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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS RIO DE JANEIRO – RJ – BRASIL MAIO DE 2005 CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS PARTICULADOS EM SEÇÕES DEVONIANAS DA BACIA DO PARNAÍBA DIOGO MATTOSO ABREU MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO REQUISITO OBRIGATÓRIO DA DISCIPLINA “TRABALHO FINAL DE CURSO”

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U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O R I O D E J A N E I R OCENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA

I N S T I T U T O D E G E O C I Ê N C I A S

RIO DE JANEIRO – RJ – BRASILMAIO DE 2005

CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOSPARTICULADOS EM SEÇÕES DEVONIANAS DA BACIA DO

PARNAÍBA

DIOGO MATTOSO ABREU

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIADA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO REQUISITO

OBRIGATÓRIO DA DISCIPLINA “TRABALHO FINAL DE CURSO”

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RIO DE JANEIRO – RJ – BRASILMAIO DE 2005

CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS PARTICULADOS EMSEÇÕES DEVONIANAS DA BACIA DO PARNAÍBA

DIOGO MATTOSO ABREU

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA DAUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO REQUISITOOBRIGATÓRIO DA DISCIPLINA “TRABALHO FINAL DE CURSO”.

SETOR: Geologia Econômica e Regional

ORIENTADOR: Prof. Dr. João Graciano Mendonça Filho

APROVADA POR:

_____________________________________________Prof. Dr. João Graciano Mendonça Filho (UFRJ)

_____________________________________________Prof. Dr. Leonardo F. Borghi de Almeida (UFRJ)

_____________________________________________Prof. Dr. Marcelo de A. Carvalho (Museu Nacional / UFRJ)

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FICHA CATALOGRÁFICA

ABREU, DIOGO MATTOSOCARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS PARTICULADOS EM SEÇÕESDEVONIANAS DA BACIA DO PARNAÍBA [RIO DE JANEIRO] 2005.

xvii, 131 p., 9 estampas 29,7 cm (Instituto de Geociências – UFRJ, B.Sc.,Curso de Graduação emGeologia, 2005).

Monografia – Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizada no Instituto de Geociências.

1. Formação Pimenteira 2. Devoniano. 3. Palinofácies. 4. Maturação Térmica.

I – IGEO/UFRJ II – Título (série)

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iii

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS vi

RESUMO viii

ÍNDICE DE FIGURAS x

ÍNDICE DE TABELAS xiv

1 INTRODUÇÃO 01

2 CONCEITO DE PALINOFÁCIES E FÁCIES ORGÃNICA 03

3 BACIA DO PARNAÍBA 05

3.1 Tectônica e sedimentação 06

3.2 Estratigrafia 07

3.2.1 GRUPO SERRA GRANDE 07

3.2.2 GRUPO CANINDÉ 07

3.2.3 GRUPO BALSAS 08

3.3 Formação Pimenteira 10

3.3.1 BREVE HISTÓRICO 10

3.3.2 LITOESTRATIGRAFIA 10

3.3.3 PALEOAMBIENTES DEPOSICIONAIS 12

3.3.4 BIOESTRATIGRAFIA E DATAÇÃO 13

3.3.5 GEOLOGIA DO PETRÓLEO 13

4 MATERIAL DE ESTUDO 16

5 MÉTODOS DE ESTUDO 22

5.1 Técnicas de preparação das amostras para análise depalinofácies

22

5.2 Análises de palinofácies 25

5.2.1 TÉCNICAS DE MICROSCOPIA

5.2.1.1 Microscopia em luz branca transmitida

25

5.2.1.2 Microscopia em luz azul incidente - fluorescência 26

5.2.1.3 Índice de Coloração de Esporos (ICE) 26

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iv

5.3 Obtenção dos dados

5.3.1 CONTAGEM DOS COMPONENTES ORGÂNICOS

29

5.4 Tratamento dos dados 32

5.4.1 ANÁLISES DE AGRUPAMENTO 32

6 CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS 33

6.1 Classificação da matéria orgânica 34

6.1.1 FITOCLASTOS 34

6.1.2 PALINOMORFOS 35

6.1.3 MATERIAL ORGÂNICO AMORFO 37

7 DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS DE COMPONENTES DA MATÉRIAORGÂNICA

38

7.1 Fitoclastos 38

7.2 Palinomorfos 41

7.3 Matéria Orgânica Amorfa (M.O.A.) 43

8 PARÂMETROS PALINOFACIOLÓGICOS 45

9 RESULTADOS E DISCUSSÕES 46

9.1 Representação dos dados 46

9.1.1 DIAGRAMAS TERNÁRIOS 46

9.1.2 DENDOGRAMAS 47

9.2 Contagem dos componentes da matéria orgânica 48

9.2.1 TESTEMUNHO DE SONDAGEM VL-03 54

9.2.2 TESTEMUNHO DE SONDAGEM PM-06 57

9.2.3 TESTEMUNHO DE SONDAGEM ST-12 61

9.2.4 TESTEMUNHO DE SONDAGEM SM-IST-4 65

9.2.5 TESTEMUNHO DE SONDAGEM CT-02 69

9.2.6 TESTEMUNHO DE SONDAGEM PM-10 71

9.3 Maturidade térmica 75

9.4 Descrição dos componentes orgânicos 85

9.5 Análise de agrupamento modo –R 87

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v

9.6 Matriz de correlação utilizando o coeficiente r-Pearson 91

9.7 Inferências paleoambientais 93

10 CONCLUSÕES 123

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 126

ANEXO (ESTAMPA)

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vi

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao meu orientador Prof. Dr. João Graciano de

Mendonça Filho, pela amizade e orientação deste trabalho.

Aos amigos da turma de geologia 99, em especial :

• Antônio - o mais disposto às diversas aventuras.

• Juliano – o mais engraçado, sempre nos tirando gargalhadas.

• Igor – meu co-orientador, amigo, me ajudou muito na elaboração deste

trabalho. Obrigado !

• Régis – mesmo estando em outro Estado, continua morando aqui no

nosso coração.

• Marcel – macaense cheio de gírias e com um sotaque muito engraçado,

é um grande amigo também.

• Beto – Nos últimos tempos anda muito sumido, mas quando o

encontramos, sempre tem uma ótima historinha para nos contar.

• Rafinha – depois que descobriu o surf, foi difícil encontrá-lo na

faculdade, gente boa toda vida.

• Edson – parceiro de campo 2, levarei pra sempre aquela imagem do

vaso na sua testa. Papai, quem diária ?!!!

• Carol – Menina super especial, nota dez, que sempre me acompanhou

nessa longa trajetória na faculdade. Obrigado por tudo, você estará

sempre em meu coração !

• Marcelle – a grande arquiteta das bijus, amiga e companheira !

• Paulinha – parceira de campo 1, queria brigar comigo a todo custo, mas

eu não deixei !

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vii

• Janaina – grande Jana, mamãe de uma menina linda, obrigado por tudo

querida !

• Helen – parceira do campo III, me aturou nos momentos de maior mau

humor, obrigado por tudo !

Aos demais amigo de faculdade, Léo Penha, Henrique Tiozão, Erick, Mauro,

Pangaré, Romário, Fagner, Chiclete, Vitão, Mário, Zé Lele, Max, Vivian, Marcos

Baião, Leandro, Marcelo, Potó, Hatushika, Raphael Pietzsch, Diogo Merenda,

Thiago Muriçoca, Anderson, Denize, Drica, Giovani, Guilherme, Donizete e

Jaqueline. Muito obrigado !!!

Aos professores, Cláudio Limeira, Leonardo Borghi, Joel Valença, João

Baptista, Julio Mendes, Henrique Dayan, Carlos Eduardo, Rudolph Trouw, Cláudio

Margueron, Helena Polivanov, Gérson Cardoso, por terem feito a diferença em

minha formação profissional.

À geóloga M.Sc.Taissa Rêgo Menezes, pela amizade e grande ajuda na

realização deste trabalho.

À minha namorada, pela sabedoria e compreensão dos momentos em que não

pude lhe dar a atenção merecida.

Aos meus familiares, em especial, aos meus pais , minha irmã e minha tia Léo,

que sempre foram exemplo, e contribuíram com incentivo e apoio durante não só o

tempo na faculdade mas também em toda a minha vida.

E principalmente a Deus, pois foi o alicerce de tudo, nada disso teria sido

realizado sem Ele !!!

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viii

RESUMO DA MONOGRAFIA APRESENTADA AO CURSO DE GRADUAÇÃO EMGEOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO

REQUISITO OBRIGATÓRIO DA DISCIPLINA “TRABALHO FINAL DE CURSO”

CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS PARTICULADOS EMSEÇÕES DEVONIANAS DA BACIA DO PARNAÍBA

DIOGO MATTOSO ABREU

RIO DE JANEIRO, MAIO DE 2005

ORIENTADOR: Prof. Dr. João Graciano Mendonça Filho

SETOR: Geologia Econômica e Regional

A caracterização dos componentes orgânicos particulados foi realizada em

seções devonianas da Formação Pimenteira na borda leste da bacia do Parnaíba. A

formação é constituída em sua maior parte por espessas camadas de folhelhos e

siltitos, com algumas camadas delgadas de arenito fino. O objetivo principal deste

trabalho foi a determinação de parâmetros palinofaciológicos através da

identificação e quantificação dos componentes particulados da matéria orgânica e

sua variação vertical ao longo das seções estudadas. Estes parâmetros

palinofaciológicos foram aplicados à determinação das tendências de

proximalidade, distribuição, maturação térmica e inferências paleoambientais. Para

tanto foi realizada analise de quarenta e quatro laminas organopalinológicas

utilizando a microscopia em luz branca transmitida (MLT) e luz azul incidente

(fluorescência). Ainda determinou-se pelo método MLT e fluorescência o estágio de

evolução térmica através do Índice de Coloração de Esporos (ICE). Foi realizada

contagem de 300 a 500 partículas por lâmina, sendo então efetuado um tratamento

estatístico relativo aos diferentes grupos da matéria orgânica. Os resultados

percentuais obtidos foram submetidos a análises de agrupamento modo-R (para

verificar similaridades entre os componentes orgânicos). Os resultados apontam

que as seções estudadas da Formação Pimenteira são compostas

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ix

predominantemente por esporomorfos (representados por esporos), microplâncton

de parede orgânica marinho (algas prasinófitas e acritarcas), matéria orgânica

amorfa, fitoclastos opacos, fitoclastos não opacos, cutículas de vegetais terrestres

superiores e microplâncton de parede orgânica de água doce (algas do gênero

Botryococcus). Os resultados de Índice de Coloração dos Esporos (ICE),

determinaram de um modo geral um baixo estágio de evolução térmica (maturação)

da matéria orgânica, o que demonstra um baixo grau de diagênese pelo processo

natural de aumento de temperatura conseqüente do aumento da profundidade de

soterramento. No entanto, algumas amostras apresentaram um elevado estágio de

evolução térmica, proporcionado pelo efeito térmico de intrusivas ígneas. As

inferências paleoambientais foram baseadas no diagrama ternário com os campos

de palinofácies definido pelos valores percentuais dos três principais grupos de

componentes da matéria orgânica (Tyson, 1993) e na representação diagramática

de palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999). As seções estratigráficas

foram divididas em intervalos, os quais foram definidos pela análise da disposição

das amostras no diagrama ternário com os campos de palinofácies de Tyson (1993).

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x

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização da Bacia do Parnaíba. 5

Figura 2: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba (ANP,2002). 9

Figura 3: Perfil estratigráfico da Formação Pimenteira na área dos projetos SãoMiguel do Tapuio e Fosfato de São Miguel do Tapuio, na borda lesta da bacia doParnaíba. (Young, 2003).

17

Figura 4: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem VL-03. 18

Figura 5: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem PM-06. 18

Figura 6: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem ST-12. 19

Figura 7: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem SM-IST-4. 19

Figura 8: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem CT-01. 20

Figura 9: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem CT-02. 20

Figura 10: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem PM-10. 21

Figura 11: Escala de ICE, Barnard et al. (1981), padrão Robertson Research. 28

Figura 12: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço VL-03.

48

Figura 13: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço PM-06.

49

Figura 14: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço ST-12.

50

Figura 15: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço SM-IST-4.

51

Figura 16: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço CT-02.

52

Figura 17: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três gruposde componentes orgânicos da matéria orgânica do poço PM-10. 53

Figura 18: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço VL-03.

56

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xi

Figura 19: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço PM-06.

60

Figura 20: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço ST-12.

64

Figura 21: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço SM-IST-4.

68

Figura 22: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço CT-02.

70

Figura 23: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica dopoço PM-10.

74

Figura 24: Relação entre o tempo (milhões de anos), Temperatura (°C) eMaturação (ICE e %Ro) (Barnard et al. 1981).

76

Figura 25: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço VL-03 com aprofundidade.

77

Figura 26: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço PM-06 com aprofundidade.

78

Figura 27: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço ST-12 com aprofundidade.

79

Figura 28: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço ST-12 com aprofundidade.

80

Figura 29: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço CT-01 com aprofundidade.

81

Figura 30: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço CT-02 com aprofundidade. 82

Figura 31: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço PM-10 com aprofundidade.

83

Figura 32: Dendograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para osgrupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço VL-03.

87

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xii

Figura 33: Dendograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para osgrupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço PM-06.

88

Figura 34: Dendograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para osgrupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço ST-12.

89

Figura 35: Dendograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para osgrupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço SM-IST-4.

90

Figura 36: Diagrama ternário com os campos de palinofácies definido pelosvalores percentuais dos três principais grupos de componentes da matériaorgânica (Tyson, 1993)

93

Figura 37: Representação diagramática de palinomorfos modificado de Turnau eRacki (1999).

95

Figura 38: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço VL-03.

96

Figura 39: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço VL-03.

97

Figura 40: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço PM-06.

101

Figura 41: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço PM-06.

103

Figura 42: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço ST-12.

105

Figura 43: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço ST-12.

107

Figura 44: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço SM-IST-4.

110

Figura 45: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço SM-IST-4.

111

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xiii

Figura 46: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço CT-02.

114

Figura 47: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço CT-02.

115

Figura 48: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos depalinofácies (Tyson, 1993) do poço PM-10.

119

Figura 49: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica comas subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os camposde palinofácies do poço PM-10.

121

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xiv

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Ficha utilizada para a contagem dos componentes orgânicos. 30

Tabela 2: Classificação geral dos principais componentes da matériaorgânica (baseado em Tyson 1995; Mendonça Filho, 1999; Carvalho; 2001;Mendonça Filho et.al.,2002).

31

Tabela 3: Parâmetros calculados para os grupos e subgrupos decomponentes da matéria orgânica e as tendências generalizadas proximal –distal, baseado em Tyson (1993) e Mendonça Filho (1999).

45

Tabela 4: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço VL-03.

48

Tabela 5: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço PM-06.

49

Tabela 6: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço ST-12.

50

Tabela 7: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço SM-IST-4.

51

Tabela 8: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço CT-02.

52

Tabela 9: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânicado poço PM-10.

53

Tabela 10: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de palinomorfos do poço VL-03.

54

Tabela 11: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãode matéria orgânica do poço VL-03.

55

Tabela 12: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de palinomorfos do poço PM-06.

57

Tabela 13: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de matéria orgânica do poço PM-06.

58

Tabela 14: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de palinomorfos do poço ST-12.

61

Tabela 15: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãode matéria orgânica do poço ST-12.

62

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xv

Tabela 16: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de palinomorfos do poço SM-IST-4..

65

Tabela 17: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãode matéria orgânica do poço SM-IST-4.

66

Tabela 18: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãoao total de palinomorfos do poço PM-10.

71

Tabela 19: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relaçãode matéria orgânica do poço PM-10.

72

Tabela 20: Representa os intervalos de ICE e suas respectivas zonas dematuridade para o período Devoniano.

75

Tabela 21: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço VL-03 77

Tabela 22: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço PM-06.

78

Tabela 23: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço ST-12..

79

Tabela 24: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço SM-IST-4.

80

Tabela 25: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço CT-01.

81

Tabela 26: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço CT-02.

82

Tabela 27: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço PM-10.

83

Tabela 28: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamentomodo-R para a sondagem VL-03.

87

Tabela 29: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamentomodo-R para a sondagem PM-06.

88

Tabela 30: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamentomodo-R para a sondagem ST-12.

89

Tabela 31: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamentomodo-R para a sondagem SM-IST-4.

90

Tabela 32: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagem 91

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xvi

VL-03.

Tabela 33: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagemPM-06.

91

Tabela 34: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagemST-12.

92

Tabela 35: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagemSM-IST-4.

92

Tabela 36: Paleoambientes definidos pelos campos de palinofácies parasedimentos marinhos (Tyson, 1993) relacionado no diagrama da figura 35.

94

Tabela 37: Palinofácies definidas pelo diagrama de palinomorfos modificadode Turnau e Racki (1999).

95

Tabela 38: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço VL-03.

98

Tabela 39: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo II do poço VL-03.

98

Tabela 40: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo III do poço VL-03.

99

Tabela 41: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo IV do poço VL-03.

99

Tabela 42: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo V do poço VL-03.

100

Tabela 43: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço PM-06.

104

Tabela 44: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo II do poço PM-06.

104

Tabela 45: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço ST-12.

108

Tabela 46: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo II do poço ST-12.

109

Tabela 47: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço SM-IST-4.

112

Tabela 48: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da 113

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xvii

matéria orgânica no intervalo II do poço SM-IST-4.

Tabela 49: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço CT-02.

116

Tabela 50: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo II do poço CT-02.

116

Tabela 51: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo III do poço CT-02.

117

Tabela 52: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo IV do poço CT-02.

117

Tabela 53: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo V do poço CT-02.

118

Tabela 54: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo VI do poço CT-02.

118

Tabela 55: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes damatéria orgânica no intervalo I do poço PM-10.

122

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- 1 -

1. INTRODUÇÃO

A Bacia do Parnaíba é uma extensa bacia intracratônica preenchida

principalmente por rochas paleozóicas. Localiza-se na região Nordeste do Brasil,

abrangendo a quase totalidade dos estados do Maranhão e Piauí e parte do leste

do Pará, oeste do Ceará e norte de Goiás e Tocantins (Figura 1).

Estudos realizados pela PETROBRÁS resultaram na descoberta de indícios

e acumulações subcomerciais de hidrocarbonetos. A Formação Pimenteira possui

poucos estudos geológicos aprofundados, porém podemos destacar, o estudo

realizado por Rodrigues (1995), que contribui na abordagem dos aspectos da

geoquímica orgânica, e o trabalho de Young (2003) que contribuiu na identificação

de potenciais intervalos de rocha reservatório na Formação Pimenteira através de

análise estratigráfica.

Os dados de análises geoquímicas obtidas por Rodrigues (1995) indicam

que os níveis de maior concentração de matéria orgânica da Bacia do Parnaíba

concentram-se na Formação Pimenteira. Essa formação é constituída em sua

maior parte por extensos folhelhos e siltitos, com algumas camadas delgadas de

arenito fino. (Góes et al, 1994).

O objetivo principal deste trabalho foi a determinação de parâmetros

palinofaciológicos através da identificação e quantificação dos componentes

particulados da matéria orgânica e sua variação vertical ao longo das seções

estudadas.

Para a elaboração do presente estudo palinofaciológico foram realizadas, no

laboratório de Palinofácies e Fácies Orgânica situado na Universidade Federal do

Rio de Janeiro, análise de microscopia em luz branca transmitida e de luz azul

incidente (fluorescência), para a identificação dos diferentes grupos e subgrupos

de componentes da matéria orgânica. Foi também utilizada a técnica de Índice de

Coloração dos Esporos (ICE) para a análise da maturidade térmica das amostras.

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- 2 -

Os resultados obtidos foram aplicados à determinação das tendências de

proximalidade, distribuição, maturação térmica e inferências paleoambientais.

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- 3 -

2. CONCEITO DE PALINOFÁCIES E FÁCIES ORGÃNICA

A palinofácies foi conceitualmente introduzida por Combaz (1964) e sua

definição pode ser entendida como o estudo palinológico do total de componentes

da matéria orgânica contida em um sedimento após a remoção da matriz

sedimentar (mineral) pela acidificação com HCl (ácido clorídrico) e HF (ácido

fluorídrico). A análise por palinofácies envolve o estudo integrado de todos os

aspectos dos componentes da matéria orgânica como: identificação dos

componentes particulados individuais, determinação de suas proporções relativas

e absolutas, seus tamanhos e estado de preservação.

Segundo Tyson (1995), a análise de palinofácies é o estudo palinológico de

ambientes deposicionais e do potencial de rochas geradoras de hidrocarbonetos

baseado na assembléia total dos componentes da matéria orgânica particulada,

podendo ser definida como “um corpo de sedimento contendo uma assembléia

distinta de matéria orgânica palinológica idealizada para refletir um grupo

específico de condições ambientais, ou para ser associada com um nível

característico do potencial de geração de hidrocarbonetos”.

Rogers (1980) foi o primeiro a utilizar o termo “fácies orgânica”, para exprimir

que uma fácies orgânica deve ser definida pelo conteúdo de matéria orgânica

(primeiramente tipo, e menos freqüentemente quantidade), pela fonte de matéria

orgânica e pelo ambiente deposicional.

Segundo Tyson (1995), o conceito de fácies orgânica pode ser definido como

um “grupo de sedimentos contendo um conjunto distinto de constituintes orgânicos

que podem ser reconhecidos por microscopia ou estar associado com uma

composição organogeoquímica característica”.

O conceito moderno de “Fácies Orgânica” é, em muitas formas, equivalente

ao conceito de “Palinofácies”.

Palinofácies representa um aspecto particular de fácies orgânica (aquela que

pode ser determinada por estudo palinológico da matéria orgânica).

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- 4 -

Palinofácies pode, assim, ser considerada como “fácies orgânica definida

palinológicamente”. (e.g. Habib, 1982; 1993).

A palinofácies é provavelmente a única técnica discriminante mais simples

que pode providenciar todas as respostas para o estudo e explicação dos modelos

de fácies orgânica. Isto é devido, simplesmente, a não existência de um substituto

para a observação visual direta do conteúdo orgânico que está atualmente nos

sedimentos.

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- 5 -

3. BACIA DO PARNAÍBA

A bacia do Parnaíba (Figura 1) é uma extensa bacia intracratônica que ocupa

uma área de aproximadamente 600.000 km², localiza-se na região Nordeste do

Brasil, abrangendo a quase totalidade dos estados do Maranhão e Piauí e parte

do leste do Pará, oeste do Ceará e norte de Goiás e Tocantins. Foram

depositados pouco mais de 3000 metros de espessura de coluna sedimentar.

Figura 1: Mapa de localização da bacia do Parnaíba (Young, 2003).

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3.1.Tectônica e sedimentação

A bacia do Parnaíba formou-se no Eopaleozóico, após a colisão entre as

plataformas Amazônica e Brasileira, resultando no fechamento dos cinturões

móveis Araguaia, Própria e Arioses, no final do Pré Cambriano Superior e início do

paleozóico (Caputo et al., 1983).

Cunha (1986) reconhece a enorme influência tectônica dos pulsos terminais

do Ciclo Brasiliano (Cambriano-Ordoviciano) sobre a sedimentação subseqüente

da bacia do Parnaíba. Em função desta tectônica formaram-se grabens, com eixos

orientados principalmente nordeste/sudoeste e norte/sul, os quais foram

preenchidos por sedimento aluviais e fluviais correspondentes a Seqüência I de

Freitas (1990) e a Formação Mirador de Carozzi et al. (1975).

A subsidência termal da região, criou uma grande depressão ordoviciana que

controla a sedimentação ocorrida nas duas primeiras seqüências deposicionais, a

seqüência Siluriana, representada pelos sedimentos fluvio-deltaicos do Grupo

Serra Grande e a seqüência Devoniana, representada pelos sedimentos do Grupo

Canindé. Estas seqüências encontram-se com seus depocentros fortemente

controlados pelos lineamentos Transbrasiliano e Picos- Santa Inês.

A terceira seqüência deposicional ocorre a partir do Carbonífero, com a

deposição dos sedimentos do Grupo Balsa. Este grupo marca uma progressiva

continentalização e desertificação em toda a bacia do Parnaíba, está ligado a

Reativação Wealdeniana, que representa a desagregação do paleocontinente

Gondwana.

Distintamente de Góes & Feijó (1994), entende-se neste trabalho que a

entidade geológica chamada ‘’bacia do Parnaíba’’ está representada apenas pelos

sedimentos paleozóicos correspondentes aos grupos Serra Grande, Canindé e

Balsas. Tais grupos tiveram seu desenvolvimento tectônico e sedimentar

associado à subsidência do embasamento da bacia dentro do contexto evolutivo

do paleocontinente Gondwana. Os aspectos tectônicos e deposicionais dos

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sedimentos pós-Grupo Balsas estão associados diretamente ao processo de

ruptura do Gondwana e, por isso, devem ser tratados e estudados como uma

bacia de evolução distinta da do Parnaíba (q.v. Rosseti et al., 2001).

3.2.Estratigrafia

Neste contexto, é possível dividir estratigraficamente a bacia do Parnaíba em

três seqüências distintas: Siluriana, Devoniana e Carbonífero-Triássica (Figura 2),

cada qual correlata a um dos seus três grupos (Serra Grande, Canindé e Balsas,

respectivamente) ( Góes & Feijó, 1994).

3.2.1. GRUPO SERRA GRANDE

O Grupo Serra Grande (sensu Góes et al., 1992 apud Góes & Feijó,1994) é

dividido em três formações: Ipu, Tianguá e Jaicós. A Formação Ipu (Campbell,

1949 apud Góes & Feijó, 1994) é composta, predominantemente, de arenitos

médios a grossos e, secundariamente, por siltitos, folhelhos e diamictitos. A

Formação Tinguá (Rodrigues, 1967 apud Góes & Feijó, 1994) consiste em

folhelhos cinza, siltitos e arenitos micáceos. A Formação Jaicós (Plummer, 1946

apud Góes & Feijó, 1994) é composta por arenitos médios a grossos e,

eventualmente, pelitos.

O Grupo Serra Grande tem seus contatos inferior, com o embasamento, e

superior, com o Grupo Canindé, em discordância erosiva.

3.2.2. GRUPO CANINDÉ

O Grupo Canindé (sensu Góes et al., 1992 apud Góes & Feijó, 1994) está

dividido em cinco formações: Itaim, Pimenteira, Cabeças, Longá e Poti. A

Formação Itaim (Kegel, 1953 apud Góes & Feijó, 1994) é composta por arenitos

finos esbranquiçados e por folhelhos cinzas a pretos. A Formação Pimenteira

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caracteriza-se por folhelhos cinzas a pretos intercalados com finas camadas de

areia fina. A Formação Cabeças é representada por arenitos finos e ocorrências

de diamictitos. Nela ocorre também uma fácies de arenitos grossos. A Formação

Longá (Albuquerque & Dequech, 1946 apud Góes & Feijó, 1994) abrange

folhelhos e siltitos cinzas e arenitos finos argilosos brancos. A Formação Poti

(Paiva, 1937 apud Góes & Feijó, 1994), é composta por arenitos cinza-

esbranquiçados, intercalados e interlaminados com folhelhos e siltitos.

O contato superior do Grupo Canindé com o Grupo Balsas é discordante

erosivo.

3.2.3. GRUPO BALSAS

O Grupo Balsas (sensu Góes et al., 1993 apud Góes & Feijó, 1994) divide-se

em quatro formações: Piauí, Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba. A Formação

Piauí (Small,1914 apud Góes & Feijó, 1994) denomina arenitos finos a médios

bem selecionados, conglomerados, folhelhos vermelhos e calcários

esbranquiçados. (Lima Filho, 1991 apud Góes & Feijó, 1994). A Formação Pedra

de Fogo (Plummer, 1946 apud Góes & Feijó, 1994) caracteriza-se pela presença

de sílex e de calcário oolítico, pisolítico, intercalados com arenitos, folhelhos e

anidrita. A Formação Motuca (Plummer, 1946 apud Góes & Feijó, 1994) compõe-

se de siltito avermelhado e marrom, arenitos brancos, anidrita e raros calcários. A

Formação Sambaíba (Plummer, 1946 apud Góes & Feijó, 1994) consiste de

arenitos médios a finos, bimodais, bem selecionados, com estratificação cruzada

de porte grande.

O contato superior do Grupo Balsas com os sedimentos supra-Grupo Balsas

é discordante erosivo.

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Figura 2: Carta estratigráfica da Bacia do Parnaíba (ANP,2002).

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3.3.Formação Pimenteira

3.3.1. BREVE HISTÓRICO

Historicamente, o termo ‘’folheto Pimenteira’’ foi inicialmente utilizado por

Small (1914 apud Brito, 1979) para identificar camadas de folhelhos aflorantes

próximos à Cidade de Pimenteira, no Município de Valença do Piauí, Estado do

Piauí. Posteriormente, Plummer (1946 apud Campbell et al., 1949) conferiu a

hierarquia de formação a tais rochas e discerniu dois membros: Oitis, inferior,

constituído de folhelhos, e Picos, superior, constituído por uma intercalação de

arenitos e folhelhos. Entretanto, Kegel (1953), ao estudar a fauna do Membro

Oitis, percebeu que ela era mais recente que a do Membro Picos e pertencente ao

Membro Passagem da Formação Cabeças, o que levou o termo Oitis ao

abandono. Então, Kegel (1953) redefiniu a Formação Pimenteira, incluindo-lhe na

base uma seção de arenitos denominada Membro Itaim, mas mantendo na parte

superior o Membro Picos, predominantemente argiloso.

Tais proposições permanecem em vigência e ainda são utilizadas por alguns

autores (q.v. Mabesoone, 1994). Porém, no âmbito interno da Petrobrás, o

Membro Itaim fora elevado a formação por Carozzi et al. (1975), resultando no

abandono do termo Picos. Tais fatos estão refletidos na carta estratigráfica

proposta por Góes & Feijó (1994).

3.3.2. LITOESTRATIGRAFIA

Góes et al. (1994) descrevem a Formação Pimenteira como um pacote de

rochas sedimentares constituído, em sua maior parte, por espessos folhelhos e

siltitos. Em escala reduzida, seriam encontradas lentes e delgadas camadas de

arenitos finos.

Lima Filho (1998), citando Della Fávera (1984), descreve a Formação

Pimenteira como uma série de ciclos granocrescentes para cima, com 10 a 30 m

de espessura, começando com argilitos e terminando com corpos de arenitos de 3

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a 5 m de espessura, com geometria de barras ou lobos e distribuição lateral de

aproximadamente 100 m.

Na borda Leste da bacia ocorrem anomalias radiométricas associadas a

nódulos fosfáticos na Formação Pimenteira. Fuzikawa (1968 apud Oliveira &

Barros, 1976) foi o primeiro a apontar, após levantamentos cintilométricos na bacia

do Parnaíba, a ocorrência de tais anomalias na área da cidade de São Miguel do

Tapuio, Estado do Piauí. Posteriormente, alunos de graduação da UFPE (Melo,

1971), por meio de convênio com a CNEN, mapearam estas anomalias e

constataram que elas se localizavam na parte superior da Formação Itaim e que

representavam lentes de conglomerados fosfáticos. Em 1972, o projeto São

Miguel do Tapuio (CNEN / CPRM – Albuquerque et al.,1972) realizou uma série de

furos de sondagem no entorno da cidade de São Miguel do Tapuio com o intuito

de verificar a continuidade dessas anomalias radiométricas em subsuperfície,

assim como a prospectividade das mesmas para urânio, visto a clássica

associação fosfato-urânio. Tal projeto verificou que as anomalias situam-se na

‘’zona de transição’’ entre a Formação Itaim e a Formação Pimenteira, que são

descontínuas e com valores muito variáveis de radioatividade, não configurando

uma jazida de interesse econômico. Posteriormente, em 1976, um novo projeto

chamado Fosfato de São Miguel do Tapuio (DNPM / CPRM – Oliveira & Barros,

1976) foi realizado com o objetivo de avaliar economicamente as reservas e os

teores de fosfato nas regiões próximas as cidades de São Miguel do Tapuio e

Pimenteiras, no Estado do Piauí.

Os contatos inferior e superior da Formação Pimenteira com as Formações

Itaim e Cabeças, respectivamente, são freqüentemente interpretados como

concordantes e gradacionais (Della Fávera, 1990; Caputo, 1984; Carvalho, 1995;

Lima & Leite, 1978). Entretanto, Lima & Leite (1978) notam que localmente, o

contato superior com a Formação Cabeças pode ser discordante. Estes autores

descrevem o contato entre essas formações, na região de Anízio de Abreu (PI),

como nitidamente erosivo devido à ocorrência de um conglomerado com 1,10 m

de espessura na base da Formação Cabeças, este contendo blocos angulosos de

siltitos e folhelhos com até 30 cm de diâmetro. Tal camada repousa sobre

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superfície ondulada e irregular desenvolvida sobre os folhelhos subjacentes de

Formação Pimenteiras.

Oliveira & Barros (1976), em estudos na borda Leste da bacia, sugerem a

presença de diastemas no contato entre as formações Itaim e Pimenteira devido à

ocorrência de rochas carbonáticas, ferruginosas, oolíticas e fosfatadas,

interpretadas pelos autores como diagnósticas de pequenas taxas de

sedimentação. Os mesmos autores apontam também que localmente, o contato

entre as formações Cabeças e Pimenteira se faz em discordância erosiva, visto a

ocorrência de conglomerados com seixos fosfáticos na base da Formação

Cabeças, seixos estes que seriam originários da Formação Pimenteira.

3.3.3. PALEOAMBIENTES DEPOSICIONAIS

As propostas de ambientes de sedimentação para a Formação Pimenteira na

literatura são bem homogêneas. De forma geral, grande parte dos autores

concordam que ela se deu em ambiente marinho plataformal (Della Fávera, 1990,

2001; Albuquerque, 2000; Melo, 1988; Mesner & Wooldridge, 1964).

Carozzi et al. (1975) interpretam os sedimentos do Membro Carolina, em

particular, como sendo depósitos de frente deltaica e de canais distributários.

Oliveira & Barros (1976) interpretam as duas zonas de rochas carbonáticas,

oolíticas e ferruginosas como resultado de deposição químico-clástica. Para as

subunidades definidas pelos mesmos autores, as interpretações são as seguintes:

DpA, ambiente de offshore com eventuais sedimentos de prodelta; DpB, barras de

prodelta; DpC, ambiente marinho offshore fortemente euxínico; e DpD como

depósitos de frente deltaica, prodelta e offshore.

Ribeiro & Dardenne (1978) interpretam os depósitos de oolitos ferruginosos

como de origem lagunar, e o restante da formação como depositada em ambiente

de offshore.

Melo (1988) aponta deposição em ambiente marinho distal a costeiro, com a

presença de barras de offshore.

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Della Fávera (1990) mostrou retrabalhamento de sedimentos arenosos por

tempestades nessa formação.

Mabesoone (1994) apontou, com base em análises litológicas e de estruturas

sedimentares, ambiente litorâneo e de planície de maré.

Della Fávera (2001) acrescenta que as areias da Formação Pimenteira tem

afinidade genética com prodeltas, cujas frentes deltaicas seriam os arenitos da

Formação Cabeças.

3.3.4. BIOESTRATIGRAFIA E DATAÇÃO

A Formação Pimenteira é uma unidade rica em macro e microfósseis. Vários

autores propuseram zoneamentos bioestratigráficos para a bacia usando

diferentes grupos de microfósseis. O primeiro e mais utilizado deles é o de Muller

(1962 apud Melo, 2002), que combina o uso de acritarcas, miósporos e

quitinozoários. Tal zoneamento utiliza zonas nomeadas de A a T, abrangendo do

Siluriano ao Cretáceo. Segundo esse zoneamento, a Formação Pimenteira

abrange desde o terço final da biozona R até o fim da biozona Qsuperior.

Recentemente, Grahn et al. (2001) revisaram este zoneamento proposto por

Muller (1962 apud Melo, 2002), apontando que o limite inferior da Formação

Pimenteira situar-se-ia aproximadamente no meio da zona R, e seu limite superior

coincide com o limite da zona Qsuperior. Isso concede à formação uma idade que

vai de meados do Eifeliano ao fim do Frasniano.

3.3.5. GEOLOGIA DO PETRÓLEO

Segundo Góes et al. (1990), a Formação Pimenteira é considerada a

principal formação geradora de óleo da bacia.

Rodrigues (1995), ao estudar a geoquímica das formações potencialmente

geradoras de óleo da bacia, identificou cinco intervalos de rochas favoráveis,

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estando três destes dentro da Formação Pimenteira. Ele denominou-os, da base

para o topo, de folhelhos radioativos A, B e C.

Os folhelhos radioativos A, situados aproximados no limite

Eifeliano/Givetiano, têm espessura máxima de 20 m, possuem índices de carbono

orgânico total (COT) variando de 1,0% a 3,0% matéria orgânica do tipo III, e são

os únicos que se encontram maturos por subsidência, no NO da bacia. Entretanto,

são pouco espessos para a geração de um volume apreciável de hidrocarbonetos.

Os folhelhos radioativos B, situados na parte média do Givetiano, são

encontrados apenas na parte central e norte da bacia. Possuem espessura

máxima de 20 m, COT variando de 1,0 a 3,5% e matéria orgânica mista, dos tipos

II e III. Este intervalo apresenta pouca evolução térmica por subsistência,

associando-se uma possível geração de óleo ao efeito térmico induzido por

intrusões de diabásio.

Os folhelhos radioativos C correspondem aos folhelhos depositados no

Frasniano, correlacionáveis aos folhelhos geradores das bacias do Solimões

(Formação Jandiatuba) e do Amazonas (Formação Barreirinha). É o principal

intervalo de folhelhos radioativos da bacia, alcançando 40 m de espessura e

teores de COT de até 5,0%. Sua matéria orgânica é de tipo II. Este intervalo não

atingiu evolução térmica por subsidência em nenhuma parte conhecida da bacia;

portanto a geração de óleo por tais folhelhos fica associada diretamente ao efeito

térmico induzido por intrusões de diabásio.

Esses intervalos de folhelhos radioativos representam superfícies de

inundação marinha da bacia durante o Devoniano, que proporcionaram a melhor

preservação da matéria orgânica devido ao estabelecimento de condições

anóxicas no fundo marinho. Esses intervalos de máxima inundação contêm

seções condensadas, das quais a do Frasniano corresponde à superfície de

inundação máxima do Devoniano.

Rodrigues (1995), após analisar os indícios de hidrocarbonetos encontrados

nas áreas de Balsas (1-TB-2-MA) e Capinzal (1-CP-1-MA), Estado do Maranhão,

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constatou que estes tiveram sua origem nos folhelhos radioativos da Formação

Pimenteira, com sua geração associada ao efeito térmico de intrusões básicas.

Quanto aos reservatórios, Góes et al. (1990) sugeriram que corpos

lenticulares de arenitos dentro da própria Formação Pimenteira poderiam servir

como reservatórios de HC, visto que o processo de migração ficaria bastante

facilitando devido ao direto contato com as rochas geradoras.

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4. MATERIAL DE ESTUDO

O material de estudo é constituído de quarenta e quatro amostras relativas a

sete testemunhos de sondagem dos projetos São Miguel do Tapuio (Albuquerque

et al., 1972) e Fosfato de São Miguel do Tapuio (Oliveira & Barros, 1976), a área

destes projetos é de aproximadamente 3250 km, e localiza-se na borda leste da

bacia do Parnaíba, incluindo as cidades de Pimenteiras e São Miguel do Tapuio.

O perfil estratigráfico referente à Formação Pimenteira na área dos projetos

São Miguel do Tapuio e Fosfato de São Miguel do Tapuio esta representado na

figura 3 e os perfis estratigráficos referentes aos testemunhos de sondagem VL-

03, PM-06, ST-12, SM-IST-4, CT-01, CT-02 e PM-10 estão representados nas

figuras 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10, respectivamente.

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Figura 3: Perfil estratigráfico da Formação Pimenteira na área dos projetos São Miguel do Tapuio e

Fosfato de São Miguel do Tapuio, na borda lesta da bacia do Parnaíba. (Young, 2003).

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20

25

30

35

40

45

50

55

65

70

60

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 4: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem VL-03.

0

5

10

15

20

25

30

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 5: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem PM-06.

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30

35

40

45

50

55

60

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 6: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem ST-12.

20

25

30

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 7: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem SM-IST-4.

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0

10

20

30

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 8: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem CT-01.

0

10

20

30

40

50

60

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 9: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem CT-02.

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75

80

85

Arenito

Siltito

Folhelho

Não recuperado

Figura 10: Perfil estratigráfico do testemunho de sondagem PM-10.

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5. MÉTODOS DE ESTUDO

A técnica de palinofácies, utilizada neste estudo, envolveu o exame

qualitativo e quantitativo, tanto da matéria orgânica total quanto na distribuição das

diversas classes desta nos sedimentos.

As variações detectadas nos grupos e subgrupos de componentes da

matéria orgânica foram utilizadas nas inferências paleoambientais.

5.1.Técnicas de preparação das amostras para análise de palinofácies

As amostras analisadas foram confeccionadas pela Petrobrás, portanto a

descrição do procedimento laboratorial de preparação das amostras visa apenas a

apresentação e explicação de como foram realizadas.

A preparação do material para análise de palinofácies utilizou os

procedimentos palinológicos padrões, não oxidativos, descritos por Tyson (1995) e

Mendonça Filho (1999). Este procedimento consistiu na trituração do material,

utilizando moinho manual, em fragmentos de aproximadamente 5 mm.

Nas etapas de isolamento da matéria orgânica utilizou-se o Sistema de

Neutralização de Resíduos Ácidos desenvolvido por Assis (2000) (figura 8).

As amostras foram acondicionadas em saquinhos plásticos devidamente

etiquetados. Posteriormente, foram colocadas em suporte de polipropileno de dois

graus com encaixes para 3/2” conectados a água de lavagem por um sistema de

mainfold de torneiras de filtro ½” e caneleta de descarte de resíduos dotado de

luvas de encaixe para bécher de 1000 ml. Este primeiro estágio consistiu na

maceração do material por acidificação.

O primeiro estágio desta técnica de maceração por acidificação iniciouse

com a adição de ácido clorídrico (HCl) à 32%(aproximadamente 100 ml ou uma

quantidade suficiente para recobrir todo material), a fim de eliminar a fração

mineral carbonática possivelmente presente na amostra. Após 18 horas,

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descartou-se o resíduo ácido e as amostras foram lavadas em água destilada, em

um processo de decantação, por três vezes consecutivas.

O segundo estágio de maceração por acidificação visou a eliminação de

silicatos, utilizado-se ácido fluorídrico (HF) à 40% ao material (aproximadamente

100 ml ou uma quantidade suficiente para recobrir todo material). Após 24 horas

deste processo, fez-se o descarte simultâneo do resíduo ácido, seguida da

lavagem das amostras por 3 a 4 vezes.

Após a operação de eliminação dos silicatos, adicionou-se aproximadamente

50 ml de HCl à 32% para a remoção de cristais de fluorssilicatos que poderiam ter

sido precipitados durante o tratamento com HF.

Tal solução permaneceu em repouso por 1 hora. Depois deste procedimento,

fez-se novamente o descarte de resíduos ácidos e a lavagem do material com

água destilada por 3 vezes consecutivas.

Após a operação de eliminação de fluorssilicatos, descartou-se a fração

granulométrica maior que 1,68 mm, correspondente à fração do material que não

reagiu com os ácidos. A amostra contida no bécher foi transferida para o sistema

peneira/tubo de 250 ml, onde se verteu a água, mantendo a amostra em meio

aquoso, precipitada no fundo do tubo.

A próxima etapa da preparação das amostras consistiu na separação por

flotação utilizando um líquido de densidade intermediária entre o material orgânico

e inorgânico, com o objetivo de separar a fração orgânica da fração inorgânica

residual. Transportou-se a amostra para tubos de ensaio de 50 ml, onde foi

adicionado, no mínimo, o dobro de sua quantidade de cloreto de zinco (ZnCl2),

densidade 1,9 a 2 g/cm3. Após tal processo, colocou-se o tubo no agitador por 15

minutos para homogeneizar a amostra, e em seguida transferiu-se o tubo para

Centrífuga IEC CENTRA GP8 por 30 minutos (velocidade 2000 rpm), onde

ocorreu a separação do material em duas frações.

A fração sobrenadante (material orgânico) foi retirada dos tubos e

transportadas para tubos de 200 ml devidamente identificados e o precipitado foi

descartado.

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A etapa seguinte visou à eliminação do ZnCl2 e a separação do material

orgânico em duas frações distintas, a primeira > 20 µm e < 200 µm, a segunda >

200 µm 1 e < 1,68 mm. Esta etapa consistiu no peneiramento seguido de

desagregação do material através de lavagem com HCl. Neste procedimento

transferiu-se ¾ da amostra contida no tubo de 50 ml para um bécher de 200 ml

através de uma peneira de PVC de malha de 200 µm. Aos poucos, foi transferido

o conteúdo do bécher para uma peneira em acrílico de malha 20 µm sob contínua

ação de água, até que a amostra estivesse totalmente peneirada e completa a

eliminação do ZnCl2. À fração adquirida por este processo adicionou-se algumas

gotas de ácido clorídrico à 20%, e água destilada para posterior processo de

lavagem efetuado por três vezes consecutivas.

Posteriormente, recolheu-se o resíduo obtido em vidros (30 ml) devidamente

identificados para o procedimento de montagem da lâmina.

Para a preparação das lâminas organopalinológicas utilizou-se uma lâmina

de vidro (24 x 76 mm), devidamente identificada com etiqueta, que recebeu duas

lamínulas (24 x 32 mm), uma com o material orgânico na fração > 20 µm e < 200

µm e a outra com o material orgânico na fração > 200 µm 1 e < 1,68 mm da

seguinte maneira: sobre uma chapa aquecida entre 40ºC e 50ºC, colocou-se na

parte superior da lâmina três gotas de goma de acácia e uma gota da solução

contendo o material orgânico que, posteriormente, foi espalhado sobre a lâmina,

utilizando-se de algumas gotas de água destilada.

Após a secagem do material sobre a lâmina, esta recebeu três gotas de

Entellan-Merck (resina) e a lamínula (24 x 32 mm) para colagem.

Após a secagem da lâmina com as lamínulas sobrepostas, fez-se a sua

limpeza, eliminando-se o excesso de resíduo de suas bordas.

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5.2. Análises de palinofácies

A análise de palinofácies é uma técnica na qual o operador tenta identificar

os componentes palinológicos individuais (fitoclastos, palinomorfos e matéria

orgânica amorfa) e suas proporções relativas em qualquer uma das amostras,

atentando particularmente ao seu tamanho, forma e estado de preservação

(Tyson, 1993; 1995). Isto pode fornecer informações sobre o tipo de aporte

terrestre, condições redox, tendências transgressiva/regressiva e pode, também,

permitir a subdivisão de unidades litologicamente uniformes.

5.2.1. TÉCNICAS DE MICROSCOPIA

O principal objetivo da microscopia é a caracterização da origem da matéria

orgânica, a determinação das percentagens relativas e o estado de preservação

dos diferentes constituintes que compõem a matéria orgânica total.

A combinação do procedimento de identificação visual dos componentes

orgânicos em luz branca transmitida, e a observação em fluorescência destes, foi

importante para a detecção da presença de palinomorfos significativos, os quais

poderiam passar desapercebidos durante o procedimento de contagem.

Além disso, foi realizado o Índice de Coloração dos Esporos (ICE), que tem

como objetivo a verificação do estágio da maturação térmica da amostra.

As análises microscópicas foram realizadas no Laboratório de Palinofácies,

Setor de Paleontologia e Estratigrafia, Departamento de Geologia, Instituto de

Geociências.

5.2.1.1. Microscopia em luz branca transmitida

A análise microscópica foi efetuada sobre lâminas organopalinológicas em

microscópio Zeiss modelos AXIOSKOP 2 PLUS, oculares com aumento de 10x e

objetivas de 20 e 40x de aumento.

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5.2.1.2. Microscopia em luz azul incidente - fluorescência

A matéria orgânica freqüentemente mostra uma fluorescência natural quando

excitada com luz azul ou ultravioleta de uma lâmpada de mercúrio. Isto é chamado

“autofluorescência”, para distinguir da fluorescência produzida pelo tingimento

artificial com componentes fluorcromados, como os utilizados em microbiologia

(Tyson, 1995).

Cada lâmina organopalinológica foi examinada em luz azul incidente

(fluorescência) utilizando microscópio Zeiss modelo AXIOSKOP 2 PLUS com fonte

de fluorescência com lâmpada de mercúrio HBO-100W, em aumento de 20X (ou

40X para um exame particular mais detalhado). Tal exame foi realizado

primeiramente para determinar o estado de preservação dos componentes

orgânicos presentes nas amostras (principalmente matéria orgânica amorfa e

palinomorfos).

5.2.1.3. Índice de Coloração de Esporos (ICE)

A coloração original de alguns componentes orgânicos das rochas

sedimentares, tais como esporomorfos (esporos e grãos de pólen), é alterada de

acordo com o efeito térmico a que foram submetidos, tornando-se mais escuros

com o aumento da temperatura. A atribuição de valores numéricos a estas

variações de coloração constitui o Índice de Coloração de Esporos (ICE), a partir

do qual são desenvolvidos estudos de maturação térmica (Figura 5.1).

Gutjahr (1966) realizou as primeiras pesquisas para utilizar a variação de

coloração de esporos e grãos de pólen como uma indicação do estágio de

maturação térmica, observando uma variação na coloração dessas partículas

desde o amarelo até o marrom escuro, aplicando o termo “carbonização” para este

processo de alteração térmica.

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Staplin (1969) introduziu a técnica do Índice de Alteração Térmica (IAT), a

qual é baseada nas mudanças de coloração da matéria orgânica em relação ao

nível de evolução térmica dos sedimentos. O IAT apresenta uma escala de 1 a 5.

Em 1971, Correia constatou que as variações de colorações dos esporos e

grãos de pólen, com o aumento da temperatura, eram mais favoráveis para uma

correlação. O Índice de Coloração de Esporos (ICE), utilizado neste trabalho, foi

desenvolvido por Barnard et al. (1981), e apresenta uma escala de 1 a 10 em

intervalos de 0,5. Foi designado para dar linearidade com o aumento de

profundidade e temperatura, pronunciado pela mudança de coloração (Figura 11).

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Figura 11: Escala de ICE, Barnard et al. (1981), padrão Robertson Research.

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5.3.Obtenção dos dados

5.3.1. CONTAGEM DOS COMPONENTES ORGÂNICOS

Fez-se à cobertura da lâmina utilizando um retículo cruzado graduado em

oculares de 10X e objetiva de 20X de aumento. Foram registradas somente

aquelas partículas que passaram diretamente sobre o retículo.

Os dados de contagem foram registrados manualmente em folhas de

contagem (tabela 1), obedecendo à classificação proposta (tabela 2). Todas as

partículas foram contadas, exceto aquelas com tamanho inferior a 10 µm (retículo

graduado) e qualquer contaminante (reconhecidos pela cor, relevo ou forma),

sendo que os fragmentos de palinomorfos, não identificáveis, com menos da

metade da forma e tamanho original, foram ignorados.

Foram realizadas contagens de no mínimo 300 pontos e máximo 500 pontos

para os grupos de componentes da matéria orgânica, sendo que, em algumas

amostras, isto não foi possível pela falta de material orgânico.

Utilizou-se o sistema combinado de microscopia em luz branca transmitida e

ultravioleta incidente (fluorescência), para a caracterização e classificação do

material orgânico proposto.

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Tabela 1: Ficha utilizada para a contagem dos componentes orgânicos.

Amostra:

FITOCLASTOS Opaco

Não-opaco

Cutícula

Membrana

Spongiophyton

MOA

PALINOMORFOS Esporomorfo Esporo

Microplâncton Marinho Prasinófitas

Acritárca

Água doce Botryococcus

Zoomorfos Escolecodonte

Quitinozoários

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Tabela 2: Classificação geral dos principais componentes da matéria orgânica (baseado em Tyson 1995; Mendonça Filho, 1999; Carvalho; 2001;

Mendonça Filho et.al.,2002)

GRUPOS &SUBGRUPOS ORIGEM DESCRIÇÃO

Fitoclastos Opaco Partícula de cor preta de forma quadrática. Sembioestruturas internas.

Não-opaco

Derivado de tecidos lenhosos devegetais Partícula de cor marrom, podendo ser ou não

bioestruturada.

Cutícula Derivado de folhas de vegetaissuperiores

São partículas de coloração amarelo pálido a marromclaro, delgadas em forma de lâminas com contornos

nítidos, podendo demonstrar boas estruturas celulares

Membrana Não celularSão partículas de coloração amarelo pálido,apresentando-se comumente com aparência

“desbotada” e transparente

Spongiophyton Não se sabe a origemPartícula de cor amarelada, relevo alto, normalmente

bem maior do que os outros componentes da MO.Data o período Devoniano

MatériaOrgânicaAmorfa

Material orgânico derivado deataque microbiológico

Material não estruturado e com formato variado; cor:amarelo laranja-vermelho; laranja

algumas vezes inclusões como palinomorfos,fitoclastos, pirita, etc; fluorescente a não

Palinomorfos Esporomorfo EsporosPalinomorfo terrestre produzido

por pteridófitos, briófitas efungos.

Palinomorfo de forma triangular ou circular,apresentando a marca trilete (“Y”) ou monolete (uma

cicatriz) Ornamentação variada.

Prasinófitas Microfóssies produzidos porpequenas algas quadriflageladas

Maioria, como Tasmanites, são esféricas; diâmetro 50à 2000 µm. Pré-CambrianoMicroplâncton

marinhoAcritárca Origem incerta

Possui forma variada, econtrouforma de um núcleo e diversos tentáculos. Tem uma

aparencia "estrelada".

Microplâncton deágua doce Botryococcus Alga Chlorococcale

Colônias globular irregular; tamanho 30 a 2000 µm,algumas vezes com vários lóbulos; laranja marrom.

Carbonífero

Escoleocodonte É reconhecido principalmente por possuir umesqueleto em forma de "serrote" . Cor: marromZoomorfos

QuitinozoáriosOrigem Animal

Possuem uma coloração marrom e forma de garrafa.

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5.4.Tratamento dos dados

Após a contagem das partículas orgânicas foi realizado tratamento estatístico

com os dados obtidos. Estes dados foram recalculados para valores percentuais

relativos aos grupos e subgrupos da matéria orgânica e submetidos a análises de

agrupamento.

5.4.1. ANÁLISES DE AGRUPAMENTO

A análise de agrupamento procura agrupar amostras com as mesmas

características bióticas e abióticas, ou associar espécies em comunidade, de

acordo com o objetivo do seu trabalho (Valentin, 2000) e tem larga aplicação em

estudo de paleocomunidades.

No presente estudo, a análise de agrupamento foi empregada para

reconhecer o grau de similaridade entre os componentes da matéria orgânica

(modo R) podendo assim reuni-los em conjuntos com maior similaridade. Deste

modo, foi possível determinar a abundância dos grupos de componentes da

matéria orgânica e estabelecer relações entre as análises de palinofácies.

Além disso, foi empregado o coeficiente de correlação linear r de Pearson (r-

Pearson), um dos mais utilizados para quantificar a dependência linear entre os

elementos e, assim determinar a matriz de correlação e identificar a relação entre

os componentes orgânicos. O coeficiente r-Pearson é adimensional e expressa

exclusivamente a intensidade linear entre as variáveis. Este varia, em valor

absoluto, entre 0 (nenhuma relação linear) e 1 (relação linear perfeita, seja direta

para r = +1, seja inversa para r = -1 (Valentin, 2000).

Os resultados das análises de agrupamento são representados por

dendogramas, que são definidos como um diagrama ramificado que contém

entidades reunidas por algum critério (Wiley, 1981).

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6. CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS

A matéria orgânica sedimentar, que é insolúvel em solventes orgânicos, é

denominada querogênio, sendo comumente mais rica em hidrogênio e de baixa

aromaticidade (Welte, 1972).

Segundo Durand (1980); o querogênio é a matéria orgânica sedimentar

insolúvel em solventes orgânicos. Tissot & Welte (1984) consideraram o

querogênio como constituintes orgânicos das rochas sedimentares que são

insolúveis em componentes aquosos alcalinos e solventes orgânicos.

O querogênio, segundo Tyson (1995), não é uma substância individual

variável, mas uma mistura complexa e heterogênea cuja composição reflete

proporções grandemente variáveis de um grande número de materiais

precursores.

Classificação do querogênio:

• Tipo I – Matéria orgânica algal lacustre e matéria orgânica enriquecida

em lipídios por ação bacteriana (amorfa).

• Tipo II – Matéria orgânica marinha depositada em ambientes redutores

(mais esporos, grãos de pólen, cutículas de vegetais superiores).

• Tipo III – Matéria orgânica lenhosa de vegetais terrestres superiores.

Para este estudo adaptou-se o sistema de classificação geral dos principais

componentes da matéria orgânica (baseado em Tyson, 1995; Mendonça Filho,

1999; Carvalho, 2001; Mendonça Filho et al., 2002) (tabela 2), sendo o material

orgânico dividido em três grupos principais e seus respectivos subgrupos:

Fitoclastos, Palinomorfos e Matéria Orgânica Amorfa. A rigorosa subdivisão da

categoria de palinomorfos tem a finalidade de identificar qualquer variação

quantitativa que poderia estar relacionada aos principais controles na distribuição

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da matéria orgânica e, assim, utilizar esses fatores na determinação de seu

significado paleoambiental.

6.1.Classificação da matéria orgânica

Os fitoclastos foram divididos em não-opacos (de coloração amarelada a

marrom muito escuro) e opacos (pretos).

Os palinomorfos foram somente divididos em esporomorfos de origem

terrestre (esporos) e organismos aquáticos (algas de água doce/salobra, plâncton

marinho). Esta divisão forneceu indicações da proximidade de fontes fluviais e

informação sobre tendências transgressiva/regressiva.

A matéria orgânica amorfa constitui o restante do material orgânico e é

separada do resto da assembléia com base em seu caráter não estruturado.

6.1.1. FITOCLASTOS

• Fitoclastos opacos (pretos)

Este grupo é representado por fragmentos de coloração preta, opacos, que

podem apresentar uma forma equidimensional (quadrático) ou alongada

(retangular - onde o eixo longo da partícula é maior que três vezes o comprimento

do eixo curto) e exibir margens angulares a subangulares e contornos nítidos.

• Fitoclastos não-opacos (marrons)

Este grupo é representado por fragmentos com coloração que varia de

marrom claro a marrom muito escuro (Tuweni & Tyson, 1994).

Os fitoclastos não-degradados deste tipo não demonstram qualquer estrutura

botânica interna. Essas partículas podem variar em tamanho, sendo normalmente

equidimensionais com contornos angulares.

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São fitoclastos bioestruturados são representados por fragmentos de células

traqueídicas (e/ou raios) do xilema secundário de vegetais superiores; mostram

caracteristicamente alguma forma de estrutura botânica interna. Translúcidos,

geralmente de coloração marrom; forma equidimensional a retangular, estrutura

interna claramente visível.

• Spongiophyton

Componente de origem incerta. Gensel et.al. (1991) aloja este vegetal fóssil

dentro da linhagem das embriófitas. Um hábito terrestre para esse organismo é

sugerido por Rodrigues (1995), Guerra-Sommer et.al. (1996 a), Guerra- Sommer

et al (1996 b) e Mendonça Filho et. al. (2003).

• Cutículas

São partículas de coloração amarelo pálido a marrom claro, delgadas em

forma de lâminas com contornos nítidos, podendo demonstrar boas estruturas

celulares (lados retos ou paredes celulares circulares), representando a camada

de cutina da epiderme de folhas de vegetais superiores.

• Membranas

São partículas de coloração amarelo pálido, apresentando-se comumente

com aparência “desbotada” e transparente. Representa tecido não celular e tem

comumente uma forma irregular com aparência degradada.

6.1.2. PALINOMORFOS

Refere-se a todo componente de parede orgânica resistente ao ataque com

HCL (ácido clorídrico) e HF (ácido fluorídrico), sendo dividido em: esporomorfos,

microplâncton de parede orgânica e zoomorfos.

Esporomorfos

É um termo utilizado para descrever palinomorfos derivados de macrófitas

terrestres.

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• Esporos

São produzidos por plantas talófitas, briófitas e pteridófitas. Tem sua origem

em criptógamo, ou seja, em vegetais que não são capazes de se reproduzir por

meio de flores, ou apresentam pequeno órgão reprodutor (Playford & Dettmann,

1996). Apresentam como principal característica sua estrutura interna, como

marca trilete ou monolete. Em fluorescência, apresentam variações de colorações

do amarelo ao laranja.

Microplâncton de parede orgânica

Podem ser divididos em microplâncton de parede orgânica de água doce ou

microplâncton de parede orgânica marinho.

• Botryococcus (água doce)

Esta alga ocorre em colônias com uma coloração amarelo brilhante e forma

botrioidal, podendo algumas vezes se assemelhar aos fitoclastos não-opacos

degradados (Whitaker et al., 1992), devido provavelmente a um escurecimento na

cor da alga. Em tais casos essas algas podem ser somente reconhecidas em luz

fluorescente.

• Prasinophyta (marinho)

Fensome et. al. (1990) considera as Prasinophytas como sendo a mais

primitiva alga verde. As formas modernas deste grupo de algas tem sido

consideradas como classe Prasinophyceae, proveniente dos gêneros

Cymatiosphaera, Leiosphaeridia, Maranhites,Pterospermele, Tasmanites entre

outras.

Wall (1962) , faz um estudo comparativo do fóssil Tasmanites com o ciclo de

vida das algas mais recentes.

• Acritarcha (marinho)

Os acritarches é um grupo polifilético de palinomorfos,que significa origem

incerta. Evitt (1963) introduziu o termo acritarcha como uma categoria informal

para todos os palinomorfos não-esporomorfos e não-dinocistos que possuiam

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afinidade incerta, com a condição de ser fitoplâncton marinho. Ocorrem desde o

Pré-Cambriano ao Recente.

Downie (1973), classifica as acritarchas segundo critérios como: paredes

estruturais, tipos de pilome, natureza dos processos, crista e forma do corpo

central da vesícula.

Zoomorfos

Esta classificação é atribuída aos restos orgânicos animais, fazem parte

deste grupo os Quitinozoários e os Escoleocodontes.

6.1.3. MATERIAL ORGÂNICO AMORFO

• Matéria Orgânica Amorfa (M.O.A.)

A matéria orgânica amorfa é representada por uma matéria orgânica não

estruturada com uma forma ou contorno irregular. Esse material é tipicamente

representado por uma coloração cinza-preta a laranja-marrom, apresentando uma

matriz granular heterogênea freqüentemente com manchas pretas, as quais

podem ser inclusões de pirita. Podem formar grumos ou ser finamente dispersa. É

provavelmente derivada de bactérias, fitoplâncton e agregados orgânicos

degradados (Tyson, 1993). O estado de preservação da matéria orgânica amorfa

é importante na caracterização de condições deposicionais e na determinação do

potencial de hidrocarbonetos, podendo ser avaliada utilizando luz fluorescente

azul.

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7. DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS DE COMPONENTES DA MATÉRIA

ORGÂNICA

A variável mais importante que controla os parâmetros de tendência na

distribuição dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica é a

proximalidade (tendência proximal-distal). O conceito de proximalidade usado em

palinofácies envolve o seguinte número de fatores interrelacionados:

a. proximidade do ponto de origem de sedimentos siliciclásticos flúvio-

deltaicos e matéria orgânica terrestre (fitoclastos);

b. a magnitude do ponto de origem flúvio-deltaico (ex. sua taxa de descarga);

c. a magnitude e natureza da produtividade primária terrestre na área fonte

do sedimento;

d. a duração relativa total do processo de transporte (intermitente ou

contínuo) entre a área fonte das partículas e seu sítio final de deposição;

e. o gradiente paleoambiental entre a área fonte e o sítio final de deposição;

f. variação da linha de costa

7.1.Fitoclastos

A alta percentagem de fitoclastos pode estar relacionada a três fatores:

elevado suprimento de fitoclastos, sua preservação e sedimentação seletiva

condicionada à condições hidrodinâmicas.

Um alto suprimento de fitoclastos pode diluir todos os outros componentes

orgânicos e refletir características proximais, onde a deposição ocorre próximo à

flora-mãe. O transporte insuficiente não permite a seleção do fitoclasto refletindo

uma assembléia de caráter proximal de composição misturada e com maior

variedade de tamanhos de partículas (Tyson, 1993).

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A matéria orgânica de origem terrestre é transportada pelos rios até alcançar

o oceano, mas quase toda ela é removida de zonas estuarinas (Wollast, 1983).

Grande parte dessa matéria orgânica terrestre é depositada próximo a

desembocadura dos rios e permanece na plataforma interna; quantidades

significativas alcançam a plataforma externa somente quando a descarga dos rios

é alta, ou quando a plataforma é estreita (Muller, 1956; Hedges & Parker, 1976;

Porcklington & Leonard, 1979 apud Tyson, 1993).

Degens e Mopper (1976) sugerem que somente os sedimentos depositados

em regiões estuarinas ou próximos à linhas de costa revelam forte influência

terrígena, não considerando condições transgressivas e regressivas.

Segundo Habib (1982), os picos globais de redeposição de matéria orgânica

terrestre no oceano coincidem com o rebaixamento do nível do mar, quando a

plataforma é exposta, ou quando a plataforma é estreita e cortada por cânios onde

há alta freqüência de correntes de turbidez. No oceano a alta abundância de

fitoclastos está fortemente relacionada à ocorrência e freqüência de turbiditos

(Tyson, 1984).

Percentagens mais elevadas de fitoclastos não-opacos são usualmente

encontradas próximas de fontes fluviais onde tais partículas diluem qualquer tipo

de fitoclastos opacos, palinomorfos ou matéria orgânica amorfa que esteja

presente. Existe um decréscimo geral na percentagem de fitoclastos em direção

distal, como um resultado da diminuição na abundância absoluta afastando-se de

sua fonte, ocorrendo um aumento na diluição por palinomorfos ou matéria

orgânica amorfa. Em alguns casos uma alta percentagem de fitoclastos pode

indicar condições oxidantes onde somente o material mais refratário é preservado

(Tyson, 1989). Fitoclastos não-opacos nãobioestruturados são dominantes em

ambientes mais proximais onde, esses elementos podem ser de coloração muito

escura devido à oxidação (Tyson, 1995). Com uma distância maior de transporte,

o material não-opaco nãobioestruturado previamente dominante é finalmente

removido do sistema pela deposição seletiva ou degradação seletiva; ocorrendo

um correspondente aumento da percentagem dos tecidos lenhosos mais

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refratários (tecidos do xilema - listras e traqueídeos), e especialmente uma

diminuição no tamanho das partículas fitoclásticas devido aos processos de

fragmentação durante o transporte. Isto resulta na mudança das proporções dos

diferentes grupos de fitoclastos ao longo de uma seção transversal proximal-distal.

Os fitoclastos opacos têm maior resistência à degradação em relação à

fração não-opaca, e permanecerão no ambiente deposicional após a destruição

seletiva da maioria dos outros materiais orgânicos. Percentagens relativas

elevadas são, assim, associadas com sedimentos de grãos grosseiros de

ambientes oxidantes de alta energia de deltas e fácies de planície costeira

(Denison & Fowler, 1980; Fisher, 1980; Hancock & Fisher, 1981; Parry et al., 1981;

Batten, 1982; Boulter & Riddick, 1986; Bustin, 1988; Highton et al., 1991; William,

1992; Tyson, 1993). Esta correlação com ambientes de alta energia tem sido

considerada refletir a densidade mais elevada das partículas em relação à fração

não-opaca (Denison & Fowler, 1980; Fisher, 1980; Hancock & Fisher, 1981; Parry

et al., 1981; Highton et al., 1991; Fisher & Hancock, 1985).

A percentagem relativa de partículas opacas freqüentemente aumenta em

ambientes mais distais, seu tamanho torna-se menor e assumem forma mais

alongada como um resultado do processo de transporte prolongado com a

conseqüente cominuição dos fragmentos (Parry et al., 1981; Tyson, 1995).

Whitaker et al. (1992) consideram os fitoclastos opacos, especialmente a

fração de forma alongada, as partículas mais flutuantes de todos os tipos de

fitoclastos. Contudo, Tyson (1995) argumenta que o tamanho e a porosidade

intrapartícula determinará a densidade efetiva e, portanto, o diferente

comportamento hidrodinâmico dessas partículas.

O aumento na percentagem de cutículas é comum em ambientes terrestres

proximais, especialmente em camadas onde se encontram a deposição de

vegetais in situ (Batten, 1973). Contudo, essas partículas não estão associadas

somente com sedimentos de grãos finos de baixa energia (Tyson, 1995). Com o

aumento da distância e duração do processo de transporte, os fragmentos de

cutículas tornam-se degradados, resultando em alteração física e uma redução no

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tamanho. Através de leques submarinos, quantidades significativas de cutículas

atingem áreas profundas da bacia, depositadas a partir dos cânios (Habib, 1982).

Boulter and Riddick (1986) observaram que as cutículas são relativamente mais

abundantes em regiões de mais alta energia em leques submarinos,

especialmente nos canais arenosos. Eles sugerem que este material flutuante

passa normalmente pelos leques, e é rapidamente trapeado pela rápida

sedimentação durante deposição de areias por fluxos gravitacionais.

A percentagem de fitoclastos é também influenciada pelos efeitos da

equivalência hidrodinâmica. Estes fragmentos lenhosos sendo partículas

orgânicas relativamente grandes e densas são freqüentemente concentradas em

sedimentos ricos em areia muito fina ou silte grosseiro (Tyson, 1993).

7.2.Palinomorfos

Sendo o menos abundante dos três principais grupos morfológicos da

matéria orgânica particulada, a abundância relativa de palinomorfos é

primeiramente controlada pela extensão da diluição por fitoclastos ou matéria

orgânica amorfa (Tyson, 1993). Em ambientes onde os percentuais de fitoclastos

e matéria orgânica amorfa são reduzidos, o conteúdo de palinomorfos é mais

elevado. Em ambientes distais, de baixa energia e moderadamente oxidantes, a

assembléia de palinomorfos apresenta valores percentuais elevados de

esporomorfos (esporos e grãos de pólen). Efeitos diversos podem também levar a

ocorrência de concentrações elevadas de palinomorfos em sedimentos ricos em

material síltico de granulação média a fina, devido, principalmente, à equivalência

hidrodinâmica existente entre esse material sedimentar e os constituintes

palinomorfos (Müller, 1959; Wall et al., 1977 ; Tyson, 1993).

Percentagem de esporomorfos

A abundância absoluta de esporomorfos em sedimentos marinhos

geralmente mostra mais ou menos um decréscimo exponencial em direção

offshore (Mudie, 1982), sendo fortemente dependente do tamanho e característica

da drenagem da bacia, magnitude e variação da descarga dos rios. Altas

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abundâncias de esporomorfos são encontradas em áreas deltaicas, mas essas

abundâncias caem rapidamente em áreas offshore (Muller, 1959; Darrell & Hart,

1970). As fácies de prodelta apresentam alta percentagem de esporomorfos, com

assembléias com alta abundância absoluta e diversidade moderada (Mudie,

1982). Bacias ocêanicas ou outras permanentemente com águas estratificadas

são freqüentemente dominadas por altas percentagens de esporomorfos (baixa

abundância absoluta) (Habib, 1982).

Percentagem de plâncton marinho

A percentagem de microplâncton de parede orgânica marinho na fração

palinomorfo, comporta-se de maneira inversa ao conteúdo de esporomorfos.

Percentuais elevados de microplâncton de parede orgânica marinho

geralmente ocorrem em áreas distantes de fontes flúvio-deltaicas (Tyson, 1993).

Na plataforma continental ocorre o declínio absoluto de esporomorfos e o

aumento dos componentes microplânctonicos de parede orgânica marinhos, onde

no caso dos dinocistos, a abundância máxima ocorre no talude continental,

decrescendo com a lâmina d’ água. A abundância absoluta de dinocistos não está

simplesmente relacionada com a produtividade primária, pois parte da sua

distribuição é modificada por fatores sedimentológicos, e parte, porque os

dinocistos constituem uma incosistente e pequena proporção da população dos

dinoflagelados e dos componentes fitoplânctonicos totais (Wall, 1977).

De acordo com Tyson (1995), as prasinófitas raramente ocorrem em

percentuais elevados, porém são significativamente importantes na caracterização

de fácies marinha franca, especialmente intervalos disóxicoanóxicos com baixas

taxas de acumulação de sedimentos siliciclásticos. Em ambientes mais proximais,

essas algas ocorrem em número muito reduzido, apresentando um significado

ambiental questionável.

Percentagem de plâncton de água doce

A percentagem do microplâncton de água doce (algas do gênero

Botryococcus) em sedimentos marinhos pode ser usada como indicadora da

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proximidade relativa de áreas fonte flúvio-deltaicas e redeposição a partir dessas

áreas. Percentuais elevados de algas do gênero Botryococcus ocorrem,

tipicamente, em ambientes lacustres de água doce e de baixa energia, diminuindo

a medida que se alcançam as fácies mais distais (Tyson, 1995), porém são

registradas também em fácies temporariamente hipersalinas (Hunt, 1987).

Botryococcus aumentam sua capacidade de flutuação, sendo transportadas de

áreas deltaicas para a plataforma, onde são componentes minoritários da

assembléia de componentes da matéria orgânica (Tyson, 1993).

7.3. Matéria Orgânica Amorfa (M.O.A.)

A alta percentagem na abundância de matéria orgânica amorfa é

característica de áreas de alta preservação devido às condições redutoras e de

baixa energia, especialmente aquelas afastadas de áreas de atividades

fluviodeltaicas que estão associadas com processos de diluição por esporomorfos

e fitoclastos (Tyson, 1987; 1989; 1993; Bustin, 1988). Em fácies deltaicas

proximais de baixa energia pode ser possível que algum material amorfo presente

seja o produto da degradação de vegetais superiores. Tyson (1993) menciona que

elevadas percentagens de M.O.A. fluorescente reflete, principalmente, o aumento

do nível de preservação dentro de condições redutoras e, em menor extensão,

indica uma sedimentação afastada da fonte ativa dos componentes terrestres. A

maior parte da matéria orgânica marinha em sedimentos está representada pela

matéria orgânica amorfa, mas este tipo de componente orgânico é facilmente

degradado quando exposto a condições aeróbicas. Contudo, devido ao grande

reservatório de agregados orgânicos marinhos, quando as condições são

suficientemente redutoras, a matéria orgânica amorfa freqüentemente engloba

outros componentes da matéria orgânica (Tyson, 1987; 1989; 1993).

A intensidade de fluorescência da M.O.A. é controlada pelas condições redox

dentro do qual ocorreu sua deposição; condições desóxico-anóxicas preservam os

componentes lábeis da M.O.A., que são ricos em hidrogênio. A fluorescência,

como um todo, é parcialmente controlada pela fonte planctônica e os tipos de

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partículas inclusas. A fluorescência da matriz de partículas amorfas heterogêneas,

a qual se degrada muito facilmente, é o indicador mais sensitivo de condições

redox (Tyson, 1993).

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8. PARÂMETROS PALINOFACIOLÓGICOS

As tendências na distribuição dos grupos da matéria orgânica importantes

para a caracterização paleoambiental estão sumarizadas na tabela 3.

Os cálculos para a determinação dos parâmetros foram baseados na

percentagem de freqüência relativa de partículas para a matéria orgânica total. Os

grupos importantes na palinofácies foram então recalculados para detectar as

variações nos diferentes grupos de fitoclastos e palinomorfos. Tyson (1993; 1995)

descreve em detalhe as tendências gerais de vários parâmetros.

Tabela 3: Parâmetros calculados para os grupos e subgrupos de componentes da matéria

orgânica e as tendências generalizadas proximal – distal, baseado em Tyson (1993) e Mendonça

Filho (1999).

TENDÊNCIAPARÂMETROS

PROXIMAL DISTAL

% fitoclastos do total de matéria orgânica alta baixa

% palinomorfos do total de matéria orgânica baixa alta

% matéria orgânica amorfa do total de matéria orgânica baixa alta

% esporomorfos dos palinomorfos alta baixa

Abundância absoluta de esporomorfos alta baixa

% fitoplancton marinho dos palinomorfos baixo alto

% Botryococcus dos palinomorfos alta baixa

Razão de fitoclastos / palinomorfos alta baixa

Razão fitoclastos opacos / fitoclastos não opacos baixo alto

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9. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram analisadas um total de 44 lâminas organopalinológicas. Das 44

lâminas analisadas foram realizadas contagens de partículas orgânicas em

somente 38 lâminas. Isto foi devido à ausência de material orgânico em uma

lamina (CT-02.51) do poço CT-02 e devido a total impossibilidade de se fazer a

contagem das cinco laminas do poço CT-01 por apresentarem um elevado estágio

de evolução térmica, não podendo se fazer o reconhecimento dos componentes

orgânicos.

9.1. Representação dos dados

9.1.1. DIAGRAMAS TERNÁRIOS

De acordo com Tyson (1993, 1995), os diagramas ternários (triangulares)

são formas simples de representação gráfica, porém de um significado

extremamente profícuo de apresentação de dados (percentagens) de palinofácies.

Mesmo utilizando dados relativamente simples, os resultados, quando plotados no

diagrama ternário apropriado, podem demonstrar um significante potencial para a

discriminação de diferenças temporal e espacial em ambientes deposicionais.

Os dados percentuais da assembléia da matéria orgânica (parâmetros

obtidos para os grupos fitoclasto, palinomorfo e matéria orgânica amorfa) para o

conjunto total de amostras analisadas foram apresentados sob a forma de tabelas

e de uma série de diagramas ternários. Nos diagramas ternários, o total dos três

componentes plotados foram normalizados à 100%, de acordo com Tyson (1993;

1995).

Seguindo a convenção proposta por Tyson (1989; 1993; 1995), todos os

diagramas são orientados de forma que os componentes que são indicadores de

maior proximidade terrestre (proximais / terrestres) são colocados no ápice dos

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diagramas. No vértice inferior esquerdo do diagrama, são colocados os

componentes que apresentam uma associação positiva com ambientes distais ou

redutores. Este procedimento permite uma visão geral da natureza dos resultados,

sua variabilidade e a presença das principais tendências apresentadas pelos

grupos de dados obtidos.

9.1.2. DENDROGRAMAS

Os resultados das análises de agrupamento modo R foram representados

por dendrogramas.

Após a obtenção dos dados das contagens foi efetuado um tratamento

estatístico através do programa Excel 97. Os diagramas foram construídos

utilizando os programas Minpet 2.02 e Corel Draw 9.0 e foram construídos com os

dados percentuais relativos aos diferentes grupos de componentes da matéria

orgânica (total de fitoclastos, total de palinomorfos, total de matéria orgânica

amorfa - MOA, esporos, prasinófitas, acritárcas etc). Estes dados foram

recalculados para valores percentuais e submetidos a análises de agrupamento

utilizando o software Statistica for Windows versão 4.3.

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9.2.Contagem dos componentes da matéria orgânica

No poço VL-03 observou-se o domínio do grupo palinomorfos no total de

componentes da matéria orgânica (50,79%), com os fitoclastos constituindo o

segundo grupo em dominância (34,35%), e subordinadamente MOA com valores

percentuais médios de 14,86% (figura 12 e tabelas 4).

VL-03Fitoclasto

MOA Palinomorfo

Figura 12: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço VL-03.

Tabela 4: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço VL-03.

Poço VL-03Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)VL03.01 21,21 57,67 9,67 32,67 100,00VL03.02 26 57,19 25,54 17,27 100,00VL03.04 47,2 47,89 40,85 11,27 100,00VL03.03 51,4 40,00 53,10 6,90 100,00VL03.05 52,9 58,01 32,38 9,61 100,00VL03.06 58,3 34,14 51,03 14,83 100,00

VL03.07 64,15 60,66 27,87 11,48 100,00Média 50,79 34,35 14,86 100,00

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No poço PM-06 observou-se o domínio do grupo palinomorfos com 48,72%

do total da matéria orgânica, a MOA constitui o segundo grupo em dominância

(36.72%), e o grupo dos fitoclastos possui valores percentuais médios de 14,56%

(figura 13 e tabela 5).

PM-06

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

Figura 13: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço PM-06.

Tabela 5: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço PM-06.

Poço PM-06

Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)

PM06.08 4,3 26,01 4,73 69,26 100,00

PM06.09 16,15 20,77 5,75 73,48 100,00

PM06.10 16,75 54,48 29,31 16,21 100,00

PM06.11 19,2 68,58 16,22 15,20 100,00

PM06.12 28,36 73,78 16,78 9,44 100,00

Média 48,72 14,56 36,72 100,00

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- 50 -

No poço ST-12 observou-se o domínio do grupo palinomorfos com 59.27%

do total da matéria orgânica, e os valores de MOA e fitoclasto possuem média

percentual semelhante, 21.20% e 19.52%, respectivamente. (figura 14 e tabela 6)

ST-12Fitoclasto

PalinomorfoMOA

Figura 14: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço ST-12.

Tabela 6: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço ST-12.

Poço ST-12

Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)

ST12.13 34,25 39,48 27,31 33,21 100,00

ST12.14 47,85 78,86 11,74 9,40 100,00

ST12.15 49,5 61,32 21,40 17,28 100,00

ST12.16 50,9 51,99 27,08 20,94 100,00

ST-12.17 54,3 64,73 10,08 25,19 100,00

Média 59,27 19,52 21,20 100,00

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- 51 -

No poço SM-IST-4 a média percentual dos palinomorfos e MOA foi

aproximadamente a mesma, 46,96% e 46,61% respectivamente. O grupo

fitoclasto aparece com apenas 6,43% do total da matéria orgânica (figura 15 e

tabela 7).

SM-IST-4

Fitoclasto

MOA Palinomorfo

Figura 15: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço SM-IST-4.

Tabela 7: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço SM-IST-4.

Poço SM-IST-4

Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)

SM-IST4.18 20 77,85 8,05 14,09 100,00

SM-IST4.19 21,89 59,67 7,00 33,33 100,00

SM-IST4.20 27,49 54,10 10,16 35,74 100,00

SM-IST4.21 28,07 15,79 3,62 80,59 100,00

SM-IST4.22 28,89 27,39 3,30 69,31 100,00

Média 46,96 6,43 46,61 100,00

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- 52 -

No poço CT-02 observou-se o domínio do grupo palinomorfos com 53,40%, o

grupo dos fitoclastos constitui o segundo em dominância (36.96%), e a MOA

possui valores percentuais médios de 9,64% do total da matéria orgânica (figura

16 e tabela 8).

CT-02Fitoclasto

MOA Palinomorfo

Figura 16: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço CT-02.

Tabela 8: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço CT-02.

Poço CT-02Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)CT02.23 2,55 12,96 42,59 44,44 100,00CT02.24 10,25 41,53 51,12 7,35 100,00CT02.25 12,55 26,67 60,00 13,33 100,00CT02.26 17,3 38,39 54,17 7,44 100,00CT02.51 21,3 SEM MATERIALCT02.50 25,86 82,51 14,85 2,64 100,00CT02.49 30,15 65,15 29,32 5,54 100,00CT02.48 33,85 66,48 27,70 5,82 100,00CT02.47 37,47 55,00 36,67 8,33 100,00CT02.46 42,07 80,33 18,03 1,64 100,00CT02.44 50,27 59,75 33,96 6,29 100,00CT02.45 52,07 57,33 33,67 9,00 100,00CT02.43 57,67 83,33 15,00 1,67 100,00CT02.42 59,72 31,56 54,67 13,78 100,00CT02.41 62,32 46,67 45,67 7,67 100,00Média 53,40 36,96 9,64 100,00

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- 53 -

No poço PM-10 ocorre o predomínio do grupo de MOA com 89,15%, os

palinomorfos aparecem com 9,70% e os fitoclastos com 1,15 % do total da matéria

orgânica. (figura 17 e tabela 9).

PM-10

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

Figura 17: Diagrama ternário mostrando os valores percentuais dos três grupos de componentes

orgânicos da matéria orgânica do poço PM-10.

Tabela 9: Valores percentuais dos 3 principais grupos da matéria orgânica do poço PM-10.

Poço PM-10

Amostra Prof. (m) Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%) MO (%)

PM10.27 76,1 9,51 1,97 88,52 100,00

PM10.28 80,65 9,90 0,33 89,77 100,00

Média 9,70 1,15 89,15 100,00

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- 54 -

9.2.1. TESTEMUNHO DE SONDAGEM VL-03

No poço VL-03, o grupo dos fitoclastos é constituído principalmente por

fitoclastos não opacos e cutículas.

A fração de palinomorfos mostra os esporos como componentes dominantes

(86,04 % do total de palinomorfos), o plâncton marinho, representado por

prasinófitas e acritarcas, possuem média percentual de 1,65% e 10,73% do total

de palinomorfos, respectivamente. (tabelas 10 e 11).

Os spongiophytons representam 6,10% do total da matéria orgânica.

Algas de água doce do gênero Botryococcus e zoomorfos aparecem

somente como ocorrências localizadas.

A figura 18 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar VL-03.

Tabela 10: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de

palinomorfos do poço VL-03.

Poço VL-03

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%)

VL03.01 21,21 64,16 3,47 31,79 0,58

VL03.02 26,00 72,33 0,63 26,42 0,63

VL03.04 47,20 94,12 0,74 4,41 0,74

VL03.03 51,40 94,83 1,72 3,45 0,00

VL03.05 52,90 92,02 1,84 1,84 4,29

VL03.06 58,30 92,93 1,01 5,05 1,01

VL03.07 64,15 91,89 2,16 2,16 3,78

Média 86,04 1,65 10,73 1,58

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- 55 -

Tabela 11: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação de matéria orgânica

do poço VL-03.

Poço VL-03

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%) % Total Palinomorfos

VL03.01 21,21 35,02 1,89 17,35 0,32 54,57

VL03.02 26,00 37,22 0,32 13,59 0,32 51,46

VL03.04 47,20 42,52 0,33 1,99 0,33 45,18

VL03.03 51,40 34,59 0,63 1,26 0,00 36,48

VL03.05 52,90 49,34 0,99 0,99 2,30 53,62

VL03.06 58,30 30,67 0,33 1,67 0,33 33,00

VL03.07 64,15 54,66 1,29 1,29 2,25 59,49

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VL-03MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%)

15 20 25 30 351050 0 10 20 30 40 50 6020

25

30

35

40

45

50

55

65

70

60

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3

Figura 18: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao tot

orgânica do poço VL-03.

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- 57 -

9.2.2. TESTEMUNHO DE SONDAGEM PM-06

No poço PM-06, o grupo dos fitoclastos é constituído principalmente por

fitoclastos não opacos.

No grupo dos palinomorfos, os esporos continuam dominando com 80,44%

do total de palinomorfos, as prasinófitas apresentam-se com 1,41% e os acritarcas

17,63% da média percentual do total de palinomorfos. (tabelas 12 e 13).

Os spongiophytons representam 4,35% do total da matéria orgânica.

Algas de água doce do gênero Botryococcus e zoomorfos aparecem

somente como ocorrências localizadas.

A figura 19 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar PM-06.

Tabela 12: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de

palinomorfos do poço PM-06.

Poço PM-06

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%)

PM06.08 4,3 22,08 2,60 75,32 0,00

PM06.09 16,15 92,31 0,00 7,69 0,00

PM06.10 16,75 93,67 2,53 3,16 0,63

PM06.11 19,2 96,06 0,99 1,97 0,99

PM06.12 28,36 98,10 0,95 0,00 0,95

Média 80,44 1,41 17,63 0,51

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- 58 -

Tabela 13: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de matéria

orgânica do poço PM-06.

Poço PM-06

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%) % Total Palinomorfos

PM06.08 4,3 5,54 0,65 18,89 0,00 25,08

PM06.09 16,15 18,75 0,00 1,56 0,00 20,31

PM06.10 16,75 48,37 1,31 1,63 0,33 51,63

PM06.11 19,2 63,11 0,65 1,29 0,65 65,70

PM06.12 28,36 67,65 0,65 0,00 0,65 68,95

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PM-06MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%)

15 20 25 30105020 30100 40 60 70 8050 20 30100 40 60 70 8050 20 30100 40 60 70 8050 210 30

5

10

15

20

25

30

Figura 19: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria

orgânica do poço PM-06.

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- 61 -

9.2.3. TESTEMUNHO DE SONDAGEM ST-12

No poço ST-12, os fitoclastos não opacos são os principais constituintes do

grupo dos fitoclastos.

Dentro da fração de palinomorfos os esporos destacam-se com 94,98% do

total de palinomorfos, o plânctons marinho, representado por prasinófitas e

acritarcas, possuem média percentual de 0,49% e 2,58% do total de palinomorfos,

respectivamente. (tabelas 14 e 15).

Os spongiophytons apresentam-se com a significativa parcela de 13,33% do

total da matéria orgânica analisada.

Algas de água doce do gênero Botryococcus aparecem com

aproximadamente 1% do total de matéria orgânica os e zoomorfos aparecem

somente como ocorrências localizadas.

A figura 20 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar ST-12.

Tabela 14: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de

palinomorfos do poço ST-12.

Poço ST-12

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%)

ST12.13 34,25 95,33 0,00 2,80 1,87

ST12.14 47,85 97,87 0,00 0,85 1,28

ST12.15 49,5 99,33 0,67 0,00 0,00

ST12.16 50,9 93,75 0,00 2,08 4,17

ST12.17 54,3 88,62 1,80 7,19 2,40

Média 94,98 0,49 2,58 1,94

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- 62 -

Tabela 15: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação de matéria orgânica

do poço ST-12.

Poço ST-12

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%) % Total Palinomorfos

ST12.13 34,25 33,89 0,00 1,00 0,66 35,55

ST12.14 47,85 69,07 0,00 0,60 0,90 70,57

ST12.15 49,5 49,01 0,33 0,00 0,00 49,34

ST12.16 50,9 42,86 0,00 0,95 1,90 45,71

ST12.17 54,3 49,01 0,99 3,97 1,32 55,30

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40

50

ST-12MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%)

2030 100 30 40 50 600 10 20 70 20 30100 30 40 50 600 10 20 70 1 20

35

40

45

50

55

60

30

Figura 20: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria

orgânica do poço ST-12.

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- 65 -

9.2.4. TESTEMUNHO DE SONDAGEM SM-IST-4

No poço SM-IST-4, o grupo dos fitoclastos é constituído principalmente por

fitoclastos não opacos e cutículas.

Na fração de palinomorfos os esporos continuam dominando com 76,01 %

do total de palinomorfos, as algas prasinófitas e acritarcas, possuem média

percentual de 15,53% e 5,95% do total de palinomorfos, respectivamente. (tabelas

16 e 17).

Os spongiophytons representam apenas 2,95% do total da matéria orgânica.

Algas de água doce do gênero Botryococcus e zoomorfos aparecem

somente como ocorrências localizadas.

A figura 21 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar SM-IST-4.

Tabela 16: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de

palinomorfos do poço SM-IST-4.

Poço SM-IST-4

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%)

SM1st.18 20,00 88,36 6,03 3,88 1,72

SM1st.19 21,89 86,59 6,70 2,79 3,91

SM1st.20 27,49 45,45 47,27 6,06 1,21

SM1st.21 28,07 72,92 10,42 14,58 2,08

SM1st.22 28,89 86,75 7,23 2,41 3,61

Média 76,01 15,53 5,95 2,51

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- 66 -

Tabela 17: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação de matéria orgânica

do poço SM-IST-4.

Poço SM-IST-4

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%) % Total Palinomorfos

SM-IST.18 20,00 65,92 4,50 2,89 1,29 74,60

SM-IST.19 21,89 50,16 3,88 1,62 2,27 57,93

SM-IST.20 27,49 23,81 24,76 3,17 0,63 52,38

SM-IST.21 28,07 11,11 1,59 2,22 0,32 15,24

SM-IST.22 28,89 23,53 1,96 0,65 0,98 27,12

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SM-IST-4MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%)20 30100 0 5 10 1540 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 20 30100 40 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 2 6 84 10 20 30100 40 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 0

20

25

30

Figura 21: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria

orgânica do poço SM-IST-4.

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- 69 -

9.2.5. TESTEMUNHO DE SONDAGEM CT-02

No poço CT-02, não foi feita a divisão dos subgrupos dos componentes da

matéria orgânica. Ficando os componentes orgânicos divididos somente nos três

principais grupos da matéria orgânica (fitoclastos, palinomorfos e MOA). Esta

subdivisão não foi feita pela dificuldade de se reconhecer os diversos subgrupos,

pois o a matéria orgânica encontra-se em um estágio evoluído de maturação

térmica.

A figura 22 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar CT-02.

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20

30

40

50

CT-02MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%)

0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 4010 20 30 40 500 70 90800

10

20

30

40

50

60

Figura 22: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria

orgânica do poço CT-02.

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- 71 -

9.2.6. TESTEMUNHO DE SONDAGEM PM-10

No poço PM-10, o grupo dos fitoclastos é constituído principalmente por

cutículas.

A fração de palinomorfos mostra os esporos como componentes dominantes

(52,70 % do total de palinomorfos), o plâncton marinho, representado por

prasinófitas e acritarcas, apresentam praticamente a mesma média percentual,

23,79% e 23,51% do total de palinomorfos, respectivamente. (tabelas 18 e 19).

Os spongiophytons representam somente 1,46% do total da matéria

orgânica.

Não observou-se ocorrências de algas do gênero Botryococcus e zoomorfos.

A figura 23 ilustra a distribuição dos valores percentuais dos grupos e

subgrupos da matéria orgânica em relação ao total de matéria orgânica ao longo

da seção sedimentar PM-10.

Tabela 18: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação ao total de

palinomorfos do poço PM-10.

Poço PM-10

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%)

PM10.27 76,1 62,07 27,59 10,34 0,00

PM10.28 80,65 43,33 20,00 36,67 0,00

Média 52,70 23,79 23,51 0,00

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- 72 -

Tabela 19: Valores percentuais dos subgrupos dos palinomorfos em relação de matéria orgânica

do poço PM-10.

Poço PM-10

Amostra Prof. (m) Esporo (%) Prasinófitas (%) Acritarcas (%) Outros (%) % Total Palinomorfos

PM10.27 76,1 5,84 2,60 0,97 0,00 9,42

PM10.28 80,65 4,21 1,94 3,56 0,00 9,71

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PM-10MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%)

20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 5020 30100 40 50 60 8070 9075

80

85

Figura 23: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de matéria

orgânica do poço PM-10.

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- 75 -

9.3.Maturidade térmica

O grau de evolução térmica das amostras foi obtido pelo Índice de Coloração de

Esporos (ICE).

O ICE foi aplicado em esporos. Para cada amostra procurou-se determinar a cor

de maior número de indivíduos possível, estabelecendo de um modo geral, como índice

da amostra, a cor predominante. Foi utilizado o padrão de ICE da Robertson Research

International Group.

Para o período Devoniano, são consideradas de acordo com Barnard et al. 1981

(figura 24) imaturas as amostras que apresentam ICE de 1 a 4 , as amostras que

apresentam ICE de 4 a 8 são consideradas maturas, e as que variam de 8 a 10 são

caracterizadas como supermaturas. (tabela 20)

Tabela 20: Representa os intervalos de ICE e suas respectivas zonas de maturidade para o período

Devoniano.

ICE IMATURA MATURA SUPERMATURA

1 a 4

4 a 8

8 a 10

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- 76 -

Figura 24: Relação entre o tempo (milhões de anos), Temperatura (°C) e Maturação (ICE e %Ro)

(Barnard et al. 1981).

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- 77 -

No poço VL-03 os resultados de ICE mostram uma coloração amarela, índice

3 a 4,5, a qual está expressa na tabela 21 e no gráfico mostrando a variação do

ICE com a profundidade (Figura 25). O poço VL-03 esta inserido no contexto de

zona imatura.

Tabela 21: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço VL-03

VL-03 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

21,21

26,00

47,20

51,40

52,90

58,30

64,15

25

30

35

40

45

50

55

65

70

60

1 3 5 62 4 87 109

Figura 25: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço VL-03 com a profundidade.

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- 78 -

Para as amostras coletadas no testemunho de sondagem PM-06, os valores

do Índice de Coloração de Esporos variam 3,5 a 4,5, expressos na tabela 22 e no

gráfico que mostra a variação de ICE com a profundidade (Figura 26), os esporos

apresentam coloração amarelada. O poço PM-06 representa também uma zona

imatura.

Tabela 22: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço PM-06.

PM-06 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

4,30

16,15

16,75

19,20

28,36

0

5

10

15

20

25

30

1 3 5 62 4 87 109

Figura 26: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço PM-06 com a profundidade.

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- 79 -

O poço ST-12 apresenta, de um modo geral, uma variação de ICE entre 3,5

e 4,5, porém a amostra referente ao topo do poço, apresenta um ICE bem variado

(4 a 8). O poço ST-12 foi interpretado como tendo influência de intrusivas ígneas,

tal fato foi verificado não somente pelos exemplares de esporos com altos índices,

mas também pela anomalia do gráfico que mostra os valores mais altos de ICE no

topo do perfil estratigráfico. A tabela 23 e no gráfico que mostra a variação de ICE

com a profundidade (Figura 27) expressam essa variação. A coloração

predominante é amarelada, e a zona correspondente é a imatura.

Tabela 23: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço ST-12.

ST-12 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

34,25

47,85

49,50

50,90

54,30

40

50

30

35

40

45

50

55

60

1 3 5 62 4 87 109

Figura 27: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço ST-12 com a profundidade.

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Para o poço SM-IST-4, os valores do Índice de Coloração de Esporos variam

3 a 4, expressos na tabela 24 e no gráfico que mostra a variação de ICE com a

profundidade (Figura 28), os esporos apresentam coloração amarelo claro. O poço

SM-IST-4 representa uma zona imatura.

Tabela 24: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço SM-IST-4.

SM-IST-4 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

20,00

21,89

27,49

28,07

28,89

20

25

30

1 3 5 62 4 87 109

Figura 28: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço ST-12 com a profundidade.

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- 81 -

Para o poço CT-01 as amostras coletadas apresentam valores do Índice de

Coloração de Esporos igual a 10, as partículas possuem coloração preta, o que

demonstra o estágio mais evoluído de maturidade térmica (zona supermatura)

dessas amostras. O poço CT-01 recebe forte influencia de intrusivas ígneas no

local.

Os valores de ICE estão expressos na tabela 25 e no gráfico que mostra a

variação de ICE com a profundidade (Figura 29).

Tabela 25: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço CT-01.

CT-01 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

3,3

5,55

21,9

27,3

28,9

0

10

20

30

1 3 5 62 4 87 109

Figura 29: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço CT-01 com a profundidade.

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- 82 -

As amostras coletadas no poço CT-02 apresentam valores do Índice de

Coloração de Esporos que varia de 7,5 a 9, expressos na tabela 26 e no gráfico

que mostra a variação de ICE com a profundidade (Figura 30), os esporos

apresentam coloração desde o castanho escuro até o marrom escuro. O poço CT-

02 também se encontra numa zona supermatura. O poço CT-02 também recebe

influência de intrusivas ígneas, fato constatado não só pelos exemplares de

esporos com altos índices, mas também pela anomalia do gráfico que mostra os

valores mais altos de ICE no topo do perfil estratigráfico.

Tabela 26: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço CT-02.

CT-02 Profundidade X ICEProfundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

2,5510,2512,5517,3

25,8630,1533,8537,4742,0750,2752,0757,6759,7262,32

20

30

40

50

0

10

20

30

40

50

60

1 3 5 62 4 87 109

Figura 30: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço CT-02 com a profundidade.

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- 83 -

No poço PM-10 os resultados de ICE apresentaram uma coloração amarelo

claro, índice 3 a 3,5, a qual está expressa na tabela 27 e no gráfico mostrando a

variação do ICE com a profundidade (Figura 31). O poço PM-10 se encontra numa

zona de baixo estágio de evolução térmica ( zona imatura).

Tabela 27: Resultado do Índice de Coloração de Esporos para o poço PM-10.

PM-10 Profundidade X ICE

Profundidade 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0

76,10

80,65

75

80

85

1 3 5 62 4 87 109

Figura 31: Gráfico mostrando a variação do ICE do poço PM-10 com a profundidade.

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- 84 -

De um modo geral os resultados indicam um baixo estágio de evolução

térmica (maturação) da matéria orgânica presente nas amostras das seções

analisadas, o que demonstra um baixo grau de diagênese pelo processo natural

de aumento de temperatura conseqüente do aumento da profundidade de

soterramento. No entanto, nas amostras que apresentam um elevado estagio de

evolução térmica, o efeito térmico foi proporcionado pela proximidade de intrusivas

ígneas.

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- 85 -

9.4.Descrição dos componentes orgânicos

As cutículas ocorrem em grande quantidade e geralmente bem degradadas

com colorações de fluorescência variando do amarelo bem claro ao laranja escuro

a sem fluorescência, mas no geral ocorrem com colorações de fluorescência

moderada a forte (fotos 1.1, 1.2, 2.1 e 2.2, estampa, anexo). Os demais subgrupos

dos fitoclastos ocorrem em fragmentos alongados ou irregulares. Por vezes,

alguns fitoclastos não-opacos exibiram coloração de fluorescência bem fraca

(fotos 3.1, 3.2, 4.1 e 4.2, estampa, anexo).

A matéria orgânica amorfa ocorre em forma de grumos, com colorações

variando do amarelo claro ao castanho escuro e por vezes dispersa. Apresentou

colorações de fluorescência variando do amarelo claro ao laranja (fotos 5.1, 5.2,

6.1 e 6.2, estampa, anexo).

Os esporos ocorrem bem preservados com colorações de fluorescência do

amarelo-esverdeado ao laranja claro, mas por vezes estavam degradados com

coloração de fluorescência fraca (fotos 7.1, 7.2, 8.1 e 8.2, estampa, anexo).

Os spongiophytons ocorrem de tamanhos variados, porém

predominantemente em partículas grandes, apresentam um relevo alto, coloração

castanha escura em luz branca refletida e possui uma fluorescência amarela bem

alta (fotos 9.1, 9.2, 10.1 e 10.2, estampa, anexo).

Algas do grupo das prasinófitas ocorrem no geral bem preservadas com

coloração de fluorescência forte (fotos 11.1, 11.2, 12.1e 12.2, estampa, anexo).

Algas do grupo dos acritarcas ocorrem em geral dispersas e apresentam

fluorescência de coloração amarelada (fotos 13.1, 13.2, 14.1 e 14.2, estampa,

anexo).

Algas do gênero Botryococcus ocorrem exibindo colônias e estruturas

internas visíveis e identificáveis com coloração de fluorescência amarelo intenso

(fotos 15.1, 15.2, 16.1 e 16.2, estampa, anexo ).

No grupo dos zoomorfos ocorrem os quitinozoários e escolecodonte.

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- 86 -

Nos poços CT-01 e CT-02, o material orgânico apresenta-se escuro devido

ao elevado grau de maturação térmica (fotos 17, 18, 19 e 20, estampa, anexo).

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- 87 -

9.5.Análise de agrupamento modo –R

Foi feita a análise de agrupamento modo–R para os grupos e subgrupos de

componentes da matéria orgânica, ou seja, os componentes orgânicos foram

reunidos em grupos com maiores similaridades.

Para o poço VL-03 observou-se a separação em quatro subgrupos (1-

esporos; 2-Spongiophyton, fitoclasto; 3- Prasinófita; 4 - Acritarca, MOA). (tabela 28

e figuras 32).

Tabela 28: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamento modo-R para a

sondagem VL-03.

Poço VL-03Subgrupos Componentes orgânicos

1 Esporo2 Spongiophyton, fitoclasto3 Prasinófita4 Acritarca, MOA

Poço VL-03Ward`s method

1-Pearson r

esporo spon fito prasi acri moa0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

Link

age

Dis

tanc

e

Figura 32: Dendrograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para os grupos e

subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço VL-03.

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- 88 -

Para o poço PM-06 observou-se a separação em três subgrupos (1- esporos,

spongiophyton; 2- Fitoclasto, prasinófita; 3- Acritarca, MOA). (tabela 29 e figuras

33).

Tabela 29: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamento modo-R para a

sondagem PM-06.

Poço PM-06

Subgrupos Componentes orgânicos

1 Esporo, spongiophyton

2 Fitoclasto, prasinófita

3 Acritarca, MOA

POÇO PM 06Ward`s method

1-Pearson r

esporo spon prasi fito acri moa0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

Link

age

Dis

tanc

e

Figura 33: Dendrograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para os grupos e

subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço PM-06.

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- 89 -

Para o poço ST-12 observou-se a separação em quatro subgrupos (1-

esporos; 2- Acritarca, Prasinófita; 3- Spongiophyton; 4 - Fitoclasto, MOA). (tabela

30 e figuras 34).

Tabela 30: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamento modo-R para a

sondagem ST-12.

Poço ST-12

Subgrupos Componentes orgânicos

1 Esporo

2 Acritarca, prasinófita

3 Spongiophyton

4 Fitoclasto, MOA

POÇO ST.12Ward`s method

1-Pearson r

esporo acri prasi spon fito moa0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

Link

age

Dis

tanc

e

Figura 34: Dendrograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para os grupos e

subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço ST-12.

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- 90 -

Para o poço SM-IST-4 observou-se a separação em quatro subgrupos (1-

esporos; 2- Acritarca, Spongiophyton; 3- Fitoclasto, prasinófita; 4 - MOA). (tabela

31 e figuras 35).

Tabela 31: Resultados dos subgrupos obtidos pela análise de agrupamento modo-R para a

sondagem SM-IST-4.

Poço SM-IST-4

Subgrupos Componentes orgânicos

1 Esporo

2 Acritarca, spongiophyton

3 Fitoclasto, prasinófita

4 MOA

POÇO SMI_STWard`s method

1-Pearson r

esporo acri spon prasi fito moa0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

Link

age

Dis

tanc

e

Figura 35: Dendrograma produzido pela análise de agrupamento modo-R para os grupos e

subgrupos de componentes da matéria orgânica do poço SM-IST-4.

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- 91 -

9.6.Matriz de correlação utilizando o coeficiente r-Pearson

Através da matriz de correlação (tabelas 32, 33, 34 e 35) utilizando o

coeficiente r-Pearson (1/-1), onde os valores mais próximos de +1 correspondem a

correlações mais positivas e valores próximos de –1 a correlações menos

positivas, pode-se observar que os componentes orgânicos com mesmas

tendências de distribuição (tendências proximal-distal e equivalência

hidrodinâmica) apresentaram de maneira coerente correlações positivas, ou seja,

próximo de 1 ou vice-versa.

Tabela 32: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagem VL-03.

Poço VL-03

Variável MOA Fitoclasto Spongiophyton Esporo Prasinófita Acritarca

MOA 1,00 -0,74 -0,16 -0,35 0,63 0,86

Fitoclasto -0,74 1,00 -0,03 -0,24 -0,72 -0,79

Spongiophyton -0,16 -0,03 1,00 -0,29 -0,32 0,29

Esporo -0,35 -0,24 -0,29 1,00 0,28 -0,37

Prasinófita 0,63 -0,72 -0,32 0,28 1,00 0,42

Acritarca 0,86 -0,79 0,29 -0,37 0,42 1,00

Tabela 33: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagem PM-06.

Poço PM-06

Variável MOA Fitoclasto Spongiophyton Esporo Prasinófita Acritarca

MOA 1,00 -0,82 -0,86 -0,95 -0,64 0,59

Fitoclasto -0,82 1,00 0,66 0,68 0,83 -0,54

Spongiophyton -0,86 0,66 1,00 0,76 0,65 -0,32

Esporo -0,95 0,68 0,76 1,00 0,38 -0,75

Prasinófita -0,64 0,83 0,65 0,38 1,00 0,00

Acritarca 0,59 -0,54 -0,32 -0,75 0,00 1,00

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- 92 -

Tabela 34: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagem ST-12.

Poço ST-12

Variável MOA Fitoclasto Spongiophyton Esporo Prasinófita Acritarca

MOA 1,00 0,52 -0,27 -0,89 0,11 0,35

Fitoclasto 0,52 1,00 -0,22 -0,75 -0,64 -0,50

Spongiophyton -0,27 -0,22 1,00 0,01 0,49 -0,05

Esporo -0,89 -0,75 0,01 1,00 0,01 -0,09

Prasinófita 0,11 -0,64 0,49 0,01 1,00 0,83

Acritarca 0,35 -0,50 -0,05 -0,09 0,83 1,00

Tabela 35: Correlação de matrizes (coeficiente r-Pearson) para a sondagem SM-IST-4.

Poço SM-IST-4

Variável MOA Fitoclasto Spongiophyton Esporo Prasinófita Acritarca

MOA 1,00 -0,83 -0,54 -0,87 -0,34 -0,55

Fitoclasto -0,83 1,00 0,52 0,45 0,80 0,76

Spongiophyton -0,54 0,52 1,00 0,41 0,17 0,85

Esporo -0,87 0,45 0,41 1,00 -0,15 0,21

Prasinófita -0,34 0,80 0,17 -0,15 1,00 0,63

Acritarca -0,55 0,76 0,85 0,21 0,63 1,00

Notou-se que nas quatro sucessões sedimentares analisadas, os

coeficientes de correlação mostraram o grau de similaridades entre os

componentes orgânicos. Isto é, no geral, os componentes orgânicos com

tendências de distribuição em fácies mais proximais apresentaram correlações

positivas entre si.

Quando os coeficientes r-Pearson destes componentes orgânicos são

analisados com os coeficientes dos demais componentes orgânicos com

distribuição preferencialmente em fácies mais distais, o grau de correlação entre

eles torna-se negativo

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- 93 -

9.7. Inferências paleoambientais

As inferências paleoambientais foram baseadas na integração dos dados de

palinofácies que forneceram uma estimativa das tendências paleoambientais e

tendências proximais-distais.

Foram utilizados o diagrama ternário que representa os dados percentuais

dos 3 principais grupos de componentes da matéria orgânica de Tyson (1993),

onde há 9 campos de palinofácies com seus respectivos paleoambientes (figura

36 e tabela 36) e o esquema de representação diagramática de palinomorfos

modificado de Turnau e Racki (1999) (figura 37 e tabela 37).

Figura 36: Diagrama ternário com os campos de palinofácies definido pelos valores percentuais

dos três principais grupos de componentes da matéria orgânica (Tyson, 1993).

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- 94 -

Tabela 36: Paleoambientes definidos pelos campos de palinofácies para sedimentos marinhos

(Tyson, 1993) relacionado no diagrama da figura 35.

Campos de palinofácies distiguidos pelodiagrama ternário FIT-MOA-PALIN Características da matéria orgânica

I – bacia ou plataforma altamente proximal Alto suprimento de fitoclasto dilui todos os outroscomponentes.

II – bacia marginal desóxica-anóxica

MOA diluída pelo alto suprimento de fitoclastos, mascom moderada a boa preservação de MOA.

Quantidade de COT marinho depende do estado redoxda bacia.

III – Plataforma óxica heterolítica (“plataformaproximal”)

Geralmente baixa taxa de preservação de MOA,abundância absoluta de fitoclastos depende da

proximidade de fontes flúvio-deltaicas. Oxidação eretrabalhamento comuns.

IV- Transição plataforma-bacia

Transição da plataforma para a bacia (por exemplo:aumento da subsidência/profundidade da lâmina

d’água) ou espaço (por exemplo: talude);Abundânciaabsoluta de fitoclastos depende da proximidade dafonte e do grau de deposição. Quantidade de COTmarinho depende do estado redox da bacia. IVa:

desóxico. IVb: subóxico-anóxico.

V - Plataforma óxica dominada por lama(“plataforma distal”)

Baixa a moderada MOA (normalmente degradada).Palinomorfos abundantes. Margas de coloração clara

bioturbadas são comuns.

VI – Plataforma proximal subóxica-anóxica

Boa taxa de preservação de MOA (condiçõesredutoras na bacia). Conteúdo absoluto de fitoclastosdeve se moderado a alto devido ao input de turbiditos

e/ou proximidade da fonte.

VII – “Plataforma” distal desóxica-anóxicaModerada a boa taxa de preservação de MOA, baixo amoderado conteúdo de palinomorfos. Lamitos escuros

bioturbados são comuns.

VIII – Plataforma distas desóxica-óxica

MOA dominante, excelente taxa de preservação deMOA. Baixo a moderado conteúdo de palinomorfos.

Folhelhos ricos em matéria orgânica são depositadossob de condições de coluna d´água estratificada.

IX- Bacia distal subóxica-anóxica

MOA dominante. Baixo conteúdo de palinomorfos.Freqüentemente rico em alginitas. Depósitos de águasprofundas ou depósitos de condições de coluna d´água

estratificada ou sedimentos de bacia faminta.Conceitos:Anóxico – Refere-se a coluna de água ou sedimentos que contem menos que 0.1 mlde oxigênio / 1 de água (Demaison e Moore, 1980)Disóxico – Coluna de água ou sedimento contendo entre 0.2 e 2.0 ml de oxigênio / 1de água (Tyson e Pearson, 1991).Óxico – Coluna de água oxigenada ou sedimentos contendo mais de 2.0 ml oxigênio /1 de água (Tyson e Pearson, 1991)Subóxico - Coluna de água ou sedimento contendo de 0 a 0.2 ml oxigênio / 1 deágua. (Tyson e Pearson, 1991)

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- 95 -

Até 10%

10 - 20%

70 - 99%

20 - 60%

Figura 37: Representação diagramática de palinomorfos modificado de Turnau e Racki

(1999).

Tabela 37: Palinofácies definidas pelo diagrama de palinomorfos modificado de Turnau e

Racki (1999).

Características de distribuição dos palinomorfos

Palinofácies ICaracterizada pela dominância de esporos e pela baixa percentagem

de acritarcas e prasinófitas.Paleoambiente proximal (plataforma).

Palinofácies IIOs esporos aparecem com mais de 20%, acritarcas e prasinófitas

representam mais de 10% dos palinomorfos.Paleoambiente intermediário (plataforma).

Palinofácies IIIBaixa porcentagem de esporos (<20%), e alta porcentagem de

acritarcas e prasinófitas.Paleoambiente distal (plataforma-bacia).

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- 96 -

No testemunho de sondagem VL-03 as amostras concentram-se nos campos

III e V. O campo III corresponde ao paleoambiente de plataforma óxica (plataforma

proximal). O campo V é caracterizado por um paleoambiente de plataforma óxica

dominada por lama (plataforma distal). (figura 38).

O topo da seção corresponde a palinofácies II (paleoambiente intermediário)

e a base a palinofácies I (paleoambiente proximal) do diagrama de palinomorfos

modificado de Turnau e Racki (1999).

Devido o percentual de esporomorfos no poço VL-03 contribuir com a maior

parte do elevado percentual de palinomorfos (tabela 10) e o diagrama ternário de

Tyson (1993) não contemplar essa particularidade, embora todos os resultados

estejam sendo plotados nesse diagrama, é a representação diagramática de

palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999) que melhor representará a

caracterização paleoambiental.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 38: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço VL-03.

A seção estratigráfica foi dividida em cinco intervalos, os quais foram

definidos pela análise da disposição das amostras do poço VL-03 no diagrama

ternário com os campos de palinofácies. (figura 39)

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VL-03MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%) Acritarca(%)

15 20 25 30 351050 0 10 20 30 40 50 6020

25

30

35

40

45

50

55

65

70

60

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 54 0 5 10 15

Figura 39: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço VL

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- 98 -

Intervalo 1 - Amostras: VL-03.1, VL-03.2, VL-03.4

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo V do diagrama ternário

com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e é evidenciado pela

elevada média percentual de palinomorfos (54,25%), a média percentual de MOA

e fitoclastos é de 20,40% e 25,35%, respectivamente. (tabela 38). Esta média

percentual alta de palinomorfos é devido aos elevados valores percentuais de

esporos.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras VL-03.1, VL-03.2 correspondem a palinofácies II (paleoambiente

intermediário) e a amostra de VL-03.4 corresponde a palinofácies I (paleoambiente

proximal).

Tabela 38: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço VL-03.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 54,25 25,35 20,40

Intervalo 2 - Amostra: VL-03.3

A amostra que corresponde a este intervalo localiza-se no campo III do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica (plataforma proximal) e é evidenciado pela

elevada média percentual de fitoclastos (53,10%), a média de palinomorfos

também é alta (40,00%) e a de MOA é de 6,90%. (tabela 39).

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostra VL-03.3 corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal).

Tabela 39: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo II do poço VL-03.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Mediadointervalo II 40,00 53,10 6,90

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- 99 -

Intervalo 3 - Amostra: VL-03.5

A amostra correspondente a este intervalo localiza-se no campo V do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e é

evidenciado pela elevada média percentual de palinomorfos (58,01%), média

percentual de fitoclastos e MOA é de 32,38% e 9,61%, respectivamente. (tabela

40). Esta média percentual alta de palinomorfos é devido aos elevados valores

percentuais de esporos.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostra VL-03.5 corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal).

Tabela 40: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo III do poço VL-03.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo III 58,01 32,38 9,61

Intervalo 4 – Amostras: VL-03.6

A amostra que corresponde a este intervalo localiza-se no campo III do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica (plataforma proximal) e é caracterizado pela

elevada média percentual de fitoclastos (51,03%), a média percentual de

palinomorfos e MOA é de 34,14% e 14,83%, respectivamente. (tabela 41).

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostra VL-03.6 corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal).

Tabela 41: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo IV do poço VL-03.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo IV 34,14 51,03 14,83

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- 100 -

Intervalo 5 - Amostras: VL-03.7

A amostra correspondente a este intervalo localiza-se no campo V do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e é

evidenciado pela elevada média percentual de palinomorfos (60,66%), a média

percentual de fitoclastos e MOA é de 27,87% e 11,48%, respectivamente. (tabela

42). Os elevados valores percentuais de esporos são os responsáveis pela alta

média percentual de palinomorfos .

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostra VL-03.7 corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal).

Tabela 42: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo V do poço VL-03.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo V 60,66 27,87 11,48

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- 101 -

No testemunho de sondagem PM-06 as amostras concentram-se nos

campos V e VIII. O campo V corresponde ao paleoambiente de plataforma óxica

dominada por lama (plataforma distal). O campo VIII é caracterizado por um

paleoambiente de plataforma distal desóxica-óxica. (figura 40).

O topo da seção corresponde a palinofácies II (paleoambiente intermediário)

e a base a palinofácies I (paleoambiente proximal) do diagrama de palinomorfos

modificado de Turnau e Racki (1999).

Devido o percentual de esporomorfos no poço PM-06 contribuir com a maior

parte do elevado percentual de palinomorfos (tabela 12) e o diagrama ternário de

Tyson (1993) não contemplar essa particularidade, embora todos os resultados

estejam sendo plotados nesse diagrama, é a representação diagramática de

palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999) que melhor representará a

caracterização paleoambiental.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 40: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço PM-06.

A seção estratigráfica foi dividida em dois intervalos, os quais foram definidos

pela análise da disposição das amostras do poço PM-06 no diagrama ternário

com os campos de palinofácies. (figura 41)

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PM-06MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%) Acritarca(%)

15 20 25 30105020 30100 40 60 70 8050 20 30100 40 60 70 8050 20 30100 40 60 70 8050 100 155210 43 5 60

5

10

15

20

25

30

Figura 41: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço PM

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- 104 -

Intervalo 1 – Amostras: PM-06.8 e PM-06.9

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo VIII do diagrama

ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma distal desóxica-óxica e é evidenciado pela elevada média percentual de

MOA (71,37%), a média percentual de palinomorfos e fitoclastos é de 23,39% e

5,24%, respectivamente. (tabela 43).

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

a amostra PM-06.8 corresponde a palinofácies II (paleoambiente intermediário) e a

amostra de PM-06.9 corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal).

Tabela 43: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço PM-06.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 23,39 5,24 71,37

Intervalo 2 - Amostras: PM-06.10, PM-06.11, PM-06.12

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo V do diagrama ternário

com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal). Este intervalo é

evidenciado pela elevada média percentual de palinomorfos (65,61%), a média

percentual de MOA é de 13,62% e a de fitoclastos é de 20,77%. (tabela 44). Esta

média percentual alta de palinomorfos é devido aos elevados valores percentuais

de esporos.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras PM-06.10, PM-06.11, PM-06.12 correspondem a palinofácies I

(paleoambiente proximal).

Tabela 44: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo II do poço PM-06.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo II 65,61 20,77 13,62

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- 105 -

No testemunho de sondagem ST-12 as amostras concentram-se no campo

V. O campo V corresponde ao paleoambiente de plataforma óxica dominada por

lama (plataforma distal). Há também influência do campo VII no poço ST-12, o

campo VII é caracterizado por um paleoambiente de plataforma distal desóxica-

anóxica. (figura 42).

A seção corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal) do diagrama

de palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999).

Devido o percentual de esporomorfos no poço ST-12 contribuir com a maior

parte do elevado percentual de palinomorfos (tabela 14) e o diagrama ternário de

Tyson (1993) não contemplar essa particularidade, embora todos os resultados

estejam sendo plotados nesse diagrama, é a representação diagramática de

palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999) que melhor representará a

caracterização paleoambiental.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 42: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço ST-12.

A seção estratigráfica foi dividida em dois intervalos, os quais foram definidos

pela análise da disposição das amostras do poço ST-12 no diagrama ternário com

os campos de palinofácies (figura 43).

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ST-12MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%) Acritarca(%)

20100 30 40 50 600 10 20 70 20 30100 30 40 50 600 10 20 70 1 2 3 540 1 2 3 4030

40

50

30

35

40

45

50

55

60

Figura 43: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço ST

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- 108 -

Intervalo 1 - Amostras: ST-12.13 e ST-12.14

Neste intervalo as amostras recebem influencia dos campos V e VII do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que correspondem aos

paleoambientes de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e de

plataforma distal desóxica-anóxica, respectivamente. O intervalo é caracterizado

pela elevada média percentual de palinomorfos (59,17%), a média percentual de

fitoclastos e de MOA é de 19,53% e 21,30%, respectivamente. (tabela 45). Os

elevados valores percentuais de esporos são os responsáveis pela alta média

percentual de palinomorfos.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras ST-12.13 e ST-12.14 correspondem a palinofácies I (paleoambiente

proximal).

Tabela 45: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço ST-12.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 59,17 19,53 21,30

Intervalo 2 - Amostra: ST-12.15, ST-12.16 e ST-12.17

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo V do diagrama ternário

com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal). Este intervalo é

evidenciado pela elevada média percentual de palinomorfos (59,34%), a média

percentual de MOA e fitoclastos são semelhantes e possuem valores de 21,14% e

19,52%, respectivamente. (tabela 46). Esta média percentual alta de palinomorfos

é devido aos elevados valores percentuais de esporos.

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- 109 -

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras ST-12.15, ST-12.16 e ST-12.17 correspondem a palinofácies I

(paleoambiente proximal).

Tabela 46: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica

no intervalo II do poço ST-12.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo II 59,34 19,52 21,14

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- 110 -

No testemunho de sondagem SM-IST-4 as amostras concentram-se nos

campos V, VII e VIII. O campo V corresponde ao paleoambiente de plataforma

óxica dominada por lama (plataforma distal). O campo VII é caracterizado por um

paleoambiente de plataforma distal desóxica-anóxica. O campo VIII é apontado

como um paleoambiente de plataforma distal desóxica-óxica (figura 44).

A seção corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal), porém

possui uma amostra com influência da palinofácies III (paleoambiente distal),

devido a grande quantidade de prasinófitas, do diagrama de palinomorfos

modificado de Turnau e Racki (1999).

Devido o percentual de esporomorfos no poço SM-IST-4 contribuir com a

maior parte do elevado percentual de palinomorfos (tabela 16) e o diagrama

ternário de Tyson (1993) não contemplar essa particularidade, embora todos os

resultados estejam sendo plotados nesse diagrama, é a representação

diagramática de palinomorfos modificado de Turnau e Racki (1999) que melhor

representará a caracterização paleoambiental.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 44: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço SM-IST-4.

A seção estratigráfica foi dividida em dois intervalos, os quais foram definidos

pela análise da disposição das amostras do poço SM-IST-4 no diagrama ternário

com os campos de palinofácies( figura 45).

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SM-IST-4MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%) Acritarca(%)20 30100 0 5 10 15 2040 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 20 30100 40 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 2 6 84 10 20 30100 40 50 60 807020 30100 40 50 60 8070 0 25 1 2 3 40

20

25

30

Figura 45: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço SM

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- 112 -

Intervalo 1 - Amostras: SM-IST-4.18, SM-IST-4.19 e SM-IST-4.20

Neste intervalo as amostras correspondem ao campo V, porém também

recebe influencia do campo VII do diagrama ternário com os campos de

palinofácies. Os paleoambientes correspondentes são os de plataforma óxica

dominada por lama (plataforma distal) e de plataforma distal desóxica-anóxica,

respectivamente. O intervalo é caracterizado pela elevada média percentual de

palinomorfos (63,87%), a MOA e o grupo dos fitoclastos possuem média

percentual de 27,72% e 8,41%, respectivamente. (tabela 47). Os elevados valores

percentuais de esporos são os responsáveis pela alta média percentual de

palinomorfos.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras SM-IST-4.18 e SM-IST-4.19 correspondem a palinofácies I

(paleoambiente proximal) e a amostra de SM-IST-4.20 corresponde a palinofácies

III (paleoambiente distal).

Tabela 47: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço SM-IST-4.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 63,87 8,41 27,72

Intervalo 2 - Amostra: SM-IST-4.21 e SM-IST-4.22

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo VIII do diagrama

ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma distal desóxica-óxica. O intervalo é caracterizado pela elevada média

percentual de MOA (74,95%), a média percentual de palinomorfos é de 21,59% e

a média percentual de fitoclastos é baixa (3,46%), conforme a tabela 48.

De acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki

as amostras SM-IST-4.21 e SM-IST-4.22 correspondem a palinofácies I

(paleoambiente proximal).

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- 113 -

Tabela 48: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo II do poço SM-IST-4.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo II 21,59 3,46 74,95

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- 114 -

No testemunho de sondagem CT-02 as amostras concentram-se nos campos

III, IVa, IVb e V. O campo III corresponde ao paleoambiente de plataforma óxica

(plataforma proximal). O campo IV é caracterizado por um paleoambiente de

transição plataforma - bacia (IVa- desóxico, IVb- subóxido-anóxido). O campo V

tem as características de um paleoambiente de plataforma óxica dominada por

lama (plataforma distal). (figura 46).

Neste poço não houve a subdivisão dos palinomorfos devido ao alto grau de

maturidade térmica, portanto não se fez a análise segundo o diagrama proposto

por Turnau e Racki.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 46: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço CT-02.

A seção estratigráfica foi dividida em seis intervalos, os quais foram definidos

pela análise da disposição das amostras do poço CT-02 no diagrama ternário

com os campos de palinofácies (figura 47).

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20

30

40

50

CT-02MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%)

0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50 6010 2030 40 500 70 90800

10

20

30

40

50

60Intervalo 6 (relativo campo III)

Intervalo 5 (relativo campo V)

Intervalo 1 (relativo campo IVb)

Intervalo 4 (relativo campo III)

Intervalo 2 (relativo campo III)

Figura 47: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço CT

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- 116 -

Intervalo 1 - Amostra: CT-02.23

A amostra que corresponde a este intervalo localiza-se no campo IVb do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de transição plataforma-bacia subóxido-anóxido. Neste intervalo as

médias percentuais de MOA e fitoclastos são semelhantes, 44,44% e 42,59 %,

respectivamente. A média percentual de palinomorfos é de 12,96%. (tabela 49).

Tabela 49: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 12,96 42,59 44,44

Intervalo 2 - Amostra: CT-02.24

A amostra que corresponde a este intervalo localiza-se no campo III do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica (plataforma proximal). Este intervalo é

evidenciado pela elevada média percentual de fitoclastos (51,12%), a média

percentual de palinomorfos também é alta (41,53%) e a média de MOA é de

7,35%. (tabela 50).

Tabela 50: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo II do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo II 41,53 51,12 7,35

Intervalo 3 - Amostra: CT-02.25

A amostra que corresponde a este intervalo recebe influência dos campos III

e IVa do diagrama ternário com os campos de palinofácies que correspondem aos

paleoambientes de plataforma óxica (plataforma proximal) e de transição

plataforma - bacia desóxico, respectivamente. Este intervalo é caracterizado por

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- 117 -

uma elevada média percentual de fitoclastos (60,00%), a média percentual de

palinomorfos é de 26,67% e a de MOA é de 13,33. (tabela 51).

Tabela 51: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo III do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo III 26,67 60,00 13,33

Intervalo 4 – Amostra: CT-02.26

A amostra que corresponde a este intervalo localiza-se no campo III do

diagrama ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um

paleoambiente de plataforma óxica (plataforma proximal). Este intervalo é

evidenciado pela elevada média percentual de fitoclastos (54,17%), a média

percentual de palinomorfos e de MOA é de 38,39% e 7,44%, respectivamente.

(tabela 52).

Tabela 52: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo IV do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo IV 38,39 54,17 7,44

Intervalo 5 - Amostras: CT-02.43, CT-02,44, CT-02.45, CT-02.46, CT-02.47,

CT-02.48, CT-02.49 e CT-02.50

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo V do diagrama ternário

com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal). Este intervalo é

caracterizado por uma elevada média percentual de palinomorfos (68,73%), a

média percentual de fitoclastos é de 26,15% e a média de MOA é baixa (5,12%)

conforme a tabela 52. Esta média percentual alta de palinomorfos é devido aos

elevados valores percentuais de esporos. (tabela 53)

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- 118 -

Tabela 53: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo V do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo V 68,73 26,15 5,12

Intervalo 6 – CT-02.41 e CT-02.42

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo III do diagrama

ternário com os campos de palinofácies que corresponde a um paleoambiente de

plataforma óxica (plataforma proximal). Este intervalo possui elevada média

percentual de fitoclastos (50,17%), a média percentual de MOA é de 10,72% e a

média percentual do grupo dos palinomorfos é de 39,11%. (tabela 54).

Tabela 54: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo VI do poço CT-02.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo VI 39,11 50,17 10,72

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- 119 -

No testemunho de sondagem PM-10 as duas amostras concentram-se no

campo IX. O campo IX corresponde ao paleoambiente de bacia distal subóxida-

anóxida. (figura 48).

Neste poço não foi feita a análise segundo o diagrama proposto por Turnau e

Racki pois o grupo dos palinomorfos apresenta-se com menos de 10% do total da

matéria orgânica.

Fitoclasto

PalinomorfoMOA

I

IIIII

IV b

V

VI

VII

VIIIIX

Figura 48: Diagrama ternário FITO-MOA-PALINO com os campos de palinofácies (Tyson, 1993) do

poço PM-10.

A seção estratigráfica é representada por um intervalo, o qual foi definido

pela análise da disposição das amostras do poço PM-10 no diagrama ternário

com os campos de palinofácies (figura 49).

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PM-10MOA(%) Palinomorfo(%) Fitoclasto(%) Esporo(%) Prasinofita(%) Acritarca(%)

20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 50 60 8070 90 20 30100 40 5020 30100 40 50 60 8070 9020 30100 40 50 60 8070 9075

80

85

Figura 49: Distribuição dos valores percentuais dos grupos e subgrupos de componentes da matéria orgânica em relação ao total de

matéria orgânica com as subdivisões dos intervalos definidos pelo diagrama ternário com os campos de palinofácies do poço PM

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- 122 -

Intervalo 1 - Amostras: PM-10.27 e PM-10.28

Neste intervalo as amostras concentram-se no campo IX do diagrama

ternário com os campos de palinofácies, que corresponde a um paleoambiente de

bacia distal subóxida-anóxida. Este intervalo é evidenciado pela elevadíssima

média percentual de MOA (89,15%), a média percentual de palinomorfos é de

9,70% e os raros fitoclastos aparecem com apenas 1,15% da matéria orgânica

total do intervalo. (tabela 55).

Tabela 55: Valores percentuais médios dos 3 grupos de componentes da matéria orgânica no

intervalo I do poço PM-10.

Palinomorfos(%) Fitoclastos(%) MOA(%)Média dointervalo I 9,70 1,15 89,15

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- 123 -

10.CONCLUSÕES

A análise de palinofácies realizada envolveu o exame qualitativo e

quantitativo da assembléia dos componentes da matéria orgânica particulada em

quarenta e quatro lâminas organopalinológicas confeccionadas de amostras de

sete seções sedimentares da borda leste da bacia do Parnaíba, e de acordo com

os objetivos propostos neste estudo conclui-se:

Para o conjunto de amostras dos poços VL-03, PM-06, ST-12, SM-IST-4 e

CT-02 observou-se o predomínio do grupo palinomorfo, representado

principalmente por esporos, além de microplâncton de parede orgânica marinho

(prasinófitas e acritarcas) e algas de água doce do gênero Botryococcus. O grupo

dos fitoclastos (cutículas, membranas, fitoclastos não opacos e fitoclastos opacos)

e a matéria orgânica amorfa alternam-se como segundo grupo em dominância.

Nas amostras do poço CT-01 não foi possível se fazer o exame qualitativo,

isto é, não se pode reconhecer os diversos componentes da matéria orgânica ,

pois as amostras encontram-se com elevado grau de evolução térmica.

Nas amostras do poço PM-10 verificou-se a grande predominância do grupo

da MOA com aproximadamente 90% do total da matéria orgânica, o segundo

grupo em dominância foi o de palinomorfos (aproximadamente 9%).

O grau de evolução térmica foi obtido pelo Índice de Coloração dos Esporos

(ICE), que determinou de um modo geral um baixo estágio de evolução térmica

(maturação) da matéria orgânica presente nas amostras das seções analisadas, o

que demonstra um baixo grau de diagênese pelo processo natural de aumento de

temperatura conseqüente do aumento da profundidade de soterramento. No

entanto, nas amostras que apresentam um elevado estagio de evolução térmica, o

efeito térmico foi proporcionado pela proximidade de intrusivas ígneas.

Através da análise do diagrama ternário com os campos de palinofácies de

Tyson (1993) e da representação diagramática modificada de Turnau e Racki

(1999) pode-se obter as seguintes conclusões:

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- 124 -

O poço VL-03 foi dividido, baseado no diagrama ternário com os campos de

palinofácies de Tyson (1993), em cinco intervalos que correspondem aos

paleoambientes de plataforma óxica (plataforma proximal) e plataforma óxica

dominada por lama (plataforma distal). De acordo com a representação

diagramática modificada de Turnau e Racki (1999), o topo da seção corresponde a

palinofácies II (paleoambiente intermediário) e a base, a palinofácies I

(paleoambiente proximal).

O poço PM-06 foi dividido, baseado no diagrama ternário com os campos de

palinofácies de Tyson (1993), em dois intervalos que correspondem aos

paleoambientes de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e de

plataforma distal desóxica-óxica. De acordo com a representação diagramática

modificada de Turnau e Racki (1999), o topo da seção corresponde a palinofácies

II (paleoambiente intermediário) e a base, a palinofácies I (paleoambiente

proximal).

O poço ST-12 foi dividido, baseado no diagrama ternário com os campos de

palinofácies de Tyson (1993), em dois intervalos que correspondem aos

paleoambientes de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal) e de

plataforma distal desóxica-anóxica. De acordo com a representação diagramática

modificada de Turnau e Racki (1999), a seção corresponde a palinofácies I

(paleoambiente proximal).

O poço SM-IST-4 foi dividido, baseado no diagrama ternário com os campos

de palinofácies de Tyson (1993), em dois intervalos que recebem influencia de

paleoambientes de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal), de

plataforma distal desóxica-anóxica e de plataforma distal desóxica-óxica. De

acordo com a representação diagramática modificada de Turnau e Racki (1999), a

seção corresponde a palinofácies I (paleoambiente proximal), porém possui uma

amostra com influência da palinofácies III (paleoambiente distal), devido a grande

quantidade de prasinófitas.

O poço CT-02 foi dividido, baseado no diagrama ternário com os campos de

palinofácies de Tyson (1993), em seis intervalos que correspondem aos

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- 125 -

paleoambientes de plataforma óxica (plataforma proximal), de transição plataforma

- bacia e de plataforma óxica dominada por lama (plataforma distal).

No poço PM-10 foi reconhecido um intervalo baseado no diagrama ternário

com os campos de palinofácies de Tyson (1993), que corresponde ao

paleoambiente de bacia distal subóxida-anóxida.

Devido o percentual de esporomorfos contribuir com a maior parte do

elevado conteúdo de palinomorfos e o diagrama ternário de Tyson (1993) não

contemplar essa particularidade, embora todos os resultados estejam sendo

plotados nesse diagrama, foi a representação diagramática de palinomorfos

modificado de Turnau e Racki (1999) que melhor representou a caracterização

paleoambiental.

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- 126 -

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, H.J.T.R.; COELHO, J.M.; FARIAS, C.E.G. (1972). Projeto SãoMiguel do Tapuio. CNEN-CPRM, Recife. 2V.

ALBUQUERQUE, K.R.M., 2000. Subdivisão estratigráfica da seqüência Devonianada bacia do Parnaíba. Tese de Mestrado, FGEL/UERJ, Rio de Janeiro. 130p.

ANP, 2002. Agencia Nacional do Petróleo. Disponível em < http://www.brasil-rounds.gov.br/round4/atividades_exploratorias/cartas_secoes/cartas/ce_paraiba.pdf >.

ASSIS JR.,F., 2000. New Organic Matter Isolation Procedure and Equipment. In:LATIN AMERICAN CONGRESS ON ORGANIC GEOCHEMISTRY, 7th, Foz doIguaçu, 2000 Anais…ALAGO, v.1, p. 355.

BATTEN, D.J., 1973. Use of palynologic assemblage-types in Wealden correlation.Palaeontology, v. 16, p. 1-40.

BATTEN, D.J., 1982. Palynofacies, paleoenvironments and petroleum. Journal ofMicropalaeontology, v. 1, p. 107-14.

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ANEXO

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ESTAMPA

As fotos micrográficas foram tiradas em um microscópio Zeiss modelo AXIOSKOP 2PLUS, com aumentos de 100x, 200x e 400x.

1.1 – Cutícula e palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

1.2 – Cutícula e palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

2.1 – Cutícula e palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

2.2 – Cutícula e palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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3.1 – Fitoclasto não opaco e palinomorfos.

Lâminas organopalinológicas, luz branca

transmitida.

3.2 – Fitoclasto não opaco e palinomorfos.

Lâminas organopalinológicas, Luz ultravioleta

refletida (fluorescência).

4.1 – Fitoclasto não opaco. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

4.2 – Fitoclasto não opaco. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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5.1 – Matéria orgânica amorfa. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

5.2 – Matéria orgânica amorfa. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

6.1 – Matéria orgânica amorfa. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

6.2 – Matéria orgânica amorfa. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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7.1 – Esporos. Lâminas organopalinológicas,

luz branca transmitida.

7.2 – Esporos. Lâminas organopalinológicas,

Luz ultravioleta refletida (fluorescência).

8.1 – Esporo. Lâminas organopalinológicas, luz

branca transmitida.

8.2 – Esporo. Lâminas organopalinológicas,

Luz ultravioleta refletida (fluorescência).

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9.1 – Spongiophyton e MOA. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

9.2 – Spongiophyton e MOA. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

10.1 – Spongiophyton e MOA. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

10.2 – Spongiophyton e MOA. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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11.1 – Prasinófita. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

11.2 – Prasinófita. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

12.1 – Prasinófita. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

12.2 – Prasinófita. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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13.1 – Acritarca. Lâminas organopalinológicas,

luz branca transmitida.

13.2 – Acritarca. Lâminas organopalinológicas,

Luz ultravioleta refletida (fluorescência).

14.1 – Acritárca e outros palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

14.2 – Acritárca e outros palinomorfos. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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15.1 – Botryococcus. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

15.2 – Botryococcus. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

16.1 – Botryococcus. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

16.2 – Botryococcus. Lâminas

organopalinológicas, Luz ultravioleta refletida

(fluorescência).

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17 – Material orgânico com elevado grau de

maturação térmica. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

19 – Material orgânico com elevado grau de

maturação térmica. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

18 – Material orgânico com elevado grau de

maturação térmica. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

20 – Material orgânico com elevado grau de

maturação térmica. Lâminas

organopalinológicas, luz branca transmitida.

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