Capítulo 1 - Introdução Ao Paisagismo (Parte 1)

8/16/2019 Capítulo 1 - Introdução Ao Paisagismo (Parte 1)

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Abertura

Olá!

Vamos conhecer agora o assunto a ser trabalhado neste 1° capítulo da disciplina dePaisagismo. Os assuntos abordados neste capítulo são:

1.1. Conceitos fundamentais1.2. Histórico1.3. Estilos1.4. Funções1.5. Elementos

Objetivos do Capítulo 1:1. Conhecer e diferenciar algumas palavras e conceitos chave em paisagismo.2. Conhecer o histórico do cultivo de plantas.3. Conhecer e distinguir estilos de jardins.4. Compreender a importância do jardim e suas funções.5. Conhecer os elementos que compõe um jardim.

Você está ciente dos objetivos propostos para este capítulo? Então vamos em frente.

1.1. Conceitos fundamentais

Paisagem:“É a combinação dinâmica de elementos naturais e antrópicos, relacionados einterdependentes em um determinado tempo, espaço e momento social, formando umconjunto indissociável em equilíbrio ou não, produzindo sensações estéticas como umecossistema vivo.” (HARDT,1993)

Quando vemos uma paisagem, sabemos que ela tem elementos naturais e tambémoutros elementos que estão num determinado espaço e registram aquele momento.Todos os elementos formam um conjunto.




O conceito descreve com palavras aquilo que nós vemos e que chamamos de paisagem.

Paisagismo:É o estudo dos elementos que compõem um jardim: cores, formas, texturas,luminosidade, elementos naturais e antrópicos.

O paisagismo estuda os jardins, mas tem elementos em comum com a paisagem, porisso, um jardim pode caracterizar uma paisagem mas nem sempre uma paisagem serefere a um jardim.

O paisagismo requer conhecimentos de botânica, ecologia, variações climáticas regionaise estilos arquitetônicos, sendo também importante o conhecimento das compatibilidadesplásticas para o equilíbrio das formas e cores. Ele pode ser externo ou interno, sendo queo paisagismo interno complementa a decoração, com seus elementos vivos e coloridos, oque proporcionará uma sensação leve, mas dinâmica. Pode ser dividido em: jardinsinternos, jardins em terraços, sacadas e áreas de recreação. Veja onde podemos aplicar opaisagismo interno:

1. Nas entradas das casas ou clubes, uma composição de cores como tapete de boasvindas.2. Em contornos de sacadas, estátuas, mirantes, fontes e piscinas através de plantas queemoldurem estes espaços.3. Na delimitação de espaços com plantas próprias para este uso como, por exemplo, emáreas reservadas para relaxamento e estudos.4. Na valorização da propriedade.5. Nas áreas de recreação e educação ambiental.6. Para encobrir algum defeito ou algum objeto visualmente estranho na propriedade.




7. Como quebra ventos, cortinas de árvores ou trepadeiras, para proporcionar maiorprivacidade.8. Para atrair pássaros.9. Para cultivar temperos, ervas ou flores para corte.

E alguns fatores devem ser considerados como:

1. Finalidade (doméstico, comercial ou recreativo).2. Formas, cores, texturas predominantes.3. Estilo arquitetônico.4. Iluminação existente (artificial ou natural).5. Na medida do possível, o perfil das pessoas que interagem no local.

As plantas são os principais elementos que vão ser utilizados. Plantas são ornamentosvivos, que crescem e se desenvolvem, mudam sutilmente com as estações do ano,apresentando sempre um aspecto diferente e necessitam de cuidados constantes. Porisso, é extremamente vital o conhecimento das características das plantas quanto à suaadaptabilidade e crescimento nos locais.

Vejam os cuidados que elas requerem:

1. Regas periódicas e bem dosadas.2. Adubação periódica, de acordo com as necessidades de cada espécie.3. Limpeza semanal, quinzenal, ou mensal, dependendo das condições da planta.4. Preparo superficial do solo.5. Prevenção e tratamento de pragas e/ou doenças.6. Substituição de plantas doentes ou mortas.

Atividade 1:

Arquivo: atividade 1 capitulo 1 paisagismoVá ao Ava para fazer o download da atividade.

1.2. Histórico

Para começarmos a entender os jardins, vamos dar uma breve olhada na história everificar como eles evoluíram.






Jardim interno da Catedral de LaSeu, em Barcelona.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro.

Agora vamos conhecer algumas características dos jardins mais recentes:

Jardins Italianos (séc. XV – Renascimento)Características:- Resgate dos estilos gregos e romanos;- Vistas panorâmicas;- Estatuas, fontes e valorização da água;- Topiaria e valorização da alvenaria.

Exemplo estilo renascentista, em: prinsesas.blogs.sapo.pt/2009/07/08/




Jardins Franceses (séc. XVII – Barroco)Características:- Requinte da corte;- Influencia dos italianos;- Traçado simétrico;- Sensação de grandiosidade.

Jardins do Palácio de Versailes.

Foto: Joe Shlabotnik

Jardins Ingleses (séc. XVIII – Romantismo)Características:- Rompe com a suntuosidade francesa; - Movimento contrário ao barroco




- Jardins paisagísticos. Busca do natural, influenciados por aspectos trazidos da China. - Grandes gramados; - Valoriza a topografia natural do terreno; - Plantas floríferas em grandes manchas; - Árvores em grupos; - Imita o natural em traços livres e sinuosos; - Água corre natural em seus regatos; - Pagodes e quiosques; - Jardins públicos.

Exemplo de jardim inglês, em:www.britsattheirbest.com/living/l_english_gar...

Século XIXCaracterísticas:

- Importação de plantas e desenvolvimento da Botânica;- Influencia japonesa marcante;- Surge o Central Park em Nova York, EUA.




Central Park, New York, em:commons.wikimedia.org/wiki/File:Central_Park_...

Idade ContemporâneaCaracterísticas:- Revolução industrial;- Deterioração do meio ambiente;- Movimento dos parques e áreas verdes;- Influência de Burle Marx;- Busca pelo natural.

Sítio de Burle Marx, Rio de Janeiro, em:casanaestrada.blogspot.com/2009/01/stio-rober...

* Topiaria:É a arte de podar as plantas para elas adquirirem formas figurativas.




Jardim com topiaria, em: www.artesanatonarede.com.br/wiki/?id=45

1.3. Estilos

Os jardins são compostos de modo que representem um estilo...Vejam:

fonte texto: http://www.paisagismobrasil.com.br/index.php?system=news&news_id=879&action=read

Jardim clássico ou formal- é caracterizado sobretudo pelas linhas geométricas esimetria do traçado. Círculos, retângulos, triângulos e semicírculos, combinam-se paracompor uma paisagem desenhada com régua e compasso. Este estilo de jardim vem daépoca do Renascimento – séc. XVI – e atingiu seu maior esplendor na França e Itália.Neles não podem faltar sebes baixas e rigorosamente aparadas, que emolduramcanteiros onde as flores exercem um papel apenas secundário. Figuras de topiaria(esculturas vegetais), estátuas, escadarias e fontes de desenho clássico, fazem ocomplemento ideal.




Selvagem - desarrumado propositalmente, este tipo, influência dos jardins ingleses,privilegia a natureza e a descontração, formando grandes moitas salpicadas de flores.

Seco, desértico ou rochoso - específico de climas quentes e agrestes, este jardim tentareproduzir uma paisagem árida. Alguma coisa como um pequeno oásis ou um pe de serraem região de cerrado. Pedras e areia fazem o pano de fundo para cáctus, agaes, yucas esuculentas em geral. Uma ou outra palmeira de regiões áridas, como a carnaúba e ourucuri, arvoretas de tronco retorcido, arbustos esgalhados, tipo a caliandra, talvez umaou duas cicas e pronto – o jardim está formado. Naturalmente, num jardim assim não fazo menor sentido ter um verdejante gramado.

http://casa.abril.com.br/arquitetura/livre/edicoes/0219/casas/mt_91238.shtml




http://casa.abril.com.br/arquitetura/livre/edicoes/0219/casas/mt_91238.shtml

Oriental/Japonês - é cheio de simbolismo, e teve sua origem nos templos xintoístas.Esta, que ainda é a mais popular religião do Japão tem como um dos seu principaisfundamentos o culto à Natureza. Em decorrência disso, alguns elementos têm presençaquase obrigatória num jardim japonês. Pedras de rio, dispostas a sugerir que a próprianatureza as colocou ali, e e número ímpar, preferivelmente 3, 5 ou 7 – os número dafelicidade. Água, seja formando riachos, laguinhos ou cascatas, para induzir o homem aenxergar-se a si mesmo. Lamparinas de pedra, que representam o espírito bom eiluminado, que afasta a negritude do mal. E umas poucas plantas. Poucas mesmo, masde grande beleza e ocupando lugar de destaque. Não pode faltar, por exemplo, algumtipo de bambu, servindo como pano de fundo para azaléias, camélias, íris, glicícias, tuias,nandinas e, eventualmente, uma cerejeira-do-japão. Esta última, para nos lembrar quemuitas das promessas que fazemos a nós mesmos são como essas árvores: belíssimas,mas não dão frutos. No mais, suaves ondulações no terreno e, para integrar o conjunto,grama-japonesa (Zoysia) ou areia bem grossa e branquinha.



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Tropical - é aquele onde scom muito verde e muitas flcomo o hibisco, a primavermonsteras e samambaiasdracenas... enfim, tudo queum gramado é quase ess“verdes”. Uma área sombrefinal.

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Fonte: revista casa Claudia

tenta recriar um pedacinho de uma pares. Árvores como o flamboyant e o jas

a e a gardênia, palmeira diversa, folhabananeiras ornamentais, lírios-do-br

evoca a exuberância da flora tropical. Nencial, até para promover a integraçda, e talvez uma cascatinha ou um filet

Fonte: revista Casa Claudia

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adisíaca ilha tropical,mim-manga, arbustosens tipo filodendros,

jo, biris, bromélias,m jardim neste estilo,o entre os diversosd’água, dão o toque




http://tropical-paisagismo.zip.net/

Ecológico - bastante atual, este tipo segue a tendência da sustentabilidade. É um jardimque busca a interação da planta ao mundo do homem.

http://casa.abril.com.br/casaclaudia/livre/0545/jardins/mt_205242.shtml





http://simplificandointeriores.blogspot.com/2010/07/jardim-vertical.html

Árabe - voltado para dentro, este jardim apresenta fontes e grandes pátios internos, floresde tons vibrantes, árvores frutíferas, piso de tijolos de demolição. Este tipo de jardim

também é muito encontrado na Espanha, que sofreu grande influência árabe.






Clean - visualmente mais limpo, o estilo utiliza poucas espécies, mas de boa qualidade.Acompanha a tendência atual de construções com linhas retas.




http://casa.abril.com.br/materias/area-de-lazer/lazer-descanso-confira-12-projetos-areas-externas-615371.shtml#3

Contemporâneo - é o mais usado hoje em dia. É um estilo livre e que tem algumas raízesno chamado jardim inglês. Nele, o que se busca é uma paisagem algo campestre, alegree florida, e uma certa integração entre o jardim e a casa.


Atividade 2:

Vá ao Ava para fazer o download da atividade.

1.4. Funções

Uma das funções do paisagismo é ser a moldura da nossa vida cotidiana. Se a pessoamora numa área muito aberta para a rua, o paisagismo pode servir para preservar aprivacidade do morador, pode ser usado também somente para decoração pelo simplesgosto pelas plantas. Em terrenos muito inclinados, evita que a chuva leve o solo evitandoa erosão. Também pode ser usado para proteger a casa contra ruídos, e em locais muitoquentes, pode ser usado para tornar o ambiente mais fresco.

Alem das funções acima expostas, o paisagismo pode ser uma importante fonte dealimentos sem agrotóxico, além do lazer que proporciona. Para muitas pessoas, cuidar do

jardim ou de uma horta é uma terapia.




Preservar a privacidade Barreira contra barulho Ambiente mais agradável

e mais fresco

1.5. Elementos

O jardim é composto por elementos naturais e auxiliares. É a composição desteselementos que tornará o jardim bonito, transformando-o numa paisagem.

Elementos naturais:

Alamedas;Arbustos tapeados;Arbustos isolados;Árvores de sombra;Árvores isoladas;Árvores que dão flores;Árvores com folhas caducas;Árvores com folhas perenes;Cactos e suculentas;Cortinas vegetais;Cercas vivas;Conjunto de coníferas;

Flores de corte;Hortas;PomaresMaciço de arbustos floríferos em cores fortes;Palmeiras;Plantas aquáticas;Plantas floríferas;Plantas medicinais;Plantas tropicais;Taludes;Tapa-muro;Viveiro de coleções de plantas

Elementos auxiliares ou arquitetônicos.Chamamos assim a todos os elementos que não são plantas.

1.5.1. Pedras (brutas, seixos, pedriscos)

Caminhos, trilhas, acessos, contraste entre a vegetação... São inúmeras as formas deutilização das pedras. Nos jardins orientais, as pedras são elementos imprescindíveis.




Para os orientais, as pedras simbolizam as montanhas, que eram a morada dos imortais,exercendo desta maneira uma proteção para os locais, como guardiões e símbolo dasabedoria.

Pedra brutas

Paralelepípedo seixosFonte: A&C abril 2005

1.5.2. Dormentes

São as travessas de madeira grossas, que sustentam os trilhos do trem. Eles podem serutilizados com sucesso incrível nos projetos paisagísticos, sejam como divisórias, cercas,formando degraus de escadas, caminhos ou como suportes de plantas, Vejam:







1.5.3. Troncos e raízes

São muito utilizados na composição com flores e folhas, formando arranjos. As formasrústicas dos troncos e raízes proporcionam um visual bastante atraente. Muitos troncossão utilizados como suportes para samambaias, bromélias e trepadeiras.

Suporte dividindo espaços

Suporte dividindo espaços

Fonte: Marcelo Faisal_ Casa Cor




Bolchas de madeira sinalizando passagem

Troncos: função de suporte arquitetônico




Troncos: função de suporte para outras plantas

Funcão decorativa:




1.5.4. Água

A água é um elemento super importante. Pode ser usado na forma de cascatas, rodasd'água, chafarizes, fontes, piscinas e duchas.A água constitui fator de grande atração visual, tanto por seus efeitos de reflexão,sensação de ampliar horizontes e de movimento, quanto por seus efeitos sonoros epsicológicos. Entre as flores, folhagens, árvores, palmeiras, o efeito é incrível. Desdeespaços pequenos, com pequenas fontes, até grandes locais, com piscinas ou cascatas,a água sempre equilibra a composição.

Piscina

Fonte: Sidney Molan

Fonte/espelho d’água:

A&C ago_2005




Cachoeira:

Piscina com função de espelho d’água

A&C ago_2005




Pontes




Chafariz:

SPA:




Fonte e Espelho d`água

Cortina de água

Fonte: Marcelo Faisal




Duchas:A ducha é uma forma bastante interessante de trazer a água para o jardim. Vejam osexemplos abaixo:

Faltava uma cachoeira. Por isso, o arquitetoinvestiu em uma ducha para masagear

ombros e costas dos proprietários.Seixos rolados à volta do piso drenam a

água,

Prático para casas com pouco espaço.

Cobertura transformada em um terraçopara ser usado em dias de sol.

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