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S. Wolfart

Capítulo 12PRÓTESE

PROVISÓRIA

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198  C  Capítulo 12  Prótese provisória

A prótese provisória desempenha um papel importante na reabilitação com implantes em nossos pacientes. Ini-cialmente, este capítulo descreve as características clás-sicas de uma prótese provisória e, a seguir, os aspectos específicos da Implantodontia e da prótese sobre implan-te. Segundo Dieterich e Dieterich103, uma boa prótese provisória não é apenas adequada para a conduta clínica e o paciente, mas também para promover uma relação de confiança entre este e o dentista.

12.1 Funções básicas

12.1.1 Relação com os pacientes

Muitos pacientes ficam desconfortáveis e inseguros com a possibilidade de ficarem com provisórios por um período muito longo. Ficam apreensivos com a possibi-lidade de perdê-los ou quebrá-los, e mudar suas feições. Além disso, os pacientes que são altamente comprome-tidos com a sua carreira ou trabalham viajando, ficam preocupados em não receber um pronto atendimento quando um problema aparece. Neste aspecto, uma boa “relação com o paciente” significa oferecer aos pacien-tes próteses que dissipem estes receios e os tranquili-zem para levar uma vida social normal, mesmo durante esta fase transicional.

12.1.2 Manejo clínico

Quanto melhor for a qualidade dos provisórios, menor será a frequência da necessidade em recolocar, reparar, ou reno-vá-los. Além do mais, a alta qualidade das próteses provisó-rias mantém a rotina clínica funcionando sem problemas, evitando consultas de emergência para pacientes que ne-cessitam ter seus problemas resolvidos. Provisórios estáveis também oferecem uma cicatrização tranquila em cirurgias de aumento de tecido gengival, cirurgia de tecido mole e em implantes. Além disso, usar provisórios esteticamente satisfatórios na fase preliminar permite ao paciente testar na sua rotina diária como as formas e posições dos dentes tornam-se uma característica familiar dentro do seu círculo. Isso pode fornecer informações importantes para o dentista implementar na prótese definitiva.

12.1.3 Construindoconfiança

Uma boa prótese provisória melhora a integridade psico-lógica dos nossos pacientes durante esta fase inicial. Não é

funcionalmente restritiva para o paciente, permite testar a estética, a fonética e aspectos funcionais, e permite ao pa-ciente manter sua rotina normal diária. Levando em consi-deração esses fatores há um efeito positivo na construção da confiança entre o dentista e o paciente. Neste contexto, a qualidade dos provisórios pode ser interpretada como um cartão de visitas do dentista.

12.1.4 Aspectos especiais em Implantodontia

Os três aspectos acima mencionados da prótese provisória adquirem uma importância particular na Implantodontia. Devido à variedade das fases do tratamento (e em alguns casos bem demorados), é comum os provisórios terem uma função por até 12 meses, mas também necessitam de ajustes para novas situações. Estas incluem procedimen-tos de aumento de tecidos mole e duro, edema, implantes que foram deixados para cicatrizar submersos, e implantes expostos. A prótese provisória também possui uma tarefa claramente definida, dependente da sua localização para delinear o perfil de emergência.

12.2 Aspectos gerais da confecção direta dos provisórios

Em qualquer caso que seja mais funcionalmente ou este-ticamente desafiador, o procedimento padrão é fazer um enceramento da situação inicial, e depois duplicá-lo em gesso. Uma moldeira elástica confeccionada a vácuo é feita no modelo de gesso obtido (Fig 12-1).

Em casos mais simples, é possível usar silicone transparente para fabricar um guia diretamente sobre o enceramento. No caso do paciente descrito aqui, o espaço provocado pela perda do dente 21 foi fecha-do ortodonticamente e o dente 22 levado para a sua posição. Diferentes seções transversais na raiz fazem parte do problema estético, que fica aparente na foto da situação inicial (Fig 12-2). Era desejo do paciente alcançar uma solução estética satisfatória sem trata-mento ortodôntico adicional. Seguindo este objetivo, o primeiro passo foi confeccionar um enceramento (Fig 12-3) sobre um modelo produzido utilizando um material de resina composta para registro (Figs 12-4 e 12-5). Na consulta seguinte, ele foi usado para a fabricação de um mock-up (Fig 12-6) diretamente so-bre a prótese existente (Fig 12-7). Quando o pacien-

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  199

te aprovou esta primeira sugestão para solucionar o problema (Fig 12-8), foi possível remover as coroas (Fig 12-9). A preparação dos dentes foi seguida pela confecção de coroas provisórias diretas com material à base de resina temporária (p.ex., Luxatemp; Figs 12-10 e 12-11).

Para mudar ou corrigir os provisórios, idealmente deveriam ser desgastados por jato de ar (“jateados”) com partículas de Al2O3 (50 µm e 2.5 bar). Isso pode ser realizado com instrumentos de partículas abra-sivas adaptados para uso junto à cadeira. Alguns fa-bricantes fornecem pequenos compartimentos para o uso de jateadores para permitir a dispersão (Figs 12-12 e 12-13). Uma vez jateados com corundum, um agente adesivo (Glaze and Bond) é aplicado (Fig 12-14) e quaisquer defeitos podem ser reparados. Resi-

Fig 12-1  Sequência de trabalho: (a) Situação ini-cial, (b) Enceramento, (c) Enceramento duplicado, (d) Moldeira fabricada do modelo duplicado.

Fig 12-3  Enceramento.Fig 12-2  Caso do paciente: o espaço deixado pela perda do dente 21 foi fechado por meio ortodôntico. Em virtude da esté-tica insatisfatória, as coroas nos dentes 11 e 21 foram refeitas.

nas compostas do tipo flow, como Luxaflow ou Tetric Flow, são adequadas para pequenas correções como aumentar a incisal, modelagem de base de pôntico ou preencher bolhas de ar (Fig 12-15). Se um instrumen-to abrasivo de jateamento não está disponível, outra possibilidade é provocar ranhuras e depois aplicar um agente adesivo.

Se a expectativa estética é alta, é possível reduzir as co-roas provisórias na região do esmalte (Fig 12-16) e recobrir com um material resinoso provisório. Para isso a moldeira é colocada sobre os provisórios de novo e estes são preen-chidos com resina fotoativada (Fig 12-17).

Depois disso, os provisórios podem ser terminados usando-se um kit para próteses temporárias demonstra-do na Figura 12-18. O disco de corte ligeiramente flexível é particularmente útil nas regiões.

a b c

d

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Figs 12-4e12-5  Uma alternativa à moldeira confeccionada a vácuo é uma massa de silicone transparente que pode ser usa-da diretamente sobre o enceramento.

Fig 12-6  O mock-up é um auxílio importante para opinar com o paciente.

Fig 12-8  Com o mock-up instalado, o paciente pode conferir a aparência estética das proporções das coroas que foram conseguidas sem tratamento ortodôntico.

Fig 12-7  Mock-up posicionado sobre as coroas existentes.

Fig 12-9  Cotos preparados após a remoção das coroas.

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  201

Fig 12-10  Os provisórios foram confeccionados com material de resina.

Fig 12-12  Instrumento jateador de partículas abrasivas para uso na cadeira (com conexão na turbina, p.ex. de Hager e Werken).

Fig 12-14  Agente adesivo utilizado para reativar o material de resina composta.

Fig 12-11  Coroas provisórias obtidas com molde de silicone (antes do acabamento e polimento).

Fig 12-13  Compartimento para jateamento de partículas abrasivas.

Fig 12-15  Resina flow para correções menores nos provisó-rios (p.ex. aumento incisal, modelagem de base de pôntico, preenchimento de bolhas de ar).

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202  C  Capítulo 12  Prótese provisória

Fig 12-16  Para um alto acabamento estético desgaste a região do esmalte.

Fig 12-20  Borracha de polimento para alisamento de mar-gens e sulcos.

Fig 12-18  Kit adequado para acabamento de provisórios (p.ex. kit 4409, Komet Dental).

Fig 12-17  E recubra com resina provisória fotoativada.

Fig 12-21  Polidor de alto brilho para atingir um polimento brilhante.

Fig 12-19  Brocas codificadas verde/preto para acabamento de margens e dar contorno.

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  203

Fig 12-22  Um polimento de alto brilho pode ser alcançado envernizando os provisórios com glaze e adesivo.

Fig 12-23  Condicionamento de tecido mole na região inter-dental entre os elementos 11 e 21.

Fig 12-24  Coroas de dissilicato de lítio cimentadas adesivamente com resina composta.

O disco de corte ligeiramente flexível é particular-mente útil nas regiões interproximais. Brocas codifica-das em verde e preto são usadas para dar um perfeito acabamento nas margens e modelar a prótese provisó-ria (Fig 12-19). Os últimos sulcos e ranhuras podem ser removidos com borracha de polimento (Fig 12-20) e as coroas provisórias polidas com polidor de alto brilho (Fig 12-21). Uma alternativa para o polimento de alto brilho nos provisórios é o glazeamento com verniz de alto brilho (Glaze and Bond) e a fotoativação (Fig 12-22). Uma vez que o paciente já estabeleceu uma ligação da sua vida social com a prótese provisória e o condicio-namento do espaço interdental entre o dente 11 e 21 foi alcançado (Fig 12-23), é possível transformá-la em uma prótese definitiva (Fig 12-24).

12.3 Conceito de prótese provisória em região altamente estética

Na zona estética, próteses dentais fixadas com resinas (PPF) ou dentes retidos com resina adesiva são as prin-cipais opções para conseguir próteses provisórias em pequenos espaços. As PPF convencionais devem ser consideradas somente se dentes pilares relevantes ne-cessitam ser restaurados com novas coroas. Além dis-so, existem mais e mais indicações positivas e estudos demonstrando que a instalação de implantes imediatos com próteses representa outra opção em casos especiais (veja Capítulo 6).

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204  C  Capítulo 12  Prótese provisória

Um procedimento de dois passos é recomendável, es-pecialmente em situações em que a estética é mais desa-fiadora, ou onde o tecido mole peri-implantar necessita de condicionamento. Aqui, primeiro, a prótese provisória dentossuportada é substituída por uma implantossupor-tada após a exposição do implante. Isto mantém a condi-ção do tecido mole tão boa quanto na época da exodontia até a inserção da prótese implantossuportada finalizada, enquanto modela um perfil de emergência otimizado. Este conceito requer que a posição do implante seja re-gistrada durante a instalação e uma prótese provisória de longa duração seja inserida durante a segunda etapa da cirurgia. Finalmente, o perfil de emergência clínico é transferido para um molde definitivo e, daí, para uma prótese definitiva. As seções 12.3.1 a 12.3.4 foram tiradas do artigo de Wolfart e Kern413:

12.3.1 Primeira prótese provisória: PPF provisória adesiva ou dentesnaturaisfixadoscomresina adesiva

Antes da exodontia, uma PPF anterior adesiva com canti-lever e com estrutura CoCr é confeccionada (Figs 12-25 e 12-26) sem qualquer preparo de dentes vizinhos. Para isso o dentista retira a área do pôntico no modelo de estudo para formar uma concavidade com uma profundidade de aproximadamente 3 mm. O pôntico oval é modelado nes-ta concavidade de maneira que, quando for incorporado, fique protruído dentro do alvéolo fresco por pelo menos 3 mm. No próximo passo do tratamento, o dente será extraí-do o mais atraumaticamente possível. Para fazer isso, pode

ser conveniente dividir o dente no seu eixo longitudinal e remover os fragmentos individualmente para proteger o alvéolo dentário. A PPF é então fixada. Para uma insta-lação segura, pode-se trabalhar com uma posição incisal ou guia de cimentação, que pode ser feito diretamente na boca com uma resina composta provisória ou fabricado no modelo pelo dentista104.

Antes da prótese temporária de longa duração ser in-corporada, a aleta de metal deve ser jateada (Al2O3, 50 µm, 2.5 bar), a superfície do esmalte condicionada, e a PPF co-locado no lugar com resina à base de monômero fosfatado (p.ex. Panavia 21 - veja Fig 12-27). Visto que a PPF será removida duas vezes mais durante a sequência do trata-mento, é sensato fixar a prótese de maneira que permita destacá-la durante a fase provisória. Isto pode ser conse-guido quer pela redução do tamanho das aletas de metal ou por condicionamento da superfície do esmalte somente com o primer (ED Primer) em vez de usar o ácido fosfóri-co. Isso diminui a força da adesão ao esmalte. A PPF pro-visória é destacada após 10 dias para expor o tecido mole condicionado e o coágulo intacto (Fig 12-28). A marcação com lápis na Figura 12-29 indica a localização do segmen-to subgengival da prótese provisória.

Como uma alternativa à PPF confeccionada em labo-ratório, é possível também usar um dente extraído (Figs 12-30 a 12-32) ou um dentre fabricado com a ajuda de um modelo feito a vácuo (Figs 12-33 a 12-36)104. Para isso, um guia de posicionamento incisal dever ser feito de resina provisória (veja Fig 12-30). A raiz de um dente extraído é então cortado para um comprimento gengival de 2 a 3 mm, a cavidade pulpar selada com adesivo, e um pôntico ovoide modelado com resina composta provi-sória (p.ex., Tetric Flow; ver Fig 12-31). A superfície do

Fig 12-25  Prótese adesiva anterior (PPF) com cantilever com estrutura de CoCr como prótese provisória.

Fig 12-26  Vista palatina: as aletas foram confeccionadas em tamanho menor para permitir que a PPF possa ser solta sem problemas.

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esmalte dos dentes vizinhos e do dente extraído é con-dicionada, o dente colocado no lugar com o auxílio do guia incisal e fixado nas proximais com resina composta flow (p.ex. Tetric Flow; veja Fig. 12-32). O dente depois poderá ser reforçado no lado palatino com fibra de vidro ou fibra entrelaçada Teflon (p.ex., Ribbond) desde que não haja sobremordida profunda.

12.3.2Moldagemintra-operatória/registro

A primeira prótese provisória não é removida até a cirurgia do implante (Fig 12-37). O registro intra-ope-

ratório da posição do implante pode ser necessário. A instalação do implante e qualquer aumento ósseo que possa ser necessário são seguidos pelo registro in-tra-operatório da posição do implante. Para isso ser feito, um guia incisal é confeccionado antecipadamen-te em um modelo de estudo utilizando resina acrílica (Fig 12-38). Um coping para moldagem é aparafusado no implante inserido e o guia de resina acrílica apoia-do nos dentes vizinhos (Fig 12-39). Agora, uma resina provisória (p.ex., Luxatemp) é usada como ligação do guia posicionado para a moldeira (Fig 12-40). O FDP provisório ou o dente extraído redesenhado como pôntico é recolocado quando o enxerto foi suturado.

Fig 12-29  O pôntico oval com extensão de 2 a 3 mm dentro do alvéolo (marcação a lápis).

Fig 12-27  Guia com posicionamento seguro para a PPF provi-sória durante a cimentação (Oxyguard azulado aplicado para bloquear oxigênio).

Fig 12-30  Dente extraído como prótese provisória: guia do posicionamento incisal confeccionado antes da exodontia.

Fig 12-28  Uma das aletas adesivas soltou após 10 dias da exodontia. Esta complicação revelou o coágulo protegido.

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Figs 12-33a12-35  Terceira opção: o dente ausente foi confeccionado com resina provisória com o auxílio de uma moldeira a vácuo e após acabamento e polimento fixado no espaço interproximal com resina composta flow.

Fig 12-31  A raiz foi cortada, a cavidade pulpar foi selada com adesivo e um pôntico ovoide (seta) confeccionado com resina composta.

Fig 12-32  O dente foi reposicionado (utilizando na interproxi-mal resina composta flow).

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  207

Fig 12-36  O dente em resina foi fixado aos dentes vizinhos com resina composta flow.

Fig 12-38  Registro intra-operatório: um guia de resina acrílica foi feito no modelo de estudo e preso aos dentes vizinhos; abriu-se um corte na região do implante.

Fig 12-40  O coping da moldagem e o guia de resina acrílica são ligados em conjunto com a resina provisória.

Fig 12-37  O primeiro provisório não foi removido até a cirur-gia do implante.

Fig 12-39  Coping de moldagem inserido durante o procedi-mento e guia de resina acrílica apoiando nos dentes vizinhos.

12.3.3 Segunda prótese provisória: prótese provisória produzida emlaboratóriocomperfildeemergência otimizado

O registro intra-operatório (Fig 12-41) pode agora ser usa-do para transferir a posição do implante para o modelo de situação inicial, e nele uma prótese com um perfil de emergência idealizado pode ser fabricada em laboratório. Para fazer isso, um análogo é aparafusado no coping de moldagem (Fig 12-42) e um perfil de emergência preli-minar é modelado em cera acima do ombro do implante (Fig 12-43). O modelo inicial é cortado na região do im-plante (Fig 12-44) e o registro recolocado nele (Fig 12-45).

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Fig 12-42  O análogo do laboratório foi aparafusado.

Fig 12-44  O modelo inicial foi cortado na região do implante. Fig 12-43  Modelagem inicial do perfil de emergência com cera.

Fig 12-45  Registro inserido dentro do modelo.

Fig 12-41  Registro intra-operatório.

O análogo pode agora ser visto a partir do lado de baixo do modelo (Fig 12-46). A cavidade é preenchida com gesso neste lado, completando a transferência (Fig 12-47).

Agora é possível fabricar uma prótese provisória aparafusada ou cimentada. A vantagem da primeira é que não será necessário remover cimento do tecido mole peri-implantar sensível. A retenção aparafusada é adequada primariamente para os implantes que foram instalados com propósitos protéticos, e o acesso para o parafuso fica no lado palatino. Entretanto, se tiver que ser posicionado na superfície labial ou incisal, é melhor a prótese cimentada. Deve-se ter cuidado e assegurar que a linha de união não fique mais que 1mm subgen-givalmente. Este é o único modo de se ter certeza que os resíduos de cimento são removidos sem qualquer

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Fig 12-49  O pilar personalizado tem a margem preparada localizada 1 mm subgengivalmente.

Fig 12-46  A cavidade remanescente é preenchida com gesso na parte inferior.

Fig 12-48  O perfil do pilar (linha pontilhada) segue o forma-to da coroa e propicia uma transição uniforme entre ele e a forma circular do implante.

Fig 12-47  Transferência completa do implante.

problema. Começando com um pilar provisório (pilar de PEEK, Camlog; veja Fig 12-48), a primeira tarefa é definir a forma da coroa. Esta forma, bem como a po-sição e o tamanho do ombro do implante, definem a forma do perfil de emergência que será modelado sobre o pilar em resina composta. A melhor ligação entre o pilar de PEEK e a resina é obtida abrasionando com par-tículas Al2O3 (50 µm, 2.5 bar) e depois pré-tratando com Glaze and Bond204. A conferência do pilar no modelo demonstra o preparo marginal localizado 1 mm subgen-givalmente (Fig 12-49).

A coroa provisória implantossuportada é incor-porada na segunda etapa da cirurgia. Esta prótese provisória continuará a forma condicionada do teci-do mole (Figs 12-50 a 12-52). Neste caso, pode-se ver

que a margem do ombro do pilar tem um trajeto li-geiramente supragengival na boca em contraste com o trajeto no modelo. Isto acontece pelo fato de que a linha da gengiva não foi transferida juntamente com outras informações quando a moldagem e o registro intra-operatório foram feitos. Preferivelmente, a co-roa provisória foi desenhada a partir da linha gengi-val original que pode, claro, mudar levemente após a instalação do implante. Se ajustes no perfil de emer-gência forem necessários durante a fase da cicatriza-ção, estes podem ser feitos em qualquer tempo com resina composta.

O perfil de emergência da coroa provisória, que é fei-to desta forma, é transferido para um modelo definitivo com o auxílio do coping de moldagem personalizado.

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12.3.4 Coping de moldagem personalizado

Se o formato do tecido mole conseguido durante a fase do provisório é satisfatório, esta situação deve ser transferida para um modelo mestre com uma molda-gem definitiva. Isto permite que o protético adapte o pilar definitivo para a situação na boca a mais precisa possível. Os possíveis métodos para isso foram descri-tos por Buser et al.59 e Zuhr et al.428: se o pilar provi-sório ou a prótese provisória não estão aparafusados, retire-os e aparafuse o análogo laboratorial (Figs 12-

Fig 12-52  Formato do perfil de emergência.

Fig 12-54  A coroa provisória é aparafusada em um corres-pondente análogo de laboratório.

Fig 12-53  Transferindo o perfil de emergência na molda-gem do coping usando um parafuso na coroa provisória como exemplo.

Fig 12-50  Inserção do pilar provisório. A posição do ombro do pilar está localizada ligeiramente supragengival à linha da gengiva que não foi transferida quando a moldagem/registro intra-operatório foi realizada; em vez disso, o provisório foi desenhado na base original da linha da gengiva.

Fig 12-51  Coroa provisória cimentada.

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  211

Fig 12-55  Preenchendo um recipiente com silicone de presa rápida para registro de mordida.

Fig 12-57  Após remover a coroa provisória, os excessos são removidos do negativo.

Fig 12-56  A coroa e o análogo laboratorial são pressionados no silicone até o ombro do pilar.

Fig 12-58  A moldagem do coping foi aparafusada com análo-go no laboratório.

53 e 12-54). Esta unidade é inserida no ombro do pilar em um pequeno recipiente contendo material de mol-dagem (p.ex., Permadyne Garant) ou silicone de presa rápida para registro de mordida (p.ex. Futar Occlusion; Figs 12-55 e 12-56). Após a moldagem de silicone, a coroa provisória é separada do análogo do implante. Excessos são removidos do negativo (Fig 12-57), uma moldagem do coping é aparafusada (Fig 12-58), e o ne-gativo do perfil de emergência preenchido com uma resina adequada (p.ex., Luxatemp; Fig 12-59). Uma vez que o material polimerizou, a moldagem do coping é desaparafusada do análogo do implante de novo. Uma

cópia precisa do perfil de emergência da coroa provi-sória pode ser encontrada na moldagem do coping (Fig 12-60). A moldagem personalizada do coping é aparafu-sada no implante, na boca, e sua moldagem é realizada (Fig 12-61). A moldagem personalizada do coping re-posiciona o tecido mole peri-implantar, que entrou em colapso neste ínterim, e agora há transfers confiáveis do perfil de emergência e da linha do tecido mole para o modelo mestre definitivo (Fig 12-62). Agora o protético pode transferir o perfil para a prótese definitiva para al-cançar um resultado estético o mais previsível possível (Figs 12-63 a 12-65).

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212  C  Capítulo 12  Prótese provisória

Fig 12-61  A moldagem é feita com poliéter.

Fig 12-63  O modelo definitivo com pilar de zircônia é aparafusado no lugar e a linha do cimento localizada 1mm subgengival.

Fig 12-62  A massa gengival é colocada.

Fig 12-64  O perfil transferido define a forma do pilar feito com zircônia. Note que a curvatura marcada na linha do ci-mento assegura a remoção dos resíduos de cimento (setas).

Fig 12-59  O negativo do perfil de emergência é preenchido com resina provisória.

Fig 12-60  A impressão personalizada do coping é retirada e a broca removida.

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Prótese provisória  Capítulo  12 C  213

12.4 Próteses provisórias para grandes gaps e em situaçõesdeextremolivre

Quando se depara com gaps maiores e situações de extremo livre, uma prótese provisória é sempre aconselhável durante o período de cicatrização do implante nos casos onde é necessário manter a fun-ção mastigatória, estética e fonética. Caso contrário, pode ser possível fazer sem uma prótese provisória inteiramente.

As possíveis opções para uma prótese provisória in-cluem: (1) prótese removível (PPR) com grampos de fio e base de resina acrílica; (2) PPR com ganchos fundidos e estrutura de metal; (3) PPR com sistema de attachment simples e estrutura de metal; ou (4) dentes provisórios e/ou coroas implantossuportadas e PPF.

12.4.1 Prótese removível provisória

“PPR provisórias com grampos são formas econômicas de prótese para espaços múltiplos e áreas de extremo livre. São utilizadas por questões econômicas. Por outro lado, elas demonstram relativas desvantagens a outras formas de próteses provisórias”362. Deste modo, por exemplo, a pressão que exercem nos tecidos moles é relativamente alta, o que pode contribuir para perfura-ções na mucosa peri-implantar ou, no pior cenário, para a perda do segmento ósseo ou implante. Estas próteses

Fig 12-65  Todas as coroas de zircônia cimentadas adesivamente com cimento resinoso.

também apresentam um risco de fratura alto, especial-mente se precisam ser desgastadas devido ao edema. O uso de PPF com ganchos de metal é preferível para gaps em espaços múltiplos e situações de extremo livre. Além se serem mais bem ancoradas, minimizam a pres-são no tecido mole; estas próteses apresentam grande estabilidade da dentadura tipo sela devido à estrutura de metal. Neste contexto, deve ser notado que nas den-taduras do tipo sela as estruturas devem ser colocadas o mais longe possentadura tipo sela devido lusal e nunca diretamente sobre a crista residual. Este é o único ca-minho para assegurar que as próteses podem ser recor-tadas ao fundo para acomodar qualquer edema depois da cirurgia de implante ou de aumento ósseo, sem ter que retirar o reforço de metal. Em casos extremos, a estrutura pode ser desenhada na forma de prato inverso (veja exemplo Capítulo 10-5).

Nos casos em que os pacientes não aceitam ganchos visíveis, outra opção é usar um sistema de attachment deslizante provisório. Este também oferece uma ancora-gem estável e reforço da dentadura tipo sela com uma estrutura de metal adicional. Ela é fabricada com uma estrutura de metal não precioso e tem dois attachments deslizantes distais simples Preci-Vertix sem ombro cir-cunferencial ou interlock.

No caso selecionado aqui, a paciente apresentou a situação inicial demonstrada na Figura 12-66. Depois que as próteses foram removidas (Fig 12-67), molda-gens foram realizadas para a mandíbula e a maxila e próteses provisórias de longo prazo foram feitas, além de registro maxilomandibular.

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214  C  Capítulo 12  Prótese provisória

menos que os pacientes, de economizar na prótese pro-visória, mesmo porque essa parte da reabilitação será utilizada por pouco tempo. Entretanto, devemos ter em mente que custos adicionais de uma prótese temporária mais sofisticada são relativamente baixos quando com-parados a todos os custos. Além do mais, tais próteses têm um efeito favorável na taxa de complicações du-rante o aumento ósseo e o período de cicatrização do implante. Elas também aumentam consideravelmente o conforto do paciente o que leva, indiretamente, a uma melhora da relação entre o dentista e o pacien-te. Outro aspecto que temos em mente neste contexto é o período de uso dessas próteses, que se estendem provavelmente até 12 meses nos casos complexos em

Fig 12-69  Estrutura de metal não precioso com dois attach-ments deslizantes distais Preci-Vertix sem ombro circunferen-cial ou interlock.

Fig 12-68  Sistema de attachments provisórios para um longo período de provisionalização.

Fig 12-67  Remoção das próteses, moldagens e registro maxi-lomandibular (os dentes 35 e 46 não foram preservados).

Fig 12-66  O paciente não deseja ganchos visíveis durante a fase de provisionalização.

Os dentes 35 e 46, que não valiam a pena ser pre-servados, foram cortados do modelo da mandíbula e o sistema de attachment deslizante foi confeccionado (Figs 12-68 e 12-69). Na sessão seguinte os dentes fo-ram extraídos e a prótese incorporada imediatamente. Apesar das exodontias, a paciente pôde deixar a clínica com as próteses provisórias na maxila e na mandíbula, que preencheram satisfatoriamente tanto os aspectos estéticos quanto funcionais (Figs 12-70 e 12-71). Uma vez que o tecido mole tenha cicatrizado por completo, é possível proceder à cirurgia de aumento ósseo e dos implantes (Fig 12-72).

Quando estão envolvidos em um complexo planeja-mento protético, os profissionais terão a tendência, não

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Embora exista uma grande variedade de literatura especializada disponível sobre os as-

pectos cirúrgicos dos implantes dentários, não há nenhum livro abrangente e sistemático

sobre a reabilitação protética implantossuportada do paciente - que é o verdadeiro objeti-

vo de quase todos os tratamentos com implantes.

Este renomado time de autores preencheu essa lacuna de forma exemplar. Ilustrado com

mais de 2.000 figuras e vários fluxogramas, este livro apresenta um conceito coerente,

baseado em evidências de instalação de implantes orientada pela prótese e pela restau-

ração protética estética individual, conceituado em detalhes desde as primeiras etapas do

planejamento até o período pós-tratamento. As principais interfaces entre implantologia

e prótese dentária, prótese e técnico em prótese dentária, e também entre o paciente e a

equipe de tratamento são explicadas em detalhes.

Com certeza se tornará um futuro texto padrão; este livro é indispensável não só para

implantodontistas e protesistas, como também para a esmagadora maioria de dentistas e

técnicos em prótese dentária.

CONTEÚDO

Conceitos Básicos: Perfil do paciente • Perfil estético • Perfil da prótese dentária • Perfil im-

plante-pilar • Momento da colocação do implante, protocolos de carga • Perfil de emergência

Conceito de tratamento: Conceito de tratamento • Árvores de decisão

Procedimento clínico: Análise radiográfica e guia cirúrgico • Procedimento cirúrgico •

Restauração provisória • Técnica de moldagem • Registro da relação maxilomandib-

ular • Coroas e próteses dentárias fixas • Aparafusar versus cimentar • Restaurações

removíveis • Conceitos de oclusão • Métodos de impressão óptica intraoral • Cuidados

pós-tratamento • Complicações

Conceitos de restauração: Espaço unitário dentro da zona estética • Espaço de vários

dentes • Situação de extremidade livre • Dentição severamente reduzida • O arco edêntu-

lo Processos de tecnologia em Odontologia: guias cirúrgicos e guias de planejamento de

TCFC • Próteses dentárias fixas e coroas totalmente cerâmicas e reforçadas com metal •

Restaurações cimentadas e aparafusadas • Restaurações de arcada completa com e sem

cerâmica rosa • Coroas telescópicas de ouro galvanizado • Próteses removíveis ancoradas

com localizadores, encaixes de bola e barras

ISBN 978-85-480-0002-7