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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS CARDIOTOXICIDADE INDUZIDA PELA DOXORRUBICINA: MECANISMOS DE LESÃO E TERAPIAS ANTIOXIDANTES (Revisão da Literatura) Léa Resende Moura Orientadora: Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

CARDIOTOXICIDADE INDUZIDA PELA DOXORRUBICINA:

MECANISMOS DE LESÃO E TERAPIAS ANTIOXIDANTES

(Revisão da Literatura)

Léa Resende Moura

Orientadora: Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura

GOIÂNIA 2011

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LÉA RESENDE MOURA

CARDIOTOXICIDADE INDUZIDA PELA DOXORRUBICINA:

MECANISMOS DE LESÃO E TERAPIAS ANTIOXIDANTES

(Revisão da Literatura) Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Nível: Doutorado.

Área de concentração:

Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Linha de Pesquisa:

Patobiologia animal, experimental e comparada

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura - EVZ/UFG

Comitê de Orientação:

Profº. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo - EVZ/UFG

Prof.a Dr.a Rosângela de Oliveira Alves - EVZ/UFG

GOIÂNIA 2011

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................1

2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................3

2.1. Noções básicas da histofisiologia cardíaca, cardiomiopatia dilatada, radicais

livres e estresse oxidativo.....................................................................................3

2.2. Doxorrubicina: generalidades, mecanismos de ação e cardiotoxicidade da

doxorrubicina............................................................................................................5

2.3. Lesões cardíacas induzidas pela doxorrubicina.............................................10

2.4. Estresse oxidativo e metaloproteinases de matriz..........................................13

2.5. Antioxidantes...................................................................................................15

2.5.1. Antioxidantes endógenos.............................................................................15

2.5.2. Antioxidantes alimentares............................................................................16

2.5.3. Frutos do cerrado com propriedades antioxidantes.....................................19

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................21

REFERÊNCIAS......................................................................................................22

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mecanismos da apoptose. 1) Principais indutores da apoptose.

Ligantes de morte específicos (fator de necrose tumoral e Fas ligante),

subtração dos fatores de crescimento ou hormônios e agentes nocivos

(ex., radiação). Alguns estímulos, como células citotóxicas, ativam

diretamente as caspases executoras (à direita). Outros atuam por meio

de proteínas adaptadoras e caspases iniciadoras ou por eventos

mitocondriais que envolvem o citocromo c. 2) A regulação é

influenciada por membros da família do gene Bcl-2, que podem inibir

ou promover a morte celular. 3) As caspases executoras ativam

endonucleases e proteases que degradam proteínas nucleares e do

citoesqueleto. 4) O resultado é a formação de corpúsculos apoptóticos

que expressam novos ligantes a captação por células

fagocíticas...............................................................................................8

Figura 2 A via intrínseca (mitocondrial) da apoptose. Os agonistas da morte

causam alterações na membrana mitocondrial interna resultando na

transição da permeabilidade mitocondrial e liberação de citocromo c e

outras proteínas pró-apoptóticas para o citosol, que ativa as

caspases...........................................................................................9

Figura 3 A) Fotomicrografia de corte transversal de miocárdio de ratos do grupo

controle. Morfologia normal do miocárdio (HE, 400X). B)

Fotomicrografia de corte transversal de miocárdio de ratos tratados

com doxorrubicina. Notar fragmentação (F) e separação das miofibrilas

(HE, 400x).............................................................................................10

Figura 4 Fotomicrografias do miocárdio de ratos tratados com doxorrubicina. A)

Fibras colágenas coradas em azul (setas) substituindo fibras

musculares, indicando fibrose. Tricômico de Masson, 100x. B) Corte

longitudinal das fibras musculares cardíacas, algumas apresentando

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vacuolização citoplasmática (setas). HE, 200x. C) Necrose miocárdica

(setas). HE, 200x. D) Variação no tamanho nuclear. HE, 200x. ..........11

Figura 5 Microscopia eletrônica de cardiomiócito ventricular de rato três

semanas após a aplicação de 2,2 mg/kg de doxorrubicina. Notar parte

do núcleo com várias mitocôndrias pequenas em seu interior e

miofibrilas supercontraídas adjacentes.................................................13

Figura 6 Fotomicrografias de tecido cardíaco dos grupos controle (A), DOX

(doxorrubicina) (B) e LBP (polissacarídeo de Lycium barbarum) + DOX

(C). Notar que a vacuolização citoplasmática e a desorganização

miofibrilar foi parcialmente atenuada no grupo C e acentuada no grupo

B (LPB + DOX). (HE, 400X)................................................................19

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LISTA DE ABREVIATURAS

ALT alanina aminotransferase

ANT antraciclinas

AST aspartato aminotransferase

Bax proteína x associada ao gene Bcl-2

Bcl-2 família de genes reguladores da apoptose / proteína antiapoptótica

CAT catalase

CK creatinafosfoquinase

CK-MB creatinafosfoquinase MB

CMD cardiomiopatia dilatada

DOX doxorrubicina

DPPH 2,2–difenil–1–picril–hidrazila

ERO espécies reativas de oxigênio

FAS sinal iniciador da apoptose

GPx glutation peroxidase

IAP inibidor de proteínas da apoptose

LDH lactato desidrogenase

MEC matriz extracelular

NADPH nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato

rFasL Fas ligante recombinante

RL radicais livres

RLO radicais livres de oxigênio

SOD superóxido dismutase

TGO transaminase glutâmico-oxalacética

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1 INTRODUÇÃO

A doxorrubicina (DOX), também denominada adriamicina, é uma droga

do grupo das antraciclinas (ANT) que está entre os quimioterápicos utilizados na

medicina e na medicina veterinária para o tratamento de diferentes neoplasias

malignas, especialmente tumores sólidos, leucemias e linfomas. Entretanto,

possui valor clínico limitado em função de sua cardiotoxicidade (SPEYER et al.,

1988; STEINHERZ et al., 1991; SANTOS et al., 2009).

O efeito cardiotóxico da DOX ao coração está associado a sua

concentração sérica; quando a dosagem excede 250mg/m2, ocorre degeneração

miocárdica progressiva em humanos (BRUNTON et al., 2007). Esta dose

acumulativa é significativamente menor em animais domésticos, por exemplo, em

gatos, recomenda-se não ultrapassar a dose total de 90 mg/m2 (SOUZA, 2004;

SILVA & CAMACHO, 2005; SOUZA & CAMACHO, 2006). Pelos efeitos tóxicos

amplamente conhecidos, a DOX tem sido utilizada como modelo experimental de

cardiomiopatia dilatada em diversas espécies animais (SOUSA, 2007).

De acordo com WOJTACKI et al. (2000), a cardiotoxicidade da DOX é

classificada cronologicamente em aguda, subaguda, crônica e tardia. A forma

aguda ocorre durante ou imediatamente após a administração da droga,

principalmente quando aplicada em velocidade rápida, e envolve vasodilatação,

hipotensão e arritmias. A subaguda é incomum e manifesta-se de um a três dias

após o término da quimioterapia, seguida de pericardite e/ou miocardite. A forma

crônica se desenvolve semanas ou meses após o término do tratamento e

caracteriza-se por cardiomiopatia dilatada com desenvolvimento subsequente de

disfunção contrátil e insuficiência cardíaca congestiva. A forma tardia se

assemelha à fase crônica e pode ocorrer anos após o término do tratamento.

Os efeitos anticancerígenos das ANT ocorrem por meio da inibição da

transcrição, síntese e replicação do ácido desoxirribonucleico (DNA), mas

também geram radicais reativos de oxigênio. A ação destes radicais é definida

como estresse oxidativo e designa uma condição na qual ocorre um desequilíbrio

entre as concentrações de espécies pró e antioxidantes (PEREIRA, 2006a). A

oxidação é parte fundamental da vida aeróbica e os radicais livres (RL) são

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produzidos naturalmente ou por alguma disfunção biológica. Seu excesso

apresenta efeitos prejudiciais como a peroxidação dos lipídios de membrana e

agressão às proteínas, enzimas, carboidratos e DNA (BARREIRO et al., 2005).

Pesquisas recentes sugerem que a apoptose dos miócitos está diretamente

relacionada ao estresse oxidativo causado pela DOX (EWER & LIPPMAN, 2005;

SMITH et al., 2010).

Estudos comprovam que dietas ricas em antioxidantes naturais

contribuem para a redução significativa de doenças crônicas e degenerativas

(PAULA JÚNIOR et al., 2006). Compostos naturais podem exercer efeitos

benéficos na cardiotoxicidade induzida pela DOX, por meio da neutralização de

RL (XIN et al., 2011).

Diante disso, esta revisão tem como objetivo buscar na literatura os

mecanismos de lesão induzida pela DOX, as terapias antioxidantes usualmente

utilizadas, com ênfase aos antioxidantes naturais.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Noções básicas da histofisiologia cardíaca, cardiomiopatia dilatada,

radicais livres e estresse oxidativo

O coração tem a parede espessa de forma a agir como uma bomba e é

o principal determinador da pressão sanguínea sistêmica. É formado por dois

sincícios de fibras musculares denominados atriais e ventriculares, separados por

tecido conjuntivo fibroso (KIERSZENBAUM, 2008).

As camadas do coração são denominadas epicárdio, miocárdio e

endocárdio. O miocárdio, a porção mais volumosa do coração, é contrátil e

composto por fibras musculares especializadas, que formam uma rede

interconectada e sustentada por tecido fibrocolagenoso frouxo. No ventrículo

esquerdo as fibras são mais espessas e têm núcleos maiores (GARTNER &

HIATT, 2003). As fibras musculares cardíacas podem ser uni ou binucleadas com

núcleos localizados centralmente (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008).

As fibras cardíacas são cadeias ramificadas de células musculares

estriadas, unidas em suas extremidades pelos discos intercalares. O músculo

cardíaco tem contração involuntária realizada pelo deslizamento dos filamentos

de actina sob os de miosina (STEVENS & LOWE, 2001). A atividade contrátil

rítmica é inerente a estas células e a frequência da contração é regulada por

impulsos nervosos (CORMACK, 2003).

De acordo com SOUSA (2007), o termo cardiomiopatia refere-se à

disfunção primária ou secundária do miocárdio na ausência de doença valvar

primária ou doença cardíaca congênita. As cardiomiopatias que merecem

destaque na clínica médica veterinária são a dilatada, a hipertrófica e a restritiva

(CAMACHO, 2001). A cardiomiopatia dilatada (CMD) representa o estágio final de

diversas afecções do miocárdio e caracteriza-se por dilatação, uni ou

biventricular, associada à disfunção contrátil geralmente progressiva (MATTOS,

1999). Pode ter origem idiopática ou conhecida (NELSON & COUTO, 1994; VAN

VLEET & FERRANS, 1986), dentre as quais se encontram as hereditárias,

nutricionais, tóxicas, endócrinas, infecciosas (virais, bacterianas e parasitárias),

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neoplásicas e associadas à hipertensão sistêmica (VAN VLEET & FERRANS,

2009).

Há relatos de deficiência de carnitina miocárdica em alguns cães que

apresentam CMD, bem como alguns agentes infecciosos podem estar associados

a esta enfermidade cardíaca em decorrência de miocardite, como o vírus da

cinomose e o parvovírus, Trypanosoma cruzi (Doença de Chagas), Borrelia

burgdorferi e Toxoplasma gondii. Outras causas podem incluir isquemia

miocárdica, infarto aterosclerótico das coronárias, toxinas, doenças

imunomediadas, hipotireoidismo, diabetes mellitus, neoplasias, doenças de

estoque do glicogênio, amiloidose e administração de fármacos (CAMACHO,

2001; SOUSA, 2007).

A CMD pode ser decorrente da cardiotoxicidade crônica de DOX e

geralmente ocorre a partir do primeiro mês do encerramento da quimioterapia (YU

et al., 2005). Atualmente, a cardiotoxicidade da DOX é tão bem estabelecida, que

esta droga vem sendo empregada no desenvolvimento de modelos experimentais

animais, especialmente utilizados para fins de pesquisa sobre a CMD em

humanos (SOUSA, 2007; PONTES et al. 2010). PONTES et al. (2010) testaram

um modelo experimental de CMD induzida por DOX em ratos. Para isso,

utilizaram 16 ratos que foram separados em dois grupos (GI placebo e GII 5mg/kg

de DOX). Após seis meses avaliaram os corações macroscopicamente e

microscopicamente e concluíram que a doxorrubicina foi efetiva na indução da

CMD, possivelmente constituindo-se em um modelo experimental para o estudo

desta afecção.

Radicais livres (RL) são moléculas que apresentam um elétron não

pareado no orbital mais externo, o que as tornam muito reativas. Entre estes

radicais encontram-se alguns íons metálicos como o ferro e o cobre, o hidrogênio,

o dióxido de nitrogênio, o óxido nítrico e o oxigênio. Dentre os RL, os mais

frequentes derivam do oxigênio e são denominados radicais livres de oxigênio

(RLO) (FABRIS, 1999). Existem, entretanto, compostos igualmente reativos como

os RLO que não possuem elétron não pareado na última camada e, portanto, não

podem ser chamados de RLO. Essas substâncias são classificadas de maneira

mais ampla como espécies reativas de oxigênio (ERO) (PEREIRA, 2006b).

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Os RL podem ser produzidos em processos fisiológicos ou patológicos.

Os organismos aeróbios sintetizam o ATP (adenosina trifosfato) por meio da

redução completa de oxigênio (O2) por quatro elétrons, pelo transporte

mitocondrial. Em alguns casos o oxigênio pode receber menos elétrons e, quando

isto acontece, formam-se RLO, que são parte do processo fisiológico. Contudo,

em algumas situações pode ocorrer produção excessiva de RL, o que leva ao

estresse oxidativo (RODRIGUES et al., 2003).

A neutralização de RL é feita por substâncias denominadas

antioxidantes, que são capazes de prevenir os efeitos deletérios da oxidação e

inibir a lipoperoxidação por meio do sequestro dos RL ou do quelamento dos íons

metálicos (THEROND et al., 2000).

2.2Generalidades, mecanismos de ação e cardiotoxicidade da doxorrubicina

A DOX é um antibiótico glicosídico, pertencente ao grupo das

antraciclinas (ANT), isolado de culturas de Streptomyces peucetius, variante

caesius (NASCIMENTO & MARTINS, 2005). Esta droga tem sido utilizada na

prática oncológica desde a década de 1960. A regressão tumoral é expressiva no

uso isolado da DOX e é significativamente maior quando combinada com outros

agentes antitumorais (SIMEONI, 2006). A sua utilidade clínica é limitada pela

dose acumulada, pois doses elevadas podem produzir danos ao miocárdio e até

causar insuficiência cardíaca (BARRET-LEE et al., 2009).

De acordo com SIMUNEK et al. (2009), tem sido sugeridas propostas

para explicar o motivo pelo qual o coração é o principal alvo da toxicidade das

ANT. Uma teoria sugere que a abundância de mitocôndrias neste tecido pode

aumentar significativamente a produção de ERO. Outra, que os níveis das

enzimas catalase e glutation peroxidase são menores neste tecido, reduzindo a

atividade antioxidante endógena. Ainda sugere-se maior retenção das ANT no

tecido cardíaco do que em outros tecidos (SIMUNEK et al., 2009).

Quanto ao mecanismo de ação, as ANT agem alterando o DNA e

produzindo RL, por isso são eficazes contra o câncer. Porém outros mecanismos

têm sido descritos (GRANADOS-PRINCIPAL et al., 2010). As ANT intercalam-se

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com o DNA, causando ruptura de filamento único e filamentos duplos, bem como

troca de cromátides irmãs (ALMEIDA et al., 2005; NASCIMENTO & MARTINS,

2005). Portanto, as ANT são tanto mutagênicas quanto carcinogênicas.

Similarmente a outros fármacos intercalantes de DNA, a DOX assume importante

ação inibidora da topoisomerase II, uma enzima importante no processo de

replicação do DNA (DIAS et al., 2003). Em função de seu grupo quinona, também

geram RL em tecidos normais e malignos (KARIM et al., 2001).

Quanto à produção de radicais livres, as ANT reagem com a citocromo

P450 redutase na presença de fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo

reduzido (NADPH) para formar intermediários de radicais semiquinonas, os quais,

por sua vez, podem reagir com o oxigênio para produzir radicais de ânion

superóxido. Estes podem gerar peróxido de hidrogênio e radicais hidroxila

(BRUNTON et al., 2007).

Fontes de ferro são importantes na lesão oxidativa de células, tendo

papel significativo na patogênese de lesões induzidas por RL. O ferro (Fe) é

indispensável para a respiração celular. Este elemento é utilizado nos citocromos

mitocondriais para transporte de elétrons. Entretanto, este metal apresenta papel

crucial na injúria tóxica por oxigênio. A maioria do ferro encontra-se na forma

férrica (Fe+++) no citoplasma e tem que ser reduzida para a forma ferrosa (Fe++)

para ser ativa na reação de Fenton (reação química que descreve a ligação entre

o peróxido de hidrogênio e o ferro para formar radicais hidroxila). Esta redução

pode ser estimulada pelo ânion superóxido, e deste modo o superóxido torna-se

importante porque gera radicais hidroxila (FABRIS, 1999).

Ainda há controvérsias com relação à patogênese molecular da

cardiotoxicidade induzida pela DOX. A hipótese descrita anteriormente, que

relaciona a produção de RL é a mais aceita. Entretanto, evidências sugerem que

outros mecanismos estejam envolvidos neste processo. De acordo com

GRANADOS-PRINCIPAL et al. (2010), tais mecanismos podem estar associados

ao estresse oxidativo e devem ser amplamente estudados a fim de que se

possam desenvolver terapias cardioprotetoras eficientes (SIMUNEK et al., 2009).

Conforme MINOTTI et al. (2004), até poucos anos atrás a apoptose era

descartada como um possível mecanismo de cardiotoxicidade induzida pelas

ANT. Porém, este quadro mudou drasticamente. A apoptose é um fenômeno em

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que a célula aciona mecanismos que culminam com sua morte. Este processo

pode ser desencadeado por diversos estímulos, sejam eles o estresse oxidativo,

substâncias químicas, irradiações ou até mesmo a hipóxia. A apoptose resulta

sempre em ativação das proteases, que pode ocorrer por diferentes rotas. As

mais comumente utilizadas são a ativação das caspases por via direta, a ativação

das caspases via alteração mitocondrial e por meio da interferência de proteínas

citoplasmáticas reguladoras da apoptose (Figura 1) (PEREIRA, 2006b).

De acordo com MYERS & MCGAVIN (2009), o termo caspase baseia-

se em duas propriedades dessa família de enzimas: o “c” refere-se à cisteína

protease (isto é, uma enzima com cisteína em seu sítio ativo) e “aspase” refere-se

à capacidade singular dessas enzimas em clivar resíduos de ácido aspártico.

Há dois tipos de caspases denominadas iniciadoras e executoras. As

caspases iniciadoras ativam as executoras que, por sua vez, clivam outros

substratos protéicos, como proteínas citoesqueléticas e da matriz nuclear, e

resultam em apoptose (MYERS & MCGAVIN, 2009).

Agentes químicos, RL, radiações ionizantes e luz ultravioleta

desencadeiam a apoptose por diversos mecanismos. Porém, todos estes

estímulos lesivos atingem o genoma da célula podendo ativar a expressão do

gene p53 e seu produto, a proteína p53, induzindo retardo mitótico e apoptose.

Um dos principais alvos da p53 são os genes das proteínas inibidoras da

apoptose (IAP). Sendo assim, as caspases naturalmente inibidas pelas IAP

tornam-se ativadas. Além disso, a p53 ativa os genes das proteínas pró-

apoptóticas Bax (proteína x associada ao Bcl-2), que se dimerizam com as

proteínas antiapoptóticas Bcl-2 (proteínas reguladoras da apoptose inicialmente

identificadas em células B de linfoma), resultando em aumento da permeabilidade

mitocondrial com liberação de fatores pró-apoptóticos (Figura 1) (PEREIRA,

2006b).

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Ainda de acordo com PEREIRA (2006b), dois outros mecanismos

podem estar envolvidos na indução da apoptose por radiações e RL: a ação direta

sobre as mitocôndrias e a agressão direta na membrana ativando

esfingomielinases, que induzem a liberação de ceramida. A liberação de ceramida

ativa proteínas cinases e fosfatases capazes de inativar os inibidores das

caspases 8 e 9, ativando e induzindo-as à apoptose.

FIGURA 1 –Representação esquemática dos mecanismos da apoptose. 1) Principais indutores da apoptose. Ligantes de morte específicos (fator de necrose tumoral e Fas ligante), subtração dos fatores de crescimento ou hormônios e agentes nocivos (ex., radiação). Alguns estímulos, como células citotóxicas, ativam diretamente as caspases executoras (à direita). Outros atuam por meio de proteínas adaptadoras e caspases iniciadoras ou por eventos mitocondriais que envolvem o citocromo c. 2) A regulação é influenciada por membros da família do gene Bcl-2, que podem inibir ou promover a morte celular. 3) As caspases executoras ativam endonucleases e proteases que degradam proteínas nucleares e do citoesqueleto. 4) O resultado é a formação de corpúsculos apoptóticos que expressam novos ligantes a captação por células fagocíticas.

Fonte: Adaptado de MYERS & MCGAVIN (2009).

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A DOX foi relacionada a apoptose induzida extrinsicamente pelo

receptor com domínio da morte Fas ligante recombinante (rFasL) em

cardiomiócitos de ratos neonatos (YAMAOKA et al., 2000). Com relação ao

caminho intrínseco mitocondrial, de acodo com MINOTTI et al. (2004), a DOX

induz a apoptose favorecendo a liberação de citocromo c, por meio do aumento

da expressão da Bax, que induz a abertura do poro mitocondrial, ou pela inibição

de Bcl-2, proteína que bloqueia a saída de citocromo c (Figura 2).

A busca por produtos que aumentem a expressão de proteínas

antiapoptóticas é alvo de pesquisas. O objetivo deste aumento é reduzir a

apoptose, um dos mecanismos de cardiotoxicidade, tendo assim um efeito

protetivo (ZHENG et al., 2011;. XIN et al. 2011). XIN et al. (2011) relataram que o

polissacarídeo de Lycium barbarum (LPB), pode aumentar a expressão da

proteína antiapoptótica Bcl-2, funcionando como um cardioprotetor.

FIGURA 2 –Representação esquemática da via intrínseca (mitocondrial) da apoptose. Os agonistas da morte causam alterações na membrana mitocondrial interna resultando na transição da permeabilidade mitocondrial e liberação de citocromo c e outras proteínas pró-apoptóticas para o citosol, que ativa as caspases.

Fonte: Adaptado de MYERS & MCGAVIN (2009).

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De acordo com ZHENG et al. (2011) & MINOTTI et al. (2004) a falha da

homeostase dos níveis de cálcio é uma importante causa da cardiotoxicidade

mediada pela DOX. A homeostase dos níveis de cálcio é fundamental para os

mecanismos de excitação/contração da fibra muscular e a DOX pode interferir nas

funções destes canais.

2.3 Lesões cardíacas induzidas pela doxorrubicina

Algumas das lesões características da toxicidade miocárdica por DOX

são a perda ou fragmentação de miofibrilas (Figura 3B), edema muscular,

hipertrofia muscular compensatória (YU et al., 2005), fibrose, vacuolização

citoplasmática, necrose e alteração no tamanho nuclear (PONTES et al., 2010).

Assim, quando se suspeita de cardiotoxicidade pela DOX a biopsia miocárdica é o

método diagnóstico definitivo (YU et al., 2005).

FIGURA 3 – A) Fotomicrografia de corte transversal de miocárdio de ratos do grupo controle. Morfologia normal do miocárdio (HE, 400X). B) Fotomicrografia de corte transversal de miocárdio de ratos tratados com DOX. Notar fragmentação (F) e separação das miofibrilas (*) (HE, 400X).

Fonte: Adaptado de SHARKER & SOUROUR (2010).

*

*

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PONTES et al. (2010) avaliaram lesões macroscópicas e

microscópicas de ratos seis meses após a aplicação de 5mg/kg de DOX. Aferiram

os diâmetros externos e internos e a espessura do ventrículo esquerdo. Os

corações aumentaram 41% em relação ao peso; 33% no diâmetro interno e 14%

no diâmetro externo; e 24% na espessura da parede do VE. Microscopicamente,

fibrose do tecido miocárdico foi observada em 75% dos animais (Figura 4A);

100% dos animais apresentaram vacuolização citoplasmática dos miócitos (Figura

4B); houve necrose miocárdica em 75% dos animais (Figura 4C) e 87%

apresentaram variação no tamanho nuclear (Figura 4D).

FIGURA 4 – Fotomicrografias do miocárdio de ratos tratados com doxorrubicina. A) Fibras colágenas coradas em azul (setas) substituindo fibras musculares, indicando fibrose. Tricômico de Masson (100X). B) Corte longitudinal das fibras musculares cardíacas, algumas apresentando vacuolização citoplasmática (setas). HE (200X). C) Necrose miocárdica (setas). HE (200X). D) Variação no tamanho nuclear (setas). HE (200X).

Fonte: Adaptado de PONTES et al. (2010).

SIMEONI (2006) relata que na cardiomiopatia induzida pela DOX

ocorrem danos funcionais e desvios na função contrátil do músculo cardíaco,

gerando incapacidade do coração em bombear sangue e, consequentemente, O2

B

C D

A

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na quantidade ideal para o metabolismo celular. Há perda de cardiomiócitos por

necrose e apoptose, bem como alterações estruturais que geram hipertrofia.

Para NASCIMENTO & MARTINS (2005), a aplicação de uma dose

elevada ou a administração de doses múltiplas em espaço de tempo

relativamente curto desenvolverá rapidamente uma extensa lesão cardíaca. Essa

se caracterizará por dilatação do retículo sarcoplasmático, picnose nuclear,

degeneração focal dos miócitos e edema mitocondrial. Mesmo não havendo

alteração no peso cardíaco, os miócitos podem sofrer alterações como

vacuolização citoplasmática, desorganização das miofibrilas e necrose.

A dilatação cardíaca ocorrida durante o uso prolongado da DOX altera

os componentes da matriz extracelular (MEC) (GOTO et al., 2003). As altas

concentrações de DOX alteram a rede de colágeno e também os cardiomiócitos

(DIEZ, 2010). No coração, o colágeno é a principal proteína de sustentação

dessas células. Quando a síntese desta proteína predomina sob a degradação, o

resultado é a fibrose. Ao contrário, quando a degradação predomina, a perda do

colágeno resulta em disfunção contrátil (DIEZ, 2010).

DUDNAKOVA et al. (2003) avaliaram no coração de ratos, por

microscopia de luz, microscopia eletrônica e imunoistoquimica, os colágenos tipo

I, III e IV após uma única aplicação de DOX (2,2 ou 0,44 mg/kg), duas horas e

três semanas após a injeção. De acordo com os autores, após três semanas, na

dose mais elevada (2,2 mg/kg), houve aumento da densidade e extensão do

colágeno, indicando o desenvolvimento de fibrose difusa. Neste mesmo estudo

observaram-se apoptose, perda focal de elementos contráteis, alterações no

citoesqueleto e cardiomiócitos com núcleo penetrado por mitocôndrias, sugerindo

drástica alteração na permeabilidade nuclear (Figura 5) (DUDNAKOVA et al.,

2003).

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FIGURA 5 - Fotomicrografia eletrônica de cardiomiócito ventricular de rato três semanas após a aplicação de 2,2 mg/kg de doxorrubicina. Parte do núcleo com várias mitocôndrias pequenas em seu interior (setas) e miofibrilas supercontraídas adjacentes (estrelas).

Fonte: DUDNAKOVA et al. (2003).

2.4 Estresse oxidativo e metaloproteinases de matriz

De acordo com POTÁKOVÁ et al. (2007), o estresse oxidativo pode

ativar as metaloproteinases de matriz (MMP), que são enzimas responsáveis pela

degradação de componentes da MEC e atuam no desenvolvimento e

remodelamento normais da MEC ou em processos patológicos (KHASIGOV et al.,

2003). Essas enzimas são classificadas em quatro famílias de diferentes

especificidades ao substrato, denominadas colagenases (MMP1, MMP8 e

MMP13), gelatinases (MMP2 e MMP9), estromalisinas (MMP3, MMP7, MMP10,

MMP11 e MMP26) e metaloproteinases de membrana (MMP14, MMP15, MMP16,

MMP17, MMP24 e MMP25) (HE et al., 1989).

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Os inibidores de metaloproteinases (TIMP) são proteínas específicas

que regulam a atividade das MMP, auxiliando, desta forma, na manutenção da

integridade da MEC (BREW et al., 2000; VISSE & NAGASE, 2003; PARKS et al.,

2004; PAGE MCCAW et al., 2007). São descritos quatro tipos de TIMP (1, 2, 3 e

4), que diferem em estrutura, propriedades bioquímicas, expressão e funções

biológicas (BREW et al., 2000; HAYAKAWA & YAMASHITA, 2003). O equilíbrio

entre síntese e a ação das MMP e seus inibidores é fundamental para a

manutenção da homeostase das proteínas da MEC. Entretanto, quando esse

equilíbrio é rompido, a integridade da MEC torna-se comprometida (STETLER-

STEVENSON, 1996).

Estudos têm sido realizados para avaliar a ação das MMP e seus

inibidores na cardiotoxicidade induzida pela DOX. Tanto a MMP-2 quanto a MMP-

9 desempenham importante função no desenvolvimento de diversas doenças

cardiovasculares (KIZAKE et al., 2006). Alterações nos níveis de MMP-2 e MMP-9

no miocárdio foram observadas na cardiomiopatia dilatada em humanos (LI et al.,

1998; THOMAS et al., 1998; SPINALE et al., 2000), em doenças hipertensivas

utilizando ratos como modelo experimental (ROBERT et al., 1997), no infarto do

miocárdio (PETERSON et al., 2000), bem como após tratamento agudo (KIZAKE,

2006) e crônico (ADAMCOVÁ et al., 2010) com DOX em ratos.

As MMP podem degradar componentes MEC como as fibras colágenas

tipo I, II e III, gelatina, fibronectina, laminina e vitronectina. A MEC é responsável

pela organização e pela integridade estrutural do miocárdio. No estresse

oxidativo, assim como em outros processos patológicos, pode haver um

desequilíbrio entre as proteases e antiproteases, resultando em alterações

quantitativas e/ou qualitativas na composição da matriz, o que pode resultar em

ruptura do colágeno, com consequente dilatação e remodelamento do miocárdio

(SHAKER & SOUROUR, 2010).

O remodelamento induzido pela DOX pode ser prevenido

terapeuticamente com dexrazoxane, um quelante de ferro, neutralizador de RL

(ADAMCOVÁ et al., 2010). O dexrazoxane é capaz de quelar os íons de ferro

livres, diminuindo assim as reações envolvendo este íon para a produção de RLO,

com consequente redução do estresse oxidativo induzido por esta droga

(GRANADOS-PRINCIPAL et al., 2010).

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2.5 Antioxidantes

Segundo HALLIWELL (2002), antioxidante é qualquer substância que,

quando presente em baixa concentração, retarda ou previne a oxidação do

substrato.

Existem várias formas de classificação dos antioxidantes. Quanto à

solubilidade, são classificados em hidrossolúveis ou lipossolúveis (SACKHEIM &

LEHMAN, 2001); quanto ao mecanismo de combate aos radicais livres, em

primários ou secundários; quanto à origem, em endógenos (primários,

secundários ou terciários) (LIMA, 2008) ou exógenos, dentre os quais se

encontram os alimentares (BARREIROS & DAVID, 2005). Podem ainda ser

classificados em enzimáticos ou não enzimáticos, sintéticos ou naturais (LIMA,

2008).

A maioria dos antioxidantes solúveis em água reage com oxidantes no

citoplasma celular e no plasma sanguíneo, enquanto os antioxidantes

lipossolúveis protegem as membranas celulares da peroxidação lipídica

(SACKHEIM & LEHMAN, 2001).

Os antioxidantes primários promovem a remoção ou inativação dos RL

formados durante a iniciação ou propagação de uma reação oxidativa. Agem por

meio da doação de átomos de hidrogênio a estas moléculas, interrompendo a

reação em cadeia (LEE & SHIBAMOTO, 2002). Os antioxidantes secundários

bloqueiam a decomposição dos hidroperóxidos e peróxidos pela ação de agentes

redutores, convertendo-os na forma inativa (LIMA, 2008).

2.5.1 Antioxidantes endógenos

Os antioxidantes endógenos compreendem os mecanismos de defesa

celulares (LIMA, 2008). Segundo FREI (1999), os antioxidantes endógenos

primários agem por meio da quelação dos íons metálicos implicados nos

processos oxidativos. Constituem este grupo as proteínas transportadoras de íons

albumina, ceruloplasmina, ferritina, melationeína e transferrina.

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Os antioxidantes endógenos secundários neutralizam os RL antes que

os mesmos participem de reações em cadeia. Neste grupo encontram-se as

enzimas antioxidantes (superóxido dismutase, catalase, glutation peroxidase e

glutation redutase) e os compostos de baixo peso molecular (ácido úrico,

bilirrubina, glutation e coenzima-Q) (LIMA, 2008).

Já os antioxidantes endógenos terciários reparam ou eliminam

estruturas celulares lesadas. Neste grupo encontram-se as enzimas de reparo

denominadas DNA glicosidases, endonucleases e ligases (TUDEK, 2003).

2.5.2 Antioxidantes alimentares

Os alimentos além de fornecer nutrientes, podem conter compostos

bioativos promotores da saúde, como a atividade antioxidante das vitaminas A, C

e E, e de compostos fenólicos. De forma geral, o poder antioxidante de frutos e

hortaliças se relaciona aos teores destes compostos, que neutralizam a ação dos

RL (GONÇALVES, 2008).

Devido à grande utilidade das ANT no tratamento do câncer, bem como

ao seu amplo potencial em produzir lesões induzidas por RL, grandes esforços

tem sido feitos em busca de terapias antioxidantes que possam reduzir o estresse

oxidativo destas drogas, sem alterar a eficácia das mesmas. Vários compostos

têm sido testados, especialmente os antioxidantes naturais (GRANADOS-

PRINCIPAL et al., 2010).

Os fenóis, flavonoides, tocoferóis, fosfolipídios, aminoácidos, ácido

fítico, ácido ascórbico, pigmentos e esteróis são substâncias químicas que

possuem atividade antioxidante (ROESLER et al., 2007). Antioxidantes naturais

podem ser extraídos de vegetais e plantas e são excelentes fontes de compostos

fenólicos (ZHENG & WANG, 2001; MANACH et al., 2005). Os compostos

fenólicos apresentam uma grande quantidade de propriedades fisiológicas, dentre

as quais estão as antialergênicas, anti-inflamatórias, antimicrobianas,

antitrombóticas, cardioprotetoras e vasodilatadoras (MIDDLETON et al., 2000;

BALASUNDRAM et al., 2006).

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O consumo de antioxidantes naturais, como os compostos fenólicos,

presentes na maioria das plantas, inibe a formação de RL e tem sido associado a

uma menor incidência de doenças relacionadas com o estresse oxidativo

(DROGE, 2002). LEE & SHIBAMOTO (2002) evidenciaram que a atividade

antioxidante dos compostos e ácidos fenólicos encontrados em plantas tem seus

efeitos atribuídos a sua propriedade redox e estrutura química. Demonstraram

ainda que os compostos fenólicos possuem um anel benzênico, um grupamento

carboxílico e um ou mais grupamentos de hidroxila na molécula, que lhes

conferem propriedades antioxidantes.

O ácido ascórbico (vitamina C), presente em frutas cítricas e algumas

hortaliças, se destaca entre os antioxidantes naturais por ser considerado um dos

mais potentes e menos tóxicos. É hidrossolúvel e encontrado em altas

concentrações em diversos tecidos. É um eficaz neutralizador de RL, já que reage

com as ERO oxidando-se a desidroascórbico, e pela ação da enzima

dehidroascorbatoredutase volta a se converter em ácido ascórbico (LIMA, 2008).

A vitamina C é utilizada para comparar o efeito protetivo de outros compostos

contra os efeitos tóxicos da DOX (GRANADOS-PRINCIPAL et al., 2010).

A vitamina E possui elevada capacidade antioxidante, desempenha

papel biológico fundamental e protege contra os efeitos tóxicos da DOX. Em altas

doses a vitamina E reduz a peroxidação lipídica e aberrações cromossômicas. De

acordo com GRANADOS-PRINCIPAL et al. (2010), este antioxidante reduz a

nefrotoxicidade induzida pela DOX e acelera a regeneração da pele.

PURE et al. (2005) avaliaram o efeito da vitamina E na cardiotoxicidade

induzida pela DOX, utilizando 18 ratos divididos em três grupos (n=6) - grupo A

(controle); grupo B (DOX) e grupo C (pré-tratamento com vitamina E + DOX).

Avaliaram peso, eletrocardiografia, níveis séricos de creatinafosfoquinase MB

(CK-MB), lactato desidrogenase (LDH) e transaminase glutâmico-oxalacética

(TGO), também chamada aspartato aminotransferase (AST). Concluíram que o

pré-tratamento com vitamina E reduziu as alterações eletrocardiogáficas, ajudou a

reduzir os níveis de CK-MB e LDH aumentados com a lesão do miocárdio

causada pela DOX, mostrando evidências de que a vitamina E apresenta efeito

protetor no miocárdio de ratos submetidos à cardiotoxicidade pela DOX.

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Carotenoides são pigmentos que dão cor a determinados alimentos,

como frutas e verduras, e participam ativamente na fisiologia vegetal,

especialmente da fotossíntese. Alguns carotenoides possuem atividade pró-

vitamina A e antioxidante. Os carotenoides se assemelham à vitamina E por

possuir característica lipofílica, atuando sobre as lipoproteínas. Seu potencial

antioxidante é utilizado quando as lipoproteínas se expõem à oxidação lipídica.

Laranja, manga, mamão, cenoura, batata doce e folhas de espinafre são

exemplos de frutas e verduras que se destacam pela abundância de pigmentos

carotenoides (LIMA, 2008).

Pesquisas foram realizadas em busca de substâncias antioxidantes

para neutralizar os efeitos deletérios do estresse oxidativo e relatam a redução da

cardiotoxicidade da DOX (OZDOGAN et al., 2011 & XIN et al., 2011).

XIN et al. (2011) investigaram o efeito protetivo do Lycium barbarum

(açaí da china) na cardiotoxicidade induzida pela DOX. Para isso, utilizaram 32

ratos divididos em quatro grupos (n=8). Os ratos do G1 receberam água e solução

salina; os do G2 LPB (polissacarídeo de Lycium barbarum) e solução salina; os

do G3 água e DOX (DOX); e os do G4 LPB e DOX. O LPB (200 mg/Kg) e a água

destilada foram administrados por via oral durante 10 dias. A DOX (10 mg/Kg) e a

solução salina (0,9%, 10 ml/kg) foram administrados por via intravenosa no dia

sete após o início do experimento. Três dias após a aplicação da DOX foi

realizado exame eletrocardiográfico, análises bioquímicas e os ratos eutanasiados

para a avaliação morfológica. Os autores concluíram que o LPB propiciou

significativo efeito protetivo na cardiotoxicidade induzida pela DOX pela supressão

do estresse oxidativo. Microscopicamente, o grupo que recebeu somente a DOX

apresentou extensa vacuolização citoplasmática e desorganização miofibrilar

(Figura 6).

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FIGURA 6- Fotomicrografias de tecido cardíaco de ratos dos grupos controle (A), DOX (B) e LBP + DOX (C). Notar que a vacuolização citoplasmática e a desorganização miofibrilar foi parcialmente atenuada no grupo C e acentuada no grupo B (LPB + DOX). (HE, 400X). Fonte: Adaptado de XIN et al. (2011).

OZDOGAN et al. (2011) avaliaram o efeito antioxidante da carnosina,

um dipeptídeo presente em tecidos de mamíferos, particularmente encontrado

nas fibras musculares esqueléticas, responsável pela neutralização de RL e

produtos da peroxidação lipídica das membranas celulares. Avaliaram-se pressão

arterial, parâmetros hemodinâmicos, eletrocardiográficos, exames bioquímicos

tais como creatinafosfoquinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), aspartato

aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), quantificação das

enzimas glutation peroxidase (GSH-Px), superóxido dismutase (SOD) e catalase

(CAT), e mensuração da peroxidação lipídica pelo método de quantificação de

substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). Segundo os autores, o

tratamento com carnosina promoveu significativa redução da disfunção cardíaca

induzida pela DOX, revelada pela normalização da função ventricular,

eletrocardiografia (ECG) e exames bioquímicos.

2.5.3 Frutos do cerrado com propriedades antioxidantes

ROESLER et al. (2007) avaliaram a atividade antioxidante de diferentes

frações de frutos (casca, polpa e semente) do cerrado. Trabalharam com Annona

crassiflora (araticum), Solanum lycocarpum (lobeira), Eugenia dysenterica

(cagaita), Caryocar brasilense (pequi) e Swartzia langsdorfii (banha de galinha).

Os extratos aquosos e etanólicos foram avaliados e devido ao altíssimo teor de

fenóis em alguns extratos, os mesmos foram selecionados para medir o potencial

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de sequestrar RL pelo modelo 2,2 difenil-1-picril hidrazil (DPPH). Os extratos que

apresentaram os melhores resultados neste estudo foram o aquoso e etanólico da

casca do pequi, o etanólico das sementes de cagaita e o etanólico da casca e

sementes de araticum.

Algumas espécies do gênero Caryocar, da família Caryocaraceae,

denominadas pequi, piqui ou piquiá, são de ocorrência no cerrado brasileiro e os

frutos são apreciados e utilizados na culinária das regiões Centro-Oeste, Norte e

parte do Nordeste. É de uso amplo das populações destas regiões, em grande

parte pelo seu valor alimentício, medicinal, melífero, ornamental, oleaginoso e

tanífero (KERR et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2008). Segundo LIMA et al. (2007),

o fruto do pequi é potencialmente uma fonte de compostos antioxidantes, pois

possuem 209 mg/100g de compostos fenólicos totais avaliados em todo o fruto,

com maior quantidade na casca. Para KUSKOSKI et al. (2005), a capacidade

antioxidante do pequi está diretamente relacionada aos compostos fenólicos.

De acordo com SILVA et al. (2001), os frutos da cagaiteira (Eugenia

dysenterica DC., Myrtaceae) se destacam no bioma cerrado, podem ser

consumidos in natura ou processados na forma de licores, sorvetes, sucos ou

geleias, e seus frutos, folhas e cascas apresentam propriedades medicinais. As

folhas e cascas são utilizadas pela medicina popular no tratamento de diarreias,

diabetes e icterícia. De acordo com GONÇALVES (2008), a cagaita pode ser

considerada uma boa fonte de antioxidantes.

ALVES et al. (2008) avaliaram por voltametria cíclica o potencial

redutor dos extratos etanólicos e hexânicos da cagaita, cajuzinho-do-cerrado e

guariroba, e concluíram que todos estes frutos do cerrado goiano possuem

antioxidantes naturais e oferecem significativa atividade antioxidante.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tanto o organismo humano quanto o animal estão sujeitos a lesões

induzidas pelo estresse oxidativo, causado pelo próprio organismo ou por fontes

exógenas. A doxorrubicina é uma dentre as várias fontes exógenas de radicais

livres. Devido à relevância clínica e social, antioxidantes naturais derivados da

dieta, como os compostos fenólicos, a vitamina E, vitamina C, os carotenoides,

entre outros, são alvo de investigação científica.

Porém, os mecanismos complexos das atividades pró e antioxidantes

de diversos compostos naturais ainda não estão completamente esclarecidos.

Além disso, constatou-se que os mecanismos moleculares de cardiotoxicidade

pelas antraciclinas também não são bem compreendidos. A profunda

compreensão dos mesmos é fundamental para a obtenção de terapias

cardioprotetoras eficientes.

Os oncologistas necessitam muitas vezes aumentar a dosagem e/ou o

número de aplicações de doxorrubicina em função da resistência de certas

neoplasias. Neste sentido, a busca por substâncias citoprotetoras que visem

reduzir a cardiotoxicidade desta droga sem diminuir seu pontencial quimioterápico

passa a ser alvo de pesquisas.

É importante ressaltar que existem vários frutos do cerrado com grande

capacidade antioxidante e destacar a possibilidade da exploração sustentável dos

recursos naturais deste bioma brasileiro.

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