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CARANGUEJO Ano XIV - Edição 01 - Segunda-feira, 21 de Julho de 2014 - 24° Festival de inverno da UFPR PREQUETÉS REFLETE SOBRE AUTORIDADE EM PEÇA TEATRAL PAG. 04 MADRIGAL CANTA A CONTRADIÇÃO ENTRE EROS E THANATOS PAG. 04 ORQUESTA PRESTIGIA OBRA DE CUBANO SILVIO RODRIGUEZ PAG. 04 ‘‘EU TOCO MÚSICA POPULAR BRASILEIRA’’ LEIA NAS PÁGINAS 2 E 3 A ENTREVISTA QUE RENATO TEIXEIRA CONCEDEU AO CARANGUEJO

Caranguejo 01

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Jornal Caranguejo - feito em oficina para cobrir o Festival de Inverno da UFPR.

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CARANGUEJOAno XIV - Edição 01 - Segunda-feira, 21 de Julho de 2014 - 24° Festival de inverno da UFPR

PREQUETÉS REFLETESOBRE AUTORIDADE EM

PEÇA TEATRAL

PAG. 04

MADRIGAL CANTA A CONTRADIÇÃO ENTRE

EROS E THANATOS

PAG. 04

ORQUESTA PRESTIGIA OBRA DE CUBANOSILVIO RODRIGUEZ

PAG. 04

‘‘EU TOCO MÚSICA POPULAR BRASILEIRA’’LEIA NAS PÁGINAS 2 E 3 A ENTREVISTA QUE RENATO TEIXEIRACONCEDEU AO CARANGUEJO

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CARANGUEJO Segunda-feira, dia 21 de Julho de 2014

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MÚSICA SERTANEJA DE RENATO TEIXEIRA ABRE O FESTIVAL

Com show de música caipira, o can-tor Renato Teixeira abriu o 24° Festival de Inverno da UFPR em Antonina no último sábado(19). A atração, que ga-rantiu um repertório de grandes canções sertanejas, teve início às 22h, com palco armado na Rua Doutor Carlos Gomes da Costa.

A avenida foi tomada por um públi-co de 6 mil pessoas, abrangendo popu-lação local e turistas que vêm prestigiar a semana cultural realizada todo ano na cidade. Renato Teixeira, responsável por sucessos como “Boiada” e “Amanheceu, Peguei a viola”, é um dos maiores repre-sentantes do gênero musical sertanejo

de raiz, estilo marcado pela autentici-dade, originalidade e liberdade em rela-ção à indústria da música.

Sem bateria, nem percussão, a banda que acompanha Renato se apresentou com três violas, um contrabaixo, e um violão elétrico. O cantor foi prendendo a atenção do seu público com canções emblemáticas como “Menino da Por-teira”, “Cabecinha no ombro”, “Frete” e “Tocando em Frente”, arrebatando um bonito coro do público, já no final do show, ao cantar o sucesso “Romaria”.

Bastante à vontade no palco, o can-tor conversou várias vezes com seu pú-blico no intervalo das músicas. Antes

de embalar a canção “Amizade Sincera”, Renato falou sobre o valor de preservar o afeto entre as pessoas próximas. “Com amizade o futuro é garantido”, declarou o cantor.

Em entrevista ao jornal Carangue-jo, Renato analisou o cenário musical brasileiro, os novos fenômenos sertane-jos e ainda contou da sua admiração pela cidade de Antonina.

Entrevista

Caranguejo: Renato, o seu show é um apanhado de toda sua carreira. Há quanto tempo você está fazendo

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CARANGUEJO

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Segunda-feira, dia 21 de Julho de 2014

MÚSICA SERTANEJA DE RENATO TEIXEIRA ABRE O FESTIVAL

música de raiz?Renato: Foi uma conjunção de fa-

tores que me levou a criar meu estilo e fazer minha música.

Esse é o caminho que eu escolhi desde o começo da minha carreira. Sou do interior. Tem essa influência de onde eu venho, as referências que trago.

Hoje você é um dos maiores rep-resentantes da música caipira. Ser representante da música de raiz é um ato de resistência?

Não. Muito pelo contrário. Eu não faço música de raiz, eu faço música pop-ular brasileira. A música sertaneja do-mina 70% do mercado no Brasil. Então não é um ato de resistência. É a nova re-alidade musical. Hoje a música sertaneja é a balada brasileira, e balada é a música do planeta. A música de raiz é uma linda

Você acha que a música sertaneja é uma herdeira da música caipira?

Sim. Tudo é uma sequência. O sam-ba também é um primo-irmão da músi-ca caipira. Então eu costumo dizer que o Cartola é primo do Tião Carreiro. E essas definições que usamos vão acaban-do aos poucos. Na minha opinião tem dois tipos de música, uma que te leva para pra rua, para dançar, beber cerveja, e uma que te leva para casa, que te faz refletir. Se há um problema hoje, não é defeito da canção em si, mas das pessoas que pararam de pensar, de refletir sobre si mesmas, sobre sua própria cultura, sua identidade. Um país sem identidade é um país um fraco. Mas o Brasil ainda é muito rico, o que está acontecendo ago-ra é um momento de empolgação.

E a cena do samba como você vê?O samba é música do litoral que

dominou o mercado durante o século passado, quase inteiro, mas no momen-to é mais regional. Hoje, o que domina o Brasil e até o resto do mundo é a balada, e pelo menos aqui a balada chama-se música sertaneja.

E o que é o Renato Teixeira hoje nesse cenário musical?

Eu sempre interpretei com uma versão mais acadêmica, mais poética da música caipira. E isso difere de artista para artista. O Sérgio Reis, por exem-plo, tem uma visão de cantar sozinho, as grandes canções do Raul Torres, com orquestra. Léo Canhoto e Robertinho tiveram o papel de quebrar com aquela coisa da dupla de chapéu de palha, camisa xadrez… Na verdade o espectro é muito bom, muito positivo, para todos os gostos. E é isso que importa.

Você falou no show que hoje nós somos ricos musicalmente por causa de uma geração que produziu muito no passado, como Tonico e Tinoco, por exemplo. Hoje, quem você acha faz músicas para ficar, como as que fi-caram para nossa geração?

Já se vê despertar no horizonte da história artistas como Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano. Dos mais recentes eu posso apostar em Paula Fernandes, Victor e Léo. Também a moçada nova como meu filho Chico Teixeira, Gabriel Sater que cantam uma música chamada Folk, que acredito ser a música caipira com um pouco mais de qualidade.

E o que você achou do público do seu show hoje, cantar no Festival de Antonina?

É uma maravilha. No momento que cheguei na cidade lembrei ime-diatamente dela porque ela tem uma personalidade marcante. E ainda can-tei no mesmo lugar [Rua Doutor Car-los Gomes da Costa] da última vez. A única coisa que com a qual fiquei triste foi quando soube que a casa que fica do lado do palco está caindo. Da outra vez que eu vim ela estava inteira, linda. Se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria que as pessoas preservassem esses lugares, a arquitetura brasileira, principalmente a litorânea. É aqui que começa o Brasil. Conservar um monumento histórico é mais que uma obrigação, é uma missão para que a arquitetura seja usada como referência para as próximas gerações. Elas precisam saber o que já existiu para projetar o futuro com uma certa coerên-cia, porque sem coerência o mar invade, as bananeiras tomam conta de tudo.

Hoje a música sertaneja é a bala-da brasileira, e balada é a música do planeta

‘‘

’’história, só que é passado, já aconteceu. O Brasil da música caipira era um país de 50, 90 milhões de habitantes. Esse número duplicou. É outra realidade. O que permanece é espírito musical do povo do interior. Aquele que canta coi-sas ligadas à terra, à natureza.

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CARANGUEJO Segunda-feira, dia 21 de Julho de 2014

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AGENDA

Companhia de Teatro Mirim da UFPR Litoral recria clássico infantil

A Companhia de Teatro Mirim da UFPR Litoral partici-pou de um processo de 2 anos para a remontagem da peça Pluft – O Fantasminha de Maria Clara Machado. O espetáculo conta com novas personagens e falas e adicionou novas cenas para que todos os atores-mirins pudessem ser comtemplados. O grupo de teatro surgiu em 2012 como desdobramento da Companhia de teatro Adulto da UFPR Litoral. A peça conta a história de um fantasminha que parte em uma aventura para ajudar uma menina que foi sequestrada pelo Capitão Perna de Pau.

Pluft – O FantasminhaCompanhia de Teatro Mirim da UFPR Litoral12h30Theatro Municipal

Madrigal canta vida e morte, em composições de Brahms

O Madrigal da UFPR surgiu em 2012, constituído por integrantes do Coro da UFPR. Neste espetáculo, cantam a oposição entre Eros (deus do amor e da vida) e Thanatos (deus da morte). Os madrigais são corais com até 24 cantores, que se dedicam a temas musicais profanos, barrocos e da renascença. O Madrigal apresentará canções de Johannes Brahms (1833-1897) como “Nänie” e obras para voz e piano como “Libeslie-der” e “Neue Leibeslieder”, com versos de Schiller, Daumer e Goethe.

Eros & ThanatosMadrigal UFPR20hIgreja São Benedito

O professor do Departamento de Artes Edwin Pitre traz ao palco o resultado do projeto de extensão “Práticas musicais para a comunidade do Deartes”. Com alunos de pós-graduação em música da UFPR, apresenta uma “aula-espetáculo”, com suas próprias composições.

Edwin Pitre e Ensemble DeArtesEspetáculo e Apresentação Musical20hTheatro Musical

Grupo da UFPR litoral reflete sobre autori-dade em No País do Prequetés

A esperta Nita quer saber se no mundo há, em todos os lugares, pouca gente mandando e muita gente obedecendo. Começa então uma viagem que vai levá-la ao País dos Pre-quetés, onde encontra um mutirão de trabalhadores robôs. A peça traz muita música e dança e pretende, de forma divertida e inteligente, refletir sobre “o que é autoridade, convívio social, companheirismo e solidariedade”. O grupo Cia de Teatro Ju-venil da UFPR Litoral é composto por alunos da UFPR e tem cerca de 30 participantes.No País do PrequetésCia de Teatro Juvenil da UFPR Litoral18h30Theatro Municipal

Orquestra ¡OLA! homenageia a Trova CubanaA Orquestra latino-americana da UNESPAR – ¡OLA! é

um grupo criado para interpretar o cancioneiro e a música in-strumental da América Latina. A orquestra iniciou suas ativi-dades em novembro de 2013, e irá apresentar no Festival o espetáculo SILVIO, com repertório de 12 músicas do cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez, um dos principais repre-sentantes da Nova Trova Cubana.¡OLÁ!Orquestra Latino Americana UNESPAR22h00Palco Principal