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CARACTERÍSTICAS DE DIFERENTES MODELOS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO: um estudo no Estado da Bahia
ALINE LINHARES LOUREIROPATRÍCIA CAMPOS BORJA
LUIZ ROBERTO SANTOS MORAES
Desenvolvimento do Trabalho
LOCALUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICAMESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
GESTÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO ESTADO DA BAHIA:
análise de diferentes modelos
INTRODUÇÃO
Introdução
Transformações nas cidades repercussão na qualidade de vida.
Processo de urbanização carência de serviços essenciais (saúde,saneamento, educação ...).
Panorama do Saneamento no Brasil e na Bahia:
Brasil: 82% da população é atendida por rede de abastecimento de água, 49%por rede de esgoto sanitário e 78% tem seu lixo coletado.
Bahia: 75% da população é atendida por rede de abastecimento de água, 40%por rede de esgoto sanitário e 55% tem seu lixo coletado.
Inúmeros fatores contribuem para este quadro, principalmente, problemas degestão, tanto de caráter político quanto operacional.
Fonte: IBGE, 2000
Introdução
Com a retomada dos investimentos públicos em saneamento básico; a re-estruturação institucional; a criação da Secretaria Nacional de SaneamentoAmbiental e, ainda, a aprovação da Lei Federal de Saneamento Básico (Lein. 11.445/07), as preocupações dos governantes, técnicos e pesquisadorestêm se voltado para o debate sobre a eficácia e eficiência dos diferentesmodelos de gestão.
Justificativa da pesquisa: diversos tipos de arranjos institucionais e poucoestudo no campo das políticas públicas e da prestação dos serviços desaneamento.
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Prestação dos Serviços
CONSIDEROU-SE, PARA ESTE TRABALHO:
SERVIÇO PÚBLICO[...] toda atividade material fruível prestada pela Administração Pública ou seus delegadosque venha a satisfazer as necessidades coletivas, sob sistema normativo e que aprestação deste para ser considerado adequado, satisfaça as condições estabelecidaspela Lei da Concessão dos Serviços Públicos.
SANEAMENTO BÁSICOo conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento deágua potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
Gestão dos Serviços de Água e Esgoto
Prestação dos Serviços
A prestação dos serviços de água e esgoto pode ser: direta ou indireta
Prestação pública- administração direta;- autarquias municipais;- empresas públicas ou companhias municipais;- sociedade de economia mista e companhias estaduais;- gestão associada.
Prestação privada.
Gestão comunitária.
Consórcio público ou convênio de cooperação.
METODOLOGIA
Metodologia
Campos de AnáliseControle Social
Metodologia
Áreas de Estudo
Metodologia
Área de Estudo
Alagoinhas
Barra da Estiva
Ilhéus
Itabuna
Jaguarari
Jequié
Juazeiro
Seabra
Sobradinho
Fonte: WIKIPÉDIA adaptado sem escala, 2008.
Metodologia
Estudo Qualitativo
Foram aplicados questionários semi-aberto por meio de entrevistas aos gestores(titulares dos serviços) e aos prestadores do serviço.
Estudo Quantitativo
Foram analisados indicadores relacionados aos aspectos operacionais, econômico-financeiros e de qualidade dos serviços. A partir de dados do SNIS e de questionárioaplicado a Central.
Pesquisa Empírica
CAMPOS COMPONENTES INDICADOR
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Operacional
Cobertura da população atendida por rede de águaCobertura da população servida por rede de esgotoConsumo de energia por volume de água produzidoConsumo de energia por volume de esgoto tratadoExtensão da rede de Água por ligação total de águaExtensão da rede de Esgoto por ligação total de esgotoVolume de Água Micromedido por ligação de águaVolume de Água Consumido por ligação de águaVolume de Água Faturado por ligação de águaVolume de Esgoto Coletado por ligação de esgotoVolume de Esgoto Tratado por ligação de esgotoVolume de Esgoto Faturado por ligação de esgotoConsumo médio per capita de água
Financeira
Receita operacional de água por ligação total Receita operacional de esgoto por ligação totalPercentual de despesas com pessoal próprio em relação à despesa totalPercentual de despesas com energia elétrica em relação à despesa totalPercentual de despesas com serviços de terceiros em relação à despesa totalÍndice de evasão de receitas*Investimento realizado em serviços de água *Investimento realizado em serviços de esgoto*Tarifa média de água*Tarifa media de esgoto*
Qualidade
Duração média de paralisações no sistema de águaDuração média de intermitências no sistema de águaIncidência de amostras coletadas com coliformes totais Atendimento da Portaria MS n. 518/04Duração média de reparos de extravasamento de esgoto
SELEÇÃO DOS INDICADORES
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO NO
ESTADO DA BAHIA
Gestão dos Serviços de Água e Esgoto
Prestação dos Serviços
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (EMBASA)
Empresa Municipal de Águas e Saneamento S.A. (EMASA)
Empresa Municipal de Serviços de Água e Esgoto (EMSAE)
Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE)
Prefeitura Municipal de Barra da Estiva (PMBE)
Central de Associações Comunitárias para Manutenção de Sistemas de Abastecimento de Água (CENTRAL)
Prestação dos ServiçosPlanos Municipais
Município Prestador Tipo de pessoas jurídicasExistência de
Plano Municipal de Saneamento
Jaguarari CENTRAL Sociedade civil sem fins lucrativos. Não
Seabra CENTRAL Sociedade civil sem fins lucrativos. Não
Barra da Estiva PREFEITURA Administração direta. Não
Itabuna EMASA Empresa municipal - sociedade de economia mista. Sim
Sobradinho EMSAE Empresa municipal - empresa pública. Não
Alagoinhas SAAE Autarquia municipal. SimJuazeiro SAAE Autarquia municipal. Não
Ilhéus EMBASA Soc de economia mista com gestão pública. Não
Jequié EMBASA Soc de economia mista com gestão pública. Não
Prestação dos ServiçosAspectos Operacionais
Cobertura da população atendida com o serviço de abastecimento de água nas áreas de estudo, segundo Snis (2006), Pnad (2006) e informações da Central (2006).
Fonte: Snis (2007), Pnad (2007), Central (2008)
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
Jaguarari (CENTRAL)
Seabra (CENTRAL)
Barra da Estiva
(PMBE)
Itabuna (EMASA)
Sobradinho (EMSAE)
Alagoinhas (SAAE)
Juazeiro (SAAE)
Ilhéus (EMBASA)
Jequié (EMBASA)
Salvador Bahia Nordeste Brasil
% d
a po
pula
ção
Municípios (Prestador)
Prestação dos ServiçosAspectos Operacionais
Cobertura da população atendida com o serviço de esgotamento sanitário nas áreas de estudo, segundo Snis (2006), Pnad (2006) e informações da Central (2006).
Fonte: Snis (2007), Pnad (2007), Central (2008).
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
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Jaguarari (CENTRAL)
Seabra (CENTRAL)
Barra da Estiva
(PMBE)
Itabuna (EMASA)
Sobradinho (EMSAE)
Alagoinhas (SAAE)
Juazeiro (SAAE)
Ilhéus (EMBASA)
Jequié (EMBASA)
Salvador Bahia Nordeste Brasil
% d
a po
pula
ção
Municípios (Prestador)
Prestação dos ServiçosAspectos Operacionais
Volume de água consumido, micromedido e faturado por economia (m³/economia.ano) nas áreas de estudo, segundo o Snis (2006) e informações da Central (2006).
Fonte: Snis (2007); Central (2008).
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
Jaguarari (CENTRAL)
Seabra (CENTRAL)
Barra da Estiva
(PMBE)
Itabuna (EMASA)
Sobradinho (EMSAE)
Alagoinhas (SAAE)
Juazeiro (SAAE)
Ilhéus (EMBASA)
Jequié (EMBASA)
Salvador Bahia Nordeste Brasil
m³/
econ
omia
.ano
Municípios (Prestador)
Consumido Micromedido Faturado
Prestação dos ServiçosAspectos Operacionais
0
50
100
150
200
250
300
Jaguarari (CENTRAL)
Seabra (CENTRAL)
Barra da Estiva
(PMBE)
Itabuna (EMASA)
Sobradinho (EMSAE)
Alagoinhas (SAAE)
Juazeiro (SAAE)
Jequié (EMBASA)
Ilhéus (EMBASA)
Salvador Bahia Nordeste Brasil
m³/
econ
omia
.ano
Municípios (Prestador)
Coletado Tratado Faturado
Volume de esgoto coletado, tratado e faturado por economia (m³/economia.ano) nas áreas de estudo, segundo o Snis (2006) e informações da Central (2006).
Fonte: Snis (2007); Central (2008).
Prestação dos ServiçosAspectos Financeiros
MUNICÍPIO (PRESTADOR)
Receitas operacionais por economias ativas
Água Esgoto
R$/eco.ano R$/eco.anoJaguarari (CENTRAL) 59,25 6,11Seabra (CENTRAL) 117,15 *Barra da Estiva (PMBE) * *Itabuna (EMASA) 254,56 171,03Sobradinho (EMSAE) 140,28 44,66Alagoinhas (SAAE) 258,51 154,52Juazeiro (SAAE) 166,64 74,64Ilhéus (EMBASA) 276,05 180,37Jequié (EMBASA) 247,86 179,22
Salvador 321,21 211,12Bahia 260,85 183,51Nordeste 245,02 234,33Brasil 375,72 403,78
Fonte: Snis (2007); Central (2008).* não se aplica
Receitas operacionais dos serviços de água e esgoto por economia ativa de cada serviço nas áreas de estudo, segundo Snis (2006) e informações da Central (2006).
Prestação dos ServiçosAspectos de Qualidade dos Serviços
Controle de padrões de potabilidade e atendimento à Portaria MS n. 518/04 nas áreas de estudo, segundo Snis (2006) e informações da Central (2006).
Fonte: Snis (2007) e Central (2008).* não foi informado** não se aplica
MUNICÍPIO / PRESTADOR
Amostras para Análises O controle de qualidade da água atende
integralmente a Portaria 518/04?
Coliformes Totais
Obrigatórias Analisadas Fora do Padrão
Inc. das Amostras com Colif.
Totais amostra/ano amostra/ano amostra/ano % Sim/Não
Seabra (CENTRAL) * * * * NãoJaguarari (CENTRAL) * * * * NãoBarra da Estiva (PMBE) 216 216 12 5,56 SimItabuna (EMASA) 1.560 1.917 16 0,83 SimSobradinho (EMSAE) 12 12 0 0,00 SimAlagoinhas (SAAE) 1.200 6.122 673 10,99 NãoJuazeiro (SAAE) 2.880 5.760 0 0,00 SimIlhéus (EMBASA) 1.200 1.322 0 0,00 SimJequié (EMBASA) 1.236 1.451 0 0,00 Sim
Salvador 10.176 9.768 135 1,38 NãoBahia 251.691 252.013 3.103 1,23 **Nordeste 563.812 523.724 13.138 2,51 **Brasil 2.017.248 1.967.876 32.820 1,67 **
CONCLUSÃO
Conclusão
Os serviços de saneamento são considerados serviços públicos e essenciais (Lei n. 11.445/07),de interesse social e de utilidade pública (Resolução CONAMA n. 369/06) e um direito social(Constituição Federal de 1988), sendo então o Poder Público responsável pela sua gestão, pormeio de seus titulares.
Diante do que se pode observar é muito difícil apontar ou indicar qual seria o melhor modelo degestão dos serviços, por isso foi proposto analisar as características de cada um.
Em cada modelo de gestão existem distorções notáveis com situações e características que lhessão inerentes, principalmente, ideais políticos do titular dos serviços e a sua forma de concepção.
Conclusão
Observando o princípio da universalização, apesar de o serviço de abastecimento de água ser deacesso à quase todos os munícipes, muitos ainda não possuem um serviço tão essencial àqualidade de vida, e que é agravado mais ainda na zona rural. Se já não se observa auniversalização do serviço de abastecimento de água, o de esgotamento sanitário fica ainda maisaquém; sendo a precariedade deste fator preocupante, principalmente à saúde da população.
Tal fato, incide na não integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dosrecursos hídricos. Fornecer água e não dar suporte ou proporcionar tratamento da mesma póssua utilização, tem como conseqüência a contaminação do lençol freático e demais recursoshídricos no entorno do ambiente.
Quanto à qualidade dos serviços, observou-se que o modelo de prestação de serviços por ONGmostra-se frágil, já que se põe em dúvidas a questão da potabilidade da água.
Conclusão
Têm-se como limitações do trabalho:
• a não inserção dos dados da Central no SNIS resultou na busca de informações ao prestadorque em algumas situações não existiam;
• apesar da boa vontade da maioria dos entrevistados, a realização de duas delas somente foipossível via e-mail, o que pode ter prejudicado a qualidade da informação;
• a distância dos municípios selecionados e o contato com a pessoa responsável pela operaçãodos serviços e representantes das prefeituras podem ser considerados fatores limitantes dotrabalho, mas que foram superados;
• viu-se somente a opinião dos gestores e prestadores, não foi contemplado nas entrevistas aopinião da sociedade quanto aos prestadores de serviços em seus respectivos município.
Conclusão
O presente trabalho foi desenvolvido em uma fase de mudanças bruscas na área de saneamentotanto a nível federal quanto estadual:- aprovação da Lei Federal n. 11.445/07 que institui a Política Federal Saneamento Básico;- aprovação da Lei Estadual n. 11.172/08 que institui os princípios e diretrizes da Política Estadualde Saneamento Básico; e- dos investimentos do PAC-Saneamento.
Assim, espera-se uma mudança no quadro atual do saneamento no país e a superação dogrande desafio de promover saneamento básico de qualidade para todos.
AGRADECIMENTOS
mMestrado em Engenharia Ambiental Urbana
SAAE – Juazeiro e AlagoinhasPMBE – Secretaria de InfraestruturaEMASA – ItabunaEMSAE – SobradinhoCENTRAL – Seabra e Jacobina
Instituto do Meio Ambiente – IMA/BA
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA