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Capítulo 1 – Publicação 1- Publique, não importa onde. Motivos: Até recentemente, costumava-se ouvir dos cientistas brasileiros que o importante era

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Capítulo 1 – Publicação

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1- Publique, não importa onde.

Motivos: Até recentemente, costumava-se ouvir dos cientistas brasileiros que o importante era só o periódico ser indexado.

Implicações para a Redação Científica: Pode-se esconder alguma descoberta importante, pois poucos cientistas consultarão a revista de pouco crédito.

Correção: Publique em periódicos de boa qualidade e respeitabilidade em sua área. Valorize a qualidade da publicação e não a quantidade delas.

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2- Número de publicações indica qualidade científica

Motivos: Valorização das pessoas pela quantidade.

Implicações para a Redação Científica: Pode-se trabalhar muito, escrever bastante e não conseguir qualidade.

Correção: Número de artigo publicado NÃO indica necessariamente qualidade. A qualidade é avaliada pelos pares. Assim, o importante não é publicar, mas ter as publicações aceitas pela comunidade científica. Na redação cientifica, visa-se que o leitor encontre o artigo, leia-o, entenda-o, considere as conclusões relevantes e use-as para o debate científico.

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3- A pesquisa termina com a publicação

Motivos: Até a década de 1960, acreditava-se que a publicação era suficiente para que a informação atingisse a comunidade científica. Os leitores correriam atrás da informação. O cientista publica e o leitor interessado tenta encontrar o texto.

Implicações para a Redação Científica: A redação para publicar é muito diferente da publicação para convencer a comunidade científica. O texto publicado deve ser suficientemente convincente e explicativo, para minimizar maus entendimentos.

Correção: Publicar é muito mais simples do que ter a publicação aceita por uma comunidade científica crítica. Saberemos isso por meio das citações e análises críticas. Fazer ciência é entrar na discussão com os pares.

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4- Publicar numa mesma revista facilita aceite dos próximos manuscritos

Motivos: Esta pérola decorre da concepção de que quem acerta uma vez, acerta todas as vezes. É uma crença no argumento da autoridade.

Implicações para a Redação Científica: pérola advogada por pesquisadores que visam publicar e não concebem que a busca por melhores revistas é um desafio instigador e apaixonante. Geralmente, a revista em questão é fraca ou mediana.

Correção: A diversidade de periódicos onde se publica amplia a visão de redação científica. A qualidade científica transcende o crivo de um periódico. Um pesquisador se consagra publicando em várias revistas de alto nível.

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5- Revistas eletrônicas têm menor prestígio que as revistas impressas

Motivos: Novidade assusta alguns. Incompreensão do que é uma revista eletrônica, pois surgem dúvidas quanto à preservação do material eletrônico.

Implicações para a Redação Científica: Algumas áreas ainda se mostram resistentes e defasadas eletronicamente. Quando editores retardam a passagem para a forma eletrônica, perde-se em velocidade, versatilidade e visibilidade da informação. Assim, os autores têm dificuldade para terem seus artigos acessados e para divulgá-los rápida e amplamente. É provável que o leitor utilize artigos mais disponíveis.

Correção: Publicar em periódicos eletrônicos, possuam ou não o formato no papel. Garante-se velocidade nos processos de publicação e de disseminação do conhecimento.

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6- Revistas que cobram para publicar têm melhor qualidade

Motivos: Existe um valor capitalista nesta pérola, pois se pensa que o que é cobrado e o que é mais caro, é melhor.

Implicações para a Redação Científica: Como nem sempre revista paga é melhor, pode-se ser induzido a escolher revista de pior qualidade.

Correção: não há relação clara entre a necessidade de pagamento e aceitação da revista pela comunidade científica. Isto não significa que a revista não precise de dinheiro, mas que ele pode ser obtido de outra forma.

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7- Artigos internacionais são de outros países

Motivos: pode decorrer de alguma ignorância sobre o significado das palavras em que se pensa que revista internacional é, necessariamente, do exterior.

Implicações para a Redação Científica: Pode-se ignorar bons veículos de divulgação científica de nosso país, que são de circulação internacional.

Correção: Ciência internacional é aquela que reúne revistas de vários países, com o diferencial de possuírem artigos aceitos por cientistas de vários países. OBS: países ricos têm, geralmente, mais revistas internacionais.

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8- Revistas de boa qualidade são as indexadas

Motivos: Antigamente, a indexação era importante para se considerar a revista como científica. Numa época sem internet, a indexação era a única forma de encontrar a revista num cenário geográfico amplo.

Implicações para a Redação Científica: Pode fazer que o autor procure uma revista de baixa qualidade, simplesmente, por estar indexada. Pode-se esconder os achados da ciência de maior alcance.

Correção: Ao escolher uma revista para publicar, priorize as de alcance internacional. No Brasil, as possibilidades estão naquelas indexadas no ISI ou Scopus e o texto precisa estar em inglês.

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9- A Short Communication é uma publicação inferior

Motivos: Quem advoga esta pérola, talvez nunca tenha publicado uma Short Communication

Implicações para a Redação Científica: Perde-se o potencial de divulgação rápida de conhecimento importante.

Correção: Esta publicação científica requer também escrutínio anônimo pelos pares, deve sustentar-se em si própria, fornecendo toda informação necessária para o leitor avaliar as razões do estudo, a adequação dos procedimentos, bem como a validade das conclusões. A dificuldade talvez seja maior do que publicar um Full Paper devido à limitação de espaço, que torna a demonstração de uma idéia interessante e inovadora dificultada, ainda sem que se tenha elucidado boa parte do fenômeno. Alguns editores podem sugerir o formato Short Communication por considerar que há novidade, mas que a pesquisa não está detalhadamente elucidada.

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10- A Dissertação/Tese deve ser divulgada por meio eletrônico na Internet

Motivos: Pode decorrer da ânsia por divulgar o material produzido ou para mostrar que a infraestrutura federal produz um grande volume de conhecimento por meio da pós-graduação. Além disso, publicar o pdf de um material é mais fácil do que vencer o crivo das revistas de bom nível. Implicações para a Redação Científica: Publica-se material que não foi avaliado anonimamente pelos pares (requisito fundamental para o conhecimento científico). Com isso, informação duvidosa circulará abertamente pela sociedade, científica ou não, podendo aumentar as dúvidas e confusão em várias áreas. Em alguns casos, o material pode ser rejeitado para publicação por se considerar que já está divulgado. Correção: As avaliações feitas pelas bancas examinadoras tendem a ser sérias, mas a situação não cria ambiente favorável para uma crítica rigorosa e imparcial, uma vez que os examinadores são, geralmente, convidados pelos examinados, e examinadores inexperientes podem participar, além de haver uma cultura para a aprovação. Além disso, a leitura do texto é, muitas vezes, feita na viagem para a defesa, e a critica severa cria o estigma do examinador carrasco, que não será convidado para outras.

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Capítulo 2 – Concepção do Artigo

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11- Os artigos publicados estão corretos

Motivos: Durante muito tempo, se considerou como verdadeiro o conhecimento científico. Até hoje comerciais televisivos usam atores de jaleco branco, insinuando que são porta-vozes da ciência e, portanto, dizem verdades.

Implicações para a Redação Científica: Se se assume um conhecimento como verdadeiro, então, não haverá motivo para questioná-lo.

Correção: As conclusões científicas são interpretações dos autores para os dados que obtiveram, não são, por isso, verdades. As conclusões da ciência são sempre provisórias. Desta forma, as publicações científicas trazem o que é aceito no momento.

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12- inclua no artigo todos os dados coletados no projeto

Motivos: No início da ciência empírica, a descrição detalhada de procedimentos levaram muitos cientistas a relatos excessivos. Isto supõe que tudo o que o cientista faz interessa aos outros cientistas.

Implicações para a Redação Científica: O texto fica prolixo, com informações desnecessárias. Haverá dificuldade de publicação em periódicos de boa qualidade. Mostra incongruência argumentativa quando dados irrelevantes são incluídos no texto.

Correção: A essência de uma publicação científica são as conclusões. Assim, deve-se incluir no texto apenas o que for relevante para mostrar como e porque se chegou a tais conclusões. Não é preciso mostrar tudo o que fez, mas o que, daquilo que fez, permite alguma conclusão relevante.

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13- Resultados menos importantes vão para o anexo

Motivos: as publicações estritamente online favorecem este tipo de prática, uma vez que o acesso a esse material e a volta ao texto original são facilitadas por meio de links. Acredita-se que se deve disponibilizar os dados aos leitores para que possam melhor julgar o estudo.

Implicações para a Redação Científica: Os anexos tornam o texto principal mais limpo, mas aumentam o texto como um todo. Se a informação está no texto (mesmo que em anexo), então, se espera que seja importante para que os leitores a leiam.

Correção: Presume-se, quando se lê um artigo, a veracidade dos dados, que não são inventados pelo autor. Assim, não há razões que justifiquem plenamente a inclusão dos anexos, exceto quando justificadas pelo contexto. Só é preciso apresentar os dados necessários, que sustentam as conclusões.

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14- Os requisitos para redação de um artigo são diferentes dos de uma tese

Motivos: O caráter singular da tese, associado à sua defesa pública, reveste essa forma de publicação com certo grau de preciosismo e saudosismo. A tese faz parte de um ambiente de maior erudição e, além de apresentar conclusões, está associada à obtenção de um título.

Implicações para a Redação Científica: A tese é, geralmente, um texto prolixo. Nele se permitem divagações que jamais seriam aceitas num artigo científico. Assim, a tese tradicional atrapalha a confecção do artigo.

Correção: Algumas pós-graduações têm buscado soluções para isto desde a década de 1990, transformando a tese num conjunto de artigos. Isto é feito no entendimento de que a pós-graduação deve ensinar aos alunos a forma mais freqüente de divulgação do conhecimento científico, que são os artigos científicos. A tese final será defendida baseando-se nas conclusões do artigos, que foram reunidos de forma coerente.

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15- Inclua mais informações na tese, pois os avaliadores nem sempre são especialistas no tema

Motivos: A formação de bancas conta também com especialistas não só no assunto, mas também em áreas correlatas.

Implicações para a Redação Científica: Treina-se o aluno na prolixidade e falta de foco.

Correção: Fazer tese no formato de artigos.

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16- Teses longas são melhores que as curtas

Motivos: A noção de quantidade em detrimento da qualidade.

Implicações para a Redação Científica: O atual excesso de publicações em cada área impõe ao leitor a difícil tarefa de seleção. Assim, ocorre uma preferência por textos mais curtos, pois conseguirá ler. Com isso, os textos longos são preteridos, embora possam ter boa qualidade.

Correção: Não temer fazer um texto curto, pois isto é sinônimo de qualidade. Cada parte deve ter nem mais, nem menos que o necessário. Após escrever a primeira versão, é bom tentar reduzi-la.

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17- Escolha a revista para publicação somente após concluir a pesquisa

Motivos: Influi nisso a visão de que o trabalho deve dar certo, para que seja publicado com eficiência.

Implicações para a Redação Científica: Trabalha-se muito, mas produz-se efetivamente pouco.

Correção: Sem planejamento, dependeremos de sorte para encontrarmos fatos interessantes. Idéia pobre, metodologia ultrapassada e apresentação confusa não adentram as revistas mais fortes da área. Pense o tipo de pesquisa que pretende fazer e então planeje-se para fazê-la e execute este plano até o final.

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18- A ciência qualitativa é diferente

Motivos: A ênfase e disseminação da pesquisa quantitativa pode estimular o pensamento de que a visão qualitativa é outra ciência.

Implicações para a Redação Científica: Caso nos fechemos em uma única abordagem (qualitativa ou quantitativa), perdemos conhecimentos relevantes de outra abordagem, o que pode restringir o alcance e a força de nossas conclusões.

Correção: A diferença existente é apenas de método. As duas abordagens não são exclusivas, mas alternativas e, muitas vezes, complementares para a construção do conhecimento.

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19- Estudos quantitativos são mais robustos que os qualitativos

Motivos: A abordagem quantitativa cresceu muito e as diversas tecnologias decorrentes dela servem de suporte para a crença em seus acertos.

Implicações para a Redação Científica: Pode-se rejeitar informações e conclusões importantes vindas de estudos qualitativos, além de acreditarmos demais na abordagem quantitativa.

Correção: É com limitações que tentamos construir nossos arcabouços teóricos sobre os fenômenos que investigamos na ciência empírica. Não se trata de integrar duas abordagens simplesmente por achar que isso sempre será a melhor opção. Elas são alternativas de que dispomos e empregaremos a depender da situação.

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20- Os resultados convencem por si só

Motivos: No método científico empírico, as idéias devem ser fruto da observação e não o contrário. A indução a partir dos fatos passa a ser a base principal para se construir as leis científicas.

Implicações para a Redação Científica: Gera medo de generalizar e preocupação insuficiente com o discurso. Admite-se que basta publicar bons resultados que a comunidade científica se curvará a eles.

Correção: Cabe ao cientista apresentar seu discurso sobre os dados que obteve, uma vez que os dados não mostram algo, mas os cientistas que o mostram por meio dos dados.

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21- Existe uma proporcionalidade de extensão entre as partes do artigo

Motivos: Amor às simetrias e busca por regrinhas estáveis e falta de compreensão da lógica de um texto científico.

Implicações para a Redação Científica: O indivíduo resume quando deveria escrever mais ou escreve mais quando deveria ser mais sintético.

Correção: O autor tem proposto que se considere o texto científico um argumento lógico, no qual se apresentam as premissas para sustentar as conclusões. As premissas devem ser em número e conteúdo suficientes para sustentar a conclusão.

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22- Um estudo de revisão da literatura não é um estudo empírico

Motivos: Crença de que toda informação empírica deve vir de dados coletados diretamente pelo pesquisador.

Implicações para a Redação Científica: Dá-se, indevidamente, menor valor aos textos de revisão e acredita-se que as conclusões são de menor confiabilidade.

Correção: Os estudos de revisão de literatura devem incluir conclusões novas e não apenas reportar o que se tem feito em determinado assunto. Este é um dos principais motivos de negação de trabalhos deste tipo.

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Capítulo 3 – Autoria

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23- Trabalhos com muitos autores incluem autoria fraudulenta

Motivos: Se muitas pessoas executam certa função, possivelmente, algumas estarão se encostando nas outras.

Implicações para a Redação Científica: O autor fraudulento assina um documento que não é seu, toma posse de idéias que não são suas e constrói um currículo que não é seu. Depois, com esses títulos, pode ser aprovado em um concurso, o que significa, em última instância, desvio de dinheiro.

Correção: Uma autoria exige que o indivíduo participe da história do trabalho, além de ajudar a construir o objetivo, a estratégia ou as conclusões, tendo, necessariamente, que concordar com elas e estar apto a defendê-las perante a comunidade científica.

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24- Para ser autor, basta coletar dados ou emprestar equipamentos

Motivos: Importância maior ao que foi coletado e o que se concluiu, em vez de importar quem concluiu. Pensa-se que a coleta de dados é a parte essencial de uma pesquisa, além de ser a parte mais trabalhosa e demorada. Junta-se aqui a noção de que quanto mais árduo é o trabalho, mais merecedor de crédito deve ser.

Implicações para a Redação Científica: Acarreta autorias fraudulentas. O falso autor pode ser ignorante sobre o assunto ou perder a chance de aprender sobre todo o processo.

Correção: Os dados representam uma parte do trabalho, a essência do texto são as conclusões. As conclusões extrapolam os dados obtidos

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25- O dono do laboratório, o chefe do setor e o estatístico são, naturalmente, coautores do trabalho

Motivos: As publicações enriquecem os currículos, e isso é um dos importantes requisitos para se conseguir financiamentos dos projetos.

Implicações para a Redação Científica: Assume-se que quem assina o texto é autor legítimo. A autoria fraudulenta viola esse requisito.

Correção: Se o estatístico apenas ajudou em detalhes estatísticos do delineamento, aplicação e interpretação do teste estatístico, sua inclusão como coautor não é esperada, isto representa uma assessoria estatística. Para ser coautor, é preciso estar apto a defender as idéias do texto perante a comunidade científica, o que vale também para o dono do laboratório e o chefe do setor.

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Capítulo 4 – Idioma

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26- Título, Resumo, figuras e tabelas em inglês garantem internacionalização

Motivos: Sustenta-se que os dados são mais importantes que as conclusões e que bastam as informações do resumo para que as ideias do trabalho sejam usadas pela comunidade científica.

Implicações para a Redação Científica: A informação fica restrita a um pequeno universo de especialistas da área, pois não estando o texto em inglês, muitos cientistas do mundo inteiro não terão acesso.

Correção: Conceba que a ciência é uma atividade internacional e use o inglês.

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27- Seja nacionalista... Publique em português

Motivos: Luta por idiomas entre as nações.

Implicações para a Redação Científica: Não publicar em inglês conduz o cientista a se comunicar apenas com pessoas que entendam esse idioma restrito, deixando de contribuir para a ciência internacional.

Correção: A ciência, por ser uma atividade internacional, necessita de um idioma internacional.

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28- Estudos regionais devem ser publicados em português

Motivos: Dificuldade com o idioma inglês e crença de que os estudos publicados em português servem também para o usuário não cientista.

Implicações para a Redação Científica: O foco do texto fica na questão local e esconde-se o achado da comunidade internacional. A visão de ciência regional, priva o cientista de buscar fenômenos mais gerais, que são mais úteis para a ciência.

Correção: A ciência visa entender diferenças para estabelecer generalizações. Os textos publicados em periódicos científicos nacionais não são dirigidos ao usuário não cientista, pois se usa uma linguagem hermética, que fecha o discurso para os iniciados da ciência.

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Capítulo 5 – Estilo da Redação

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29- A característica da redação científica depende da área de estudo

Motivos: Devido a uma busca por visões menos reducionistas se permitiu e até se estimulou nas ciências humanas textos longos, contrastando com a objetividade das ciências exatas e versões mais modernas das ciências biológicas.

Implicações para a Redação Científica: A mudança de foco nas publicações cientificas requer velocidade e brevidade de comunicação, implicando em prejuízo para áreas mais lentas e prolixas.

Correção: Redija com clareza, brevidade, objetividade e solidez, possibilitando agilidade na leitura dos textos.

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30- A redação científica exige regras rígidas de estilo

Motivos: A padronização ajuda pessoas de diferentes culturas e temporalmente distantes a se entenderem. Portanto, a extensão dessa padronização à redação cientifica possibilitaria à mesma tornar-se mais compreensível.

Implicações para a Redação Científica: A obediência a certos formatos pode restringir a criatividade, resultando em perda na apresentação do texto.

Correção: As regras de estilo devem ser rígidas no que se refere às regras lógicas de raciocínio e, de forma bem restrita, às normas de publicação do periódico. O restante depende da competência e criatividade do autor.

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31- Considere que seu leitor é um especialista da área

Motivos: A utilização de conceitos específicos objetivando uma comunicação mais concisa; a crença de que as críticas pertinentes ao texto virão de especialistas e de que estes conceitos não tem relevância para outras áreas.

Implicações para a Redação Científica: A linguagem fica muito hermética, dificultando a influência do estudo para áreas correlatas.

Correção: Amplie o alcance do texto definindo os termos específicos da forma mais simples possível.

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32- Frases longas e complexas são características da área de Humanas

Motivos: A forte ligação das Ciências Humanas com a Filosofia que busca especificar as condições/premissas que tornam uma afirmação correta, colocando vários segmentos de uma ideia numa mesma frase.

Implicações para a Redação Científica: Geralmente torna o texto confuso e de difícil assimilação.

Correção: Prefira frases curtas por serem mais inteligíveis, apresentando as informações pausadamente, uma de cada vez. Simplicidade no escrever requer simplicidade no pensar que reflete clareza sobre o assunto.

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33- Frase na voz passiva é característica do inglês científico

Motivos: Advém da grande utilização do formato da agente da passiva em textos redigidos em inglês e do pouco conhecimento do idioma e do estilo cientifico que levam a cópia dessa estrutura.

Implicações para a Redação Científica: Dificulta a compreensão pois a ideia só é descoberta no final da frase, alem de torna esta mais longa.

Correção: Escreva na forma ativa do sujeito: sujeito + verbo + predicado.

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34- Evite conjunções

Motivos: O uso repetido de conjunções pode induzir a erro lógico e a excluir palavras que aparentemente não transmitem informações diretas.

Implicações para a Redação Científica: O texto fica seco, possibilitando erros de interpretação do leitor já que as conexões das ideias tem que ser descobertas.

Correção: Ligue ideias com conjunções, atentando para não usa-las seguidamente (autoexclusão).

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35- Após autor e ano, deve vir uma vírgula

Motivos: Ocorre por generalização errônea sem análise do contexto gramatical.

Implicações para a Redação Científica: Incorreção gramatical (inglês e português). anoCorreção: Utiliza-se vírgula quando autor e ano fizerem parte do segmento de frase que impõe uma condição de validade para a mesma. Não há vírgula quando autor e ano forem sujeitos da oração.

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Capítulo 6 – Projeto de Pesquisa

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36- Devemos fazer muitos projetos

Motivos: O fato da quantidade estar associada ao trabalho, a “fazer”.

Implicações para a Redação Científica: Muitos projetos sem relevância levam a canalização de tempo e energia que poderiam estar voltados para projetos essenciais.

Correção: Centre-se nos projetos de bom nível, buscando aqueles que farão diferença.

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37- Projetos longos são melhores e merecem tese de doutoramento

Motivos: Baseia-se na crença de que quantidade é qualidade (quantidade de dados = qualidade de conclusão).Contribuiu para esta pérola a falta de exigência de objetividade e velocidade nas teses.

Implicações para a Redação Científica: Sobrecarga na coleta de dados, atraso nos cronogramas, postergação na publicação e rejeição à leitura de textos longos.

Correção: Tenha em mente que a qualidade na ciência depende da força da evidência para a construção de conclusões sólidas e importantes, não havendo relação com o tamanho do projeto.

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38- Qualidade científica é medida pela capacidade de conseguir recursos (técnicas sofisticadas e caras, bem como financiamentos substanciais)

Motivos: Isto se baseia no fato de que o desenvolvimento do conhecimento está atrelado a investimentos na ciência, onde o uso de tecnologia de ponta parece ser indispensável.

Implicações para a Redação Científica: Optar por um projeto com recursos tecnológicos sofisticados mas menos inovador, desviando a atenção do que é relevante para o trivial.

Correção: Desconsidere a avaliação de qualidade científica baseada na obtenção de recursos financeiros. Encare a coleta de dados como um meio para consolidar ou não suas ideias da forma mais simples possível.O importante é a força da conclusão e não o esforço físico em coletar dados e o preço dos equipamentos.

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39- Haverá um congresso numa cidade ótima... Vamos bolar um projetinho?

Motivos: Aumento de apoio financeiro para participação em congressos.

Implicações para a Redação Científica: Induz a pesquisas medíocres, produzindo conclusões óbvias. Depõe contra o cientista, instituição e pais.

Correção: Participe de congressos quando o foco é o de debater pesquisas realizadas por você com colegas numa fase anterior a publicação.Tenha em mente a ética na utilização do dinheiro público.

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Capítulo 7 – Título

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40- O Título deve indicar o objetivo do estudo

Motivos: Esta regra facilita a escolha do título do trabalho, além da crença de que o objetivo que levou o autor a fazer a pesquisa é igualmente motivador para o leitor.

Implicações para a Redação Científica: Erro no título pode esconder o trabalho de leitores fundamentais.

Correção: Deve expressar o que o trabalho oferece de mais importante, ou seja, a conclusão. Ao falar da conclusão no título da pesquisa, este indica se de fato houve alguma novidade naquela pesquisa.

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41- O Título deve incluir a região onde foi feita a pesquisa

Motivos: Generaliza-se para outras situações o que é valido apenas em determinadas circunstâncias.

Implicações para a Redação Científica: Além de tornar o título mais longo, foca a pesquisa na especificidade e não na regra geral.

Correção: Analise se o local da pesquisa é o ponto central do estudo (parte do objetivo ou da conclusão) e neste caso ele deverá constar no título.

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42 – O título deve conter o nome da espécie

Motivos: Generaliza-se para outras situações o que é valido apenas em determinadas circunstâncias.

Implicações para a Redação Científica: Títulos longos e pouco atrativos.

Correção: Avalie se no seu estudo a questão da espécie é relevante e neste caso inclua-o se considerar que o nome ajudará o leitor a se interessar pelo estudo.

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43- Não use o nome vulgar/geral do organismo no Título

Motivos: Em algumas especialidades o nome do organismo pode incluir mais de uma espécie. A relevância que muitos pesquisadores dão ao organismo pesquisado e e as regras internacionais de nomenclatura enraizadas em disciplinas como a biologia contribuem para esta pérola.

Implicações para a Redação Científica: Limitação da criatividade para a construção de títulos.

Correção: Avalie a relevância do nome vulgar aparecer no título em função do fato da espécie investigada ser o detalhe da história, do modelo experimental e do cerne da pesquisa.

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44- O título não pode ser uma frase(incluir verbo)

Motivos: Atende ao principio de se ter uma regra para elaboração de títulos.

Implicações para a Redação Científica: Torna o título mais geral e pode não atrair leitores interessantes.

Correção: O uso de verbo é mais indicativo do conteúdo do estudo.

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45- Não faça Título na forma de pergunta

Motivos: Atende ao principio de se ter uma regra para elaboração de títulos.

Implicações para a Redação Científica: Pode-se não criar um titulo que interesse a leitores essenciais.

Correção: Sinta-se a vontade para redigir o título de seu estudo, sem regrinhas, de forma a não contrariar a lógica de seu estudo.

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46- O Título deve conter as variáveis mensuradas

Motivos: Além da necessidade de regrinhas, a ênfase nos dados pode levar o autor a enfatizar as variáveis estudadas.

Implicações para a Redação Científica: Títulos maçantes e longos, não explicitando generalizações.

Correção: Procure ressaltar a parte teórica do estudo, centrando nas variáveis teóricas que são inferidas a partir das variáveis operacionais. A exceção fica por conta se a variável operacional for a vedete da história.

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47- Não use a palavra “efeito” nos Títulos

Motivos: A evitação ao termo decorre do fato do efeito não poder ser abarcado empiricamente, isto é, vê-se apenas associações entre possíveis causas e efeitos, sendo o movimento causal uma inferência.

Implicações para a Redação Científica: Deixa-se de destacar a essência do estudo, que são as relações entre causa e efeito das variáveis.

Correção: Se a essência de sua pesquisa é a relação de causa e efeito, utilize o termo com cautela, apoiando-se no que as evidências permitem.

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Capítulo 8 – Resumo

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48- O Resumo deve ser redigido ao final

Motivos: Favorece esta ideia o costume de se redigir parte dos artigos antes de terminar o estudo e a concepção de que só se pode resumir aquilo que já está escrito.

Implicações para a Redação Científica: Ao iniciar a redação antes de ter toda a ideia estruturada do trabalho, o autor tanto pode omitir informações importantes como incluir informações desnecessárias.

Correção: Só inicie a redação de seu artigo depois de haver discutido todos os dados e conseguido explicá-los satisfatoriamente .Utilize para isto discurso e exposições orais do trabalho para os colegas.Assim, redigir o resumo primeiro irá requere que a estrutura já esteja montada na cabeça do cientista, impedindo a redação no momento errado.

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49- O Resumo deve ser estruturado, incluindo justificativas, objetivo, delineamento, resultados e conclusões

Motivos: Brota da concepção de que um resumo é uma miniatura do artigo.

Implicações para a Redação Científica: Impede a apresentação do resumo de forma mais simples, criativa e informativa.

Correção: Faça um texto breve informando ao leitor o que encontrará no texto (essência), incluindo a conclusão, o que motivará o leitor a buscar entender como o autor chegou até ela. Portanto, uma breve justificativa e os principais resultados encontrados e a conclusão devem fazer parte do seu resumo. O aspecto metodológico deve ser incluído quando for o ângulo mais relevante do estudo.

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50- Use o máximo de espaço permitido pela revista para o Resumo

Motivos: Decorre da crença de que a qualidade dos escritos está atrelada a extensão dos mesmos.

Implicações para a Redação Científica: Torna o texto prolixo, reduzindo a chance de ser lido.

Correção: Faça um resumo curto (100 a 150 palavras) que conduza o leitor para dentro do texto principal.

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51- O Resumo deve conter valores numéricos dos resultados

Motivo: A supervalorização dos dados leva o cientista a incluir resultados numéricos no estudo.

Implicações para a Redação Científica:Torna o resumo chato de ser lido, além de propiciar a propagação de erros quando os dados presentes nos resumos são usados para citações.

Correção: Caso a pesquisa seja descritiva, a apresentação de valores numéricos é mais natural. Caso contrário, esqueça.

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52- No Resumo devemos incluir tabelas e citações

Motivos: Brota da crença na força dos dados que devem ser destacados.

Implicações para a Redação Científica: Não é geralmente aceito em bons periódicos por tornar o resumo prolixo e não facilitar a vida do leitor.

Correção: Seja sintético. O resumo precisa conter o que você fez e aonde chegou.

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Capítulo 9 – Introdução

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53- Importância e justificativa do estudo são a mesma coisa

Motivos: Tal pérola foi generalizada para todos os estudos a partir da concepção de que os estudos em áreas mais aplicadas são feitos geralmente para resolver uma questão prática, onde a importância do estudo é, quase sempre, o elemento central da justificativa. “Ex.: se testamos a ação protetora de certa planta contra estresse, a importância desse tema serve também para justificar parte do objetivo.

Implicações para a Redação Científica: acreditando ser a importância e a justificativa coisas iguais, o autor pode se ater a importância e deixar de apresentar justificativas interessantes para seu estudo.

Correção: Numa Introdução, devemos utilizar a justificativa para apresentar motivos que validem o objetivo do nosso estudo. Tais motivos podem incluir a importância do objetivo assim como, a justificativa da necessidade do estudo e do que se espera do mesmo.

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54- A Introdução e a Justificativa são itens separados num texto científico

Motivos: segundo o autor, tal pérola se originou a partir do momento em que uma agência de fomento passou a exigir que os projetos apresentassem a Introdução e a Justificativa em itens separados. É difícil imaginar uma introdução sem justificativa, porém tal solicitação pode ser justificada pela tentativa de facilitar o trabalho dos examinadores.

Implicações para a Redação Científica: Cria no autor a ideia de que Introdução e Justificativa são itens distintos num texto científico. Como consequência, o autor poderá redigir uma introdução “fora de foco” e prolixa, favorecendo a rejeição do artigo no âmbito internacional.

Correção: A Introdução do um texto científico compõem-se da apresentação do objetivo e se necessário o autor poderá apresentar o problema que originou o estudo e/ou contextualizar o tema dentro de uma teoria ou polêmica e ainda, quando necessário, definir alguns termos para aumentar o alcance do seu estudo. Tudo isso de forma direcionada, com a intenção de conduzir o leitor ao objetivo do estudo. Quando bem redigida, a Introdução permitirá ao leitor descobrir o objetivo do estudo antes mesmo de lê-lo.Pode-se ainda apresentar na Introdução as predições da hipótese (Neste estudo esperamos que...).Uma versão mais moderna de Introdução inclui a conclusão principal do estudo.

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55- Introdução curta e começando com a mesma palavra do Resumo são erros comuns na Introdução

Motivos: Não se sabe de onde se originou tal ideia. Inclusive, segundo o autor, repetição, na Redação Científica geralmente indica baixa qualidade.

Implicações para a Redação Científica: Incentivar a redação de Introduções “longas” induz a prolixidade. Quanto a “não começar com a mesma palavra do resumo” é um proibitivo desnecessário.

Correção: O objetivo da Introdução é apresentar ao leitor a nossa pesquisa e mostrar-lhe porque deve seguir a leitura do texto. Considerar uma Introdução curta como um erro, apenas demonstra a falta de conhecimento da estrutura de artigos publicados em periódicos internacionais de alto nível. Quanto a repetição de palavras, o autor considera a questão mais estética (questão de elegância) do que lógica.

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56- Não inclua na Introdução as conclusões da pesquisa, mantenha o mistério e a curiosidade do leitor

Motivos: “Possivelmente se confundam histórias de mistério e ciência”.

Implicações para a Redação Científica: Perde-se a chance de apresentar algo atrativo para o leitor: a conclusão.

Correção: A concepção de que textos científicos trazem VERDADES está ultrapassada. Hoje o leitor lê um artigo para saber como este foi construído e se concorda com suas conclusões.

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57- Na Introdução devemos detalhar aspectos do organismo de estudo

Motivos: Tal pérola advém da necessidade de estudos da área biológica apresentarem o organismo de estudo, a fim de não generalizar tal estudo para outros organismos, pois isso não será válido (“Ex.: se você estuda uma espécie de réptil, tomará cuidado para não generalizar para outra, pois isso pode não ser válido)”. Tal motivo leva o autor a incluir na Introdução as informações sobre a espécie estudada.

Implicações para a Redação Científica: Como nem sempre á necessário detalhar o organismo estudado, absorver esta informação como regra poderá causar a inclusão de informações desnecessárias.

Correção: Não devemos generalizar tal pérola. Apenas prestar atenção para sua real necessidade. “A INTRODUÇÃO DEVE DAR AO LEITOR APENAS O SUBSTRATO NECESSÁRIO PARA ENTENDER O CONTETXTO DA PESQUISA E AS RAZÕES PARA SE PROPOR O OBJETIVO”.

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58- Na Introdução devemos apresentar a revisão de literatura

Motivos: Tal motivo advém do vício da redação de Introduções de teses com revisões de literatura. Na atualidade, os artigos são enxutos e curtos.

Implicações para a Redação Científica: Introduções longas e fora de foco. Nem toda informação de revisão de literatura é necessária para se contextualizar/justificar o objetivo do estudo. Incute-se no autor a redação de textos longos, motivo de negação de artigos em periódicos de boa qualidade internacional.

Correção: Deve-se ater a revisão de literatura para instruir-se e obter referências para a pesquisa. Porém, só uma parte do que se lê deverá constar no trabalho científico. A cada dia, a redação científica exige brevidade, demonstração de conclusões importantes, argumento sólido. Tudo isso com o mínimo de informações ou dados possíveis. Salienta-se que tal brevidade não significa falta de conhecimento sobre o tema.

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59- Inclua na Introdução: os principais estudos sobre as variáveis, características/distribuição do organismo, justificativa e objeto

Motivos: Acredita-se que tal pérola decorra da noção de que a Introdução não deve ser um texto sintético.

Implicações para a Redação Científica: A Introdução não justifica adequadamente o objetivo e treina o autor a redigir textos fora de foco.

Correção: Não se estuda necessariamente variáveis. O autor divide os estudos da ciência empírica em 3 tipos lógicos: 1) DESCRITIVOS (que caracterizam uma única variável); 2) COM HIPÓTESES DE ASSOCIAÇÃO (que avaliam se há associação entre duas ou mais variáveis); 3) COM HIPÓTESE DE CAUSA E EFEITO (testam se uma ou mais variáveis causam, afetam ou influenciam, de alguma forma, outra ou outras variáveis. Nesses 3 tipos, que são lógicos e abarcam todas as pesquisas empíricas, espelham-se as razões buscadas em cada objetivo. Assim, seu objetivo será descrever uma variável ou estudar suas associações com outras (supondo relação de interferência ou não). Isso posto, veja que justificar as variáveis numa introdução de pouco ajuda para justificar a questão lógica que você investiga e que é o cerne de seu objetivo.

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60- O objetivo do estudo deve vir no final da Introdução

Motivos: tal prática pode ter se perpetuado a partir da ideia de que um discurso lógico apresenta a conclusão após as premissas. Dessa forma, costuma-se dizer os fatos e depois aonde se chega com eles.

Implicações para a Redação Científica: Generalizar tal pérola força o autor a padronizar sua fundamentação e tolhe sua criatividade. Quando tal padronização tiver uma boa apresentação, ótimo. Caso contrário, produzirá Introduções de baixa qualidade.

Correção: Pode-se apresentar a introdução de duas maneiras (pelo menos): 1) iniciar a introdução dizendo o objetivo e dar continuidade a redação de tal introdução para justificar esse objetivo; 2) iniciar a introdução com algumas contextualizações em direção ao objetivo, posteriormente apresentá-lo e, em seguida, incluir mais detalhes da fundamentação.

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61- Os objetivos devem vir destacados da Introdução

Motivos: Provavelmente, tal pérola deva-se a facilidade que os destaques dão ao leitor para encontrar os objetivos (item importante no julgamento de projetos).

Implicações para a Redação Científica: Favorece a opção por uma estrutura inferior para se atender a tal necessidade e, além disso, perde-se a conectividade natural entre o texto argumentativo da Introdução e o objetivo do estudo

Correção: Como já referido anteriormente, a Introdução é um texto que fundamenta e explica o objetivo do estudo. Separar esses dois elementos atrapalha a concexão das ideias. O que se pode fazer é apresentá-los conjuntamente e repetir apenas os objetivos em um item separado.

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62- A falta de estudos num assunto justifica que investiguemos esse assunto

Motivos: Muitos ainda buscam estudar aquilo que ninguém estudos. Acham que tudo deve ser estudado e com isso, uma lacuna qualquer, é justificativa para se iniciar um estudo.

Implicações para a Redação Científica: Constrói-se uma fundamentação fraca para o objetivo da pesquisa. Com uma fundamentação fraca, se os resultados não forem convincentes, o estudo poderá não ser aceito para publicação.

Correção: O fato de ninguém ter estudado sobre tal coisa não deve ser a ÚNICA CONDIÇÃO para se iniciar um estudo. Deve-se levar em consideração a importância, motivo, interesse da comunidade científica, dentre outros.

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63- Na introdução não se deve dizer a conclusão do estudo

IGUAL A PÉROLA 52

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Capítulo 10 – Material e Métodos

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64- Siga a sequência cronológica do estudo

Motivos: Compreendido, geralmente, como uma descrição de atitudes concretas do cientista, o item material e métodos deve descrever as atividades, passo a passo, na sequência em que foram feitas. Isso supõe que cientistas executam as pesquisas na sequência lógica em que são idealizadas.

Implicações para a Redação Científica: o item poderá ficar numa sequência que não obedeça a lógica do delineamento, dificultando a compreensão clara do que foi feito.

Correção: Apesar de funcionar em alguns casos, a sequência cronológica nem sempre é adequada. Há pesquisas em que a lógica da metodologia não pode ser realizada na sequência em que foi idealizada. Em alguns casos, quando redigido na sequência em que foi feito, o leitor só entenderá o que foi feito no final e possivelmente terá que reler para compreender melhor. Ter que reler algo escrito já indica que não está bem escrito.

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65- Devemos citar o tipo de pesquisa

Motivos: Vários livros de metodologia científica definem tipos de pesquisa segundo alguns referenciais (pesquisa qualitativa, quantitativa, longitudinal, transversal, experimental, etc). Ao dizerem o tipo de pesquisa os autores estão transmitindo seus conteúdos, o que facilita a comunicação no item Material e Métodos, posição assumida até por alguns revisores de certas áreas.

Implicações para a Redação Científica: O leitor que não entender o conceito da pesquisa terá o entendimento do texto prejudicado. Pode fazer com que faltem informações importantes no Material e Métodos, uma vez que o autor assuma que pelo tipo de pesquisa o leitor deverá entender que certos procedimentos foram feitos.

Correção: As classificações sobre os tipos de pesquisa são formais e desnecessários. Fala-se que o estudo é longitudinal e, ao descrever o delineamento, fica claro que é longitudinal.

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66- Inclua o nome do laboratório onde realizou a pesquisa

Motivos: a motivação para tal inclusão é publicitária e não científica

Implicações para a Redação Científica: Inclusão de informações desnecessárias. Submete-se ao ridículo por mostrar que não sabe o que está fazendo.

Correção: a inclusão do nome do laboratório no Material e Métodos pode indicar a intenção do autor em se autopromover, ou sua intenção de convencer, por meio do argumento da autoridade (uso de um laboratório importante), ou ainda, sua alienação sobre este tópico. Deve-se lembrar de uma premissa científica básica: as conclusões devem ser mantidas, independentemente do laboratório onde a pesquisa foi realizada.

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67- Indique o local da pesquisa por meio das coordenadas geográficas

Motivos: O leitor lê num artigo a descrição das coordenadas geográficas para indicar algum lugar e acha que isso é formato científico da especialidade.

Implicações para a Redação Científica: Inclusão de coordenadas geográficas onde não são necessárias, ou nem mesmo corretas.

Correção: Em algumas áreas seu uso é imprescindível mas não em todas. Quando envolve uma pesquisa de campo, a indicação das coordenadas geográficas auxiliará outros cientistas na localização exata. Se um estudo é feito em laboratório, colocar as coordenadas geográficas é absurdo.

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68- Em estudo de campo, inclua foto ou mapa do lugar de coleta de dados

Motivos: Antes da disseminação do uso dos sistemas GPS (Global Positioning System), o uso de mapas era a única fonte razoável para chegarmos a algum lugar.

Implicações para a Redação Científica: Se não forem informações necessárias, o editor solicitará que sejam retiradas do texto.

Correção: Nada no texto científico deve ser colocado sem que haja uma razão lógica. Se você só quer dizer onde fica um lugar pode usar as coordenadas. Após o uso dos GPS o uso dos mapas tem sido limitado.

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69- Estudando organismos entre tratamentos experimentais, basta mostrar o tamanho/peso médio do conjunto deles (não precisa diferenciá-los pelos tratamentos)

Motivos: muitas vezes não sabemos por que incluímos medidas de tamanho ou peso dos organismos, assim como, os dados de sexo, idade e condição sócio-econômica nos relatos de uma pesquisa científica. O cerne que originou tal pérola é que o pesquisador não precisa apresentar dados das amostras em função dos tratamentos usados para análise dos dados. Basta mostrar o perfil geral do conjunto de amostras. Envolve desconhecimento sobre regras básicas de controle de variáveis num experimento.

Implicações para a Redação Científica: O leitor não poderá avaliar adequadamente se essas variáveis (tamanho, peso, idade etc.) foram balanceadas entre os grupos a serem comparados. Assim, elas podem ou não ter afetado o resultado do estudo. Um revisor crítico solicitaria esses dados.

Correção: Considere que nas pesquisas que testam hipótese de causa e efeito (investigando associações entre as variáveis para se concluir sobre a possibilidade de interferência de uma sobre a outra), construímos uma situação de variação (imposta ou não) da suposta causa e comparamos com um tratamento em que essa causa não está presente. Para isso, precisamos garantir que as demais variáveis estejam iguais entre os tratamentos. Como peso, tamanho, idade, sexo etc. são variáveis que, geralmente, afetam muitos processos biológicos, devem ser mantidas iguais entre os tratamentos.

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70 – Inclua a marca dos aparelhos que usou no estudo

Similar a pérola 66, referente a informação do nome do laboratório onde se realizou a pesquisa.

Correção: A redação científica é uma matéria difícil. Você está escrevendo um texto para o qual cada elemento deve contribuir de forma substancial para alicerçá-lo em direção às suas conclusões. Até que ponto, no seu estudo, a marca daquele aparelho é importante nisso? TENTE OBSERVAR O SIGNIFICADO DE CADA VARIÁVEL PARA O CONTEXTO DO DISCURSO DO ESTUDO E, ENTÃO, PODERÁ DEFINIR O QUANTO PRECISA ESPECIFICAR EM RELAÇÃO A CADA ITEM DO MATERIAL E MÉTODOS.

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71- Na seção de Análise dos Dados, inclua o delineamento do estudo (fatorial, completamente causalizado, em blocos, etc.)

Motivos: Estudantes das áreas biológicas e de humanas, por , geralmente, não gostar de matemática, contratam um estatístico para a análise de dados quantitativos e recebem dos mesmos as informações prontas. Assim, ao redigirem a análise dos dados tendem a colocar lá o que o estatístico escreveu (geralmente, delineamento do estudo e as análises efetuadas, que devem se situar em locais distintos no texto).

Implicações para a Redação Científica: a estrutura lógica do Material e Métodos fica comprometida.

Correção: Considerando a lógica do Material e Métodos, o autor tem sugerido a seguinte apresentação nesse item: 1) sujeito/organismo/local de estudo; 2) delineamento do estudo (para mostrar a estrutura macro da pesquisa); 3) procedimentos específicos (descrição das técnicas que viabilizaram a coleta das variáveis experimentais); 4) análise dos dados (que inclui a análise estatística, mas não se resume a nela). Dentro dessa lógica, o leitor receberá informações dos aspectos gerais do estudo e caminhará, progressivamente, para os detalhes, sendo conduzido de uma forma didática até os pormenores do estudo.

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72 – Inclua o nome do pacote ou programa estatístico

Motivos: Possivelmente, os impactos iniciais do uso de recursos de informática pelos cientistas deva ter contribuído para a inclusão dessas citações. A partir daí, muitos podem simplesmente ter copiado esta prática, estendendo-a a situações em que são claramente desnecessárias.

Implicações para a Redação Científica: inclusão de informações desnecessárias.

Correção: A inclusão do nome do pacote ou programa estatístico no Material e Métodos é entendida como uma forma de mostrar à comunidade científica que o recurso estatístico é confiável. Este é um recurso adicional para convencer os leitores, mais exceção do que regra.

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Capítulo 11 – Resultados

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73- Prefira tabelas, pois mostram claramente os valores

Motivos: A preferência pelos números e a incompreensão sobre o que é fazer ciência podem ter contribuído para originar esta pérola. Para o autor, a força da base empírica para a construção do conhecimento científico reforça a importância dos números, particularmente depois que várias áreas das ciências biológicas e humanas começaram a aceitar a abordagem quantitativa.

Implicações para a Redação Científica: Compromete a qualidade da apresentação nos casos em que os gráficos seriam uma melhor opção. Dificulta o entendimento do leitor pois Tabelas exigem análise mais detalhada dos números.

Correção: Exceto nas pesquisas descritivas, o que se busca são relações (entre pontos num gráfico ou entre tratamentos). Essas relações são melhor percebidas num gráfico. Além disso, se o estudo é repetido por outro cientista, não se espera que os mesmos valores sejam obtidos, mas sim as mesmas relações. Dar preferência pelo uso de tabela nos casos em que um grande número de variáveis produza um gráfico muito poluído. A DECISÃO DEPENDE DE CONSIDERAÇÕES SOBRE A CLAREZA DA APRESENTAÇÃO.

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74- Há situações em que se justifica a apresentação repetida dos resultados em gráficos e tabelas

Motivos: Tal pérola deve-se a tentativa de apresentar um dado por vários ângulos.

Implicações para a Redação Científica: pode resultar na repetição desnecessária de resultados.

Correção: Devemos escolher a melhor forma de apresentação dos dados e optar por gráfico ou tabela e nunca pelos dois (evidentemente há exceções. O que não podemos e transformar esta pérola em regra)

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75- Podemos concluir com base em tendência à significância

Motivos: Inicia-se pelo desejo do cientista de demonstrar suas hipóteses, encontrar resultados positivos, diferenças entre os tratamentos. Tal pérola pode ser atribuída ao total desconhecimento de princípios básicos de estatística

Implicações para a Redação Científica: Há grande chance de as conclusões estarem erradas.

Correção: O bom cientista é um bom testador de hipóteses ou descritor de coisas e para tanto, não deve procurar demonstrar suas ideias e nem corroborar suas hipóteses.Se após tentar derrubar uma ideia, não conseguir, então terá de aceitá-la provisoriamente, propondo-a, por meio da publicação, aos leitores com interesse pelo tema.Quando os dados estatísticos mostram a tal tendência à significância, a alternativa correta e séria é aumentar a amostra, para melhorar o poder de decisão.

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76- Numa aproximação numérica, use duas casas após a vírgula

Motivos: Acredito que duas casas decimais resolvam vários casos, mas não é uma decisão lógica, e sim estética.

Implicações para a Redação Científica: Expressam-se dados sem confiabilidade, com decimais a mais ou a menos.

Correção: Aproximação numérica depende dos algarismos significativos. Não é apenas uma questão de padronizar tudo para duas casas decimais. Quando fizer contas com números com diferentes algarismos significativos lembre-se que os números são mais exatos quanto mais algarismos significativos têm.

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77- Não precisa incluir a variabilidade nas médias, pois os testes estatísticos já a consideram

Motivos: Imaginam, provavelmente, que o que vale é apenas o resultado do teste estatístico. Ignoram que tais testes são posteriores aos dados.

Implicações para a Redação Científica: pode levar a erros nas conclusões além de impedir que o leitor considere e possa melhor avaliar seu estudo e sua base de dados.

Correção: É fundamental informar a variabilidade dos dados (por ex., desvio padrão). Ao apresentarmos ao leitor apenas duas médias dizendo que não diferiram entre si, devemos dar ao leitor a chance de saber por que não diferem. Igualdades decorrentes de altos valores de desvio padrão apenas indicam que o experimento não deve ser repetido. A média não representa bem a amostra, ou esta não representa bem a população.

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78- Podemos repetir no texto os valores numéricos de um gráfico, pois as escalas não permitem vê-los em pormenor

Motivos: decorre do medo de que o item Resultados esteja muito curto, incluindo a noção de que o texto científico deve ser longo.

Implicações para a Redação Científica: risco de ser rejeitado pela ciência internacional; risco de incluir dados desnecessários; risco de aborrecer o leitor com dados repetidos.

Correção: Não. No texto dos Resultados apenas indique ao leitor o que ele deve olhar nos gráficos. Se há necessidade de olhar valores específicos, então isso deveria estar numa tabela. Se se trata de um gráfico, certamente você o direcionará para olhar variações (maior, menor, elevação, redução, etc.)

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79- Ao se referir a figura ou tabela, não induza o leitor a conclusões

Motivos: Talvez a crença na imparcialidade seja um pano de fundo deste equívoco. O autor assume que deve apenas mostrar os dados ao leitor, sem induzi-lo a nada, para não ser tendencioso.

Implicações para a Redação Científica: Além de prolixo, deixa de direcionar o leitor para o cerne de seu discurso.

Correção: Como os resultados são a base principal para construirmos conclusões e o texto científico é o meio pelo qual apresentamos ao leitor como chegamos a essas conclusões, não podemos ter medo de apresentar um discurso convincente. Ao invés de escrever “os dados hematológicos e das condições dos fumantes estão apresentados na tabela 1”, SERIA MAIS ELEGANTE, SINTÉTICO E RELEVANTE dizer “o hábito de fumar aumentou os valores leucocitários e de hemoglobina do sangue (tabela1)”

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80- Nas figuras, coloque os valores exatos sobre as barras ou pontos, pois o gráfico não permite perceber as decimais

Motivos: Embora reconheçam a importância dos gráficos para certos resultados, ainda não conseguiram abstrair-se suficientemente da base numérica.

Implicações para a Redação Científica: informações repetitivas. Certamente serão eliminadas num periódico de boa qualidade. Enfatiza ao leitor que o mais importante é o valor numérico e não as diferenças entre eles.

Correção: apresente apenas os gráficos, com barras ou linhas, sem incluir os números correspondestes. Se usou gráfico, usou escala de valores para apresentar os resultados.Por outro lado não há problema se apresentar valores brutos na forma gráfica (em barras, por ex.) e a expressão numérica de sua relação percentual acima dessas barras. Mas preste atenção se essas duas expressões (brutos e percentual) são necessárias para a sua conclusão; do contrário, retire uma delas.O estudo da metanálise é uma exceção desta pérola.

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81- No título de figuras e tabelas, refira-se às variáveis mensuradas

Motivos: Ex.: Tabela 1 – Dados médios e desvio padrão da taxa de crescimento e níveis de proteína plasmática em pessoas jovens e idosas.Na busca por normas para revistas, editores de revistas fracas extrapolam o nível do razoável e impõem modelos de legendas aos autores.

Implicações para a Redação Científica: a informação é desnecessária, significa inclusão de palavras desnecessárias, impede a criatividade do autor na expressão de seu discurso.

Correção: A legenda de uma figura/tabela deve conduzir o leitor para o âmago da informação. Limite-se a indicar o conteúdo. Por Ex., escreva “Figura/Tabela 1 – Efeito do fumo em parâmetros hematológicos de adolescentes...”. O corpo da tabela mostrará os níveis de fumo usados, as variáveis hematológicas e deverá mostrar algum efeito produzido.

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Capítulo 12 – Discussão

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82- Prefira juntar Discussão e Resultados num único item

Juntar discussão e resultados num único item pode ser resultado da dificuldade para se redigir discussões de bom nível.

Exemplo pertinente: Se você realizou 3 instrumentos e apresenta todos os resultados para depois a discussão, pode atrapalhar a atenção do leitor (não se trata de uma regra).

O que isso implica para a Redação Científica: discussão fofoca, ou seja comparação dos dados com os achados da literatura. Apenas apresenta-se os dados e não há a discussão propriamente dita.

•Sugestão: separe a discussão dos resultados para pensar melhor o que significa discussão. Uma boa alternativa é iniciar com as principais conclusões e em seguida justificar os pontos que as sustentam.•Não há erro em juntar resultado e discussão, apenas pode induzir o autor menos experiente ao erro.

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83- Na Discussão, compare seus resultados com a literatura e evite extrapolações

•Comparar seus resultados com a literatura, pode conduzi-lo à extrapolação:•É preciso desenvolver um argumento lógico ousado, com embasamento em preceitos filosóficos, ou seja, separar o concreto do abstrato, o real e o imaginário, etc.•Por isso, na ausência dessas noções, fica mais fácil falar do concreto apenas.

O que isso implica: leva-se a discussões óbvias e pobres.

Sugestão: fazer ciência é falar do invisível, com base em fragmentos visíveis(As teorias de Darwin e Einstein tiveram um elevado alcance, sem precisarem coletar tantos dados!) Não precisa ter medo de generalizações em relação às bases empíricas e as conclusões.

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84- Inicie cada parágrafo da Discussão falando dos seus dados e depois refira-se à literatura, ou vice-versa

Iniciar falando de seus dados em cada parágrafo e depois referir-se à literatura ou vice-versa é uma “regrinha” para aliviar a mente, pois a argumentação é um processo livre , temos de inovar. Há momentos em que não temos de usar a literatura e podemos argumentar apenas com os nossos dados.

O que isso implica?: Falta de criatividade.

•Sugestão: Apresente aos leitores os motivos que o levou a sustentar as conclusões do estudo;•Mostre a validade dos seus dados, principalmente que os valores basais estão de acordo com os descritos na literatura;•Perceba que a discussão usa a literatura existente, mas com finalidade específica, estando o foco muito além da simples comparação com os dados de outros autores.•Referência: revista science e nature.

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85- Inclua proposta de novos estudos

Por fim, evite incluir propostas de novos estudos . Aborde as indicações de caráter realmente relevantes, independente de estar ou não ligado a elas,afinal novas pesquisas os cientistas devem saber fazer.

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Capítulo 13 – Conclusão

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86- As conclusões devem ser redigidas no passado

Não devem ser redigidas no passado:•O pesquisador costuma se prender à única certeza que tem:o que fez, pois tem medo de ser criticado, caso generalize.

Implicações para a Redação Científica: fica preso ao passado e reduz as generalizações.

Sugestão: quando concluímos no passado, estamos reforçando nossa amostra e escondendo a população que essa amostra representa.

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87- As conclusões só podem incluir o que for provado

As conclusões não só devem incluir o que for provado, pois o autor deixa de construir conclusões interessantes e restringe-se ao que é “mostrado”.

O que isso implica? restringe o conhecimento acerca do assunto.

Sugestão: não busque apenas as verdades, mas sim aceitações no momento, porque se estiverem corretas serão usadas no futuro (esse é o prêmio que a ciência dá à honestidade intelectual).

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88- Conclua apenas a partir dos seus resultados, e não da literatura

Concluir apenas a partir de seus resultados pode ensejar que seu estudo seja mais forte do que os outros.

Implicações para a Redação Científica: restringe a sua conclusão aos resultados apresentados no seu estudo, evitando a amplitude de outros embasamentos e teorias mais amplas.

•Sugestão: precisamos ter uma base sólida, ou seja, a conclusão de um autor construída com base empírica sólida pode ser usada como alicerce para outras construções teóricas.•Indicação: artigo de Watson e Crick,na revista Nature, 1953.

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89- As conclusões científicas são verdadeiras

As conclusões científicas nem sempre são verdadeiras. Vide leitura sobre as bases filosóficas nos conceitos de verdade.

O que isso implica?: não se elabora projetos para desafiar verdades, é muita pretensão.•Sugestão: considere as conclusões científicas como discursos provisórios fundamentados em evidências empíricas, nada mais...

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90- As conclusões devem vir em tópico separado da Discussão

Não é obrigatório a conclusão vir em tópico separado da discussão, pode ficar redundante. •Se faz necessário saber que as conclusões devem aparecer na discussão.

Implicações para a Redação Científica: redundância

Sugestão: •Se faz necessário saber que as conclusões devem aparecer na discussão.•Equívoco: incluir especulações que não vêm do suporte de seus dados nem da literatura pertinente.

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91- Enfatize que as conclusões estão ligadas à metodologia do estudo

Não enfatizar as conclusões além da metodologia de estudo se configura no medo de elaborar conclusões teóricas, falar além dos seus dados.

O que isso implica?: redundância

Sugestão: Deve-se elaborar conclusões mais gerais e contextualizadas.

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92- Não repita no item Conclusões as ideias já expressas na Discussão

•Discutir as conclusões dentro do item conclusão , havendo um item chamado discussão é absurdo, pois dentro da discussão há as conclusões mais amplas sendo discutidas, e o que é abordado no item conclusão é a síntese do que já foi abordado na discussão.

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Capítulo 14 – Citações

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93- Toda frase que não for sua deve ter uma citação

Citar toda frase que não é sua se configura num zelo excessivo com a informação, além de restringir ao máximo as suas ideias.

O que isso implica?: Excesso de citações,texto fraco

Sugestão: a citação fornece ao leitor a fonte, mas tem um limite. Nem todos os assuntos que já devem ser obrigatoriamente conhecidos em determinada área precisam ser citados. Às máximas, por exemplo, não devem ter autores citados, pois são constituídas do senso comum.

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94- Cite no manuscrito artigos da revista em que deseja publicar, pois aumenta sua chance de ser aprovado

Citar no manuscrito artigos da revista em que deseja publicar a fim de ser aprovado constitui-se numa característica de revista de terceiro escalão.

Sugestão: a citação deve ser uma decisão do autor. Não entre na ciência pela porta dos fundos!

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95- Cite artigos do exterior, pois dão mais força ao seu trabalho

Citar artigos estrangeiros achando que darão mais força ao seu trabalho é substituir o conteúdo pela origem.

O que isso implica?: Pode excluir citações relevantes, além de causar um prejuízo imensurável à ciência de seu país.

Sugestão: valorize os artigos de seu país!

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96- Não há problemas em citar teses, artigos em português, Resumos ou Resumos Expandidos

Citar teses ou resumos torna o texto sem a devida fundamentação, principalmente se sustentam ideias preciosas.

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97- Não cite na Discussão referência que não foi citada na Introdução

Não citar na discussão referência que não foi citada na introdução é situação antiga (há 10 anos).

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98- Mais citações enriquecem o trabalho

Dizer que quanto mais citações o trabalho tiver, mais enriquecedor fica se constitui na máxima:o tal vale quanto pesa. Isso, obviamente, repercute no mercado científico atual, em que os quantitativos são o que medem a capacidade do pesquisador. Assim, uma tese com 300 referências pode ser criticada como sendo de um aluno péssimo e o orientador então...nem se fala....

O que isso implica?: Texto prolixo e negado em revistas de boa qualidade

Sugestão: Citar um só artigo de revisão que englobe vários estudos sobre determinado assunto é melhor do que citar dois ou três.

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99- Use os formatos “Silva (1950) estudou...” ou “Segundo Silva (1980),...”

Motivos: Usar os formatos “Silva(1950) estudou” ou “segundo Silva (1950)” significa que contar histórias é mais importante que os fatos, ou ainda, que você quer enfatizar o nome de alguém, seu amigo por exemplo. Além do mais, achar que vai encontrar um apoio dos revisores, por enaltecer pessoas-chave.

Implicações para a Redação Científica: Isso é prolixidade, corrigido nas boas revistas internacionais.

Correção: seja sintético: “Agressão depende do nível hormonal (Silva,1998).

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100- Coloque a citação do parágrafo na primeira ou na última frase

Colocar a citação do parágrafo na primeira ou na última frase é para os amantes das regrinhas. Sugestão:”Agressão depende...(Silva et.al.,2009). Esses autores...”. Enfim, escreve de forma a não deixar dúvidas.

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Capítulo 15 – Agradecimentos

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101- Agradeçam às instituições de fomento

•Agradecer às instituições de fomento se constitui como se a obtenção do auxílio fosse um ato de bondade.

•O que isso implica? Mostra o equívoco dos autores, percepção pouco crítica em relação ao que se escreve.

•Sugestão: embora deva ser colocada a agência de fomento, não se deve agradecê-la reforçadamente. Elas precisam do nosso empenho em produzirmos trabalhos condizentes com a ciência, é isso que elas esperam de nós! Os apoios financeiros são conseguidos imparcialmente(espera-se) mediante a sua argumentação, que foi considerada válida.