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Capítulo 6. Défice Orçamental e Dívida Pública1
6.1. Conceitos e Factos
6.2. Restrição Orçamental do Sector Público
6.3. Equivalência Ricardiana
6.4. Imposto Inflacionário e Senhoriagem
* 6.5. Efeitos do Défice Orçamental
6.1 Conceitos e Factos
Numa economia de mercado, o sector público tem a capacidade de proporcionar
melhorias do bem-estar social através da provisão de bens públicos, da redistribuição da
riqueza, da regulação dos mercados e da estabilização macroeconómica.
Um bem público tem como características principais: o facto de o consumo por parte de
uma pessoa não reduzir a disponibilidade do bem para as outras pessoas (não-rivalidade);
e o facto de não ser possível excluir determinadas pessoas da possibilidade de consumir o
bem (não-exclusão).
Exemplos de bens públicos (mais ou menos puros) são: os sistemas de defesa, segurança
e justiça; os faróis, semáforos e sinais de trânsito; a televisão e a rádio; os monumentos,
ruas e paisagens; a qualidade do ar e a saúde pública.
1 Este texto de apoio (1E207 Macroeconomia II, FEP-UP, 2009-10) não dispensa a frequência das aulas e a consulta da bibliografia recomendada. Comentários e sugestões: João Correia da Silva ([email protected]).
2
Para fornecer bens públicos, o sector público efectua, naturalmente, despesas em bens e
serviços, G. Estas incluem, por exemplo, a construção de infra-estruturas de
comunicação, os salários dos funcionários públicos, e as despesas em equipamento
hospitalar.
O sector público tem também gastos associados à redistribuição da riqueza
(transferências do sector público para o sector privado), como o subsídio de desemprego,
o rendimento mínimo de inserção e as pensões de reforma. Outras transferências, como
os subsídios às empresas, têm como objectivo o fomento da competitividade.
Receitas Despesas ConsumoSegurança
Social (transferências)
Poupança líquida
Australia 36,6 36,2 17,9 9,2 1,0France 49,8 53,4 23,9 17,7 - 2,6Germany 43,2 46,8 18,4 19,2 - 2,8
Greece 46,0 52,0 17,1 18,7 - 1,5Ireland 35,6 34,2 16,0 9,2 3,6Italy 45,4 48,5 19,2 17,3 - 1,4Japan 30,3 38,2 17,7 10,9 - 4,8Korea 31,3 30,9 13,5 2,3 9,0Norway 57,9 46,4 22,0 15,0 12,5Portugal 45,4 48,4 21,4 14,9 - 4,2Spain 38,4 38,6 17,4 11,7 2,9United Kingdom 40,8 43,9 21,2 13,4 - 1,9
United States 31,9 36,5 15,6 12,0 - 3,4
Fonte: National Accounts of OECD Countries, OECD, Paris, 2005.
Estatísticas do sector público no ano de 2004 (% do PIB)
Para fornecer bens públicos e para oferecer subsídios aos mais desfavorecidos, o sector
público recebe transferências do sector privado, que incluem os impostos e as
contribuições para a segurança social.2 Os impostos são cobrados às empresas (IRC), aos
trabalhadores (IRS) e aos consumidores (IVA). Há ainda impostos que incidem sobre o
2 O sector público beneficia ainda de transferências provenientes da União Europeia.
3
consumo de determinados produtos (imposto sobre produtos petrolíferos, imposto
automóvel e imposto sobre o tabaco).3
O sector público enfrenta uma restrição orçamental, que impõe um equilíbrio entre a
despesa em bens e serviços, G, e as transferências líquidas que recebe, T.
A diferença entre receitas e despesas, excluindo os juros da dívida pública, designa-se por
saldo orçamental primário.
ttt GTSOP −=
Australia -0,9 2,0 2,6 1,6
France -1,8 -0,4 -0,1 -1,3
Germany -0,2 -1,0 0,0 0,8
Greece -1,1 3,1 0,2 -2,3
Ireland 3,0 4,0 2,5 -2,4
Italy 0,5 4,5 2,6 1,2
Japan 0,8 -5,1 -5,9 -3,4
Korea 1,8 2,1 2,6 1,4
Norway -3,1 3,7 9,1 13,1
Portugal 1,0 0,3 -0,4 -1,6
Spain -1,6 0,3 1,8 -0,5
United Kingdom -2,8 0,7 0,9 -3,3
United States -1,3 2,1 -0,5 -3,4
Euro area -0,4 0,7 1,0 0,1
Total OECD -0,8 0,7 -0,2 -1,7
Source: OECD Economic Outlook databases 80 and 86.
Saldo orçamental primário (% do PIB)
2005-091990-94 1995-99 2000-04
O saldo orçamental inclui ainda os encargos associados aos juros da dívida pública. Os
juros da dívida pública podem representar uma parcela importante do produto de uma
3 Designam-se por impostos directos aqueles que incidem directamente sobre o rendimento ou património dos contribuintes (IRC, IRS), e por impostos indirectos aqueles que incidem sobre a utilização do rendimento (IVA, IA, IPP).
4
economia. Em Portugal, pelo facto de a dívida pública ser superior a 60% do produto
interno bruto, os encargos com juros da dívida pública ascendem actualmente a cerca de
3% do produto interno bruto.
1−⋅−−= tgttt DrGTSO
Sendo a estabilização macroeconómica uma das funções do sector público, seria natural
a observação de défices orçamentais em situações de conjuntura económica desfavorável.
Numa recessão, diminuem as receitas fiscais e aumentam os gastos com o subsídio de
desemprego.4 Podem aumentar, também, as despesas públicas em bens e serviços, caso o
governo opte por levar a cabo uma política orçamental expansionista.
Mas o que se observa é que os saldos orçamentais são sistematicamente negativos.
Australia -4,2 -0,6 1,0 0,5
France -4,3 -3,4 -2,8 -3,9
Germany -2,5 -3,9 -2,6 -1,6
Greece -11,5 -5,7 -5,2 -6,6
Ireland -2,6 0,8 1,4 -2,9
Italy -10,5 -4,4 -2,8 -3,5
Japan -0,4 -6,5 -7,2 -4,2
Korea 2,3 3,0 3,6 2,7
Norway -0,1 5,3 11,3 15,9
Portugal -6,5 -3,8 -3,3 -4,4
Spain -5,3 -3,9 -0,5 -1,8
United Kingdom -5,3 -2,3 -1,0 -5,3
United States -4,8 -1,1 -2,5 -5,2
Euro area -5,0 -3,7 -2,1 -2,5
Total OECD -4,1 -2,5 -2,4 -3,4
Source: OECD Economic Outlook databases 80 and 86.
Saldo orçamental (% do PIB)
1990-94 1995-99 2000-04 2005-09
4 Algumas rubricas do saldo orçamental, tal como os impostos e os subsídios de desemprego, reagem automaticamente à situação conjuntural de forma a reduzir a amplitude das flutuações cíclicas. Por esta razão, designam-se por estabilizadores automáticos.
5
Cada vez que o sector público incorre num défice orçamental, a dívida pública aumenta
na medida do défice orçamental.
11 −− ⋅++−=−=−=∆ tgtttttt DrGTSODDD
Por esta razão, o saldo orçamental é também designado por capacidade/necessidade de
financiamento do sector público. Pode dividir-se em três componentes: (1) o saldo
corrente primário, que corresponde à diferença entre receitas correntes e despesas
correntes, exceptuando os juros da dívida pública; (2) o saldo de capital, que é a diferença
entre as receitas de capital e as despesas de capital; e (3) os juros da dívida pública.5
Despesas correntes 43,2 Receitas correntes 42,3
Despesas com pessoal 12,9 Receitas fiscais 37,5
Consumo intermédio 4,4 Impostos sobre o rendimento e património 9,9
Juros da dívida 2,9 Impostos sobre as famílias 6,0
Transferências correntes 23,0 Impostos sobre as empresas 3,9
para as famílias 19,9 Impostos sobre a produção e a importação 14,6
em dinheiro 15,6 Imposto sobre o valor acrescentado 8,5
subsídios de desemprego 0,9 Imposto sobre os produtos petrolíferos 1,9
pensões do regime geral 7,7 Imposto sobre veículos 0,6
pensões do regime dos func. púb. 4,2 Contribuições sociais 13,0
em espécie 4,3 Efectivas 11,9
Subsídios 1,2 Segurança Social 7,9
Outras transferências 2,0 Caixa Geral de Aposentações 4,0
Imputadas 1,0
Despesa corrente primária 40,3 Vendas de bens e serviços 2,5
Poupança pública (saldo orçamental corrente) -0,9 Outras receitas correntes 2,3
Despesas de capital 3,8 Receitas de capital 0,9
FBCF 2,1
Outras despesas de capital 1,7
Saldo de capital -2,9
-2,6 Receitas provenientes de medidas temporárias 1,1
Saldo orçamental primário 0,3
Fonte: Banco de Portugal - Relatório Anual (2008)
Receitas e despesas das administrações públicas em 2008 (% do PIB)
Capacidade de financiamento (saldo orçamental)
5 As despesas de investimento público estão incluídas na rubrica despesas de capital.
6
Existem incentivos que levam o sector público a adiar o cumprimento da sua restrição
orçamental, acumulando dívida pública. A existência de eleições periódicas faz com que
os governos tenham a tentação de apresentar “obra feita”, incorrendo em défices que
limitarão as possibilidades futuras do sector público.6
Este fenómeno ocorre porque os eleitores tendem a privilegiar os benefícios presentes em
detrimento dos custos futuros, que são incertos, e suportados, em parte, pelas gerações
futuras.
Australia 42,5 25,4 16,9 20,3
France 62,7 65,6 75,7 92,5
Germany 55,7 60,4 71,1 82,0
Greece 101,1 114,9 114,5 123,3
Ireland - 40,2 32,7 81,3
Italy 122,5 121,0 119,9 127,0
Japan 86,2 135,4 175,3 197,2
Korea 5,2 15,7 23,1 36,8
Norway 40,9 34,2 49,1 59,0
Portugal 68,8 62,0 74,0 90,9
Spain 69,3 66,5 50,6 67,5
United Kingdom 51,6 45,1 46,1 83,1
United States 70,6 54,4 61,3 92,4
Euro area 72.3 75,1 76,8 88,3
Total OECD 69.6 68,3 75,9 97,4
Source: OECD Economic Outlook databases 80 and 86.
2005 2010
Dívida pública (% do PIB)
1995 2000
Para disciplinar o comportamento dos governos nacionais, e dadas as externalidades
negativas que uma dívida pública excessiva origina nos restantes países, os países da
zona euro definiram regras que ficaram conhecidas como o Pacto de Estabilidade e
Crescimento (PEC).
6 Alternativamente à obtenção de receitas fiscais no futuro, o governo pode também satisfazer a restrição orçamental recorrendo à emissão de moeda, ou declarando bancarrota.
7
O PEC estabelece limites indicativos para o défice orçamental e para a dívida pública, em
percentagem do produto interno bruto. O défice orçamental não deverá ultrapassar os 3%
do PIB, enquanto que o limite para o valor da dívida pública foi fixado em 60% do PIB.
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Saldo total -2,8 -4,4 -2,7 -2,9 -3,3 -6,1 -3,9 -2,6 -2,7 -9,3Saldo primário -0,4 -1,2 0,3 -0,2 -0,7 -3,5 -1,2 0,2 0,2 -6,4Dívida pública 53,3 55,9 58,5 56,9 58,2 63,6 64,7 63,6 66,3 77,2
Fontes: INE, Ministério das Finanças e Banco de Portugal.
Indicadores orçamentais (% do PIB)
8
6.2 Restrição Orçamental do Sector Público
6.2.1 Restrição orçamental numa economia com dois períodos
Suponhamos que a actividade económica se desenrola em dois períodos, o presente e o
futuro. O sector público pretende realizar despesa em bens e serviços em ambos os
períodos, G1 e G2, dispondo para isso de receitas fiscais (líquidas de subsídios e
transferências para o sector privado) presentes e futuras, T1 e T2.
Tendo acesso ao crédito, o governo pode endividar-se de forma a incorrer em despesas
superiores às receitas, no presente. No futuro, terá de pagar a sua dívida com juros,
calculados com base numa taxa de juro real, rg, específica do sector público.
A taxa de juro paga pelo sector público é inferior à que é paga pelos devedores em geral.
Isso explica-se pelo facto de o risco de falência e incumprimentos dos contratos ser
menor do que o das empresas e particulares. Além disso, o sector público, tal como as
grandes empresas, apresenta orçamentos e relatórios de contas credíveis, que diminuem
significativamente os custos de monitorização por parte dos credores.
O saldo orçamental primário do sector público, no presente, é T1-G1. Na ausência de
dívida pública herdada do passado, a dívida pública passa a ser G1-T1. Esta dívida implica
um pagamento futuro igual a (1+rg)·(G1-T1).
No futuro, a despesa pública fica limitada pela diferença entre a receita futura e o
pagamento, com juros, da dívida pública.
)()1( 1122 TGrTG g −⋅+−=
9
De forma equivalente, podemos escrever a restrição orçamental intertemporal do sector
público como uma igualdade entre o valor actual do fluxo de receitas e o valor actual do
fluxo de despesas.
( ) ( ) ( )
gg
ggg
r
TT
r
GG
TTrGGrTGrTG
++=
++⇔
⇔+⋅+=+⋅+⇔−⋅+−=
11
11)(1
21
21
21211122
No futuro, o saldo orçamental primário e o saldo orçamental serão, necessariamente:
11111222
111222
)()(
)()1()()1(
SOPGTTGrGTSO
SOPrGTrGTSOP
g
gg
−=−−=−⋅−−=
⋅+−=−⋅+−=−=
Na presença de uma dívida herdada com valor actual igual a D0 (pode ser vista como uma
diminuição das receitas no presente), a restrição orçamental fica dada por:
02
12
1 11D
r
TT
r
GG
gg
−+
+=+
+
A existência de uma dívida herdada implica, obviamente, a diminuição das possibilidades
presentes e futuras. A fronteira de possibilidades desloca-se para a esquerda e para baixo.
0D− )1( gr+−11 TG −
22 TG −
)1(0 grD +⋅−
0D− )1( gr+−11 TG −
22 TG −
)1(0 grD +⋅−
10
6.2.2 Financiamento do défice e evolução da dívida pública
Um défice orçamental (necessidade de financiamento) implica a obtenção de
financiamento. O sector público financia os seus défices orçamentais por duas vias:
emissão de títulos de dívida pública (obrigações do tesouro) que são adquiridos por
particulares e empresas; e emissão de moeda (obtenção de crédito junto do banco
central, ou venda de títulos de dívida pública ao banco central).
( )
t
t
t
t
t
tgtt
tttgttt
P
H
P
B
P
BiTG
HBBiTGP
∆+
∆=⋅+−⇔
⇔∆+∆=⋅+−⋅
−
−
1
1
Na ausência de financiamento monetário:
( ) ( )1
1
1
11 11
11
−
−
−
−− ⋅+−=⋅++
−=⋅+−=−t
tg
t
t
t
tg
t
t
t
tg
t
ttt P
Br
P
B
P
Bi
P
B
P
Bi
P
BTG
π.
Obtém-se a seguinte expressão para a variação real da dívida pública:
Ptgt
Pt
Ptg
Pt
Pt
t
tg
t
t
t
ttt
DrSOPD
DrDDP
Br
P
B
P
BTG
1
111
1
1
1
−
−−−
−
−
−
⋅+−=∆⇔
⇔⋅−−=⋅−−=−
Se o sector público for devedor, para que a dívida pública se mantenha estável em valor
absoluto (estabilização absoluta), o saldo orçamental primário deve ser positivo (na
medida do montante de juros que paga). Se o sector público for credor, pode apresentar
saldos orçamentais primários negativos (na medida do montante de juros que recebe) e,
ainda assim, manter constantes os seus créditos.
Ptgt
Pt DrSOPD 10 −⋅=⇒=∆
11
Na presença de crescimento do produto (à taxa constante, y) a evolução do rácio entre a
dívida pública e o produto é dado por:7
( )( ) ( )
( )1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
111
1
1
11
1
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−−−
−
−
⋅−+−
≈
∆⇔
⇔−−++−
≈−⋅+⋅+
+−
=
∆⇔
⇔−⋅+−+
=−=
∆
t
Pt
gt
tt
t
Pt
t
Pt
t
Pt
gt
tt
t
Pt
t
Ptg
t
tt
t
Pt
t
Pt
t
Ptgtt
Pt
t
Pt
t
Pt
t
Pt
Y
Dyr
Y
TG
Y
D
Y
D
Y
Dyr
Y
TG
Y
D
Yy
Dr
Y
TG
Y
D
Y
D
Y
DrTGD
Y
D
Y
D
Y
D
Se o sector público pretender manter estável a dívida pública em percentagem do produto
(estabilização relativa), deverá apresentar um saldo orçamental primário, em
percentagem do produto, igual a:
( )1
10−
−⋅−=−
⇒=
∆
t
Pt
gt
tt
t
Pt
Y
Dyr
Y
GT
Y
D
Se o saldo orçamental primário for nulo, então a evolução do rácio entre dívida pública e
produto é determinada pela diferença entre a taxa de juro real e a taxa de crescimento do
produto. Se rg > y, então a dívida vai crescendo ao longo do tempo (seriam necessários
saldos orçamentais primários positivos para estabilizar a dívida). Se rg < y, então a dívida
vai diminuindo ao longo do tempo (mesmo com défices orçamentais primários
moderados, a dívida pode ir diminuindo).
7 Quanto menor for a duração do período de referência, menos importante é a aproximação efectuada.
12
Absoluta Relativa Absoluta RelativaAustralia 16,9 0,3 -0,1 0,7 0,2 2,9 France 76,1 1,5 -0,4 3,0 1,1 -0,5 Germany 71,1 1,4 -0,3 2,8 1,0 -0,9 Greece 124,2 2,5 -0,6 5,0 1,8 -0,7 Ireland 32,5 0,6 -0,2 1,3 0,5 1,0 Italy 120,4 2,4 -0,6 4,8 1,8 -0,1 Japan 173,1 3,5 -0,8 6,9 2,5 -3,9 Korea 24,9 0,5 -0,1 1,0 0,4 1,6 Norway 50,6 1,0 -0,2 2,0 0,7 12,2 Portugal 72,8 1,5 -0,4 2,9 1,1 -3,3 Spain 50,1 1,0 -0,2 2,0 0,7 2,6 United Kingdom 46,7 0,9 -0,2 1,9 0,7 -1,4 United States 61,8 1,2 -0,3 2,5 0,9 -1,6 Euro area 77,3 1,5 -0,4 3,1 1,1 0,2 Total OECD 76,9 1,5 -0,4 3,1 1,1 -0,9
Fonte: OECD Economic Outlook 80 database.
Estabilização da dívida pública
SOP de estabilização da dívida (% do PIB)
Nota: Os saldos orçamentais primários necessários para a estabilização absoluta e relativa da dívida pública foram calculdados com base numataxa de crescimento do produto igual a 2,5%.
rg = 2% rg = 4%Dívida 2005 (% do PIB)
SOP 2005 (% do PIB)
Se a taxa de juro real suportada pelo sector público for rg=2% e a taxa de crescimento do
produto for y=1%, então, para manter o rácio entre dívida pública e produto constante e
igual a 60%, o sector público deve apresentar um excedente orçamental primário igual a
0,6% do produto.
( ) %6,06,001,01
1 =⋅≈⇒⋅−≈−
−
t
t
t
Pt
gt
t
Y
SOP
Y
Dyr
Y
SOP
Se rg=2% e y=3%, então o sector público pode incorrer num défice orçamental primário
igual a 0,7% do produto, e, ainda assim, manter constante o rácio entre dívida pública e
produto igual a 70%:
( ) %7,07,001,01
1 −=⋅−≈⇒⋅−≈−
−
t
t
t
Pt
gt
t
Y
SOP
Y
Dyr
Y
SOP
13
6.3 Equivalência Ricardiana
6.3.1 Princípio da equivalência ricardiana
A hipótese da equivalência ricardiana foi formulada no século XIX por David Ricardo,
que, no entanto, não acreditava na sua validade.
Segundo o princípio da equivalência ricardiana, o perfil intertemporal do fluxo de
impostos que financia um dado fluxo de despesa pública não tem qualquer efeito nas
decisões de consumo das famílias.
Recuperada por Robert Barro (1974), esta hipótese contradiz as previsões da teoria
keynesiana relativamente aos efeitos da política fiscal.
Segundo o modelo keynesiano, uma redução dos impostos faz aumentar o rendimento
disponível, estimulando o consumo privado, e desencadeando um efeito multiplicador
que faz aumentar o produto. Em resultado do aumento do produto, a procura de moeda
aumenta, e, portanto, a taxa de juro aumenta. Este aumento da taxa de juro faz diminuir o
investimento (efeito de “crowding-out”).
14
Numa economia aberta, com taxas de câmbio flexíveis, a pressão no sentido da subida da
taxa de juro transmite-se à taxa de câmbio. A moeda nacional aprecia-se, o que faz com
que aumentem as importações e diminuam as exportações. O défice orçamental originado
pela diminuição da receita fiscal é acompanhado, assim, por um défice da balança
corrente externa (“défices gémeos”).
Voltemos à hipótese da equivalência ricardiana, e recordemos a restrição orçamental do
agente representativo que escolhe como dividir o seu rendimento disponível entre
consumo e poupança (consumo futuro).
++−
++=
+−
+−=+
+r
TT
r
YY
r
TYTYC
rC
1111
1 21
21
221121
Agregando as restrições orçamentais do sector público e do sector privado obtemos a
restrição orçamental da nação.
r
YY
r
GCGCrr
r
T
r
T
r
YY
r
GG
r
CC
r
TT
r
GG
r
TT
r
YY
r
CC
g
gg
gg
++=
++
++⇒=
+−
++
++=
+++
++⇒
++=
++
+−−
++=
++
11
1111111
111
21
2211
2221
21
21
21
21
21
21
21
Estando fixa à partida a despesa pública, presente e futura (G1 e G2), e supondo que a
taxa de juro real paga pelo sector público é igual à que é paga pelos agentes privados
(rg=r), verificamos que a restrição orçamental das famílias não depende do perfil
intertemporal dos impostos, podendo ser escrita apenas em função dos gastos públicos:
r
GYGY
r
CC
r
YY
r
GCGC
+−+−=
++⇒
++=
++++
111122
112
12
122
11
15
Uma redução de impostos no presente não estimula o consumo, porque, apesar de
aumentar o rendimento disponível das famílias no presente, não aumenta a sua riqueza.
As famílias, esperando uma maior carga fiscal no futuro, mantêm constante o nível de
consumo presente.
As variações da poupança pública são exactamente compensadas por variações de sinal
contrário da poupança privada. A poupança bruta da nação não depende do perfil
intertemporal da carga fiscal.
11111111
11
111
GCYGTCTYSS
GTS
CTYS
gpriv
g
priv
−−=−+−−=+
−=
−−=
Por esta razão, a taxa de juro real também não se altera, em resultado de alterações do
perfil intertemporal do fluxo de impostos. A política fiscal expansionista não provoca
qualquer efeito de “crowding-out”.
Uma vez que o investimento e a poupança bruta da nação se mantêm inalterados, a
poupança externa também não se altera. Não surgem, assim, os chamados “défices
gémeos”.
gprivext SSISBNIS −−=−=
As conclusões que resultam da aplicação da hipótese da equivalência ricardiana são
completamente opostas às da teoria keynesiana. Segundo o modelo keynesiano, uma
redução dos impostos no presente faz aumentar o produto e a taxa de juro, e faz diminuir
o investimento (“crowding-out”) e o saldo da balança corrente externa (“défices
gémeos”). Os custos desta redução fiscal serão pagos no futuro: o pagamento da dívida
pública e da dívida externa, e um menor crescimento económico em resultado da
diminuição do investimento.
16
6.3.2 As limitações do princípio da equivalência ricardiana
Uma das falhas do princípio da equivalência ricardiana resulta do facto de os indivíduos
terem um horizonte de vida finito. Uma redução dos impostos no presente, mantendo-se
os gastos públicos constantes, só é possível à custa de um aumento futuro dos impostos.
Mas esse aumento pode ser tão distante no futuro que não serão os indivíduos que hoje
beneficiam da redução fiscal a suportar o aumento dos impostos no futuro.8 Estes
indivíduos vêem a sua riqueza aumentar, de modo que aumentam o seu nível de
consumo. A redução fiscal provoca, assim, um aumento temporário do produto.
Pode acontecer que as famílias mantenham o seu nível de consumo constante, se
passarem a pretender deixar uma herança superior, que compense o aumento de
impostos que os seus descendentes irão suportar. Nesse caso, o princípio da equivalência
ricardiana permanece válido.
Na presença de crescimento populacional, a redução fiscal no presente é superior em
termos per capita do que o aumento futuro, que será dividido entre um maior número de
pessoas. Assim, a riqueza das famílias aumenta, aumentando também o consumo e o
produto.
O facto de os mercados de crédito serem imperfeitos também implica que a hipótese da
equivalência ricardiana não seja inteiramente válida. Como os credores exigem ao sector
público uma taxa de juro real inferior àquela que exigem aos agentes privados (rg<r), é
vantajoso, para a nação, que seja o sector público a endividar-se.
8 O perfil intertemporal dos impostos é, assim, um instrumento de redistribuição intergeracional dos custos da despesa pública.
17
Para verificar analiticamente esta ideia, manipulamos a restrição orçamental do sector
público, antes de a combinar com a restrição orçamental do sector privado.
( )112
12
1
21
21
21
21
21
21
111
11
1
11
1
11
1
11
1
11
TGr
rr
r
TT
r
GG
r
TT
r
rrr
r
GG
r
rrr
r
TT
r
r
r
GG
r
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TT
r
GG
g
gg
gg
gg
−⋅+−
++
+=+
+⇔
⇔+
+⋅+
+−+=
++⋅
++−+
⇔
⇔+
+⋅++
=+
+⋅++
⇔+
+=+
+
Verificamos que, sendo rg<r, o défice orçamental aumenta a riqueza da nação (isto é, as
possibilidades conjuntas de consumo público e privado).
( )
( )112
12
12
1
112
12
12
1
21
21
21
1111
1111
111
TGr
rr
r
YY
r
GG
r
CC
TGr
rr
r
GG
r
YY
r
CC
r
TT
r
YY
r
CC
g
g
−⋅+−
++
+=+
+++
+⇔
⇔
−⋅
+−
−+
+−+
+=+
+⇔
⇔
++−
++=
++
As distorções provocadas pelo sistema fiscal também contribuem para que falhe a
hipótese da equivalência ricardiana. Uma variação do perfil intertemporal das taxas de
imposto sobre o rendimento ou sobre o consumo altera os salários relativos ou os preços
relativos dos bens.
Uma redução no presente e aumento no futuro da taxa de imposto sobre o rendimento, faz
com que aumente o salário presente e diminua o salário futuro, levando a que os agentes
escolham mais trabalho e menos lazer no presente, e menos trabalho e mais lazer no
futuro. Esta alteração do perfil intertemporal da taxa de imposto tem, portanto, um efeito
expansionista.
18
Uma redução no presente e aumento no futuro da taxa de imposto sobre o consumo, torna
o consumo de bens no presente mais barato relativamente ao consumo no futuro. Os
agentes preferirão, portanto, consumir mais no presente e menos no futuro. Esta alteração
também tem, assim, um efeito expansionista.
19
6.4 Imposto Inflacionário e Senhoriagem
A dívida pública está, normalmente, definida em termos nominais. Assim sendo, a
inflação faz com que o valor real da dívida diminua, favorecendo o Estado, devedor. Esta
redistribuição de riqueza, dos credores para o sector público, designa-se por imposto
inflacionário . O imposto inflacionário incide tanto sobre os títulos de dívida (obrigações
do tesouro) como sobre a base monetária.
A inflação faz descer o valor real da dívida do sector público e da base monetária:
( )t
tt
t
ttt
t
tt
t
tt
t
tt
t
tt
P
H
P
B
P
HB
P
HB
P
HB
P
HB⋅−⋅−=+⋅
+−
+=
+−
+
−
πππ11
As obrigações do tesouro proporcionam uma taxa de juro nominal que incorpora, pelo
efeito de Fisher, a expectativa de uma deterioração do valor real da dívida em resultado
da inflação. Assim, a dívida pública está protegida do imposto inflacionário. Só a inflação
não antecipada é que deve ser considerada como imposto inflacionário sobre a dívida
pública.
O banco central pode conceder crédito ao governo. Quando o faz, há criação de moeda.
Ou melhor, criação de base monetária, que, pelo efeito multiplicador monetário, faz
aumentar a massa monetária numa maior medida. Um efeito semelhante ocorre quando o
banco central compra bilhetes do tesouro (emitidos pelo governo) no mercado primário.
O pagamento das despesas através da criação de base monetária designa-se por
senhoriagem. Esta parcela do financiamento do défice avalia-se pelo valor real do
aumento da base monetária, ∆H/P.
20
t
t
t
t
t
t
P
H
P
H
P
H 1−−=∆
A senhoriagem equivale à soma do aumento do valor real da base monetária com o
imposto inflacionário sobre a base monetária.
( )1
1
1
1
1
11 1−
−
−
−
−
−− ⋅+−=−⋅−=−=∆
t
tt
t
t
t
tt
t
t
t
t
t
t
t
t
t
t
P
H
P
H
P
H
P
H
P
H
P
H
P
H
P
H ππ
Vimos anteriormente que, na ausência de criação de moeda, a variação do valor real da
dívida do sector público é igual ao défice orçamental:
Pt
Ptg
Ptg
Pt DDrTGDrTGD ∆+⋅−=−⇔⋅+−=∆ −− 111111
No caso mais geral, com criação de moeda e inflação, a relação entre o saldo orçamental
primário e a evolução da dívida pública é dada por:
( )
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
111
1
11
111
111
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−−−
−
⋅+−++⋅−⋅++−≈−⇔
⇔−⋅−+−⋅−+−⋅⋅+−≈−⇔
⇔+⋅
−++⋅
−++⋅
⋅+−=−⇔
⇔−+−=⋅++−⇔
⇔∆+∆=⋅+−⋅
t
tt
t
t
t
t
t
t
t
tt
et
egtt
tt
t
t
tt
t
t
t
tt
t
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t
t
t
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tet
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t
t
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t
t
t
t
t
t
tet
egtt
tttgttt
P
H
P
H
P
H
P
B
P
BrTG
P
H
P
H
P
B
P
B
P
BrTG
P
H
P
H
P
B
P
B
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BrTG
P
H
P
H
P
B
P
B
P
BrTG
HBBiTGP
πππ
ππππ
ππππ
π
Desprezando os termos de segunda ordem:
( )
( )1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
11
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
⋅+−+⋅−+⋅−−=−⇔
⇔⋅+−++⋅−++−=−
t
tt
t
t
t
t
t
tett
t
teg
t
t
t
ttt
t
tt
t
t
t
t
t
t
t
tt
et
egtt
P
H
P
H
P
H
P
B
P
Br
P
B
P
BTG
P
H
P
H
P
H
P
B
P
BrTG
πππ
πππ
21
Em termos reais:
( )( ) BC
ttBCt
Pt
ett
Pt
eg
Pttt
t
tt
t
t
t
tett
t
teg
t
ttt
DDDDrDTG
P
H
P
H
P
B
P
Br
P
BTG
111
1
1
1
1
1
1
−−−
−
−
−
−
−
−
⋅+∆+⋅−+⋅−∆=−⇔
⇔⋅+
∆+⋅−+⋅−
∆=−
πππ
πππ
Verificamos que a senhoriagem e o imposto inflacionário aliviam a restrição orçamental
do sector público. O aumento da dívida pública é inferior, devido ao aumento do valor
real da base monetária, ao imposto inflacionário sobre a base monetária, e ao imposto
inflacionário sobre a dívida para com o sector privado.
( ) Pt
ett
BCtt
BCt
Pt
ettt
Pt DDDDrTGD 111 −−− ⋅−−⋅−∆−⋅+−=∆ πππ
Se o governo aumentar a despesa pública, sendo financiado pelo banco central, a politica
orçamental expansionista é acompanhada de uma política monetária expansionista. O
efeito sobre o produto é superior, dado que o “crowding-out” é inferior.
A taxa de juro não sobe tanto, podendo mesmo descer, dependendo da relação entre o
aumento da procura real de moeda que resulta do aumento do produto e o aumento da
oferta real de moeda que resulta do financiamento monetário. Se a taxa de juro descer,
em vez de “crowding-out”, temos “crowding-in”.
Na figura, está representado o efeito de uma política orçamental expansionista financiada
por emissão de dívida pública para os particulares (A) ou por emissão de moeda (B).
22
B
Y
iLM
0
IS1
i0
iA
Y0
IS0
YB
LM1
A
iB
YA
B
Y
iLM
0
IS1
i0
iA
Y0
IS0
YB
LM1
A
iB
YA
É de notar que as autoridades que decidem a política orçamental (governo) e a política
monetária (banco central) são independentes. Na zona euro, é explicitamente vedado o
crédito directo ou indirecto (no mercado primário) aos governos por parte do Banco
Central Europeu.
23
* 6.5 Efeitos do Défice Orçamental
6.5.1 Efeitos de uma política orçamental expansionista
No curto prazo, um maior défice orçamental tem efeitos expansionistas no curto prazo
(aumento do produto e diminuição do desemprego). Se o objectivo do banco central for o
controlo da inflação, poderá reagir definindo uma política monetária contraccionista, que
irá atenuar ou mesmo inverter os efeitos expansionistas da política orçamental.
Num regime de câmbios flexíveis, o agravamento do défice orçamental pressiona no
sentido do aumento da taxa de juro, fazendo com que se aprecie a moeda nacional. Esta
apreciação torna as importações mais baratas e as exportações mais caras, conduzindo a
um maior défice da balança corrente externa. A contracção do sector exportador pode ter
graves consequências, dado que este é, normalmente, um dos sectores mais competitivos
da economia nacional.
Na medida em que faz aumentar a taxa de juro, uma política orçamental expansionista
afecta negativamente o investimento (“crowding-out”) e, portanto, o crescimento
económico no longo prazo.
Um aumento do défice orçamental causado pela diminuição dos impostos sobre o
rendimento faz aumentar a oferta de trabalho (aumenta o salário líquido) e a propensão
para a poupança (aumenta o rendimento líquido proporcionado pela poupança). Estes
efeitos secundários devem ser tidos em conta.
24
O governo deve também ter em conta que o aumento das receitas fiscais que resulta de
um aumento da taxa de imposto vai sendo cada vez menor, à medida que a taxa de
imposto aumenta.
0 20 40 60 80 100%taxa de imposto
receitasfiscais
Curva de Laffer
0 20 40 60 80 100%taxa de imposto
receitasfiscais
Curva de Laffer
6.5.2 O desafio da Segurança Social
O sistema de pensões de reforma da Segurança Social procura garantir a qualidade de
vida da população reformada. Recolhe, para isso, contribuições da parte dos
trabalhadores.
Podemos falar de duas categorias opostas de sistemas de Segurança Social: os sistemas
do tipo “pay-as-you-go” ou redistributivos , e os sistemas de capitalização.
Nos sistemas do tipo “pay-as-you-go”, as contribuições dos trabalhadores são entregues
aos reformados. As gerações em idade de trabalho sustentam, por assim dizer, as
gerações já reformadas. A sustentabilidade do sistema assenta na solidariedade
intergeracional e no equilíbrio entre a dimensão dos dois grupos. Uma diminuição da
25
população activa ou um aumento da esperança de vida pode pôr em causa o pagamento
das pensões de reforma.
Recentemente, devido ao aumento da esperança de vida e à estagnação do crescimento
populacional, tem vindo a aumentar o rácio de dependência da terceira idade, que é a
razão entre a população com idade igual ou superior a 65 anos, e a população com idade
compreendida entre os 15 e os 64 anos.9 As projecções relativamente à evolução deste
indicador no século XXI são preocupantes. Em Portugal, este indicador poderá aumentar
dos 23% registados em 2001 para atingir os 40% no ano 2040.
Os sistemas de capitalização, ao invés de transferir recursos entre gerações, baseiam-se
na ideia da poupança forçada. Cada trabalhador é forçado a poupar, sendo as suas
poupanças rentabilizadas, e devolvidas gradualmente durante os anos de reforma. Neste
tipo de sistema, as pensões de reforma de cada indivíduo são financiadas, essencialmente,
pelas suas próprias contribuições. A vantagem deste tipo de sistemas é a imunidade a
evoluções desfavoráveis do rácio de dependência da terceira idade.
9 Dependendo do objectivo da análise, pode ser mais adequado falar do rácio de dependência económica (razão entre a população não empregada com mais de 20 anos e a população empregada).