101
Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Instituições Colaboradoras: ONG Terra Viva. Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do Município de Grossos. 1

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

  • Upload
    vukhanh

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das

condições de trabalho e renda das marisqueiras do

município de Grossos - RN

Instituição:

Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

Instituições Colaboradoras:

ONG Terra Viva.

Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do Município de Grossos.

Equipe (UFERSA):

Prof. Dr. Gustavo Henrique Gonzaga da Silva (Coordenador).

Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves

Profa. Dra. Celicina M. da Silveira Borges Azevedo

Profa. Dra. Cibele Soares Pontes

Profa. Dra. Inês Xavier Martins

Prof. Dr. Marco Antonio Nóbrega de Sousa

Prof. Dr. Rodrigo da Silva Costa

Mossoró, abril de 2010.

1

Page 2: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

INTRODUÇÃO

A exploração de recursos naturais requer um sistema gerencial abrangente, que

inclui aspectos do conhecimento biológico, econômico, social e cultural (Degnbol et al,

2006) o que demonstra a característica complexa no entendimento e manejo de sistemas

naturais. Entretanto, há algumas décadas a atividade pesqueira como um todo é motivo

de preocupação devido, principalmente, à redução nas capturas (Ludwig et al., 1993,

Caddy & Cochrane, 2001; Jackson et al., 2001), levando a uma situação de colapso

generalizado dos estoques pesqueiros (Haggan, 1998; Potts, 2006). Nestes termos, a

situação atual da pesca mundial tem sido atribuída principalmente à inadequação do

conhecimento científico, às incertezas nas avaliações dos estoques ou às falhas dos

sistemas de manejo (Ludwig et al., 1993; Hilborn et al., 1995).

A pesca tem importante papel como fonte de emprego, renda e alimento,

auxiliando na redução da pobreza principalmente em comunidades costeiras e

ribeirinhas (Bailey & Jentoft, 1990; Cochrane, 2000; Allison & Ellis, 2001; Berkes, et

al. 2001). A FAO (FAO, 2004) estima que existam aproximadamente 36 milhões de

pescadores, destes 90% podem ser classificados como artesanais ou de subsistência,

sendo a maioria nos países em desenvolvimento. No total, a pesca artesanal ou pesca de

pequena escala contribui direta ou indiretamente com o sustento de, aproximadamente

200 milhões de pessoas (não necessariamente pescadores) (Berkes et al., 2001; FAO,

2004). Embora pareça que o atual cenário de crise no setor pesqueiro incida somente na

pesca de grande escala, os efeitos são sentidos de forma intensa também na pesca

artesanal. Nesse contexto, quedas acentuadas nas capturas, fundamentalmente naqueles

estoques que sustentam a pesca artesanal, geram efeitos negativos de amplas

proporções, como a redução de oportunidades de empregos e renda, além de diminuir

substancialmente o fornecimento per capita de alimentos, reduzindo o status nutricional

das populações que dependem destes recursos (Agostinho et al, 1994; Cochrane, 2000;

llison & Ellis, 2001; Berkes et al., 2001).

A atividade de pesca realizada em regiões costeiras responde pela maior parcela

das capturas artesanais. No Brasil, a pesca costeira artesanal contribui com

aproximadamente 60% da produção marinha total de pescado (Silvano, 2004). Além

disso, esta modalidade de pesca é fonte primária de proteína animal em muitas

comunidades (Begossi et al. 2000; Bayley e Petrere, 1989; Valbo-Jørgensen e Poulsen,

2000). Diferente do senso comum, um grande número de estoques explorados pela

2

Page 3: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

pesca artesanal nestas regiões tem como foco os invertebrados (bivalves, gastrópodes,

camarões, lagostas, polvos, lulas, etc), além daquelas tradicionais capturas de espécies

de peixes. Embora estes sejam grupos taxonômicos diferentes, a pesca realizada em

áreas costeiras apresenta características similares: (1) todas são classificadas como

pesca de pequena escala; (2) os estoques são tipicamente estruturados como

metapopulações, nas quais as sub-populações de adultos são conectadas com as outras

através da dispersão das larvas ou juvenis das espécies e (3) os estoques são

estruturados espacialmente e esta estrutura é persistente no tempo.

Apesar de alguns estoques de espécies pelágicas apresentarem uma estrutura

espacial complexa, seus arranjos espaciais são extremamente dinâmicos e variáveis,

associados com a hidrografia da coluna da água e com o comportamento dos

organismos. Em contraste, os estoques costeiros de organismos relativamente

sedentários, tais como os moluscos, e a pesca artesanal sustentada por estes, geralmente

são estruturados pela complexidade da região costeira (Orensanz et al., 2005). Na região

costeira, os elementos básicos como vento, água e areia interagem, resultando em

processos hidrodinâmicos e deposicionais complexos, além de apresentar uma

biodiversidade significativa, com presença de recursos potencialmente exploráveis

(Brown & McLachalan, 1990; Schmiegelow, 2004).

Os moluscos, que têm como habitat esta região, são encontrados em todos os

tipos de substratos (arenoso, lodoso ou rochoso), porém a distribuição de cada espécie é

determinada pelo seu local de ocorrência (epifauna ou infauna) e a sua resistência a

diversos fatores ambientais e ecológicos (Day, Jr. et al., 1989). Peterson & Beal (1989)

testaram os efeitos de densidade sobre o desenvolvimento de bivalves e constataram que

o aumento da abundância causa uma redução no crescimento destes organismos.

Peterson (1982) demonstrou que a abundância das populações de bivalves está

relacionada com os processos de competições inter e intra-específicas e com os efeitos

da predação. Em relação aos efeitos abióticos, a maior quantidade de estudos está

relacionada ao tipo de sedimento em que a infauna ocorre (McLachlan et al, 1995).

Os recursos pesqueiros marinhos e estuarinos do Nordeste brasileiro têm sido

considerados de vital importância para a promoção do desenvolvimento integrado da

região, principalmente como meio de subsistência e fonte alimentar para as populações

ribeirinhas e servindo de matéria-prima para indústrias de pesca (Castro, 1997) e a

determinação do potencial de exploração sustentável de um recurso pesqueiro,

3

Page 4: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

fundamenta-se em estudos de dinâmica de populações e avaliação de estoques. Portanto,

estimativas confiáveis dos parâmetros populacionais são essenciais para o entendimento

da dinâmica das pescarias, fornecendo a base necessária para as ações de

monitoramento e manejo da pesca.

No Brasil, o estudo sobre a exploração de moluscos comestíveis é de extrema

relevância, especialmente para o estado do Rio Grande do Norte, onde há uma

concentração considerável de espécies que servem para alimentação humana (Carneiro,

1994; Gil et al, 2007). No entanto, a exploração comercial pode reduzir a densidade

populacional desses organismos ou até mesmo levar as suas reservas naturais à

extinção. Dessa forma, é de fundamental importância a compreensão da ecologia das

espécies de molusco utilizadas comercialmente. Em países sul-americanos a pesca de

bivalves se apresenta bem documentada, incluindo trabalhos com scallops na Patagônia

(Orensansz, 1986), machas no Uruguai, Argentina e Chile (Defeo et al., 1993;

McLachlan et al., 1996; Castilla e Defeo, 2001) e com loco snails do Chile (Castilla e

Fernández, 1998; Castilla e Defeo, 2001). Ao contrário disto, os estudos de moluscos de

importância econômica do Brasil ainda são escassos, dificultando assim os trabalhos de

levantamento básico necessários para orientar a exploração racional desses recursos

pesqueiros.

Neste contexto, as perspectivas de melhores condições socioeconômicas na

região estão diretamente relacionadas com o aproveitamento de suas riquezas naturais

por meio do desenvolvimento de pesquisas tecnológicas adequadas. Embora o setor

pesqueiro venha respondendo positivamente, ao contribuir no suprimento alimentar da

população do Estado, estas potencialidades ainda não são adequadamente utilizadas,

dificultando seu aproveitamento em termos econômicos. Desta forma, os ganhos

econômicos e sociais com o aproveitamento adequado de espécies ainda sub-valorizadas

como Anomalocardia brasiliana podem ser duradouros para os pescadores, desde que

exploradas em bases ecológicas sustentáveis. Desta forma, a aplicação de novas

tecnologias é de suma importância para o aproveitamento racional deste recurso, através

do conhecimento científico da matéria-prima a ser utilizada, agregando valor ao pescado

pela diversificação da produção e aproveitando espécies de baixo valor comercial. Outro

aspecto relevante, diz respeito à capacitação e educação ambiental das populações

diretamente envolvidas com a exploração do pescado, visando estimular a consciência

4

Page 5: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

de que os recursos marinhos são esgotáveis e que medidas de manejo devem ser

implementadas.

Na região litorânea do município da Costa Branca, especialmente na região de

Grossos-RN, parte das comunidades sobrevive do extrativismo de moluscos e

crustáceos. O búzio (A. brasiliana) faz parte da dieta familiar da maioria dos pescadores

da região, além de ser uma importante fonte de renda. Este marisco tem importância

nutricional, caracterizando-se como fontes expressivas de proteína e minerais e valor

reduzido de calorias (Pedrosa & Cozzolino, 2001). No entanto, vale ressaltar, que a

exploração deste molusco não conta com procedimentos tecnológicos que sejam

simples, eficientes e capazes de conferir inocuidade ao produto. Atualmente, o búzio

tem sido submetido a um rápido processo de cocção, retirada da concha e acondicionado

em saco plástico, para depois ser transportado sob congelamento e comercializado em

feiras-livres e supermercados.

No âmbito das informações descritas acima, fica claro que a exploração da

espécie A. brasiliana representa uma fonte de renda importante para a população

tradicional local. Entretanto, é necessário introduzir novos elementos na avaliação e

gestão dos sistemas para que erros cometidos com outros estoques não se repitam na

presente situação. Nesses termos, deve-se incorporar uma gestão de exploração de

recursos fundamentada no ecossistema, na cooperação e inserção dos diversos grupos de

interesse, na aplicação de novos paradigmas na compreensão dos mecanismos de

regulação populacional (inserção do componente espacial) e na tentativa de introduzir

direitos de propriedade e mecanismos de mercado alternativos aos existentes.

OBJETIVO GERAL

O objetivo principal do projeto é melhorar as condições de trabalho e renda das

marisqueiras vinculadas a Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do Município

de Grossos-RN, através da inserção de novas tecnologias de processamento do pescado.

O projeto tem ainda como foco norteador à capacitação desta comunidade tradicional

para a realização do monitoramento e da gestão dos estoques A. brasiliana, no intuito de

que a atividade extrativista desta espécie seja realizada em bases ecológicas

sustentáveis.

5

Page 6: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A maioria dos objetivos específicos propostos no projeto está sendo

desenvolvida. Dentre eles destacamos:

Verificar a dinâmica populacional de A. brasiliana e identificar os períodos de

reprodução e de recrutamento desta espécie, visando à obtenção de informações

ecológicas que propiciem o seu manejo adequado pela comunidade local.

Relacionar as características abióticas (temperatura, pH, oxigênio dissolvido,

salinidade da água, granulometria do sedimento e pluviosidade) com a distribuição e

abundância dos indivíduos de A. brasiliana, almejando mapear as áreas de maior

densidade populacional desta espécie na região.

Caracterizar os cariótipos das espécies encontradas, quanto a sua estrutura e

quanto ao número de cromossomos e, além disso, a busca por seus cromossomos

sexuais, pela técnica de coloração convencional e quando possível, pelos padrões de

banda C, G e RONs.

Identificar os bancos de explotação de A. brasiliana, descrevendo a estrutura

populacional, densidade, esforço de pesca, captura total, captura por unidade de

esforço (CPUE), mortalidade por pesca e taxa de exploração.

Testar um sistema simples de depuração, visando reduzir a quantidade de areia

presente nos moluscos.

Avaliar a aceitabilidade do produto marinado e defumado à base de A.

brasiliana.

Cursos de informática para as marisqueiras e seus familiares.

Reforma da Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs do Município de

Grossos, de acordo com as recomendações do IDIARN, visando melhorar as

condições de trabalho das marisqueiras e contribuir para o aumento da

comercialização da matéria-prima.

Além dos objetivos inicialmente propostos, o projeto propiciou o

desenvolvimento de outras atividades:

Efetuar o levantamento da riqueza de espécies de moluscos bivalves e

gastrópodes em 24 km de praias da região.

6

Page 7: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Realizar o mapeamento semestral dos bancos das principais espécies de

moluscos que ocorrem em 24 km de praias da região de Grossos e Tibau - RN,

ou seja, A. brasiliana, N. virginea, D. striatus e T. mactroides, almejando

mapear as áreas de maior densidade populacional destas espécies na região.

Implantação de tecnologia para produção de sementes do molusco de areia

Anomalocardia brasiliana no laboratório da LARVI Aqüicultura e Projetos.

ÁREA DE ESTUDO

O projeto será realizado nas praias próximas a região estuarina do rio

Apodi/Mossoró, situadas no município de Grossos/RN (Figura 1). A região está situada

no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte na micro-região do estuário do rio

Apodi-Mossoró (04o58'47''S; 37o09'17''W). O clima da região é do tipo semi-árido com

precipitações medias de 879,2 mm (155,5 a 1.757,2 mm) concentradas entre fevereiro e

maio. A temperatura do ar oscila entre 22,6°C e 33,3°C, com media de 27,3°C e a

umidade relativa anual média é de 69%. A insolação chega a 2.800 horas/ano e os

ventos predominantes vêm do quadrante SE com velocidades de 7 a 8 m/s. A vegetação

da região é composta principalmente por caatinga hiperxerófila, vegetação arbustiva de

dunas, mangues e outras vegetações halófilas, sendo que a região está submetida a um

ciclo de marés semi-diurna (FIDRGN, 1991).

Figura 1. Mapa da área de estudo, destacando as praias de Barra, Pernambuquinho e

Alagamar.

7

Page 8: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

RESULTADOS PRELIMINARES

LEVANTAMENTO DA RIQUEZA DE ESPÉCIES DE MOLUSCOS

As espécies encontradas nas amostras examinadas até o presente momento, além

de Neritina virginea, Anomalocardia brasiliana, Donax striatus e Tivela mactroides,

escontram-se na Tabela I.

Foi observada uma grande quantidade de desovas de Neritina virginea em todos

os pontos amostrados. Essas estavam fixadas em fragmentos ou conchas vazias de

outros moluscos. Foi observada outra desova de molusco, porém ainda não identificada

a qual espécie pertence.

Juntamente com os moluscos foram coletados representes de Crustacea

(Pagurídeos e Cracas) e um equinodermo (bolacha-da-praia) Tabela II.

Muitos espécimes observados estavam em estágios juvenis, como pertencentes

aos gêneros Corbula, Mactrellona e Tellina, o que dificultou a identificação ao nível

específico em alguns táxons.

O material coletado trazia muitas conchas em bom estado de preservação, ou

seja, recém morto, especialmente conchas de Macoma constricta. Estes organismos

continham não somente o ligamento unindo as duas valvas, mas também com o

perióstraco quase intacto. Isto pode talvez indicar a presença desta espécie de bivalve no

local, porém ainda não foi amostrada nas coletas realizadas.

A Figura 1 mostra a presença das espécies de moluscos nos pontos amostrados.

O gastrópode O. minuta esteve presente ao longo de todo a transecto, desde a ponto 0

até o mais próximo da linha d´água. A região mediana do mesolitoral, entre os pontos

50 e 200 apresentaram um maior número de espécie. Os representantes de Ostreidae

estão presentes somente nos primeiros pontos de coleta, próximo ao supralitoral.

Tabela I – Lista das espécies de moluscos encontradas na Praia de Grossos, RN.

8

Page 9: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Classe Família Espécie

Bivalvia Corbulidae Corbula sp.

Lucinidae Lucina pectinata

Mactridae Mactrellona alata

Ostreidae Não identificada

Tellinidae Macoma constricta

Tellinidae Strigilla pisiformes

Tellinidae Tellina sp.

Gastropoda Nassaridae Nassarius vibex

Olividae Olivella minuta

- Gastropode 1

Tabela II – Lista de outros animais encontrados nas Praias de Grossos, RN.

Filo Táxon Amostras Encontradas

Echimodermata Echinoidea 1A-250, 1A-300 e 2A-350

Arthropoda (Crustacea)

Cirripedia 1A-300, 2A-0, 5A-100, 2B-0,

4B-50, 5B-100

Anomura 3A-150, 5A-100, 1B-300, 2B-

0, 2B-300, 3B-150, 4B-50,

4B-150, 5B-100, 6B-100

Figura 1. Presença das espécies de moluscos amostradas.

9

Pontos de Coleta

Números de

indivíduos

Page 10: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

DINÂMICA POPULACIONAL DE A. brasiliana E MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS ÁREAS DE OCORRÊNCIA DE A. brasiliana, N. virginea, D. striatus e T. mactroides

As figuras 1 e 2 apresentam a região em que foi realizado o mapeamento das

espécies de moluscos e das características abióticas da água e sedimento.

Figura 1. Locais de coletas A. brasiliana, N. virginea, D. striatus e T. mactroides em 24 km de praias na região de Grossos a Tibau – RN em abril de 2010.

Figura 2. Locais de coletas A. brasiliana, N. virginea, D. striatus e T. mactroides em 24 km de praias na região de Grossos a Tibau – RN em outubro de 2010.Dados abióticos obtidos nos mapeamentos realizados em abril e outubro de 2009

10

Ceará

Rio Grande do Norte

Ponto 27

Ponto 1

Ceará

Rio Grande do Norte

Ponto 39

Ponto 1

Page 11: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

A figura 3 apresenta os valores de precipitação nos anos de 2007 a 2009 em oito

estações de amostragem da bacia hidrográfica do rio Apodi/Mossoró. O intuito foi

caracterizar a intensidade de chuvas na bacia hidrográfica e consequentemente na região

estuarina, em que se encontram os principais bancos de A. brasiliana. Pode-se constatar

que em 2008 e 2009 o aporte de água doce no estuário foi muito maior que em 2007,

especialmente nos primeiros semestres, o que ocasionou reduções drásticas de

salinidade (figuras 4 e 5) e um grande aporte de matéria orgânica na região (figura 6). É

importante ressaltar que em ambos os anos ocorreram inundações em todo o estado do

Rio Grande do Norte em decorrência das chuvas acima da média. Os valores de

temperatura da água não apresentaram grande amplitude de variação entre os dois

mapeamentos (figura 7).

Figura 3. Valores médios de chuva (mm) na Bacia Hidrográfica do Rio Apodi/Mossoró nos anos de 2007 a 2009. Valores entre parênteses indicam a porcentagem de chuva em relação ao ano de 2007. Fonte: Agência Nacional de Águas (valores médios de oito estações de amostragem).

11

2007

760 mm/ano 1005 mm/ano (+32%)

2008 2009

1387 mm/ano (+82%)

Aumento da Precipitação na Bacia do Rio Apodi/Mossoró

Page 12: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

12

Figura 4. Mapeamento da salinidade nas praias próximas a região estuarina do Rio

Apodi/Mossoró (Grossos - RN) nos meses de maio de 2007 e 2008. Rodrigues (2009).

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Page 13: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

13

Figura 5. Mapeamento da salinidade nas praias próximas a região estuarina do Rio

Apodi/Mossoró (Grossos a Tibau – RN) nos meses de abril e outubro de 2009.

Abril/2009 (chuvas intensas)

Estuário Rio Apodi/Mossoró Ministério da Pesca e

Aqüicultura

Outubro/2009 (período de seca)

Estuário Rio Apodi/Mossoró Ministério da Pesca e

Aqüicultura

Page 14: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Figura 6. Acúmulo de sedimento nos locais de coleta de A. brasiliana nos meses de abril/2008 e maio de 2009 em decorrência das precipitações acima da média que ocorreram no início de destes anos.

14

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Abril/2009 (chuvas intensas)

Estuário Rio Apodi/Mossoró

Outubro/2009 (período de seca)

Estuário Rio Apodi/Mossoró

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Figura 7. Mapeamento da temperatura da água (oC) nas praias próximas a região

estuarina do Rio Apodi/Mossoró (Grossos a Tibau – RN) nos meses de abril e outubro

de 2009.

Page 15: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

15

Page 16: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Pode-se constatar uma redução da densidade de A. brasiliana de abril/2009 a

outubro de 2009. Também foi observada uma diminuição dos locais de ocorrência desta

espécie, visto que em abril/2009 foram encontrados indivíduos em 51% dos transcectos

amostrados e em outubro este valor foi reduzido para 33% (figura 8). Comparando esta

densidade com os dados obtidos por Rodrigues (2009), que verificou a dinâmica

populacional de A. brasiliana na mesma região, pode-se contatar que a partir de 2009

esta espécie sofreu uma redução drástica de sua densidade nas praias da região estuarina

do rio Apodi/Mossoró (figuras 9 e 10). Este fato, provavelmente esteve relacionado com

as chuvas intensas ocorridas em toda a bacia hidrográfica do rio Apodi/Mossoró nos

anos de 2008 e 2009, o que ocasionou um aporte de material particulado na região

estuarina e na diminuição drástica da salinidade, especialmente durante os meses de

precipitação mais intensa.

Figura 8: Densidades de A. brasiliana em 24 km de praias na região de Grossos a Tibau

– RN em abril e outubro de 2010.

16

A.brasiliana - Abril/2009

0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

Estações de Amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

nd/m

²)

A. brasiliana - Outubro/2009

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Estações de Amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

nd/m

²)

Page 17: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

17

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Figura 9. Mapeamento da densidade (indivíduos/m2) de A. brasiliana nas praias

próximas a região estuarina do Rio Apodi/Mossoró (Grossos - RN) nos meses de maio

de 2007 e 2008.

Page 18: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Densidade de N. virginea, D. striatus e T. mactroides.

18

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Abril/2009 (chuvas intensas)

Ministério da Pesca e Aqüicultura

Outubro/2009 (período de seca)

Figura 10. Mapeamento da densidade (indivíduos/m2) de A. brasiliana nas praias

próximas a região estuarina do Rio Apodi/Mossoró (Grossos a Tibau – RN) nos meses

de abril e outubro de 2009.

Page 19: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Durante os mapeamentos realizados em abril e outubro de 2009 também foi

avaliada a densidade de N. virginea, D. striatus e T. mactroides, visto que foram as

espécies que junto com A. brasiliana apresentaram a maior densidade na região. A

ocorrência de N. virginea coincidiu com os mesmos locais de ocorrência de A.

brasiliana, ou seja, mais próximas da região estuarina do rio Apodi/Mossoró que

apresentar valores mais elevados de silte e argila (figura 11). D. striatus e T. mactroides

ocorreram em áreas de amostragem mais afastadas do estuário em locais com um maior

predomínio de areia (figura 12). Estas áreas mais afastadas da região estuarina também

não apresentam grandes amplitudes de variação de salinidade durante o ano, quando

comparadas com as áreas mais próximas da influência do rio Apodi/Mossoró. Dentre as

três espécies, D. striatus foi a que apresentou a maior redução de sua densidade em

outubro de 2009 em relação a abril de 2009.

Figura 11: Densidade de N. virginea em 24 km de praias(Grossos-Tibau) em abril e maio de 2009.

19

Donax striatus- Abril/2009

0

500

1000

1500

2000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930313233343536373839

Estações de amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

ndv/

m2 )

Donax striatus - outubro/2009

020406080

100120140160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Estações de Amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

ndiv

/m2 )

Tivela mactroides - Abril/2009

0

20

40

60

80

100

120

140

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39

Estações de amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

nd/m

2 )

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Estações de Amostragem (transcectos)

Den

sida

de (i

ndv/

m2 ) Tivela mactroides – outubro/2009

Neritina virginea - Abril/2009

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39

Estações de Amostragem (Transcectos)

Den

sida

de (I

nd/m

²)

Neritina virginea - Outubro/2009

0

500

1000

1500

2000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Estações de Amostragem (Transcectos)

Den

sida

de (I

nd/m

²)

Page 20: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Figura 12: Densidade de D. striatus e T. mactroides em 24 km de praias(Grossos-Tibau) em abril e maio de 2009.Estimativas da densidade de A. brasiliana durante os dois mapeamentos

20

Page 21: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Pode-se constatar com as quatro estimativas realizadas nos dois períodos de

mapeamento (abril de 2009 e outubro de 2009) uma diminuição da densidade de

indivíduos de A. brasiliana. Em abril/2009, para uma área de 71,7 hectares, o valor total

de A. brasiliana foi de 163.193.919 indivíduos com uma densidade média estimada em

227 indivíduos/m2 (figura 13). No mesmo período, em uma área de 224.472 hectares, o

valor total foi de 208.466.913 indivíduos, no entanto a densidade reduziu-se para 93

indivíduos/m2 (figura 14). Em outubro/2009, para uma área de 71,7 hectares, o valor

total de A. brasiliana foi de 114.574.164,00 indivíduos com uma densidade média

estimada em 159 indivíduos/m2 (figura 15). No mesmo período, em uma área de

224.472 hectares, o valor total foi de 115.939.658 indivíduos, no entanto a densidade

reduziu-se para 52 indivíduos/m2 (figura 16).

Quando realizadas as mesmas estimativas apenas com indivíduos com

comprimento igual ou superiores a 20 mm (valor considerado mínimo para a pesca

desta espécie) constatou-se que a redução da densidade de A. brasiliana de um período

para o outro (Abril a Outubro/2009) foi menor do que quando consideramos os

indivíduos de todos os tamanhos. Em uma área de 71,7 hectares de praias, o valor total

médio estimado de A. brasiliana (>20 mm) foi de 84.981.165 indivíduos com uma

densidade média estimada em 118 indivíduos/m2 em abril de 2009 e de 89.493.439

indivíduos com uma densidade média estimada em 125 indivíduos/m2 em outubro de

2009. Em uma área de 224.472 hectares, o valor total foi de 108.282.927 indivíduos,

com uma densidade média estimada em 48 indivíduos/m2 em abril de 2009 e de

91.569.658 indivíduos, com uma densidade estimada de 40 indivíduos/m2 em outubro

de 2009.

Estes resultados demonstram que durante o período estudado houve uma

diminuição do número de indivíduos de todos os tamanhos de A. brasiliana. No entanto,

não constatamos esta diminuição entre abril e outubro//2009, quando efetuamos

estimativas apenas com indivíduos com comprimentos acima de 20 mm, quando

utilizamos apenas a área de 72,7 hectares em que a densidade desta espécie é maior.

Uma redução da densidade de indivíduos maiores que 20 mm, ocorreu apenas quando

uma área maior de (224,47 hectares) foi utilizada para realizarmos as estimativas, sendo

que os valores não sofrem um decréscimo considerável (48 indivíduos/m2 em abril para

40 indivíduos/m2 em outubro. Estes fatos revelam que os indivíduos menores que 20

mm de A. brasiliana provavelmente foram mais impactados com o aporte de sedimentos

21

Page 22: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

e a redução da salinidade na região estuarina durante o período de chuvas anormais que

ocorreram no início do ano em toda a bacia hidrográfica do rio Apodi/Mossoró.

MAPEAMENTO 1 (abril/2009) Estimativa 1

Área estipulada: 717.600,869 m2 (71,76 hectares)

Estimativa para indivíduos de todos os tamanhosNúmero absoluto de A. brasiliana (todos os tamanhos) na área = 274 indivíduosDensidade média (todos os tamanhos) = 274 ind./63 locais de coleta = 4,34 indivíduosDensidade média/m2 (4,34 x 52,4): 228 indivíduos/m2 (valor médio);Densidade total de A. brasiliana = 227,4 x 717.600,869 =163.193.919 indivíduos.Densidade de A. brasiliana =163.193.919,20 ind./717.600,869 m2 = 227 ind./m 2

Estimativa para indivíduos maiores que 20 mmNúmero absoluto de A. brasiliana maior que 20 mm na área = 143 indivíduosDensidade média (>20 mm) = 143 indivíduos/63 locais de coleta = 2,26 indivíduosDensidade média/m2 (>20 mm) (2,26 x 52,4) = 118,424 indivíduos/m2

Densidade total de A. brasiliana (>20 mm) 18,424 x 717.600,869 = 84.981.165 ind.Densidade de A. brasiliana (>20 mm) = 84.981.165 ind./717.600,869 m2=118 ind./m 2

Figura 13. Estimativa de densidade de A. brasiliana (abril/2009) em 71,76 há.

MAPEMENTO 1 (abril/2009) Estimativa 2

Área estipulada: 2.244.717,494 m2 (224.472 hectares)

22

Page 23: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Estimativa para indivíduos de todos os tamanhosNúmero absoluto de A. brasiliana (todos os tamanhos) na área = 335 indivíduosDensidade média (todos os tamanhos) = 335 ind./189 locais de coleta = 1,77 ind.Densidade média/m2: 92,87 indivíduos/m2 (valor médio)Densidade total de A. brasiliana = 92,87 x 2.244.717,494 = 208.466.913 indiv.Densidade de A. brasiliana = 208.466.913,70 ind./2.244.717,494 m2 = 93 ind./m 2

Estimativa para indivíduos maiores que 20 mmNúmero absoluto de A. brasiliana maior que 20 mm de comprimento na área = 174Densidade média (>20 mm) = 174indivíduos/189 locais de coleta = 0.9206 indivíduosDensidade média/m2 (>20 mm) (0.9206 x 52,4) = 48,239 indivíduos/m2

Densidade total de A. brasiliana (>20 mm)=48,239 x 2.244.717,494=108.282.927 ind.Densidade de A. brasiliana (>20 mm) = 108.282.927 ind./2.244.717 m2 = 48 ind./m 2

Figura 14. Estimativa de densidade de A. brasiliana (abril/2009) em 224.472 ha.

MAPEMENTO 2 (outubro/2009) Estimativa 3

23

Page 24: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Área estipulada: 717.600,869 m2 (71,76 hectares)

Estimativa para indivíduos de todos os tamanhosNúmero absoluto de A. brasiliana (todos os tamanhos) na área = 128 indivíduosDensidade média (todos os tamanhos) = 128 ind./42 locais de coleta = 3,047619 ind.Densidade média/m2 (3,047 x 52,4)= 160 indivíduos/m2 (valor médio);Densidade total de A. brasiliana = 159,6628 x 717.600,869=114.574.164 ind. Densidade de A. brasiliana = 114.574.164 ind./717.600,869 m2 = 159,66 ind./m 2

Estimativa para indivíduos maiores que 20 mmNúmero absoluto de A. brasiliana maior que 20 mm na área = 100 indivíduosDensidade média (>20 mm) = 100 ind./42 locais de coleta = 2,380952 indivíduosDensidade média/m2 (>20 mm) (2,380 x 52,4) = 124,712 indivíduos/m2

Densidade total de A. brasiliana (>20 mm) =124,712 x 717.600,869 = 89.493.439 ind.Densidade de A. brasiliana (>20 mm)=89.493.439 ind./ 717.600,869 m2 =125 ind./m 2

Figura 15. Estimativa de densidade de A. brasiliana (outubro/2009) em 71,76 ha.

MAPEMENTO 2 (outubro/2009 )Estimativa 4

24

Page 25: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Área estipulada: 2.244.717,494 m2 (224.472 hectares)

Estimativa para indivíduos de todos os tamanhosNúmero absoluto de A. brasiliana (todos os tamanhos) na área = 138 indivíduosDensidade média (todos os tamanhos) = 138 ind./140 locais de coleta = 0,985 ind.Densidade média/m2: 51,65 indivíduos/m2 (valor médio).Densidade total de A. brasiliana = 51,65 x 2.244.717,494 = 115.939.658,60 ind.Densidade de A. brasiliana = 115.939.658,60 ind./2.244.717,494 m2 = 51 ind./m 2 Estimativa para indivíduos maiores que 20 mmNúmero absoluto de A. brasiliana entre 20 e 30 mm na área = 109 indivíduosDensidade média (>20 mm) = 109 ind./140 locais de coleta = 0,7785 ind.Densidade média/m2 (>20 mm) (0,7785 x 52,4) = 40,7934 indivíduos/m2

Densidade total de A. brasiliana (>20 mm): 40,79 x 2.244.717,494 = 91.569.658 ind.Densidade de A. brasiliana(>20 mm):91.569.658 ind./2.244.717,494 m2=40 ind./m 2

Figura 16. Estimativa de densidade de A. brasiliana (outubro/2009) em 224.472 ha.

DINÂMICA POPULACIONAL DE A. brasiliana (ABRIL/2009 A

FEVEREIRO/2010)

25

Page 26: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Os resultados preliminares demonstram que houve reduzida variação na

densidade de A. brasiliana durante o período de abril/2009 a fevereiro/2010 (Figuras 17

e 19). Os valores de densidade desta espécie ainda estão bem abaixo do encontrado por

Rodrigues (2009) na mesma região (Figura 18).

26

Maio.2009

020406080

100120140160180

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Julho.2009

020406080

100120140160180200

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5

Transcecto

Den

sida

de (i

ndiv

./m2)

Abril 2009

Agosto.2009

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Junho.2009

020406080

100120140160180200

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Setembro.2009

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Outubro.2009

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Novembro.2009

0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5

Transcecto De

nsid

ade

(ind/

m²)

Dezembro.2009

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Janeiro.2010

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Fevereiro.2010

0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5

Transcecto

Dens

idad

e (in

d/m

²)

Figura 18. Valores médios de densidade (indiv./m2) de A. brasiliana por transcectos durante o

período de coleta (abril/09 a fevereiro/10).

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Abril.2009

Maio.2009

Junho.2009

Julho.2009

Agosto

.2009

Setembro.2009

Outubro.2009

Novembro.2009

Dezembro.2009

Janeiro.2010

Feve

reiro.2010

Desn

sida

de (i

nd/m

²)

Figura 17. Valores médios de densidade (indiv./m2) de A. brasiliana durante o período de coleta (abril/09 a fevereiro/10).

mar

/07

abr/

07

mai

/07

jun/

07

jul/0

7

ago/

07

set/0

7

out/0

7

nov/

07

dez/

07

jan/

08

fev/

08

mar

/08

abr/

08

mai

/08

Mês

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

A. b

rasi

liana (i

ndiv

íduo

s/m

2 )

Barra

Pernambuquinho

Figura 18. Valores médios de densidade (indiv./m2) de A. brasiliana no período de março/2007 a maio/2008 (Rodrigues, 2009).

Page 27: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

27

Page 28: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Os resultados de freqüência de classes de tamanho revelaram que a partir de

novembro de 2009 foi detectada uma maior entrada de indivíduos jovens nas

populações de A. brasiliana da região estudada. Durante o período de chuvas intensas e

de menores valores de salinidade (abril e maio de 2009) e durante os meses

subseqüentes (julho a outubro de 2009) não foram detectados indivíduos jovens (< 6

mm) (figura 19).

28

Abril-2009

0

2

4

68

10

12

14

16

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Maio-2009

0

2

4

6

8

10

12

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Junho-2009

0

2

4

68

10

12

14

16

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Julho-2009

0

2

4

68

10

12

14

16

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Agosto-2009

02468

1012141618

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Setembro-2009

02468

101214161820

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Outubro-2009

0

5

10

15

20

25

30

35

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Novembro-2009

0

5

10

15

20

25

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Dezembro-2009

0

5

10

15

20

25

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Janeiro-2010

0

5

10

15

20

25

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Fevereiro-2010

0

5

10

15

20

25

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Comprimento

Freq

uênc

ia (%

)

Figura 19. Freqüências (%) de comprimento (mm) de Anomalocardia brasiliana entre abril/09 a fevereiro/10.

Page 29: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Os valores de temperatura, salinidade e pH da água estão apresentados nas

figuras 20 a 23. Após o início das chuvas em 2009 (abril) a temperatura da água diminui

de 33,5 oC para 28,5 oC. Os valores de pH não apresentaram grande amplitude de

29

Page 30: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

variação entre os locais amostrados e entre os meses de coleta. Já a salinidade sofreu

uma drástica redução em abril/2009 (15 ppm) e maio/2009 (7 ppm), sendo que nos

meses subseqüentes apresentou uma tendência de aumento, culminando com valores

elevados entre outubro/2009 e fevereiro/2010, período que coincide com o maior

volume de descarte de água da lavagem de sal provenientes das salinas instaladas na

região de estuarina do rio Apodi/Mossoró. Os valores de granulometria do sedimento

estão apresentados nas figuras 24 e 25.

30Figura 20. Valores médios de temperatura, salinidade e pH da água nos diferentes períodos de coleta.

Page 31: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

31Figura 21. Valores de temperatura nos diferentes locais de coleta entre os meses de abril/2009 e fevereiro de 2010.

Page 32: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

32Figura 22. Valores de salinidade nos diferentes locais de coleta entre os meses de abril/2009 e fevereiro de 2010.

Page 33: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

33Figura 23. Valores de pH nos diferentes locais de coleta entre os meses de abril/2009 e fevereiro de 2010.

Page 34: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Valores de salinidade nos diferentes locais de coleta entre os meses de abril/2009 e fevereiro de 2010.

34

1 2 3 4 5Trans cec tos

Abril.2009

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

de te

xtur

al (%

)

1 2 3 4 5Trans cec tos

Maio.2009

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

text

ural

(%)

Junho .2009

1 2 3 4 5T ranscectos

0

20

40

60

80

10 0

Cla

sse

text

ural

(%

)

Ju lho.200 9

1 2 3 4 5T ran sce ctos

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

text

ural

(%

)

1 2 3 4 5T ransce ctos

Agosto .2 009

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

text

ural

(%

)

Setembro .2009

1 2 3 4 5T ranscectos

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

text

ural

(%

)

1 2 3 4 5T ranscectos

O utubro .2009

0

20

40

60

80

100

Cla

sse

text

ural

(%

)

1 2 3 4 5T ranscectos

Novembro.20 09

0

20

40

60

80

10 0

Cla

sse

text

ural

(%

)

Dezembro.2 009

1 2 3 4 5T ranscectos

0

20

40

60

80

10 0

Cla

sse

text

ural

(%

)

Figura 24. Granulometria do sedimento nas praias estudadas em diferentes épocas do ano.

Page 35: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

35

Silte e Argila Areia muito fina Areia fina Areia média Areia grossa Cascalho

Abril.2009

Maio.2009

Junho.2009

Julho.2009

Agosto.2009

Setem

bro.2009

Outubro.2009

Novem

bro.2009

Dezem

bro.2009

0

20

40

60

80

100

Classe textural (%

)

Figura 25. Valores médios de granulometria do sedimento em diferentes épocas do ano.

Page 36: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

CARACTERIZAÇÃO DOS CARIÓTIPOS DE MOLUSCOS

Coletas dos exemplares

Foram realizadas até o momento 7 viagens de coleta. Em cada viagem foram

coletados dois exemplares de cada espécie encontrada.

Preparação cromossômica

36

Page 37: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Foram feitas preparações cromossômicas a partir dos tecidos do corpo dos

animais; que foram fixadas, espalhadas em lâminas para microscopia e coradas com

corante Giemsa.

Análise das lâminas

Foram identificados os cromossomos, mas as análises estão em andamento,

sendo até agora analisadas 14 lâminas de Anomalocardia brasiliana, cerca de 140

metáfases. 10 lâminas de Neritina virginea, cerca de 100 metáfases e oito lâminas de

Donax striatus, cerca de 80 metáfases.

Análise do cariótipo

Estão sendo analisados os cariótipos das espécies de moluscos, agrupando-os

cromossomos de acordo com a literatura especializada para cada espécie visando à

obtenção do número diplóide de cromossomos.

Foram obtidos os cariótipos de todos os exemplares analisados (Tabela 1)

Entretanto, em nem todas as coletas foram encontradas todas as espécies em todos os

pontos de coleta.

Além disso, alguns pontos de coleta apresentaram metáfases com cromossomos

muito condensados, o que não permitiu apresentar resultados com total confiança. A

exemplo da espécie Neritina virginea. Deste modo, são apresentados apenas os

resultados confiáveis.

Mesmo assim, os dados apresentados são inéditos na literatura para as espécies

estudadas e serão comunicados na 62ª Reunião Anual da SBPC, em Natal-RN no

período de 25 a 30 de julho de 2010.

A. brasiliana

Foram coletados sete exemplares de A. brasiliana com 1,5 a 3 cm de

comprimento nos meses de novembro e dezembro de 2009, janeiro e março de 2010,

nas praias de Barra, Pernambuquinho e Alagamar.

O número diplóide (2n) encontrado foi 2n=20 e número fundamental (NF) foi

NF=20, composto por 10 pares de cromossomos acrocêntricos, dispostos em ordem

37

Page 38: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

decrescente de tamanho. Sendo nove pares de tamanho médio e um par diminuto.

(Figura 1).

Figura 1. Cariótipo de A. brasiliana proveniente de grossos, RN. Barra = 1 µm.

Apesar das variações observadas, não houve diferenças no cariótipo dos

indivíduos estudados, através deste tipo de coloração. Assim como, não foram

distinguidos morfologicamente os cromossomos sexuais.

Novos investimentos em maior período de coleta poderão evidenciar diferenças.

No entanto, dados de DNA mitocondrial e de eletroforese de proteínas tem mostrado

que peixes e invertebrados marinhos com larvas planctônicas possuem similaridade

genética através de áreas amplas. As diferenças genéticas entre as populações de A.

brasiliana podem ser decorrentes de uma combinação de vários fatores, como:

variações ambientais, distâncias geográficas e direção de correntes marinhas.

Entretanto, é importante salientar que os dados citogenéticos para esta espécie

são inéditos na literatura.

Donax striatus

Foram coletados dois exemplares de D. striatus com 1,5 a 3 cm de comprimento

nos meses de novembro de 2009 e janeiro de 2010 na praia de Alagamar (04º56,304' Lat

e 37º09,711' Long).

O número diplóide (2n) encontrado para esta espécie, inédito na literatura, foi

2n=20 e o número fundamental (NF) foi NF=20, composto por 10 pares acrocêntricos

médios dispostos em ordem decrescente de tamanho (Figura 2).

38

Page 39: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Figura 4.

Cariótipo de D. striatus proveniente de grossos, RN. Barra = 1 µm.

Não foram distinguidos morfologicamente os cromossomos sexuais. Apesar das

variações observadas, não houve diferenças no cariótipo dos indivíduos estudados,

através deste tipo de coloração. Assim como, não foram distinguidos morfologicamente

os cromossomos sexuais.

A única referência citogenética refere-se a D. trunculus, espécie localizada na

França, na costa do oceano atlântico, que apresenta 2n=38 e NA=76, composto por nove

pares de metacêntricos, sete pares de submetacêntricos, e três pares de cromossomos

subtelocêntricos. Este número cromossômico 2n=38 é o mais freqüente entre os

bivalves, especialmente na subclasse Heterodonta.

Esta diferença cariotípica provavelmente ocorre devido à grande distância

geográfica entre as populações de bivalves dos continentes analisados, as correntes

marinhas e pelo comportamento séssil, típico destes organismos.

TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO DE A. brasiliana

Depuração

Utilizou-se um sistema simples de depuração, com o objetivo principal de reduzir

a quantidade de areia presente nos moluscos. Foram utilizados baldes de 5 litros

contendo peneiras suspensas em seu interior, onde foram colocados os moluscos por um

determinado tempo, contendo água do próprio local de coleta do marisco (Figura 1). No

total foram utilizados 15 kg de marisco, os quais foram submetidos a 30 tratamentos.

Foram utilizados 1,5 kg de marisco em cada balde, os quais foram submetidos a tempos

39

Page 40: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

diferentes de depuração (15, 30, 45, 60 e 90 minutos). Após o tempo de depuração os

mariscos foram colocados em sacos plásticos etiquetados e armazenados

temporariamente em caixa isotérmica e transportados para a sede da associação.

A segunda etapa (Figura 2) ocorreu na sede da associação, onde cada amostra de

1,5 kg foi dividida em 3 amostras de 0,5 kg cada, para a realização dos demais

tratamentos (cozimento com água e cozimento sem água). Após o cozimento os

mariscos foram desconchados; armazenados em sacos plásticos e colocados em caixa

isotérmica para serem transportados para o Laboratório de Limnologia e Qualidade de

Água do Semi-Árido (LIMNOAQUA) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –

UFERSA.

Também foram colhidas amostras de marisco do processo de lavagem, processo

esse realizado comumente no local. Normalmente os mariscos são submetidos a 3

lavagens consecutivas, dessa forma foram colhidas amostras (1,5 kg) de cada processo

de lavagem. Essas amostras foram dividas em 3 amostras de 0,5 kg e submetidas aos

processos de cozimento, assim como as amostras provenientes da depuração. As

amostras de marisco in natura, ou seja, aquelas que não foram submetidas ao processo

de cocção, foram desconchadas no LIMNOAGUA.

40

Matéria-Prima

Grupo Cotrole Depuração15 Minutos

Depuração30 Minutos

Depuração45 Minutos

AN T15

ACSAT15

ACCAT15

AN T0

ACSAT0

ACCAT0

AN T15

ACSAT15

ACCAT15

AN T45

ACSAT45

ACCAT45

AN T60

ACSAT60

ACCAT60

AN T90

ACSAT90

ACCAT90

Depuração60 Minutos

Depuração90 Minutos

LEGENDA

* AN: Amostra in natura; * ACSA: Amostra Cozida Sem Água; * ACCA: Amostra Cozida Com Água; * T0: Não Submetido a Depuração; * T15: 15 Minutos de Depuração; * T30: 30 Minutos de Depuração; * T45: 45 Minutos de Depuração; * T60: 60 Minutos de Depuração; * T90: 90 Minutos de DepuraçãoFigura 1. Fluxograma do processo de depuração marisco-pedra (A. brasiliana)

LEGENDA

* AN: Amostra in Natura; * ACSA: Amostra Cozida Sem Água; * ACCA: Amostra Cozida Com Água; * L0: Não Submetido a Lavagem; * L1: Amostra 1ª Lavagem; * L2: Amostra 2ª Lavagem; * L3: Amostra 3ª Lavagem

Matéria-Prima

Grupo Cotrole Lavagem 1 Lavagem 2 Lavagem 3

AN L0

ACSAL0

ACCAL0

AN L1

ACSAL1

ACCAL1

AN L3

ACSAL3

ACCAL4

AN L2

ACSAL2

ACCAL2

Figura 2. Fluxograma do processo de lavagem marisco-pedra (A. brasiliana) pelas marisqueiras

Page 41: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Após a realização de todos os procedimentos os mariscos foram congelados para

posterior determinação do Resíduo Mineral Fixo (cinzas).

Defumação

O desenvolvimento das atividades constou de técnicas tradicionais de conservação

de alimentos, através de defumação (tradicional e líquida), a fim de possibilitar

características sensoriais especiais, apreciadas pelos consumidores e juntamente a este,

promover maior vida-de-prateleira aos produtos.

A matéria-prima utilizada foi o marisco-pedra (A. brasiliana), extraído

manualmente e de forma artesanal do substrato areno-lodoso da praia de Grossos (RN),

pelas marisqueiras vinculadas à Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs durante

a maré baixa.

O marisco-pedra foi coletado, lavado, cozido e desconchado pelas marisqueiras da

Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs (Grossos, RN), seguido de embalagem,

acondicionamento em gelo nas caixas isotérmicas (0-2°C) e transporte até o laboratório

em Mossoró (RN), onde foram acondicionados sob refrigeração ate o momento da

defumação.

41

Page 42: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Antes do experimento para obtenção do produto defumado, foram realizados

testes laboratoriais preliminares para conhecer o defumador e como o marisco se

comporta durante o processo de defumação. A partir de um fluxograma definido (Figura

4) através de dados da literatura (temperatura e tempo de defumação), foi definido para

o marisco o melhor tempo e temperatura de defumação tradicional. Utilizou-se uma

estufa defumadora (DEFUMAX 18 L) e para a geração de fumaça utilizou-se serragem

de Maçaranduba (Manilkara huberi).

42

Figura 3. Coleta e processamento do marisco-pedra (A. brasiliana) pelas marisqueiras.

Matéria-Prima

Lavagem, Pesagem eIdentificação

Cozimento a vapor

Pesagem

Salmoura

DefumaçãoTradicional

DefumaçãoFumaça líquida

Secagem

Adição de fumaça

Pesagem

Embalagem

Produto Final

Imersão Aspersão

Pesagem

Embalagem

Produto Final

Secagem

Page 43: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Figura 4. Fluxograma operacional de defumação do marisco-pedra (A. brasiliana)

Lavagem da matéria-prima: Os mariscos após coletados foram submetidos a uma

lavagem prévia para retirada de impurezas, areia e lama assegurando a qualidade dos

mesmos. Os moluscos foram pesados e cozidos a vapor.

Cozimento: Os mariscos foram cozidos até a abertura das valvas, onde foram

pesados e desconchados, com delicadeza para não danificar a carne, e em seguida

pesados e divididos em porções de 100g.

Salmouragem: Na defumação tradicional, os mariscos foram imersos em salmoura

nas concentrações de 10%, 15% e 20% de cloreto de sódio. O tempo de imersão foi de

15 minutos com agitação. Após a salmouragem, os mariscos foram colocados em

bandejas de tela metálica onde o excesso de salmoura foi escorrido, pesados e

submetidos ao processo de pré-secagem. Na defumação líquida, por aspersão ou por

imersão, as concentrações da salmoura foram diferentes e estão indicadas no

planejamento experimental a seguir.

Pré-Secagem: As bandejas foram colocadas em uma estufa de defumação e

submetidas à pré-secagem sob temperatura de 50°C por 45 minutos e novamente

pesados.

Transcorrido o processo de pré-secagem, o marisco foi exposto a fumaça densa

por 45 min. (60°C) e 45 min. (85°C). No final da defumação, o produto defumado foi

retirado da estufa, resfriado e submetido a pesagem, e em seguida acondicionados em

vidros de 150 mL, na proporção 80g de marisco defumado e 70 mL de óleo de canola

(Peso líquido = 150g; Peso drenado = 80g).

Defumação líquida por imersão em fumaça líquida: Delineamento inteiramente

casualizado com dois fatores (k=2), cada qual com três níveis (N=3). Fator S (salmoura)

com níveis S1 (salmoura fraca), S2 (salmoura média) e S3 (Salmoura forte); fator FL

(fumaça líquida) com níveis FL1(concentração fraca), FL2 (concentração média) e FL3

43

Page 44: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

(concentração forte). Experimentos: Imersão em salmoura com fumaça líquida (S1FL1;

S2FL1; S3FL1; S1FL2; S2FL2; S3FL2; S1FL3; S2FL3; S3FL3)

5% NaCl + 0,25% FL 5% NaCl + 0,50% FL 5% NaCl + 0,75% FL

7,5% NaCl + 0,25% FL 7,5% NaCl + 0,50% FL 7,5% NaCl + 0,75% FL

10% NaCl + 0,25% FL 10% NaCl + 0,50% FL 10% NaCl + 0,75% FL

As amostras de marisco (~100g) foram imersas em salmoura com 5%, 7,5% e

10% de cloreto de sódio, na proporção de marisco:salmoura (1:2). A fumaça líquida

concentrada foi adicionada nesta salmoura nas diluições 0,25, 0,50, 0,75 (v/v). O tempo

de imersão dos mariscos foi de 60 minutos com agitação e em seguida foram retirados

para e colocados em bandejas teladas, onde o excesso de salmoura foi escorrido e em

seguidas pesados. A seguir, as bandejas contendo os mariscos foram colocadas numa

estufa de defumação e submetidas à secagem: por 45 min. a 55°C, 45 min. a 72°C e 45

min. a 82°C. No final da defumação, o produto defumado foi retirado da estufa,

resfriado e submetido a pesagem, e em seguida acondicionados em vidros de 150 mL,

na proporção 80g de marisco defumado e 70 mL de óleo de canola (Peso líquido =

150g; Peso drenado = 80g).

Aspersão em fumaça líquida: Delineamento inteiramente casualizado com dois

fatores (k=2), cada qual com três níveis (N=3). Fator S (salmoura) com níveis S1

(salmoura fraca), S2 (salmoura média) e S3 (Salmoura forte); fator FL (fumaça líquida)

com níveis FL1(concentração fraca), FL2 (concentração média) e FL3 (concentração

forte). Experimentos: Aspersão da fumaça líquida após imersão em salmoura (S1FL1;

S2FL1; S3FL1; S1FL2; S2FL2; S3FL2; S1FL3; S2FL3; S3FL3).

5% NaCl + 20% FL 5% NaCl + 30% FL 5% NaCl + 40% FL

7,5% NaCl + 20% FL 7,5% NaCl + 30% FL 7,5% NaCl + 40% FL

10% NaCl + 20% FL 10% NaCl + 30% FL 10% NaCl + 40% FL

Os mariscos foram submetidos a salmouragem de acordo com o item descrito à

cima. Em seguida, as bandejas foram colocadas numa estufa de defumação e submetidas

à pré-secagem sob temperatura de 50°C por 45 minutos e depois pesados. A fumaça

líquida concentrada foi aspergida na superfície dos mariscos que estavam sobre as

bandejas no interior da estufa, nas diluições de 20%, 30% e 40% e em seguida foram

44

Page 45: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

submetidos à secagem: por 45 min. a 60°C, 45 min. a 70°C e 45 min. a 80°C. Nos

intervalos de 45 min quando eram realizadas as mudanças de temperaturas, eram

realizadas também a aspersão da fumaça sobre o marisco. No final da defumação, o

produto defumado foi retirado da estufa, resfriado e submetido a pesagem, e em seguida

acondicionados em vidros de 150 mL, na proporção 80g de marisco defumado e 70 mL

de óleo de canola (Peso líquido = 150g; Peso drenado = 80g).

Marinação

O marisco-pedra foi coletado, lavado, cozido e desconchado pelas marisqueiras

(Figura 3) da Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs (Grossos, RN), seguido de

embalagem, acondicionamento em gelo nas caixas isotérmicas (0-2°C) e transporte até

o laboratório em Mossoró (RN), onde foram acondicionados sob refrigeração até o

momento da marinação.

Preparado as soluções de salmoura ácida: Delineamento inteiramente

casualizado com dois fatores (k=2), cada qual com três níveis (N=3). Fator S (salmoura)

com níveis S1 (salmoura fraca), S2 (salmoura média) e S3 (Salmoura forte); fator V

(vinagre) com níveis V1(concentração fraca), V2 (concentração média) e V3

(concentração forte). Experimentos: 1) vinagre vinho tinto (S1V1; S2V1; S3V1;S1V2;

S2V2; S3V2; S1V3; S2V3; S3V3); 2) vinagre vinho branco (S1V1; S2V1; S3V1;S1V2;

S2V2; S3V2; S1V3; S2V3; S3V3); 3) vinagre arroz (S1V1; S2V1; S3V1;S1V2; S2V2;

S3V2; S1V3; S2V3; S3V3).

2% NaCl + 3% Vinagre 2% NaCl + 5% Vinagre 2% NaCl + 7% Vinagre

4% NaCl + 3% Vinagre 4% NaCl + 5% Vinagre 4% NaCl + 7% Vinagre

6% NaCl + 3% Vinagre 6% NaCl + 5% Vinagre 6% NaCl + 7% Vinagre

Marinação propriamente dita e maturação: As amostras de marisco-pedra

(~80g) foram imersas em salmoura ácida na proporção de 2:1 (salmoura:marisco) por

um período de 15 dias, a fim do acido agir sobre a musculatura do marisco, fazendo

com que ocorra uma hidrolise protéica, favorecendo o aparecimento de uma textura

agradável. A concentração de sal ajudara na melhora sensorial do produto, bem como

45

Page 46: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

no controle microbiológico. O pH das amostras foram medidos e mantidos abaixo de

4,5 a fim de garantir a inocuidade do produto durante a maturação (15 dias – sob

refrigeração).

Enchimento das embalagens: após os 15 dias de marinação, as amostras de

marisco foram acondicionadas em vidros de 150 mL, na proporção 80g de marisco e 70

mL de salmoura acida (Peso líquido = 150g; Peso drenado = 80g) por mais 15 dias, a

fim de maturar o produto e estar pronto para analise sensorial.

Os produtos marinados foram avaliados sensorialmente, onde se constatou

problemas de crescimento microbiológico em algumas amostras, o que demonstrou

problemas de contaminação durante o preparo e/ou na maturação. Um dos motivos que

levou ao crescimento microbiológico pode ter sido pelo uso de um pHmetro sem

adequada limpeza ou que não estivesse calibrado, podendo ter subestimado o valor do

pH (> 4,5) favorecendo dessa forma, o crescimento microbiológico. O rendimento do

processo de desconchamento foi de 7,74%, e na marinação foi de 10,7 % sobre o peso

inicial do marisco desconchado.

Os produtos defumados foram avaliados sensorialmente, onde se constatou uma

variação entre as concentrações de sal e fumaça em todos os tratamentos. Estas

variações nos permitiram alterar as concentrações de sal e fumaça para futuras analise, a

fim de obter um produto com características sensoriais que possam favorecer o

lançamento do produto no mercado e agradar o consumidor final. Os rendimentos

médios na defumação tradicional, dos tratamentos realizados foram de 13% (após

salmouragem) e 33% (após defumação). Na defumação líquida por imersão, o

rendimento após a salmouragem foi de 15% e após a defumação foi de 36%. Na

defumação líquida por aspersão, o rendimento após a salmouragem foi de 8% e após a

defumação foi de 42%.

Na defumação tradicional foi considerada melhor a concentração de 10% de sal.

Na defumação por aspersão determinou-se a concentração de 10% sal com a alteração

da concentração de fumaça para 35%, 50% e 65%. Na defumação por imersão foi

considerada melhor a concentração de 7,5% de sal com alteração dos valores de fumaça

para 1, 2,5 e 5%.

A quantificação do resíduo mineral fixo (cinzas) ainda não foi feito em virtude da

indisponibilidade de equipamento, o que já está sendo solucionado nos próximos dias.

46

Page 47: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

No início do mês de março foram feitas novas coletas do marisco-pedra, e a

repetição dos experimentos de marinado e defumado, com novas alterações nas

concentrações de sal e fumaça líquida (defumação) e de sal e vinagre (marinação).

Os produtos desenvolvidos nessa nova etapa de experimentos serão avaliados pela

Análise Sensorial através da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) e Métodos

Subjetivos ou Afetivos, através de testes quantitativos (aceitação) e Escala Hedônica de

9 pontos, com no mínimo 50 provadores.

Serão avaliadas as análises físico-químicas (umidade, proteína bruta, gordura,

resíduo mineral fixo e carboidratos), pH; determinação de cloretos, como cloreto de

sódio (segundo método de Möhr), para verificar a absorção de sal durante a

salmouragem; cálculos dos rendimentos: peso inicial, peso após lavagem, peso após

cocção, peso após desconchagem (% resíduo), peso após salmouragem, peso durante a

defumação/marinação; peso após defumação/marinação; peso após 15 dias de

maturação; Análise microbiológica: Estafilococos coagulase positiva e salmonela

(marisco in natura); coliformes termotolerantes, Estafilococos coagulase positiva e

salmonela (marisco cozido, defumado e marinado); Acompanhamento da vida-de-

prateleira durante 6 meses de armazenamento: índice de peróxidos, número de TBA,

pH, parâmetros microbiológicos; e Análise estatística: Análise de variância (ANOVA)

para a análise sensorial e análise estatística descritiva (básica ± média e desvio padrão)

para as análises químicas e de rendimento.

PRODUÇÃO DE SEMENTES DE A. brasiliana

Foi realizada uma visita técnica por Francisco Jose Lagreze (Laboratório de

Moluscos Marinhos – UFSC), com o objetivo de implantação de tecnologia para

produção de sementes do molusco de areia Anomalocardia brasiliana no laboratório da

LARVI Aquicultura e Projetos Ltda. A larvicultura contou com a participação de José

Carlos Gastelú (Sócio Proprietário da LARVI – RN), Jaqueline de Medeiros Oliveira

(Sócia Proprietária da LARVI – RN) e Profa. Cibele S. Pontes (Universidade Federal

Rural do Semi-Árido, RN), coordenadora do Projeto Ostras (UFERSA/LARVI -

FINEP/FAPERN).

47

Page 48: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Após a detecção de um banco de reprodutores contendo os animais em estágio

adequado de desenvolvimento gonadal, a salinidade do local de coleta foi de 40 ‰, e

temperatura da água com aproximadamente 29oC. Na chegada ao laboratório foi

realizada a lavagem e desinfecção de reprodutores de A. brasiliana com água doce e

hipoclorito de sódio (2 ppt) por 10 minutos, e seguidamente colocados no tanque para

desova com salinidade de 32 ‰. Realizou-se a redução da temperatura da água com

gelo para 27oC, provocando um choque térmico para indução de desova, sendo também

submetidos a estresse osmótico. Os animais foram deixados durante 12 horas com água

a 32°C e uma alta concentração de microalga, tendo apresentado sinais de desova na

manhã seguinte. A confirmação foi realizada através de microscópio, a partir da

constatação da presença de ovócitos com espermatozóides ao redor, indicando o começo

da desova. A água do tanque foi então peneirada em malha de 20 µm, realizando-se

posteriormente o seu enchimento com água filtrada e esterilizada com UV, com o

objetivo de dar continuidade à desova. Após 2 horas, realizou-se novamente o

peneiramento da água do tanque e posterior contagem dos ovócitos coletados, utilizando

a Câmera de contagem em microscópio. Detectou-se aproximadamente 10.332.000

ovócitos, alguns já fertilizados e em início de segmentação. Os ovócitos foram

colocadas no tanque de larvicultura e alimentadas com 3 x 104 cel/mL de Isochrysis

galbana (ISO) Procedeu-se o cultivo larval, realizando-se avaliação constante das

larvas, que apresentavam boa atividade e trato digestivo cheio. A alimentação das larvas

foi realizada diariamente, mantendo-se um nível constante de 5 x 104 cel.mL-1 de ISO e

Chaetoceros calcitrans (3:1). Sete dias depois, as larvas foram retiradas do tanque com o

uso de peneiras com tela de 120 e 58 µm, sendo que a grande maioria foi capturada em

telas com abertura de malha de 120, indicando que as larvas já estavam próximas à

etapa de assentamento. Realizou-se troca parcial de água e alimentação das larvas, ao

observar as larvas de uma amostra retirada do tanque foi possível detectar larvas com a

presença do Pé, indicando a passagem para o estágio de pedivéliger, sendo as larvas

então colocadas em tanques “downwelling” para assentamento. No total foram

assentadas aproximadamente 4,44 milhões de larvas de A. brasiliana.

A visita técnica realizada por Francisco José Lagreze foi extremamente

importante para o estabelecimento de metodologias de cultivo e adequação da estrutura

de cultivo larval de moluscos da LARVI, empresa participante do Projeto Gente da

Maré, para a produção de A. brasiliana. O estabelecimento de tecnologias de cultivo de

48

Page 49: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

larvas desse animal é importante e dará suporte ao desenvolvimento futuro de cultivos

comerciais de moluscos de areia de uma maneira geral. Além disto, o domínio das

técnicas de produção larval de A. brasiliana possibilitará o desenvolvimento de

atividades de extensão, visando a reposição de estoques desses animais em localidades

expostas a sobre-exploração. Desta forma, consideramos que o objetivo da visita técnica

foi alcançado com êxito, tendo gerado excelentes resultados e encaminhamentos para o

desenvolvimento de futuras pesquisas a serem aplicadas à produção.

AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DA PESCA DE A. brasiliana

O monitoramento das capturas proposto no projeto está em fase de implantação.

Para tanto, foram desenvolvidas fichas de acompanhamento participativo individual

(Anexo I) em conjunto com a doutoranda Lígia Rocha da UFRN. A metodologia de

coleta de informações será fundamentada na distribuição das fichas entre as pescadoras

e pescadores para o seu preenchimento e, uma vez por mês serão realizadas campanhas

de campo para o recolhimento das fichas de acompanhamento e também para coletar

amostras provenientes das pescarias. O objetivo desta última parte é acompanhar a

49

Tanques de larvicultura onde foi realizado o cultivo larval de A. brasiliana

Sementes de A. brasiliana em downwelling para assentamento

Pré-sementes de A. brasiliana com 9 dias após assentamento

Page 50: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

variação no tamanho dos indivíduos capturados pela pesca e verificar possíveis

alterações temporais nas classes modais pescadas. Esta etapa será iniciada em abril de

2010 e o monitoramento será realizado tanto com as pescadoras associadas quanto

àquelas que desenvolvem sua atividade de forma independente.

Embora o monitoramento da pesca ainda não tenha sido iniciado de forma

efetiva, foram compiladas informações provenientes das “anotações de produção” que

as próprias marisqueiras da Associação de Mulheres Pescadoras de Grossos realizam.

Os dados fornecidos apresentam informações de produção diária (em kg de marisco

limpo) e número de marisqueiras (esforço) da pesca de Anomalocardia brasiliana,

possibilitando o acompanhamento temporal da produção entre julho/2007 a fevereiro de

2009.

A pesca, ou cata, de A. brasiliana ocorre em geral durante as semanas de maré

de lua cheia e de lua nova, ocasionando um esforço potencial em dias de pesca de 15

dias. A análise dos dados mostra que, em média, o esforço potencial não é alcançado e

os valores médios de dias de pesca não ultrapassam 6 dias/mês (Fig. 01), embora

durante alguns meses este valor médio é ultrapassado (Fig. 02)

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

5,50

6,00

6,50

7,00

7,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Esf

orço

de

Pes

ca (m

aris

quei

ras.

dia

-1)

Figura 01 – Variação mensal no esforço de pesca (Média ± Desvio Padrão) de marisqueiras pertencentes à Associação de Mulheres Pescadoras de Grossos que atuam na pesca de A. brasiliana.

50

Page 51: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

0

2

4

6

8

10

12

14

julh

o

agos

to

sete

mbr

o

outu

bro

nove

mbr

o

deze

mbr

o

jane

iro

feve

reiro

mar

ço

abril

mai

o

junh

o

julh

o

agos

to

sete

mbr

o

outu

bro

nove

mbr

o

deze

mbr

o

jane

iro

feve

reiro

2007 2008 2009

Dias

Efe

tivos

de

Pesc

a

Figura 02 – Acompanhamento dos dias efetivos de pesca de Anomalocardia brasiliana realizada pelas mulheres da Associação de Mulheres Pescadoras de Grossos-RN.

A captura total registrada durante o período de avaliação dos dados variou de

178,5 kg a 25 kg de biomassa desconchada (a variação na captura total e captura média

está apresentada na figura 03). Foram realizadas três amostragens para identificar o

rendimento médio em biomassa fresca de A. brasiliana em relação a biomassa total com

concha. Para esta determinação, em cada unidade de biomassa pescada foram retiradas

amostras do total capturado durante os dias de avaliação. Dos indivíduos que

constituíram a amostra foram feitas medidas biométricas de comprimento, altura,

largura e peso. A unidade de biomassa utilizada pelas marisqueiras se constitui em um

balde de 20 litros que, preenchido com biomassa média de 14,9 kg de taioba com casca,

que, após o processamento apresenta um rendimento líquido de 1,33 kg,

aproximadamente 8,9% da biomassa bruta pescada. (Tabela I).

51

Page 52: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

julh

o

agos

to

sete

mbr

o

outu

bro

nove

mbr

o

deze

mbr

o

jane

iro

feve

reiro

mar

ço

abril

mai

o

junh

o

julh

o

agos

to

sete

mbr

o

outu

bro

nove

mbr

o

deze

mbr

o

jane

iro

feve

reiro

2007 2008 2009

Cap

tura

Tot

al (k

g)C

apturaM

édia Mensal (kg)

Figura 03 – Acompanhamento da biomassa líquida total de A. brasiliana capturada pelas marisqueiras da Associação de Mulheres Pescadoras de Grossos – RN.

Com os dados das amostragens das capturas, foram construídos gráficos da

estrutura em comprimento indicando as classes de comprimento mais capturadas (Fig.

04). Os dados mostram que a indivíduos entre 22 e 26 mm de comprimento apresentam

maior freqüência de ocorrência nas capturas. Este acompanhamento deverá ser feito

periodicamente para verificar se existe alteração na freqüência de ocorrência das classes

de comprimento na pesca da taioba. A continuidade deste monitoramento, juntamente

com a determinação do comprimento de primeira maturação fornecerá informações

relevantes para que a seja determinado o tamanho mínimo de captura. Da mesma forma,

o monitoramento incidirá sobre as diferentes artes de coleta que são desenvolvidas na

região (catação, raspagem)

TABELA I – Dados das amostragens para a determinação do rendimento líquido da exploração pesqueira de A. brasiliana em Grosso – RN.

Data Amostra Peso Total (Sujo;Kg)

Peso Total (Limpo; Kg)

Peso da Amostra

(Kg)

N° de Ind. na

Amostra

No. Estimado de ind.

CapturadosRend. Carne

(%)

18/09/2009

1 14,767 1,371 1,582 254 2.371 9,32 15,292 1,394 1,747 299 2.617 9,1

22/09/2009

3 15,402 1,256 2,036 495 3.745 8,24 14,628 1,295 1,815 398 3.208 8,95 14,623 1,274 2,605 546 3.065 8,7

30/09/2009

6 15,116 1,351 1,176 226 2.905 8,97 11,993 1,084 0,972 191 2.357 9,0

52

Page 53: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

8 16,065 1,459 1,066 206 3.104 9,19 16,219 1,481 1,184 222 3.041 9,1

Média 14,90 1,33 1,58 315,22 2.934 8,92Desvio Padrão 1,23 0,12 0,54 132,50 438 0,33

0

10

20

30

40

50

60

70

80

19-2

020

-21

21-2

222

-23

23-2

424

-25

25-2

626

-27

27-2

828

-29

29-3

018

-19

19-2

020

-21

21-2

222

-23

23-2

424

-25

25-2

626

-27

27-2

828

-29

<18

19-2

020

-21

21-2

222

-23

23-2

424

-25

25-2

626

-27

27-2

828

-29

29-3

0

18/09/2009 22/09/2009 30/09/2009

Núm

ero

de In

diví

duos

na

Am

ostra

Figura 04 – Distribuição da freqüência de comprimento dos indivíduos de A. brasiliana capturados pelas marisqueiras da Associação de Mulheres Pescadoras de Grossos – RN.

Em termos rendimento pesqueiro, as marisqueiras da Associação de Mulheres

Pescadoras de Grossos capturam uma média de 2,2 kg/marisqueira.dia-1. A figura 05

mostra a variação mensal no rendimento pesqueiro da taioba na região de Grossos. O

rendimento médio apresenta um comportamento periódico, com tendência de

incremento no rendimento a partir do segundo semestre dos anos avaliados. O

rendimento no mês de janeiro apresenta incremento devido ao maior movimento de

compradores durante a época de veraneio na região. A variação da média do rendimento

é caracteristicamente menos nos meses do primeiro semestre e, nos meses seguintes

essa variabilidade tende a aumentar.

53

Page 54: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

julh

oag

osto

sete

mbr

oou

tubr

ono

vem

bro

deze

mbr

oja

neiro

feve

reiro

mar

çoab

rilm

aio

junh

oju

lho

agos

tose

tem

bro

outu

bro

nove

mbr

ode

zem

bro

jane

irofe

vere

iroRen

dim

ento

Pes

quei

ro (K

g/m

aris

quei

ra.d

ia-1

)

2007 2008 2009

Figura 05 – Variação temporal do rendimento na pesca de Anomalocardia brasiliana capturada pelas marisqueiras da Associação de Pescadoras de Grossos – RN.

Os experimentos de depleção foram delineados para estimar a biomassa presente

na região. Este experimento consiste em determinar uma área de tamanho conhecido

dentro dos bancos de A. brasiliana e coletar todos os indivíduos presentes no local

utilizando esforço constante (marisqueira*hora-1), e metodologia utilizada na catação

tradicional feita pelas marisqueiras. Para tanto, foi montado um experimento de

depleção piloto onde, durante cinco dias foram registrados os valores de biomassa total

(Wt) utilizando esforço padrão e capturabilidade constante. Os dados serão analisados

através de análise de regressão entre a captura total acumulada e CPUE. Os dados deste

experimento piloto estão apresentados na tabela II. A distribuição de comprimento em

cada dia de experimento mostrou que nos primeiros dois dias de coleta, as classes de

comprimento com indivíduos maiores foram mais representativas enquanto que os

indivíduos menores passaram a ser capturados apenas nos dias finais de experimento. A

distribuição de comprimento dos dados agrupados mostram que indivíduos de tamanhos

menores (comprimento inferior a 20mm) foram os mais abundantes no experimento. Os

dados de biomassa em cada dia de experimento estão apresentados na tabela II.

Entretanto, a análise de regressão entre a CPUE e biomassa acumulada não atingiu os

54

Page 55: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

pressupostos. Os dados não apresentam tendência linear (ANOVA F1,3 = 4,10; p =

0,136) e o parâmetros de inclinação da reta não apresentou significância no modelo.

Desta forma, não foi possível estimar a biomassa de A. brasiliana através do método de

depleção de Leslie (Figura 07). É provável que a biomassa capturada no segundo dia de

experimento tenha sido subestimada, comprometendo o resultado do experimento piloto

de depleção. O mesmo experimento será replicado em três unidades experimentais de

15 m2 tanto no período chuvoso quanto no período de seca.

TABELA II – Distribuição de freqüência de comprimento e biomassa de A. brasiliana coletados em cada dia do experimento de depleção.

Classe de Comprimento

(mm)

Depleção

Dia 1 Dia 2 Dia3 Dia4 Dia56-7 2 17-8 1 18-9 19-10 1 1

10-11 1 1 111-12 1 2 312-13 1 113-14 1 1 2 5 214-15 2 1 115-16 2 2 3 3 416-17 4 3 117-18 1 2 4 3 218-19 6 4 4 2 219-20 5 4 1 2 220-21 1 1 121-22 3 1 2 122-23 2 1 223-24 1 224-25 3 1 1 2 225-26 1 2 126-27 1 227-28 2 1

Biomassa Total Capturada (g)96,91 59,61 72,46 66,70 48,95

55

Page 56: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

6-7

7-8

8-9

9-10

10-1

1

11-1

2

12-1

3

13-1

4

14-1

5

15-1

6

16-1

7

17-1

8

18-1

9

19-2

0

20-2

1

21-2

2

22-2

3

23-2

4

24-2

5

25-2

6

26-2

7

27-2

8

Freq

üênc

ia d

e O

corrê

ncia

(N)

Classe de Comprimento (mm)

Figura 06 – Distribuição de freqüência de comprimento de A. brasiliana com os dados agrupados provenientes do experimento piloto de depleção realizado em Grossos – RN.

0

10

20

30

40

50

60

0 100 200 300 400 500 600

CP

UE

(g/p

esca

dor.h

ora

-1)

Biomassa Acumulada (g)

CPUE = 49,7 - (0,067*Biomassa Acumulada)r2 = 0,57

Figura 07 – Regressão entre captura por unidade de esforço (CPUE) e biomassa total acumulada proveniente do experimento piloto de depleção realizado em Grossos – RN.

A caracterização sócio-econômica está em fase de implantação do sistema de

entrevistas que ocorrerá utilizando a metodologia bola de neve. Para tanto, foi

56

Page 57: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

desenvolvido um instrumento de avaliação (Anexo II) que também será utilizado para

levantamento de dados para a avaliação de estoques conforme a metodologia ParFish

(Participatory Fisheries Assessment; MRAG, London).

Também está sendo aplicada uma metodologia de ecologia humana para a

construção de modelos de forrageamento ótimo na pesca da taioba. Esta metodologia

está sendo aplicada tanto com marisqueiras que pertencem a Associação de Mulheres

Pescadoras de Grossos e àquelas que não fazem parte desta associação. Os dados são

coletados mensalmente a partir do acompanhamento diário dos deslocamentos, área de

uso, biomassa capturada, tipo de método de captura, etc. Estes acompanhamentos

iniciaram em dezembro de 2009 será encerrado em dezembro de 2010 com a

participação de pesquisadores da UFRN. A mesma metodologia será empregada com as

marisqueiras da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão em Diogo

Lopes – RN pela doutoranda Lígia Rocha e alunos da Engenharia de Pesca da

UFERSA. Além da construção dos modelos de forrageamento ótimo, este

acompanhamento servirá para a construção de mapas participativos dos principais

bancos que são explorados nas regiões estudadas além de descrever e caracterizar as

formas de exploração do marisco e identificar medidas potenciais de esforço de pesca

empregado na atividade.

CAPACITAÇÃO DAS PESCADORAS DE GROSSOS

57

Page 58: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Durante dois dias no mês de fevereiro de 2010 foram ministrados cursos de

informática (Explorer, Word e Excel) as marisquerias e seus familiares, visando a

inclusão digital. Os cursos ocorreram na Associação das Mulheres Pescadoras e Artesãs

do Município de Grossos e na ocasião foram elaboradas apostilas que serviram para

auxiliar no aprendizado.

Primeiro dia: Foi realizada uma breve introdução sobre os elementos do

computador, onde se abordou os procedimentos de inicialização e desativação do

computador. Além disso, abordou-se a maneira como criar, utilizar, renomear e excluir

uma pasta de arquivos. Em seguida iniciou-se uma abordagem introdutória do Microsoft

Office Word 2003, que possuiu assuntos como: modo de digitar um texto, mudar a

fonte, tamanho, cor da letra, adicionar marcadores e alinhar o texto, além de mostrou

como enfatizar as palavras colocando-as em negrito, itálico ou sublinhado, como

centralizar, alinhar a esquerda, direita e justificar o texto escrito, ressaltou-se também

como utilizar atalhos como copiar (Ctrl-C), colar (Ctrl-V), em seguida mostrou-se como

salvar o arquivo na pasta criada anteriormente.

Segundo dia: Ocorreu a retomada do assunto do dia anterior, aprofundando os

conhecimentos sobre o Word 2003. Iniciou-se a abordagem do programa Microsoft

Office Excel 2003, primeiramente apresentou-se o programa e como digitar e ajustar

planilhas aumentando os espaços quando as palavras que foram escritas extrapolam as

margens, além de resolver fórmulas de equações básicas, como somatório, subtração,

multiplicação e divisão utilizando o programa, além de mostrar como modificar o

tamanho, fonte e cor das letras. No curso abordou-se também como centralizar, alinhar a

esquerda, direita e justificar o texto escrito na planilha e por fim salvar a planilha criada

em uma pasta específica.

58

Page 59: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Curso de inclusão digital realizado em fevereiro de 2010 na Associação das Mulheres

Pescadoras e Artesãs do Município de Grossos.

ADEQUAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DA ASSOCIAÇÃO

Considerando que a adoção de boas práticas de fabricação (BPF) é requisito

fundamental em um programa de Segurança Alimentar, e que a sua implantação exige

mudanças estruturais e comportamentais, decidiu-se junto da Associação, que a infra-

estrutura atual deverá ser alterada a fim de cumprir com os pré-requisitos mínimos

higiênico-sanitários.

Por razões didáticas, as regras de BPF, são desdobradas em requisitos

fundamentais: higiene pessoal, higiene ambiental, higiene operacional, procedimentos

de limpeza e desinfecção, e controle integrado de pragas. Para que o projeto de pesquisa

tenha êxito e que as etapas de defumação e marinação possam ser executadas pelas

marisqueiras, primeiramente foi feito uma organização do layout da sala de

processamento atual ( e : Salas artesanato; : WC; : Sala de Processamento; :

Sala do Fogão a Lenha) em conformidade com a legislação vigente (MAPA e

ANVISA). A proposta de novo layout será feita após reunião com os responsáveis pela

vigilância sanitária e pelo sistema de inspeção.

59

Page 60: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Layout atual da sala de processamento da Associação das Mulheres Pescadoras e

Artesãs do Município de Grossos (RN)

Após visitas in loco na presença de Fiscais do IDIARN (vistoria feita em

22/12/2009 - PARECER EM ANEXO) na Associação das Mulheres Pescadoras e

Artesãs do Município de Grossos (RN) percebeu-se a necessidade de adequação e

ampliação da estrutura física dentro dos padrões exigidos pelas Boas Práticas de

Fabricação e Higiene (conforme laudo IDIARN), para a implantação das técnicas de

processamento. O novo layout abaixo foi extra-oficialmente aprovado pelo IDIARN, e

no momento em que as reformas forem executadas, será feito uma nova vistoria.

60

Sala embalagem

Sala cocção e desconchamento

Sala freezer

e expediçã

o

dreno

Fogão à lenha

Sistema de exaustão

Piso em concreto

mínimo 1,5 m(ao redor da

casa)

Sala lavagem

Page 61: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Reforma do galpão da Associação das marisqueiras e visita de representantes do

escritório regional da EMATER.

Marisqueiras em atividade de

campo e no processamento da

matéria-prima.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS:

Agostinho, A. A.; Okada, E. K; Gregoris, J. Características econômicas y sociales de las

actividades pesqueras en el embalses de Itaipu, Brasil. Comission de Pesca

Continental para America Latina FAO. Simposio Regional sobre Manejo de La

pesca en Embalses en America Latina. Habana. 100 p. 1994.

Allison, E.H.; Ellis, F. The livelihoods approach and management of small-scale

fisheries. Marine Policy, Surrey, UK , v.25, p. 377-388, 2001.

61

Page 62: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Arruda CCB, Beasley CB, Vallinoto M, Marques-Silva NS, Tagliaro CH (2009)

Significant genetic differentiation among populations of Anomalocardia brasiliana

(Gmelin, 1791): A bivalve with planktonic larval dispersion. Genetics and

Molecular Biology 32: 423-430

Bayley, V. S.; Petrere Júnior, M. Amazon fisheries: assessment methods, current status

and management options. In: DODGE, D.P. (Ed.). Proceedings of the International

Large River Symposium (LARS) (Honey Harbour, Ontario, Canada, September 14-

21, 1986). Ottawa: Department of Fisheries and Oceans, 1989. 629 p., ill. (Canadian

special publication of Fisheries and Aquatic Sciences, v. 106). p.385-389.

Beerli P, Felsenstein J (2001) Maximum likelihood estimation of a migration matrix and

effective population sizes in n subpopulations by using a coalescent approach.

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,

98: 4563-4568.Hey & Nielsen, 2007

Begossi, A.; Hanazaki, N.; Peroni. Knowledge and use of biodiversity in Brazilian

hotspots. Environment, Development, and Sustainability, London, v.2, no.3/4,

p.177-193, 2000.

Berkes, F.; Mahon, R.; Mcconney, P.; Pollnac, R.C.; Pomeroy, R.S. Managing Small-

Scale Fisheries: Alternative Directions and Methods. Ottawa: International

Development Research Centre, 2001. 308 p.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº. 12 de 2 de

janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para

alimentos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jan 2001.

Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm >. Acesso em:

27 jul. 2009.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – Resolução RDC nº 359,

de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico de Porções de Alimentos

Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional. Diário Oficial da União, Poder

Executivo, Brasília, DF, 26 dez 2003.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – Resolução RDC nº 360,

de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de

Alimentos Embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional. Diário Oficial

da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 dez 2003.

62

Page 63: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Brown, A. C. & Mclachalan, A. Ecology of Sandy Shoes. Amsterdã Elservier. 1990,

327p.

Caddy, J. F.; Cochrane, K. L. A review of fisheries management past and present and

some future perspectives for the third millenium Ocean & Coastal Management,

Kidlington, Oxon, v.44, p.653-682, 2001.

Carneiro, C. R. Densidade populacional da Anomalocardia brasiliana (Gmelim, 1791)

na praia de Barra, município de Grossos – RN. (monografia). ESAM, RN, 1994, 45

p.

Castilla, J. C. & Defeo, O. Latin American benthic shellfisheries: emphasis on co-

management and experimental practices. Rev. Fish Biol. Fish., 2001, 11: 1-30.

Cochrane, K.L. Reconciling sustainability, economic efficiency and equity in fisheries:

the one that got away? Fish and Fisheries, Oxford, v.1, p.3-21, 2000.

Costa, R. M. A & Menk, C. F. M. 2000. Biomonitoramento de mutagênese ambiental.

Biotecnologia: Ciência & Desenvolvimento. Ano 2, número 12: 24-26.

Day, J. W. C. A. S, Hall Jr., W. P. Kemp & A. Yanez – Arancibia, 1989. Estuarine

ecology. Nova Iorque. John Wiley and Sons.

Degnbol, P.; Gislason, H.; Hanna, S.; Jentoft, S.; Raakjær-Nielsen, J.; Sverdrup-Jensen,

S.; Wilson, D.C. Painting the floor with a hammer: technical fixes in fisheries

management. Marine Policy, Surrey, UK, v.30, p.534-543, 2006.

Dutcosky, S.D. Análise sensorial de alimentos. 2ª Edição. Curitiba: Editora

Champagnat, 239 p., 2007.

Emerenciano, M.G.C; Souza, M.L.R. & Franco, N.P. Avaliação de técnicas de

defumação para mexilhão Perna perna: Análise sensorial e rendimento. Boletim do

Instituto de Pesca, v.34, n.2, p.213-219, 2008.

Emerenciano, M.G.C; Souza, M.L.R. & Franco, N.P. Defumação de ostras Crassostrea

gigas: a quente e com fumaça líquida. Ciência Animal Brasileira, v.8, n.2, p.235-

240, 2007.

Excoffier L, Smouse P, Quattro J (1992) Analysis of molecular variance inferred from

metric distances among DNA haplotypes: Application to human mitochondrial

DNA restriction data. Genetics 131: 479-491.

FAO. The State of World Fisheries and Aquaculture 2008. Rome: FAO Fisheries and

Aquaculture Department, Food and Agriculture Organization of the United Nations,

2004,196 p.

63

Page 64: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Farias IP, Hrbek T, Brinkmann H, Sampaio I, Meyer A (2003). Characterization and

isolation of DNA microsatellite primers for Arapaima gigas, an economically

important but severely over-exploited fish species of the Amazon basin. Molecular

Ecology Notes 3: 128–130

Folmer O, Black M, Hoeh W, Lutz R and Vrijenhoek R (1994) DNA primers for

amplification of mitochondrial cytochrome c oxidase subunit I from diverse

metazoan invertebrates. Mol Mar Biol Biotech 3:294-299.

Fundação Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Informativo

municipal: Grossos. Natal, 1991, 36 p.

Gayanilo, F.C., Sparre, P., Pauly, D. (Eds.), 2002. The FAO-ICLARM Stock

Assessment Tools (FISAT II) Program Package. FAO, Rome.

Gil, Troncoso & Thomé. Manual para manejo e otimização na exploração comercial de

moluscos bivalves. Porto Alegre: Edição do Autor, 2007.

Gonçalves, A.A. & Prentice-Hernández, C. Defumação líquida de anchova (Pomatomus

saltatrix): Estabilidade lipídica durante o processamento e o armazenamento.

Revista do Instituto Adolfo Lutz, v.58, n.1, p.69-78, 1999a.

Gonçalves, A.A. & Prentice-Hernández, C. Fumaça Líquida: Uma tecnologia para

defumar pescados. Boletim do SBCTA, v.32, n.2, p. 189-199, set-dez, 1998a.

Gonçalves, A.A. & Prentice-Hernández, C. Processing of bluefish, Pomatomus saltatrix

using natural smoke flavouring as coadjuvant. Brazilian Archives of Biology and

Technology, v.42, n.1, p.39-46, 1999b.

Goodnight KF, Queller DC (1999) Computer software for performing likelihood tests

of pedigree relationship using genetic markers. Molecular Ecology 8:1231–1234.

Haggan N. Reinventing the tree: reflections on the organic growth and creative pruning

of fisheries management structures. In: PITCHER, T.J.; HART, P.J.B.; PAULY, D.

(Ed). Reinventing Fisheries Management. Dordrecht: Kluwer Academic, c1998.

435p. p.20–29.

Hilborn, R.; Punt, A.E.; Orensanz, J. Beyond band-aids in fisheries management: fixing

world fisheries. Bulletin of Marine Science, Lawrence, v. 74, no.3, p.493-507, 1994.

Jackson, J.B.C.; Kirby, M.X.; Berger, W.H.; Bjorndal, K.A.; Botsford, L.W.; Bourque,

B.J.; Bradbury, R.H.; Cooke, R.; Erlandson, J.; Estes, J.A.; Hughes, T.P.; Kidwell,

S.; Lange, C.B.; Lenihan, H.S.; Pandolphi, J.M.; Peterson, C.H.; Steneck, R.S.;

64

Page 65: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Tegner, M.J.; Warner, R.R. Historical Overfishing ans the recent collapse of coastal

ecosystems. Science, Washington, DC, v.27, p.629-638, 2001.

Jha, A.N., 2004. Genotoxicological studies in aquatic organisms: an overview. Mutat.

Res. 552, 1 - 17.

Ludwig, D.; Hilborn, R.; Walters, C. Uncertainty, resource exploitation, and

conservation: lessons from history. Science, Washington, DC, v.260, p.17-36, 1993.

McLachlan, A., Jaramillo, E., Defeo, O., Dugan, J., Ruyck, A. & P. Coetzee.

Adaptations of bivalves to different beach types. 1995. Jour. Exp. Mar. Biol. Ecol.

187: 147-160.

Mitchelmore, C. L., Chipman, J.K., 1998. DNA strand breakage in aquatic organisms

and the potencial value of the comet assay in environmental monitoring, Mutat. Res.

399, 135-147.

Orensanz, J.M.; Parma, A.M.; Jerez, G.; Barahona, N.; Montecinos, M.; Elias, I. What

are key elements for the sustainability of “S-Fisheries”? Insights from South

America. Bulletin of Marine Science. Miami, v. 76, no. 2, p. 527-556, 2005.

Pauly, D., 1980. On the interrelationships between natural mortality, growth parameters

and mean environmental temperature in 175 fish stocks. J. Cons. CIEM 39 (2), 175–

192.

Pavlica, G.I.V.M. Klobucar, N. Mojas, R. Erben, D. Papes, Detection of DNA damage

in haemocytes of zebra mussel using comet Assay, Mutat. Res. 490 (2001) 209 –

214.

Pedrosa, L.F.C.; Cozzolino, S.M.F. Composição centesimal e de minerais de mariscos

crus e cozidos da cidade de Natal/RN. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 21, n.

2, p. 154-157, 2001.

Peterson, C.H. & B.F. Beal. Bivalve growth and high order interactions: importance of

density, site, and time. Ecology 70(5): 1390-1404. Rhoads, D.C., & G. Pannella,

1970. The use of molluscaan shell growth patterns in ecology and paleoecology.

1989. Lethaia 3: 143-161.

Potts, T. A framework for the analysis of sustainability indicator systems in fisheries.

Ocean & Coastal Management, Kidlington, Oxon, v.49, p.259-280, 2006.

Prefeitura Municipal de Grossos. Plano de Desenvolvimento Local Sustentável de

Grossos-RN, 2005. 1002 p.

65

Page 66: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Pritchard JK, Wen W (2003). Documentation for the Structure software,Version 2.

Departament of Humam Genetics, University of Chicago, USA.

Schaeffer-Novelli, Y. Alguns aspectos ecológicos e análise da população de

Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) (Mollusca: Bivalvia), na praia do Saco da

Ribeira, Ubatuba, Estado de São Paulo, USP. 119p. Tese (Doutoramento). Instituto

Oceanográfico. 1976.

Schmiegelow, J. M. M. O planeta azul: uma introdução às ciências marinhas. Rio de

Janeiro: Interciência, 2004, 202 p.

Schuelke M (2000) An economic method for the fluorescent labeling of PCR fragments.

Nature Biotechnology, 18: 233-234.

Seabright, M. 1971. A Rapid Banding Technique of Human Chromosomes. Lancet 11:

971-972.

Selkoe KA, Toonen RJ (2206) Microsatellites for ecologists: a practical guide to using

and evaluating microsatellite markers. Ecology Letters 9: 615–629

Shenderyuk, V.I. & Bykowski, P.J. Salting and marinating of fish. In: Seafood:

Resources, Nutritional Composition and Preservation (Sikorski, Z.E. ed) Boca

Raton, CRC Press, Chap. 9, p. 156-161, 1990.

Silvano, R.A.M. Pesca artesanal e etnoictiologia. In: BEGOSSI, A. (Ed.). Ecologia de

Pescadores da Mata Atlântica e da Amazônia. São Paulo: Hucitec, 2004. p.187-222.

Sparre, P.,Venema, S.C., 1992. Introduction To Tropical Fish Stock Assessment.Part 1.

Manual. FAO Technical Paper 306/1, 337 pp.

Sumner, A.T. 1972. A Simple Technique for Demonstrating Centromeric

Heterochromatin. Expl. Cell Res. 75: 304-306.

Teixeira, E., Meinert, E. M. & Barbetta, E. A. Métodos Sensoriais. In: Análise Sensorial

de Alimentos. Florianópolis: UFSC, pp. 66-119, 1987.

Thiriot-Quievreux, C. E Ayraud, N., 1982. Les caryotypes de quelques especes de

Bivalves et de Gasteropodes marins. Mar. Biol. 70:165-172.

Valbo-Jørgensen, J.; Poulsen, A.F. Using local knowledge as a research tool in the

study of river fish biology: experiences from the Mekong. Environmental,

Development and Sustainability, London, v.2, p.253-276, 2000.

Zar. J.H. Biostatistical analysis. Upper Saddle River. Prentice-Hall, Inc. Third Edition.

1996. 662 p.

66

Page 67: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Anexo I

67

Page 68: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

68

Page 69: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

Anexo II

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA PROJETO GENTE DA MARÉUFERSA / CNPQ / MPA/ WFT

I - ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES1 – INFORMAÇÃO INICIALNOME DO(A) PESCADOR(A)DATA DA ENTREVISTA ENTREVISTADORLOCALIDADE

2 - DEFINIÇÃO DAS UNIDADES RESPOSTA COMENTÁRIO2.1) UNIDADE DE ESFORÇO(EX. DIAS DE PESCA, # PESCADORES/DIA; # HORAS/PESCADOR/DIA)

2.2) UNIDADE DE CAPTURA(EX. KG, # INDIVÍDUOS, BALDES)

MÉDIA DE PESO DE 1 UNIDADE

SECA CHUVA VERANEIO

2.3) UNIDADE DE TEMPO(EX. SEMANA, QUINZENA, MÊS)

3 - ESFORÇO E TAXA DE CAPTURAQUESTÃO RESPOSTA COMENTÁRIO

3.1) QUANTOS ANOS VOCÊ ATUA NESTA PESCARIA?

3.2) QUAL É A PRINCIPAL FERRAMENTA (ARTE DE PESCA) QUE VOCÊ UTILIZA NESTA PESCARIA?

3.3) EM UM(A)______________________1, QUANTOS DIAS VOCÊ ATUA NA PESCA DO BÚZIO?1 – ALTERAR A UNIDADE DE TEMPO DE ACORDO COM A RESPOSTA APRESENTADA EM 2.3;

SECA

CHUVA

VERANEIO

3.4) NO ÚLTIMO ANO, QUANTOS DIAS POR/MÊS1 VOCÊ NÃO FOI PESCAR BÚZIO?

SECA

69

Page 70: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

1- ALTERAR A UNIDADE DE TEMPO DE ACORDO COM A RESPOSTA APRESENTADA EM 2.3;* O # DE DIAS/MÊS DEVE SER CONVERTIDO EM # DIAS/ANO;

CHUVA

VERANEIO

3.5) NORMALMENTE, QUANTAS UNIDADES DE CAPTURA1 VOCÊ PESCA POR DIA2?UNIDADE DE CAPTURA UTILIZADA:

__________________________________________1- ALTERAR A UNIDADE DE CAPTURA DE ACORDO COM A RESPOSTA APRESENTADA EM 2.2;2 – USAR SEMPRE DIA COMO UNIDADE DE TEMPO PARA ESSA PERGUNTA.

SECA

CHUVA

VERANEIO

3.6.1) VOCÊ PERCEBEU QUE A QUANTIDADE DE BÚZIO TEM SE MANTIDO A MESMA (1), TEM DIMINUÍDO (2) OU TEM AUMENTADO (3)?

(POR QUÊ?)

3.6.2) ESSA MUDANÇA VOCÊ PERCEBEU QUE TEM OCORRIDO DESDE QUANDOA?

1 – ÚLTIMO ANO2 – ÚLTIMOS 2 ANOS3 – ACIMA DE 2 ANOS4 – OUTROS (ESPECIFICAR)

A- ESTA PERGUNTA DEVERÁ SER FEITA SE A RESPOSTA DE 3.6.1 TIVER SIDO SOMENTE 2 OU 3;

3.7) SE HOUVE MUDANÇA NA QUANTIDADE CAPTURADA, QUANTAS UNIDADES DE CAPTURA(A) VOCÊ PESCAVA A __________________(B) NO MESMO PERÍODO DO ANO?

ESTA PERGUNTA DEVERÁ SER FEITA SE A RESPOSTA DE 3.6.1 TIVER SIDO SOMENTE 2 OU 3;A- UNIDADE DE CAPTURA DETERMINADA EM 2.2;B – INSERIR O CÓDIGO DA RESPOSTA DE 3.6.2;

SECA

CHUVA

VERANEIO

3.8) SE VOCÊ PUDESSE PESCAR EM UM BANCO DE MARISCOS QUE AINDA NÃO FOI EXPLORADO, QUANTAS UNIDADES DE CAPTURA(A) VOCÊ ACHA QUE PODERIA PESCAR POR DIA?

A- UNIDADE DE CAPTURA DETERMINADA EM 2.2;

MÍN.

MÁX.

3.9) SE UM BANCO DE MARISCO QUE JÁ ESTÁ “PEQUENO” POR CAUSA DA PESCA FOSSE COMPLETAMENTE FECHADO, EM QUANTO TEMPO VOCÊ ACHA QUE ESTE BANCO ESTARIA TOTALMENTE RECUPERADO PARA QUE A PESCARIA REABRISSE ?

3.10) VOCÊ ACHA QUE, EM TERMOS DE NÚMERO DE PESCADORES, OS BANCOS DE MARISCOS DA REGIÃO...(MARCAR A RESPOSTA COM UM X)

...PODEM SUPORTAR MAIS PESSOAS

...JÁ CHEGOU AO LIMITE DE PESSOAS

...TEM GENTE DEMAIS PESCANDO

3.11) QUAL SERIA A UNIDADE DE CAPTURA(A) MÍNIMA POR DIAB QUE VOCÊ ACHA QUE DEVERIA CAPTURAR PARA DEPOIS REALIZAR AS OUTRAS ATIVIDADES

70

Page 71: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

DIÁRIAS QUE VOCÊ EXERCE?

A- UNIDADE DE CAPTURA DETERMINADA EM 2.2;B- USAR A UNIDADE DE TEMPO EM DIAS. 3.12) QUAL SERIA A UNIDADE DE CAPTURA(A) MÍNIMA POR UNIDADE DE TEMPOB QUE VOCÊ ACHA QUE DEVERIA CAPTURAR PARA COMPLEMENTAR A RENDA COM A PESCA?A- UNIDADE DE CAPTURA DETERMINADA EM 2.2;B- USAR A UNIDADE DE TEMPO DETERMINADA EM 2.3.3.13) QUAL A QUANTIDADE MÁXIMA(A) QUE PODERIA SER CAPTURADA EM UM DIA UTILIZANDO O MÉTODO DE PESCA ATUAL?A- UNIDADE DE CAPTURA DETERMINADA EM 2.2;

3.14) QUAL É O MÁXIMO DE DIAS QUE VOCÊ PODE PESCAR COM A ATUAL ARTE DE PESCA DURANTE UMA UNIDADE DE TEMPOA?A - USAR A UNIDADE DE TEMPO DETERMINADA EM 2.3.

4 – ENTREVISTA DE PREFERÊNCIAQUESTÃO RESPOSTA COMENTÁRIO

4.1) INCLUINDO VOCÊ, QUANTAS PESSOAS MORAM NA SUA CASA? 4.2) QUAL A PROPORÇÃO DA RENDA FAMILIAR VEM DIRETAMENTE DA PECA DO BÚZIO?TAXA DE DESCONTO4.3) QUAL O LUCRO QUE VOCÊ TEM COM A PESCA DO BÚZIO POR MÊS? X= X+20%=VOCÊ PREFERE RECEBER ...

X X+20% DIFERENÇA DE TEMPO (EM MESES) ANOTAÇÕES

AGORA ( ) EM 1 ANO

( )

AGORA( ) EM 2 ANOS

( )

AGORA( ) EM 3 ANOS

( )

AGORA( ) EM 6 MESES

( )

AGORA( ) EM 4 MESES

( )

AGORA( ) EM 3 MESES

( )

AGORA( ) EM 2 MESES

( )

AGORA( ) EM 1 MÊS

( )

5 – INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESQUESTÃO RESPOSTA COMENTÁRIO

5.1) QUAL A ATIVIDADE PRINCIPAL DO COMPANHEIRO5.2) QUAL A RENDA MENSAL DA ATIVIDADE EXERCIDA PELO COMPANHEIRO5.3) É POSSÍVEL SUSTENTAR A SUA FAMÍLIA SOMENTE COM A PESCA DO BÚZIO?

5.4) A FAMÍLIA TEM OUTRO TIPO DE RENDA ALÉM DA PESCA DO BÚZIO E DA RENDA DO COMPANHEIRO

SIM ( )NÃO ( )

SE A RESPOSTA ANTERIOR FOI SIM, QUAL(AIS) É(SÃO)

71

Page 72: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

5.5) A ATIVIDADE DE PESCA QUE VOCÊ DESENVOLVE É ACEITA PELO SEU COMPANHEIRO?

SIM ( )NÃO ( )

QUAIS MOTIVOS CONTRIBUEM PARA A RESPOSTA ANTERIOR?

5.6) A PESCA DO BÚZIO PODE SER CONSIDERADA UMA ATIVIDADE QUE VALE A PENA CONTINUAR

SIM ( )NÃO ( )

QUAIS MOTIVOS CONTRIBUEM PARA A RESPOSTA ANTERIOR?

5.7) EXERCIA ALGUMA ATIVIDADE REMUNERADA ANTES DE ATUAR NA PESCA DO BÚZIO?

SIM ( )NÃO ( )

SE A RESPOSTA ANTERIOR FOI SIM, QUAL ERA A ATIVIDADE E QUAIS MOTIVOS FIZERAM VOCÊ ATUAR NA PESCA

5.8) DIARIAMENTE, VOCÊ DEDICA QUANTAS HORAS PARA A PESCA DO BÚZIO?

SECA

CHUVA

VERANEIO

5.8) DIARIAMENTE, VOCÊ DEDICA QUANTAS HORAS PARA PROCESSAMENTO DO BÚZIO?

SECA

CHUVA

VERANEIO

5.9) FORA DA MARISCAGEM, VOCÊ EXERCE ALGUMA OUTRA ATIVIDADE?

SIM ( )NÃO ( )

QUAL

5.10) VOCÊ É FILIADO A ALGUMA COLÔNIA DE PESCADORES

SIM ( ) __________NÃO ( )

SE A RESPOSTA ANTERIOR FOI NÃO, QUAL O MOTIVO

5.11) LOCAL QUE PREFERE PESCAR

( ) BARRA( ) PERNAMBUQUINHO( ) ALAGAMAR( ) OUTRO

MOTIVO PRINCIPAL

5.12) LOCAL ONDE FAZ A LIMPEZA DO BÚZIO( ) CASA ( ) GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ( ) PRAIA ( ) OUTROS _______________________

5.13) COMO VOCÊ PROCESSA O BÚZIO( ) NÃO PROCESSA ( ) RETIRA A CONCHA ( ) DEPURAÇÃO ( ) LAVAGEM( ) EMBALAMENTO DO PESCADO ( ) ACONDICIONAMENTO EM FREEZER

5.14) A QUEM VENDE O PESCADO( ) ESTABELECIMENTO COMERCIAL ( ) ATRAVESSADORES ( ) TURISTAS ( ) POPULAÇÃO LOCAL ( ) COLÔNIA DE PESCA ( ) OUTROS_______________________

5.15) A QUANTO VENDE O QUILO PARA( ) ESTABELECIMENTO COMERCIAL ( ) ATRAVESSADORES ( ) TURISTAS ( ) POPULAÇÃO LOCAL ( ) COLÔNIA DE PESCA ( ) OUTROS_______________________

5.16) QUAL O MELHOR PERÍODO DE PESCA DO BÚZIO

CITAR OS MESES DO ANO:

5.17) QUAL O PIOR PERÍODO DE PESCA DO BÚZIO CITAR OS MESES DO ANO:5.16) QUAL O MELHOR PERÍODO DE PESCA DO BÚZIO

CITAR OS MESES DO ANO:

5.18) VOCÊ CONSERVA O BÚZIO ( ) A FRESCO ( ) NO GELO ( ) CONGELADOR ( ) SALGA ( ) OUTROS5.19) QUAL O CONSUMO DE BÚZIO NA SUA FAMÍLIA? ( ) NÃO COME; ( ) DIARIAMENTE; ( ) A CADA 2; ( ) A CADA 3; ( ) A CADA 4; ( ) A CADA

5;

72

Page 73: Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco

Ecologia, manejo pesqueiro e beneficiamento do marisco Anomalocardia brasiliana como base para melhoria das condições de

trabalho e renda das marisqueiras do município de Grossos - RN

( ) A CADA 6 DIAS.

6 – NÍVEL DE ESCOLARIDADEIDADE/D.N. ÚLTIMA SÉRIE CURSADA TEMPO QUE PAROU DE ESTUDAR

PESCADORACOMPANHEIRO

SUGESTÕES PARA A MELHORIA DA PESCA DO BÚZIO:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

__________________________

73