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VI Congresso Ordinário da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA Acadebio - Floresta Nacional Ipanema 15 a 18 de outubro de 2013 RESOLUÇÃO A pesca artesanal é responsável por mais da metade da produção pesqueira do país e envolve diretamente mais de 700 mil pescadores e pescadoras, garantindo o sustento de aproximadamente 2 milhões de pessoas. O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), desde sua criação, sempre privilegiou os interesses da aquicultura empresarial e da pesca industrial, deixando a pesca artesanal refém de políticas públicas pontuais e ineficazes que desconsideram sua importância e não enfrentam as precárias condições de trabalho e sua pífia ou inexistente infraestrutura para o beneficiamento e a venda do pescado. Essas características da política pesqueira atual apenas refletem o modelo de desenvolvimento no qual estamos inseridos, onde grandes projetos de infraestrutura, complexos industriais e a exploração irracional de nossos recursos naturais, impulsionados, sobretudo, pela expansão do agronegócio, da mineração e da indústria petrolífera, intensificam a pressão sobre pescadores e pescadoras artesanais, ameaçando seus territórios e seus modos de vida. Porém, numa resposta contundente ao descaso dos governos, pescadores e pescadoras artesanais, se organizaram em um movimento nacional e autônomo, o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), que no último ano lançou a Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, com o objetivo principal de aprovar uma Lei de Iniciativa Popular que reconheça e disponha a demarcação das áreas de terra e água das quais dependem as comunidades pesqueiras. Desta forma, o VI Congresso Nacional da Asibama Nacional, compreendendo que o reconhecimento do direito coletivo a esses territórios e aos recursos neles presentes é fundamental para garantir a sustentabilidade da pesca artesanal e garantir a reprodução dos modos de vida e práticas tradicionais de suas comunidades, resolve: 1. Parabenizar e apoiar incondicionalmente a disposição de luta e a resistência dos pescadores e pescadoras artesanais frente ao modelo

Campanha pelo Território Pesqueiro ganha apoio do VI Congresso Nacional da Asibama Nacional

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VI Congresso Ordinário da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA

Acadebio - Floresta Nacional Ipanema15 a 18 de outubro de 2013

RESOLUÇÃO

A pesca artesanal é responsável por mais da metade da produção pesqueira do país e envolve diretamente mais de 700 mil pescadores e pescadoras, garantindo o sustento de aproximadamente 2 milhões de pessoas.

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), desde sua criação, sempre privilegiou os interesses da aquicultura empresarial e da pesca industrial, deixando a pesca artesanal refém de políticas públicas pontuais e ineficazes que desconsideram sua importância e não enfrentam as precárias condições de trabalho e sua pífia ou inexistente infraestrutura para o beneficiamento e a venda do pescado.

Essas características da política pesqueira atual apenas refletem o modelo de desenvolvimento no qual estamos inseridos, onde grandes projetos de infraestrutura, complexos industriais e a exploração irracional de nossos recursos naturais, impulsionados, sobretudo, pela expansão do agronegócio, da mineração e da indústria petrolífera, intensificam a pressão sobre pescadores e pescadoras artesanais, ameaçando seus territórios e seus modos de vida.

Porém, numa resposta contundente ao descaso dos governos, pescadores e pescadoras artesanais, se organizaram em um movimento nacional e autônomo, o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), que no último ano lançou a Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, com o objetivo principal de aprovar uma Lei de Iniciativa Popular que reconheça e disponha a demarcação das áreas de terra e água das quais dependem as comunidades pesqueiras.

Desta forma, o VI Congresso Nacional da Asibama Nacional, compreendendo que o reconhecimento do direito coletivo a esses territórios e aos recursos neles presentes é fundamental para garantir a sustentabilidade da pesca artesanal e garantir a reprodução dos modos de vida e práticas tradicionais de suas comunidades, resolve:

1. Parabenizar e apoiar incondicionalmente a disposição de luta e a resistência dos pescadores e pescadoras artesanais frente ao modelo

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VI Congresso Ordinário da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA

Acadebio - Floresta Nacional Ipanema15 a 18 de outubro de 2013

de desenvolvimento predatório e excludente impulsionado pelos governos a vários anos;

2. Incorporar a Asibama Nacional na Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, ao declarar publicamente seu apoio, participar das atividades para as quais for convocada e incentivar suas entidades filiadas a também se incorporarem na coleta de assinaturas para o projeto de lei.

Acadebio, 18 de outubro de 2013.