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Logística I - Jaime Cardoso 1 CAPÍTULO II – GESTÃO DE ARMAZENAGEM UNIDADE VI - ESPECIFICAÇÃO - PADRONIZAÇÃO – NORMATIZAÇÃO - CODIFICAÇÃO VI.1 - Especificação de Material VI.2 - Padronização e Normatização de Material VI.3 - Classificação do Material VI.4 - Codificação de Material VI.5 - Tipos de Codificação: VI.5.1 - Código De Barras VI.5.2 - O sistema EAN (GS1 BRASIL) é composto dos seguintes elementos VI.5.3 - Por que utilizar o Sistema EAN/UCC? VI.5.4 - Vantagens para a Indústria VI.5.5 - Vantagens para o Comércio VI.5.6 - Vantagens para o Consumidor VI.5.7- Introdução VI.5.8 - Quais são os benefícios da codificação EAN (GS1 BRASIL) VI.5.9 - O que o Sistema EAN (GS1 BRASIL) oferece para atender às necessidades de padronização dos seus usuários VI.5.10 - Código de Barras em 2D VI.5.11 - Etiquetas Eletrônicas VI.5.12 TEXTOS UNIDADE VII - MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS VII - Administração de Almoxarifado VII.1 - Gestão Estratégia da Armazenagem VII.1.1 - Mudança da Missão da Armazenagem VII.1.2 - Fatores que determinaram a mudança da missão da Armazenagem VII.1.3 - A armazenagem e o conceito do Supply Chain VII.2 - Almoxarifado VII.2 - Fatores da Armazenagem VII.3 - Objetivos Básicos da Função Armazenagem VII.4 - Almoxarifado X Empresa VII.5 - Órgão de Prestação de Serviço VII.6 - Técnicas de Armazenamento VII.7 - Dispositivos de Armazenamento VII.9 - Identificação da Localização em Estoque VII.10 - Cargas Unitizadas VII.10.1 - Tipos de Cargas Unitizadas VII.10.2 - Cargas Paletizadas VII.11- Layout VII.11.1 - Objetivos do Layout VII.11.2 - Um bom layout deve satisfazer seis princípios básicos VII.12- RECEBIMENTO DE MATERIAIS VII.13- Material de Trânsito Direto (MTD) VII.14- Devoluções de Materiais VII.15- Controle de Inventário Físico VII.15.1 - Baixa e Alienação VII.16 - Acurácia de Estoque

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CAPÍTULO II – GESTÃO DE ARMAZENAGEM UNIDADE VI - ESPECIFICAÇÃO - PADRONIZAÇÃO – NORMATIZAÇÃO - CODIFICAÇÃO VI.1 - Especificação de Material VI.2 - Padronização e Normatização de Material VI.3 - Classificação do Material VI.4 - Codificação de Material VI.5 - Tipos de Codificação: VI.5.1 - Código De Barras VI.5.2 - O sistema EAN (GS1 BRASIL) é composto dos seguintes elementos VI.5.3 - Por que utilizar o Sistema EAN/UCC? VI.5.4 - Vantagens para a Indústria VI.5.5 - Vantagens para o Comércio VI.5.6 - Vantagens para o Consumidor VI.5.7- Introdução VI.5.8 - Quais são os benefícios da codificação EAN (GS1 BRASIL) VI.5.9 - O que o Sistema EAN (GS1 BRASIL) oferece para atender às necessidades de padronização dos seus usuários VI.5.10 - Código de Barras em 2D VI.5.11 - Etiquetas Eletrônicas VI.5.12 TEXTOS UNIDADE VII - MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

VII - Administração de Almoxarifado VII.1 - Gestão Estratégia da Armazenagem VII.1.1 - Mudança da Missão da Armazenagem VII.1.2 - Fatores que determinaram a mudança da missão da Armazenagem VII.1.3 - A armazenagem e o conceito do Supply Chain VII.2 - Almoxarifado VII.2 - Fatores da Armazenagem VII.3 - Objetivos Básicos da Função Armazenagem VII.4 - Almoxarifado X Empresa VII.5 - Órgão de Prestação de Serviço VII.6 - Técnicas de Armazenamento VII.7 - Dispositivos de Armazenamento VII.9 - Identificação da Localização em Estoque VII.10 - Cargas Unitizadas VII.10.1 - Tipos de Cargas Unitizadas VII.10.2 - Cargas Paletizadas VII.11- Layout VII.11.1 - Objetivos do Layout VII.11.2 - Um bom layout deve satisfazer seis princípios básicos VII.12- RECEBIMENTO DE MATERIAIS VII.13- Material de Trânsito Direto (MTD) VII.14- Devoluções de Materiais VII.15- Controle de Inventário Físico VII.15.1 - Baixa e Alienação VII.16 - Acurácia de Estoque

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VII.16.1 – Objetivos V.16.2 - O Conceito VII.16.3 - Como a Falta de Acurácia pode afetar a Cadeia VII.16.4 - Formas de Medir a Acurácia dos Estoques VII.16.5 - Vantagens do Uso da Contagem Cíclica VII.16.6 - Desvantagens do Inventário Físico VII.16.7 - Parâmetros de Contagem VII.16.8 - Processo Inicial VII.16.9 - Onde podem estar os erros VII.16.10 - selecionando os itens VII.16.11 - Organizando a contagem cíclica VII.16.12 - Designação de responsabilidades VII.16.13 - Suporte do Computador VII.16.14 – Procedendo a Contagem VII.16.15 – Reconciliação VII.16.16 – Calculando a Acurácia VII.16.17 - Textos

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LOGÍSTICA I CAPÍTULO II – GESTÃO DE ALMOXARIADOS

UNIDADE VI

ESPECIFICAÇÃO - PADRONIZAÇÃO – NORMATIZAÇÃO - CODIFICAÇÃO

VI.1 - ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAL: É a descrição técnica do material. Utilizando-se de suas características, a descrição minuciosa possibilitará melhor entendimento entre requisitante, comprador e fornecedor. (utilizar catálogo técnico do fornecedor para auxiliar o comprador) Exemplo: pilha alcalina, marca Duracell, tamanho AA, 1, 5V. Especificação nada mais é que a identificação do material, na qual procuramos apresentar todas as particularidades ou características físicas e químicas a fim de individualizar tal material. Dizemos, então, que estamos adotando o método descritivo para especificar o material. Exemplo: lâmpada para escritório Philips Marca General Eletric TL 40W/75 RS referência comercial BR 40W Fluorescente modelo incandescente 40W potência 40W 1200mm comprimento 120mm 40mm diâmetro 60mm Extra luz do dia tipo econômica 110V tensão 110V (A perfeita especificação do material é a certeza de uma compra exata e com Qualidade do Produto). VI.2 - PADRONIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DE MATERIAL Padronização: Objetiva facilitar a identificação do material, bem como a sua aplicação (vários comprimentos de pilha). A padronização é aplicada no caso de medidas (rosca de uma lâmpada), peso (sabonete e creme dental) e forma do produto (garrafa de cerveja). O estudo do tipo-padrão a ser utilizado em uma empresa deverá ser escolhido por uma equipe com representantes de todas as áreas envolvidas na compra, estocagem, transporte e utilização do material, para que todos os interesses possam ser defendidos.

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Normatização: É a classe de norma técnica que constitui um conjunto metódico e preciso de preceitos destinados a estabelecer regras para execução de cálculos, projetos, fabricação, serviços ou instalações, prescrever condições mínimas de segurança na execução de obras, máquinas ou instalações, recomendar regras para elaboração de outras normas e demais documentos normativos. A normatização ocupa-se da maneira pela qual os materiais devem ser utilizados em suas diversas finalidades, tornando-os “normais” a sua aplicação. (é o emprego adequado).

Exemplo: gasolina, medicamentos, E.P.I., tolerância do peso dos produtos, esterilização de produtos hospitalares.

Pela resolução nº 03/76 e amparada pela lei nº 5.966, de 11-12-1973, o Conselho Nacional de Metrologia, Normatização e qualidade Industrial – Conmetro – define Norma Brasileira, que visam obter: 1. Defesa dos interesses nacionais; 2. Racionalização na fabricação ou produção e na troca de bens e serviços,

por meio de operações sistemáticas e repetitivas; 3. Proteção dos interesses dos consumidores; 4. Segurança de pessoas e bens; 5. Uniformidade dos meios de expressão e comunicação. As normas diferem quanto à forma e ao tipo, dependendo dos aspectos particulares de um assunto a ser abordado. Os tipos de norma são: 1. Procedimento ou norma propriamente dita; 2. Especificação; 3. Padronização; 4. Método de ensaio; 5. Terminologia; 6. Simbologia; 7. Classificação. Os níveis de elaboração ou aplicação das normas podem ser: 1. Nível individual; 2. Nível da empresa; 3. Nível nacional; 4. Nível regional; 5. Nível internacional. A normalização envolve os seguintes princípios: 1. A normatização é essencialmente um ato de simplificação; 2. A normatização é uma atividade social, bem como econômica, e sua

promoção deve ser fruto de cooperação mútua de todos os interessados;

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3. A simples publicação de uma norma tem pouco valor, a menos que ela possa ser aplicada; logo, a aplicação pode acarretar sacrifícios de poucos para benefícios de muitos.

VI.3 - CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL Classificar um material é agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, utilidade, tipo, etc. A classificação não deverá gerar confusão, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo a ser confundido com outro, mesmo havendo semelhança entre eles. Classificar é ordenar os produtos, segundo critérios previamente adotados, agrupando-os de acordo com a semelhança, sem causar dispersão no espaço ou alteração na qualidade. Exemplo: agrupar produtos de limpeza junto com alimentos.

MÉTODO DECIMAL E CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL

01 - Tinta 02 - Móvel 03 – Ferro 04 - Máquina Elétrica 01.01 - Verniz 02.01 - Armário 03.01 - Redondo 04.01 - Gerador 01.02 - Esmalte 02.02 - Arquivo 03.02 - Chato 04.02 - Turbina 01.03 - Solvente 02.03 - Mesa 03.03 - Sextavado 04.03 - Motor A classificação do material pode ser feita também por ordem alfabética ou alfa-numérica. A C.D.U. (Classificação Decimal Universal) de Melville Dewer roporciona uma série de variações em agrupamentos, permitindo uma identificação e localização imediata do material. VI.4 - CODIFICAÇÃO DE MATERIAL OBJETIVO: A codificação alicerça-se em bases técnicas, a partir de uma análise dos materiais da empresa, e tem por objetivo propiciar aos envolvidos a solicitação de materiais por seu código, em lugar do nome habitual, e possibilitar a utilização de sistemas automatizados de controle, objetivando: a) Facilitar a comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e

compras; b) Evitar a duplicidade de itens no estoque; c) Permitir as atividades de gestão de estoques e compras; d) Facilitar a padronização de materiais; e) Facilitar o controle contábil dos estoques. Em conseqüência, a codificação permite pleno controle do estoque, de compras em andamento e de recebimento.

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VI.5 - TIPOS DE CODIFICAÇÃO: Numérica - uso somente de algarismos arábicos (51) Alfa-numérica - combinação de letras e números (XR3, 14 BIS) Decimal - dividindo-se em três grupos:

a) Aglutinante: é o grupo-chave designador do agrupamento de materiais. Ex.: Matéria-prima, Material de Escritório, de segurança, de limpeza, diversos, etc. b) Individualizador: identifica cada um dos materiais que constam do

grupo Aglutinador. Ex.: no material de escritório, temos lápis, caneta, régua, etc.

c) Descritivo: descreve os materiais pertencentes ao grupo Individualizador. Ex.: Régua milimetrada de madeira.

EXEMPLO DE CODIFICAÇÃO PELO SISTEMA DECIMAL

11 Disponível 12 Realizável a curto prazo 12.11 Almoxarifado 12.11.01 Matéria-prima 12.11.02 Material de escritório ................. (aglutinante) 12.11.02.01 Réguas ........................... (individualizador) 12.11.02.01.01 Régua de plástico milimetrada de 30 cm. Des- 12.11.02.01.02 Régua de madeira milimetrada de 50 cm. Cri- 12.11.02.01.03 Régua de aço milimetrada de 15 cm. Tivo VI.5.1 - Código de Barras A GS1 BRASIL - Associação Brasileira de Automação Comercial -, fundada em 8 de novembro de 1983, atualmente GS! Brasil, recebeu do governo federal a incumbência de administrar no âmbito do território brasileiro o Código Nacional de Produtos, Sistema EAN/UCC. A atuação da entidade decorre da edição do Decreto-Lei n.º 90.595, de 29.11.84 e da Portaria n.º 143 de12.12.84, do Ministério do Estado da Indústria e Comércio. Por seu lado, a EAN International, entidade com sede em Bruxelas, Bélgica, nomeou a EAN BRASIL (GS1 BRASIL) como a Organização de Numeração no Brasil, para proporcionar assistência completa à implementação do Sistema EAN/UCC às empresas filiadas. Suas principais responsabilidades são: Em 01.06.96, foi estabelecido um acordo de cooperação entre a EAN Internacional e o UCC - Uniform Code Council, Inc., Entidade americana que administra o sistema UPC (Código Universal de Produtos) de numeração e código de barras utilizado nos Estados Unidos e no Canadá. Essa aliança promoveu maior colaboração, intercâmbio e suporte técnico entre os parceiros comerciais de todo o mundo. O Sistema EAN/UCC em detalhes Há trinta anos, o bloco de notas e a gaveta da caixa registradora eram ferramentas comuns usadas para somar a conta de um consumidor. A manutenção do estoque era um pesadelo, e os resultados costumavam ser impreciso. Em pouco tempo, as

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companhias perceberam que, se quisessem ter êxito nas condições que cada vez mais lhes eram impostas no mundo dos negócios, teriam de revisar seus sistemas de gestão interna e o de comunicação de dados com seus parceiros comerciais. Atualmente, parte importante das transações em organizações varejistas e atacadistas é feita através do uso da tecnologia do código de barras, permitindo o registro rápido e preciso de movimentos de venda e a gestão dos estoques, garantindo a melhor produtividade e qualidade. As sementes desse desenvolvimento foram plantadas em 1974, quando os fabricantes e distribuidores de doze países europeus formaram um conselho para examinar a possibilidade de desenvolver um sistema padronizado de numeração de artigos para a Europa, semelhante ao sistema do Código Universal de Produtos (UPC) já estabelecido nos Estados Unidos pelo Uniform Code Council (UCC). Como resultado, foi criada em 1977 uma entidade sem fins lucrativos, a "European Article Numbering Association" (EAN). Com o êxito do sistema EAN expandindo-se para outros países fora da Europa, a European Article Numbering Association adquiriu um status internacional e ela tornou-se a International Article Numbering Association, conhecida como EAN International. Hoje, milhares de companhias em todo o mundo usando o sistema EAN através de uma rede internacional de Organizações de Numeração, atendendo as empresas em mais de 100 países. Embora o sistema EAN (GS1 BRASIL) tenha sido implementado inicialmente pelo setor varejista, ele expandiu-se em pouco tempo para todos os setores industriais e comerciais com o objetivo de identificar não apenas bens de consumo mas também produtos para a saúde, têxteis, autopeças, e muitos outros produtos e serviços. O sistema EAN (GS1 BRASIL) permite que as companhias tenham um sistema eficiente de comunicação, integrando todos os parceiros comerciais ao longo da cadeia de suprimentos, sejam eles fabricantes, atacadistas, distribuidores ou consumidores finais. A identificação correta é decisiva sempre que são obtidas, gravadas, comunicadas ou transferidas informações e conhecimentos. O sistema provê todo o necessário para isso por meio de uma abordagem única para a identificação e comunicação. VI.5.2 - O sistema EAN (GS1 BRASIL) é composto dos seguintes elementos:

• Um sistema para numerar itens (produtos de consumo e serviços, unidades de transporte, localizações, etc.), permitindo que sejam identificados

• Um sistema para representar informações suplementares (número de batch ( Lote ), data, medidas, etc.)

• Códigos de barras padronizados para representar qualquer tipo de informação que possa ser lidas facilmente por computadores (escaneada)

• Um conjunto de mensagens EANCOM para transações pelo Intercâmbio Eletrônico de Documentos (EDI).

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O principal fator integrador do sistema EAN (GS1 BRASIL) é a representação uniforme dos dados, na forma de um identificador não-significativo, que é transferido entre usuários, seja através de códigos de barras ou pelo EDI. Alinhada com a dinâmica do ambiente de negócios, a EAN International e as Organizações de Numeração, em estreita colaboração com as companhias usuárias e os órgãos governamentais, trabalham juntas para fornecer soluções de identificação e comunicação que possam ser usadas por todos os setores.

VI.5.3 - Por que utilizar o Sistema EAN/UCC? Os benefícios da utilização do Sistema EAN/UCC são:

• Padrão utilizado internacionalmente em mais de 100 países • Cada identificação de mercadoria é única no mundo •••• Decodificação rápida do símbolo, gerando informações instantâneas • Linguagem comum no intercâmbio de informações entre parceiros

comerciais.

VI.5.4 - Vantagens para a Indústria: • Conhecimento exato do comportamento de cada produto no mercado • Estabelecimento de uma linguagem comum com os clientes • Organização interna, mediante a codificação de embalagens de

despacho e da matéria-prima. • Controle de inventários e do estoque, expedição de mercadorias. • Padronização nas exportações • Aproximação do consumidor ao produto (merchandising) • Possibilidade de utilizar o Intercâmbio Eletrônico de Documentos (EDI).

VI.5.5 - Vantagens para o Comércio: • Otimiza o controle de estoque • Aumenta a eficiência no ponto de venda: elimina erros de digitação,

diminui o tempo das filas. • Otimiza a gestão de preços e de crédito • Melhora o controle do estoque central • Obtém informações confiáveis para uma melhor negociação • Vende mais com maior lucro • Atende às mudanças rápidas dos hábitos de consumo • Melhora o serviço ao cliente • Estabelece linguagem comum com fornecedores • Possibilita o uso de ferramentas baseadas nas informações coletadas • Possibilita a utilização do Intercâmbio Eletrônico de Documentos (EDI).

VI.5.6 - Vantagens para o Consumidor:

• Cupom fiscal detalhado • Passagem rápida pelo check-out • Eliminação de erros de digitação em sua compra • Preço correto nas gôndolas e no check-out • Linhas de produtos à venda de composição mais adequada ao perfil da

clientela • Melhores serviços.

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VI.5.7- Introdução Com o aumento da informatização, as descrições dos produtos e serviços precisam ser substituídas por códigos que sejam utilizáveis em todos os setores do comércio e da indústria no mundo inteiro. A EAN International desenvolveu um sistema de números que garante a identificação exclusiva e sem ambigüidade. Esses números proporcionam um idioma comum pelo qual os fabricantes, exportadores, importadores, atacadistas e varejistas podem comunicar informações relativas aos produtos ou serviços que negociam. Os números de produtos são representados por códigos de barras que podem ser lidos por scanners ao longo de toda a cadeia de suprimentos, e fornecem informações precisas para a melhoria da gestão empresarial. Marcado na embalagem, esse padrão de codificação compõe-se de uma numeração humano-legível e de sua simbolização em barras, decodificável por leitores ópticos, proporcionando uma captura de dados mais rápida para o sistema logístico e distributivo. Os itens escaneados no ponto de venda de varejo são chamados unidades de consumo, ao passo que os itens negociados entre as empresas são chamados unidades de distribuição.

VI.5.8 - Quais são os benefícios da codificação EAN (GS1 BRASIL) • São seguros: um número exclusivo é alocado para cada unidade • São não-significativos: o número EAN (GS1 BRASIL) em si mesmo é a

chave para acessar uma base de dados que contém informações precisas sobre a unidade.

• São multi-setoriais e internacionais: sua não-significação permite seu uso e sua exclusividade através das fronteiras.

• São seguros: os números EAN (GS1 BRASIL) incluem um dígito de controle que garante a captura segura dos dados.

VI.5.9 - O que o Sistema EAN (GS1 BRASIL) oferece para atender às necessidades de padronização dos seus usuários

EAN-13: utilizado para identificar unidade de consumo •EAN-8: utilizado para identificar unidade de consumo, quando a embalagem não tem espaço físico para marcar o EAN-13

EAN/DUN-14: utilizado para identificar caixas de papelão, fardos e unidades de despacho em geral •UCC/EAN-128: aplicado em unidades de distribuição, permitindo identificação de número de lote, série, data de fabricação, validade, textos livres e outros dados •ISBN: utilizado para identificar livros •ISSN: utilizado para identificar publicações periódicas.

Identificação para Uso Interno • Identificação de Locais • Identificação de serviços

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Identificação no Setor Hospitalar EAN-13 O código EAN-13 identifica o país de origem do produto, a empresa e o produto por ela produzido. O último dígito serve para o controle da composição total do código e é obtido através de cálculo algoritmo.

MODELO DO CÓDIGO DE BARRA

7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 5

7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 5País

3 dígitosconcedidos pela

EAN Brasil

Empresa4 ou 5 dígitos

concedidos pelaEAN Brasil

Produto4 ou 5 dígitos

elaborados pelaempresa

DC - dígito decontrole (cálculo

algorítmico)

Código 128

Existem diversos padrões de codificação em barras. O código conhecido por 128 é um dos mais utilizados, por ser compacto e seguro.

Cada caracter no código 128 é composto por 11 módulos dispostos em 3 barras e 3 espaços. Cada barra ou espaço pode usar de 1 a 4 módulos.

Fonte:

www.plannernet.com.br\apres_historico.htm www.gs1brasil.org.br/

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Utiliza-se um instrumento como o demonstrado na figura abaixo, para fazer a leitura dos diversos tipos de códigos que as empresas recebem, esse leitor facilita grandemente o trabalho, pois agiliza o processo de cadastramento dos produtos nos softwares, reduzindo esse tempo de cadastramento e o tempo gasto para processar as entradas e saídas de estoques, o que agiliza as conferências diárias de mercadorias:

Código de Barra Lector Laser Metrologic

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VI.5.10 - Código de Barras em 2D

O QR Code não é algo novo, a “coisa” já existe desde 1994, mas só agora vem ganhando as atenções de grandes empresas e, essencialmente, do público web. QR Code, ou Código de Barras em 2D, é uma matriz ou código de barras bi-dimensional, criado pela empresa Japonesa Denso-Wave.

Trata-se de um código de barras em 2D que ao ser interpretado oferece um conteúdo rico em informações. Sua capacidade de “guardar” dados está muito além do código de barras que usualmente você vê em supermercados. Como na imagem acima, que possui dados codificados em barras em 2D

Nas lojas e supermercados, um código de barras é interpretado por uma máquina do estabelecimento. A usabilidade do QR Code está além das máquinas desses estabelecimentos. Em um QR Code, a exemplo, pode conter um endereço de internet, um texto ou mesmo um número de telefone.

A grande sacada do sistema é que qualquer usuário pode facilmente, através de um celular com suporte a um interpretador, obter o conteúdo “escondido” dentro do QR Code.

Leitor de QR Code por Celular

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Uma revista, produto ou site na web pode oferecer a imagem do QR Code para que seus usuários possam obter informação específicas através de um interpretador. (a exemplo, o QR Code acima contém informações sobre o Gattune! Tecnologia e Web!)

O bacana é que você pode utilizar o QR Code como forma de expressão de uma campanha publicitária, preços e informação de produtos para sua loja, apresentação pessoal no seu blog e site.

• Você pode esconder um texto de carinho enviar como uma mensagem para amigos e família;

• Modelar uma etiqueta e prender ao seu animal de estimação com informação de nome, telefone e outros dados;

• Informações gravadas em um chaveiro ou carteira que ofereça dados da saúde de alguém: alergias e outros que em caso de emergência possam ser usadas por médicos;

• CDs, DVDs e outros produtos possam oferecer informações e links que levam a dados, histórias e vídeos;

• Bebidas e produtos podem oferecer informações detalhadas de data da sua produção;

• Outros.

VI.5.11 - Etiquetas Eletrônicas Em 1999, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) juntamente com outros centros de pesquisa partiram para o estudo de uma arquitetura que utilizasse os recursos das tecnologias baseadas em radiofreqüência para servir como modelo de referência para o desenvolvimento de novas aplicações de rastreamento e localização de produtos. Desse estudo nasceu o Código Eletrônico de Produtos - EPC (Electronic Product

Code). O EPC definiu uma arquitetura de identificação de produtos que utilizava os recursos proporcionados pelos sinais de radiofreqüência e que foi chamada posteriormente de RFID.

A etiqueta eletrônica ou identificação por rádio frequência - RFID (Radio Frequency IDentification), (que vem sendo chamada também de smart tag ou e-tag) é um microchip capaz de armazenar grande quantidade de informações, como por exemplo data de validade, processo de produção, descrição do produto e lote, que podem ser acessados por meio de rádio-freqüência. O uso da etiqueta inteligente irá permitir que processos como o inventário na central de distribuição, estoque ou nas próprias gôndolas seja feito de forma instantânea, agilizando a operação, reduzindo custos, diferenças físicas e contábeis.

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A tecnologia de radiofreqüência para fins de identificação (RFID) é conhecida há bastante tempo, tendo sido utilizada de maneira mais ampla a partir dos anos 30, na aviação militar. Ao longo do tempo foram desenvolvidas aplicações em diferentes áreas, da identificação de gado ao sistema de pedágio (“Sem Parar”) existente em diversas de nossas rodovias.

O princípio é sempre o mesmo, e bastante simples: o objeto a ser identificado recebe uma etiqueta eletrônica com um código que pode ser transmitido por ondas de rádio. Essas ondas são capturadas por leitores (ou receptores) que operam na mesma faixa de freqüência. Capturado o código, ele é transmitido a um computador que registra a passagem do objeto pela zona de leitura do receptor. De modo automatizado, sem erros e em tempo real, sendo ainda possível a leitura praticamente simultânea de algumas centenas de sinais.

Apesar de simples, a aplicação da tecnologia em diferentes situações demanda soluções específicas para questões como faixa de radiofreqüência, alcance, interferência, barreiras às ondas de rádio, compatibilidade de hardware e software, fontes de energia, estruturas de códigos padronizadas etc.

A aplicação ampla da tecnologia em cadeias e mercados globalizados só será possível a partir da adoção de padrões globais, tanto do hardware e do software, como também dos processos e estruturas de sistemas de informação. Sem isto, não haverá a necessária escala e compatibilidade de sistemas, limitando a aplicabilidade a algumas soluções proprietárias de empresas.

Diante dessa situação, a Associação ECR estruturou um grupo de trabalho, o Comitê de Etiqueta Inteligente, para monitorar o desenvolvimento internacional da tecnologia e avaliar necessidades específicas da comunidade empresarial brasileira. Principais Aplicações

Controle de Acesso: Verificar a pessoa ou o veículo que entrou ou deixou uma área

• Controle de entrada e saída de ativos • Localização de ativos • Segurança no deslocamento dos ativos • Rastreabilidade da matéria prima e produto acabado • Comunicação on-line com a cadeia de suprimentos • Apontamento de produção (baixa de ordens de produção, etc...)

Componentes Um sistema de RFID é composto geralmente pelos seguintes itens:

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VI.5.12 TEXTOS: 1) NA VANGUARDA DO CÓDIGO ELETRÔNICO EPC - 01/03/2006 Na América Latina, Brasil é o país com maior número de projetos relativos ao Código Eletrônico de Produto.

O Código Eletrônico de Produto (EPC), tecnologia para a identificação das mercadorias na cadeia de suprimentos baseada na radiofreqüência, começou a ser desenvolvido nos Estados Unidos, há cerca de quatro anos. Trata-se de iniciativa liderada pela EPCglobal, organização que controla o seu desenvolvimento em todo o mundo. Em face dos resultados iniciais positivos, a nova tecnologia foi adotada por uma grande rede varejista, que passou a exigi-la de seus principais fornecedores. Aqui, os testes começou há dois anos, com o estudo de viabilidade e o envolvimento de empresas líderes de mercado. A responsável pela implantação do EPC no País é a GS1 Brasil, organização sem fins lucrativos que também administra a numeração do código de barras.

Quanto ao número de empresas associadas a essa organização, o Brasil é o país mais bem colocado da América Latina, com nove empresas participantes: Grupo Pão de Açúcar, Seal Technologies, RR Etiquetas, Torres Etiquetas, Acura Technologies, Genoa, JM Etiquetas e Sistemas, Provectus Tecnologia e Edata. Na seqüência, vêm Argentina e Colômbia. No mundo, nosso País ocupa a 13º posição. A previsão é que, até o final deste ano, 50 empresas façam parte do grupo brasileiro de testes.

A adoção do EPC representa mudança positiva no conceito de identificação e troca de informações na cadeia de suprimentos. Além de agregar rapidez às transações comerciais e armazenar uma quantidade maior de dados do produto, a tecnologia permite, ainda, a total rastreabilidade das operações. Com o EPC, cada item tem o seu próprio número individual codificado em uma etiqueta de radiofreqüência. Os leitores fazem a captura dessas informações e são capazes de indicar onde o item está e em quais condições, comunicando-se com bancos de dados remotos pela Internet. Com isso, consegue-se a identificação automática e a visibilidade total dos produtos na cadeia de suprimentos.

A utilização do novo sistema oferece uma série de benefícios, como a leitura de itens sem a proximidade do leitor, permitindo, por exemplo, a contagem instantânea de estoque; a melhoria das práticas de reabastecimento, com eliminação de itens faltantes e/ou com validade vencida; identificação da localização dos produtos em processos de recall; a sua verificação imediata nas prateleiras ou no "carrinho" do varejo; e possibilidades sem limites de melhorias e individualização de serviços ao consumidor.

Para avançar na implantação do sistema no País, a GS1 Brasil criou os Grupos de Trabalho EPC, que promovem seminários e encontros periódicos para estudo e discussão da tecnologia. A fase de conhecimento está quase no

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final. O próximo passo é a criação de projetos-pilotos entre fornecedores, distribuidores e varejistas. Os testes estão bastante avançados, mas não podemos prever quando a tecnologia estará totalmente implantada em todas as aplicações. Na área logística, acreditamos que, no máximo, em cinco anos o EPC já atinja massa crítica para permitir total integração.

A GS1 Brasil coloca o conhecimento sobre a nova tecnologia a serviço do mercado, fornecendo todas as informações necessárias (www.gs1brasil.org.br ou 0800.11.0789). O Brasil está na vanguarda da nova e revolucionária tecnologia. Aliás, no que diz respeito à automação da cadeia de suprimentos, o País tem caminhado ao lado das nações desenvolvidas, fator que favorece sua inserção competitiva na economia global.

Código de Barras 2D O RG dos remédios

Revista EXAME – Edição 946 Por Camila Fusco | 25.06.2009 | 00h01

Caixas de medicamentos à venda no Brasil terão tecnologia especial de rastreamento para combater a indústria bilionária da falsificação e do comércio ilegal A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apreendeu 170 toneladas de medicamentos somente nos primeiros três meses deste ano. Foram milhares de caixas de remédios falsificados, roubados ou sem registro. As apreensões representaram um salto de quase nove vezes sobre o total de 2008. Mas o enorme mercado ilegal de remédios, que chega a movimentar entre 5 bilhões e 8 bilhões de reais por ano, pode estar perto de ser cortado pela raiz - com o apoio da tecnologia digital. Um sistema de monitoramento capaz de rastrear toda a cadeia de produção dos medicamentos vendidos no Brasil, desde os fabricantes até o varejo, começa a ser testado neste ano. Cada caixa terá um código digital que conterá as seguintes informações: quem fabricou o remédio, quando, qual foi a data de expedição da fábrica e qual o distribuidor de destino. Todas as informações serão arquivadas em um banco de dados único controlado pela Anvisa, um grande repositório central da procedência dos remédios legalmente produzidos e vendidos no Brasil. "Será um verdadeiro RG do medicamento. Por meio dele, será possível saber todo o caminho que o remédio percorreu e até mesmo identificar se ele foi roubado", afirma Dirceu Raposo de Mello, presidente da agência. Ao lado das falsificações, o roubo de carga traz grandes prejuízos aos laboratórios. Juntas, as perdas ultrapassam 10 bilhões de reais por ano, ante um faturamento de 23 bilhões de reais. Os preferidos dos criminosos são os medicamentos para disfunção erétil, câncer, HIV, abortivos e anabolizantes, segundo Marcelo Liebhardt, da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O rastreamento ajudará a coibir o roubo de cargas especialmente porque o banco de dados central controlado pela Anvisa receberá as informações dos distribuidores - os intermediários entre os fabricantes e as farmácias - e também do varejo. O projeto prevê que as

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farmácias tenham leitores dos novos códigos do medicamento à disposição dos clientes. Ao escanear um remédio pelo equipamento, o consumidor terá a garantia de que se trata de um produto de procedência legítima. A medida também é uma forma de inibir a falsificação. Mesmo que as caixas sejam fraudadas, não haverá informações registradas no código digital gravado na caixa dos remédios. "O sistema vai representar tolerância zero contra o roubo, a falsificação e a sonegação fiscal", diz Liebhardt. O projeto é fruto de uma lei federal, e sua estreia oficial deve acontecer somente no início do ano que vem. Mas os laboratórios já começam a preparar sua infraestrutura para a implantação da tecnologia de rastreamento. A preferência unânime na diretoria da Anvisa é o código bidimensional (2D), também chamado de QR Code. Geralmente na forma de um quadrado com vários pontos pretos e brancos, esse código tem grande capacidade de armazenamento de dados que serão gravados na caixa dos medicamentos por uma impressora a laser. Estima-se que o investimento total para colocar o sistema em funcionamento chegue a 150 milhões de reais. Cada laboratório deve investir, em média, 180 000 reais para que cada uma de suas linhas de produção possa também imprimir o código digital nas embalagens. O laboratório Aché, por exemplo, tem 30 linhas, o que geraria custos de mais de 5 milhões de reais. A Biolab Farmacêutica já adaptou a produção para a impressão de 2D em suas embalagens. "Os investimentos são altos, mas o cerco ao mercado ilegal compensa", diz Márcio Lopes, gerente de TI da Biolab. As redes de farmácia começam a pensar na adoção de leitores de código bidimensional - que custam cerca de 2 000 reais. A Drogaria Onofre, com 34 lojas no Sul e no Sudeste, precisará de pelo menos 140 aparelhos, além de criar o software para abastecer o banco de dados da Anvisa. Quem comemora as oportunidades são as empresas de software, como a paulista Active, de sistemas de automação para laboratórios. A empresa faturou 4 milhões de reais no ano passado e projeta receitas de 9 milhões de reais com os projetos de rastreabilidade. Na terceira etapa do sistema de controle, prevista para 2012, até mesmo os médicos devem ser envolvidos. A ideia é que os remédios receitados aos pacientes também sejam inseridos no banco de dados. Dessa forma, a Anvisa poderá identificar, por exemplo, eventuais discrepâncias entre o número de prescrições e o volume de vendas de um determinado remédio - o que pode indicar que as farmácias não estão exigindo a apresentação das receitas. Mas, se de um lado a preparação para esse avanço tecnológico no rastreamento já começou, um desafio ainda precisa ser superado. "O ponto frágil é a educação dos consumidores", diz Mello, da Anvisa. O desafio será comunicar a possibilidade de consulta ao código, sob pena de cair na mesma situação da "raspadinha", mecanismo antifalsificação que exibe uma marca dágua comprovando a autenticidade do medicamento. Apesar de existir há sete anos, poucos consumidores sabem desse sistema.

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2) Revista Logweb - Edição 77 - 14/7/2008 SIL 2008: Feira na Espanha apresenta novidades em RFID

Considerado o ponto de encontro de toda a atividade logística do sul da Europa, leito do Mediterrâneo e em especial dos países do Magreb, Iberoamérica e sudeste asiático, o SIL – Salão Internacional da Logística e da Manutenção teve sua 10ª edição realizada no período de 2 a 6 de junho último em Barcelona, Espanha. Neste ano, a área de exposição da feira apresentou um fluxo logístico completo, que iniciou em um processo de fim de produção e finalizou no consumo final em uma loja. Foi demonstrado como a informação e o controle fluem pela cadeia de abastecimento, e tanto a operação como o controle se basearam no emprego da tecnologia RFID e no picking por voz.

Em depoimento exclusivo para a revista LogWeb, um dos visitantes do evento, Afrânio Kieling, diretor da K&D Tecnologia (Fone: 51 3366.0947), conta que todo o controle de acesso à feira foi realizado por etiquetas inteligentes RFID, eliminando o código de barras e catracas, agilizando a entradas dos visitantes, pois era possível passar mais de uma pessoa por vez pelo portal.

Na ocasião, ele pôde conferir as novidades desta tecnologia, por exemplo no

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varejo. “Em uma indústria de varejo não existe mais a necessidade de fazer a contagem dos produtos que estão dentro de caixas, cada peça possui uma etiqueta inteligente RFID, e a caixa contendo diversos itens passa por um túnel com antenas que faz a leitura de todos os itens acondicionados. Para isto é necessário que os diversos fornecedores já enviem os produtos etiquetados”, conta Kieling.

Mais uma solução para o varejo, especialmente para lojas de confecção, é o provador com um espelho que possui um leitor RFID embutido: o Magic Mirror. Esta aplicação permite que o cliente interaja com o espelho, onde há sugestões de combinações de roupas e consultas a tamanhos de peças.

O diretor da K&D também salienta o tag ativo via wi-fi, nova solução de localização que utiliza tags ativos e estrutura de redes sem fios. “Desta forma, as empresas podem aproveitar a estrutura de redes sem fio já instaladas para aplicações de localização, bastando apenas adquirir os tags ativos”.

Já como solução para fim do inventário, Kieling observa que através de prateleiras inteligentes equipadas com leitores RFID os produtos são inventariados (monitorados) em tempo real, eliminando custosos processos de inventários diários. Leitor com antenas integradas e RFID-Mouse são outras novidades que o diretor da K&D destaca na SIL 2008. O leitor com antenas integradas elimina problemas com passagem de fios de conexão entre a antena e o leitor RFID, ideal para montagem de portais. Por sua vez, o RFID-Mouse é um leitor RFID portátil semelhante a um mouse normal que trabalha nas freqüências HF e UHF e é adequado para pequenos inventários e controle de acessos de usuários a computadores e terminais de entrada de dados.

A SIL 2008 contou com a presença de Ministro-Chefe da Secretaria Especial de Portos do Brasil, Pedro Brito, que foi um dos relatores do Simpósio Internacional SIL durante a seção especial deste ano dedicada ao país.

3) Pão de Açúcar testa caixa automático que dispensa atendente da Reuters 13/02/2003 - 10h24 O Pão de Açúcar, maior rede de supermercados do Brasil, anunciou ontem o teste do primeiro caixa que dispensa atendente. Trata-se de um sistema onde o cliente registra suas compras e faz ele mesmo o pagamento com cartão eletrônico. Os testes envolvem apenas um caixa eletrônico instalado na loja da avenida Ricardo Jafet, zona Sul de São Paulo, uma das principais da rede na capital paulista. O objetivo é ver como os clientes respondem à novidade e que tipo de consumidor usará o dispositivo, informou o Pão de Açúcar. Segundo a empresa, o equipamento possui um leitor de código de barras

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embutido e pode ser usado somente para compras de até 15 itens. "Nosso negócio é basicamente o atendimento e percebemos que estamos acrescentando valor com uma nova opção para o cliente", disse o diretor da bandeira Pão de Açúcar, Paulo Gualtieri. O executivo disse que a idéia é oferecer o caixa automático como complemento a diferentes formas de atendimento que o Pão de Açúcar já usa, como compras pela internet e um sistema chamado "Compra Fácil", que entrega as mercadorias na casa do cliente. Ele descartou a possibilidade de uso generalizado dos caixas eletrônicos. "Nenhum funcionário será substituído (...). A intenção é ter uma opção a mais de atendimento ao cliente." Sem informar o número preciso de supermercados que terá o novo sistema, Gualtieri disse que os testes com os caixas automáticos devem ser estendidos para outras lojas da rede em São Paulo ainda este ano. O software do caixa automático normalmente a parte mais cara de uma solução comercial eletrônica foi desenvolvido internamente, disse o executivo, baseado nos sistemas de atendimento usados pelos caixas convencionais das lojas da empresa. Gualtieri acrescentou que o custo da solução é "barato", sem detalhar o valor completo do caixa. Nos dez dias de operação do novo sistema, cerca de 80 clientes por dia têm usado o caixa automático, segundo o executivo. 4) Livraria Byblos é referência em uso de RFID Revista Logweb - Edição 82 - 15/12/2008 Como exemplo bem-sucedido de uso da tecnologia RFID, podemos citar a Livraria Byblos, localizada em Lisboa, Portugal. Ela é considerada a maior do país, com 3.300 m2, e a primeira do mundo que integra RFID em todas as suas vertentes operacionais. Por isso, transformou-se numa referência mundial para o setor livreiro, recebendo visitas de diversos especialistas e empresas de todo o mundo, como é o caso da K&D Tecnologia (Fone: 51 3366.0947), provedora gaúcha de soluções em RFID, que, por meio do diretor, Afrânio Kieling, e de André Resende, da área de projetos, conta a experiência para a revista Logweb. Todos os livros que chegam à Byblos recebem um reader – uma espécie de identificação eletrônica – e, desde então, passam a ser controlados por radiofreqüência. O cliente escolhe seu produto pelo terminal, imprime a localização e retira o livro no local indicado. No caixa, a leitura é feita automaticamente pelo RFID, que dá essa informação ao software do PoS (Point of Sale) e registra a venda. Na saída, depois do pagamento, o sistema já identifica que o livro foi vendido e não o acusa nas antenas antifurto localizadas na porta da livraria. Cada livro

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tem um chip com todos os dados do produto, como valor e entrada no estoque. “As prateleiras também têm controle, são equipadas com antenas e chip. Com isso, tem-se uma prateleira inteligente e um livro inteligente”, salienta Kieling. Outra inovação é a estante robotizada, que tem capacidade para 60 mil livros. Busca-se na estante o livro que pretende adquirir e ela entrega os volumes. No caso do inventário, o inventariante utiliza o leitor para ler a prateleira e os livros – dessa forma, associa os livros à prateleira, fazendo o correto controle de inventário da livraria, conta Resende. Como o inventário e a localização dos produtos são realizados em tempo real, os clientes, por meio de um dos 40 quiosques espalhados pela livraria, sabem exatamente a localização dos mais de 150.000 itens distribuídos pela Byblos. Estudos Em entrevista à revista portuguesa Semana Informática, Rui Gaspar, chefe de operações (Chief Operanting Officer – COO) da Byblos, e um dos responsáveis pela idealização do projeto, revela que estudou as soluções e a forma de fazer negócio das melhores livrarias do mundo, tendo-se deslocado aos Estados Unidos, Brasil, Japão, Alemanha, Inglaterra e França para visitar algumas das livrarias de referência mundial. Um dos problemas para a efetivação do projeto foi o mobiliário. Segundo Gaspar, ele tinha de ser exclusivo, ter um design único, ser capaz de fazer enquadramentos e de suportar RFID. Em seguida, foram identificados problemas com a logística, ou seja, em relação à gestão de estoques e às entradas e saídas de livros. Isso porque, além da gestão normal de uma livraria, que envolve repor os livros vendidos, devolver os que resultaram de consignações, campanhas e outros, chegam mais de 1.000 ou 2.000 novos títulos, que correspondem a 100, 200, 500 exemplares de cada. De acordo com Gaspar, para evitar confusões, havia duas possibilidades: ou se contratava muitas pessoas para repor os livros e localizá-los nas áreas respectivas ou se arranjava uma fórmula para resolver esta situação. E a solução estava na tecnologia. O processo de integração tecnológica na Byblos não foi fácil porque ainda não existia no mercado tecnologia que possibilitasse implementar de forma integrada este projeto. Ao todo 12 empresas se envolveram no projeto, que teve sempre como objetivo a unificação de diferentes tecnologias, criando uma livraria totalmente informatizada, tendo como ponto de partida o RFID. Gaspar conta que, em maio do ano passado, reuniram-se cinco empresas vindas dos Estados Unidos, Holanda e Portugal, fornecedores de software e hardware e empresas de desenvolvimento de software para tentar definir um projeto que viabilizasse a integração do RFID tal como os responsáveis da Byblos o tinham idealizado. Como não era possível realizar o projeto, a livraria teve de fazer algumas concessões e chegou a um entendimento com estas empresas para desenvolver software e hardware para suportar o projeto.

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Um dos problemas associados a este projeto tecnológico era o seu pioneirismo, o que obrigou a idealizar todos os processos e produtos de raiz. Não se tratava só de uma questão de programação; estava associado a todo o conjunto de processos existentes numa livraria normal, desde a contabilidade até a logística, e a forma como toda essa tecnologia se integrava para prestar um serviço único ao cliente, ao mesmo tempo em que minimizasse os custos da livraria, garantindo ganhos de eficiência e acelerando processos de negócio. O resultado final deste projeto foi o desenvolvimento de vários produtos novos. Gaspar explica que a PHC, empresa parceira no projeto, conseguiu um software quase de raiz de gestão e logística integrado com RFID, o BPN desenvolveu um sistema integrado de pagamento com a NetPay, que não existia em Portugal, e a Creative System desenvolveu um software de RFID que não existe em lado nenhum.

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LOGÍSTICA I

UNIDADE VII

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS

VII - Administração de Almoxarifado VII.1 - Gestão Estratégia da Armazenagem VII.1.1 - Mudança da Missão da Armazenagem Guardar Estoques (Antiga missão) – Um custo do negócio Gerenciar o fluxo físico e de informação (Nova missão) – Um instrumento de competição VII.1.2 - Fatores que determinaram a mudança da missão da Armazenagem

• Just-in-Time • Resposta Rápida • Exigências de Qualidade • Redução de Desperdícios • Serviço ao Cliente

VII.1.3 - A armazenagem e o conceito do Supply Chain • Fornecedores • Manufatura • Distribuição Física • Clientes • Fluxo de materiais • Fluxo de informações

Complicadores:

• Atrasos nas entregas • Qualidade não confiável • Erros nos processos de pedidos • Documentação errada • Tempo de descarregamento/carregamento de caminhões

VII.2 - Almoxarifado Definição: Almoxarifado é o intermediário entre o fornecedor e a produção/manutenção, e entre a produção e o consumidor. É a atividade que compreende o planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento das operações destinadas a abrigar, manter adequadamente

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estocada e em condições de uso, bem como expedir no momento oportuno, os materiais necessários.

VII.2 - Fatores da Armazenagem

a) Vantagens:

Garantia da continuidade de produção; Necessidade de compensação das diferentes capacidades

das fases de produção; Custos e especulações; Equilíbrio sazonal;

b) Desvantagens:

Os materiais armazenados imobilizam capital; As mercadorias envelhecem ao fim do tempo excessivo em

depósitos; Grandes estoques ocupam grandes armazéns acarretando

maiores custos de movimentação e administração. VII.3 - Objetivos Básicos da Função Armazenagem A função armazenagem deve procurar atingir os seguintes objetivos básicos: a) Máximo uso do espaço b) Acesso fácil a todos os itens de material c) Máxima proteção dos itens de material d) Movimentação eficiente dos itens de material e) Utilização efetiva da mão-de-obra e equipamentos f) Boa qualidade de armazenagem VII.4 - ALMOXARIFADO X EMPRESA Há muito tempo atrás, e até nos dias de hoje, ainda existem empresas que consideram o Almoxarifado fundo de fábrica. Neste "fundo de fábrica" eram guardadas todas as sucatas, tudo que era velho e fora de uso, e não havia uma característica específica de armazenamento de materiais. Felizmente, os grandes empresários deram maior importância aos Almoxarifados e então pôde se mostrar o quanto ele é importante dentro de uma empresa. Podemos considerá-lo um órgão de "Prestação de Serviço" pois toda a fábrica depende dele. VII.5 - ORGÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Como é do nosso conhecimento, qualquer entidade que tem a finalidade de servir alguém, deve tomar medidas especiais, uma vez que a prestação de serviço exige "Qualificação Específica”.

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Era muito comum nos Almoxarifados antigos, empregar uma pessoa que fosse honesta e soubesse ler o ABC. Só isto bastava, para que ele tivesse em suas mãos, todo o material, que deveria ser guardado e atender as requisições de acordo com as necessidades. Hoje temos que ter pessoas qualificadas. VII.6 - Técnicas de Armazenamento

a) Conceito

São áreas físicas destinadas ao recebimento, conferência, estocagem e expedição de materiais.

b) Tipos de Instalações de Armazenamento:

b1) Armazém: edificação dotada de piso, cobertura, paredes frontais e laterais.

b2) Galpão: edificação dotada de piso, cobertura e, quando necessário, de cercos frontais e laterais.

c3) Pátio: áreas descobertas, dotadas de piso drenado, compactado e,

quando necessário, pavimentado e provido de limitações frontais e laterais. c) Caracterização das Áreas de Instalação de Armazenamento:

c1) Área de Administração

c2) Área de Movimentação e/ou Serviço Aberta:- estantes, prateleiras,

local normal de estoque.

c3) Área de Estocagem: zona de estoque Fechada: estufa.

c4) Área Livre:- possuem paletes, etc. -não usa estante.

C5) Circulação Principal: corredor

C6) Circulação Secundária: corredores perpendiculares a circulação principal

C7) Corredores de Acesso: entre estantes

C8) Área de Segurança: (corredor de segurança) espaço livre entre estoque e paredes (mínimo 0,5 metros)

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VII.7 - Dispositivos de Armazenamento

a) Conceito

São estruturas metálicas, dispostos de modo a formar dispositivos de sustentação de materiais destinados a otimizar a utilização do espaço vertical, proteger, facilitar a localização, organizar e racionalizar a estocagem de material.

b) Tipos de Dispositivos de Armazenamento

Estantes (metálica): material de pequeno volume Armações de estocagem Estrutura porta-palete Unidades auxiliares de estocagem

c) Caracterização dos Dispositivos de Armazenagem c1) Estantes: estrutura metálica, destinada à estocagem de materiais de

reduzido peso e/ou volume. Podem ser: estantes leves (tradicional) armários modulados (gavetões com separadores). estante para estocagem dinâmica (PEPS) - carrinhos

deslizantes estantes deslizantes (espécie de gavetas que são

estantes) estante de múltiplos pisos (mezanino)

c2) Armações de Estocagem: construído de metal de seção variável destinada à guarda de material cujas características impeçam ou não. Recomendem a utilização de estante ou porta-palete. Podem ser:

berços empilháveis (tubos) estrutura tipo cantileves (tubos) armações de estocagem (chapas empilhadas)

c3) Estruturas Porta-Palete: formada por estrutura pesada metálica, com características semelhantes às estantes, porém destinadas a suportar cargas paletizadas. Podem ser:

estruturas porta-palete convencional estruturas porta-palete deslizante estruturas porta-palete com trânsito interno estruturas porta-palete de estocagem dinâmica

c4) Unidades Auxiliares de Estocagem: dispositivo de estocagem de uso repetitivo, formado por estruturas metálicas, plástico, de papelão ou de madeira, de forma variável, destinadas a conter e proteger o material. Podem ser principalmente: - paletes: plástico, metálico, papelão rígido e madeira - paletes contentores - conteineres - berço para tambores - etc.

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VII.8 - Tipos de Armazenamento A Associação Brasileira de Movimentação e Logística – ABML conseguiu junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT a criação da primeira norma brasileira de sistemas de armazenagem, a NBR 15.524, que define parâmetros para o uso de estruturas porta-paletes, que representam 70% dos projetos de logística e distribuição existentes no mercado.

a) Armazenagem por Agrupamento.

Sempre em um local físico único. Os materiais são estocados por grupos ou tipos. Facilita as tarefas de arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço.

b) Armazenagem por Tamanho, Peso e Volume.

Os materiais com tamanho peso ou volume significativos são agrupados numa mesma área de almoxarifado. Permite um bom aproveitamento do espaço. Exige que todos os documentos de entradas e saídas contenham a localização do material no almoxarifado a fim de facilitar sua busca.

c) Armazenagem por Freqüência.

Dos materiais cujo volume de movimentação e freqüência é significativo, devem ser colocados tão próximo quanto possíveis da saída da instalação de armazenamento. Pode-se identificar através da classificação A.B.C.

d) Armazenagem por Setores de Montagem.

Os materiais são colocados de acordo com sua utilização na linha de montagem.

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VII.9 - Identificação da Localização em Estoque Após projetar cuidadosamente a área de estocagem, um sistema deve ser estabelecido para permitir a fácil localização de um item desejado, pois cada item deve ter um endereço onde ele possa ser encontrado. O sistema de localização do material em estoque pode ser formado por um número ou código (XX XXX XX X), que identifica ponto da instalação de armazenamento. Este código deve estar aprovado no cadastro de material e, conseqüentemente, nos documentos de movimentação, a fim de facilitar sua busca no almoxarifado. Estrutura: XX XXX XX X Prédio Rua / Fileira Pilha / Box Altura / Nível Box 80 Rua 132 Box 30 Rua 131 Box 20 Exemplo: Prédio 46 Código de endereçamento Rua 131 46 131 20 3 Box 20 Altura 3 VII.10 - Cargas Unitizadas Carga unitizada é um número de peças ou blocos de materiais, arranjados e acondicionados de tal maneira a possibilitar manuseio, transporte e armazenagem por meios mecanizados como se constituísse uma só unidade. Baseia-se no princípio de que é mais fácil movimentar diversas cargas de uma só vez, ao invés de operações sucessivas com cargas individuais ou pequenas. Resultados principais decorrentes do uso de cargas unitizadas:

redução no tempo de carga e descarga otimização do uso do espaço cúbico nas instalações de

armazenagem redução no tempo de inventários flexibilidade nas mudanças de arranjo físico

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VII.10.1 - Tipos de Cargas Unitizadas Dependendo do formato dos materiais, de sua embalagem ou meio de transporte a ser utilizado, podemos ter as seguintes cargas unitizadas:

a) Carga Conteinerizada: consiste em colocar os volumes individuais ou agrupados dentro de conteineres, formando assim carga e conteiner a unidade de carga do sistema. Na conteinerização, os volumes podem ser soltos, paletizados, cintados, etc.

b) Carga Contentorizada: os materiais são acondicionados em um

contentor, que é um acessório ou dispositivo projetado para manter as peças em uma posição. Ex.: vidros, peças de formato irregular.

b) Carga Paletizada: carga unitizada sobre uma plataforma (palete). d) Carga Auto-Unitizada: é o sistema onde vários volumes são presos uns

aos outros por meio de cintas, arames, fitas, formando uma unidade de carga. Ex.: tubos, barras, etc. VII.10.2 - Cargas Paletizadas São cargas unitizadas, acondicionadas sobre paletes (plataformas). É a mais utilizada dentre as cargas unitizadas.

a) Paletes

É usualmente uma plataforma para apoio e acondicionamento de carga, com dimensões padronizadas, possuindo dispositivos para apoio de garfo de empilhadeira ou outro equipamento, e podendo ser construído em madeira, plástico ou alumínio. Principais tipos de paletes:

uma face com duas entradas

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duas faces com duas entradas uma face com quatro entradas duas faces com quatro entradas com abas

VII.11- LAYOUT Layout, ou arranjo físico é a maneira como os homens, máquinas e materiais estão dispostos dentro de um Almoxarifado, ou qualquer outro local, desde que arranjados com certa ordem. O problema do layout é a locação mais econômica e racional das várias seções de uma unidade fabril ou comercial. Em outras palavras é a utilização do espaço disponível que resulte em um processamento mais efetivo através da menor distância, no menor tempo possível. Layout = Arranjo Físico Máquinas, Homens e Materiais O melhor arranjo não é óbvio, exceto em casos triviais. Através da análise dos diversos fatores de produção e de um método de trabalho que inclua os princípios básicos de layout chega-se a um arranjo ótimo. VII.11.1 - Objetivos do Layout

Redução no custo e maior produtividade através de: Melhor utilização do espaço disponível; Redução da movimentação de material e pessoal; Fluxo mais racional; Menor tempo para o desenvolvimento dos processos, e Melhores condições de trabalho.

VII.11.2 - Um bom layout deve satisfazer seis princípios básicos: 1) Integração: homens, materiais e máquinas devem estar bem integrados. O Almoxarifado deve funcionar como uma unidade, uma macromáquina, com todas as suas "engrenagens" entrosadas. 2) Mínima Distância: outro fator, sendo iguais, o layout melhor é aquele em que o produto movimenta-se o menos possível. Deve se manter apenas os movimentos indispensáveis e reduzir ao mínimo à distância entre operações

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. 3) Fluxo: as áreas de trabalho devem ser arranjadas de forma a permitir um fluxo constante de material, sem os inconvenientes de prolongadas esperas ou mesmo estocagem. Os cruzamentos de materiais devem ser evitados. 4) Uso de Espaço Cúbico: devem ser utilizadas as três dimensões LARGURA - COMPRIMENTO - ALTURA, a superfície de estocagem é reduzida quando se utiliza efetivamente a dimensão vertical. 5) Satisfação e Segurança: nenhum layout deve negligenciar a razão primeira da produção - O HOMEM. O trabalhador satisfeito produz melhor. Os acidentes de trabalho devem ser evitados. As condições do ambiente de trabalho, melhoradas. Assim, não devemos expor o trabalhador a altas temperaturas, ruídos, chuva, pouca ou excessiva ventilação, o ambiente de trabalho deve ser limpo e arrumado e a iluminação deve ser suficiente e adequada. 6) Flexibilidade: o arranjo deve ser flexível a futuras modificações. VII.12- RECEBIMENTO DE MATERIAIS Veremos agora, como se deve funcionar o setor de recebimento dentro do Almoxarifado. É um setor de muita importância e que requer elementos qualificados com muito preparo, uma vez que no recebimento o material com a 1ª filtragem em sua entrada na empresa. Primeiramente o setor de recebimento deverá ter um sistema de arquivo bem organizado com as cópias dos pedidos feitos pelo Departamento de Compras. Ao receber o material, o recebedor confronta a nota fiscal com o pedido. Uma vez conferida antes de dada quitação assinando a respectiva nota fiscal, deve proceder a uma conferência rigorosa conforme as indicações abaixo: a) antes de abrirmos os volumes, devemos verificar se as indicações contidas nas notas de entrega: endereço, números, marca, etc., constantes dos volumes, conferem devidamente; b) conferência quanto à quantidade, quebras e faltas; c) conferência quanto ao peso, certo ou errado; d) conferência do peso cobrado no frete com o peso do nosso material inspecionado pelo Controle de Qualidade de Recebimento - C.Q.R. Caso o material seja controlado pelo C.Q.R. o Almoxarifado coloca a disposição mantendo o material em separado para aprovação do mesmo, e uma vez liberado encaminhar ao estoque. No caso em que o material não sofra inspeção do C.Q.R. encaminhar diretamente ao estoque.

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VII.13- Material de Trânsito Direto (MTD) Trata-se de material comprado para suprir pequenas necessidades da fábrica, normalmente são materiais que não justificam os seus estoques no Almoxarifado. Este tipo de material tem uma presença muito marcante no Almoxarifado, uma vez que normalmente ele tem um fluxo muito grande de entrada. Com isso o setor de recebimento de materiais deverá dedicar um bom VII.14- Devoluções de Materiais É muito comum numa empresa à devolução de materiais. Com isso o recebedor tem que estar bem preparado para providenciar uma devolução. Normalmente o material é rejeitado pelo C.Q.R. ou pelo usuário, e é muito importante que o departamento de compras fique informado sobre a rejeição do material, fazendo assim. O contato com o fornecedor e acertando todos os detalhes da devolução. Uma vez autorizado pelo departamento de compras, o Almoxarifado providenciará o formulário de devolução para a emissão da nota fiscal e logo em seguida o despacho. Caso o material tenha que ser devolvido no ato do recebimento, o recebedor escreverá no verso da nota fiscal em todas as vias, o motivo da devolução, datar e assinar. Procedendo assim não será necessária a emissão de uma nota fiscal. VII.15- Controle de Inventário Físico O Inventário Físico pode ter cinco etapas conforme abaixo:

a) Planejamento do Inventário Físico: consiste no levantamento de pessoal necessário à contagem física dos itens estocados com dimensionamento de tempo e da ordem da contagem em cada local; b) Levantamento Físico: consiste na contagem, medição ou pesagem, de acordo com as Unidades de Fornecimento (peças, metro quadrado, quilograma, litros, etc.). É a mais demorada. C) Apuração: é a fase em que confrontam as quantidades de materiais levantadas com os saldos dos registros de controle. As eventuais diferenças devem ser analisadas para identificar suas causas e estabelecidas correções nos procedimentos operacionais padrões. Dependendo da diferença uma nova recontagem deverá ser efetuada. d) Regularização das Diferenças: as diferenças depois de apuradas devem ser regularizadas com a emissão de Documento de Movimentação de Material pela Unidade Armazenadora de Materiais. e) Relatório Inventário Geral do Material: contendo código do material, descrição do material, unidade de fornecimento, quantidade em estoque, valor unitário e o valor total, depois de apuradas e saneadas as divergências apuradas no Inventário Físico.

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VII.15.1 - Baixa e Alienação Operações usuais nas Unidades Armazenadoras de Materiais: ALIENAÇÃO - é a transferência do domínio do material para terceiros, decorrentes de: a) Doação: recebimento ou disponibilização de material próprio, de ou para outra Entidade, que ocasionará acréscimo ou decréscimo ao estoque, cumprido as disposições legais; b) Venda: forma de alienação do estoque que gera receita financeira para a Entidade; c) Permuta: disponibilização do material em contrapartida de outro ativo de mesmo valor.

• DEVOLUÇÃO: é o retorno do material já distribuído, da Unidade Consumidora de Materiais para a Unidade Armazenadora de Materiais.

• TRANSFERÊNCIA: é a movimentação de material com troca de responsabilidade de uma Unidade Administrativa ou órgão equivalente para outra, dentro da mesma Entidade.

• AJUSTE CONTÁBIL: é o ajuste de informação já contabilizada, referente a valor ou quantidade, que poderá refletir lançamento de Entrada ou de Saída.

• ESTORNO: é a correção de lançamento indevido no sistema de Almoxarifado.

• PERDAS POR DESGASTE NATURAL: é o desgaste resultante da ação de elementos da natureza.

VII.16 - ACURÁCIA DE ESTOQUE

VII.16.1 - OBJETIVOS:

Aprofundamento do conceito Acurácia Por que utilizar "Acurácia de estoque" ? Explorar problemas de estoque Acurácia como Indicador de performance Materialização dos conceitos

V.16.2 - O CONCEITO: O termo acurácia provem da palavra inglesa "ACCURACY" e significa a qualidade daquilo que é correto, preciso, exato. A Acurácia de estoques é a qualidade das informações referentes às quantidades de materiais/produtos existentes.

Níveis satisfatórios de atendimento Exatidão no ressuprimento Propicia melhor análise de estoques Maior segurança na liberação das ordens

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VII.16.3 - COMO A FALTA DE ACURÁCIA PODE AFETAR A CADEIA: Perda de Vendas Atendimento parcial ao cliente Compras Urgentes/Listas Críticas Elevação do Capital de Giro Paradas de máquinas/Perdas de Produção Aumento de Custos Etc.

VII.16.4 - FORMAS DE MEDIR A ACURÁCIA DOS ESTOQUES:

• Inventários Físicos

• Contagem Cíclica ou Rotativa

VII.16.5 - VANTAGENS DO USO DA CONTAGEM CÍCLICA:

• Identificação das "causas" dos problemas • Correção de erros • Eliminação dos Inventários • Concentração dos esforços em áreas críticas • Redução de erros de contagem • Pessoal mais especializado • Planejamento mais confiável • Estoque a níveis mais adequados

VII.16.6 - DESVANTAGENS DO INVENTÁRIO FÍSICO:

• Volume grande de informações • Quantidade de erros • Reconciliação • Métodos ineficientes • Custo adicional (Horas Extras) • Produção deve estar parada • Não elimina as causas dos problemas

VII.16.7 - PARAMETROS DE CONTAGEM:

• Nível ideal = 100 % • Aceitável > 95 % • Tolerâncias para grupos de itens (Histórico) • Utilização de Gráficos e tabelas

VII.16.8 - PROCESSO INICIAL:

• Critérios de seleção (amostra heterogênea) • Classes diferentes • Fabricados, Comprados, etc. • Grandes e pequenos, Leves e pesados • Caros e baratos, similares na aparência

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• Descrições semelhantes • De fácil e difícil manuseio • Que se encontre em vários locais • Que tenham unidades alternativas • Efetuar a contagem e comparar os saldos • Reconciliar os saldos • Identificar as causas dos erros • Identificar áreas críticas

VII.16.9 - ONDE PODEM ESTAR OS ERROS

• Controle inadequado de entradas/saídas • Dupla/Ausência de digitação • Inversão de códigos • Posicionamento dos estoques • Unidades variáveis de armazenagem • Arranjo físico do armazém • Espaço inadequado • Seqüência de armazenagem • Dificuldades no manuseio • Sistema Ineficiente • Classificação não adequada • Sistema de codificação

VII.16.10 - SELECIONANDO OS ÍTENS: Quantos itens contar por dia ? Classes Numero Freqüência Total A 40 24 960 B 60 12 720 C 100 12 1200 Total 200 2880 Total de itens 2880 Itens/dia = ------------------- = ------ = 12 itens/dia Dias Úteis ano 250 VII.16.11 - ORGANIZANDO A CONTAGEM CÍCLICA

Conhecer as operações dos almoxarifados • Organização da armazenagem • Localização do material • Ter a relação dos itens • Controle das transações de movimentação • Conhecer os pontos de contagem cíclica

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Possíveis causas de erros:

Causa Erro

• Faltando Localizações Contagem Inferior • Nível de estoque incorreto Contagem Inferior/superior • Identificação errada Dois dados incorretos • Falta documento de transação Ajustes Incorretos • Pontos mal estabelecidos Ajustes Incorretos • Controles inadequados Contagem inferior/superior • Embalagens não padronizadas Ajustes Incorretos

VII.16.12 - DESIGNAÇÃO DE RESPONSABILIDADES:

• Período de contagem • Período Integral • Tempo parcial • Quem poderá contar: • Individualmente • Equipe de trabalho • Uma pessoa com habilidade conta e concilia 30 a 40 itens por dia

VII.16.13 - SUPORTE DO COMPUTADOR:

• Relatórios dos itens para a contagem • Relatórios das transações • Gráficos e cálculos • Localização dos itens nos almoxarifados

VII.16.14 - PROCEDENDO A CONTAGEM:

• Selecionar o método (ABC, Aleatório, Movimentação, etc.) • Identificar os itens • Identificar os locais • Munir-se dos documentos necessários • Informar data e hora da contagem • Fazer a reconciliação • Mapas de contagem • Reconciliação • Gráficos de acurácia • Procurar as causas do erro

VII.16.15 - RECONCILIAÇÃO:

• Comparação da contagem com o saldo registrado em sistema computadorizado ou sistema manual (kardex)

• Verifica as diferenças e as tolerâncias • Verifica documentos não processados • Verifica identificação correta dos itens • Efetua a recontagem se necessário • Levanta os erros de contagem • Analisa as causas e as informa

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VII.16.16 - CALCULANDO A ACURÁCIA: TOTAL DE ITENS CORRETOS % Acurácia = -------------------------------------------------- X 100 TOTAL DE ITENS CONTADOS

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VII.16.17 - TEXTOS: 1) Notícias 3/12/2007 ABML consegue primeira norma brasileira para armazenagem A Associação Brasileira de Movimentação e Logística – ABML conseguiu junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT a criação da primeira norma brasileira de sistemas de armazenagem, a NBR 15.524, que define parâmetros para o uso de estruturas porta-paletes, que representam 70% dos projetos de logística e distribuição existentes no mercado. ”A ABML tinha um manual de boas práticas sobre o tema e em fevereiro de 2006 pediu à ABNT que ele fosse o ponto de partida para criação de uma norma para sistemas de armazenagem", conta Márcio Frugiuele, presidente da entidade de logística. "Foram quase dois anos de trabalho entre empresas fabricantes, especialistas e a ABNT. Demos um passo muito importante, pois o Brasil, apesar de praticar de forma geral uma logística de ponta, não tinha uma norma para sistemas de armazenagem. Agora, fabricantes e usuários sabem exatamente como e o que devem fazer, já que são partes igualmente responsáveis - o fabricante porque fez, o usuário porque tem de saber como usar". Robson Abade, Gerente de Projetos da divisão de sistemas de armazenagem da Fiel S/A, participou da criação da norma desde que o Departamento de Movimentação e Armazenagem da ABML, do qual é conselheiro, gerou em 2002 o manual de boas práticas que serviu de guia para o trabalho de normatização. "A norma fornece orientação de projeto, cálculo, montagem e utilização das estruturas porta-paletes. Ela orienta também o usuário com relação ao carregamento de cargas no porta palete, a forma de operação do sistema e a sua manutenção, que é responsabilidade de quem usa. Apesar de não ser obrigatório o seu uso, ela acabará se impondo, pois em casos de acidentes, por exemplo, quem não a seguiu ficará claramente afetado em pendências jurídicas". O consultor e perito judicial Edmur Joaquim Meneghesso Lino, com mais de 30 anos de experiência na área, também participou da elaboração da NBR 15.524. Para ele, o grau de desenvolvimento tecnológico de um país pode ser avaliado pela quantidade de normas técnicas que possui. "Elas são de grande valia, principalmente para quem não é especialista, não dispõe de tempo para se aprofundar no assunto, mas necessita buscar orientações corretas, objetivas e critérios seguros para realizar suas atividades, preservando a integridade e segurança física dos usuários e do equipamento", afirma. Lucas Pasquali, engenheiro civil e responsável pelo setor de cálculo estrutural e desenvolvimento de produtos da Bertolini, diz que é de extrema importância a criação da primeira norma brasileira de armazenagem, e se orgulha de participar dessa conquista. "O esforço conjunto entre ABML, ABNT, fabricantes e usuários servirá para estabelecer padrões mínimos de segurança, criar e esclarecer regras e guiar o desenvolvimento do setor de armazenagem no Brasil", confia.

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Outros fabricantes participaram dos estudos que levaram à criação da NBR 15.524, entre eles Esmena e Altamira. Fábia Helena Pereira, da Associação Brasileira de Movimentação e Logística, foi o contato entre todas as partes envolvidas no processo de normatização. O próximo passo será a criação de norma para porta-paletes de tráfego interno, conhecido como "Drive-in", sistema de armazenagem em que a empilhadeira entra em um corredor com estruturas porta-paletes dos dois lados.

2) Armazém: problema ou solução?

*Eduardo Banzato

Considerados obsoletos no ambiente do JIT, os armazéns ainda

representam parte da resposta para os difíceis problemas de abastecimento. Saber quando e como utilizá-los é o desafio.

Vários artigos são escritos sobre melhoria dos armazéns através de investimentos em robôs, carrosséis, sistemas de recuperação, teorias de layout, sistemas de gerenciamento, etc. Dizem que os armazéns são obsoletos e que devemos montar sob encomenda e embarcar diretamente para o cliente. Portanto, essa é uma análise que se deve fazer com a profundidade adequada para se tomar a decisão acertada.

Um armazém é uma ferramenta para uso da administração logística, a fim de atender às necessidades do cliente. Mas a ferramenta depende de como o usuário a utiliza – um martelo, por exemplo, pode ser utilizado para construir uma bonita casa ou esmagar um dedo. As empresas devem pensar cuidadosamente na relação custo–benefício de um armazém, normalmente representada pela comparação entre os custos logísticos envolvidos e o nível de serviços (atendimento ao cliente) desejado. Conseqüentemente, não se pode deixar de considerar que utilizar um armazém é uma decisão tanto tática quanto estratégica.

Um exemplo disso é um grande fornecedor de peças para o setor de equipamentos e caminhões. A planta da empresa, situada nos EUA, estava na Califórnia, com plantas abastecedoras no México e Irlanda. Os fornecedores estavam no meio-oeste e sudeste. Os clientes e as montadoras estavam no meio-oeste. A planta montava e entregava vários milhares de conjuntos por dia.

A alta gerência da empresa comprometeu-se com uma entrega de 24 horas com base no sistema JIT. O problema identificado foi que o layout físico do processo não podia sustentá-la devido às seguintes condições:

O prazo de entrega da matéria-prima – fundidos – era de 2 a 3 dias por via rodoviária;

A fabricação e montagem na planta levavam de 2 a 3 dias; A entrega ao cliente levava de 2 a 3 dias por via rodoviária; O frete aéreo estava fora de questão devido ao peso dos produtos; Outra complicação era a previsão de vendas que nunca se acertava.

A planta estava ajustando o programa diariamente. A qualidade era excelente, os custos estavam sob controle e o programa estava sendo atendido em 95% do tempo. O problema era que o cliente ainda não estava satisfeito, pois 95% não é bom o suficiente.

A empresa considerou a instalação de um novo sistema ERP, já que o problema estava na previsão e áreas de programação mestre e de

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programação da fábrica. Uma análise mais adequada levou a uma conclusão diferente: solucionar o problema implantando dois armazéns, um para matérias-primas e outro para produtos acabados, conforme segue:

Um armazém ao lado da planta para consolidar a matéria-prima recebida de todos fornecedores. Este manteria não mais do que três a cinco dias de peças, entregues diariamente para planta no sistema JIT. O armazém seria operado por um operador logístico conjuntamente contratado pelos fornecedores.

Um segundo armazém ao lado da planta para manter três a cinco dias de produtos acabados entregues diariamente para o cliente. O cliente não pagaria até que o material fosse entregue na planta. A decisão pelos dois armazéns foi baseada na logística da distribuição. Uma alternativa avaliada também foi transferir a planta e seus fornecedores para próximo dos clientes. Contudo, esta idéia foi descartada em função dos altos investimentos. Assim sendo, uma vez tomada a decisão de ter um armazém, uma operação competitiva deve ser preparada. Devem ser utilizados equipamentos, layout e pessoal apropriado. Também são críticas a atenção a detalhes e disposição de investir dinheiro, especialmente em pessoas. Portanto, os armazéns ainda são necessários hoje em dia. Onde e quando são utilizados é uma mera combinação de estratégias de longo prazo e da necessidade das operações diárias. Sua implementação exigiu um planejamento detalhado e um compromisso com o treinamento e desenvolvimento de pessoal. Quando desenvolvidos corretamente, os armazéns dão flexibilidade e satisfação do cliente; caso contrário, só trazem despesas. Em outras palavras, o importante é manter uma adequada relação entre o nível de serviço exigido pelos clientes e os custos logísticos, neste caso com ênfase na armazenagem.

(*) Eduardo Banzato é vice-presidente do INSTITUTO IMAM, uma associação fundada em 1979 congregando empresas e profissionais relacionados com a administração moderna, engenharia industrial e logística, tecnologia de movimentação, armazenagem e administração de materiais e embalagem, bem como qualidade e produtividade. É diretor, consultor e instrutor da IMAM Consultoria Ltda.