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CARACTERIZAÇÃO DE PRODUTOS COMERCIAIS À BASE DE AMIDO DE MILHO Orientadora: Renata Antoun Simão

CARACTERIZAÇÃO DE PRODUTOS COMERCIAIS À BASE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10012443.pdf · Caracterização. 4. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

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CARACTERIZAÇÃO DE PRODUTOS COMERCIAIS À BASE DE AMIDO DE MILHO

Orientadora: Renata Antoun Simão

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iii

Arieta, Pedro de Freitas

Caracterização de Produtos Comerciais à Base de Amido de

Milho / Pedro de Freitas Arieta. – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola

Politécnica, 2014.

IX, 58, p.: i1. ; 29,7 cm.

Orientadora: Renata Antoun Simão

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia de Materiais, 2014.

Referências Bibliográficas: p 41-47.

1. Amido de Milho. 2.Biopolímeros. 3. Caracterização. 4.

Ângulo de Contato. 5. TGA. L. Simão, Renata Antoun. Ll.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia de Materiais. lll.

Caracterização de Biopolímeros.

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Agradecimentos A Deus, por tudo que tem feito em minha vida. Porque Dele e por Ele, e para

Ele, são todas as coisas (Romanos 11:36). Através Dele, o impossível se faz possível.

E, ainda, Ele colocou em minha vida as demais pessoas a quem agradeço.

Aos meus pais, pela educação e amor que sempre me deram. Obrigado, ao

meu pai Marco e minha mãe Monique, pelo carinho e pelas orientações que me deram

nestes 24 anos de vida. Vocês certamente são exemplos para mim e serão para meus

filhos e netos. Obrigado também ao Jean e a Carol, pelo carinho e pelas irmãs lindas

que me deram.

À minha namorada e companheira, Luíza Cravo, que nestes últimos cinco

anos, tornou minha vida mais feliz e completa. Obrigado por sempre ter sido a pessoa

que chora e sorri comigo.

Obrigado a cada um dos meus familiares e amigos, pelo amor que sempre me

deram. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas

o maior destes é o amor. (1 Coríntios 13:13).

Obrigado a minha tia Maggie, que sempre me tratou como filho, e a todos os

meus tios por quem tenho muito carinho. Obrigado ao meu avô Djalma, que desde

pequeno me incentivou a ser um engenheiro, que sempre foi uma inspiração pra mim.

Obrigado a minha vó Ida, que sempre esteve presente em minha criação, e a minha

avó Marina, que está no meio de nós por um milagre de Deus e traz sempre muito

carinho com seus abraços. Obrigado ao meu avô Arieta, que sempre sorri com as

nossas conquistas. Sou muito grato à Deus por poder ter os meus quatro avós por

perto.

Obrigado ao meu irmão Bruno, que nasceu quando eu tinha dois anos, para se

tornar mais que um irmão para mim. Obrigado as três irmãs mais lindas que alguém

poderia ter. Giovanna, Júlia, Clara, e Maria, vocês são presentes que Deus me deu.

Não poderia faltar um obrigado a pessoa, que apesar de não ser de sangue, é

uma familiar minha, a Neinha. Obrigado Neinha pelo amor, carinho e sabedoria que

me passou durante toda minha vida.

À professora Renata, que além de professora coordenadora e orientadora, se

tornou um exemplo para todos os alunos da Metalmat. Uma pessoa incrível e

generosa, com capacidade e vontade de ajudar a inúmeras pessoas ao mesmo tempo.

Sempre cercada por cerca de 10 alunos e professores, Renata sempre consegue ouvir

e orientar a todos. Renata é um exemplo a ser seguido pelos tantos professores e

cientistas deste Brasil.

A Márcia pela ajuda com o MEV, aos técnicos dos laboratórios em que realizei

ensaios e a Laura Villela, que me ajudou a realizar o ensaio de ângulo de contato.

v

“Pois em verdade vos digo que, se

tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a

este monte: Passa daqui acolá, e ele passará.

Nada vos será impossível. “

(Matheus 17:20)

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheira de Materiais.

Caracterização de Produtos Comerciais à Base de Amido de Milho

Pedro de Freitas Arieta

Dezembro/ 2014

Orientadora: Renata Simão

Curso: Engenharia de Materiais Os copos e sacos plásticos mundialmente comercializados, representam uma

grande ameaça ao meio ambiente. O presente trabalho visa demonstrar que os

biopolímeros feitos com o amido de milho, existentes no mercado, podem substituir os

atuais polímeros sintéticos, de forma a reduzir a poluição global.

O trabalho visa caracterizar copos e sacos plásticos feitos a partir do amido de

milho, de forma a compreender suas características física, térmicas e cristalográficas.

Palavras-chave: Amido de Milho, Biopolímero, Caracterização, Ângulo de contato,

Análises Térmicas.

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements to obtain the bachelor of Materials Engineering.

Characterization of Commercial Products Made of Corn Starch

Pedro de Freitas Arieta

December/ 2014

Advisor: Renata Antoun Simão

Course: Materials engineering

The plastic cups and plastic bags commercialized worldwide represent a great

threat for the environment. The present work demonstrates that biopolymers made of

corn starch, can substitute the synthetic polymers used today, to reduce global

pollution.

This work intends to characterize plastic cups and plastic bags, made of corn

starch, to understand its physical, thermal and crystallographic properties.

Keywords: Corn-Starch, Biopolymer, Characterization, Contact Angle, Thermal

Analysis.

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Índice

1. Introdução .............................................................................................................. 1

2. Objetivo ................................................................................................................. 5

3. Revisão Bibliográfica ............................................................................................. 6

3.1. O Amido ................................................................................................................ 6

3.1.1. Amido de Milho ................................................................................................. 10

3.1.2. Propriedades .................................................................................................... 11

3.1.3. Blenda de amido de milho ................................................................................. 12

3.2. Caracterização .................................................................................................... 15

3.2.1. Espectroscopia no infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) ............. 15

3.2.2. Caracterização Morfológica por MEV ................................................................ 16

3.2.3. Análise cristalográfica por DRX ......................................................................... 17

3.2.4. Análise Temogravimétrica -TGA ....................................................................... 18

3.2.5. Caracterização térmica por DSC ....................................................................... 20

3.2.6. Ângulo de Contato ............................................................................................ 20

4. Desenvolvimento ................................................................................................. 22

4.1. Amostras Ensaiadas ............................................................................................ 22

4.2. Metodologia Experimental dos Ensaios ............................................................... 23

4.2.1. Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) ............. 23

4.2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ..................................................... 23

4.2.3. Difração de Raio-X (DRX) ................................................................................. 24

4.2.4. Análise Termogravimétrica (TGA) ..................................................................... 24

4.2.5. Calorimetria Diferencial de Varredura(DSC) ..................................................... 25

4.2.6. Ângulo de Contato ............................................................................................ 25

5. Resultados e Discussões ........................................................................................ 26

5.1. Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier ........................... 26

5.2. Caracterização Microscópica por MEV ................................................................ 29

5.3. Difração de Raio-X .............................................................................................. 30

ix

5.4. Análise Termogravimétrica .................................................................................. 32

5.5. Análise Térmica ................................................................................................... 35

5.6. Ângulo de Contato ............................................................................................... 37

6. Conclusões .......................................................................................................... 39

6.1. Sugestão para trabalhos futuros: ......................................................................... 40

7. Referências Bibliográficas ................................................................................... 41

1

1. Introdução

Os materiais poliméricos apresentam inúmeras vantagens no que diz respeito à

durabilidade, transparência e baixo custo de produção. Eles são praticamente inertes,

impermeáveis, podem ser moldados a baixas temperaturas e ainda são flexíveis.

Essas e outras características apresentadas pelos polímeros fizeram com que

a sua produção e seu uso se tornasse generalizado e crescente. Hoje, é impossível

pensar em um único dia em que não tenhamos contato com produtos que

sejam/contenham polímeros.

Os materiais poliméricos vem sendo usados em diversas áreas. Por possuírem

propriedades como: leveza, durabilidade e resistência, vem substituindo materiais

como: aço, madeira, papel e cerâmicos. Sua utilização vem crescendo em diversos

setores da economia, como: alimentos, construção civil, agrícola, calçados, móveis,

têxtil, telecomunicações, médico-hospitalar, eletrônicos, distribuição de energia e

automobilísticos.

Entretanto, se por muitos lados os polímeros se mostram muito vantajosos,

muitos deles são originados do nafta, que é subproduto do refino do petróleo. O

petróleo por sua vez, é uma fonte não renovável de energia. Estudos mostram que

com as reservas que temos descobertas até hoje, não teremos petróleo por mais de

40 anos.

No entanto, a principal desvantagem dos materiais poliméricos ainda está no

seu descarte e no seu tempo de degradação. Os polímeros em sua grande maioria,

não são biodegradáveis, isto é, eles são resistentes a decomposição por

microrganismos, como as bactérias e fungos. Ou seja, mesmo depois de jogados no

lixo, os plásticos, conservam suas propriedades físicas durante muitos anos e, dessa

forma, poluem o ambiente e aumentam a quantidade de lixo a cada dia.

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O Brasil produz hoje, cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia, número inferior

ao produzido nos EUA (606.000 t./dia), mas bem superior a países como a

Alemanha(85.000 t./dia)(Ghem, 2006). Desse volume, uma pequena parte é reciclada,

outra parte é destinadas aos lixões a céu aberto, ficando lá até sofrerem degradação,

que para os materiais poliméricos podem levar mais de 450 anos, como mostra a

Tabela 1, e parte é incinerada. No entanto, ao serem queimados, os polímeros podem

lançar ao ar substância nocivas, como o NH3, o HCl e o HCN, entre outros. Para ser

evitado que se lance ao ar essas substâncias, um rigoroso controle de filtração e

neutralização deve ser feito. Porém, no Brasil, isso nem sempre é seguido, tornando a

incineração um processo não tão “ecologicamente correto”.

Tabela 1.1 : Tempo que alguns materiais poliméricos levam para sofrer

degradação na natureza.

A tentativa mais ecologicamente aceita para a destinação final desses

produtos, é a reciclagem. Porém no Brasil, da produção total de produtos poliméricos,

apenas 16% são reciclados. A maior limitação para a reciclagem está na dificuldade

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em separar as diversas resinas que são empregadas (ABIEF, 2008). Essa dificuldade

de reciclar a maioria das embalagens sintéticas disponíveis, tem incentivado

pesquisas internacionais e também nacionais, no sentido de desenvolver materiais

biodegradáveis, que permitam a sua utilização em embalagens, sacolas e copos

plásticos, por exemplo.

A biodegradação consiste em um processo pelo qual alguns microrganismos, e

suas respectivas enzimas, consomem este polímero como fonte de nutrientes, em

condições normais de temperatura, umidade e pressão. Os polímeros que se adaptam

melhor à uma biodegradação completa, são os naturais, e os polímeros sintéticos que

possuam estruturas próximas aos naturais (LIMA, 2004; BARDI; ROSA, 2007).

Os polímeros biodegradáveis além de serem inovadores na diminuição da

produção mundial de lixo, apresentam grandes vantagens, por exemplo na área

médica. Esses materiais vem sendo bastante utilizados para suturas, passando a não

mais precisar remover a sutura do paciente, visto que o material irá se degradar e

desaparecer no próprio organismo, não oferecendo riscos à saúde (FRANCHETTI,

2006)

Um dos primeiros filmes poliméricos, que promoveu inovação científica por ser

biodegradável, foi o celofane (obtido a partir do xantato de celulose), transparente,

flexível, e com boas propriedades mecânicas, mas que no entanto é sensível à

umidade. Por ser feito a partir de um produto essencialmente natural, a celulose, o

celofane não contamina alimentos e passou a ser muito utilizado desde 1908, quando

foi criado pelo engenheiro têxtil Jacques Brandenberger.

Na década de 1970, que as pesquisas se voltaram para a adição de amido,

seja de milho, mandioca ou batata, em matrizes poliméricas sintéticas, em proporção

de 5 a 20%. Com isso, surgiu os chamados polímeros biofragmentáveis, que não são

considerados totalmente biodegradáveis (GRIFFIN, 1977; GUILBERT; GONTARD,

4

1995). Na década de 1990, aumentou o interesse em desenvolvimento de materiais

termoplásticos compostos essencialmente por amido (SOUZA; ANDRADE, 2000;

MALI; GROSMANN, 2003; MALI et al., 2002, 2004a, 2005, 2006; GODBILLOT et al.,

2006; ALVES et al., 2007; SHIMAZU; MALI; GROSSMANN, 2007). Para se obter

melhora nas propriedades mecânicas, passaram a ser adicionados plastificantes, que

devem por sua vez, ser compatíveis com o biopolímero. Os plastificantes mais usados

em biopolímeros de amido, são os polióis, como o sorbitol e o glicerol.

Figura 1.1: Golfinho nada preso à uma sacola plástica em Fernando de

Noronha (www.columbianews2008.blogspot.com).

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2. Objetivo

Este trabalho busca caracterizar produtos comerciais que utilizam amido de

milho em sua composição, de forma a entender melhor suas características físicas,

térmicas e cristalográficas.

Através das análises feitas e de comparações de resultados, o presente

trabalho busca estudar dois tipos de blendas de amido de milho que vêm sendo

utilizadas na substituição dos materiais poliméricos convencionais: as blendas de

amido com polietileno e de amido com polipropileno.

Caracterizando o material, o trabalho visa compreender melhor suas diversas

propriedades, de forma que mostrar que o material é um possível substituto aos

polímeros comumente utilizados para produção de copos e sacolas plásticas.

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3. Revisão Bibliográfica

3.1. O Amido

O amido é a principal substância de reserva nas plantas e fornece

aproximadamente 75% das calorias consumidas pelo ser humano

(MATSUGUMA,2006). A matéria-prima é disponível em grande quantidade e os

processos industriais nos permitem extrair o amido com elevada pureza. Trata-se uma

matéria-prima não tóxica, renovável e o mais importante, biodegradável.

O amido é obtido a partir de diversas fontes vegetais, como raízes, cereais,

tubérculos, legumes e também algumas frutas. No entanto sua extração em nível

comercial se restringe aos cereais, raízes e tubérculos. O amido se encontra

armazenado sob a forma de grânulos, que apresentam um certo grau de organização

molecular, o que confere aos mesmos um caráter semicristalino, com graus de

cristalinidade que variam de 20 a 45% (YOUNG, 1984). Sua estrutura complexa

formado de monossacarídeos (glicose) ligados entre si é representado pela fórmula

geral (C6H10O5)n.xH2O.

O grão de amido é uma mistura de dois polissacarídeos, a amilose e a

amilopectina, que são polímeros de glicose formados através da síntese por

desidratação. A amilose é um polímero linear composto por unidades de D-glicose

químicas e funcionais bastante diferentes, podendo afetar as suas aplicações

industriais.

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Figura 3.1: Estrutura molecular da amilose e da amilopectina. (VAN SOEST

& VLIEGENTHART, 1997)

Por se tratar de um polímero semicristalino, seus grânulos apresentam

birrefringência ao serem observados em microscópio óptico de luz polarizada. As

regiões cristalinas são originadas da parte linear das moléculas de amilopectina, que

forma estruturas helicóidais duplas, estabilizadas por ligações de hidrogênio entre

grupamentos hidroxila. A parte amorfa, no entanto, é composta pelas ramificações de

amilopectina e pelas cadeias de amilose (SOUZA; ANDRADE, 2000).

Os grânulos de amido nativo apresentam três tipos de estruturas cristalinas

diferentes, chamadas de A, B e C. Tais estruturas se diferem pela densidade de

empacotamento das hélices simples ou duplas e pelo teor de água. As redes

cristalinas dos tipo A e B consistem de estruturas de duplas hélices hexagonais. A

cristalinidade de A e B se diferem pela densidade de empacotamento das hélices

duplas no interior da célula unitária. A estrutura do tipo B pode ser descrita como uma

associação de hélices com uma coluna de água presente no centro e substituída por

Amilose

Amilopectina

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uma hélice dupla. O volume de água incorporado na rede cristalina é de

aproximadamente 1 – 1,25 cm3 em cada um grama de amido seco para as formas A e

B, respectivamente (VAN SOEST et al., 1996). As estruturas do tipo A são

normalmente encontradas em cereais, como o de milho, enquanto as estruturas do

tipo B são comumente encontradas em tubérculos. A estrutura do tipo C é considerada

como que uma estrutura intermediária entre as A e B, sendo encontradas em amido de

ervilha, por exemplo.

As fontes principais de amido são: o milho, o arroz, o trigo, a batata, a

mandioca, a aveia e o inhame. Como podemos ver pela Tabela 2, o milho, o arroz, a

aveia e o inhame apresentam maior teor médio de amilose, tornando-se ótimos para a

geração de filme de amido. No então, como podemos ver na Tabela 3, com dados do

IBGE sobre a produção anual desses produtos, o milho possui a terceira maior

produção anual do país, em peso, perdendo apenas para a soja e para a cana-de-

açúcar.

Como os demais carboidratos naturais, assim como o glicogênio e a celulose, o

amido é um polissacarídeo formado apenas por unidades glicosídicas. Os grãos de

amido são constituídos por duas moléculas distintas, amilose e amilopectina, ambas

contendo somente unidades de D-glicose. A amilose é uma molécula linear levemente

ramificada, ligadas por ligações α-(1→4), com grau de polimerização de 200 a 3000,

dependendo da fonte do amido. A amilopectina é um polímero menos hidrossolúvel

que a amilose, altamente ramificado, com unidades de D-glicose ligadas através de

ligações α-(1→4) e ramificações em α-(1→6) (ELLIS et al., 1998). Variações nas

proporções entre estes componentes e em propriedades e estruturas, podem resultar

em propriedades físico-químicas distintas.

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Tabela 3.1 : Conteúdo de amilose e amilopectina de amidos naturais. Fonte: GARCIA,

1999; ALVES; GROSSMANN; SILVA, 1999 e WANG; WHITE, 1994.

Fonte vegetal Amilose (%)

Milho 25

Batata 23

Arroz 15 – 25

Trigo 20

Mandioca 16 – 20

Inhame 30

Aveia 16 – 33

Tabela 3.2 : Produção anual brasileira em 2010. Fonte: Adaptado de: IBGE,

Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção Agrícola

Municipal, 2010

Principais Produtos Quantidade produzida (Milhões de ton.)

Cana de açucar 717.4

Soja em grão 68.7

Milho (em grão) 55.7

Mandioca 24.5

Arroz (em casca) 11.2

Trigo(em grão) 6.1

Batata-inglesa 3.5

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3.1.1. Amido de Milho

O amido de milho é um dos principais ingredientes para indústria alimentícia,

sendo muito utilizado como agente espessante, agente de gelatinização e para

retenção de água. No entanto a produção de milho no Brasil excede seu consumo

para fins alimentícios. Com isso, vem crescendo o interesse de inúmeros

pesquisadores em desenvolver plástico biodegradável derivado de grãos de milho,

para serem utilizados como embalagens de alimentos, copos plástico, sacolas de

supermercado, canetas BIC, dentre outros fins.

Apesar dos filmes de amido de milho serem uma alternativa ecologicamente

correta para substituição dos polímeros convencionais, derivados do petróleo, como

por exemplo: o polietileno, PET e polipropileno, sua natureza hidrofílica pode dificultar

sua utilização para fins tecnológicos. O material absorve água com muita facilidade e

incha, perdendo assim suas propriedades mecânicas e ação de barreira.

Para melhorar as propriedade dos polímeros à base de amido de milho, é

comum adicionar a ele, outro polímero derivado do petróleo, como o PEBD. Esses

materiais, no entanto, não são biodegradáveis e podem causar problemas ambientais,

como morte de peixes, que confundem os pequenos pedaços de plásticos que

sobraram após a degradação do polímero à base de amido de milho, com algas.

Outra proposta para evitar a absorção de água pelo polímero, foi dada pela

pesquisadora e professora do departamento de Engenharia de Materiais da UFRJ,

Rossana Mara da Silva M. Thiré. Sob orientação das professoras Renata Antoun

Simão (COPPE) e Cristina Tristão de Andrade, do (IMA), Rossana desenvolveu um

material completamente biodegradável, depositando um nano filme de carbono amorfo

por plasma frio, sobre o polímero de milho. Este filme é capaz de reduzir em 90% a

absorção de agúa do material (THIRÉ, 2004).

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3.1.2. Propriedades

O amido possui como principais propriedades, as seguintes: gelatinização,

fusão, gelificação e retrodegradação.

A gelatinização é causada quando se tem água e calor sendo aplicado ao

amido ao mesmo tempo. O calor leva ao rompimento das ligações de hidrogênio e

possibilita a penetração de água aos grânulos. Conforme as moléculas de amilose e

amilopectina ficam hidratadas, a viscosidade tende a aumentar. Essas mudanças

também levam a diminuição do índice de cristalinidade, notado pela perda de

birrefrigênica, podendo ser observado em microscópio óptico. O ponto onde a

birrefrigência desaparece, é considerado como “ponto de gelatinização”. A

gelatinização também pode ser definida como o colapso das ordenações moleculares

dentro do grão do amido, que ocorre com mudanças irreversíveis como: inchaço dos

grãos, perda de birrefrigência, solubilização do amido e fusão cristalina.

Tabela 3.4 : Intervalo de temperatura de gelatinização de amido de

diferentes fontes. Adaptado de BOBBIO e BOBBIO, 1992

Amido Intervalo de T de gelatinização(ºC)

Batata 56-66

Mandioca 58-70

Milho 62-72

Trigo 52-63

Arroz 61-77

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Conforme os grânulos ficam inchados e tem-se a solubilização do amido,

passa-se a ter uma pasta viscosa e não mais um fluido. Assim, podemos definir a

fusão, como o inchamento dos grãos unido à perda de ordenação de curto alcance.

A gelificação acontece após a gelatinização, quando a pasta viscoelástica é

resfriada. Com o resfriamento, tem-se um aumento de viscosidade e rigidez, que para

o amido de milho, aumenta consideravelmente, resultando em um gel rígido. Esse

aumento de rigidez, se dá pela formação de uma rede tridimensional constituída por

moléculas de amilose, essa estrutura é reforçada por grânulos gelatinizados e

inchados, contendo principalmente amilopectina.

Em uma pasta de amido resfriado feita a partir de amido de milho, as

moléculas de amilose tendem a se reassociar. As moléculas de amilose e

amilopectina se unem, formando uma rede cristalina. Essa recristalização do amido

gelatinizado é conhecido como retrogradação. Esse termo também é usado para

descrever eventos que ocorrem durante o envelhecimento da pasta de amido. A

definição mais utilizada pelos cientistas para o processo de retrogradação é a

seguinte: “A retrogradação do amido é um processo que ocorre quando temos

moléculas gelatinizadas de amido se reassociando em uma estrutura ordenada”. O

DSC é o experimento mais indicado para medição de retrogradação, embora difração

de raio-X também se mostre útil para este fim.

3.1.3. Blenda de amido de milho

Apesar do amido ser um material muito promissor, sua aplicação ainda é

limitada devido a sua fragilidade e susceptibilidade à água (na presença de água o

amido incha). Uma forma encontrada para a otimização das propriedades do amido e

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que tem sido empregada com muito sucesso na produção industrial, é o uso do amido

com diversos outros polímeros, dando origem a blendas poliméricas. (YU, 1996)

As blendas são materiais de baixo custo e que possuem grande versatilidade

quanto a sua forma de processamento. As blendas de amido com outros polímeros,

têm como finalidade melhorar ou modificar as propriedades do amido, além de

produzir um material de custo baixo, já que o amido é um dos materiais mais baratos

disponíveis. (AMASS, 1998)

Figura 3.2: Pellets de blenda de polietileno com amido termoplástico.

Dentre todos polímeros, o de maior interesse comercial para se utilizar com o

amido de forma a produzir blendas, é o polietileno de baixa densidade. O polietileno

apresenta baixo custo, sendo um dos materiais mais utilizados na produção de filmes

para embalagens, filmes para agricultura e outras aplicações. (GRIFFIN, 1994)

Embora o polietileno seja um dos polímeros de grande potencial para formar

blendas com o amido termoplástico, a sua baixa polaridade propicia a formação de

14

blendas imiscíveis, ou seja, o amido não se mistura com a matriz polimérica. Isso

acontece porque o amido é hidrofílico e o polietileno totalmente hidrofóbico. Esse fato

se torna bastante visual no microscópio eletrônico de varredura (MEV) com aumento

de 1000x. Pode-se observar grão de amido em meio a matriz de polietileno. Os grãos

de amido atuam como carga (GRIFFIN, 1977).

O fato dos grãos de amido atuarem como carga é fundamental para a

biodegradabilidade da blenda. Quando o material composto de polietileno e amido é

descartado no meio ambiente, a carga de amido se desprende da matriz de polietileno

e o material se parte em pequenos pedaços de polietileno, podendo ser biodegradado

com a ação da luz solar e de bactérias. (SCOTT & WILES, 2001, SCOTT, 1990).

Entretanto, é importante ressaltar que apesar do amido não ser miscível na

matriz, deve haver um bom grau de interação amido-polímero, caso contrário o

material teria baixíssima resistência mecânica, visto que ao aplicar qualquer esforço se

daria o descolamento amido-polímero, e não é isso que ocorre. Podemos utilizar esse

tipo de materiais na produção de sacolas plásticas, que carregam peso, comprovando

que possuem considerável resistência mecânica.

Muitos estudos têm sido conduzidos com o objetivo de melhorar as

características dessas blendas. Em muitos deles, se destaca o uso de agentes

compatibilizantes, tais como o poli (etileno-g- anidrido maleico) (BIKIARIS &

PANAYIOTOU, 1998), poli(etileno-co- alcool vinilico) (SAILAJA & CHANDA, 2002),

poli(etileno-co-acido acrilico), poli(etileno-co-metacrilato de glicidila)(SAILAJA &

CHANDA, 2000).

15

3.2. Caracterização

3.2.1.Espectroscopia no infravermelho por Transformada

de Fourier (FTIR)

A espectroscopia de infravermelho (espectroscopia IV) é um tipo de

espectroscopia de absorção, que utiliza a região do infravermelho do espectro

eletromagnético.

A técnica pode ser usada para investigar a composição da amostra ou

identificar um composto, assim como as demais técnicas espectroscópicas. O método

é vantajoso por ser não destrutivo, e ser capaz de analisar compostos orgânicos e

alguns inorgânicos.

A espectroscopia no infravermelho se baseia no fato de que ligações

químicas possuem frequências de vibração específicas, estando essas relacionados

a níveis de energia da molécula (níveis vibracionais). As frequências são dependentes

das massas dos átomos, da rigidez das ligações, e da geometria molecular.

Se a molécula receber radiação eletromagnética de mesma energia de uma

dessas vibrações, então ela absorverá a luz. A molécula precisa sofrer uma variação

no seu momento dipolar durante essa vibração, para que a vibração apareça no

espectro IV. A absorção se dá quando a energia da radiação IV possui a mesma

frequência de vibração da ligação.

Essencialmente, existem duas vibrações fundamentais; estiramento das

ligações e deformação angular. O estiramento ocorre quando os átomos permanecem

no mesmo eixo da ligação, mas a distância entre os átomos varia. A deformação

angular ocorre quando as posições dos átomos mudam em relação ao eixo original. As

16

vibrações de deformação angular normalmente requerem energias menores de ligação

que as vibrações de estiramento.

A Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) é uma

técnica mais rápida para se colher o espectro infravermelho. Ao invés de se coletar os

dados variando a frequência da radiação infravermelha, a radiação IV é guiada através

de um interferômetro, interage com a amostra, e então atinge um detector. Logo após,

o sinal é amplificado, digitalizado, e processado por uma transformada de Fourier.

Resulta-se em um espectro idêntico ao da espectroscopia IV convencional, porém

como muito mais rapidez. Em adição, os espectrofotômetros FTIR são mais baratos

que os convencionais, isso se deve a simplicidade de construir um interferômetro

comparado ao monocromador. Devido as suas vantagens, praticamente todos os

espectrofotômetros de IV modernos são de FTIR.

3.2.2. Caracterização Morfológica por MEV

A técnica mais utilizada para se caracterizar a morfologia de um material, é

realizada com o microscópio eletrônico de varredura. O MEV produz imagens de alta

profundidade de campo, o que significa que podemos obter diversos relevos da

superfície da amostra. As imagens são tridimensionais, portanto, mais fáceis de

interpretar que as imagens de projeção de microscopia de transmissão

(CANEVAROLO, 2007).

O aspecto mais atrativo da microscopia de varredura é a facilidade de se

preparar as amostras. Para os materiais não condutores como os polímeros,

necessita-se apenas de revestimentos condutivos ou uso de baixa voltagem de

aceleração do feixe. Como a topografia da superfície é geralmente a principal

17

característica de interesse na análise, a espessura da amostra não é um aspecto

crítico, como acontece com a microscopia eletrônica de transmissão. Como

revestimentos metálicos utiliza-se: o ouro, platina, alumínio ou carbono

(CANEVAROLO, 2007).

Materiais poliméricos apresentam muitas vezes sensibilidade a elétrons de alta

energia. O feixe ao interagir com materiais orgânicos pode provocar a reticulação do

polímero, ou até mesmo a quebra de suas ligações. (CANEVAROLO, 2007)

Para reduzir danos causados na amostra, algumas precauções devem ser

tomadas, como:

Utilizar técnica de baixa dosagem de feixe,

Utilizar intensificadores eletrônicos de imagens

Realizar as análises em temperaturas mais baixas, com o

objetivo de reduzir efeitos secundários.

3.2.3. Análise cristalográfica por DRX

A história deste método começa em 1895, com a descoberta dos raios X pelo

físico Wilhelm Conrad Rontgen. Porém, após a descoberta dos raios X, diversos

experimentos com intuito de difratar esses raios foram feitos sem sucesso. Como o

comprimento de onda era pequeno demais, não havia uma fenda consideravelmente

pequena que fosse capaz de difratar os raios. Foi apenas em 1912, que um físico

também alemão, Von Laue (Nobel 1914), considerando que os cristais eram

compostos de átomos espaçados assim como os planos atômicos dos cristais, esses

planos seriam capazes de atuar como centro de espalhamento dos raios X, se eles

fossem ondas eletromagnéticas de comprimento próximo às distâncias interatômicas

dos cristais.

18

A técnica de DRX desenvolvida, consiste em expor uma amostra pulverizada a

um raio X monocromático. O difratômero determina os ângulos nas quais ocorre a

difração, enquanto o contador mede a intensidade. Podemos relacionar os picos de

intensidade a estruturas cristalinas específicas, e assim compreender seus compostos

cristalinos. Com a técnica é possível também se determinar o grau de cristalinidade de

um material semi-cristalino, A figura 3.3 mostra a técnica utilizada para cálculo da

cristalinidade do amido semicristalino.

Figura 3.3 : Gráfico de difração de raios-X, obtido do amido,

onde está demonstrado o cálculo do grau de cristalinidade.

3.2.4. Análise Temogravimétrica -TGA

A análise termogravimétrica é muito útil para obtenção de informações sobre

transições de fases, e determinação das propriedades térmicas de materiais

poliméricos. É possível se analisar estabilidade térmica e temperatura de degradação

para diferentes materiais.

19

O termo Análise Termogravimétrica (TGA) é empregado no lugar de TG,

particularmente no caso de polímeros, para assim evitar a confusão verbal com Tg,

abreviação da temperatura de transição vítrea. Duas curvas são apresentadas: TGA e

sua derivada (DTG), como vemos na figura 3.4.

Figura 3.4 : Típica curva de TGA e DTG. (www.pubs.rsc.org)

A análise termogravimétrica consiste em utilizar calor para forçar reações e

mudanças físicas no material. A técnica de TGA é capaz de fornecer medidas

quantitativas, de mudanças de massa associadas a transições térmicas e degradação

térmica. Características termogravimétricas das curvas de TGA/DTG são únicas para

cada tipo de material e compostos químicos. Isso se deve ao fato de cada material

possuir sequências únicas de reações físico-químicas, ocorrendo em temperaturas

específicas, e para específicas taxas de aquecimento. Essas características únicas

estão relacionadas as estruturas moleculares de cada polímero.

20

3.2.5. Caracterização térmica por DSC

O princípio básico da calorimetria diferencial de varredura, é o mesmo do TGA:

obter informações da amostra através de mudanças de temperatura. O DSC difere do TGA

por não depender da variação de massa. A técnica desempenha um importante papel de

identificação de transições de fase sem variação de massa.

DSC (Differential scanning calorimetry) é uma técnica de analise térmica onde a

diferença de calor, necessária para elevar a temperatura de uma amostra e uma amostra

de referência, é medida como função da temperatura. Ambas, amostra e referência, são

mantidas na mesma temperatura durante o experimento.

3.2.6. Ângulo de Contato

Existe hoje, uma intensa busca por desenvolvimento de materiais com

superfícies hidrofóbicas, e interfaces com baixa fricção e adesão, ou seja, existe uma

busca por materiais com baixo ângulo de contato. O ângulo de contato é dependente

de diversos fatores, incluindo a rugosidade, energia de superfície, a preparação e a

limpeza da superfície. Quando o ângulo de contato é menor do que 90o, o material

possui a capacidade de absorção de água. No caso de uma superfície superhidrofílica,

quando Ө = 0o, a superfície será completamente molhada pelo líquido.

O ângulo de contato como um fenômeno de molhamento foi inicialmente

definido para superfícies sólidas, não porosas, e não absorventes, para as quais o

ângulo de contato foi tomado como equilíbrio. Os líquidos apresentam um

comportamento bastante diferente se aplicado em superfícies lisas ou se aplicado em

superfícies rugosas. Young, em 1805, descreveu uma relação envolvendo a tensão

superficial em um ponto da linha de contato entre três fases: uma fase sólida (S), uma

21

líquida (L) e uma fase de vapor (V). O ângulo de contato de Young foi dado pela

equação:

Onde ƔLV, ƔSV e ƔSL são as tensões superficiais (energia livre por unidade de

área) das interfaces líquido-vapor, sólido-vapor, sólido-líquido, e o ângulo de contato é

representado por Ө. Como apresentado na Figura 3.4, o ângulo Ө é o ângulo entre a

superfície e uma tangente traçada por sobre a superfície da gota, passando através do

ponto triplo(vapor-sólido-líquido). O fenômeno de propagação do líquido sobre a

superfície, que é medido pelo ângulo de contato, é diretamente dependente das forças

moleculares de adesão e coesão que existem entre o sólido e o líquido, e com o

líquido. Ou seja, é dependente da relação entre as forças de adesão que fariam a gota

se espalhar sobre a superfície, e as forças de coesão do líquido que querem contrair a

gota, tornando-a uma esfera.

Figura 3.5 : Representação da tensão superficial da gota na superfície no ponto

triplo de contato entre as três fases. Adaptado de (Ulman, 1991).

O valor medido do ângulo de contato Ө, nos mostra se a superfície é hidrofílica

ou hidrofóbica, e seus valores podem variar teoricamente de 0o até 180o. Basicamente,

um ângulo de contato alto representa uma superfície hidrofóbica, enquanto um ângulo

de contato baixo representa uma superfície hidrofílica.

22

4. Desenvolvimento

4.1. Amostras Ensaiadas

Neste estudo foram utilizadas amostras de dois tipos de produtos feitos com

biopolímeros à base de amido de milho: o copo plástico e o saco plástico. A empresa

produtora é a Wuhan Huali Environment Protection Science & Tech Co.,Ltd, que se

localiza em Wuhan, Hubei, China.

(a) (b)

Figura 4.1: Materiais utilizados nos experimentos para caracterização dos biopolímeros à base de amido de milho: (a) Copo plástico e (b) Sacos plásticos. Imagem de http://www.psm.com.cn/

De acordocom o fabricante, o material usado para produção do copo plástico

possui composição química de:

68-78% ------ Amido de milho

3-5% --------- Celulose

15-20%------- Hidroxila de polipropileno

1-3% --------- Carbonato de Cálcio

<5% ---------- Outros

23

Enquanto que o material usado para produção do saco possui:

68-78% ------ Amido de milho

3-5% --------- Celulose

15-20%------- Hidroxila-Polietileno

1-3% --------- Carbonato de Cálcio

<5% ---------- Outros

4.2. Metodologia Experimental dos Ensaios

4.2.1. Espectroscopia no Infravermelho por Transformada

de Fourier (FTIR)

Baseado no fato de que as ligações químicas possuem específicas frequências

de vibração, o método de espectroscopia no infravermelho por transformada de

Fourier é usado para investigar a composição da amostra.

O equipamento utilizado para realização do ensaio de FTIR foi o NICOLET

6700 FT-IR no laboratório de Microscopia de Ultra Alta Resolução PEMM/COPPE

4.2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

O microscópio eletrônico de varredura nos permite obter imagens de

superfícies com grande profundidade de campo e alta resolução, além de imagens

com aparência tridimensional de fácil interpretação. (Mannheimer, 2002).

24

Foram obtidas micrografias da superfície dos copos e dos sacos plásticos por

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), utilizando-se o Microscópio JEOL JSM

(modelo 6460 LV; Tóquio, Japão) com um filamento de tungstênio operando em 15

KV. As amostras utilizadas foram previamente recobertas com 250 Angstrons de ouro.

4.2.3. Difração de Raio-X (DRX)

Com a técnica de difração de raios-x, foi possível compreender a estrutura

cristalina do material e calcular o grau de cristalinidade.

As análises foram realizadas no Laboratório Multi-usuário da UFRJ, no

equipamento DRX - Shimadzu XRD 6000. A voltagem utilizada foi de 30KV com uma

corrente de 30mA. O experimento foi realizado de modo contínuo com 2Ө entre 10 e

80 °, em um passo de 1°/minuto.

4.2.4. Análise Termogravimétrica (TGA)

A análise termogravimétrica nos fornece a variação da massa de uma amostra

em função da temperatura, ou do tempo, a temperatura constante, modo isotérmico.

Os corpos de prova, do saco plástico e do copo plástico, foram analisados por

TGA utilizando-se um analisador térmico do tipo Shimadzu TG 50, localizado no

laboratório multi-usuário PEMM/COPPE. As amostras foram aquecidas da temperatura

ambiente até 600° C com uma taxa de aquecimento de 10° C/min em atmosfera de ar.

25

4.2.5. Calorimetria Diferencial de Varredura(DSC)

Com a análise da calorimetria diferencial de varredura, se pode calcular a

entalpia das transições do material em análise, de forma que podemos encontrar a

temperatura de transição vítrea (Tg), de cristalização(Tc), e de fusão(Tm) das

amostras.

Os corpos de prova foram analisados por DSC de compensação de potência,

utilizando-se o equipamento de modelo Perkin Elmer DSC 8000, do laboratório Multi

usuário PEMM/COPPE.

O ensaio foi realizado com aquecimento de 10º C por minuto, entre as

temperatura de 40 e 240oC.

4.2.6. Ângulo de Contato

O grau de hidrofilicidade das amostras a nível macroscópico foi conhecido

através de medidas de ângulo de contato utilizando o goniômetro Ramé-Hart, operado

em ar e temperatura ambiente, e em temperatura de 60oC. O equipamento é

localizado no Laboratório de Superfícies Asfálticas e Polimérica PEMM/COPPE.

Foram obtidas medidas em três regiões diferentes da amostra. Uma gota de água de

2,5 μL foi colocada sobre a superfície da amostra, sendo a imagem da gota capturada

por uma câmera digital, conectada ao equipamento. Os ângulos de contato foram

calculados automaticamente pelo computador que estava conectado ao equipamento.

26

5. Resultados e Discussões

Seguindo a metodologia de pesquisa descrita no capítulo anterior, este

presente capítulo visa apresentar os resultados experimentais realizados. Os

experimentos visam caracterizar os biopolímeros utilizados para produção de copos e

sacos plásticos biodegradáveis quanto a sua composição química, estabilidade

térmica e dispersão de fase.

5.1. Espectroscopia no Infravermelho por Transformada

de Fourier

Fazendo uso da espectroscopia no IV por transformada de Fourier, podemos

compreender melhor a composição dos materiais em análise.

Figura 5.1: Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier

para o biopolímero utilizado na produção de copo plástico.

27

Observando a região que apresenta bandas de absorção para a blenda com

polipropileno, entre 3200 e 3500 cm-1, pode-se relacionar tal região à deformação axial

do grupamento hidroxila, que participa de ligações intermoleculares através de

ligações de hidrogênio(THIRÉ,2003)

Observando a região de números de onda menores, podemos observar que na

região entre 750 e 1300 cm-1 existem algumas bandas de absorção. Esta região é

característica dos polissacarídeos, onde a maior parte das bandas são provenientes

de vibrações de deformação de C-O e C-C. No entanto, podemos relacionar o maior

pico presente nesta região, à deformação axial de C-O-C dos anéis presentes nas

moléculas do amido (SILVERSTEIN et al, 1994).

Figura 5.2: Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier

para o biopolímero utilizado na produção de saco plástico.

C-H Stretching

C-H Bending

C-H Rocking

28

Observando os picos presente na blenda com polietileno em 2900, 1500 e

700cm-1, podemos concluir que o fabricante está certo quanto a presença de

polietileno no material. Estes picos também foram encontrados por Amélia Torres em

seus ensaios de FTIR para o polietileno. Segundo a pesquisadora, estes 3 picos são

característicos de três modos distintos de vibração de C-H. O pico presente em

2900cm-1 se deve ao modo de vibração do tipo “stretching” ou estiramento. O pico em

1500cm-1 se deve a vibração do tipo “bending” ou pêndulo, enquanto o pico presente

em 700cm-1 se deve a vibrações do tipo”rocking” ou torção (Torres, 2010).

Comprimento de onda (cm-1)

Amido Amido c/ PE Amido c/ PP

700 Não possue C-H rocking C-H rocking

1000 C-O-C C-O-C C-O-C

1300 Não possue C-H Bending C-H Bending

2900 C-H Streching C-H Streching C-H Streching

3200 O-H O-H O-H

Tabela 5.1: Principais regiões de comprimento de onda para os materiais

em análise.

29

5.2. Caracterização Microscópica por MEV

As micrografias dos biopolímeros utilizados em copos plásticos biodegradáveis,

obtidas em MEV, estão apresentados nas figuras 5.1. As figuras 5.2 apresentam as

imagens microscópicas por MEV dos sacos plásticos.

(a) (b)

Figura 5.3: Micrografias obtidas por MEV para o copo plástico biodegradável: (a) Aumento de 1000x e (b) Aumento de 500x.

Nas micrografias do copo plástico é possível se visualizar grânulos de amido

de aproximadamente 10 microns, com o formato poligonal, o que mostra que alguns

grãos de amido não se romperam, atuando como cargas na matriz da blenda.

30

(a) (b)

Figura 5.4: Micrografias obtidas por MEV para o saco plástico biodegradável: (a) Aumento de 5000x e (b) Aumento de 1000x.

Nas imagens obtidas para o filme de amido de milho com polietileno, utilizado

em sacolas plásticas, também é possível visualizar grânulos de amido de milho muito

pequenos, na faixa de 1 a 3 microns, o que mostra que o amido também atua como

carga para este material. É importante ressaltar que a temperatura de fusão do amido

de milho (~180 oC) é superior ao do polietileno de baixa densidade (~110 oC) em

aproximadamente 70 oC

5.3. Difração de Raio-X

Os seguintes resultados apresentam dados da difração de raio-x para as

amostras de polímeros compostos de blendas de amido de milho.

31

Figura 5.5. : Dados de difração de Raio-X para o material biopolimérico (amido

com PP) utilizado como copo plástico.

Os picos presentes em 2Ө= 14,2° ; 17,2°; 18,8° e 21,9° correspondem aos

planos (110), (040), (130) e (111) da estrutura monoclínica do PP (Thompson et

al, 2011). Estes resultados pouco diferem dos resultados obtidos no estudo feito

por Ferreira, William(2013), que obtiveram picos de difração para os mesmos

plano da estrutura monoclínica do PP (Ferreira, William, 2013).

Os picos caracteristicos do amido se encontram em 2Ө= 13,3°; 17,4°;

18,7° e 20,0°, o que mostra que esses picos talvez estejam sobrepostos com os

picos do polipropileno.

Ainda, pode ser visualizado uma curva amorfa, mostrando que o material

é sim semicristalino e possue grande região amorfa.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

10 15 20 25 30 35

Inte

nsi

dad

e (

mA

)

2 Teta

14,2

17,2

5

21,9

18,8

32

Figura 5.6. : Dados de difração de Raio-X para a blenda de amido de milho com

polietileno utilizada para a produção de sacos plásticos.

Como podemos observar no gráfico da Figura 5.6, existe um pico de máxima

em 2Ө igual a 21,55o. Como mostra Heartwin A. Pushpadass, em seu trabalho sobre

os efeitos da adição de polietileno em filmes de amido, o pico em 21,6° não pode ser

encontrado em amido puro, porém é o pico mais característico em blendas de amido

com PE. A intensidade do pico aumenta com o aumento da concentração de PE na

blenda, pois este é o pico caracterítico do polietileno. (Pushpadass et al.,2009)

5.4. Análise Termogravimétrica

Os resultados de análise termogravimétrica são apresentados a seguir

de forma a caracterizar as amostras quanto a suas transições térmicas.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

0 20 40 60 80 100

Inte

nsi

dad

e (

mA

)

2 Teta

Xc = Hc /(Hc + HA)

Xc = 798 /(798 + 538)Xc = 0.597

Hc

Ha

21,55

33

Figura 5.7: Análise termogravimétrica (TGA) para o material utilizado no

copo plástico.

Figura 5.8: Derivada da curva de TGA (DTG) para o material

utilizado no copo plástico.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 100 200 300 400 500 600

Mas

sa (

%)

Temperature (o C)

-0,35

-0,3

-0,25

-0,2

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0 100 200 300 400 500 600 700

d m

assa

/ d

T

Temperature (o C)

320

370

34

Como podemos observar no gráfico de TGA, a primeira etapa de perda de

massa do material de blenda amido+PP, ocorre em torno de 100oC. Esta primeira

perda se deve a evaporação da água e/ou aditivos de baixa massa molecular.

A degradação térmica do amido tem seu início em 300oC, chegando ao seu

máximo de degradação em 320oC, como podemos observar no gráfico acima e, em

inúmeros estudos da bibliografia (Shujun, 2005). Este primeiro pico é o pico da

amilose, que é a estrutura mais linear do amido. Podemos perceber também, que a

curva possui um outro pico máximo de degradação em 370oC, ainda referente a

degradação do amido de milho, porém da estrutura de amilopectina.

Observa-se uma pequena perda de massa entre 400 e 480oC que se deve a

degradação do polipropileno (Leal Rosa, 2007). Analisando os gráficos das Figuras 5.7

e 5.8, percebe-se que a perda de massa do polipropileno é bem menor que a do

amido, confirmando assim as especificações do fornecedor de que o material possui

mais amido que polipropileno.

Componentes da formulação que não se decompõem termicamente na faixa de

temperaturas do experimento, como por exemplo o CaCO3, contribuiram para a massa

residual.

O resultado obtido para a curva de TGA da blenda de amido com polietileno

não se mostrou confiável, por este motivo foi retirado do trabalho. Os valores de

massa remanescentes chegaram a valores abaixo de zero, o que não deveria ocorrer.

35

5.5. Análise Térmica

Analisando as curvas de DSC de primeiro aquecimento, podemos

compreender alguns fenômenos que ocorrem nos materiais em questão.

Em ambas as curva podemos observar um pico exotérmico em temperatura

próxima de 45 oC. Este primeiro pico se deve a formação de pequenos cristais de

amido ou à cristalização da água (SCHLEMMER, 2007)

Logo após o primeiro pico exotérmico, vemos em torno de 40 / 50 oC, um pico

endotérmico, que está relacionado à gelatinização do amido. A gelatinização do amido

é definida como uma transição ordem-desordem que envolve a ruptura de moléculas

dentro dos grânulos de amido. (SCHLEMMER, 2007)

Figura 5.7: Análise térmica para o material utilizado no copo plástico

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

40 90 140 190 240

End

o p

ara

cim

a (m

W)

Temperatura (°C)

Tm Amido

36

Fica bastante claro pelo gráfico (amido+PP), que há um pico endotérmico em

162 oC, com um ∆H = 29.1017 J/g, caracterizando a fusão do polipropileno na blenda.

Foi possível inferir que este é o pico do polipropileno e não do amido pois, segundo o

DRX, o polipropileno se encontra cristalino enquanto o amido em fase amorfa.

Analisando os resultados de DSC para a blenda que compõe o copo plástico,

não foi possível definir temperatura de cristalização ou de transição vítrea pelos

resultados obtidos.

Figura 5.8: Análise térmica para o material utilizado no saco plástico

Em 179 oC observa-se um pico exotérmico que pode-se caracterizar como a

fusão do amido de milho na blenda. Para a blenda de amido com polietileno, o material

se encontra semicristalino, sendo possível assim de identificar seu pico de fusão no

DSC.

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

40 60 80 100 120 140 160 180

End

o p

ara

cim

a (m

W)

Temperature (°C)

Tm

Amido

Tm PE

37

A fusão do PE pode ser observada em torno de 120 oC onde temos uma certa

variação na linha de base. Este pico também pode ser observado no artigo científico

escrito por Márcia Becker e Maria Madaleno Forte sobre avaliação térmica do PEBD.

(Becker, Forte, 2002)

5.6. Ângulo de Contato

A Tabela 5.1 mostra a média dos ângulos de contato obtidos para os copos e

sacos plásticos. Estes valores foram obtidos após a gota de água ter sido colocada em

contato com a superfície dos materiais por 30 segundos.

Em temperatura ambiente, ambos os materiais se mostraram com

propriedades de hidrofobicidade boas o suficiente para serem usados em copos e

sacolas plásticas. Para temperaturas acima de 60oC não foi possível realizar o ensaio

para o saco plástico. Ao despejar a gota sobre o material, sua superfície se tornava

rugosa, comprometendo assim o resultado. No entanto, o ensaio foi realizado com

sucesso para o copo plástico, e a diferença foi menor que 4o se comparado com o

ensaio em temperatura ambiente. Desta forma, podemos mostrar que o copo plástico

pode também ser utilizado para servir bebidas quentes, como o café e o chá, sem

compreender muito sua hidrofobicidade.

Foi importante comprovar um bom grau de hidrofobicidade para os materiais,

visto que, a água é plastificante do amido. Ou seja, se o amido absorve a água ele irá

perder sua resistência mecânica.

38

Figura 5.9: Micrografias da gota de água sobre o substrato para: (a) Copo plástico em

temperatura ambiente; (b) Copo plástico em temperatura de 60°C ; (c)Saco plástico em

temperatura ambiente.

Tabela 5.2: Valores de ângulo de contato em relação à agua para o copo e

saco plástico em temperatura ambiente e de 60°C.

Ângulo de Contato em relação à água [°]

T amb 60°C

Copo Plástico 93,4° 89,8°

Saco Plástico 91,6° -

a) b) c)

39

6. Conclusões

Vivemos um cenário internacional fortemente pautado em questões ambientais.

A pesquisa por materiais biodegradáveis que diminuam a poluição global é de suma

importância para o desenvolvimento tecnológico e social de um país. Alinhado a este

cenário, o presente trabalho visou caracterizar dois produtos comerciais à base de

amido de milho, podendo compreender melhor suas propriedades físicas, térmicas e

cristalinas.

Conclui-se, que os materiais em análise são possíveis substitutos para os

convencionais materiais poliméricos. Com os resultados experimentais, foi possível

mostrar que as blendas de amido de milho podem ser utilizadas hoje na produção de

copos e sacolas plásticas. .

Através do ensaio de FTIR e TGA, foi possível comprovar as especificações do

fornecedor, mostrando que as blendas continham os polímeros descritos na ficha

técnica fornecido pela empresa chinesa.

No entanto, os materiais caracterizados ainda utilizam aproximadamente 20%

em massa, de polímeros não-biodegradáveis (polietileno ou polipropileno) em sua

composição, materiais estes que levam mais de 100 anos para se degradarem por

completo e deixarem de existir na natureza.

Através do ensaio por MEV, foi possível comprovar que o amido se encontrou

em forma de grânulos, atuando assim como carga na matriz. Os grânulos favorecem a

quebra do material polimérico em pequenos pedaços, que serão mais facilmente

degradados pela luz solar e por microrganismos.

Com o ensaio de ângulo de contato, comprovamos que nossos materiais,

embora não muito hidrofóbicos, possuem hidrofobicidade suficiente para seus fins.

40

6.1. Sugestão para trabalhos futuros:

Como sugestão para trabalhos futuros é possível se caracterizar materiais que

sejam 100% biodegradáveis, que não utilizem em sua composição polímeros como o

polipropileno e o polietileno. Se for possível manter as propriedades caracterizadas

neste presente trabalho para materiais que se degradem por inteiro na natureza,

estaremos inovando ainda mais na área ecológica, tornando o Brasil referência na

redução de lixo e em inovações ecológicas.

Também é possível se comparar os dados obtidos neste presente trabalho com

dados dos materiais comerciais produzidos com PE e PP puros. Se com as

comparações for possível mostrar que não houve grande perda em determinada

propriedade, estaremos comprovando que esses materiais são substitutos aos

convencionais materiais utilizados nos copos e sacos plástico.

41

7. Referências Bibliográficas

24/11/2014 (9:53) - http://pubs.rsc.org/en/content/articlehtml/2012/jm/c2jm32998k

21/11/2014 (17:03) - http://www.abief.com.br/flex/flex_0032.php

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