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Johns Bright Caminho de Luz 1

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Johns Bright

Caminho de Luz 1

Johns Bright

Longe da cidade grande entre as montanhas há um lindo vale e uma pequena vila chamada Felicity. Composta por pequenas casas de madeira e outras de barro batido.

Há também algumas que superam o padrão do local, nestas casas habitam prósperos fazendeiros, que alem de ricos são um tanto quanto arrogantes e fazem questão de mostrar os bens que possuem, humilhando os pobres trabalhadores.

Entre os moradores destaca-se Johns Bright um dos primeiros fundadores da vila, muito respeitado e admirado por todos devido a sua simplicidade e honestidade, e mesmo sem recursos esta sempre disposto a ajudar os necessitados.

O que causa uma certa inquietude nos ricos da cidade, que pouco fazem em beneficio da comunidade.

Johns, um senhor vivido, experiente, com pouco mais de sessenta anos já passara por muitas humilhações e dificuldades.

Sua esposa Sahra muito paciente e alegre cuidou de seus dois filhos, Herberth, Dalberth. Hoje já crescidos conversam sobre os problemas da pequena vila.

Johns comenta estar cansado das perseguições e não compreende porque a simplicidade e a humildade incomodam os ricos fazendeiros.

Junto com a esposa e os filhos, recordam os tempos em que havia poucos moradores, onde tudo que se tinha era compartilhado e o excedente doado aos mais necessitados, bons tempos dizia Johns.

Caminho de Luz 2

Johns Bright

Naquela mesma noite Johns Bright teve um lindo sonho, onde ele se encontrara em um lugar chamado Paraíso.

Ao acordar, reuniu-se com sua família a mesa, fez uma prece e juntos tomaram o café, acompanhado de um delicioso pão caseiro que Sahra preparara. E como sempre faziam, saíram para saudar, dar bom dia aos demais moradores e ver se precisavam de alguma coisa.

Ao caminhar pelas ruas da vila, Johns começa a relembrar seu sonho, para cada canto que ele olha, relembra um momento, isto o deixa ainda mais feliz, mas não sabe o porque.

O dia decorre como de costume, ajuda os amigos, conversa com os moradores e logo a tardinha retorna para casa, levando consigo alguns frutos que ganhara.

Com sua família reunida Johns comenta o seu dia, seu sonho e o quanto ficou feliz em certos momentos que revivera o sonho. Sua esposa Sahra, sorrindo lhe diz:

Assim era a nossa vila antes de crescer e chegarem os ricos fazendeiros. Todos sorriem e preparam-se para o jantar.

Entre os ricos fazendeiros, há um jovem senhor de trinta anos, muito temido pela sua ignorância, arrogância e força bruta, seu nome: Amadeus.

Este senhor subestima os moradores, achando-se superior em todos os sentidos, pois esta sempre bem informado e sua posição na pequena Felicity é muito prestigiada entre os fazendeiros que lhe devem inúmeros favores.

Caminho de Luz 3

Johns Bright

Os dias passam tranquilos na pequena Felicity, e Johns conversando com seus familiares e alguns moradores, diz que vai encontrar o Paraíso, o que lhe tinha sido mostrado em seus sonhos.

Rapidamente a noticia se espalha pela pequena Felicity, e por todos cantos comentam sobre o assunto.

Nossa! Comentam admirados, Johns vai atrás de um sonho, Já não esta velho demais para isto?

Então no dia seguinte pela manhã, Johns Bright conversa mais uma vez com seus filhos e sua esposa, dizendo que precisa ir. Eles não compreendiam o que se passava com Johns, porem aceitaram e respeitaram sua decisão.

Johns despedindo-se de sua família, entrega a Sahra uma carta que escrevera durante a noite. Em seguida sai em caminhada, levando consigo um pequeno alforje, dentro dele havia duas frutas, um pedaço de pão, e atada a sua cintura uma pequena moringa com água.

Os moradores da pequena Felicity o viam partindo, e despedindo-se, desejavam-lhe boa sorte, também diziam: Volte logo Johns!

Assim que Johns desapareceu na pequena estradinha, foram todos se reunir em frente a casa de Sahra, para saber o que estava acontecendo com Johns, e o porque estava deixando a pequena vila.

Sahra e seus filhos Herberth, Dalberth, foram conversar com os amigos, moradores de Felicity.

Caminho de Luz 4

Johns Bright

Explicaram-lhes que Johns havia tido um sonho, que deveria ir em busca do Paraíso, e que para isto teria de deixar a vila e sua família.No dia seguinte pela manhã, toda Felicity comentava o fato de Johns ter ido em busca do Paraíso, que nem ele sabia onde ficava.

Esta conversa chega aos ouvidos de Amadeus, que astuto, ficou intrigado e muito interessado neste tal lugar chamado Paraíso, assim como todos os ricos da região, que questionavam entre si o fato.

Então Amadeus tomou uma rápida decisão, vou descobrir o que se passa com Johns. Com certeza o Paraíso que ele busca deve ser muito valioso, para deixar a família e todos seus amigos, e alias ele não esta tão distante, apenas um dia de caminhada a minha frente.

Amadeus então prepara-se para ir atrás de Johns Bright. Reúnem-se os ricos fazendeiros e cada um dá uma orientação de como encontrá-lo no caminho. Um dos melhores amigos de Amadeus, Repher lhe trás um alforge cheio de frutas, pão, vinho, queijo e uma pequena faca.

Amadeus, bem vestido, pés calçados e com uma boa alimentação no alforge, riu da situação dizendo.: Irei encontrá-lo antes de tomar o ultimo gole deste vinho.Assim, arrogante e confiante despediu-se dos amigos e saiu em uma caminhada que não era sua.

No caminho, Amadeus dizia para si mesmo, Irei encontrá-lo rapidamente, pois sou jovem, tenho muita disposição e força, posso caminhar mesmo durante a noite e se este Paraíso é assim tão importante, poderei ficar ainda mais rico.

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Johns Bright

Não descansarei até vê-lo no horizonte, assim poderei ir seguindo o seu ritmo, e quando ele parar para descansar eu também pararei, mantendo uma boa distancia para não ser notado.

Após dois dias de caminhada, ao longe na estrada, via-se uma pequena sombra, era Johns Bright com seus passos lentos e intermináveis.

Amadeus ficou muito feliz ao ver Johns Bright ao longe, e novamente seu Ego o acariciava dizendo para si mesmo,

Sou muito mais jovem, em algumas horas estarei bem perto, mas Amadeus arrogante como sempre, subestimava a Johns e nunca havia pensado no porque ele decidira ir em busca do Paraíso.

A caminhada de Johns Bright tinha um único sentido, que nem ele mesmo sabia, mas que mais tarde descobriria, pois o verdadeiro motivo estava dentro de seu coração.

Assim, Johns continuara sua caminhada, e experiente sabia que, olhar para trás era o mesmo que desistir, pois ficaria pensando no quanto já havia caminhado, e em quanto tempo precisaria para retornar.

Exausto, parou para descansar, retirou de seu alforje um pequeno pedaço de pão, e dirigindo-o a boca fez uma breve oração, tomou um pequeno gole de água, e deitou-se na grama macia, assim o dia de Johns Bright estava por terminar.

Apressadamente caminhava Amadeus que não mais via Johns, pois ele estava deitado na grama descansando, intrigado não parava de se questionar, para onde foi o velho que estava sob meus olhares?

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Johns Bright

Apressou ainda mais os passos, nem sequer se alimentou, e ao chegar a uma parte alta da estrada viu Johns Bright dormindo na grama, novamente sorriu e disse a si mesmo, Agora ele não mais me foge da vista, sentou-se e deliciou-se com os alimentos que trazia no alforje, tomara um pouco de vinho e resolveu descansar também.

Amanheceu, Amadeus já estava desperto esperando Johns Bright começar a caminhar.

Um lindo dia e a brisa soprando levemente acordou Johns Bright, que novamente sonhara com o Paraíso, levantando-se começara sua caminhada, tirou de dentro do alforje, seu ultimo pedaço de pão. Já estava sem água, e a partir de agora ficaria sem o pão, mas Johns nem sequer deu conta disto e continuou a sua jornada.

Durante o caminho Johns Bright recolhe um pouco de água que escorre entre as pedras, tinha ele vontade de tomar um banho, mas a água era tão pouca que descia aos fios, mesmo assim não desanimou. Caminhou, caminhou muito neste dia e mal sabia que Amadeus o estava seguindo.

Ao longe Amadeus pensava, este Paraíso realmente é muito importante, pois até agora não o vi fraquejar, e seus passos continuam sempre no mesmo ritmo, não posso perdê-lo de vista por nada, pois já estamos a cinco dias caminhando, e estou quase sem alimentos.

Amadeus não estava muito distante de Johns Bright, podia até mesmo ouvir as pisadas nos gravetos secos, e como Johns não olhava para trás, Amadeus sentia-se seguro em se aproximar pelos arbustos a beira da pequena estrada.

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Johns Bright

Anoitece e ambos param para descansar, Johns Bright caminhara estes cinco dias sem sequer saber para onde ir, mas seus passos não eram errantes, algo em seu interior o motivava a continuar.

Mais um lindo amanhecer, Johns acorda e sem ter mais alimentos começa sua caminhada pensando na possibilidade de encontrar alguma arvore frutífera pelo caminho.

Eu via Johns ao longe, incrível, sempre disposto e com o rosto brilhante, havia nele um certo sorriso que me deixava inquieto, e sua disposição para caminhar, apesar da idade avançada deixava-me ainda mais intrigado.

Eu ainda tinha um pouco de alimento, que bem racionado poderia dar para uns três dias, eu sabia também que Johns já estava a dois dias caminhando sem nada comer, e que talvez já estivesse sem água também.

O dia estava perfeito, nem quente nem frio o que favorecia a longa jornada de Johns, que não desistia e seguia sempre em frente. Neste dia Johns sentiu fome, sede, olhou a sua volta e não encontrara nada que pudesse servir de alimento.

Não mais havia estrada, apenas largas trilhas que perdiam-se floresta adentro.

Johns viu ao longe uma linda arvore a sua esquerda, imaginou que ali poderia ter algum fruto e dirigiu-se a ela, e quanto mais andava, mais ela se distanciava, devido ao cansaço e a fome.

Amadeus observava de longe e o viu diminuindo o ritmo, quase que parando ele chegou a grande arvore.

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Johns Bright

Johns olhou cada cantinho da arvore a procura de algum fruto, viu no alto do galho, um pequeno fruto de cor escura, ali ele subiu e estirando sua mão em direção ao fruto, um lindo pássaro colorido pousa no galho, e fica observando Johns tentando pegar o fruto.,

Johns fica tão admirado com a beleza do pássaro, que para por alguns instantes para observar. Aqueles minutos pareceram horas para Johns, pois nunca havia visto tanta beleza em uma ave.

Johns pega o pequeno fruto, o único na arvore, olha para o pássaro e a ele estende a mão, levando o fruto ao seu bico, por sua vez a bela ave pega o fruto e alça voo, Johns desce da arvore encantado, esquecera até que precisava do fruto, então Johns deitou-se próximo ao tronco a sombra e ali ficou.

Aproveitei para descansar e comer uma pequena porção do que ainda tinha, eu sorria por ter alimentos e Johns não. Então eu logo pensei, se Johns esta sem alimentos e continua caminhando é porque o tal lugar chamado Paraíso esta perto, com a experiência que tem, não teria feito esta jornada sem um bom alforje.

Nisto Amadeus tinha toda razão, o caminho para o Paraíso logo iria se revelar.

Os dias passam rápido no campo e as noites parecem mais longas, talvez por parar para admirar as estrelas e as imaginar brilhando pertinho sejam a razão, e a grande escuridão da noite faz das estrelas um lindo véu cobrindo todo céu.

Johns dormiu maravilhado com a beleza e as cores da ave, que pareciam revelar a ele algo incomum.

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Johns Bright

Ao amanhecer, Johns nem percebe a fome, a sede, levanta disposto e olha para a longa trilha, mas algo estranho acontecera durante a noite. A trilha que era única, divide-se agora em dois caminhos, e Johns pensativo fica sem saber qual caminho seguir.

Neste instante uma nuvem escura encobre o céu, escondendo o sol, então Johns fica parado, como se a espera de um sinal.

Repentinamente um raio de sol vaza por entre as nuvens, iluminando uma das trilhas, e a pequena plaqueta de madeira bem desgastada indicando a direção que Johns deveria seguir “Paraíso”, este era o sinal.

Sempre por perto, Amadeus mesmo com sua arrogância ficou maravilhado com o que vira. O dia se fez noite com tantas nuvens escuras no céu, e por entre elas os raios de sol iluminavam apenas uma trilha.

Amadeus rapidamente aproximou-se ainda mais de Johns, e disse a si mesmo: “A trilha que ele seguir, eu seguirei”.

Johns então seguiu por aquela trilha iluminada, e percebeu que as arvores naquela trilha tinham aspectos diferentes, as folhas mais vivas e brilhantes, e mais uma vez ele pensou nos frutos que por ali poderia encontrar. Caminhou feliz o dia inteiro, sentia-se disposto e revigorado, mas não entendia o porque, pois estava sem comer e sem beber água.

Amadeus olhava a tudo, e maravilhado imaginava os tesouros que por ali deveriam ter, porem sentiu-se intrigado com Johns que não parava de caminhar, mesmo sem se alimentar.

Amadeus já sentia uma certa fraqueza, mesmo comendo uma pequena porção.

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Johns Bright

O que nenhum dos dois percebia, era que, a cada passo dado nesta trilha iluminada, ela ia se fechando por traz deles, fechando-os em uma densa floresta.

Mais uma vez o dia se fez longo, Johns carregava um semblante lindo, claro, parecia iluminado. Amadeus com toda sua arrogância continuava sem entender e preocupava-se somente em chegar ao Paraíso objetivando encontrar algum tipo de tesouro.

Cada noite que Johns dormia a beira da trilha, parecia ainda mais reconfortante e revigorante, sentia-se leve e feliz. A brisa noturna e o orvalho da madrugada pareciam lhe saudar, “Seja bem vindo Johns”. Johns notara que adormecia na grama, e acordava entre flores e com pássaros a cantar.

Já para Amadeus as noites eram intermináveis e pareciam tirar parte de sua energia, ele também notara algo diferente, pois deitava a noite na grama, e ao levantar-se pela manhã, a grama a sua volta estava sempre seca, mas Amadeus estava disposto a ir até o fim e não se preocupara com isto.

As manhãs nesta trilha são sempre diferentes, parece que durante a noite tudo se transforma, e Johns vê nitidamente toda esta transformação, caminhando e admirando a beleza da natureza, Johns vê a sua frente uma pequena arvore com um fruto vermelho, lembrando uma maçã, ao lado desta pequena arvore, um cervo bem dócil.,

Johns então aproxima-se para colher o fruto, e mais uma vez é surpreendido pela beleza do cervo. Colhe então o fruto, e o oferece ao cervo, tão logo o cervo come o fruto, sai a frente de Johns andando bem devagar, como se quisera mostrar a ele o caminho.

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Johns Bright

O cervo sai da trilha por alguns metros, e ali por detrás dos arbustos, Johns vê outras pequenas arvores carregadas de frutos.

Enquanto Johns os colhia, Amadeus aproximava-se da mesma arvore na trilha, ali estava um único fruto e o cervo. Amadeus parou, pegou o fruto, e admirando-o, comeu. Que sabor maravilhoso, que textura, esta cor me lembra o vinho.Enquanto deliciava-se com o fruto, o cervo o olhou e por entre as folhagens desapareceu.

Mas Amadeus que estava sempre observando a Johns viu quando ele saia dos arbustos comendo um fruto, e tão logo Johns distanciou-se, Amadeus entrou na mesma trilha, e viu as pequenas arvores carregadas, colhera muitos frutos, tantos quantos podia carregar. Seu alforje e seus bolsos estavam cheios, e levava mais alguns nas mãos, comendo-os pelo caminho.

E mais uma vez Amadeus subestimou Johns, coitado não tem forças para carregar os frutos, nem sequer encheu seu alforje.

Como pretende continuar esta caminhada com tão pouco alimento? Pensou também, com certeza ele sabe para onde vai, e este Paraíso já deve estar bem perto.

Mas Johns não estava preocupado com os frutos, ou com os alimentos que lhe poderiam faltar, pois a cada dia, sentia-se renovado, parecia mais jovem e com mais forças, por isto levara em seu alforje apenas duas frutas.

A noite se faz presente e Johns novamente deita-se na grama. Comendo um dos frutos, lembrou de sua esposa Sahra e seus filhos que ficaram na pequena vila. Estariam eles preocupados, o que estariam fazendo naquele momento?

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Johns Bright

Lembrou do pão quentinho que Sahra servia pelas manhãs com a família reunida em preces. Pensando assim caiu Johns em um sono profundo, parecia uma criança sorrindo nos braços da mãe. Amadeus não se sentia mais tão forte, parecia que tudo estava diferente para ele, o alforje pesava com todos aqueles frutos dentro, e mesmo comendo muito, estava sempre com fome. Ao descansar sempre tinha a preocupação de saber onde Johns estava, não dormindo direito, ou passando as noites em claro.

Isto o deixava impaciente e sua arrogância sempre vinha a flor da pele, mas não podia se irar com Johns, até encontrar o Paraíso, e assim ele foi guardando toda sua ira, dia apos dia, noite apos noite.

O sol resplandece em um novo dia, Johns acorda ainda mais feliz, sentindo-se muito bem, coloca seu alforje no ombro e recomeça a caminhada. Poucos metros a frente, a trilha de terra termina, começando uma trilha de pedras e cascalhos afiados.

Johns lembra seus tempos de menino ao cruzar o leito do riacho cheio de pedras lisas e cortantes, ele sorri e continua andando, sua sandália já desgastada rompe-se, e ele tem de caminhar descalço sobre as pedras.

Amadeus também levantara e já se preparava para seguir a trilha de pedras e cascalhos. Bem calçado e ainda orgulhoso com a roupa que trajara, não via dificuldades em passar por aquelas pedras.

Bem a sua frente Johns caminhava vagarozamente entre as pedras, seus pés já estavam doloridos, o que o fazia parar, enrolar um pedaço de pano e continuar. Parecia coisa de menino lembrava Johns, ao pensar no antigo riacho.

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Johns Bright

Bem pertinho de terminar a trilha de pedras, Johns corta os pés que começam a sangrar, mas ele não para, continua a caminhar. Ao sair da trilha de pedras, um pequeno rastro de sangue ficara na terra, e se Johns olhasse para trás, iria ver seu sangue em pedra se transformar.

Bem atrás estava Amadeus, com toda certeza que passaria pelas pedras sem dificuldades, mas as laminas finas cortavam seus sapatos, outras vezes ele escorregava, caindo sobre elas.

Sua roupa já não estava tão bonita, pois estavam rasgadas e sujas, mesmo assim levantava-se e continuava a caminhar por entre as pedras, muitas vezes reclamando, até conseguir finalizar a trilha de pedras.

Bem a tardinha, ele olhava de longe e via Johns sentado na grama enfaixando os pés, ria de Johns por não possuir um bom par de sapatos, nem ter mais o que comer.

A noite chega suavemente trazendo um gostoso perfume de flores. Johns apenas senta e continua cuidando de seus pés, pensa no quanto foi difícil atravessar os cascalhos e agradece a Deus por não ter se machucado mais gravemente.

Johns reflete sobre esta jornada em busca do Paraíso, e não tem duvidas, valeu cada passo dado até o momento. Com estes pensamentos Johns adormece e mais uma vez não se lembra de comer.

Cansado e com fome, Amadeus senta-se na grama macia, e encostado a uma pedra, retira os sapatos, pega seu alforje, dentro ainda haviam umas quinze frutas. E mais uma vez ele sorriu, tenho o que comer por mais alguns dias, e Johns, o que será que ele tem?

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Assim pensando retirou três frutas de seu alforge e as comeu gananciosamente, relaxou o corpo e adormeceu, nem sequer admirou as estrelas, as arvores as coisas maravilhosas que tinha ao seu redor.

Amanhece, Amadeus acorda com os pés inchados, e para sua surpresa seus sapatos estavam cortados, não lhes servindo mais. Então ele reclama e começa a pensar que fez a coisa errada deixando a riqueza e o conforto de sua fazenda, para fazer esta jornada que até então não lhe dera nada em troca depois de tanto sacrifício.

Johns acorda com um gostoso cheiro de pão, e a fruta que traz no alforje resolve guardar, o tempo esta nublado com nuvens escuras no céu, Johns olha para cima e admira a formação.

Algo maravilhoso esta por acontecer pensa Johns, e levantando as mãos para o céu, agradece mais uma vez a Deus e sai em caminhada.

Não muito distante de onde estava, uma fumaça lhe chama a atenção e olhando a sua direita para fora da trilha, em um pequeno declive, pode ver um casebre bem humilde, que também lembrava sua casa.

Johns caminha até o casebre e é recebido alegremente por um grupo de crianças, que logo anunciam sua chegada a dois adultos, um homem e uma mulher, com não mais de trinta anos, que os convidam a entrar, para juntos tomarem um café. Então Johns entra no pequeno casebre e sente-se como se estivesse em sua própria casa, tão parecida era.Conversam um pouco, questionam o que faz por ali, e Johns responde alegremente, estou em busca do Paraíso.

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Johns Bright

Todos se entreolham e dizem o Paraíso é bem ali, não terá dificuldades em o encontrar.

Sentado e confortável, a muito não sentia cheiro de pão, de café, e comentou sobre isto, e como Sahra lhe preparava o café da manhã junto com seus filhos.

Então Johns chorou ao ver as crianças sentadas em volta daquela mesa rústica, tão simples era quando a dele em Felicity.

Todos reunidos a mesa, vem a jovem senhora trazendo o pão, um único pão para todos que estão a mesa, então Johns conta rapidamente, doze crianças e três adultos, incluso ele.

Mas a jovem senhora surpreende Jonhs dizendo:O pão é para você Johns, para que termine a jornadae chegue ao Paraíso bem alimentado. Johns recebe o pão, e agradecendo olhou para todos, retirou um pequeno pedaço e passou ao menino que estava a sua direita, assim fizeram todos os meninos, cada um tirou um pedaço do pão, até que o ultimo pedaço bem pequeno, fora dividido novamente com os dois adultos. Johns tomou o café quente, comeu um pedaço do pão, um outro pequeno pedaço guardou no alforje, e imediatamente colocou sobre a mesa o fruto que colhera dias atrás, mas que se conservara muito bem.Com uma pequena faca dividiu o fruto, dando um pedaço para cada criança.

Elas diziam a Johns, Este fruto é o melhor que há, mas onde tem não se pode ir buscar. Muito feliz, Johns levanta-se e se despede daquelas pessoas, as crianças o agradecem pelo fruto e dizem, lá na frente iremos nos encontrar.

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Johns Bright

“Ao sair Johns não nota que, o pequeno pedaço de pão na mão do Senhor, tornara-se um pão inteiro”.

De volta a trilha, Johns esta tão feliz que nem notara sua própria pessoa, ele agora corria na trilha, estava cada dia mais jovem.

Amadeus que ficara para trás por não se sentir bem, com trinta anos parecia um velho de sessenta.

E mesmo com dores nos pés, descalço, continuou a caminhar, olhou a direita da trilha e também viu o humilde casebre, e pensando com desdenha. Que teriam estes pobres a oferecer?

Mas o cheiro do pão vinha até ele, como se o chamasse para uma visita, e ele cansado de comer os frutos pensou, comprarei um pão destas pessoas e continuarei a minha caminhada, assim foi ele decidido, e desceu até o humilde casebre.

Veio a ele as crianças, sorrindo, fazendo volta ao seu redor, o que o incomodou, e sem hesitar pediu para que elas se afastassem. Assim fizeram as crianças e o anunciaram aos adultos, que os receberam de forma carinhosa chamando-o pelo nome.,

Seja bem vindo Amadeus, entre, partilhe conosco este momento. Então ele entrou no humilde casebre e a tudo reparou, e falando a si mesmo dizia “Nunca vi tamanha pobreza”, mesmo assim sentou-se a mesa junto com as crianças, pouco conversou, mal falou para onde ia, apenas o que queria, pois teve receio que aquelas pessoas também se interessassem pelo “Paraíso”.

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Johns Bright

Então veio a jovem senhora com o pão, e a ele ofereceu. O pão é para você Amadeus, para que termine a jornada, e chegue ao Paraíso bem alimentado. Amadeus cego pela ganancia nem ouviu o que a jovem senhora dissera. Pegou o pão ainda quente e rapidamente o colocou no alforje, junto com os frutos que ainda lhe restara, tomou um copo de café. E Jogando uma moeda de ouro sobre a mesa, saiu apressadamente, nem sequer agradeceu a acolhida, pois tinha de encontrar Johns para não ficar perdido no caminho.

Todos a porta do casebre o viram correndo trilha adentro, e a moeda sobre a mesa, na verdade nem a tocara, ficou pairando no ar, tão logo os adultos voltaram, uma brilhante chama azul a consumiu.

Johns já estava muito distante quando Amadeus o avistara novamente e sem entender como ele podia ter se distanciado daquela maneira, tentava ir o mais rápido que podia, mas seus pés inchados não o deixavam andar mais rápido.

Este dia para Amadeus foi muito longo. Entrara a noite e Amadeus continuara andando, não podia perder Johns de vista de maneira alguma.

Amadeus percebe que caminhar no escuro, não é muito seguro, pois pouco pode ver, e resolve parar para descansar, juntou algumas folhas e sobre elas adormeceu.

Na manhã seguinte Amadeus acorda indisposto, com sono e com fome, lembra das frutas e do pão que ganhara. Ao pegar o alforje e colocar as mãos dentro, sente um cheiro ruim, o pão quente sobre as frutas frescas causaram uma fermentação e todo alimento foi por ele atirado ao chão. Amadeus inconformado reclamava, lamentava, espraguejava, mas nada adiantava, perdera o seu pão.

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Johns Bright

Johns estava tão seguro naquela manhã, que sem pressa pega o alforje e lembra do pão que fora compartilhado com aquela humilde família. Começou a caminhar tranquilamente enquanto levava a mão para pegar o pedaço de pão. Para sua surpresa, em seu alforje havia um pão inteiro e duas frutas, Johns ficou maravilhado, parou por um momento e agradeceu ao Senhor, agora Johns tinha certeza absoluta que o Paraíso estava bem perto.

Voltando a caminhar Johns vê em seu caminho duas cobras, uma a esquerda da trilha, outra a direita, quase que fechando o caminho, então Johns pega um galho que esta próximo e o lança entre as cobras, que assustadas afastam-se, deixando-o passar.

Amadeus por sua vez, ao chegar no mesmo ponto, vê uma cobra a esquerda e o galho que Johns jogara para as afugentar a direita, mas como estava cansado e ainda sonolento, ficou na duvida se não era uma outra cobra.

Então Amadeus lentamente leva a mão em direção ao solo para pegar um galho entre as folhagens, eis que ele pega uma cobra, que o pica fortemente, desesperado pisa sobre ela e a lança sobre a outra, afugentando assim a cobra da trilha e continuou a caminhada entre muitas lamentações.

Neste mesmo dia, Johns chega a um local a beira da trilha, e observa uma cerca, nela havia muitas vestimentas riquíssimas, dignas de reis, lindas e novas, de todos os tipos e cores, ornadas com pedras e ouro.

Ao chão sapatos de todos os tipos e tamanhos. Nos mourões da cerca, alforje cheios de alimentos e tesouros que encheriam o olhar e despertariam a ganancia e a cobiça de muitas pessoas.

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Johns Bright

Johns no entanto apenas olhou, retirou seu alforje com o pão e as frutas, e ali também os deixou, continuando a sua caminhada.Faltava pouco para chegar ao Paraíso, muitas dificuldades já haviam sido superadas por Johns, e por Amadeus que ainda estava no caminho lamentando e caminhando bem devagar.

Pois para Amadeus tudo havia se transformado, ele sentia-se mais velho, assim como Johns ao sair da pequena Felicity.Amadeus naquele momento não mais falava com arrogância, nem subestimava a Johns, pois seus pensamentos estavam imersos em lamentações.

Com esta pequena mudança, Amadeus segue trilha adentro até chegar a cerca. Ali chegando seus olhos brilharam como uma lamparina ao ver tantos tesouros jogados a beira da trilha. Então ele grita de alegria, consegui! consegui! Agora sim sou um homem rico de verdade.

E lançando-se sobre todo aquele tesouro, escolhera as vestes mais bonitas, os sapatos mais confortáveis, os maiores alforjes, enchendo-os com tudo que podia levar, parou e comeu. Comeu de tudo que ali havia, frutas, pães, queijos, não mais aguentando de tanto comer, deliciou-se com uma taça de vinho e descansando sobre o tesouro como um rei soberano, esquecera das dores que sentia, e até mesmo de Johns. Enquanto Amadeus descansava feliz sobre o fabuloso tesouro,sem sem nenhuma preocupação...

Johns chegara a uma pequena ponte de madeira, e olhando-a não lhe pareceu muito segura, pois balançava com o vento, abaixo da ponte um rio não muito largo, mas com águas furiosas.

Caminho de Luz 20

Johns Bright

Johns podia ouvir o som das águas enfurecidas lá do alto, e resolveu descer até a margem. Uma corredeira de águas pensou ele, e agora como passar?

Enquanto Johns pensava, resolveu lavar suas vestes e banhar-se naquela margem. Johns então tirou as poucas vestes que usava, e levando-as ao rio, percebeu que as águas ficaram calmas, e quanto mais ele lavava, mais as águas se aquietavam, até que o silencio imperou. Do outro lado do rio o pássaro colorido voava suavemente, e cantava de forma majestosa como Johns nunca tinha ouvido antes.

Então Johns entendera, vestiu as roupas ainda molhadas e colocou os pés dentro do rio. Pé ante pé, Johns foi seguindo rio adentro, que para sua surpresa a água não lhe chegara aos joelhos.

Johns pode observar também que no fundo do rio havia muitas moedas de ouro, coroas cravejadas com pedras preciosas e outros itens valiosos. Mas em momento algum, fez menção em os pegar.

Retomando seu olhar a frente viu a margem, e ao acabar de atravessar o rio, já em terra, pela primeira vez Johns olhou para trás, e viu novamente o rio em fúria, com suas águas agitadas e a forte corredeira, olhou também a pequena ponte que balançava e viu seis anjos a segurando.

Johns sabia que estava bem perto de terminar a sua jornada, e sentou-se admirando os anjos que seguravam a ponte. Amadeus, já descansado e muito feliz com os tesouros que havia encontrado, pôs-se em marcha novamente.

Caminho de Luz 21

Johns Bright

Agora para ele, Johns era um mero detalhe, poderia encontrá-lo e descarregar sobre ele a ira que veio guardando ao longo da caminhada.

Assim pensava Amadeus enquanto andava pela trilha carregando os pesados alforjes cheios de tesouros e alimentos, até que chegara a pequena ponte. Muito bem vestido, ornado a ouro e pedras preciosas, parou diante da ponte.

Amadeus ficou olhando o balançar da ponte com o vento, e assim como Johns, a achou muito insegura.Mas ao olhar para baixo e ver a agitação do rio, mudou de ideia, pois não tinha alternativa, ou a ponte, ou o rio, ali parado pensou.

Tirou os pesados alforjes dos ombros, a roupa e os sapatos, caminhou até uma parte da ponte, para verificar melhor a sua segurança, lhe pareceu mais firme que olhando de fora. Então Amadeus voltando, concluiu que deveria esperar o vento se acalmar, assim a ponte não balançaria tanto e poderia passar em segurança.

Enquanto aguarda pela pausa do vento, ficava cantarolando feliz e admirando as peças de ouro e imaginando o que fazer com tanta riqueza. Já no finalzinho da tarde o vento para de soprar, e Amadeus novamente veste as belas roupas e pega os pesados alforjes, confiante na travessia vai em direção a ponte.

Tudo parece certo, esta firme, e passo a passo vai chegando ao meio da ponte, que subitamente rompe-se, derrubando Amadeus e todo tesouro para dentro do rio.“Antes de tocar a água, Amadeus ainda pode ver seu rosto envelhecido pela avareza, que refletia nas águas”.

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Johns Bright

Johns um pouco mais adiante, contempla o Paraíso e todo seu esplendor. Sobre ele vem raios de luz que passam pelas fendas das nuvens, iluminando-o e seus pés não mais tocam o chão.

O tempo passou na pequena Felicity e Johns não retornara para sua família, Sahra e seus filhos estavam preocupados, porem sentiam em seus corações que Johns estava bem.

Sahra sentia muita falta de Johns e todas as noites fazia uma prece, pedindo a Deus que o guiasse nesta jornada.

Em uma destas noites, Johns lhe aparecera em sonho com as vestes alvas como a neve, pedindo-a para ler a carta diante de todos os moradores de Felicity.

Ao amanhecer, Sahra, Herberth, Dalberth juntos a mesa, fizeram uma prece e após tomarem o café, foram até a pequena praça e lá juntaram quase todos os moradores, pois era domingo.

Começaram a leitura da carta, que dizia..:

Querida Sahra e amigos de Felicity, Sei o quanto é difícil para vocês entenderem a minha partida, mas assim que ler esta, compreenderão melhor, pois com certeza esta luz vai brilhar em todos vocês.

E Sahra continuou a ler...

Vi no horizonte, uma estrada de luz...Abandonei meu posto, as armas, esta guerra,que apenas destroem a terra...Chega de idealismo, hipocrisia...Quero viver, não apenas sobreviver, Quero compartilhar, não apenas somar...

Caminho de Luz 23

Johns Bright

Esta luz é um caminho que todos devem seguir, marchar até o horizonte e nesta longa jornada, pão e a água repartir.

Não haverá medo ou temores, juntemo-nos, sejamos como elos de uma corrente e assim formaremos uma nova aliança.

Caminhemos ao destino final, e em nossas bagagens, apenas amor, carinho, amizade e muita fé...

Venha, junte-se a mim, não importa seu posto, sua etnia, não me importa quem você seja...

Venha, não se deixe ofuscar pelo brilho dos metais...

Venha, deixe seu ego para trás,Venha, prometo que nada lhe irá faltar...

Pois a caminho desta estrada de luz,novas metas, novos objetivos serão traçados e vocêna mais pura luz será moldado...

Vai perceber depois desta jornada que a esperança existe, que o amor é infinito e nesta nova terra, perceberá também que...

Os pássaros tem a cor dourada,o céu é límpido, as flores e os frutos,tem cheiros e sabores jamais vistos...

Vai ver belas cascatas com águas cristalinas um verde exuberante compondo este tema.

Caminho de Luz 24

Johns Bright

Vai sentir a brisa fresca tocando seu rosto a cada instante, e todas pessoas a sua volta, sorrindo, cantando, harpas e violinos em uma eterna sinfonia.

Nesta terra, há de tudo que se possa imaginar, mas nada esta a venda, muito menos se pode comprar.

E para que tudo isto lhe pertença, basta acreditar, seguir nesta estrada de luz, e lá no horizonte estou a lhe esperar...

Seja bem vindo a nova terra, terra de luz, de essência...

Seja bem vindo a terra de Jesus!

Assim Sahra finalizara a leitura da carta.

“Espero que esta luz toque em seus corações, assim como tocou o meu”.

E estando ela em um lugar mais alto, Pode ver que.:

Alguns moradores ficaram com o rosto iluminado, era um novo chamado.

Sahra despedindo-se de todos retornou para sua casa. “Iluminada”.

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Caminho de Luz 25

Johns Bright

No contexto da historia, você pode ser...

Johns Bright ou Amadeus, a escolha é sua, o final é seu!

Go ahead and good luckI'll be waiting for you ...

Beyond the clouds, beyond the heavens. God!

Siga em frente e boa sorte,eu estarei esperando por você...

Alem das nuvens, alem dos céus.Deus!

Caminho de Luz 26

Johns Bright

Jonhs Bright

Caminho de Luz

Autor Karlos BrasilJohns Bright BR

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