CAP7_DispOptoelectronicos

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    Fundamentos de Electrnica

    TeoriaCap.7 Dispositivos Optoelectrnicos

    Jorge Manuel Torres PereiraIST-2010

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    NDICE

    CAP. 7 DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS

    Pg.

    7.1 Introduo ................................................................................................................... 7.1

    7.2 Noes de Optoelectrnica ........................................................................................ 7.1

    7.3 Fotoresistncias .......................................................................................................... 7.5

    7.4 Fotododos ................................................................................................................... 7.8

    7.5 Clulas Solares .......................................................................................................... 7.10

    7.5.1 Efeito fotovoltaico em junes p-n .............................................................. 7.11

    7.5.2 Efeito das resistncias srie e paralelo ........................................................ 7.17

    7.5.3 Efeito da temperatura .................................................................................. 7.18

    7.5.4 Clulas solares com rendimentos elevados ................................................. 7.19

    7.5.5 Juno Schottky, MIS (Metal-Isolante-Semicondutor) ............................ 7.23

    7.6 Fototransistores ........................................................................................................ 7.26

    7.6.1 Tratamento qualitativo ................................................................................ 7.26

    7.6.2 Tratamento quantitativo .............................................................................. 7.28

    7.7 Fototiristores ............................................................................................................. 7.29

    7.8 Dodos emissores de luz (LEDs) .............................................................................. 7.30

    7.9 Acopladores pticos ................................................................................................ 7.35

    7.9.1 Estrutura e princpio de funcionamento .................................................... 7.35

    7.9.2 Caracterstica ( ) teF

    C CE I CI U

    =..................................................................... 7.38

    7.9.3 Caracterstica de Transferncia ( ) teCE

    C F U CI I

    = ...................................... 7.39

    7.9.4 Influncia da temperatura na relao de transferncia de corrente ....... 7.397.9.5 Influncia de uma resistncia externa EBR entre Emissor e Base .......... 7.40

    7.10 Laser de Semicondutor ............................................................................................ 7.41

    7.10.1 Principio de funcionamento dos lasers ....................................................... 7.41

    7.10.2 Estruturas para os lasers ............................................................................. 7.48

    7.10.3 Caracterstica potncia luminosa-corrente e

    caracterstica espectral dos LEDs e LASERs ............................................ 7.50

    7.10.4 Lasers DFB e DBR ....................................................................................... 7.55Bibliografia ......................................................................................................................... 7.56

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS

    7.1. Introduo

    Os dispositivos optoelectrnicos englobam um conjunto muito variado de dispositivos

    cujo princpio de funcionamento assenta na interaco entre a radiao electromagntica e os

    electres dos materiais utilizados no seu fabrico. Daremos especial ateno aos dispositivos

    de materiais semicondutores, sendo de particular importncia:

    1)

    Os fotodetectores: convertem num sinal elctrico as alteraes das suas propriedadeselctricas resultantes da incidncia de luz. Ex: fotoresistncias, fotododos,

    fototransistores, fototiristores;

    2)Os emissores de luz: transformam energia elctrica em radiao luminosa. Ex:

    dodos emissores de luz (LED Light Emitting Diode) e fontes coerentes de radiao

    (LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation);

    3)Os conversores optoelectrnicos: transformam energia luminosa em energia

    elctrica. Ex: clulas solares;

    4)Os acopladores pticos: promovem a ligao ptica entre dois circuitos (o emissor e

    o detector de luz) que se encontram isolados galvnicamente;

    7.2. Noes de optoelectrnica

    A emisso e a absoro de luz em dispositivos optoelectrnicos, pode ser explicada

    fisicamente a partir da interaco entre os electres nos materiais, normalmente

    semicondutores, e os quanta de energia electromagntica designados geralmente por fotes.

    Interessa-nos em particular a radiao cujos comprimentos de onda se situam entre 210 e

    210 m , o que corresponde ao espectro que vai do ultravioleta ao infravermelho

    respectivamente, Fig. 7.1.

    Das relaes fundamentais da Fsica Quntica, a frequncia f da radiao est

    relacionada com a energia dos fotes atravs da constante de Planck h:

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.2

    ( ) /W h f hc= = (7.1)

    onde c a velocidade de propagao da luz no vcuo eo comprimento de onda respectivo.

    ultravioleta infravermelho

    visvel

    ( )m

    ( )f Hz

    ( )W eV

    210 110 10210

    143 10 133 10 123 10 113 10103 10

    21.24 10 1.24 10 1.24 11.24 1021.24 10

    0, 4 0,8

    Fig. 7.1 Relao entre os valores de ,f, e Wno intervalo que vai do ultravioleta ao infravermelho.

    Como conhecido, os estados de movimento para os electres num slido cristalino

    encontram-se quantificados. Nas transies de electres entre estados, a energia W do sistema

    assim como a quantidade de movimento p= k , descrita pelo vector de onda k, devem ser

    conservadas. As interaces envolvidas podem ser de vrios tipos. Salientam-se as interaces

    entre electres e a radiao electromagntica (electro-foto) e as interaces entre electres e

    a rede cristalina (electro-fono). Nas interaces electro-fono a variao de energia

    envolvida , em geral, muito pequena, da ordem da dezena de meV, embora a variao de

    momento ppossa ser aprecivel. Inversamente, nas transies electrnicas que envolvam a

    emisso ou absoro de fotes, a variao de energia pode ser significativa, sendo desprezvel

    a variao de momento. Assim, por incidncia de uma radiao electromagntica de

    frequncia f , os fotes incidentes promovem a gerao de pares electro-buraco se a

    variao de energia associada W hf = for superior altura de banda proibida, resultando

    num aumento da condutividade do material. Inversamente, os processos de recombinao

    esto associados emisso de fotes cuja energia hf igual variao de energia do

    electro. Designa-se por transio directa aquela que no envolve modificao do momento,

    Fig. 7.2 (a). Os semicondutores de banda directa so aquelas em que o mnimo de energia da

    banda de conduo e o mximo de energia da banda de valncia se caracterizam pelo mesmo

    valor de k. O Arsenieto de Glio, GaAs, um exemplo de semicondutor de banda directa. Por

    transies indirectas so designadas aquelas que tambm exigem a variao do momento e,

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS 7.3

    portanto, esto associadas presena de fones, Fig. 7.2 (b). o caso das transies

    electrnicas no Silcio para energias prximas da altura de banda proibida. Estes processos

    so menos provveis do que no caso das transies directas, pois envolvem um maior nmero

    de partculas.

    W

    k

    ( )CW k

    hf W= W

    ( )VW k

    (a)

    W

    k

    ( )CW k

    hfW

    ( )VW k

    (b)

    hk

    Fig. 7.2 Materiais semicondutores de (a) banda directa e (b) banda indirecta.

    Se os fotes da radiao incidente tiverem uma energia superior altura da banda

    proibida, GW , existe uma transio entre os estados da banda de valncia, onde existem

    muitos electres ligados, e os estados da banda de conduo, onde existem muitos estados

    vagos. Na banda de conduo o equilbrio entre os electres promovidos a estados de elevada

    energia obtido por trocas de energia com a rede cristalina, Fig. 7.3. Se os fotes tiverem uma

    energia inferior altura da banda proibida no pode haver criao de pares electro-buraco

    por transio entre bandas. O material diz-se transparente radiao. Na prtica verificam-

    se transies electrnicas que esto associadas quer a interaces com os estados profundos

    da banda proibida (devidos s impurezas de substituio) quer a transies dentro da mesma

    banda. Em qualquer dos casos a probabilidade de absoro de fotes muito baixa.

    Consideremos um fluxo monocromtico de fotes de frequncia f e que incide num

    material semicondutor segundo uma dada direco x. Em primeira anlise podemos admitir

    que a taxa de absoro dos fotes com a distnciax proporcional ao nmero de fotes:

    3 1( )d

    x m sdx

    = (7.2)

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.4

    Transmisso de energia

    rede cristalina

    Absoro de

    um foto

    CW

    GW

    VW

    Ghf W>

    Fig. 7.3 Processos associados absoro dum foto.

    em que a constante de proporcionalidade designada por coeficiente de absoro dos fotes

    para o material considerado. A resoluo de (7.2) conduz a uma diminuio exponencial donmero de fotes com a profundidade de penetrao no semicondutor, Fig. 7.4. Este

    andamento de ( )x permite interpretar o inverso do coeficiente de absoro como a distncia

    que em mdia os fotes percorrem no semicondutor at serem absorvidos. usual considerar

    que os fotes incidentes so praticamente todos absorvidos numa espessura de semicondutor

    da ordem de 4/.

    Fig. 7.4 Evoluo de ( )x .

    Admitindo que cada foto absorvido origina um par electro-buraco, o ritmo de gerao por

    efeito fotoelctrico interno ser dado por:

    3 10

    xfe

    dG e m s

    dx

    = = (7.3)

    sendo 0 ( 0)x = = , representa assim a razo entre o ritmo de gerao por efeito

    fotoelctrico e o fluxo de fotes ( )x .

    ( )x

    0

    1/ x0

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS 7.5

    Na Fig. 7.5 mostra-se a dependncia de com a energia para vrios materiais

    semicondutores. de realar que, para os materiais de banda directa o valor de varia

    bruscamente quando a energia dos fotes toma valores prximos dos da altura da banda

    proibida do semicondutor.

    Fig. 7.5 Coeficiente de absoro para vrios materiais semicondutores.

    Os smbolos dos dispositivos fotoelctricos so semelhantes aos dos seus anlogos

    normais, acompanhados de uma seta que alude emisso ou recepo de radiao.

    7.3. Fotoresistncias

    As fotoresistncias so feitas de material semicondutor e as suas aplicaes estorelacionadas com o aumento da condutividade devido aco de uma iluminao adequada.

    Como se viu no pargrafo anterior o efeito fotoelctrico interno s se manifesta se a energia

    dos fotes for maior que a altura da banda proibida. Por sua vez. a sensibilidade das

    fotoresistncias ser tanto maior quanto maior o valor da resistncia na ausncia de

    iluminao. Neste aspecto os semicondutores intrnsecos so mais vantajosos que os

    semicondutores extrnsecos.

    Se admitirmos que o material tem uma seco constante S e comprimento L, o valor da

    resistncia dado por:

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.6

    1LR

    S=

    (7.4)

    em que ( )n pq n p = + .

    Sob iluminao o ritmo total de gerao de pares electro-buraco possui uma

    contribuio da agitao trmica da rede cristalina, 0 0terG rn p= , e uma contribuio da

    iluminao, feG . As concentraes totais de electres e buracos apresentam um acrscimo em

    relao ao valor de equilbrio termodinmico que, para iluminao uniforme, o mesmo para

    os dois tipos de portadores :

    0

    0

    n n n

    p p n

    = +

    = +

    Nessas condies fcil verificar que:

    o = + (7.5)

    onde ( )0 0 0n pq n p = + a condutividade do material na ausncia de iluminao e

    ( )p nq n = + representa o efeito da radiao incidente na condutividade.

    Em regime estacionrio, com iluminao:

    ( )( ) 20 0

    0 0

    fe th n n iG R G r n p rn

    rn p

    = = + +

    = 2 20 0 irn n rp n r n rn+ + +

    ( ) 20 0r n p n r n= + +

    (7.6)

    Consideremos as duas seguintes situaes:

    1) Injeco fraca de portadores

    Nessas condies (7.5) e (7.6) mostram que o ritmo de gerao por efeito fotoelctrico ea condutividade so proporcionais.

    ( )( )0 0

    p n feGq

    r n p

    + =

    + (7.7)

    Para uma dada tenso U aplicada a variao de corrente observada por aco da

    iluminao dada por:

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS 7.7

    ( )

    ( )0 0

    p n feUSq GU SI

    L L r n p

    + = =

    + (7.8)

    Define-se rendimento da fotoconduo como a razo entre o nmero de pares electro-

    -buraco criados e o nmero de fotes absorvidos:

    ( )( )( )2 0 0

    p n

    fe

    UI

    L r n pq G SL

    + = =

    + (7.9)

    A expresso (7.9) mostra que o rendimento da fotoconduo maior nos

    semicondutores intrnsecos do que nos semicondutores extrnsecos. No entanto a diminuio

    de ( )0 0n p+ piora as respostas dinmicas dos dispositivos uma vez que aumenta os tempos

    de vida mdio dos portadores. Uma outra maneira de aumentar o rendimento diminuir o

    comprimento dos dispositivos mas tambm aqui se assiste a uma situao compromisso uma

    vez que a consequente diminuio de resistncia do semicondutor na ausncia de iluminao

    torna muito baixa a sensibilidade do dispositivo radiao.

    2) Injeco forte de portadores.

    Trata-se de outra situao limite. De (7.6) verifica-se no haver neste caso linearidade entre

    fee G . Consideremos, por conduzir a uma maior sensibilidade, o semicondutor como

    intrnseco. Com in n >> ter-se-

    2feG r n (7.10)

    pelo que

    ( ) fen pG

    qr

    + (7.11)

    O smbolo da fotoresistncia est representado na Fig. 7.6

    Fig. 7.6 Smbolo da fotoresistncia.

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.8

    Os materiais utilizados nas fotoresistncias so o CdS ( 2,42GW eV=

    lim 0,512 )f m= para a deteco de luz visvel e o Ge ( )lim2,67 , 1,85GW eV f m= = ou o

    InSb ( 0,18 ,GW eV= lim 6,89 )f m= para detectores de infravermelho.

    7.4. Fotododos

    Nos fotodetectores s contribuem para a corrente os electres e buracos, gerados por

    efeito fotoelctrico, que chegam aos contactos sem se recombinarem. Um processo simples e

    eficaz para atingir este objectivo consiste em aproveitar a zona de depleo de uma junop-

    n. Com efeito o campo elctrico associado a esta regio permite separar espacialmente os

    portadores gerados por efeito fotoelctrico e, devido fraca populao de electres e buracosque caracterizam a regio de transio, a recombinao de portadores pouco importante. Sob

    iluminao, a relaoI(U) para o dodo pode escrever-se como:

    ( )/ 1TU uis fot I I e I= (7.12)

    em queIfottraduz a componente da corrente devida iluminao. Supondo que esta corrente

    obtida por iluminao uniforme da regio de transio, ter-se-:

    ( )fot feI G Aq U= (7.13)

    O comportamento do fotododo pode ser analisado em termos de uma fonte de corrente

    controlada pela iluminao. O circuito elctrico equivalente dum fotododo est representado

    na Fig. 7.7.

    fotI

    FI ID

    U

    Fig. 7.7 Circuito elctrico equivalente dum fotododo.

    As caractersticas tenso-corrente de um foto-dodo, tomando o fluxo da radiao

    incidente como parmetro, esto representadas na Fig. 7.8.

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS 7.9

    U (V)

    2

    3

    -0,4 -0,2 0,2

    40

    80

    I (A)

    0,4

    Fig. 7.8 CaractersticaI(U) para um fotododo.

    Para melhor linearidade e maior sensibilidade iluminao o fotododo deve estar

    inversamente polarizado, Fig. 7.9. Neste caso a variao da tenso aos terminais da resistncia

    uma medida da intensidade da radiao incidente.

    E U

    R

    Fig. 7.9 Circuito de polarizao de um fotododo.

    Normalmente a iluminao do dodo feita lateralmente porque se fosse feita

    directamente na regio de transio, dada a sua pequena espessura, fotI seria demasiado

    baixa. Do lado iluminado a distncia do contacto metlico juno deve ser suficientemente

    pequena, comparada com os comprimentos de difuso, para que os portadores gerados no

    desapaream por recombinao. Dever, contudo ser suficientemente grande, comparada com

    o inverso do coeficiente de absoro, para que o semicondutor, nessa regio, possa absorver

    um elevado nmero de fotes incidentes.

    A estrutura p-i-n revela-se particularmente adequada para a implementao de

    fotododos, Fig. 7.10. Com polarizao inversa a regio depleta abrange toda a regiointrnseca e o campo elctrico nesta regio aproximadamente constante. Deste modo

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.10

    possvel obter valores de fotI muito mais elevados do que os que se obtm para os dodos de

    juno convencionais. Por outro lado, a fotocorrente praticamente independente da tenso

    de polarizao em virtude da largura da regio depleta ser determinada pela largura da regio

    intrnseca, fixada tecnolgicamente. Alm das estruturas p-i-npodem-se fabricar fotododosespecialmente sensveis radiao aproveitando o mecanismo de disrupo por avalanche.

    Estes fotododos de avalanche so polarizados na zona de disrupo.

    Zona de pleta

    (a) (b)

    Nd(x)

    n(x)

    Na(x) p(x)

    p

    n

    ni

    E(x)

    x xw w

    Fig. 7.10 Estrutura p-i-n: (a) densidade de portadores; (b) campo elctrico.

    Quando comparadas com as fotoresistncias, os fotododos apresentam normalmente

    uma menor sensibilidade iluminao, embora possuam vantagens em relao queles no que

    diz respeito linearidade e rapidez de resposta.

    7.5. Clulas Solares

    Os efeitos fotovoltaicos constituem uma classe de fenmenos em que, sob a aco da

    luz, aparece uma diferena de potencial numa dada regio do semicondutor. O efeitofotovoltaico pode tambm manifestar-se pelo aparecimento de uma corrente ou corrente e

    tenso, dependendo do circuito exterior.

    A luz incidente d origem ao aparecimento de excessos de portadores, relativamente aos

    valores de equilbrio termodinmico. Os pares electro-buraco gerados, sob a aco de

    campos locais, so separados podendo acumular-se em regies onde deixar de haver

    neutralidade elctrica, resultando por isso o aparecimento de uma diferena de potencial. A

    natureza e origem dos campos elctricos responsveis pelo aparecimento destes efeitos quepermitem distinguir os vrios tipos de efeitos fotovoltaicos. De entre eles ir-se- estudar com

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.11

    mais pormenor o efeito fotovoltaico em junes p-n, com aplicaes importantes na gerao

    de energia elctrica a partir da energia solar. Sero ainda referidas, no mesmo contexto, as

    junes Schottky.

    7.5.1. Efeito fotovoltaico em junes p-n

    Como se sabe, na juno p-n existe um campo elctrico dirigido de n para p numa

    regio relativamente estreita designada por regio de transio. Este campo elctrico ser o

    responsvel pela separao dos portadores (electres e buracos) gerados aos pares pela

    iluminao incidente, que deve possuir uma energia maior ou igual altura de banda proibida

    do semicondutor utilizado. A separao das cargas d por isso origem ao aparecimento de

    uma diferena de potencial, positiva de p para n. Se se curto-circuitarem os terminais dejunop-n, aparecer uma corrente nos fios de ligao, a corrente de curto-circuito, e que flui

    de nparap.

    A expresso que relaciona a corrente e a tenso na juno p-n, sob iluminao, dever

    possuir dois termos, um envolvendo a corrente devida iluminao e o outro termo associado

    resposta do diodo tenso aplicada, sem iluminao. Pode escrever-se com alguma

    generalidade:

    1TU

    nuis ccI I e I

    =

    (7.14)

    em que isI a corrente inversa de saturao, n o factor de idealidade e ccI a correnteassociada iluminao e que, nesta expresso, a corrente de curto-circuito, isto , a corrente

    no circuito quando U=0.A expresso (7.14) vlida para os sentidos convencionados da Fig.7.11 em que se assume que a tenso Uexterior "cai" praticamente toda na regio de transio

    (desprezam-se as resistncias associadas s regies quase-neutras nepe aos contactos).O valor de ccI depende das condies inerentes iluminao e estrutura em estudo. A

    situao mais simples de analisar consiste em assumir que a iluminao monocromtica,

    uniforme, com uma taxa de gerao por efeito fotoelctrico, Gfe,constante, e que a injeco fraca. Calcula-se ento a evoluo da densidade de portadores minoritrios com a distncia,

    para as regies n e p e a partir dessas expresses obtm-se as correntes de difuso nas

    fronteiras entre a regio de transio e as regies neutras. A corrente associada iluminao

    ser a soma destas duas contribuies (electres e buracos). Deste modo ter-se-:

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.12

    ( )cc fe p nI qG L L A= + (7.15)

    ou

    ( )2cc fe p n

    AI qG W W= + (7.16)

    em que pL , nL so os comprimentos de difuso para buracos e electres respectivamente, e

    pW , nW so as larguras das regies pe nrespectivamente eAa rea da seco transversal,

    que se supe constante. A equao (7.15) vlida quando ,p n n pW L W L>> >> , e a equao

    (7.16) vlida na situao em que ,p n n pW L W LNa.

    A caracterstica do dodo, sem e com iluminao, est representada na Fig. 7.12.

    claro que o funcionamento da juno p-ncomo conversor fotovoltaico s possvelse a juno p-n tiver o ponto de funcionamento no 4 quadrante. por isso que, para as

    clulas solares, as caractersticas apresentadas na literatura, se reportam unicamente a este

    quadrante.

    Um dos parmetros caractersticos das clulas solares, para alm da corrente de curto-

    circuito, a tenso em circuito aberto, caU .De (7.14) tira-se:

    ln 1ccca Tis

    IU nu

    I

    = +

    (7.17)

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.13

    I

    maxP

    U

    maxP

    MU caU

    MI

    ( )cc isI I +

    sem iluminao

    com iluminao

    Fig. 7.12 I(U) para a clula solar.

    Contudo, sob o ponto de vista das aplicaes, os parmetros determinantes na escolha

    da clula solar prendem-se com a potncia mxima que ela pode fornecer e com o seu

    rendimento.

    O rendimento da clula solar,, definido por:

    max

    incidente

    P

    P = (7.18)

    Por sua vez, a potncia que a clula solar pode fornecer depende do seu ponto de

    funcionamento em repouso e dada por:

    ( )1 0TU

    nuis cc caP UI U I e I U U

    = =

    (7.19)

    Para 0 caU eU U = = a potncia zero, tomando o valor mximo para um dado

    MU U= , no intervalo considerado. O ponto U=UM um ponto de estacionaridade da funo

    P(U), pelo que se verifica a relao:

    0MU U

    dP

    dU =

    =

    (7.20)

    ou seja

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.14

    1 0M

    T

    U

    nuMis is cc

    T

    UI e I I

    nu

    + =

    (7.21)

    Desta equao transcendente obter-se-, por via numrica, o valor de UM . Substituindo

    este valor em (7.14) obtm-se o valor de I= -IM, ficando ento determinado o ponto de

    funcionamento em repouso (PFR) da clula solar correspondente potncia mxima.

    Graficamente este PFR o ponto tangente do ramo de hiprbole da funo I= Pmax/Ucom a

    caracterstica I(U), Fig. 7.12. A potncia mxima Pmaxque a clula solar pode fornecer

    ento dada por:

    max M MP U I= (7.22)

    Na Fig. 7.12 a potncia mxima est representada pela rea a cinzento. Quando a clula

    tiver uma caracterstica rectangular, o que corresponde situao ideal, o PFR correspondente

    potncia mxima est no vrtice do rectngulo e Pmax= UcaIcc. Nalgumas situaes

    suficiente linearizar a caracterstica por forma a facilitar a determinao do ponto de

    funcionamento correspondente potncia mxima.

    fcil de ver que a potncia mxima aumenta com o aumento de ca ccU e I pelo que se

    devem escolher os materiais semicondutores que permitam obter valores elevados para esses

    parmetros. de realar no entanto que no possvel aumentar simultaneamente eca ccU I .

    Com efeito o aumento de ccI pode ser obtido diminuindo a altura de banda proibida do

    semicondutor (absorve fotes de uma gama espectral mais larga). Contudo, ao diminuir a

    altura da banda proibida, a tenso em aberto diminui. Aumentando a altura da banda proibida

    aumenta caU mas diminui ccI . H por isso uma gama de valores da altura da banda proibida

    que conduz a potncias mximas mais elevadas, e por isso a maiores rendimentos, Fig. 7.13.

    A existncia de bandas de absoro no espectro solar, devido atmosfera terrestre, faz com

    que, para um dado material, o rendimento baixe. Verifica-se tambm que, quando o efeito da

    atmosfera terrestre mais pronunciado, o rendimento mximo obtido quando os materiais

    utilizados tm alturas da banda proibida menores.

    Define-se tambm o factor de forma ou factor de enchimento (FF) como:

    max

    ca cc

    PFF

    U I= (7.23)

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.15

    em que 1FF< . Quando 1FF= a caracterstica da clula solar rectangular e corresponde

    situao ideal.

    35

    30

    25

    20

    15

    10

    50.5 1.0 1.5 2.0 2.5

    AM1.5

    AM0

    GeCdS

    Si

    Cu2S

    GaAs

    a:Si:H

    a:Si:H:F

    Limite do corpo

    negro (AMO)

    EG(eV)

    (

    %)

    300T k=

    Fig. 7.13 Rendimento de clulas solares em funo da altura da banda proibida, para vrias

    condies de iluminao.

    O circuito de polarizao mais simples, que obriga o PFR da clula solar a estar no 4

    quadrante, est representado na Fig. 7.14.

    U

    I

    R

    Fig. 7.14 Circuito de polarizao duma clula solar que permite fornecer energia resistncia R.

    A recta de carga dada por:

    UI

    R= (7.24)

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.16

    e est representada na Fig. 7.15.I

    U0U caU

    0I PFR 1/R

    Fig. 7.15 PFR correspondente ao circuito da Fig. 7.14.

    Na Fig. 7.15 a rea a tracejado representa a potncia fornecida pela clula solar

    resistnciaR. evidente que a clula s pode fornecer a sua potncia mxima resistncia de

    carga se esta tiver o valorRop dado por:

    Mop

    M

    UR

    I= (7.25)

    Na Fig. 7.16 mostra-se a estrutura e a caracterstica de uma clula solar de silcio com

    rendimento elevado.

    (b)

    (a)

    Contacto inferiorp+

    p

    Dupla camada antireflectoraContacto superior (Ti/Pd/Ag)

    Superfcie SiO2 (50 )N+SiO2ultrafino

    I(A)

    0,10

    0,05

    -0,10

    -0,05

    -0,15

    -0,2 0,1

    0

    0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 U (V)

    2

    0,64

    35,48 /82,2%

    18,7%

    ca

    cc

    U V

    J mA cmFF

    =

    ==

    =

    (c)

    Fig. 7.16 Clula solar de Si: (a) estrutura; (b) pormenor do contacto metlico na face iluminada;(c) caractersticaI(U).

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.17

    De acordo com (7.14), a clula solar pode ser representada pelo circuito elctrico

    equivalente da Fig. 7.17.

    ccID

    I

    U

    Fig. 7.17 Circuito elctrico equivalente da clula solar baseado na equao (7.14).

    7.5.2. Efeito das resistncias srie e paralelo

    Um circuito mais realista inclui as resistncias srieRs,e paralelo Rpque traduzem asperdas de natureza hmica e as perdas por correntes de fugas respectivamente. conveniente

    que Rsseja o menor possvel eRpo maior possvel. A Fig. 7.18 mostra o circuito elctricoequivalente da clula solar envolvendo estas resistncias.

    ccI

    D

    I

    U pR

    SR

    Fig. 7.18 Incluso das resistncias srie e paralelo no circuito elctrico equivalente

    de uma clula solar.

    Com a incluso das resistnciasRseRpa relaoI(U) tomar a forma:

    1s

    T

    U R I

    nusis cc

    p

    U R II I e I

    R

    = +

    (7.26)

    A influncia deRseRpnas caractersticas da clula solar est representada na Fig. 7.19. fcil de ver queRseRpafectam fundamentalmente o factor de forma, que se traduz numa

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.18

    alterao acentuada do rendimento. de realar que o rendimento mais sensvel aRsdo queaRppelo que, na maior parte dos casos, s a influncia deRs que contabilizada, Fig. 7.20.

    Fig. 7.19 Influncia na caracterstica da clula solar de: (a)Rs, Rp= ; (b)Rp, Rs=0.

    Fig. 7.20 I(U) para uma clula solar de Si com rea de 1,7 cm2exposta luz solar.

    Os crculos representam os pontos experimentais.

    7.5.3. Efeito da temperatura

    A temperatura pode variar entre valores muito diferentes para as clulas solares

    colocadas no exterior, dependendo da estao do ano, da hora do dia, das condies

    climatricas, etc.

    A corrente ccI no fortemente dependente da temperatura. Sobe ligeiramente com o

    aumento da temperatura j que o coeficiente de absoro do semicondutor sobe com a

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.19

    temperatura devido diminuio da altura da banda proibida. Quanto tenso caU e ao

    factor de forma FF, ambos diminuem com o aumento da temperatura. Deste modo o

    rendimento, que pode ser expresso por:

    ca cc

    incidente

    FF U I

    P = (7.27)

    dever diminuir quando a temperatura aumenta. Verifica-se que os semicondutores de maior

    altura de banda proibida so menos sensveis a variaes de temperatura. Est neste caso o

    GaAs que, relativamente ao Si, permite obter clulas solares com aproximadamente metade

    da sensibilidade temperatura.

    7.5.4. Clulas solares com rendimentos elevados

    Como se viu, Fig. 7.13, o rendimento terico das clulas solares mximo, e toma

    valores da ordem dos 23%, quando a altura da banda proibida est no intervalo 1,4 - 1,6 eV.Para as clulas reais o rendimento menor devido a vrios factores, nomeadamente: a

    recombinao em superfcie e no interior do semicondutor, resistncias parasitas (resistncia

    srie), e ainda dificuldade de captar a luz de forma eficiente para o interior do semicondutor

    (contactos bloqueiam parte da luz, reflectividade da interface semicondutor/ar). Um projecto

    adequado da estrutura da clula solar poder contudo minimizar alguns dos problemas

    referidos e aumentar o seu rendimento.

    Pode-se melhorar o acoplamento ptico utilizando contactos metlicos com a geometria

    optimizada, por forma a bloquearem o menos luz possvel. Contudo deve tambm garantir-se

    que o valor da sua resistncia e o da resistncia entre o contacto e o semicondutor sejam

    baixos e que haja o mnimo de perdas associadas s correntes laterais, que se estabelecem na

    camada superior do semicondutor junto ao contacto. A utilizao de camadas antireflectoras

    transparentes (uma ou vrias) podem reduzir a reflectividade da clula solar a valores bastantebaixos numa gama de comprimentos de onda elevada. Outra forma de reduzir a reflexo a

    de fabricar a superfcie exposta de modo a apresentar textura, Fig. 7.21.

    Com este tipo de clulas mais luz injectada no semicondutor permitindo tambm

    maior absoro para os comprimentos de onda maiores. Estas clulas possuem contudo

    algumas desvantagens nomeadamente: dificuldade de fabrico, o problema de manuseamento,

    e o facto de haver fotes que podem ser injectados no semicondutor sem terem a energia

    adequada para a criao de pares electro-buraco e que acabam por ser responsveis peloaumento da temperatura da clula.

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.20

    Contacto metlico MicrotexturaLuz

    Contacto

    da base

    p n Pelcula fina de xido

    p+

    (a) (b)

    Fig. 7.21 Superfcie com textura para diminuir as perdas por reflexo: (a) Corte em que se mostra oprincpio de funcionamento; (b) clula solar.

    Pode-se tambm aumentar a potncia luminosa incidente na clula solar utilizando

    concentradores. possvel deste modo aumentar ,ca ccU I e . Na Fig. 7.22 (a) e (b)

    representam-se o andamento de ,caU e FF para vrios valores da densidade de potncia

    incidente. O aumento decom a potncia incidente prende-se com a subida de ,ca ccU I eFF .

    Aps atingir um mximo decresce, fundamentalmente devido diminuio de FF que se

    associa ao efeito da resistncia srie, mais importante para correntes mais elevadas.

    Nas clulas solares que utilizam concentradores os so em geral mais baixos que osprevistos, devido ao aquecimento da clula solar. Neste caso necessrio arrefecer a clula

    solar para que se garantam valores aceitveis. Para concentraes baixas pode ser suficiente o

    arrefecimento passivo, enquanto que para concentraes altas o arrefecimento activo (e.g.

    circulao forada de gua) obrigatrio.

    Fig. 7.22 (a) Rendimento da clula solar em funo da potncia incidente; (b) Tenso em aberto efactor de enchimento em funo da potncia incidente.

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.21

    Um sistema eficiente, sob o ponto de vista de absoro de fotes numa vasta gama de

    valores de energia, consiste em ter clulas solares constitudas por materiais semicondutores

    com alturas da banda proibida diferentes, dispostas por ordem decrescente de altura de banda

    proibida, com o material de altura da banda proibida maior directamente exposto radiao.

    Os fotes de menor energia sero absorvidos pelo material que se encontra mais longe da

    superfcie enquanto que os de energia mais elevada so absorvidos pelo semicondutor

    superfcie. Deste modo estas clulas solares conseguem absorver fotes duma gama espectral

    maior do espectro solar do que aquelas que s utilizam um nico tipo de material

    semicondutor. Um efeito semelhante conseguido atravs da separao espectral da radiao

    por espelhos que a reflectem para as clulas solares apropriadas, Fig. 7.23.

    Fig. 7.23 Sistemas que permitem alargar a gama espectral til do espectro solar para converso

    fotovoltaica.

    Na Tabela 7.1 indicam-se os rendimentos ptimos de clulas solares obtidas pela

    combinao de vrios materiais para uma concentrao da luz solar correspondente a 1000

    sis (1000 AM1). No clculo desprezam-se as perdas pticas, que podero reduzir esses

    valores de entre 20 a 50%.

    At ao momento tem estado implcito que as junes p-n referidas so homojunes,

    i.e., possuem o mesmo tipo de semicondutor do lado pe do lado n. No entanto os materiais

    semicondutores do lado p e do lado n podem ser diferentes e a juno p-n designa-se porheterojuno. Estas estruturas no apresentam vantagens relativamente homojuno. De

    facto a existncia de uma descontinuidade em qualquer das bandas indesejvel sob o ponto

    de vista de converso fotovoltaica. Verifica-se que h uma melhoria acentuada do rendimento

    das heterojunes quando a descontinuidade na banda de conduo pequena ou no existe e

    que esse rendimento, nestas condies, est limitado superiormente pelo rendimento

    associado clula solar fabricada com o material de menor altura de banda proibida.

    de realar que embora a heterojuno no traga vantagens a existncia de umapelcula fina de um material de maior altura da banda proibida no topo da clula solar permite

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.22

    melhorias substanciais no seu rendimento. Este material normalmente fortemente dopado e

    d origem a maiores diferenas de potencial de contacto e por isso a tenses em circuito

    aberto mais elevadas. Por sua vez, sob o ponto de vista ptico, serve de janela para a luz solar

    que incide no material de banda proibida menor reduzindo as perdas. Estruturas deste tipo so

    por exemplo clulas de GaAs com a camada superior de GaP ou clulas de silcio amorfo com

    a regio de topo de SiC.

    Tabela 7.1 Rendimentos optimizados para sistemas de clulas solares empilhadas (1000 AM1).

    # Clulas

    SolaresWG(eV)

    ( )

    1 1,4 32,4

    2 1,0 1,8 44,3

    3 1,0 1,6 2,2 50,3

    4 0,8 1,4 1,8 2,2 53,9

    5 0,6 1,0 1,4 1,8 2,2 56,3

    6 0,6 1,0 1,4 1,8 2,0 2,2 58,5

    7 0,6 1,0 1,4 1,8 2,0 2,2 2,6 59,6

    8 0,6 1,0 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,6 60,6

    Na Fig. 7.24 mostra-se uma estrutura correspondente soluo de clulas empilhadas

    da Fig. 7.23.

    Fig. 7.24 Implementao de uma estrutura com clulas empilhadas.

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.23

    7.5.5. Juno Schottky, MIS (Metal-Isolante-Semicondutor)

    Na juno metal-semicondutor existe tambm uma diferena de potencial de contacto e

    portanto um campo elctrico local. Esta juno ter caractersticas rectificadoras se, do lado

    do semicondutor junto interface, se formar uma regio depleta. possvel atingir maisfacilmente este objectivo se o semicondutor for tipo n devendo o trabalho de sada do

    semicondutor ser inferior ao trabalho de sada do metal. O diagrama de bandas para este

    contacto metal-semicondutor com caractersticas rectificadoras est representado na Fig. 7.25

    e designa-se por contacto Schottky.

    Fig. 7.25 Diagrama das bandas para um contacto Schottky em equilbrio termodinmico.

    A caracterstica I(U) de uma juno Schottky qualitativamente idntica de umajunop-ncontudo, para a juno Schottky, a corrente tem duas contribuies: a corrente de

    difuso de buracos no semicondutor tipo-ne a corrente de electres atravs da barreira, cuja

    altura varia com a tenso aplicada. Normalmente a corrente de electres muito superior de

    buracos o que indesejvel porque aumenta a corrente inversa e diminui a tenso em circuito

    aberto, Fig. 7.26. Convm por isso que a altura da barreira seja o maior possvel para que Uca

    tambm aumente.

    Fig. 7.26 I(U) para a juno Schottky e a juno p-n.

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.24

    Poder-se-ia pensar que a utilizao dum metal com trabalho de sada maior conduziria a

    caractersticas melhores. Acontece que na prtica a altura de barreira toma valores

    aproximadamente constantes para os diversos metais pelo que no so observadas diferenas

    apreciveis. As razes deste comportamento parece assentar na existncia de um nmero

    considervel de estados na interface metal-semicondutor resultante quer da contaminao por

    impurezas dessa superfcie quer pelo facto de os materiais no possurem a mesma constante

    da rede cristalina. possvel conseguir uma estrutura em que os efeitos associados ao trabalho

    de sada do metal so perfeitamente discernveis. Para tal deposita-se uma fina camada de

    xido entre o metal e o semicondutor de modo a suprimir a corrente de maiorias na interface

    metal-semicondutor. Deste modo a corrente na estrutura MIS fundamentalmente idntica

    de uma junop-npermitindo obter valores mais elevados de Uca.

    A iluminao da estrutura Schottky e MIS feita do lado do metal pelo que este deve

    poder deixar passar a luz para o semicondutor e ao mesmo tempo servir de ligao elctrica

    ao circuito exterior. Tm sido implementadas vrias solues:

    1) Camada muito fina de metal. Esta soluo d origem a uma resistncia srie

    elevada pelo que necessrio utilizar uma grelha metlica de maior espessura

    para efectivar a ligao ao exterior.

    2) O contacto metlico feito atravs de uma grelha muito fina e densa.

    3) O contacto de topo um condutor transparente (e.g. xidos de ndio e estanho que

    so basicamente semicondutores fortemente dopados). A estrutura resultante

    costuma designar-se por SIS (semicondutor-isolante-semicondutor). Na Fig. 7.27

    mostra-se a implementao dos contactos metlicos de duas estruturas MIS.

    Fig. 7.27 Contactos em duas estruturas MIS (no escala).

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.25

    Na Fig. 7.28 mostram-se clulas de silcio amorfo hidrogenado de tipo Schottky, MIS ep-i-n.

    Fig. 7.28 Clulas solares base de a-Si:H do tipo: (a) Schottky; (b) MIS; (c) p-i-n.

    Nas Tabelas 7.2 e 7.3 indicam-se os valores de alguns parmetros caractersticos de

    clulas solares com vrias estruturas e materiais.

    Tabela 7.2 Rendimento para vrios tipos de clulas solares.

    Materiais Tipo de Juno

    Rendimento (%)

    1. Cu2S/CdS HJ ~10

    2. Cu2S/Zn0,16CdS0,84S HJ 10,2

    3. Cu2-xS/CdS HJ 3,3

    4,. CdSe MIS 5

    5.CdS/CdTe HJ ~10

    6. CuInSe2/ZnCdS HJ ~10

    7. Zn3P2 Schottky 2,5

    8.InP/CdS HJ 5,7

    9. GaAS Schottky 5,5

    10.GaAs n+/p/p+ 17

    11.Si Homo 9

    13.Si Homo 12

    14.a-Si:H Schottky 6

    15. a-Si:H:F MIS 6,2

    16.a-Si:H p-i-n 10

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.26

    Tabela 7.3 Parmetros caractersticos de vrios tipos de clulas solares fabricadas com a-Si:H.

    Tipo Configuraorea(cm2)

    Uca(mV)

    Jcc(mA cm-2) FF

    (%)

    p-i-n ITO/n c-Si:H/i-p a-Si:H/ao 1,2 860 13,9 0,655 7,8

    p-i-n ITO/n-i-p a-Si:H/ao 0,04 857 13,0 0,62 6,9

    p-i-n Al/Ti/n-i-p a-Si:H/SnO2/vidro 0,1 801 12,55 0,675 6,8

    HJ Al/n-i a:Si:H/p a-Si:C:H/ITO/vidro 0,033 880 15,2 0,601 8,0

    HJ Al/n-i a:Si:H/p a-Si:C:H/SnO2/vidro 1,0 880 14,1 0,624 7,7

    HJ ITO/p a-Si:H/i a-Si:Ge:H/n a-Si:H/ao 1,0 635 7,2 0,57 2,6

    HJ ITO/p a-B:Si:H/i-n a-Si:H/ao 0,05 670 6,9 0,35 1,6

    HJ Pd/a-B: H/i-n a-Si:H/ao 100 800 6,0 0,55 2,6

    HJ Ag/n-i a-Si:H/p a-Si:C:H/SnO2/vidro 1,09 840 17,8 0,676 10,1

    7.6. Fototransistores

    7.6.1. Tratamento qualitativo

    O fototransistor apresenta uma estrutura funcional idntica do transstor clssico, No

    entanto a juno BC polarizada inversamente concebida como uma fotojuno, beneficiando

    no entanto da aco amplificadora da vizinha juno emissora que se encontra polarizada

    directamente. Consideremos o transstor clssico. Admitamos a juno BC inversamente

    polarizada. Com o emissor em aberto, Fig. 7.29(a), tem-se C CBOI I= . Com a base em

    aberto, Fig. 7.29(b), tem-se (1 )C CEO F CBOI I I= = + . a diferena entre CBOI e CEOI que

    traduz a vantagem do fototransistor sobre o fotododo.

    Considerando de novo o circuito da Fig. 7.29 (a). Para que IE = 0, as componentes de

    difuso dum lado e doutro da regio de transio cancelam-se. Os portadores difundem-se no

    mesmo sentido, o que s possvel com concentraes inferiores s de equilbrio

    termodinmico. A juno emissora, embora o terminal emissor esteja no ar, est polarizada

    inversamente. As distribuies de minorias esto representadas na Fig.7.30.

    Consideremos agora o circuito da Fig. 7.29(b). A corrente verificada corresponde a

    C EI I= e distribuio de minorias da Fig. 7.31. Agora a juno emissora est polarizada

    directamente para que a corrente de difuso de electres no emissor possa ser igual difuso

    de electres no colector. A componente da corrente devida base muito maior do que no

    caso da Fig. 7.30 porque a juno EB est polarizada no sentido directo.

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

    31/60

    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.27

    (a)

    R

    E

    C CEOI I=

    EU

    ( )0EU >

    R

    E

    C CBOI I=

    EU

    ( )0EU .

    Na Fig. 7.49 encontra-se representada a relao W k para um semicondutor de banda

    directa.

    2) Consegue-se aumentar a taxa de recombinao polarizando directamente a junop-nque,

    como se viu, deve ser fabricada com materiais semicondutores de banda directa. Nas

    junes directamente polarizadas, os excessos aparecem na zona de transio e nas zonas

    vizinhas pelo que ser nestas regies do dodo que se efectua a emisso de luz.

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.43

    GW

    CW

    VW

    k

    k

    0

    0

    Fig. 7.49 Bandas de energia para um semicondutor de banda directa.

    Para que haja emisso coerente, alm das condies atrs referidas, outras devero

    tambm ter lugar como se ver a seguir.

    Baseado na Fig. 7.49, e de acordo com os sistemas de eixos a definidos, a

    probabilidade de ocupao por electres dos estados na banda de conduo

    ( )1

    1C FC

    C C W W

    kT

    f W

    e

    =

    +

    (7.46)

    e a probabilidade de ocupao por buracos dos estados na banda de valncia :

    ( )1

    1V FV

    V V W W

    kT

    f W

    e

    =

    +

    (7.47)

    O ritmo de absoro de fotes pode ser definido como:

    ( )( )1 1 ( )a C VR B f f E= (7.48)

    em queBtraduz a probabilidade de transio e ( )E a densidade de fotes com energiaE,

    C V GE W W W= + + (7.49)

    A taxa de emisso estimulada de fotes dada por:

    ( )st C V R Bf f E= (7.50)

    e haver ganho ptico se:

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.44

    st aR R> (7.51)

    (despreza-se a emisso espontnea).

    Da relao (7.51) e substituindo nela (7.48) e (7.50), obtm-se:

    1C Vf f+ > ou (1 )C Vf f> (7.52)

    Isto , haver ganho ptico se houver mais electres na banda de conduo que na

    banda de valncia, o que corrente designar por inverso.

    Reescrevendo (7.52) obtm-se:

    Separao dos pseudo- Energia do foto -nveis de Fermi

    G FC FV C V GE W W W W E+ + > + + (7.53)

    ou FC FV C V W W W W + > + (7.54)

    o que significa que a separao dos quase-nveis de Fermi deve ser superior a GW para que

    haja inverso. Esta condio obtm-se por injeco da corrente numa juno directamente

    polarizada, com regiespe nfortemente dopadas. Existe um dado valor de corrente a partir

    do qual se verifica a relao (7.51), havendo por isso ganho ptico, isto , haver amplificao

    de fotes no interior do semicondutor.

    Na Fig. 7.50(a) mostra-se o andamento do ganho ptico em funo da energia para

    vrios valores da densidade de corrente injectada, expressa em termos da densidade de

    portadores. O ganho ptico negativo significa que o material absorveu todos os fotes que

    foram emitidos e ainda no houve inverso da populao.

    (b)a

    Ganho

    ptico(cm-1)

    Energia dos fotes (eV)

    Ganhomximo

    (cm-1)

    N (1018cm-3)

    Fig. 7.50 (a) Ganho ptico em funo da energia e (b) ganho mximo em funo da densidade deportadores para um laser de InGaAsP a emitir em = 1,3 m.

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.45

    Quando N aumenta o ganho torna-se positivo numa gama de valores de energia que

    aumenta comN. O valor mximo do ganho desloca-se para energias mais elevadas quando N

    aumenta.

    O ganho ptico por si s no permite o funcionamento do laser, devendo garantir-se a

    realimentao ptica que transforma o amplificador num oscilador. Na maior parte dos lasers

    a realimentao conseguida colocando a regio em que h ganho numa cavidade ptica

    delimitada por dois espelhos, muitas vezes designada por cavidade de Fabry-Perot. Nos lasers

    de semicondutor utilizam-se como espelhos planos de clivagem opostos que possuem

    tipicamente uma reflectividade de ~ 30%, Fig. 7.51. Embora na maioria dos casos a

    reflectividade dos espelhos seja igual, elas podem ser diferentes. Para que haja emisso laser

    deve garantir-se que o ganho ptico seja superior s perdas na cavidade. Estas perdas podem

    ser separadas em termos das perdas internas (absoro, disperso ou outras) e perdas devido

    reflexo nos planos de clivagem referidos. Este ganho ptico, a partir do qual h emisso

    laser, designa-se por ganho de limiar e a corrente que lhe d origem a corrente de limiar.

    Plano de clivagem Plano de clivagem

    LASER

    I

    p

    n

    L

    L

    Regio onde existeemisso estimulada

    Cavidade ptica

    Espelho Espelho

    Fig. 7.51 Laser e cavidade ptica correspondente que permite a oscilao dos fotessegundo a direco longitudinal.

    No limiar pode escrever-se

    th i mg = + (7.55)

    em que thg o ganho ptico correspondente ao limiar, i as perdas internas, m as perdas

    associadas reflexo nas faces espelhadas e o factor de confinamento. O parmetro d

    conta da reduo do ganho devido ao espalhamento do modo ptico para alm da regio

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.46

    activa e representa a fraco da energia do modo ptico contida na regio activa e por isso

    toma valores inferiores unidade. Estes valores so fortemente dependentes da espessura da

    regio activa: ~ 2% quando a espessura da regio activa 10 nm e ~ 40% quando a espessura

    de 200 nm para lasers de InGaAsP-InP com um poo quntico e lasers de dupla

    heterojuno respectivamente.

    As perdas m podem ser escritas como:

    1 2

    1 1ln

    2m L R R

    =

    (7.56)

    em que L o comprimento da cavidade ptica, 1R e 2R as reflectividades das faces

    espelhadas. No caso particular de1 2

    R R R= =

    1 1lnm

    L R

    =

    (7.57)

    Para 0,32R= e uma cavidade com comprimento 250L m ter-se- 145m cm .

    As perdas internas apresentam valores tpicos 130 40i cm .

    Acima do limiar o ganho ptico mximo varia de forma aproximadamente linear com a

    densidade de portadores,

    ( )0g a n n= (7.58)

    em que a se designa por coeficiente de ganho e 0n traduz a densidade de portadores

    necessria para se atingir a situao de transparncia, i.e., 0g= , e que corresponde ao incio

    da inverso da populao.

    Para lasers de InGaAsP valores tpicos de aesto na gama de 16 21,2 2,5 10 cm e de

    0n no intervalo 18 30,9 1,5 10 cm .

    Os modos longitudinais que oscilam na cavidade ptica do laser, Fig. 7.51, devem

    garantir a relao:

    2mm L

    = (7.59)

    em que m o comprimento de onda no meio e mum inteiro. Sendo:

    m cnf

    = (7.60)

  • 7/23/2019 CAP7_DispOptoelectronicos

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.47

    com ca velocidade de propagao de luz no vcuo, no ndice de refraco e fa frequncia

    pode escrever-se:

    2

    mc

    f f m

    nL

    = = (7.61)

    O espaamento f entre dois modos longitudinais ento dado por:

    2

    cf

    nL = (7.62)

    se nno depender da frequncia. Em geral

    2 g

    cf

    n L = (7.63)

    em que gn o ndice de refraco de grupo e dado por:

    gg

    dn cn n

    d v

    = + = (7.64)

    A ttulo de exemplo, para 200 200L m f GHz= . Como se viu o ganho ptico

    varia com a frequncia e possui uma largura de banda suficientemente grande para que vrios

    modos longitudinais da cavidade possam ser amplificados, efeito este que mais importante

    para o modo a que corresponde uma frequncia mais prxima do pico do ganho, Fig. 7.52.

    Modos

    longitudinais

    Curva relativa

    s perdas

    Modo longitudinal na

    condio de limiar

    Ganho

    Fig. 7.52 Seleco dos modos longitudinais na emisso laser correspondente ao limiar.Os traos verticais correspondem aos vrios modos possveis na cavidade.

    Abaixo do limiar no h emisso porque as perdas so superiores ao ganho, contudo no

    limiar, o modo correspondente ao pico de ganho , na situao ideal, o nico que contribui

    para a emisso laser. Na realidade, como os modos esto muito prximos, haver vrios nas

    condies anteriores e que podem ser emitidos. Estes lasers so designados por lasers

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    DISPOSITIVOS OPTOELECTRNICOS7.48

    multimodais. Lasers que emitem basicamente num nico modo so os lasers monomodais e

    possuem estruturas especiais que sero referidas mais adiante. A disperso na fibra associada

    aos lasers monomodais muito menor que a dos lasers multimodais e por isso permite ritmos

    de transmisso mais elevados.

    7.10.2.Estruturas para os Lasers

    As estruturas para os lasers devem garantir as condies necessrias para a emisso

    laser, isto , inverso e oscilao. Alm disso devem obedecer a um certo nmero de pr-

    requisitos para que possa haver emisso eficiente em termos da corrente injectada, do valor da

    potncia luminosa e da natureza de luz emitida.

    Como j foi referido as estruturas laser so basicamente junes p-nque, para garantirum melhor confinamento de portadores (isto , obrigar a que a recombinao radiativa possua

    taxas elevadas numa regio estreita da estrutura), so de materiais diferentes, isto

    heterojunes. Presentemente a configurao usual utilizada a da dupla heterojuno. Na

    Fig. 7.53 representa-se o modelo das bandas para a homojuno e para a dupla heterojuno.

    CW

    VW G

    W

    CW

    GW

    VW

    FW

    n

    pCW

    VW

    GW

    CW

    GW

    VW

    FW

    np p

    1GW

    1G GW W