetida até 3 vezes em uma mesma sessão, caso os sintomas

do nistagmo persistissem.

Antes de cada manobra foi explicado ao paciente que o tratamento poderia causar

vertigem e náusea e eles foram solicitados a relaxarem os músculos cervicais, evitando lesão

na região. Após a MRO, os idosos foram orientados a dormir embaixo de travesseiros com a

posição da cabeça quase na vertical, evitar a inclinação da cabeça (por exemplo: ao lavar os

cabelos no salão ou ir ao dentista), evitar movimentos bruscos da cabeça e não deitar sobre o

lado tratado(41)

durante um período de 48 horas.

3.5. Análise estatística

Inicialmente, foi feita a análise descritiva das variáveis do estudo por meio de medidas

de tendência central e dispersão. A distribuição de normalidade dos dados foi realizada pelo

teste Shapiro-Wilk.

Para a comparação dos momentos pré e pós-tratamento foi utilizado o teste não-

paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância adotado foi p<0,05. O pacote estatístico

utilizado para armazenamento e processamento dos dados foi o SPSS (Statistical Package for

Social Sciences) versão 20.0.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e discussão estão apresentados no formato de artigo, o qual será

submetido para publicação.

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4.1 Manuscrito a ser submetido

Sintomatologia Vertiginosa e Medidas Objetivas do Equilíbrio em Idosos com Vppb

Submetidos à Manobra de Epley

Camila Nicácio da Silva1, Karyna Myrelly O. B. de Figueiredo Ribeiro

2, Raysa Vanessa M.

Freitas3, Lidiane Maria B. M. Ferreira

4; Ricardo Oliveira Guerra

5

1 Fisioterapeuta, Federal Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

2 Fisioterapeuta, Mestre em Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Brasil.

3 Fisioterapeuta, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

4Médica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós Graduação em

Saúde Pública, Brasil.

5 Professor Associado, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Brasil.

Endereço para correspondência:

Ricardo Oliveira Guerra

Departamento de Fisioterapia,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil

Av. Senador Salgado Filho, n 3000, Campus Universitário,

CEP: 59078-970, Natal/RN – Brazil

Tel.: 55-84-9451-7510

e-mail: [email protected]

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RESUMO

A disfunção vestibular em idosos assume particular importância na prática clínica,

uma vez que o processo de envelhecimento está intimamente relacionado à presença de

múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem, perda auditiva, zumbido,

alterações do equilíbrio corporal, distúrbios da marcha e quedas ocasionais. A Vertigem

Postural Paroxística Benigna (VPPB) é uma das causas mais comuns e tratáveis de vertigem

de origem vestibular periférica na população adulta, causando danos consideráveis e

incapacidade em muitos pacientes. Objetivo: Caracterizar os efeitos a curto prazo da

sintomatologia da tontura e os dados objetivos da avaliação do equilíbrio em idosos

portadores da VPPB quando submetidos à Manobra de Epley modificada ou Manobra de

Reposição Otolítica (MRO). Métodos: Trata-se de um estudo do tipo clínico quase-

experimental no qual foram avaliados 14 idosos (com idade igual ou superior a 65 anos). Os

idosos realizaram avaliação clínica e do equilíbrio através dos testes/escalas de auto-

percepção da tontura, auto-relato de incapacidade pela tontura, avaliação funcional da

mobilidade e do Balance Master® e, em seguida, foram submetidos à MRO; após uma

semana, os idosos foram reavaliados e a MRO foi repetida nos idosos com teste de Dix-

Hallpike positivo. Para avaliar as condições pré e pós-tratamento foram utilizados o teste não-

paramétrico de Wilcoxon. Resultados: A mediana da idade dos idosos foi de 71 anos (64-

78), sendo 11 mulheres (78,6%) e 3 homens (21,4%). Após uma semana de MRO, houve

melhora significativa de todos os aspectos do DHI, físico, funcional e total e emocional

(p<0,05) e da percepção de tontura, mensurada pela EVA (p=0,001). Considerando o

equilíbrio estático, das quatro posições do teste de interação sensorial modificada (mCTSB)

houve melhora condições de superfície instável com olhos abertos e fechados (p<0,05) e na

composição dos valores do mCTSB (p<0,05). Já no equilíbrio dinâmico, a velocidade do

movimento (p=0,013) e a excursão máxima (p=0,047) no teste dos limites de estabilidade

melhoraram significativamente; houve diferença também entre a pontuação obtida pelo DGI

antes e após MRO (p=0,004). Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem um efeito

clínico e funcional benéfico em curto prazo da MRO nos idosos com VPPB do canal

posterior, o que implica a aplicação desta manobra como uma opção de conduta clínica

terapêutica importante para pacientes idosos com esta patologia pela efetividade observada,

desde que haja uma atuação multiprofissional no sentido de estabelecer um cuidado amplo do

paciente idoso com queixas de tontura.

Palavras-chave: Doenças Vestibulares, Equilíbrio Postural, Idoso, Reabilitação.

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INTRODUÇÃO

Projeções demográficas apontam que, no Brasil, haverá cerca de 33 milhões de

idosos em 2025, seguindo a tendência mundial, que, segundo projeções, pode

ultrapassar o dobro do número atual de idosos, nos próximos anos1. Diante deste fato,

há uma preocupação com o bem-estar geral do idoso, com a manutenção de um estilo de

vida independente e autônomo, e consequente manutenção e/ou busca de uma melhor

qualidade de vida desta população2.

Algumas alterações decorrentes do envelhecimento estão diretamente

relacionadas ao sistema vestibular, podendo gerar a presença de múltiplos sintomas

otoneurológicos associados, tais como vertigem e outras tonturas, perda auditiva,

zumbido, alterações do equilíbrio corporal, distúrbios da marcha e quedas ocasionais3.

A queda é uma síndrome geriátrica multifatorial e heterogênea e a gravidade das

complicações decorrentes de quedas também aumenta com a idade e o conhecimento de

seus fatores multicausais é fundamental para uma abordagem adequada4. Um dos

fatores que pode aumentar o risco de quedas em idosos é a presença de afecções

vestibulares por afetarem o equilíbrio corporal3.

O controle postural é considerado uma habilidade motora complexa derivada da

interação dos sistemas neural e musculoesquelético. Os componentes neurais envolvem

o processamento motor, processamento sensorial, representação interna e altos níveis de

processamento essenciais para os aspectos adaptativos e antecipatórios do controle

postural5,6

e envolve o domínio da posição do corpo no espaço com dois propósitos:

orientação e estabilidade. Para a manutenção do equilíbrio e garantia de ajustes e

respostas posturais adequadas, faz-se necessária a atuação conjunta dos sistemas

vestibular, visual, somatosensorial, musculoesquelético e sistema nervoso central e na

representação interna da orientação do corpo no espaço7.

A vertigem postural paroxística benigna (VPPB) é uma das causas mais comuns

e tratáveis de vertigem de origem vestibular periférica na população adulta8,910

,

acometendo 64/100.000 pessoas, sendo que essa incidência aumenta em idosos. Estima-

se que 25% dos idosos com mais de 70 anos, com queixas de tontura, tenham VPPB e a

grande maioria permanece com a queixa por mais de um ano11,12

. Estima-se que a

prevalência ao longo da vida é de 3,2% em mulheres, 1,6% nos homens e 2,4% na

população de forma geral(9)

. Von Brevern et al. em 2007, concluíram que dos pacientes

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admitidos para o departamento de emergência das vertigens e tonturas de moderada a

grave, 8% a 9% são diagnosticados com VPPB8.

A fisiopatologia da VPPB relaciona-se ao deslocamento inadequado de

otoconias utriculares em direção aos canais semicirculares (anterior, posterior ou

lateral), as quais podem permanecer flutuando na endolinfa ao longo do canal

semicircular (ductolitíase ou canalolitíase) ou aderir-se à cúpula (cupulolitíase),

alterando a resposta deste canal à aceleração angular da cabeça13,14

.

A VPPB do canal semicircular (CSC) posterior é um tipo específico de VPPB a

qual é tratada pela manobra de Epley, sendo o canal mais acometido (90,2%)14,15

, e a

confirmação do diagnóstico da VPPB do CSC posterior é feita através da Manobra de

Dix-Hallpike13,16

.

Embora se utilize o termo “benigna”, esta doença pode causar danos

consideráveis e incapacidade em alguns pacientes8,12,17

. A afecção pode tornar-se

incapacitante e prejudicar a realização de atividades simples de vida diária; o prejuízo

na qualidade de vida é maior nos períodos de crise, mas também pode ocorrer fora da

crise; os aspectos físicos são os mais alterados, seguidos pelos funcionais e

emocionais18,19,20

.

O conhecimento das características funcionais do equilíbrio em idosos com

disfunção vestibular crônica e a identificação de variáveis associadas ao déficit do

equilíbrio nestes indivíduos podem promover o desenvolvimento de estratégias

específicas de prevenção, assistência e reabilitação, com vistas à manutenção da

autonomia e preservação da independência do idoso, o maior tempo possível. Na

literatura, há uma grande quantidade de pesquisas que demonstram o efeito da manobra

de Epley utilizando instrumentos para avaliar a sintomatologia da tontura21,22,23,24,25,26

,

porém há escassez de estudos que apresentem um enfoque na realização das manobras

em busca de analisar a melhora dos sintomas, o impacto na qualidade de vida e o

controle postural27

, bem como analisar os medicamentosas e doenças associadas que

possam interferir no tratamento da VPPB. Diante desse fato, o presente estudo tem por

objetivo caracterizar os idosos com VPPB em função do impacto a curto prazo da

manobra de Epley modificada nas medidas objetivas do equilíbrio, na qualidade de vida

e nos aspectos clínicos dos idosos com VPPB. Nossa hipótese principal está pautada nas

respostas clínica e funcional efetivas da manobra de Epley em curto prazo, ou seja, os

idosos acometidos de VPPB serão beneficiados na sintomatologia otoneurológica e

funcional após um período curto de intervenção com MRO.

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MÉTODOS

Trata-se de um estudo quase-experimental exploratório com a intenção de

averiguar o impacto a curto prazo da manobra de Epley modificada nas medidas

objetivas do equilíbrio, na qualidade de vida e nos aspectos clínicos dos idosos com

VPPB.

A população do presente estudo foi composta por idosos residentes na

comunidade do município de Natal-RN. A seleção da amostra foi por conveniência, na

qual idosos com diagnóstico clínico de VPPB no canal semicircular posterior com 65

anos ou mais foram convidados a participar da pesquisa por meio de busca ativa, bem

como através de anúncios em associações, em grupos de idosos, clínicas de

otoneurologia.

Os critérios de inclusão foram indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos;

ser capaz de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido; ausência de sintomas

neurológicos cervicais, amplitude de movimento cervical limitada e instabilidade para a

execução tanto da manobra diagnóstica de Dix-Hallpike quanto das manobras de

reposicionamento otolítico; ausência de doenças sistêmicas sem controle

medicamentoso e ausência de distúrbios osteomioarticulares que impedissem a

deambulação independente. Os idosos que apresentaram alguma intercorrência grave de

saúde impedindo a continuidade do tratamento, que não quisessem dar continuidade ao

tratamento ou que apresentaram VPPB com acometimento bilateral foram excluídos da

pesquisa.

As avaliações para obtenção dos dados clínicos e medidas objetivas do equilíbrio

na avaliação inicial e após uma semana de tratamento foram realizadas Laboratório de

Fisioterapia Geriátrica e Epidemiologia clínica do Departamento de Fisioterapia da

UFRN.

Os dados sociodemográficos avaliados foram: gênero, idade, estado civil e grau

de escolaridade. Os dados otoneurológicos foram o diagnóstico da VPPB, o número de

afecções vestibulares associadas, tempo de início da tontura, tipo de tontura, duração da

tontura, periodicidade da tontura, Escala Visual Analógica (EVA) de tontura e sintomas

associados, bem como os dados de nistagmo e vertigem avaliados pelo Sistema de

Videonistagmoscopia (SVNC) da Contronic® - Brasil e os testes clínicos e medidas

objetivas de avaliação do equilíbrio estático e dinâmico.

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A Escala Visual Analógica de Tontura (EVA) teve a finalidade de medir a

intensidade dos sintomas como a vertigem e o desequilíbrio.

Os dados clínico-funcionais avaliados foram o número de doenças associadas,

número de medicamentos, realização de exercícios físicos, sintomas relacionados ao

aparecimento da tontura, o auto-relato de incapacidade pela tontura por intermédio da

versão brasileira da Dizziness Handicap Inventory (DHI).

Foi utilizada a versão brasileira do Dynamic Gait Index (DGI) para avaliar os

aspectos funcionais do equilíbrio dinâmico dos idosos com VPPB nesta pesquisa. O

DGI tem um formato simples, mostrando-se um instrumento confiável28

.

Foi utilizado o equipamento Balance Master da NeuroCom® International, Inc

do Laboratório de Fisioterapia Geriátrica e Epidemiologia clínica do Departamento de

Fisioterapia da UFRN para mensurar as alterações no equilíbrio dos idosos da pesquisa.

No equilíbrio estático, a velocidade de oscilação foi mensurada através do teste de

interação sensorial modificada (mCTSB) e o teste de apoio unipodal, com olhos abertos

e olhos fechados. Para análise estatística dos dados obtidos no teste de apoio unipodal

foi considerado o membro inferior. Cada teste consistia de três tentativas, cada uma com

duração de 10 segundos. O teste dos limites de estabilidade (LE), a caminhada em

tandem e a oscilação final do tandem fizeram parte da avaliação laboratorial do

equilíbrio dinâmico dos idosos desta pesquisa.

O tratamento foi realizado em dois momentos. No baseline, o fisioterapeuta

colhia as informações dos idosos por meio de uma ficha de avaliação, a qual continha os

dados sociodemográficos e otoneurológicos, neste momento foi aplicado o teste DHI.

Logo após, foram testados os aspectos funcionais do equilíbrio por meio do DGI, e em

seguida foram obtidas as medidas laboratoriais do equilíbrio estático e dinâmico. Por

fim, os idosos foram submetidos ao teste de Dix-Hallpike para identificar qual o lado

que deveria ser tratado pela MRO. A MRO poderia ser repetida até 3 vezes em uma

mesma sessão caso os sinais e sintomas persistissem. Foram considerados eletivos a dar

prosseguimento à presente pesquisa, os idosos com acometimento de VPPB unilateral.

Após uma semana, os idosos realizaram o mesmo protocolo de avaliação, e aqueles que

apresentaram o teste de Dix-Hallpike positivo, foram submetidos à MRO novamente.

Antes de cada manobra foi explicado ao paciente que o tratamento poderia causar

vertigem e náusea e eles foram solicitados a relaxarem os músculos cervicais, evitando

lesão na região. Após a MRO, os idosos foram orientados a dormir embaixo de

travesseiros com a posição da cabeça quase na vertical, evitar a inclinação da cabeça

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(por exemplo: ao lavar os cabelos no salão ou ir ao dentista), evitar movimentos bruscos

da cabeça e não deitar sobre o lado tratado durante um período de 48 horas.

Inicialmente, foi feita a análise descritiva das variáveis do estudo por meio de

medidas de tendência central e dispersão. A distribuição de normalidade dos dados foi

realizada pelo teste Shapiro-Wilk. Para a comparação dos momentos pré e pós-

tratamento foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon. O nível de significância

adotado foi p<0,05. O pacote estatístico utilizado para armazenamento e processamento

dos dados foi o SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 20.0.

O presente projeto atendeu as normas da resolução 466/12 do Conselho Nacional

de Saúde para pesquisas com seres humanos. O estudo obteve aprovação pelo Comitê

de Ética em Pesquisa, com o parecer de número 720.007. Antes de iniciar a coleta de

dados, a pesquisadora responsável explicou os objetivos do estudo aos coordenadores

dos centros para idosos e pediu permissão para o recrutamento de idosos para a coleta

dos dados. Os participantes foram informados acerca dos procedimentos e objetivos da

pesquisa e para aqueles que aceitaram participar do estudo foi solicitada a assinatura de

um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 14 idosos com mediana de idade de 71 anos (64-78),

todos apresentaram como substrato fisiopatológico a ductolitíase de canal semicircular

posterior (CSCP). Os dados sociodemográficos e as características clínicas dos idosos

estão descritos na Tabela 1.

Considerando a característica da tontura, dois (14,3%) idosos apresentavam a

tontura há seis meses, cinco (35,7%) 1 ou 2 anos, três (21,4%) dos pacientes idosos

apresentavam a tontura há 3 ou 4 anos e quatro (31,3%) idosos há mais de 5 anos.

Todos os idosos (100,0%) apresentaram o teste de Dix-Hallpike positivo na

primeira avaliação e logo em seguida foram submetidos à MRO, com mediana do

número de manobras de 2,5 (2-3). Após uma semana de MRO, cinco (35,7%) idosos

apresentaram o teste de Dix-Hallpike negativo e nove (64,3%) continuaram

apresentando o teste de Dix-Hallpike positivo, sendo submetidos à MRO novamente, e

a mediana de manobras passou a ser de 2 (0-3). O registro do número de manobras, que

deveria ser de até três manobras por sessão, era feito imediatamente após a realização da

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20

MRO. Comparando as medianas do número de manobras do baseline e da reavaliação,

pode-se observar que houve uma redução significativa (p<0,05).

A mediana do número de doenças foi de 4,5 (2-8). Quando coexistentes doenças

sistêmicas ou supostos fatores de risco que predispõem ou levam ao desenvolvimento

da VPPB, foram constatadas as seguintes condições dos idosos da pesquisa, havia

osteoartrose 92,8% dos idosos, hipertensão arterial sistêmica em 64,3%, osteoporose em

42,9%, diabetes mellitus em 21,4%. As doenças foram agrupadas e classificadas de

acordo com o Código Internacional de Doenças (CID) e a distribuição absoluta e

relativa na amostra está apresentada na Tabela 2.

A mediana do número de medicamentos utilizados pelos idosos da pesquisa foi

de 4,5 (2-8). A Tabela 3 mostra a quantidade de medicamentos utilizados pelos idosos e

observando-se que a metade da amostra tomava 5 ou mais medicamentos. Dos 14

idosos, nove (64,3%) faziam uso medicamentos com ação no sintoma da vertigem, entre

elas a cinarizina, flunarizina, betaistina, Ginkgo Biloba, dimenidrinato e benzodiazepina

(clonazepam) (Gráfico 1). A quantidade de medicamentos utilizados e classificados

segundo o ATC (Anatomical Therapeutic Chemical Code) estão apresentados no

Gráfico 2.

Em relação aos dados clínicos, houve uma redução significativa entre a

pontuação obtida pela Escala Visual Analógica da avaliação inicial e uma semana após

a realização da MRO. Os idosos apresentaram melhora significativa da autopercepção

dos efeitos incapacitantes impostos pela tontura, avaliada pelo DHI, após uma semana

de MRO, em todos os aspectos, físicos, funcionais, emocionais e escore total (Tabela 4).

Em relação ao teste do equilíbrio estático (Tabela 5), observaram-se diferenças

significativas na velocidade de oscilação pré e pós-manobra de Epley modificada na

condição com superfície instável com olhos abertos e fechados e o valor de composição

do mCTSB. Na superfície firme com olhos abertos e fechados não foram observadas

diferenças significativas, bem como nos testes com apoio unipodal. Nos testes de

equilíbrio dinâmico, quando avaliados os testes de limites de estabilidade, houve

diferença estatística na velocidade do movimento e na máxima excursão. Houve

também melhora significativa da pontuação do DGI no mesmo intervalo de tempo. Não

foram observadas diferenças significativas em relação à velocidade da marcha e

oscilação final do tandem.

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21

DISCUSSÃO

A VPPB é a causa mais comum de vertigem de origem vestibular12,13,14,15,29,30,31

e um dos quadros otoneurológicos que apresenta maior prevalência na população

geriátrica, causando um forte impacto na saúde e qualidade de vida destes indivíduos32

.

As alternativas não-farmacológicas para o tratamento desta enfermidade, entre elas a

MRO, representam uma oportunidade terapêutica importante por não apresentar riscos

de efeitos adversos comumente presentes em indivíduos idosos que fazem uso de

produtos farmacológicos.

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos a curto prazo da MRO

em um grupo de pacientes idosos com sintomatologia de VPPB. A maior parte dos

sujeitos do estudo eram mulheres (78,6%), o que corrobora com estudos prévios12,33

. O

maior acometimento da VPPB em mulheres pode ser explicado pelos aspectos

biológicos tais como a redução dos níveis hormonais após a menopausa. Estudos mais

recentes relatam que a disfunção hormonal observada neste tipo de população como a

diminuição do estrogênio e os distúrbios no metabolismo do cálcio podem induzir

mudanças nas estrutura das otoconias, semelhantes às alterações observadas na massa

óssea, que leva à osteopenia e osteoporose34,35

.

Fife et al. (2008) classificaram a manobra de Epley para reposição otolítica

como “Recomendação nível A”, ou seja, a terapia é efetiva e segura, devendo ser

oferecida aos pacientes de todas as idades com VPPB de canal posterior36

. Vários

estudos de seguimento que utilizaram as MRO a MRO para o tratamento da VPPB

revelaram bons resultados a curto prazo, estes estudos tiveram uma variação entre 72h a

6 semanas21,23,24,26,37

, não existindo assim uma previsão prognóstica de evolução

satisfatória.

A baixa resolutividade da sintomatologia vertiginosa da amostra estudada pode

ser explicada pela presença de comorbidades, uma vez que o risco de apresentar queixas

de tontura aumenta de forma exponencial em relação ao número de enfermidades

associadas39,40

. Doenças cardiovasculares, metabólicas e osteoarticulares são as mais

associadas à vestibulopatia, podendo inclusive estar relacionadas com sua gênese33,41,42

.

Um recente estudo demonstrou que somente a hipertensão arterial sistêmica é capaz de

influenciar significativamente o número de recorrências da VPPB, fato que também

ocorre com a presença isolada da diabetes e da osteoartrose. A osteoporose quando

associada a HAS, diabetes e a osteoartrose foi uma condição de maior risco para

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22

recorrência da VPPB43

. No presente estudo, tais condições estavam presentes em grande

parte da amostra, sendo as mais prevalentes a osteoartrose (92,8%) e a HAS (64,3%).

A iatrofarmacogenia pode ser vista como uma das potenciais causas de VPPB.

Existem diversos medicamentos que podem atuar como supressores do sistema

vestibular, sendo que os mais comuns são as benzodiazepinas e os anti-histamínicos. As

benzodiazepinas podem reduzir a sensação de tontura rotatória, e ao mesmo tempo

interferir na compensação central de condições vestibulares periféricas. Por outro lado,

os anti-histamínicos atuam na supressão central do centro emético aliviando as náuseas

e vômitos associados aos enjoos. Já os medicamentos para controle dos sintomas

vertiginosos, quando utilizados em curto prazo, podem ser prescritos em casos

específicos, quando o paciente recusa a terapia por MRO ou quando os sintomas são

insuportáveis e persistem, mesmo após a MRO38

.

Outra fonte de causas para a sintomatologia vertiginosa pode ter origem nos

hábitos de saúde. A literatura aponta o sedentarismo como importante fator de risco para

o surgimento da tontura, pois na medida em que se movimenta menos, e permanece

grande parte do seu tempo acamado, o idoso desenvolve maior probabilidade de

apresentar tontura por inibição dos reflexos vestibulares, medo e/perda da

autoconfiança. Desta forma, idosos sedentários apresentam mais tonturas que aqueles

que fazem algum tipo de atividade física44

. No presente estudo, mais da metade dos

idosos pesquisados não praticava nenhum tipo de atividade física, e os que praticavam

alguma atividade, relataram a caminhada como modalidade. No entanto, não houve

correlação entre o sedentarismo e a presença de tontura na amostra estudada,

possivelmente devido à limitação de número de indivíduos.

A alteração vestibular pode interferir negativamente nas atividades diárias de

seus portadores46

. No tocante à qualidade de vida, estudos apontam que antes do

tratamento da VPPB por meio da MRO, os aspectos físicos são os mais afetados,

seguidos dos funcionais e emocionais, e que após a MRO há melhora significativa de

todos os aspectos do DHI45,46

. Este dado corrobora com os dados da presente pesquisa,

no qual pode ser observada a melhora do escore total e de todos os aspectos do DHI

após intervenção mediante realização das manobras de reposicionamento.

A avaliação da influência de estímulos dos sistemas visual, somatossensorial e

vestibular na manutenção do equilíbrio estático, permite a compreensão da ação

sensorial no controle postural. Esta avaliação é realizada por meio de estímulos

proporcionados ao indivíduo, envolvendo alterações na entrada visual e mudanças na

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superfície de sustentação. Indivíduos com VPPB podem apresentar baixas velocidades

de oscilação em superfície firme com olhos abertos e fechados, em relação aos

indivíduos saudáveis, já que podem utilizar as entradas visuais e proprioceptivas para se

manterem na postura ereta o maior tempo possível, compensando, dessa forma, a

disfunção vestibular47

. Neste estudo, as velocidades mais baixas de velocidade de

oscilação foram obtidas nas mesmas condições apontadas pelo estudo anterior (Tabela

5). Por outro lado, quando a entrada visual é retirada e há mudanças na entrada

proprioceptiva, pacientes com VPPB passam a depender fortemente do sistema

vestibular para manter o equilíbrio. A falta da acurácia da informação vestibular de um

lado pode causar a ineficiência da organização sensorial e uma resposta vestíbulo-

espinhal anormal. Quando a base de suporte é reduzida há um incremento no desafio

para estabilidade postural, assim os pacientes com VPPB apresentam um aumento na

velocidade de oscilação nessa condição47

. Ainda em relação ao teste de interação

sensorial, resultados semelhantes foram observados neste estudo, uma vez que nas

condições que combinavam alterações nas entradas proprioceptivas e privação da

entrada visual foram obtidas as maiores velocidades de oscilação. No entanto, nos testes

de apoio unipodal, os idosos desta pesquisa obtiveram velocidades de oscilação bem

acima dos valores demonstrados pelo estudo de Chang et al47

, possivelmente, pela

diferença de faixas etárias das amostras dos estudos, considerando assim a influência

intrínseca do processo de envelhecimento na amostra do presente estudo.

No teste de caminhada em tandem a velocidade é diminuída, pois há uma

redução na base de suporte e no final do tandem precisa ocorrer uma desaceleração do

COG para manter o corpo estabilizado. Ainda em relação ao estudo anterior, a avaliação

do equilíbrio dinâmico através do teste de caminhada em tandem, os indivíduos com

VPPB apresentaram menor velocidade de caminhada e uma maior oscilação final

quando comparados aos indivíduos saudáveis. A maior velocidade de oscilação final

observada nos pacientes com VPPB mostra a disfunção vestibular em detectar a

desaceleração linear47

. O presente estudo obteve valores mais baixos de velocidade e

mais elevados de oscilação final, possivelmente, pelo mesmo motivo do teste de apoio

unipodal, referente à faixa etária da amostra estudada.

A posturografia computadorizada permite ainda avaliar o controle postural

quando se lida com vários conflitos sensoriais, a inclinação ântero-posterior e nas

laterais sem alterar a base de apoio, dar um passo, ou utilizar a estratégia de quadril,

trata-se dos limites de estabilidade. Indivíduos idosos com disfunção vestibular podem

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apresentar redução dos LE e utilizar estratégias de tornozelo e quadril para manter o

controle postural, o que pode causar incapacidade funcional e aumento do risco de

quedas48,49

. Os estudos apontam que a MRO leva a um aumento dos limites de

estabilidade consideravelmente, reduzindo esses riscos48,49

. Neste estudo, houve uma

melhora significativa em dois aspectos do LE, na velocidade do movimento e na

máxima excursão dos limites de estabilidade após uma sessão de tratamento. Não há

como inferir se os valores dos LE estão abaixo ou acima da normalidade, por não haver

estudos com dados dos LE obtidos pelo Balance Master® em idosos com VPPB

comparando a indivíduos saudáveis da mesma faixa etária.

Em relação à avaliação funcional da mobilidade mensurada por meio do DGI,

percebeu-se que após uma semana de MRO os idosos participantes da pesquisa

obtiveram melhora significativa nos escores do DGI, mesmo assim a mediana do escore

após uma semana de tratamento demonstrou que os idosos do presente estudo ainda

continuavam apresentando um alto risco de quedas de acordo com os achados de

Shumway-Cook et al50

, os quais mostraram que escores de 19 ou mais no DGI indica

alto risco de quedas em idosos residentes na comunidade.

As principais limitações do estudo foram: a ausência de um grupo controle com

idosos saudáveis para a comparação dos resultados entre eles; o pequeno tamanho

amostral, não sendo possível estabelecer associações entre a quantidade de

medicamentos, número de doenças, os sintomas vertiginosos e os dados relacionados ao

equilíbrio, tendo nesse aspecto, um caráter descritivo. Sendo assim, são necessários

mais estudos que busquem relacionar os fatores que influenciam na VPPB como um

todo e a repercussão nas atividades desempenhadas pelo idoso no seu dia-a-dia. A

tontura é de causa multifatorial e sua identificação requer tratamento em todas as

esferas, sejam elas físicas, psíquicas, afetivas, por isso sugere-se ainda que mais

pesquisas busquem ver o idoso com VPPB como um todo, através de uma avaliação

multiprofissional.

CONCLUSÃO

Nossos resultados sugerem um efeito benéfico na sintomatologia da tontura e

nos aspectos funcionais de pacientes idosos acometidos de VPPB. Houve melhora em

parâmetros objetivos de avaliação do equilíbrio estático e dinâmico, os quais

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apresentaram evolução significativa em curto prazo após realização da manobra de

reposicionamento otolítico, bem como melhora significativa dos aspectos relacionados à

autopercepção da tontura e aspectos clínicos. Estes achados apontam que a manobra de

Epley modificada pode ser uma opção terapêutica importante para pacientes idosos com

VPPB pela efetividade observada, desde que haja uma atuação multiprofissional no

sentido de estabelecer um cuidado amplo do paciente idoso com queixas de tontura.

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TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 – Características Sociodemográficas, Sintomatologia e Aspectos relacionados

à Tontura dos Idosos da Pesquisa Acometidos com VPPB.

Variáveis Valores*

Idade (anos) 71 (64-78)

IMC (kg/m²) 26,1 (20,9-35,0)

Gênero

Feminino 11 (78,6%)

Masculino 3 (21,4%)

Grau de escolaridade

Analfabeto 2 (14,3)

Ensino fundamental 7 (50,0)

Ensino médio 4 (28,6)

Ensino superior 1 (7,1)

Estado civil

Com vida conjugal 4 (28,6)

Sem vida conjugal 10 (71,4)

Tempo de início da tontura (anos) 2,5 (0,5-20)

Idade de início da tontura (anos) 65 (54-75)

Lado da lesão

Direito 12 (85,7%)

Esquerdo 2 (14,3%)

Número de comorbidades

Total 4,5 (2-8)

Número de medicamentos

Total 4,5 (2-8)

Prática de atividade física

Não praticava 9 (64,3%)

3 dias da semana 1 (7,1%)

4 a 7 dias da semana 4 (28,6%)

Presença de nistagmo

Sim 10 (71,4%)

Não 4 (28,6%)

Lado dominante

Direito 13 (92,8)

Esquerdo 1 (7,1)

*Os valores representam a Mediana (amplitude) ou Frequência Absoluta (frequência relativa);

IMC: Índice de Massa Corpórea.

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30

Tabela 2 – Frequências Absoluta e Relativa das Doenças Associadas dos Idosos com

VPPB Classificadas de Acordo com o Código Internacional de Doenças (CID). (n) (%)

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Hipercolesterolemia 8 57,1

Diabetes mellitus 3 21,4

Nódulos na tireoide 1 7,1

Hipotireoidismo 1 7,1

Transtornos mentais e comportamentais

Depressão 4 28,6

Doenças do sistema nervoso

Apneia do sono 1 7,1

Doenças do olho e anexos

Glaucoma 1 7,1

Doenças do aparelho circulatório

Hipertensão arterial sistêmica 9 64,3

Insuficiência venosa crônica 1 7,1

Fibrilação atrial 1 7,1

Doenças do aparelho respiratório

Asma 3 21,4

Bronquite crônica 1 7,1

Sinusite crônica 1 7,1

Doenças do aparelho digestivo

Gastrite 4 28,6

Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo

Osteoartrose 13 92,8

Osteoporose 6 42,9

Osteopenia 1 7,1

Lúpus eritematoso sistêmico 1 7,1

Doenças do aparelho geniturinário

Doenças da próstata 2 14,3

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,

não classificados em outra parte

Pré-diabetes 2 14,3

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Tabela 1 – Distribuição das Frequências Absoluta e Relativa em Categorias do Número

de Medicamentos Utilizados pelos Idosos com VPPB.

Categorias Frequência absoluta

(n)

Frequência relativa

(%)

Número de

medicamentos

1 ou 2

medicamentos

1 7,1

3 ou 4

medicamentos

6 42,9

5 ou mais

medicamentos

7 50,0

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Tabela 4 – Comparação das Medianas Antes e Após Manobra de Epley modificada em

Relação aos Sintomas (EVA) e Qualidade de Vida (DHI)

Antes Após p*

EVA 8 (5-10) 3,5 (0-7) 0,001

DHI físico 18 (10-26) 6 (0-26) 0,002

DHI funcional 10 (0-24) 3 (0-16) 0,002

DHI emocional 8 (0-30) 4 (0-28) 0,025

DHI escore total 39 (22-84) 15 (0-72) 0,001 Os valores representam a Mediana (amplitude);

*p < 0,05 teste de Wilcoxon (não-paramétrico); EVA:

Escala Visual Analógica; DHI: Dizzness Handicap Inventory.

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Tabela 5 – Desempenho do Equilíbrio Postural Estático e Dinâmico dos Idosos com

VPPB na Avaliação Inicial e Após a Manobra de Epley Modificada.

Avaliação inicial 1 semana p

Equilíbrio estático

mCTSIB (graus/s)

Firme OA 0,4 (0,1-0,9) 0,4 (0,1-1,3) 0,530

Firme OF 0,5 (0,2-1,3) 0,4 (0,1-1,7) 0,503

Instável OA 1,1 (0,6-2,4) 0,7 (0,4-1,9) 0,004*

Instável OF 2,3 (1-6) 1,7 (0,6-6) 0,028*

Composição 1,1 (0,6-4,5) 0,8 (0,5-2) 0,011*

Tempo (AU) (s)

Olhos abertos 4 (0,2-10) 8 (0-10) 0,182

Olhos fechados 2,2 (0-7) 1,5 (0-9,9) 0,727

Oscilação (AU) (graus/s)

Olhos abertos 12 (1-12) 5,1 (1,1-12) 0,441

Olhos fechados 12 (8,5-12) 12 (5,5-12) 0,276

Equilíbrio dinâmico

LOS

MVL (graus/s) 1,9 (0-5) 2,6 (0,8-4,7) 0,013*

EPE (%) 44,5 (0-80) 45,5 (30-82) 0,107

MXE (%) 64 (0-97) 71 (36-95) 0,047*

DCL (%) 51 (0-81) 59 (0-78) 0,092

Tandem walk

Speed (cm/s) 16,3 (9-26,8) 18,6 (10,7-30,4) 0,683

End Sway (graus/s)

7,75 (4,8-13,1) 6,2 (4,8-14,7) 0,177

DGI 16 (8-22) 19 (11-23) 0,004*

Os valores representam a Mediana (amplitude); *p < 0,05 teste de Wilcoxon (teste não-paramétrico);

DGI: Dynamic Gait Index; mCTSB: modified Clinical Test of Sensory Integration on Balance; AU:

apoio unipodal; LE: Limites de Estabilidade; MVL: Movement Velocity; EPE: Endpoint Excursion;

MXE: Maximum Excursion; DCL: Directional Control.

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Gráfico 1- Distribuição dos medicamentos com ação no sintoma da vertigem utilizados

pelos idosos com VPPB.

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Gráfico 2 - Distribuição dos Medicamentos Utilizados Pelos Idosos com VPPB da Pesquisa classificados de acordo com o ATC.

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6. ANEXOS

6.1. ANEXO A – Versão brasileira do Dizzness Handicap Inventory (DHI)

Por: CASTRO, A. S. O. de; GAZZOLA, J. M.; NATOUR, J.; GANANÇA, F. F. Versão

brasileira do Dizziness Handicap Inventory. Pró-Fono Revista de Atualização

Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 1, p.97-104, jan.-abr. 2007.

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6.2. ANEXO B – Versão brasileira do Dynamic Gait Index (DGI)

1. Marcha em superfície plana

Instruções: ande em sua velocidade normal daqui até a próxima marca (6m).

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: caminha os 6 m sem acessórios, boa velocidade, sem evidência de desequilíbrio,

padrão normal ao andar.

(2) Comprometimento brando: caminha os 6 m, usa acessórios, velocidade mais lenta, desvios

brandos no andar.

(1) Comprometimento moderado: caminha os 6 m, velocidade lenta, padrão anormal do andar,

evidência de desequilíbrio.

(0) Comprometimento severo: não consegue os 6 m sem ajuda, desvio severo no andar ou

desequilíbrio.

2. Mudança de velocidade da marcha

Instruções: comece a andar na sua velocidade normal (durante 1,5 m), e quando eu disser

“agora”, ande o mais rápido que puder por mais 1,5 m. Quando eu disser “devagar”, ande o

mais lentamente que conseguir (1,5 m).

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: capaz de mudar a velocidade do andar de uma forma uniforme, sem perda de

equilíbrio ou desvio do andar. Mostra uma diferença significativa nas velocidades entre o

normal, o rápido e o lento.

(2) Comprometimento brando: consegue mudar a velocidade, mas demonstra desvios brandos

do andar, ou não há desvios, mas é incapaz de conseguir uma mudança significativa na

velocidade ou utiliza um acessório.

(1) Comprometimento moderado: faz ajustes mínimos na velocidade do andar, ou apresenta

mudança na velocidade com desvios significativos do andar, ou muda de velocidade, mas

perde desvios significativos do andar, ou então perde o equilíbrio quando muda a velocidade,

mas é capaz de se recuperar e continuar caminhando.

(0) Comprometimento severo: não consegue mudar a velocidade ou perde o equilíbrio e

procura apoio na parede ou tem de ser ajudado.

3. Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça

Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “olhe para a direita”, continue

andando reto, mas vire a cabeça para direita. Continue olhando para o lado direito até que eu

diga “olhe para a esquerda”, então continue andando reto e vire a cabeça para a esquerda.

Mantenha a cabeça nessa posição até que eu diga “olhe para a frente”, então continue

andando reto, mas volte a sua cabeça para a posição central.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança no andar.

(2) Comprometimento brando: executa rotações uniformes da cabeça, com uma ligeira

mudança na velocidade do andar (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme do andar ou

usa um acessório para andar).

(1) Comprometimento moderado: executa rotações uniformes da cabeça, com uma moderada

mudança na velocidade do andar, começa a andar mais lentamente, cambaleia, mas se

recupera, consegue continuar andando.

(0) Comprometimento severo: executa as tarefas com interrupções severas do andar (isto é,

cambaleia 15° fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede).

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4. Marcha com movimentos verticais (rotação) da cabeça

Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “olhe para cima”, continue

andando reto, mas incline a cabeça para cima. Continue olhando para cima até que eu diga

“olhe para baixo”, então continue andando reto e incline a cabeça para baixo. Mantenha a

cabeça nessa posição até que eu diga “olhe para a frente”, então continue andando reto, mas

volte a sua cabeça para a posição central.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: executa rotações uniformes da cabeça, sem nenhuma mudança no andar.

(2) Comprometimento brando: executa as tarefas com uma ligeira mudança na velocidade do

andar (isto é, interrupção mínima no trajeto uniforme do andar ou usa um acessório para

andar).

(1) Comprometimento moderado: executa as tarefas com uma moderada mudança na

velocidade do andar, começa a andar mais lentamente, cambaleia, mas se recupera, consegue

continuar andando.

(0) Comprometimento severo: executa as tarefas com interrupções severas do andar (isto é,

cambaleia 15° fora do trajeto, perde o equilíbrio, pára, tenta segurar-se na parede).

5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô)

Instruções: comece a andar no ritmo normal. Quando eu disser “vire-se e pare”, vire o mais

rápido que puder para a direção oposta e pare.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: consegue virar com segurança dentro de 3 segundos e pára rapidamente, sem

perda do equilíbrio.

(2) Comprometimento brando: consegue virar a cabeça com segurança em mais de 3

segundos e pára sem nenhuma perda de equilíbrio.

(1) Comprometimento moderado: virar lentamente, precisa de informações verbais e dá vários

passos curtos para recuperar o equilíbrio após virar ou parar.

(0) Comprometimento severo: não consegue girar com segurança, precisa de ajuda para virar e

parar.

6. Passar por cima de obstáculo

Instruções: comece a andar em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de sapatos,

passe por cima dela (e não ande ao redor dela) e continue andando.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: capaz de passar por cima da caixa sem mudar a velocidade do andar, não há

evidência de desequilíbrio.

(2) Comprometimento brando: capaz de passar por cima da caixa, mas precisa reduzir a

velocidade e ajustar os passos para ter mais segurança.

(1) Comprometimento moderado: é capaz de passar por cima da caixa, mas precisa para e

depois recomeçar. Pode precisar de dicas verbais.

(0) Comprometimento severo: não consegue executar sem ajuda.

7. Contornar obstáculos

Instruções: comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro cone (cerca

de 1,80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao segundo (1,80 m após

o primeiro), contorne-o pela esquerda.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: é capaz de andar ao redor dos cones com segurança, sem mudar a velocidade do

andar, não há evidência de desequilíbrio.

(2) Comprometimento brando: é capaz de andar ao redor de ambos os cones, mas precisa

reduzir a velocidade do andar e ajustar os passos para passar por eles.

(1) Comprometimento moderado: é capaz de passar pelos cones, mas precisa reduzir

significativamente a velocidade do andar para realizar a tarefa ou precisa de dicas verbais.

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(0) Comprometimento severo: incapaz de passar pelos cones, tropeça neles e precisa de ajuda

física.

8. Subir e descer degraus

Instruções: suba essas escadas de maneira que você faz em casa (isto é, usando o corrimão

se necessário). Quando chegar ao topo, vire e desça.

Pontuação: marque a alternativa que se aplica ao resultado:

(3) Normal: alternando os pés, sem usar o corrimão.

(2) Comprometimento brando: alternando os pés, mas precisa usar o corrimão.

(1) Comprometimento moderado: coloca os dois pés no degrau, mas precisa usar o corrimão.

(0) Comprometimento severo: não consegue executar de uma forma segura.

Resultado DGI: ______________

Por: CASTRO, S. M. de; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Versão brasileira do

Dynamic Gait Index. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 72, n. 6, p.817-825,

nov.-dez. 2006.

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6.3. ANEXO C - Manobra diagnóstica de Dix-Hallpike para VPPB.

PEREIRA C.B., SCAFF M. Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Arq

Neuropsiquiatr. [Revisão], 59:466-70, 2001.

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6.4. ANEXO D - Esquematização da Manobra de Epley.

PEREIRA C.B., SCAFF M. Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Arq

Neuropsiquiatr. [Revisão], 59:466-70, 2001.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – TCLE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TÍTULO DA PESQUISA: SINTOMATOLOGIA VERTIGINOSA E MEDIDAS

OBJETIVAS DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM VPPB

SUBMETIDOS À MANOBRA DE EPLEY.

Investigadores:

Mestranda: Camila Nicácio da Silva.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra.

NOME DO PARTICIPANTE:

______________________________________________________________________

Este é um convite para você participar da pesquisa: SINTOMATOLOGIA

VERTIGINOSA E MEDIDAS OBJETIVAS DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM

IDOSOS COM VPPB SUBMETIDOS À MANOBRA DE EPLEY, coordenada pelo

prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra.

Sua participação é voluntária, o que significa que você pode desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou

penalidade.

Este termo de consentimento livre e esclarecido poderá conter palavras que você

não entenda. Peça a uma pessoa da equipe de estudo para explicar qualquer palavra ou

informação que você não tenha entendido claramente.

OBJETIVO DO ESTUDO

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que objetiva

caracterizar os sintomas da tontura e os dados da avaliação do equilíbrio em idosos

portadores da VPPB em função da realização da Manobra de Epley modificada ou

Manobra de Reposição Otolítica (MRO) em curto prazo.

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DESENHO DO ESTUDO

Serão convidados a participar dessa pesquisa idosos com 65 anos ou mais de

ambos os sexos e diagnóstico clínico de Vertigem Postural Paroxística Benigna

(VPPB).

PROCEDIMENTOS

Se você concordar em participar do estudo será submetido aos seguintes

procedimentos:

Avaliação detalhada do seu equilíbrio com um aparelho computadorizado

(Balance Master da NeuroCom International, Inc) no laboratório de Fisioterapia

Geriátrica e Epidemiologia clínica do Departamento de Fisioterapia da UFRN. Nesse

aparelho você realizará algumas tarefas. Primeiramente, ficará em pé com os olhos

abertos e fechados e depois na mesma posição em cima de uma espuma. Depois será

solicitado que você fique em pé com uma perna só com olhos abertos e fechados. Nos

outros testes, você ficará de frente a um monitor onde vai tentar observar e acompanhar

o movimento em cada alvo iluminado no monitor e retornar para o alvo. Caminhará

com um pé à frente do outro quando solicitado.

Ao término dessas avaliações iniciais você realizará manobras de reposição

otolítica no seu labirinto por profissionais treinados e capacitados. Você ficará deitado

na maca com a cabeça totalmente apoiada. Será explicado e solicitado que você faça

movimentos com o seu corpo enquanto o profissional vai ajudá-lo a mudar a posição da

sua cabeça.

Uma semana após a realização desse procedimento você retornará ao

Departamento de Fisioterapia da UFRN para realizar uma nova avaliação do equilíbrio

postural.

CUSTOS

Todos os serviços profissionais exigidos como parte deste estudo serão gratuitos.

CONFIDENCIALIDADE

Sua identidade será preservada em todas as situações que envolvam discussão,

apresentação e/ou publicação dos resultados da pesquisa. Somente suas iniciais

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identificarão as informações coletadas sobre você. Os registros que identificam você e

este termo de consentimento poderão ser inspecionados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e

Pós-Graduação da UFRN, além do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Onofre Lopes. Não haverá qualquer forma de gratificação pela

participação no experimento e os resultados obtidos a partir dele serão propriedade

exclusiva dos pesquisadores, podendo ser divulgados de quaisquer formas (escrita e

oral), a critério dos mesmos.

RISCOS E BENEFÍCIOS

A participação nessa pesquisa oferece riscos mínimos a sua saúde, já que as

avaliações e procedimentos serão realizados de forma segura e por pessoas capacitadas.

Você poderá sentir tontura ou vertigem durante os procedimentos, mas que

alivia rapidamente.

Durante a execução da bateria de testes da avaliação do equilíbrio você poderá

sentir cansaço (fadiga), além de poder haver algum risco de cair. Mas para minimizar

esses efeitos as avaliações serão realizadas com intervalo de descanso e respeitando-se a

sua tolerância.

Dentre os benefícios desta pesquisa você vai ser submetido a uma avaliação

médica criteriosa, além de uma ampla avaliação do seu equilíbrio efetuada em

laboratório. Esse tipo de avaliação existe em poucos locais no Brasil. Além disso, você

receberá o tratamento mais bem indicado na literatura que são as manobras de reposição

otolítica.

RESSARCIMENTO

Se você tiver alguma despesa comprovada devido à participação nessa pesquisa,

o(a) senhor(a) será ressarcido, caso solicite.

INDENIZAÇÃO

Caso haja algum dano, decorrente dessa pesquisa, que seja devidamente

comprovado, o(a) senhor(a) será indenizado.

QUEM CONTACTAR EM CASO DE DÚVIDA

Se você tiver alguma dúvida sobre este estudo ou algum problema relacionado à

pesquisa, deverá entrar em contato com a investigadora do estudo: Camila Nicácio da

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Silva, Av. Senador Salgado Filho, n 3000, Campus Universitário, CEP: 59078-

970,Natal/RN, 3342-2002, [email protected].

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê

de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes no endereço Av. Nilo

Peçanha nº 620, Petrópolis, CEP: 59012-300, Natal/RN, telefone:3342-5003.

*Não assine nem date este formulário a menos que você tenha tido a oportunidade de

esclarecer suas dúvidas e tenha recebido respostas satisfatórias a todas as suas

perguntas.

CONSENTIMENTO INFORMADO

Li e entendi as informações acima. Perguntei e discuti os detalhes do estudo com

uma pessoa da equipe de pesquisa. Concordo em participar deste estudo baseado nas

informações fornecidas. Entendo que receberei uma cópia assinada e datada deste termo

de consentimento.

Participante da pesquisa: Nome:______________________________________________________

Data:____/____/____

____________________________________________________________

Assinatura

Pesquisador que aplicou o termo:

____________________________________________________________

Assinatura

Pesquisador responsável:

Nome: Camila Nicácio da Silva

Endereço: Centro de Ciências da Saúde – Departamento de Fisioterapia

Av. Senador Salgado Filho, 300, Campus Universitário, CEP: 59078-970, Natal-RN, 2ª

andar.

Telefone: 3342-2002.

E-mail: [email protected]

Assinatura

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes:

Av. Nilo Peçanha, nº 620, Petrópolis, CEP: 59012-300, Natal-RN, telefone: 3342-5003.

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APÊNDICE B – Formulário de Avaliação

II. DADOS OTONEUROLÓGICOS

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:

QUEIXA PRINCIPAL:

A TONTURA É?

Rotatória ( )

( ) objetos giram

( ) sente que gira

( ) não se aplica

Flutuante ( )

Espontânea ( )

Induzida pelo movimento (sentado, caminhando, deitado) ( )

Induzida por alterações na posição da cabeça ( )

Induzida por alterações na posição do corpo ( )

QUAL A DURAÇÃO DAS CRISES? Segundos ( )

1 – 2 minutos ( )

1 – 2 horas ( )

>12 horas ( )

I. IDENTIFICAÇÃO

ENTREVISTADOR: DATA DA AVALIAÇÃO: 2013/2014/2015

AVALIAÇÃO Nº

NOME COMPLETO:

ID DO PARTICIPANTE: TELEFONE:

ENDEREÇO COMPLETO:

IDADE: DATA DE NASC.:

SEXO: SEGUIMENTO

OCUPAÇÃO:

COR: ESCOLARIDADE:

QUAL SEU ESTADO CIVIL? Com vida conjugal ( )

Sem vida conjugal ( )

QUAL O MAIOR NÍVEL DE

ESCOLARIDADE VOCÊ TEM?

Analfabeto ( )

Ensino fundamental ( )

Ensino médio ( )

Ensino Superior ( )

Sem resposta ( )

INTERCORRÊNCIAS

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Dias ( )

Contínua ( )

Ausente ( )

FREQUÊNCIA DA TONTURA

Diariamente ( )

Semanalmente ( )

Mensalmente ( )

Quinzenalmente ( )

Sem tontura ( )

HÁ QUANTO TEMPO SENTE TONTURA?

QUAL O LADO DA MANOBRA?

Direito ( )

Esquerdo ( )

Nenhum ( )

PRESENÇA DE NISTAGMO? Sim ( )

Não ( )

REALIZOU MANOBRA DE EPLEY?

Não realizou manobra ( )

Realizou uma manobra ( )

Realizou duas manobras ( )

Realizou três manobras ( )

Escala Visual Analógica da Tontura (EVA) – “Agora você irá dar uma nota para a sua tontura

de 0 a 10, sendo 0 (ZERO) sem tontura e 10 (dez) a pior tontura imaginável”

0___________________________________________________________________10

Ausência de tontura Pior tontura imaginável

III - DADOS CLÍNICO-FUNCIONAIS

SENTE UMA SENSAÇÃO DE PERDA DE

EQUILÍBRIO?

Sim ( )

Não ( )

PERDE O EQUILÍBRIO NA POSIÇÃO:

Deitada ( )

De pé ( )

Sentada ( )

Caminhando ( )

JÁ CAIU NO CHÃO OU COSTUMA CAIR? Sim ( )

Não ( )

FREQUÊNCIA DE QUEDAS NO ÚLTIMO MÊS:

1 - uma ( )

2 – duas ( )

3 – três ( )

Acima de 3 quedas ( )

Não se aplica ( )

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FREQUÊNCIA DE QUEDAS NOS ÚLTIMOS 6 MESES:

1 - uma ( )

2 – duas ( )

3 – três ( )

Acima de 3 quedas ( )

Não se aplica ( )

DESVIA PARA OS LADOS QUANDO ESTÁ

CAMINHANDO?

Sim ( )

Não ( )

PARA QUAL LADO?

Direito ( )

Esquerdo ( )

Ambos os lados ( )

Não sabe ( )

Não se aplica ( )

DOENÇAS ASSOCIADAS

MEDICAMENTOS EM USO:

INDEPENDENTE PARA REALIZAR AVDS: Sim ( )

Não ( )

REALIZA EXERCÍCIO FÍSICO? Sim ( )

Não ( )

QUANTAS VEZES NA SEMANA FAZ EXERCÍCIO

FÍSICO ?

1 ( )

2 ( )

3 ( )

4 ( )

5 ( )

6 ( )

7 ( )

Não se aplica ( )

USA DISPOSITIVOS AUXILIARES PARA MARCHA? Sim ( )

Não ( )

QUAL DISPOSITIVO?

Bengala ( )

Andador ( )

Muleta ( )

Não se aplica ( )

Caminhada dos 6 metros – “Você irá caminhar de forma confortável, sem modificar o seu passo habitual”

1ª tentativa

2ª tentativa

3ª tentativa