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Capa Curso Atualizada

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Page 1: Capa Curso Atualizada

UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA: ARTE, CRIATIVIDADE E RECREAÇÃO

TUTOR: PROFA. MA. ADRIANA RODRIGUES DA SILVA

INTEGRANTES:

ADRIANA GONZAGA CORRAL RA 219555

KAREN M. M. C. ATHAYDE RA 280455

MARIA CLARICE MARCIOTO RA 234089

MARIA TEREZINHA DA SILVA RA 193185

MICHELE BONFIM RA 205277

PÓLO: TUPÃ/SP

2012

Page 2: Capa Curso Atualizada

INTRODUÇÃO

A arte é um componente curricular obrigatório no Ensino Fundamental, garantido

pela Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional. Ela deve fazer parte do cotidiano

escolar, pois é através da arte que o individuo exterioriza suas emoções e sentimentos de

várias maneiras.

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BREVE HISTÓRICO

Um momento importante no ensino da Arte no Brasil deve-se ao movimento de Arte

Moderna de 1922 e ao surgimento da Pedagogia Nova. A novidade que esses acontecimentos

e pensamentos trouxeram foi a do ensino da Arte como livre-expressão. Essa perspectiva

baseia-se em uma concepção psicopedagógica na qual o desenho infantil passa a ser tomado

como livre expressão da criança, como uma representação mental passível de análise

investigativa e de interpretação.

O Modernismo no Brasil surge como movimento estético que pretende libertar-se

dos estilos tidos como ideais do passado. A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo

em 1922, é considerada por muitos historiadores como um movimento separador de águas na

cultura brasileira. Muitos dos artistas e intelectuais que participaram e idealizaram esse evento

retornaram ao Brasil com idéias de renovação estética através do contato com as vanguardas

artísticas europeias.

Podemos destacar, inclusive, que o ensino da Arte como livre-expressão recebeu

grande influência das teorias expressionistas, assim como da psicanálise de Sigmund Freud.

Mário de Andrade e Anita Malfati foram artistas modernistas que, além de outros

métodos para experimentação e vivência da arte, introduziram a idéia da livre-expressão no

ensino de arte para crianças. Esses artistas acreditavam em métodos baseados na expressão e

na espontaneidade da criança. Tal processo metodológico baseia-se no conhecido ‘desenho

livre’, que muitos devem ter experienciado nas aulas de artes. Os artistas e educadores que

idealizavam o ensino de arte através da livre-expressão foram fortemente influenciados pela

escola de Frank Cizek na Áustria. Essa escola desenvolvia sua metodologia de ensino de arte

baseada no estímulo da criatividade individual e livre.

A Pedagogia Nova surge no Brasil com a democratização política em 1932, através

das idéias de John Dewey. Essas inovações educacionais são aplicadas no país por Nereu

Sampaio e Anísio Teixeira. As idéias pragmáticas de Dewey entraram em sintonia com as

transformações que apontavam no Brasil. O país buscava uma modernização e as idéias de

democracia e ciência gerariam as transformações necessárias para a sociedade brasileira.

A perspectiva otimista, característica no Brasil, nesse período, era de que a ciência e

os avanços da industrialização, gerados pela tecnologia, deveriam ser repassados para a

educação por meio de uma concepção de escola renovada. O homem moderno deveria ser

preparado para essa nova sociedade que emergia, essencialmente democrática. E as teorias de

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Dewey defendiam que a educação seria o único meio para a construção de uma sociedade

livre e democrática.

As aulas de artes na tendência pedagógica da Escola Nova apresentavam rupturas

com a ‘cópia’ de modelos, valorizando os estados psicológicos dos alunos. Em consonância

com pesquisas da Psicologia aplicada à educação, passa a ser valorizada uma pedagogia

estética pragmática com base na Psicologia cognitiva, assim como na Psicanálise e na Teoria

Gestáltica, que tomam como base a expressão artística do aluno através de seus processos

mentais de desenvolvimento.

Dentro da concepção ensino da arte como livre-expressão, trabalhada no Brasil pelos

professores que aderiram à Escola Nova, podemos destacar que ela utiliza uma metodologia

na qual o aluno possa ‘exprimir-se’ subjetiva e individualmente.

No início da década de 1960 acontece a ascensão dos militares ao poder no país. A

ditadura militar brasileira foi instituída pelo golpe de Estado de 31 de março de 1964 e

desdobrou-se até o final do processo de abertura política de 1985. Foi um momento marcado

pelo autoritarismo, pela supressão dos direitos constitucionais, pela perseguição, prisão e

tortura dos seus opositores e por uma censura aos meios de comunicação.

Na área educacional, durante o período da ditadura militar o Brasil adota como

pedagogia oficial a liberal tecnicista, que considera o homem um produto do meio e também

uma consequência das forças existentes em seu ambiente. Desse modo, o sistema educacional

brasileiro dessa época tem seu alicerce fundado por um otimismo interessado em criar uma

sociedade industrial movida pelo chamado ‘milagre econômico’.

O ensino de arte, no período da ditadura, é tratado de modo indefinido, observa-se na

redação de um dos documentos explicativos da lei, o Parecer nº 540/77: “não é uma matéria,

mas uma área bastante generosa e sem contornos fixos, flutuando ao sabor das tendências e

dos interesses” (FUSARI; FERRAZ, 1992, P.37-38). Também podemos destacar que nessa

época a utilização do livro didático no ensino da arte é muito recomendada. Observando os

livros didáticos desse período, notamos que as atividades propostas são ligadas ao

conhecimento do desenho técnico, ponto gráfico, ponto geométrico, estudo de ângulos,

polígonos, triângulos, quadriláteros e circunferências, perspectiva e sombra, técnicas de

produção de letras tipo bastão, expressão nas palavras, o desenho industrial (construção de

objetos pretensamente utilitários).

Os ideais modernos de ciência, técnica, liberdade e progresso de certa forma ainda

estavam presentes nesta educação proposta nos anos 70.

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No Brasil, em 20 de dezembro de 1996 foi aprovada a atual L.D.B. – Lei de

diretrizes e Bases nº 9394/96, com o objetivo de regular as mudanças educacionais. Na nova

L.D.B. o ensino da arte é reconhecido, tanto para o Ensino Fundamental como para o Ensino

Médio como uma área distinta e obrigatória. Esse reconhecimento aparece no artigo 26,

parágrafo 2º: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos

níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.”

Com base nessa lei educacional, que prometia inovações, criaram-se os Parâmetros

Curriculares Nacionais – PCNs, documentos oficiais formulados com o intuito de orientar a

prática educacional de professores de todas as áreas curriculares do Ensino Fundamental ao

Médio. Os PCN-Arte propõem que sejam trabalhadas quatro modalidades artísticas: Artes

Visuais (englobando artes gráficas, vídeo, cinema, fotografia e as novas tecnologias, como as

tecnologias digitais); música; teatro e a dança.

As recomendações feitas nos PCN – Arte é de que o ensino da Arte possua sua

própria linguagem, com suas próprias estruturas e códigos. A importância para o currículo do

Ensino Médio é de continuação e fortalecimento dos conhecimentos de arte desenvolvidos

nos anos anteriores, e seu ensino é determinado com:

(...) Intuito de capacitar os estudantes a humanizarem-se melhor como cidadãos

inteligentes, sensíveis, estéticos, reflexivos, criativos e responsáveis, no coletivo, por

melhores qualidades culturais na vida dos grupos e das cidades, com ética e respeito pela

diversidade. BRASIL, 2008, p. 98).

Nos PCNEM – Arte encontra-se uma ‘concepção contemporânea’ da disciplina, em

que a arte é “considerada um conhecimento humano articulado no âmbito da sensibilidade, da

percepção e da cognição” (BRASIL, 2008, p.98).

No documento, a arte é considerada uma linguagem passível de análise, e como tal,

uma maneira de comunicação humana.

"As linguagens artísticas constituem-se de sistemas de signos – como os visuais,

sonoros, corporais – que percebemos como elementos próprios das linguagens e são

compreendidos nas criações simbólicas."(BRASIL, 2008, p.180).

DESENVOLVIMENTO

A arte é uma forma de expressão e está presente em todos os lugares, em revistas,

jornais, na natureza, na decoração das casas, na estampa das roupas.

Page 6: Capa Curso Atualizada

Como foi relatado acima, a aprendizagem e o ensino da arte ao longo da história

foram se transformando de acordo com normas e valores estabelecidos, em diferentes espaços

culturais.

O ensino da Arte, passou a ser obrigatório a partir da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação nacional nº 9.394/96. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais a Arte tem

função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de ensino e

aprendizagem (BRASIL, 1997, p.19).

O ensino da arte deve estar em consonância com a contemporaneidade. A pesquisa e

a construção do conhecimento é um valor tanto para o educador quanto para o educando,

rompendo com a relação sujeito/objeto do ensino tradicional.

Este processo poderá ser desafiador. Delimite-se o ponto de partida e o ponto de

chegada será resultante da experimentação.

O ensino da arte estará intimamente ligado ao interesse de quem aprende.

Repensar metodologias de ensino em arte implica relacionar as atividades formativas

aos rápidos processos de transformação social, política e cultural no mundo globalizado, às

inovações tecnológicas, às mudanças nas noções de corpo, tempo, espaço, entre outros

elementos que não podem mais ser ignorados nas práticas de formação.

Acreditamos que é através do espaço educativo que se possa efetivamente dar uma

contribuição no sentido de possibilitar o acesso à arte a uma grande maioria de crianças e

jovens.

Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos,

nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas

linguagens: artes visuais, teatro, dança, música e literatura.

Contudo, o que se percebe é que o ensino da arte está relegado ao segundo plano, ou

é encarado como mera atividade de lazer e recreação.

Diretores de escola, coordenadores e professores devem estar preparados para

entender a arte como ramo do conhecimento em mesmo pé de igualdade que as outras

disciplinas dos currículos escolares.

Reconhecendo não só a necessidade da arte, mas a sua capacidade transformadora, os

educadores estarão contribuindo para que o acesso a ela seja um direito do homem. Aceitar

que o fazer artístico e a fruição estética contribuem para o desenvolvimento de crianças e de

jovens é ter a certeza da capacidade que eles tem de ampliar o seu potencial cognitivo e assim

conceber e olhar o mundo de modos diferentes.

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Esta postura deve estar internalizada nos educadores, a fim de que a prática

pedagógica tenha coerência, possibilitando ao educando conhecer o seu repertório cultural e

entrar em contato com outras referências, sem que haja a imposição de uma forma de

conhecimento sobre outra, sem dicotomia entre reflexão e prática.

Esta maneira de propor o ensino da arte rompe barreiras de exclusão, visto que a

prática educativa está embasada não no talento ou no dom, mas na capacidade de experiências

de cada um.

Uma proposta em arte que parta deste princípio traz para as suas atividades um

grande número de interessados.

A arte fará parte de suas vidas e terá um sentido, deixando de ser aquela coisa

incompreensível e elitista, distante de sua realidade.

A ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Os Parâmetros Curriculares Nacionais

Com o intuito de orientar o professor na sua prática escolar de acordo com a nova

LDB/96, foram elaborados os PCN, voltados ao ensino fundamental e médio, e o Referencial

Curricular Nacional para a Educação Infantil (RVNEI), que aborda cada uma das áreas de

conhecimento do currículo escolar.

O RCNEI consiste num “conjunto de [...] orientações pedagógicas, não se

constituindo como base obrigatória à ação docente”, enquanto os PCN se constituem em um

documento que visa oferecer material sistematizado para as ações dos educadores, fornecendo

subsídios para que possam trabalhar com a mesma competência exigida para todas as

disciplinas do projeto curricular. “de modo a servir de referencial para o trabalho do

professor, respeitando a sua concepção de trabalho própria e a pluralidade cultural brasileira.

Note que eles são abertos e flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada região.”

Os PCN do ensino fundamental estão organizados em quatro ciclos, cada um,

dirigido a duas séries letivas. Abrangem as diferentes áreas do currículo: Língua Portuguesa,

Matemática. Ciências Naturais, História, Geografia, Arte, Educação Física e Língua

Estrangeira (somente para 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries). Os PCN de 1ª a 4ª séries estão divididos em

10 volumes, sendo o sexto dedicado à Arte, e os de 5ª a 8ª séries têm o sétimo volume voltado

à Arte. Além dos documentos de área, ainda são apresentados os temas transversais, que são:

ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo.

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Ao serem divulgados, e mesmo durante a sua confecção, os PCN causaram muitas

reações adversas. Professores e grupos acadêmicos em todo o País se dispuseram a estudá-los

em detalhes e com olhar crítico. Não estaremos aqui nessa considerações, pois daremos

apenas um panorama do conteúdo neles exposto. Enfocaremos cada um em separado,

apresentado sua forma de organização e as idéias centrais.

No entanto, aconselhamos àqueles que desejam se aprofundar nessas discussões que

leiam os documentos no item “Atividades de Aprendizagem” deste capítulo ao final do livro.

Todos os documentos oficiais sobre os PCN estão disponíveis no site do MEC e serviram de

base parta o texto a seguir.

O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.

Esse documento, organizado em três volumes, rege a educação de crianças de 0 a 6

anos de idade e envolve as tarefas de cuidar da criança, de deixá-la brincar e de aprender em

situações orientadas.

O documento destaca os seguintes eixos de trabalho movimento, artes visuais,

música, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, bem como matemática, por entender

que eles constituem “uma parcela significativa da produção cultural humana que amplia e

enriquece as condições de inserção das crianças na sociedade”. Está estruturado em dois

grupos de idade, de 0 a 3 e de 4 a 6 anos, e concretiza-se em dois âmbitos de experiências:

• o da formação pessoal e social;

• o do conhecimento de mundo.

As artes, qualificadas como “oficinas de desenho, pintura, modelagem e música”,

fazem parte das atividades permanentes, pois, segundo o documento, “respondem às

necessidade básicas de cuidados, aprendizagem e de prazer para as crianças, cujos conteúdos

necessitam de uma constância”.

O primeiro volume traz uma introdução que caracteriza a educação infantil, define

seus objetivos, mostra como deve ser a estrutura escolar e estabelece as suas bases. Identifica

a criança no contexto social, relaciona as necessidades que devem ser atendidas e indica o

perfil profissional do professor.

O segundo volume é dedicado à formação pessoal e social, abordando como se dá a

aprendizagem da criança. Ele enfoca o brincar, a imitação, a oposição e os conteúdos

adequados para o desenvolvimento da criança, sempre observando dois grupos de idade, de 0

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à 3 e de 4 à 5 anos, enfatiza a importância da brincadeira nessa fase e dá alguma sugestão de

jogos e orientações didáticas ao professor.

O terceiro volume trata do conhecimento do mundo e dos eixos natureza e sociedade

e matemática, aborda em detalhes as diversas expressões artísticas que podem ser trabalhadas

com os pequenos:

• O moviment6o;

• A música;

• As artes visuais;

• A linguagem oral e escrita.

É recomendado pelo documento que a prática com as artes seja feita de maneira

criativa e não apenas imitativa e reprodutiva, e vários jogos e brincadeiras são sugeridos. Vale

olhar com atenção a seleção de obras musicais e de discografia sugeridas para o trabalho

musical, pela abrangência e pela quantidade de produções brasileiras de caráter não

comercial.

Os PCN para a área de Arte – Ensino Fundamental

Os PCN na área de Arte, referentes ao Ensino Fundamental, foram publicados em

1997. O documento está dividido em duas partes:

Trata do ensino de Arte de maneira geral. Nela é feita uma caracterização dessa

área e são mostrados os objetivos e os conteúdos de Arte no Ensino Fundamental;

A segunda aborda, em separado, cada uma das linguagens artísticas sugeridas:

artes visuais, teatro, música e dança, além de fornecer orientações didáticas e trazer critérios

para as avaliações em Arte. Nesse documento a arte é vista sob dois aspectos: como meio de

expressão e como forma de conhecimento.

Os PCN propõem que sejam trabalhadas quatro linguagens artísticas dentro do

ensino de Arte:

• Artes visuais (o que amplia sua abrangência, antes focada nas artes plásticas);

• Dança (pela primeira vez fazendo parte do currículo escolar);

• Música;

• Teatro.

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Os documentos esclarecem que a escola não precisa trabalhar simultaneamente com

todas as linguagens artísticas, mas diz que “É desejável que o aluno ao longo da escolaridade,

tenha oportunidade de vivenciar o maior número de formas de arte, entretanto, isso precisa

ocorrer de modo que cada modalidade artística possa ser desenvolvida e aprofundada” isso

significa que cabe a escola definir as modalidades artísticas que farão parte de seu currículo,

em função da disponibilidade e da formação de seus professores ou do interesse da

comunidade.

De todo modo, espera-se que esses conteúdos estejam articulados sobre três eixos

norteadores:

A produção, que é o fazer artístico;

A fruição, que é a apreciação da obra artística;

A reflexão, que se refere à aquisição de conhecimentos.

Integram ainda a segunda parte dos PCN os critérios de avaliação nas quatro

modalidades de ensino de Arte, e ao final são dadas algumas orientações didáticas. O

documento considera a área de Arte muito apropriada para o trabalho dos temas transversais e

dá algumas sugestões de como fazê-lo.

A seguir, faremos uma rápida apresentação dos PCN em Arte, ou seja, em artes

visuais, dança, música e teatro.

Artes visuais

No documento, é mencionado inicialmente que na modernidade as artes visuais

comportam um maior número de modalidades de expressão artística do que tradicionalmente

e que “a escola deve colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de

experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade,

conhecimento e produção artística pessoal e grupal”.

Com base nos três eixos citados anteriormente, o que se chamou de blocos de

conteúdos de Artes Visuais veio para o primeiro e o segundo cíclos. São eles:

• Expressão e comunicação na prática dos alunos em artes visuais;

• As artes visuais como objeto de apreciação significativa;

• As artes visuais como produto cultural e histórico.

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A educação em arte visuais requer trabalho continuamente informado sobre os conteúdos e experiências relacionados aos materiais, as técnicas e as formas visuais de diversos momentos da história, inclusive contemporâneos. Para tanto, a escola deve colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal (BRASIL, 1997, p.61).

Dança

Os PCN começam enfatizando a presença da dança na vida humana, para chegar à

dança na escola como uma atividade que possa desenvolver nas crianças a compreensão de

sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona.

Assim, poderá usá-lo expressivamente com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e

sensibilidade.

A arte da dança faz parte das culturas humanas e sempre integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer. Os povos sempre privilegiaram a dança, sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente a natureza do homem. Toda a ação humana envolve atividades corporais. A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si e daquilo que a rodeia [...] (BRASIL, 1997, p.67).

Depois de contextualizar a dança na sociedade e de revelar sua importância na

formação integrada do indivíduo, são dadas algumas orientações para a pratica pedagógica

sob três aspectos:

1. A dança na expressão e na comunicação humana;

2. A dança como manifestação coletiva;

3. A dança como produto cultural e apreciação estética.

Música

O documento dá ênfase a composições, improvisações e interpretações como

produtos da música. Sugere que essas ações sejam feitas usando-se todo tipo de material

sonoro, como, por exemplo, aqueles obtidos por instrumentos tradicionais ou os vindos de

objetos sonoros os mais diversos, e que estes sejam contextualizados dentro de diferentes

culturas e épocas. Afirma que “é necessário que todos tenham a oportunidade de participar

Page 12: Capa Curso Atualizada

ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores dentro e fora de sala de

aula”.

A música é uma linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio (BRASIL, 1998, p.45).

Teatro

O documento retoma um pouco da história humana para dar a merecida importância

à pratica do teatro na escola, e também expõe algumas de suas funções no desenvolvimento

do indivíduo. Afirma que “O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só

função integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente

dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos”.

Diz ainda que “As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral

como uma combinação de atividade para o desenvolvimento global de indivíduos, um

processo de socialização consciente e critico, um exercício de convivência democrática, uma

atividade artística com preocupações de organização estética e uma experiência que faz parte

das culturas humanas”.

Ao participar de atividades teatrais, o individuo tem a oportunidade de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de maneira responsável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes manifestações, com finalidade de organizar a expressão de um grupo (BRASIL, 1997, p.83).

Assim como nas outras modalidades, sugere-se o desenvolvimento de algumas

habilidades, entendidas sob três aspectos:

I. O teatro como expressão e comunicação;

II. O teatro como produção coletiva;

III. O teatro como produto cultural e apreciação estética.

MEMÓRIAS ESCOLARES DE CADA INTEGRANTE DO GRUPO

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Comparando o relato das memórias de todas as cinco componentes do grupo,

percebemos que todas guardam boas lembranças das aulas de Educação Artística, onde

fizemos trabalhos em placas de isopor com tinta guache, trabalhos com bolinhas de papel

crepom, desenhos livres, colagem com milho, palitos, folhas, algodão, faziam mosaicos, colar

de macarrão, maquetes em cartolinas entre outros.

A professora tentava ao máximo despertar o gosto dos alunos pela arte.

Comparando com os dias de hoje as aulas de artes para os alunos percebe-se uma

grande dificuldade do professor para despertar tal interesse em cada um.

Muitos não sabem da importância desta matéria, pois ela nos desperta e nos faz

trabalhar muito a memória, a criatividade e a trabalhar em conjunto com os demais alunos.

Atualmente, uma das ferramentas que já tem ações direcionadas à valorização da

Arte na escola, e que poucos tem conhecimento, provém da Legislação na Educação, quando

o ensino de Arte passou a ser regulamentado através de Decretos e Leis a partir do final do

século XIX, iniciando no governo do General Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do

Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, quando da “Aprovação ao

Regulamento da Instrução Primária e Secundária do Distrito Federal”. Mesmo não

configurada com a nomenclatura “Arte” ou “Educação Artística” percebemos na legislação

uma relação direta com o que esse texto coloca em evidência, a partir da nomeação às

disciplinas “Desenho”, “Música” e “Trabalhos Manuais”.

QUAL O PAPEL DA ARTE NA EDUCAÇÃO COMTEMPORÂNEA

O homem sempre se viu diante da necessidade de expressar-se através da arte e desta

forma deixar sua marca no mundo.

Portanto produzir arte é próprio da condição humana. O desenvolvimento de

habilidades e competências se dá também através da sensibilidade que a arte nos propõe. A

arte é uma linguagem que nos dá possibilidade de diferentes formas de comunicação sem o

uso das palavras. O ensino das artes nos permite ver o mundo com olhos crítico por meio dos

contrastes, das diferenças e das semelhanças e a partir disso criar algo novo ou simplesmente

recriar algo. Essa capacidade de leitura do mundo influencia o processo de formação de

identidade, na medida em que permite ao indivíduo se reconhecer na cultura ou se julgar o

diferente dela.

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Através do ensino se afirma a eficiência da Arte em desenvolver nos alunos

maneiras e formas sutis de pensar, estabelecer comparações, interpretar, conceber

possibilidades de construir e formular hipóteses.

O ensino desta disciplina desempenha papel importante na transformação da

realidade, já que esta pode também contribuir com a questão da democratização da cultura. É

necessário estimular a produção, pois capacidade de leitura e fruição da arte é algo que pode

ser ampliado dessa forma.

O ensino de Arte pode ser visto como agente transformador do cidadão, visto que um

dos seus objetivos é a realização de novas e possíveis leituras do mundo através de sons,

imagens e movimentos e a compreensão da sociedade por meio de atividade práticas de

criação e fruição em arte. Estabelecendo-se assim uma contextualização de objetivos,

conteúdos e estratégias, respeitando as ações individuais e coletivas. A arte pode ser usada

como forma de sensibilização e o aumento da auto estima, pois os alunos modificam muito

seu jeito pensar e ver o mundo após tomarem contato mais próximo com as técnicas desenho

ou de pintura e outras manifestações artísticas , possibilitando uma nova perspectiva de vida.

Sensibilizar o jovem para a arte é um processo necessário e eficaz na no combate e na

erradicação da violência e a marginalidade, pois canalizamos a energia do adolescente ou

mesmo do adulto para uma atividade que além de ser prazerosa proporciona uma ampliação

da concentração, e aquisição de outros valores e atitudes.

É fundamental que o professor esteja atento para elaborar estratégias a serem

desenvolvidas que permitirão ao aluno, de uma forma geral, o contato com as expressões

artísticas através da apreciação, ( visitas a uma exposição de arte, seja de desenho, pintura,

escultura ou fotografia), de forma a contextualizar a situação vivenciada. Devem

proporcionar também dentro desta vivência a reflexão para que os mesmo sejam capazes de

expandir para diferentes áreas do conhecimento suas novas impressões.

PLANO DE AULA

PÚBLICO ALVO

Alunos do maternal II

ETAPA

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Ensino infantil

NÚMERO DE ALUNOS

30

OBJETIVOS

Estimular a capacidade criadora do educando, a imaginação, a escolha das

cores, a forma de pintar e criar;

Registrar em forma de arte visual o cotidiano do educando

MATERIAIS

½ folha de cartolina para cada aluno

Lápis nº 2

Tinta guache em cores primárias

Pincéis

Pedaços de esponja

Palitos e cotonetes

Gravuras de pinturas

PROCEDIMENTOS

Organize a sala de aula um círculo e converse com os alunos sobre o lugar onde

moram, pergunte sobre como são as formas, as cores, movimentos do ambiente.

Distribua o material e inicie a atividade, atenta as colagens, recortes, formas, cores.

Deixe a criatividade dos alunos fluir.

Reservar uma área da sala para secagem dos trabalhos, não esquecendo de coletar

assinaturas no trabalho de cada aluno.

Quando prontos, reunir os alunos e realizar uma explanação oral do trabalho

desenvolvido, onde cada aluno retratará o que fez em seu trabalho. Realizar comparações e

encontrar semelhanças.

Page 16: Capa Curso Atualizada

AVALIAÇÃO

A avaliação se dará mediante a participação dos alunos no transcorrer das atividades

e na confecção dos trabalhos.

Levar o aluno a conhecer sobre pinturas e técnicas.

Page 17: Capa Curso Atualizada

CONCLUSÕES

A Arte realmente é fundamental na vida do ser humano, pois através dela, o

indivíduo expressa seus pensamentos, sentimentos, desejos, vivências e experiências.

Ela permite transitar pelo mundo da imaginação, dos sonhos, da fantasia e da

criatividade, abre um gama de possibilidades, como comunicação e interação com o mundo, e

outras culturas.

O educador deve sempre respeitar os níveis cognitivos, afetivos e motor de cada

aluno. Permitir interações com o meio externo, e valorizar os conhecimentos prévios dos

alunos.

A escola tem a função de educar com responsabilidade e comprometimento, não se

esquecendo de que o aluno é um ser em desenvolvimento. Portanto, cabe ao educador, criar

oportunidades e experiências voltadas para o desenvolvimento integral da criança.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, LDB n.º 9394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20.12.96.

________. Parâmetros Curriculares Nacionais-Arte, Brasília: (Ministério da Educação). Secretaria do Ensino Fundamental,1997.

________. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio): Parte II – Linguagens, códigos e suas tecnologias. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf .Acesso em 12/05/2008.

________. PDE- Plano de desenvolvimento da Educação: Razões, princípios e programas. Brasília: Ministério da Educação, s/d.

________. Resumo dos cursos do Collège de France ( 1970 – 1982 ). Tradução: Andréa Daher. Consultoria: Roberto Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1997.

CAVALCANTI, Carlos. História da Arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.

COLI, Jorge. O que é Arte. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

CUNHA, Susana R. V. da (Org.) et al. As artes no universo infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.

CUNHA, Susana Rangel V. Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2002.

FERREIRA, Luciana Haddad (Org.). Arte de Olhar: percursos em Educação. Campinas: Ílion Editora, 2011.

FRIELDMANN, Adriana. A Arte de Brincar. Petrópolis: Editora Vozes, 2005. FUSARI, Maria F. de Rezende e FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1994.

REVISTA NOVA ESCOLA, nº 121, Abril/1999, Editora Abril.

SITES

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. URL:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em: 15 set 2012.

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