4
Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa Rita Ano XXIV Nº 361 Julho / 2018 A Vez e a Voz Leia mais nas proximas paginas Avaliação Campanha Salarial Dia do Basta: CNM/CUT discute mobilizações PPP da Corsan I I Página 2 Página 3 Página 4 Metalúrgicos conquistam inflação + 1% de aumento real Categoria também garantiu renovação da CCT até abril de 2020 CAMPANHA SALARIAL 2018 A Campanha Salarial 2018 dos metalúrgicos e metalúrgicas de Canoas e Nova Santa Rita teve as negociações encerradas no dia 28 de junho, com a aprovação por maioria, em assembleia geral, da proposta de reajuste da patronal. Neste ano, a categoria reivindicou a reposição das perdas inflacionárias e conquistou aumento real nos salários, além de garantir a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até abril de 2020. A proposta considerada final pelo sindicato patronal e lançada para apreciação dos trabalhadores e trabalhadoras foi de 2,70% de reajuste, porcentagem que repõe as perdas inflacionárias do período entre maio/2017 e abril/2018, que é 1,69% segundo o acumulado do INPC. Uma vez aprovado, o percentual será pago de forma retroativa, ou seja, a partir de maio, mês de nossa data base. O reajuste deve compor os salários no final do mês, junto com as diferenças. “Apesar de não termos atingido o percentual reivindicado incialmente, podemos afirmar que fechamos a campanha com um bom acordo, sem perdas nos salários e com a garantia da Convenção até abril de 2020”, afirmou o presidente Paulo Chitolina, considerando que o cenário pós-aprovação da reforma trabalhista tem se agravado gradativamente para a classe trabalhadora. Reajuste no piso salarial: Ficou definido na mesa de negociação que o reajuste de 2,70% também incide sobre o piso salarial da categoria. Assim, antes em R$ 1.280,00, o piso passa a valer R$ 1.315,00. Também em relação às cláusulas econômicas, o acordo prevê o reajuste dos salários dos aprendizes, que passa de R$ 4,90 para R$ 5,31 por hora. Renovação das cláusulas: Durante os quatro encontros que definiram a proposta aprovada, o Sindicato pressionou o debate de cláusulas sociais, como uma forma de assegurar direitos à categoria frente às mudanças na legislação. No entanto, os patrões se mostraram relutantes no diálogo, justamente porque aprovam e pretendem aplicar a Reforma Trabalhista de forma intensa na base. Em razão disso, a renovação das mais de 60 cláusulas da Convenção Coletiva até 2020 é uma garantia, para os trabalhadores da categoria, pois frente o negociado sobre o legislado,imposto pela Reforma trabalhista, a Convenção Coletiva é a lei da categoria. “Na CCT nós temos garantias econômicas como o Adicional de Horas Extras, Adicional Noturno e o Quinquênio, que inclusive sofreu alterações positivas na campanha deste ano. Fora isso, temos inúmeros benefícios e auxílios que podem amenizar fortemente os impactos da aplicação da Reforma”, afirmou o vice- presidente Silvio Bica. 10 DE AGOSTO: DIA DO BASTA Fotos: Rita Garrido / STIMMMEC Foto: Matheus Leandro /STIMMMEC Trabalhadores(as) de todo o país já iniciaram a organização do DIA DO BASTA, que será realizado em 10 de agosto. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as demais centrais sindicais definiram que a data será marcada com paralisações, atrasos de turnos e atos nos locais de trabalho e nas praças públicas de grande circulação de todo o País. Na região Sul, a CUT dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná deu o ponta pé inicial na organização durante a Plenária Interestadual, realizada no dia 13 de julho na Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre. Basta de desemprego, basta de retirada de direitos, basta de privatizações, basta de aumentos abusivos nos preços dos combustíveis, basta de sofrimento para o povo brasileiro! Fique por dentro! Participe!

CAMPANHA SALARIAL 2018sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/JORNAL-… · as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CAMPANHA SALARIAL 2018sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/JORNAL-… · as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. Metal. Mecân. e de Mat. Elét. de Canoas e Nova Santa RitaAno XXIV Nº 361 Julho / 2018

A Vez e a Voz

Leia mais nas proximas paginas

AvaliaçãoCampanha Salarial

Dia do Basta: CNM/CUTdiscute mobilizações

PPP da Corsan

I I

Página 2 Página 3 Página 4

Metalúrgicos conquistam inflação + 1% de aumento realCategoria também garantiu renovação da CCT até abril de 2020

CAMPANHA SALARIAL 2018

A Campanha Salarial 2018 dos metalúrgicos e metalúrgicas de Canoas e Nova Santa Rita teve as negociações encerradas no dia 28 de junho, com a aprovação por maioria, em

assembleia geral, da proposta de reajuste da patronal. Neste ano, a categoria reivindicou a reposição das perdas inflacionárias e conquistou aumento real nos salários, além de garantir a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até abril de 2020.

A proposta considerada final pelo sindicato patronal e lançada para apreciação dos trabalhadores e trabalhadoras foi de 2,70% de reajuste, porcentagem que repõe as perdas inflacionárias do período entre maio/2017 e abril/2018, que é 1,69% segundo o acumulado do INPC. Uma vez aprovado, o percentual será pago de forma retroativa, ou seja, a partir de maio, mês de nossa data base. O reajuste deve compor os salários no final do mês, junto com as diferenças.

“Apesar de não termos atingido o percentual reivindicado incialmente, podemos afirmar que fechamos a campanha com um bom acordo, sem perdas nos salários e com a garantia da Convenção até abril de 2020”, afirmou o presidente Paulo Chitolina, considerando que o cenário pós-aprovação da reforma trabalhista tem se agravado gradativamente para a classe trabalhadora.

Reajuste no piso salarial: Ficou definido na mesa de negociação que o reajuste de 2,70% também incide sobre o piso salarial da categoria. Assim, antes em R$ 1.280,00, o piso passa a valer R$ 1.315,00. Também em relação às cláusulas econômicas, o acordo prevê o reajuste dos salários dos aprendizes, que passa de R$ 4,90 para R$ 5,31 por hora.

Renovação das cláusulas: Durante os quatro encontros que definiram a proposta aprovada, o Sindicato pressionou o debate de cláusulas sociais, como uma forma de assegurar direitos à categoria frente às mudanças na legislação. No entanto, os patrões se mostraram relutantes no diálogo, justamente porque aprovam e pretendem aplicar a Reforma Trabalhista de forma intensa na base. Em razão disso, a renovação das mais de 60 cláusulas da Convenção Coletiva até 2020 é uma garantia, para os trabalhadores da categoria, pois frente o negociado sobre o legislado,imposto pela Reforma trabalhista, a Convenção Coletiva é a lei da categoria. “Na CCT nós temos garantias econômicas como o Adicional de Horas Extras, Adicional Noturno e o Quinquênio, que inclusive sofreu alterações positivas na campanha deste ano. Fora isso, temos inúmeros benefícios e auxílios que podem amenizar fortemente os impactos da aplicação da Reforma”, afirmou o vice-presidente Silvio Bica.

10 DE AGOSTO: DIA DO BASTA

Fotos

: Rita

Gar

rido /

STI

MMME

C

Foto: Matheus Leandro /STIMMMEC

Trabalhadores(as) de todo o país já iniciaram a organização do DIA DO BASTA, que será realizado em 10 de agosto. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as demais centrais sindicais definiram que a data será marcada com paralisações, atrasos de turnos e atos nos locais de trabalho e nas praças públicas de grande circulação de todo o País.

Na região Sul, a CUT dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná deu o ponta pé inicial na organização durante a Plenária Interestadual, realizada no dia 13 de julho na Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre.

Basta de desemprego, basta de retirada de direitos, basta de privatizações, basta de aumentos abusivos nos preços dos combustíveis, basta de sofrimento para o povo brasileiro!

Fique por dentro! Participe!

Page 2: CAMPANHA SALARIAL 2018sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/JORNAL-… · as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com

Jornal A Vez e a Voz do Peão - Julho de 20182 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955

CAMPANHA SALARIAL

Avaliação da campanha é positiva para o Sindicato

Atenção estudante: julho tem parcela do auxílio escolar

Convenção Coletiva de Trabalho renovada!

É hora de fazervaler nossos direitos

Conforme a cláusula 16ª da Convenção Coletiva de Trabalho, estudantes que atuam nas metalúrgicas de Canoas e Nova Santa Rita têm direito ao auxílio escolar, que prevê duas parcelas no ano, nos meses de julho e novembro. Para receber o benefício, a pessoa precisa estar matriculada em curso regular e apresentar o atestado de frequência às aulas. O(a) beneficiado(a) recebe o equivalente a 75% do salário mínimo em vigor em cada um dos meses. A única exceção se dá por meio de empresas que possuem um programa de educação mais benéfico que o previsto. Neste caso, as empresas estão isentas de conceder o auxílio. Fique atento!!!

Em um ano de enormes dificuldades e entraves devido às mudanças na legislação trabalhista, os dirigentes do Sindicato avaliaram como positivas as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com a reivindicação inicial, garantiu a reposição das perdas inflacionárias e um aumento real de forma retroativa. Neste aspecto, vale lembrar que as campanhas dos últimos anos já vinham dando o tom da retranca patronal. “2015 e 2016 foram anos de campanhas longas e reajuste parcelado às custas de muita pressão na porta das fábricas, inclusive movimentos de greve”, lembrou o atual tesoureiro, Flavio Souza, o Flavião.

AVISO

EDITORIAL

Estudantes podem receber benefício a partir deste mês

Flavião relembrou mobilizações de campanhas anteriores

Antonio Munari em assembleia realizada na Maxiforja

Resultados da Campanha foram positivos, analisa a entidade

Em meio à atual conjuntura política, de ataques intensos à legislação trabalhista e aos direitos que trabalhadores e trabalhadoras tinham até então, é preciso valorizar as ferramentas idealizadas e criadas para o lado mais fraco da corda entre patrão e empregado. A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é o maior exemplo disso, pois, acordos coletivos, individuais ou convencionados valem mais do que o que consta na lei. Ou seja, frente a Reforma Trabalhista do desgoverno Temer, trabalhadores(as) possuem ferramentas capazes de assegurar direitos.

Na campanha salarial deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita conquistou a renovação de todas as cláusulas da CCT até abril de 2020, garantindo que os metalúrgicos da base permaneçam amparados pelos acordos. As cláusulas econômicas da Convenção, como a garantia do piso salarial e da possibilidade de reajustes, uma vez que o Brasil não possui lei salarial em sua legislação, impactam positivamente no bolso do trabalhador. A base possui ainda assegurados o Adiantamento Quinzenal; Salário do Aprendiz; Adiantamento de 13º Salário e Férias; Adicional de Horas Extras; Adicional Noturno e Quinquênio. Com o baixo reajuste salarial deste ano, feito a partir da porcentagem do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o cumprimento dessas cláusulas é indispensável.

No entanto, a CCT vai além da parte financeira, suas cláusulas sociais regulam más condições e violações no ambiente de trabalho e aliviam as despesas diárias do empregado. Algumas delas são: Auxílio Escolar, Previdenciário e Funeral; Estabilidade da Gestante; Acordo Para Feriados Prolongados; Limitações ao Uso de Câmeras de Vigilância; e Faltas Justificadas, por exemplo. Ao todo, a CCT conta com 64 cláusulas de acordo para a categoria.

O Sindicato conta também com um departamento jurídico, assessorado pelo escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, para sanar dúvidas sobre as questões trabalhistas e atender as demandas dos metalúrgicos(as). O atendimento ocorre na sede do Sindicato (Rua Caramuru, 330 - Centro de Canoas), às segundas, quartas e quintas-feiras, sempre à tarde. Maiores informações podem ser obtidas por meio do DDG 0800 602 4955. A ligação é gratuita.

Foto: Matheus Leandro / STIMMMEC

Foto: Fernanda Salla / STIMMMEC

Foto:

Math

eus L

eand

ro / S

TIMM

MEC

Com a aprovação da Reforma Trabalhista, em julho de 2017, os movimentos de defesa dos direitos e contra a precarização do trabalho foram intensificados. Portanto, nas negociações deste ano, como afirma Chitolina, a preocupação e o foco do Sindicato não poderia ser outro. “Nós sabemos que o percentual de reajuste nos salários causa muito expectativa nos trabalhadores, mas entendemos também que garantia de emprego e de direitos é algo essencial para que se siga trabalhando e recebendo, para que não ocorram movimentos como a rotatividade e a terceirização”. Um estudo recente do Dieese apontou que só em 2018,

na base de Canoas e Nova Santa Rita, trabalhadores admitidos receberam salários cerca de 20% menores do que os demitidos. Terceirização e contratações temporárias também geram preocupação no Sindicato e continuarão na pauta de reivindicações e de fiscalização da entidade.

“Estamos em um momento político delicado, oriundo de um movimento que derrubou uma presidenta legítima e implementou reformas duras, que atingiram em cheio os trabalhadores e o movimento sindical. Portanto, as garantias atingidas na campanha deste ano, como a renovação da CCT, são um respiro para a categoria frente tantos ataques e retirada de direitos. Temos que reconhecer isso”, avaliou o dirigente Antonio Munari.

Page 3: CAMPANHA SALARIAL 2018sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/JORNAL-… · as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com

Jornal A Vez e a Voz do Peão - Julho de 2018 [email protected]

Cuidado com as promessas na revisão das aposentadorias

Evento reúne dirigentes sindicais e promove estratégias em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas

STF decide pelo fim da Contribuição Sindical.

TAC garante alternativasde sustento

CONJUNTURA

INFORME JURÍDICO

Com as constantes mudanças na legislação previdenciária, muitas são as dúvidas que surgem a respeito das revisões nas aposentadorias. Também, muitos são os casos de aposentados(as) que acabam pagando pela revisão, sem qualquer possibilidade de aumento nos ganhos. O Dr. João Lucas de Mattos, advogado especialista em direito previdenciário, levanta o alerta de que cobranças só devem ser feitas com o aval positivo da revisão, que resultará no ingresso de uma ação junto à justiça para requerer as mudanças no benefício.

Exemplos cabíveis de revisão estão nos casos de valorização dos ganhos já conquistados, de acréscimo de tempo por trabalho rural, no serviço público, aluno aprendiz, ambiente insalubre, ou

Por 6 votos a 3, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 29 de junho, manter o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. No entanto, a discussão, que gerou polêmica desde o seu anúncio na Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista), está longe de se encerrar.

O movimento sindical tem buscado formas constitucionais de debater modelos de sustentação junto aos trabalhadores. No caso dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, assim como os demais sindicatos representados pela Federação dos Metalúrgicos do RS, a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), garante que a deliberação do sustento da entidade, deve ser feita por meio de assembleia dos trabalhadores.

No entendimento do departamento jurídico da entidade, que acompanha análise recente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a nova lei trabalhista não altera em nenhum termo o Art. 545 da CLT, que prevê que “os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados”. Também, no Art. 582 da CLT não há qualquer menção à autorizações individuais por parte dos trabalhadores(as): “os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos.”

Com tais premissas, e com o amparo do MPT-RS por meio do TAC, a aprovação, ou não, de uma forma de custeio para as entidades sindicais deve ser definida nas assembleias de trabalhadores, soberanas nas demais resoluções que são de interesse da categoria, como a aprovação das Cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e dos reajustes de dissídio.

Para tanto, o julgamento ocorrido no STF no último dia 29 de junho sobre a Contribuição (imposto) Sindical, não deixa dúvidas. Muito embora o argumento vencedor tenha sido o que torna facultativa a contribuição sindical, durante o pronunciamento dos votos dos ministros que divergiram do relator, pode-se perceber que as palavras de ordem foram: LIBERDADE, AUTONOMIA FINANCEIRA, NÃO INTERVENÇÃO DO ESTADO. Nos votos dos Ministros que julgaram constitucional o condicionamento à autorização para o desconto do Imposto, também fizeram referências às contribuições assistencial, negocial ou confederativa a serem decididas pelas assembleias sindicais. No contexto maior, reconheceu-se as múltiplas formas de custeio, como as assembleias e as negociações coletivas. Com o ponto final posto pelo Supremo, agora a discussão é entre os trabalhadores(as) e o Sindicato.

No dia 4 de julho, um encontro promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) reuniu a direção da entidade com representantes de sindicatos e federações de várias partes do país. Com o objetivo de traçar um plano para a mobilização nacional em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas que ocorrerá em agosto, nomeado Dia do Basta, o evento ocorreu em São Bernardo do Campo, São Paulo. Entre os metalúrgicos presentes estava o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina.

Na ocasião, o economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, e a secretaria de Formação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, foram convidados para fazer a análise de conjuntura e discutir o programa de governo de política dos trabalhadores em ano eleitoral.

Para Pochmann, uma das maiores preocupações neste ano são as eleições em outubro. O economista lembra que a presidenta Dilma foi eleita em 2014 e teve menos de um quinto do total de base aliada no Congresso e Senado, o que dificultou a execução de seu plano de governo. “Por isso, precisamos pensar em como mobilizar a classe trabalhadora para que o seu voto seja em candidatos e candidatas que tenham um plano para toda a sociedade brasileira”, afirmou.

Foto: CNM/CUT

Foto: CNM/CUT

ainda, do acréscimo de valores decorrentes de ações trabalhistas na justiça, pagamento de contribuições atrasadas, revisão do teto, entre outros. No entanto, cada caso se baseia em critérios específicos e pode ser válido apenas para determinados períodos, como uma forma de equiparar ganhos no decorrer das mudanças das leis.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita conta com um departamento jurídico especializado em Previdência Social, capacitado para realizar as análises prévias de revisão dos benefícios sem qualquer custo aos associados(as). O atendimento ocorre todas as quintas-feiras, a partir das 14h, na sede do Sindicato (Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas).

Por outro lado, Betotti lembrou os desafios de luta por meio de mobilizações e salientou sobre a organização e resistência da classe trabalhadora em meio aos retrocessos dos últimos anos. “Nós resistimos às inúmeras etapas do golpe e resistiremos àquelas que ainda estão em curso até que possamos restabelecer a democracia no Brasil e resgatar todos os nossos direitos assaltados”, relatou.

O Dia do Basta, que têm data prevista para 10 de Agosto, foi escolhido no Fórum das Centrais, formado pela CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT. A data foi divulgada no lançamento oficial da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, documento que lista 22 propostas para o desenvolvimento do Brasil, com foco na pauta da classe trabalhadora.

Criar políticas, programas e ações imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes, revogar a Emenda Constitucional 95/2016, que congela os investimentos públicos por 20 anos, renovar a política de valorização do salário mínimo, revogar todos os aspectos negativos apontados pelos trabalhadores da Reforma Trabalhista e da Terceirização, que precarizam os contratos e condições de trabalho, assegurar o direito e o acesso ao Sistema Público de Seguridade e Previdência Social são algumas das 22 propostas da CUT e demais centrais para o desenvolvimento do Brasil.

Page 4: CAMPANHA SALARIAL 2018sindimetalcanoas.org.br/novo/wp-content/uploads/2018/07/JORNAL-… · as negociações da campanha deste ano. O reajuste salarial, ainda que não de acordo com

Jornal A Vez e a Voz do Peão - Julho de 20184 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955

FÁBRICASPPP DA CORSAN

CAMPANHA DO AGASALHO

ERRATA

Harman, AGCO e GE fecham acordo de participação nos lucros

O jornal A Vez e a Voz é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita - STIMMMECEXPEDIENTE

Endereço: Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas/RS - Fone DDG: 0800.6024955 - Site: www.sindimetalcanoas.org.brEmail: [email protected] - Facebook: /sindicato.metalurgicodecanoas - Colônia de Férias: (51) 3683.1819Presidente: Paulo Chitolina - Vice-presidente: Silvio Bica - Secretário de Imprensa: André Soares (Índio)Assessoria de Imprensa: Rita Garrido (Reg. Prof. nº 18.683), Matheus Leandro e Fernanda Salla (estagiários) OBS.: A reprodução total ou parcial do conteúdo deste jornal é permitida desde que citada a fonte.

Salário Mínimo Nacional: R$ 954,00Piso Regional do RS: R$ 1.278,03

INDICADORES SALARIAIS

Pisos salariais: Metalúrgicos/ Máquinas Agrícolas:R$ 1.315,00R$ 5,31/hora (para menor aprendiz)

Reparação de Veículos:R$ 1.375,00 (piso normativo)R$ 4,90/hora (para borracheiro)Adicional de InsalubridadeGrau Médio / 20% do SM: R$ 190,80Grau Máximo / 40% do SM: R$ 381,60

Ao longo dos últimos meses as comissões de trabalhadores e empresas negociam os programas de participação nos lucros. Alguns entraves ainda fazem com que as negociações não sejam encerradas, no entanto, três empresas (Harman, AGCO e GE) já finalizaram as tratativas e definiram os índices e metas aos trabalhadores(as).

A comissão da Harman, metalúrgica de Nova Santa Rita, inicialmente contestou o pagamento de um bônus, antes não condicionado, mas no decorrer das negociações acatou uma boa proposta. Na AGCO, maior indústria metalúrgica de Canoas, as negociações do PROPAR foram encerradas após uma série de difíceis debates. “A empresa solicitou uma mediação na justiça, que resultou no fechamento do acordo e quebrou a tradicional negociação entre a empresa, a comissão e os representantes do sindicato”, afirmou Silvio Bica, vice-presidente do Sindicato. Já na GE, a proposta de PPR foi aprovada sem entraves.

Nas três últimas décadas ocorreram inúmeras privatizações de serviços públicos no nosso país, principalmente nas áreas de telefonia, luz e água. A tentativa do governo de José Ivo Sartori (MDB) em privatizar e/ou extinguir os serviços públicos no Estado, reflete em Canoas nos debates do PPP da Corsan, proposta que visa entregar à iniciativa privada os serviços de coleta e tratamento de esgoto.

Canoas é o único município-alvo que ainda não aderiu à Parceria Público-Privada (PPP) do saneamento. Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, Sapucaia, Guaíba e Eldorado do Sul já cederam e assinaram os termos contratuais da parceria. Por isso, o deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT) promoveu no dia 11 de julho um seminário na Câmara de Vereadores de Canoas com a presença de gestores públicos, entidades de classe, lideranças comunitárias e cidadãos canoenses. O objetivo da plenária foi alertar sobre o elevado risco de reajuste no valor pago pelo consumo de água e a desnecessidade de um projeto em municípios que

Na matéria intitulada “Trabalhadores(as) mobilizados nas fábricas de Canoas e NSRita”, do informativo A Vez e a Voz, edição 360, atribuímos uma fala ao presidente Paulo Chitolina sobre trabalhadores temporários na Midea Carrier. No entanto, o presidente se referia à contratação de funcionários temporários na empresa AGCO. Ratificamos a informação e pedimosdesculpas pelo ocorrido.

Proposta entrega à iniciativa privada serviçosde coleta e tratamento de esgoto em Canoas

possuem rede de saneamento instalada. “A Corsan é plenamente capaz de arcar com os investimentos que faltam em Canoas e cobrar por ele de forma justa. Já a iniciativa privada visa somente o lucro. Quem vai pagar a conta é a população”, afirmou o deputado.

Para Sartori, a PPP da Corsan - companhia responsável pelo tratamento dos esgotos - é a “solução para a prestação de serviço público de saneamento básico”. A iniciativa de concessão do serviço de esgoto por 35 anos, entretanto, é vista como uma falsa desculpa para entregar o patrimônio público para a empresa privada e possibilitar o risco iminente do aumento de tarifa para os moradores das cidades envolvidas.

O governador do RS e a atual direção da Corsan resolveram privatizar justamente a região no Estado que mais recebeu verba pública para o esgotamento sanitário. São mais R$ 700 milhões em investimentos em obras de esgoto nas nove cidades relacionadas, sendo que toda a verba é oriunda da arrecadação de impostos e será dada à empresa privada para garantir o seu lucro. Sabe-se também que a atual direção da Corsan chegou ao extremo de jogar fora R$ 153 milhões de reais, para poder justificar a necessidade de PPP. O valor estava assegurado pelo governo federal, por meio do programa PAC-OGU.

Se este projeto for aprovado, os empresários receberão de presente toda a rede de saneamento, feita com dinheiro público, com dinheiro dos contribuintes. No entanto, moradores de Canoas ainda podem reverter o quadro e cobrar o voto contrário de seus representantes na Câmara de Vereadores. Informe-se!

Durante o mês de junho, o Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita realizou a Campanha do Agasalho 2018, em parceria com o escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados. O encerramento das coletas ocorreu no início de julho e a entidade escolheu doar os agasalhos para a Comunidade São José, no bairro Guajuviras em Canoas.

Na sede do Sindicato, muitos associados(as) marcaram presença para participar. Dentre o que foi coletado, blusas, blusões de lã, calças, sapatos e cobertores. O aposentado Renato Mussnich, conhecido como Teixeirinha, é sócio há 50 anos. Metalúrgico da Madef, ele compareceu junto com a esposa Zenilda Fagundes para entregar as doações. O presidente Paulo Chitolina, convidado a participar do registro, ressaltou a participação dos aposentados.

Sindicato realiza entrega das doações“Nós enviamos um comunicado especial junto com o jornal, informando sobre a Campanha. A participação intensa desses trabalhadores e trabalhadoras, que não frequentam mais a sede com tanta frequência, foi muito satisfatória”.

Agasalhos e cobertas foram recolhidos durante o mês de junhoFoto: Matheus Leandro / STIMMMEC

Foto: Matheus Leandro / STIMMMEC