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DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim
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informações sobre novos concursos e muito mais. http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/. Página 48
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS DA ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA
1. PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípio, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, é o mandamento nuclear de um sistema,
verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que ser irradia sobre diferentes normas, compondo-
lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque
define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhe a Tônica que lhe dá sentido
harmônico. Adverte, ainda, o autor que violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma
norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório,
mas a todo o sistema de comandos.
Segundo a doutrina do Direito Administrativo, os princípios que regem a Administração
Pública podem ser divididos em duas grandes classes: primeiro, os Princípios Constitucionais da
Administração Pública, por constarem, explícita ou implicitamente, na Carta Política de 1988, e,
segundo, os princípios de natureza infraconstitucional (expressos ou implícitos), disciplinados em
normas legislativas situadas abaixo da Constituição (tais como as leis ordinárias e complementares).
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 1).___ (CESPE – 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo) A supremacia do
interesse público sobre o interesse particular, embora consista em um princípio implícito na
Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no referido
texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade.
- 2).___ (CESPE – Procurador – MP – TCM/GO) A obrigatoriedade de obediência aos
princípios constitucionais destina-se à administração direta, não alcançando as empresas públicas.
- 3).___ (CESPE – TJDFT – Analista Judiciário) Diversos princípios administrativos,
embora não estejam expressamente dispostos no texto constitucional, podem ser dela deduzidos
logicamente, como consequências inarredáveis do próprio sistema administrativo-constitucional.
- 4).___ (CESPE – Polícia Federal - Papiloscopista) Prevê-se expressamente que a
administração pública deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, economicidade e probidade.
- 5).___ (CESPE - STM - Técnico Judiciário) Segundo o texto constitucional, a
administração pública é regida, entre outros, pelos princípios da legalidade, moralidade e da
eficiência. Considerando-se um servidor público em estágio probatório, durante o qual também se
verifica se a pessoa habilitada no certame preenche os requisitos legais exigidos, é correto afirmar
que esse servidor deverá, obrigatoriamente, observar, em suas atividades, os princípios da
eficiência e da moralidade.
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXPRESSOS
NA CONSTITUIÇÃO
São os próprios princípios administrativos, considerados como postulados básicos e
fundamentais da Administração Pública.
Ressalta-se que os princípios constitucionais podem ser expressos (LIMPE) ou implícitos.
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Os previstos de forma expressa na Constituição Federal vêm retratados no seu art. 37, caput:
“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)
A. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Condiciona a validade e a eficácia de toda a atividade administrativa ao
atendimento da lei, ou melhor, do direito como um todo. Isso porque, no Direito Administrativo, a
legalidade não se limita apenas à conformidade com as leis em sentido formal, mas também às demais
fontes do direito administrativo, tais como a jurisprudência, os princípios, etc. As leis administrativas
são de ordem pública, donde se conclui que seus preceitos contêm “poderes-deveres” e não podem
ser desatendidos nem mesmo por acordo entre os seus destinatários.
É o princípio basilar do regime jurídico-administrativo, já que o Direito Administrativo
nasce com o Estado de Direito. É o fruto da submissão do Estado à lei. Em suma, consagra-se a ideia
de que a Administração Pública só pode ser exercida na conformidade da lei e que, de conseguinte, a
atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal, consistente na expedição de comandos
complementares à lei (C.A.B.M.).
Ancorado nesse princípio, surgiu a máxima: “ao particular é permitido tudo aquilo que
a lei não proíbe. Já ao agente público só é dado o direito de agir na forma que a lei determinar”. Para
o particular vale a chamada “autonomia da vontade”, enquanto para o agente público vigora a estrita
legalidade. “Portanto, a função do ato administrativo só poderá ser a de agregar à lei nível de
concreção; nunca lhe assistirá instaurar originariamente qualquer cerceio a direito de terceiros”
(C.A.B.M.).
Este princípio é consectário do Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF/88), onde
todos se submetem ao império da lei, inclusive o próprio Estado, que, no âmbito do Direito
Administrativo, é representado pela Administração Pública.
Segundo C.A.B.M., “a integral vigência do princípio da legalidade pode sofrer
transitória constrição perante circunstâncias excepcionais mencionadas expressamente na Lei Maior.
Isto sucede em hipóteses nas quais a Constituição faculta ao Presidente da República que adote
providências incomuns e proceda na conformidade delas para enfrentar contingências anômalas,
excepcionais, exigentes de atuação sumamente expedida, ou eventos gravíssimos que requerem
atuação particularmente. É o caso tão só das ‘medidas provisórias’ (previstas no art. 62 e parágrafos),
da decretação do ‘estado de defesa’ (regulado no art. 136) e do ‘estado de sítio’ (disciplinado nos
arts. 137 a 139)”.
TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 6).___ (CESPE - TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) A administração
deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação do princípio da supremacia do
interesse público em detrimento do princípio da legalidade.
- 7).___ (CESPE - TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) O princípio da
eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do princípio da legalidade, em caso
de incompatibilidade na aplicação de ambos.
- 8).___ (CESPE - Técnico Administrativo – TRE/PA) O princípio da legalidade constitui uma
das principais garantias de respeito aos direitos individuais.
- 9).___ (CESPE – TCE/AC) Pelo princípio da legalidade, na sua concepção atual, exige-se a
adequação formal da atividade administrativa ao conteúdo literal da lei.
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- 10).___ (CESPE – TCU – Auditor de Controle Externo) A existência de atos administrativos
discricionários constitui uma exceção ao princípio da legalidade, previsto expressamente na
Constituição da República.
- 11).___ (CESPE - 2011 - FUB - Secretário Executivo) Tanto na administração pública quanto
na particular, o administrador, para que órgão público ou a empresa alcance os objetivos
pretendidos, goza de liberdade para fazer o que for necessário, desde que a lei não proíba.
- 12).___ (CESPE – 2012 – IBAMA - Técnico Administrativo) De acordo com a CF, a medida
provisória, o estado de defesa e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade
na administração pública.
B. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
A interpretação desse princípio pode ser feita por dois aspectos, quais sejam:
1º aspecto: proíbe que os atos produzidos pela Administração se destinem ao
atendimento de interesses particulares, ou que se confundam com os interesses pessoais do agente
público. É corolário do princípio da generalidade, inerente às normas jurídicas: “A lei é impessoal e
destina-se à observância de todos”. Favorecimentos pessoais jamais atendem ao interesse público, ou
seja, ao fim público. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis.
2º aspecto: leva-nos à natureza da relação jurídica decorrente do ato praticado pelo
agente administrativo para com a Administração, que é de imputação, e não de representação. Isto
significa que “os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que o pratica,
mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor
institucional do ato. Ele é apenas órgão que formalmente manifesta a vontade estatal” (José Afonso
da Silva, citado por ZANELLA DI PIETRO, 4ª ed., Atlas). Resumindo, os atos do agente
administrativo são imputados, atribuídos à Administração, não podendo ser reivindicados por ele
como realização própria, pessoal. Daí surge a Teoria do Funcionário de Fato ou Aparente.
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 13).___ (TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) Os institutos do impedimento
e da suspeição no âmbito do direito administrativo são importantes corolários do princípio da
impessoalidade.
- 14).___ (CESPE – 2016 - PC-GO - Escrivão de Polícia) Sem ter sido aprovado em concurso
público, um indivíduo foi contratado para exercer cargo em uma delegacia de polícia de
determinado município, por ter contribuído na campanha política do agente contratante. Nessa
situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da
a) supremacia do interesse público.
b) impessoalidade.
c) eficiência.
d) publicidade.
e) indisponibilidade.
- 15).___ (CESPE – TCU/ACE) O atendimento do administrado em consideração ao seu prestígio
social angariado junto à comunidade em que vive não ofende o princípio da impessoalidade da
administração pública.
- 16).___ (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico – Específicos) O concurso público para
ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo de aplicação do princípio da
impessoalidade.
- 17).___ (FCC-TCE/RR-PROCURADOR DE CONTAS) “A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O texto acima transcrito, do art. 37,
§ 1º, da CF/88 é aplicado ao princípio da impessoalidade, pois desvincula a atuação da
Administração de qualquer alusão pessoal à figura de um agente político.
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- 18).___ (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área Administrativa) O princípio
da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que o ato administrativo seja
praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo
ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência.
- 19).___ (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Administração) O princípio da
impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em ofertar serviços públicos a
todos os cidadãos.
C. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
É o princípio que submete o agente administrativo à observância não apenas da norma
jurídica, mas, também, da lei ética da própria instituição, impondo-lhe, em sua conduta, os ditames da
moral administrativa, assim entendido o “conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina
interior da Administração”.
Engloba e transcende, por isso, o dever de probidade (vide, p.ex., a Lei 8.429/92 – Lei
de Improbidade). É pressuposto de validade do ato administrativo.
Cremos ser oportuno transcrever os incisos III e IV do Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171/94:
“III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato
administrativo”.
“IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade,
erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade”.
O § 4º do Art. 37 da CF/88 prevê que os atos de improbidade administrativa, na forma
e gradação previstas em lei, e sem prejuízo da ação penal cabível, importarão:
A suspensão dos direitos políticos;
A perda da função pública;
A indisponibilidade dos bens; e
O ressarcimento ao erário.
TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 20).___ (CESPE - TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) A ofensa ao
princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da legalidade.
- 21).___ (FCC-TRE/SE) O princípio da moralidade corresponde à proibição de a atuação
administrativa distanciar-se da moral, dos princípios éticos, da boa-fé, da lealdade.
- 22).___ (CESPE – 2015 – STJ - Analista Judiciário – Administrativa) A observância do
princípio da legalidade pelo servidor público é o que determina a moralidade da administração
pública, independentemente da finalidade do ato administrativo.
- 23).___ (FCC-TRF 2ªR) O princípio da moralidade administrativa exige que o agente público
aponte os fundamentos de fato e de direito nas suas decisões e atos.
- 24).___ (CESPE - DEFENSORIA PÚBLICA/SP) O princípio da moralidade só pode ser aferido
pelos critérios pessoais do administrador.
- 25).___ (CESPE/ AUDITOR - CGE/PB) A moralidade administrativa, por traduzir conceito
jurídico indeterminado, não se submete, em sua acepção pura, ao controle judicial.
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- 26).___ (CESPE/ AUDITOR - CGE/PB) Na prática de atos administrativos vinculados, o
administrador não está obrigado a observar a moralidade administrativa, mas apenas os limites
previstos em lei.
- 27).___ (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Administrativa) Julgue os
itens subsequentes, relativos ao direito administrativo. O princípio da moralidade pretende
tutelar o descontentamento da sociedade em razão da deficiente prestação de serviços públicos e
de inúmeros prejuízos causados aos usuários.
D. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
É o princípio que impõe à Administração Pública, num primeiro aspecto, a divulgação
oficial de seus atos e, num segundo aspecto, propicia aos interessados o conhecimento da conduta
interna de seus agentes. Traduz a ideia de acessibilidade da informação em poder do Estado. Por esse
princípio, as leis, atos e contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos
órgãos que os emitem exigem publicidade para que produzam efeitos perante partes e terceiros.
“A publicidade não é elemento formativo do ato e sim requisito de eficácia e
moralidade. Propicia o controle dos atos e contratos da Administração pelo povo, através dos meios
constitucionais: Mandado de Segurança, Ação Popular, Habeas data etc”.
O texto constitucional está permeado de normas que expressam (e, às vezes, até
restringem) o princípio, como por exemplo, o § 3º do art. 165, os incisos XIV, XXXIII e LX do art. 5º
da CRFB/88.
Assim, não se trata de aplicação absoluta, tendo em vista a possibilidade de sigilo de
alguns atos.
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 28).___ (CESPE - TCU - Analista de Controle Externo) A declaração de sigilo dos atos
administrativos, sob a invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para
a prática de um ato administrativo, pois o princípio da publicidade administrativa exige a
transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu controle de legalidade.
- 29).___ (CESPE - TCU - Analista de Controle Externo) Um jornal noticiou que, de acordo
com o princípio constitucional da publicidade, a publicação na imprensa oficial é requisito
essencial de validade dos atos administrativos praticados pela administração federal direta. Nessa
situação, a afirmação veiculada pelo jornal é correta.
- 30).___ (CESPE - TCU - Analista de Controle Externo - Tecnologia da Informação) Quando
o TCU emite uma certidão, ele evidencia o cumprimento do princípio constitucional da
publicidade.
E. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Este princípio foi introduzido no texto do caput do art. 37 da CF/88 pela EC 19/98. A
doutrina busca, aos poucos, desvendar o conteúdo deste princípio.
Pode-se conceituá-lo como o princípio que exige o exercício efetivo do cargo segundo
padrões mínimos de proficiência que garantam o desempenho de serviço público adequado, como está
a exigir o inciso IV do art. 175 da CF/88.
Por serviço adequado entende-se aquele prestado ao povo, em geral, e a cada
destinatário específico, em particular, segundo os critérios (ou requisitos) de:
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permanência: garante a continuidade do serviço;
generalidade: oferecido com igualdade para todos;
eficiência: serviço atualizado tecnicamente;
cortesia: bom tratamento ao público e ao usuário;
modicidade: tarifas razoáveis, quando onerosos.
O requisito da eficiência já existia no nosso ordenamento constitucional (inciso II do
art. 74 da CF) e vinha explícito em diversos diplomas infraconstitucionais, como, por exemplo, no
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
Decreto 1.171/94 que dispõe, entre outras coisas:
“XIV - são deveres fundamentais do servidor público:
a) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, funções ou emprego público de que seja titular;
b) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento;
c) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviços e a legislação pertinente ao órgão
onde exerce suas funções;
d) Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem”.
Na Seção III - estabelece o pouco conhecido (até pelos próprios servidores) Código de Ética:
“XV - É vedado ao servidor público:
e) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
O inciso I do susomencionado Código coloca, entre as regras deontológicas, a eficácia,
que, para a ciência da Administração, representa o resultado positivo obtido na comparação entre os
objetivos traçados e os resultados alcançados. A eficácia depende, então, da eficiência, que resulta
da relação entre os resultados alcançados e os recursos utilizados. Entre os recursos está o elemento
humano.
O Estatuto do Servidor Público Civil Federal (Lei 8.112/90) exige observância, e como
condição de aprovação no estágio probatório, dos fatores de capacidade de iniciativa e
produtividade, entre outros (art. 20, III e IV). Aliás, a Lei 1.711/52 (substituída pela Lei 8.112/90),
em seu artigo 19, IV, já exigia textualmente o requisito da eficiência para aprovação no Estágio
Probatório.
Em seu art. 116, a Lei 8.112/90 aponta como alguns dos deveres do servidor:
“I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; (...);
V - atender com presteza; (...);
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público”.
O art. 117 faz constar entre as proibições:
“XV - proceder de forma desidiosa”.
Já o art. 132 diz que a demissão será aplicada nos seguintes casos:
“XIII - transgressão aos incisos IX a XVI do art. 117”.
O Princípio da eficiência é, em síntese, o princípio pelo qual os cargos, as funções e
os empregos públicos devem ser efetivamente exercidos (desempenhados), com proficiência, zelo,
presteza e excelência técnica a fim de garantir a consecução do objetivo maior do Estado, que é
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satisfazer o interesse público através da prestação de serviço adequado, garantindo a eficácia da
Administração.
A sua desobediência pode levar à perda do cargo, até mesmo do servidor estável,
“mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar”
assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, III, da CF/88 com a redação da Emenda Constitucional 19/98).
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 31).___ (CESPE – TCU / ACE) O princípio da eficiência relaciona-se com o modo de atuação
do agente e com o modo de organização e estruturação da administração pública, aspectos cujo
conteúdo identifica-se com a obtenção de melhores resultados na relação custo versus benefícios
e com o satisfatório atendimento das necessidades do administrado.
- 32).___ A exigência de que o administrador público atue com diligência e racionalidade,
otimizando o aproveitamento dos recursos públicos para obtenção dos resultados mais úteis à
sociedade, se amolda ao princípio da continuidade dos serviços públicos.
- 33).___ (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico – Específicos) A respeito dos
princípios que regem o direito administrativo, julgue os itens seguintes. O princípio
da eficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável a toda atividade
da administração pública.
- 34).___ (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Administração – Específicos)
Com relação à estrutura e à organização administrativa e aos princípios
fundamentais da administração pública, julgue os itens a seguir. Uma das
manifestações do princípio da eficiência está nas rotinas de controle de resultados a que
se submete o poder executivo. - 35).___ (FCC - TRT 1ªR/Abril 2011) - Analise as seguintes proposições, extraídas dos
ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio
Bandeira de Mello: I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade
e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que
impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional. II. No
texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por
exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende
de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. As
assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração
Pública:
(A) moralidade e legalidade.
(B) eficiência e impessoalidade.
(C) legalidade e publicidade.
(D) eficiência e legalidade.
(E) legalidade e moralidade.
3. OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS (IMPLÍCITOS OU RECONHECIDOS)
A seguir, princípios denominados reconhecidos, ou não-expressos, ou implícitos. É
de se ressaltar, no entanto, que tais princípios não se encontram expressos na Constituição Federal,
mas estão previstos, claramente, em diversas leis infraconstitucionais.
A propósito, vide o art. 2º da Lei 9.784/99 – “A Administração Pública obedecerá,
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”. São
alguns deles:
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A. PRINCÍPIO DA FINALIDADE
É o princípio que impõe ao administrador público a observância, para a prática de
qualquer ato administrativo, do seu fim legal, indicado expressa ou virtualmente na norma de direito.
E a finalidade maior é o interesse público ou a conveniência para a Administração.
Este princípio impõe-se, de primeira mão, ao legislador e, depois, ao administrador e
aos agentes públicos em geral.
O legislador não deve perder de vista a finalidade maior do serviço público, que é a de
satisfazer as necessidades públicas (critério político de reconhecimento) através de um serviço público
adequado. Caso contrário, certamente pecará por falta de razoabilidade, regulamentando demais,
onerando os cofres públicos e atingindo a esfera sagrada dos direitos individuais.
Os atos que não respeitem a finalidade (geral e específica) incorrem no denominado
“desvio de poder” ou “desvio de finalidade”, vício que os tornam nulos. Quem desatende ao fim legal
desatende à própria lei.
TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 36).___ (FCC-TRE/PE) A Constituição Federal não se referiu expressamente ao princípio
da finalidade, mas o admitiu sob a denominação de princípio da:
a) Impessoalidade.
b) Publicidade.
c) Presunção de legitimidade.
d) Legalidade
e) Moralidade.
- 37).___ (CESGRANRIO – 2014 – EPE – Advogado) Ao se estabelecer que o Estado deve
perseguir o interesse público em detrimento do interesse privado, busca-se realizar,
primacialmente, o princípio da: a) finalidade
b) continuidade
c) legalidade
d) impessoalidade
e) indisponibilidade
B. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
É o controle realizado pela administração sobre seus próprios atos, que poderão ser
revogados ou anulados, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. É consectário do princípio
da legalidade.
Pauta-se na relação de subordinação existente nos órgãos públicos. Está consagrado,
sobretudo, em duas súmulas do STF (Súmula 346 – “A Administração Pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.” – e Súmula 473 – “A Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.”).
Não confundir com a denominada Tutela (ou Supervisão), que é pautada na relação de
vinculação entre os entes. Trata-se de controle finalístico, restrito aos aspectos de legalidade, não
envolvendo, pois, análise de mérito administrativo.
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TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 38).___ (TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) O princípio do controle ou
tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo anular os ilegais e
revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder Judiciário.
- 39).___ (TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) Dado o princípio da
autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela instituída, com o
objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
- 40).___ Em decorrência do princípio administrativo da autotutela, a administração pública pode
anular, de ofício, seus próprios atos, quando ilegais.
- 41).___ Pelo princípio da autotutela, a Administração limita-se a controlar a legalidade dos atos
administrativos.
- 42).___ (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Administração – Específicos) A
possibilidade de se revogar atos administrativos cujos efeitos já se exauriram é
decorrência lógica do princípio da autotutela.
- 43).___ (CESPE - 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Tecnologia
da Informação) O princípio da autotutela possibilita à administração pública anular os
próprios atos, quando possuírem vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los por
conveniência ou oportunidade, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos e seja
garantida a apreciação judicial.
C. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
"Impõe à administração atuar dentro de limites aceitáveis, utilizando-se
adequadamente dos meios para atingir os fins desejados, numa congruência lógica entre as situações
postas no caso concreto e as decisões administrativas tomadas". Exemplificando, é vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções aos administrados, em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (Lei 9784/99, art. 2º, VI).
É de se observar que, para MARIA SYLVIA DI PIETRO, bem assim para grande parte da
doutrina e jurisprudência, o princípio da proporcionalidade "constitui um dos aspectos contidos no
princípio da razoabilidade", pois este exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a
Administração e os fins a serem alcançados. Meios e fins são colocados em equação mediante um
juízo de ponderação. Corroborando essa linha de raciocínio, veja-se o seguinte excerto extraído do
repositório jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (REsp 728.999/PR, Relator Ministro Luiz
Fux), verbis:
“(...) 2. A atuação da Administração Pública deve seguir os parâmetros da
razoabilidade e da proporcionalidade, que censuram o ato administrativo que não
guarde uma proporção adequada entre os meios que emprega e o fim que a lei almeja
alcançar.
3. A razoabilidade encontra ressonância na ajustabilidade da providência
administrativa consoante o consenso social acerca do que é usual e sensato. Razoável
é conceito que se infere a contrario sensu; vale dizer, escapa à razoabilidade "aquilo
que não pode ser". A proporcionalidade, como uma das facetas da razoabilidade revela
que nem todos os meios justificam os fins. Os meios conducentes à consecução das
finalidades, quando exorbitantes, superam a proporcionalidade, porquanto medidas
imoderadas em confronto com o resultado almejado.”
Assim, a razoabilidade seria composta de adequação, necessidade/utilidade e
proporcionalidade em sentido estrito.
DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim
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TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 44).___ (CESPE – 2014 – MPE-AC – Promotor de Justiça) Segundo o entendimento do STF,
para que não ocorra violação do princípio da proporcionalidade, devem ser observados três
subprincípios: adequação, finalidade e razoabilidade stricto sensu.
- 45).___ (CESPE - 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade estão previstos de forma expressa na CF.
- 46).___ (FCC – TRT/RS – Analista Judiciário) A adequação entre os meios e fins, vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público representa o princípio da proporcionalidade.
- 47).___ (FCC – TRT 20ª Reg – Analista Judiciário) A razoabilidade, por seu um princípio
abstrato, deve ser aferida segundo os valores de um homem com notável cultura jurídica e social.
- 48).___ (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Administração – Específicos) O
princípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade da administração pública em divulgar a
fundamentação de suas decisões por meio de procedimento específico.
D. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Por este princípio, não podem os serviços públicos ser interrompidos, via de regra, por
motivos comuns, dado à essencialidade e características de inadiáveis. Suas particularidades são
aprofundadas no tema de “Serviços Públicos”.
São exemplos de aplicação desse princípio: A limitação ao direito de Greve no serviço
público; a restrição à cláusula da exceção de contrato não cumprido pela Lei de licitações; a
possibilidade de ocupação provisória nos casos de serviços essenciais (art. 58, V, da Lei 8.666/93).
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 49).___ (TRT – 2016 - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário) Decorre do princípio da
continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante institutos como a
delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas.
- 50).___ (CESPE – 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário –
Administrativo) Diferentemente das organizações privadas, as organizações públicas são
regidas pela supremacia do interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação
do serviço público.
E. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA)
Esse princípio comporta dois vetores básicos quanto às perspectivas do cidadão. De um
lado, a perspectiva de certeza, que indica o conhecimento seguro das normas e atividades jurídicas, e,
de outro, a perspectiva de estabilidade, mediante a qual se difunde a ideia de consolidação das ações
administrativas e se oferece a criação de novos mecanismos de defesa por parte do administrado,
inclusive alguns deles, como o direito adquirido e o ato jurídico perfeito.
Uma das principais implicações desse princípio vem retratada no artigo 2ª, XIII, da Lei
9.784/99, em que se diz que deve ser observada a “interpretação da norma administrativa da forma
que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.”
Outro dispositivo legal de aplicação do referido princípio é o artigo 54 daquela lei que
afirma que “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé”. Não anulando a Administração Pública nesse prazo, presume-se que ela
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não tem mais interesse em assim proceder, devendo, pois, consolidar-se a situação fática, ainda que
pautada numa ilegalidade, convalidando-se tacitamente o ato administrativo.
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 51).___ (CESPE – 2014 – MPE-AC – Promotor de Justiça) O princípio da segurança jurídica
apresenta-se como espécie de limitação ao princípio da legalidade, prescrevendo o ordenamento
jurídico o prazo decadencial de cinco anos para a administração anular atos administrativos que
favoreçam o administrado, mesmo quando eivado de vício de legalidade e comprovada a má-fé.
- 52).___ (CESPE TJ/RR – ADMINISTRADOR) Com base no princípio da segurança jurídica,
uma nova interpretação dada pela administração acerca de determinado tema não pode ter
eficácia retroativa.
- 53).___ (FCC- TRT/4ªR – ANALISTA JUDICIÁRIO) O princípio da segurança jurídica consiste
na prerrogativa que detém a Administração Pública de exercer o controle interno sobre os
próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes e inoportunos.
- 54).___ (FCC- TRT/4ªR – ANALISTA JUDICIÁRIO) O princípio da segurança jurídica consiste
na presunção de que todo ato praticado pela Administração Pública encontra-se em conformidade
com o ordenamento jurídico, até prova em contrário.
- 55).___ (FCC- TRT/4ªR – ANALISTA JUDICIÁRIO) O princípio da segurança jurídica consiste
na interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
F. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO (OU DA FUNDAMENTAÇÃO)
Esse princípio exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de
direito de suas decisões. A sua obrigatoriedade, em regra, se justifica em qualquer tipo de ato
(vinculado ou discricionário), porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de
legalidade dos atos administrativos. A motivação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do
ato (embora já se tenha admitido na jurisprudência, em situações excepcionais, a motivação posterior).
A motivação é exigida em diversas leis, como, p.ex., na Lei 8.666/93 (Licitações e
Contratos). Já a Lei 9.784/99 (Processo Administrativo no âmbito federal) trata desse princípio tanto
no art. 2º, parágrafo único, VII, como no art. 50.
A motivação, em regra, não exige formas específicas, podendo ser ou não concomitante
com o ato. É possível, inclusive, a chamada motivação aliunde, quando consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste
caso, serão parte integrante do ato (art. 50, § 1º, da Lei 9.784/99).
Não se confunde com o motivo, que é elemento do ato, para ser a explicação sobre ele.
TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 56).___ (CESPE/DFTRANS) Segundo o princípio da motivação, os atos da administração
devem receber a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram a decisão.
- 57).___ (CESPE TJ/RJ – Analista) Pelo princípio da motivação, é possível a chamada
motivação aliunde, ou seja, a mera referência, no ato, à sua concordância com anteriores
pareceres, informações, decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação do ato.
- 58).___ (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) De acordo com a Lei
n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo federal, é desnecessária a motivação dos
atos administrativos discricionários, entretanto, uma vez expressa a motivação, a validade desses
atos fica vinculada aos motivos indicados como seu fundamento.
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GABARITO
1) C
2) E
3) C
4) C
5) C
6) E
7) E
8) C
9) E
10) E
11) E
12) C
13) C
14) B
15) E
16) C
17) C
18) C
19) E
20) E
21) C
22) E
23) E
24) E
25) E
26) E
27) E
28) E
29) E
30) C
31) C
32) E
33) E
34) C
35) B
36) A
37) A
38) E
39) E
40) C
41) E
42) E
43) C
44) E
45) E
46) C
47) E
48) E
49) C
50) C
51) E
52) C
53) E
54) E
55) C
56) C
57) C
58) E