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 Escola Superior de Geopolítica e Estratégia Mantenedora: Organização para Estudos Científicos (OEC) UM ESTUDO SOBRE OS CARECAS URBANOS E SUAVINCULAÇÃO COM OS MOVIMENTOS NEO-NAZISTAS NO BRASIL Relatório para Debate de 05/11/2000 Prof. Fernando G. Sampaio Reitor da Escola Superior de Geopolítica e Estratégia Presidente da 0. E. C. Professor de Pensamento Geopolítico e Estratégico Cidadão Emérito de Porto Alegre Contato: Caixa Postal n° 8006 - Agência Aeroporto - 90.201-970 Fone/fax/secretaria eletrônica 24 horas: 343.1927

Carecas Do Brasil

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    UM ESTUDO SOBRE OS CARECAS URBANOS ESUAVINCULAO COM OS MOVIMENTOS NEO-NAZISTAS NO

    BRASIL

    Relatrio para Debate de05/11/2000

    Prof. Fernando G. Sampaio

    Reitor da Escola Superior de Geopoltica e EstratgiaPresidente da 0. E. C.

    Professor de Pensamento Geopoltico e EstratgicoCidado Emrito de Porto Alegre

    Contato: Caixa Postal n 8006 - Agncia Aeroporto - 90.201-970Fone/fax/secretaria eletrnica 24 horas: 343.1927

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    1- OBJETO DO RELATRIO: estudar e caracterizar os chamados ''skinheads'' ou "cabeasraspadas", como grupo potencialmente perigoso para a segurana pblica, pela capacidade deatingirem o estgio do terrorismo poltico organizado.

    2- MOTIVAO: um funcionrio da ONG - "Anistia Internacional" - ,em Porto Alegre, de nomeJos Eduardo Bernardes da Silva, registrou queixa em uma delegacia de Porto Alegre, quetinha recebido, jogado no pteo da sede, uma correspondncia com ameaas de morte, cujascpias, xerografadas, apresentou. Disse, ainda, que estava em Porto Alegre j fugindo destasameaas, que lhe eram feitas em So Paulo, sua verdadeira residncia.

    3- ESTRUTURA: o fato chama a ateno por mostrar a possibilidade de os "carecas" terem acapacidade de articulao, em nvel de boa parte do territrio nacional e estarem aptos arastrearem uma vitima at um local bem distante e, ali, darem continuidade a sua ao. Estaao, no caso, foi de ordem psicolgica, intimidatria, poderamos dizer, de "terrorismopsicolgico". Ainda que no tenha se dado atentado fsico, uma ao efetiva de terrorismo, nocaso urbano, e gera inquietao num bairro particularmente delicado.

    4- O BOM FIM: a regio chamada "Bom Fim", em Porto Alegre, o centro da comunidadeisraelita. Ali esto as sinagogas ativas, as sedes das entidades administrativas e culturais dosmesmos. Por outro lado, uma rea que delimita com o Parque Farroupilha e tem, comoatrao aos fins de semana, um "mercado das pulgas", que atrai, pela sua prpria natureza, todaa sorte de marginais e gangues, as mais variadas. Acresce, ainda, que um dos centros ondeexiste a maior militncia do chamado "partido dos trabalhadores." , pois, um localpotencialmente explosivo e que deve ser monitorado, estudado e analisado com muita ateno,pelos servios policiais.

    5- OS CARECAS: os chamados "carecas" no so particularmente ativos em Porto Alegre, mastem seu centro de origem em So Paulo e um sub-centro bem organizado no Nordeste. Sernecessrio estudar as diferentes regies de Porto Alegre para descobrir se esta espcie degangue ou "tribo urbana", na expresso de Maffesoli, estaria em formao em nosso meio, que metropolitano, com muitas cidades satlites, formando, quase, uma conurbao.

    6- Referncias: Political Terrorism, Paul Wilkinson, The Macmillan Press, London, 1967(terrorismo repressivo, p. 40 em diante ). Michel Maffesoli - 0 tempo das tribos: odeclnio do individualismo nas sociedades de massa, Forense Universitria, Rio,1987.

    Conurbao: Aglomerao urbana no-planejada (0 mundo urbano, J. John Palen, ForenseUniversitria, Rio, s/d. p. 123 ).

    7- HISTRICO: os chamados ''skinheads'' tem sua origem na Gr-Bretanha, ao final dos anos 60e so filhos de pais operrios, moradores em reas suburbanas. So violentos, contra osimigrantes, chauvinistas e fortemente nacionalistas. Com a dissoluo dos antigos partidosfascistas e nazistas, na Gr-Bretanha, passaram a se compor com o sucessor destes, a FrenteNacional e fazem comcios e manifestaes nas reas onde existem grandes concentraes deimigrantes (indianos, paquistaneses, etc.), na Gr-Bretanha. Eles surgem ao mesmo tempo emque a classe operria inglesa, de forte tradio histrica, enfrenta a crise do ps-industrialismo ea transformao na dita "sociedade ps-industrial" ou " de conhecimento" (e informtica ).

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    interessante observar que o seu aparecimento vai coincidir com a crise dos anos 70, a subida doconservadorismo ingls, a ascenso e o governo muito bem sucedido de Margareth Tatcher etodo o complexo de inovaes da resultantes (derrota do sindicalismo, da ttica de greve dosmineiros, privatizao, aes reguladoras, capitalismo popular, empregos em servios,crescente necessidade de domnio dos computadores, aumento na imigrao africana e asitica,etc, etc.).

    8- NO BRASIL: em nosso Pas, os "skinheads" comeam a surgir, como grupos organizados, noincio dos anos 80, em So Paulo e so, em princpio, dissidncia do movimento dos "punks''(geralmente utilizado no sentido de -podre-), que utilizam modismos extravagantes, como meiode afirmao e descendem, por sua vez, do movimento americano do "rock and roll" (anos 60),que conduz ao "flower power'' ou "hippies". Contudo existe uma grande diferena nestavariante. Ela a negao da essncia dos movimentos americano/ingls, de contestao, orgiaspan-sexuais, culto s drogas, vida grupal ou no familiar, no sentido convencional. Os''skinheads", assim como os nossos "carecas urbanos", so tipos conservadores e, ao contrriodos movimentos de onde provem, em especial os "punks", no se baseiam no "slogan" -"paz eamor"- e sim nos mesmos termos utilizados pelos antigos nazistas, ou seja, dio, preconceito,raiva, agressividade, racismo.No caso brasileiro, o item racismo e dio, ao que tudo indica, dividiu o Movimento, existindoos mais radicais, que pregam estas posies e os mais moderados, que pela sua prpriacomposio (negros, mulatos) e localizao (subrbios com grande migrao nordestina ou oprprio Nordeste ) no tem como explicitar ou mesmo cultivar tais posies (Carecas doBrasil).

    9- 0 ponto de origem , portanto, a zona leste do ABC paulista e eles adotam a curiosa expresso"de subrbio", identificando-se, portanto, com uma rea especifica, que contrapem ao "centro"das cidades. Santo Andr foi uma das cidades-chave no seu crescimento.

    10- CARACTERSTICAS: alm da cabea raspada (mas no necessariamente), eles utilizamtatuagens, coturnos, suspensrios e dizem no serem usurios de drogas. Mas a antroplogaMrcia Regina da Costa, que publicou uma tese sobre o assunto (PUC de So Paulo, 1994:Carecas de subrbio: caminhos de um nacionalismo moderno), diz que muitos, na realidade,fazem uso de drogas e ainda os define, individualmente como "covardes", s sabendo agir emforma de grupo, em seus ataques, geralmente contra pessoas isoladas ou, no mximo, duaspessoas. Atacam, preferencialmente:

    1) negros2) mulatos3) judeus4) homossexuais

    Por vezes, entram em choque com outros grupos, tambm gangues, sendo de destacar achamada "Grupo Nao Isl", uma gangue de negros, jovens, do ABC Paulista, que seguem asLeis do Coro, tem conexes com os grupos islamizados americanos (Nao do Isl, deFarrakhan e outros) e se identificam pelo "slogan" - "olho por olho, dente por dente".

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    11- LOCAIS DE REUNIO: utilizam locais pblicos, praas ou frente de edifcios pblicos,sempre noite, mas so freqentadores de dois tipos de locais especializados; alm de bares

    1) academias de musculao2) centros de artes marciais

    12- VINCULAES POLTICAS: os grupos esto mais ou menos vinculados com os diversosgrupos que atuam no Brasil e se dizem "de direita". Isto inclui neo-fascistas (Ao IntegralistaBrasileira) ou neo-nazistas. Hoje,o principal ncleo de agregao destes movimentos, que captaa ao dos "carecas" o PRONA, do mdico Enas, mas no o nico. difcil, no entanto,saber se os "carecas" so, autenticamente neo-nazistas ou se so, essencialmente, revoltadossociais. Neste sentido, como diziam os organizadores nazistas e os comunistas, eles so a massaque procuram. Podemos fazer de um comunista um nazista ou vice-versa, mas no podemosfazer de conformados ativistas ou integrantes de nossas formaes, esta a sntese. Portanto, ainsatisfao que gerou os "carecas", no Brasil, pode se voltar, eventualmente, para qualquerlado do espectro do radicalismo.

    13- PONTO ESSENCIAL: o ponto essencial, sociolgico, a ressaltar, que so jovens, de classemdia-mdia ou inferior e trabalhadores, geralmente no setor de servios. No se trata decompletos desajustados no sentido econmico, como os "hippies" ou "punks", que, geralmente,no trabalham e vivem em "comunidades", a entrando em conexes com grupos para-religiosos ou de religiosidade "oriental" (hare-krishna, meninos de deus, etc). Orgulham-se desua condio de trabalhadores e nisto reside sua auto-qualificao como de subrbio.

    14- O SUBRBIO: o assunto complexo, mas vale ressaltar que subrbio tem sua origem em''sub-urbis'', ou seja, abaixo, numa escala de valores, da "urbis", isto , da cidade. 0 subrbio eraum local onde os servios de toda a natureza eram mais deficientes e, tambm, originalmente,eram locais apndices das grandes cidades, ou dormitrios, no tendo uma vida econmicaprpria. Isto, hoje, diferente. Os subrbios tem sua vida prpria, com a descentralizao dasindstrias e, particularmente, dos servios mas, em toda a parte e mais em nossas cidades, ossubrbios ainda esto associados a uma rea menos favorecida. Ser necessrio ir at o "centro"da cidade para encontar uma oferta maior e mais sofisticada de bens e servios. Hoje, embora ocentro ainda concentre comrcio e os servios pblicos, os servios sofisticados esto seconcentrando em locais sofisticados, os "shopping centers", o que tira um pouco da oposiosocial e econmica entre o "centro" e o subrbio.De qualquer maneira, a formao desta ideologia ''skinheads'', nos 60, ainda refletia uma pocasem os "shopping-centers" e sem a decadncia urbana dos centros, como resultado da intensamigrao campo para cidades, que caracterizou nosso Pas durante a dcada de 70 em diante,produzindo o fenmeno do "inchao" urbano, com o quase caos nas periferias.

    15- DESEMPREGO: as novas condies, durante a dcada de 80 (a primeira das chamadas"dcadas perdidas") levaram ao encurtamento das possibilidades de vida da classe mdia emgeral. O desemprego, a hiper-inflao, a entrada dos computadores, a retrao da atividadeindustrial, etc, em nosso Pas, geraram uma crescente inquietao entre as classes mdias,sendo as primeiras e mais atingidas as moradoras de subrbios e, em especial, onde prevaleciauma "cultura operria" (embora recente, pois a industrializao macia dos anos 50 emdiante). De qualquer forma, a existncia da industrializao, ao lado das tradies captadas

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    pelos meios de divulgao, em especial nos ltimos tempos, com a aquisio do conhecimento(imagens) da vida e tradies operrias mais antigas (Europa/EUA), criou uma ideologia dooperrio (o antigo "proletrio"). Como sabemos, isto d nascimento a duas vertentes:

    1) O sindicalismo forte, que resulta na fundao do PT2) O surgimento dos grupos de "carecas de subrbio"

    16- DESDOBRAMENTO: ambos os movimentos cedo se descaracterizam. O movimentosindicalista deixa de ser operrio e passa para as mos de uma elite universitria e dos gruposde presso organizados dos funcionrios das empresas para-estatais e do funcionalismo pblico,se dizendo de "esquerda" (o que seria uma tradio revolucionria, anarco-sindicalista emarxista). A outra vertente se deixa instrumentalizar pela chamada "direta" e passa de umaoposio "centro" - "periferia" urbano para uma proteo de territrio, pregando a expulso oumorte dos "diferentes" (isto , aqueles que so vistos como no tendo a tradio operria local),ou seja: os migrantes nordestinos, os antigos descendentes de escravos, os drogados ehomossexuais.

    17- CONSIDERAES ESPECIAIS: antes de apresentar os diversos grupos, etc, convm embasaras questes antes colocadas.

    Assim: "quando o povo est maduro para o movimento de massas est maduro para qualquermovimento eficiente e no apenas para uma doutrina ou programa particular... essareceptividade a todos os movimentos nem sempre cessa depois que o crente convictoem potencial se torna ardente convertido de um movimento especfico... Hitler olhavapara os comunistas alemes como nacional-socialistas latentes: 'o social-democratapequeno burgus e o chefe de sindicato jamais daro um nacional-socialista, mas ocomunista sempre. O capito Rohn vangloriava-se de poder transformar o comunistamais vermelho num brilhante nacional-socialista em quatro semanas. Por outro lado,Karl Radek (do PC alemo) considerava os camisa pardas (SA) como reservas parafuturos recrutas comunistas." (Fanatismo e Movimentos de Massa, Eric Hoffer, Lidador,Rio, 1968, p. 21).

    Assim "a servido ou uma estrutura social alienante so enfrentadas coletivamente. E estacomunidade de destino se fundamenta na responsabilidade comum, mesmo quesimblica, sobre um territrio... a juno entre a inscrio espacial e o cimentoemocional permite esclarecer numerosos agrupamentos contemporneos que, ao mesmotempo, se definem a partir de um territrio e de uma partilha "afetual''... qualquer queseja o territrio em questo ou o contedo da "afeio"...podemos multiplicar vontade,os fatores de agregao mas eles esto circunscritos a partir destes dois polos que so oespao e o simblico... isto o que caracteriza o que chamo de ''neotribalismo''.(Michel Maffesoli - O tempo das tribos - Forense Universitria, Rio, 1987, 186/188 ).

    18- OS CARECAS E 0 NAZISMO: as origens na Gr-Bretanha pesam sobre a ideologia doscarecas que aqui se estabelecem, pois, j seu movimento originrio, o "punk'' um modismoingls, que se inicia com a onda das bandas de y-y-y, dos "beatles". Muitos autores temchamado a ateno, alis, para a semelhana entre o "rock" e os "concertos de rock'' e as

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    cerimnias nazistas; o seu contexto radical, anti-burgus, como se costuma referir naterminologia nazista e/ou comunista:

    "o rock, por outro lado, profundamente anti-intelectual. O uso de uma partitura impensvel, num concerto de rock a incapacidade de ler msica usada como distintivode honra. Faz-se de tudo para que os desempenhos paream espontneos, e h muitoimproviso fingido... no surpresa que a msica de rock seja o primeiro gneroimportante na histria da msica a ser composto e interpretado em grande medida porjovens, para a platia de jovens... o simbolismo da msica de rock representado emsua plenitude nos concertos ao vivo, que podem evocar um microcosmo de relaessociais como gostaramos que fossem... tudo barricada e guilhotina; todos os seussmbolos so de rebelio contra a hierarquia, os msicos interagem entre si e com aplatia, dentro de um rigoroso igualitarismo... as pesquisas tem mostrado que tocandoMozart em shopping-centers, se expulsa os adolescentes ociosos, mas preciso tocarhard rock para afastar os ratos..." (Robert Jourdain - Msica, crebro e xtase, Objetiva,1998, p. 334/335).

    J, anteriormente,o analista Allan Bloom havia acentuado que:

    "o rock tem um nico apelo, um apelo barbrico ao sexo... no rock os jovens voltam acultivar a dana dos possessos dos coribantes e num clima em que no se notaresistncia intelectual alguma s tentativas de explorar as paixes mais cruas... freqente a exibio de imagens de Hitler em contextos exitantes, para dar uma pausa.Em semelhante quadro no h lugar para nada de nobre, sublime, profundo, delicado, debom gosto ou mesmo decente. Somente se trata daquilo que intenso, mutante, brutal eimediato. A msica (de rock aqui) fala inicial e primitiva da alma, a fala ilgica, semrazo ou discurso articulado." (Allan Bloom - O declnio da cultura ocidental, Best-Seller, SP, 1989,p.90/95.).

    Bloom recorda que Plato j advertia contra o perigo da msica ser mal empregada noensino da juventude e acentua que Plato inclua o ensino da msica dentro da educao poltica,em seu "A Repblica":

    "toda a conversa sobre a msica deve culminar no amor ao belo... se devem desterrar dodiscurso (musical) as queixas e as lamentaes... as harmonias lamentosas devem serdesterradas, por inteis alm de imprprias... estudaremos depois, que ritmos exprimema avareza, a insolncia, o furor e outros vcios... mas, por agora, podemos convir em queo deleite se encontra onde quer que haja beleza de ritmo e ausncia do deleite onde noh ritmo... esta beleza acompanha de ordinrio a beleza da locuo... assim, a beleza daspalavras, a harmonia, a graa, o ritmo, so a expresso da bondade da alma... no devemnossos jovens guerreiros buscar por todos os meios estas belas qualidades, se queremdesempenhar bem seus deveres? Sim... a falta de graa, ritmo e harmonia inerente alma e corao maus... devemos buscar artistas de mrito, capazes de seguir os traos dobelo e do nobre, a fim de que nossos moos recebam pelos olhos e pelos ouvidossalutares impresses que os levem desde a infncia a imitar e amar o que reto erazovel... j que a msica a parte principal da educao... e tambm porque umjovem, educado como convm na msica, perceber com a mxima agudeza o que h de

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    imperfeito e defeituoso nas obras da natureza e da arte... disso se nutrir, tornando-sehonrado e virtuoso. Ao passo que, por outro lado, sentir natural desprezo e repugnnciapor tudo que vicioso, e isto desde a mais tenra idade... pela relao ntima que sehaver formado entre ele e a msica..."

    Ao que tudo indica, Plato estaria discursando contra os concertos de rock de sua poca...Isto nos permite verificar como as questes aparentemente simples, de uma ao de polcia, sobreuma gangue extravagante, os skinheads, nos leva, na verdade ao profundo e complexo no s denossa poca, mas provavelmente, de todas as pocas, de todas as civilizaes, em dado momento.Esta questo nos leva ao prprio cerne da natureza humana e de como ela deve ser educada nasociedade, pela famlia e pela escola e, hoje, pelos meios de comunicao, o que abrange a"indstria do entretenimento", que tem seu auge nos "concertos de rock", subvencionados pelaindstria do fumo, pela indstria das bebidas e que serve como porta de entrada, pelo seu clima, aosnarcotraficantes.

    19- As citaes de Plato so do captulo terceiro de "A Repblica", que tratam do ensino damusica e do amor sensual, conforme edio da Atena Editora, So Paulo, s/d.

    20- LIGAES NAZISTAS: deixando a digresso filosfica de lado, mas que til para aferir aprofundidade do fenmeno que estamos a tratar, vejamos as ligaes que se estabelecem entreos "carecas urbanos" ou de "subrbio", como gostam de se autodenominar e os movimentosatuais de orientao fascista/nazista.Sendo o ambiente que freqentam, seja sua caracterstica de formar bandos militarizados (aoestilo milcias, SA, etc), seja, enfim, o dio ao estrangeiro ou mais precisamente ao estranho(nordestino, negro, homossexual, judeu), os carecas se mostram muito prximos da maneira deser tanto dos fascistas como dos nazistas.

    21- LIGAES INICIAIS: assim, to logo o movimento dos carecas se firmou, com sua rede defanzines, troca de fitas, fotos, manifestos, etc. e sobressaiu seu crescente fervor nacionalista eat a idia do separatismo (paulista deve se separar do nordeste) os organizadores dos partidosnazi-fascistas passaram a procur-los, pois, j tendo partidos, ideologias, histria e quadros,precisam de brigadas de arruaceiros para formar suas milcias quer para atacar os comunistasquer, melhor ainda, para atacar os liberais. Repete- se, estranhamente, o mesmo jogo direita-esquerda, com os dois extremos se voltando contra os liberais e o centro. No por acaso, oadvogado Ansio Lara de Campos Junior, dirigente da Ao Integralista Brasileira irmo dosenador Eduardo Suplicy. O Partido Integralista se rearticulou totalmente por volta de 1990, esua sede no Rio de Janeiro. Primeiro novo "chefe nacional" foi o advogado carioca JaderMedeiros, que em entrevista para o "Estado de So Paulo" (3/10/90) revelou:

    "converso muito com Jesus. Ele me transmite muitas coisas. Inclusive a vitria doIntegralismo. Agora, Deus quer nossa vitria... Cristo a favor do Integralismo, que euma doutrina espiritualista que prega a verdadeira democracia e se posiciona contratodos os liberais, socialistas e comunistas."

    Ele cita como integrantes de seus quadros, a1m de pessoas ilustres, nas foras armadas,magistratura, etc, os seguintes nomes:

    1- Sebastio Cavalcanti, mdico, secretrio nacional de orientao doutrinria;

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    2- Alberto Hoffman,ento senador pelo PFL, ex-suplente de Carlos Chiarelli, na pocaMinistro da Educao;

    3- Jos Luiz Cerqueira Rocha Lima, advogado, vice-chefe nacional.

    O Congresso Nacional de Refundao foi em Belo Horizonte, notar bem e ainda, ressalto oseguinte: o movimento tem uns 10 mil filiados em todo o Brasil e votou maciamente em Collorpara presidente...

    Em So Paulo o advogado Ansio, irmo de Suplicy o dirigente da Ao IntegralistaBrasileira e tambm articula dois outros movimentos, o Movimento Participativo Nacional-Socialista (PARNASO) e a Unio Nacionalista Crist. Posando ao lado de um gigantesco crucifixoele deu as seguintes declaraes para a revista Senhor (8/01/89):

    "no somos nazistas e nem sequer somos a favor da perseguio aos judeus... quando oassunto, porm o holocausto, coloca os semitas ao lado dos americanos,ingleses esoviticos como autores da 'farsa'... as Cmaras de gs no existiram, diz ele. E mais: osaliados usam fotos de pilhas de cadveres de mortos nos bombardeios que eles mesmosfizeram contra as cidades alems..."

    No Rio Grande do Sul o Presidente e reorganizador,em 1988. foi Csar Ranquetat, aliado aomedico Sebastio Cavalcanti de Almeida, j citado e que era o "secretrio nacional de orientaodoutrinria". Ranquetat afirmou que no RS existem ncleos integralistas, etc, em:

    1. Porto Alegre2. Bento Gonalves3. Caxias do Sul4. Santo Angelo5. Iju6. Pelotas7. So Gabriel

    Em entrevista ao Correio do Povo (15/05/1988), afirmou que: "a crise econmica e o vaziopoltico ideolgico abrem espaos para um movimento embasado no nacionalismo, na moral e noculto a Deus, ptria e a famlia... a asceno de Le Pen na Frana colabora... nossa inteno ampliar o movimento. A colaborao dos antigos integralistas muito pequena... temos procuradoadeses nas escolas de segundo grau e nas Universidades. No final do ms, cinco mil panfletossero distribudos aos estudantes, convocando-os para um curso de formao filosfica e doutrinriaem junho. Esperamos recrutar, no mnimo, 50 jovens, diz Ronquetat. No curso realizado no inciodo ano a propaganda foi bem menor, mas conseguimos reunir 30 estudantes. Ranquetat salienta que,pelo menos, nos prximos dois anos, a Ao Integralista vai se concentrar no recrutamento etreinamento doutrinrio, sem pretenses eleitorais."

    22- Tendo em vista estas orientaes, foi relativamente fcil aos integralistas e aos nazistasatrarem os movimentos dos carecas, que ainda que sub-politizados, esto muito abertos, pelasua natureza e ambiente cultural (onde o rock desempenha seu papel) a estas doutrinas. Diz-seque o movimento se fracionou entre os que aceitam se filiar ao movimento nazi-fascista e osque o rejeitam.

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    23- Pelos dados disponveis, os carecas se dividem, em seu centro em So Paulo, nas seguintescorrentes:

    Carecas do Subrbio : so nacionalistas, contra as empresas estrangeiras, discriminam oshomossexuais e os drogados. Cultuam a bandeira nacional e fazem aberta apologia da violnciacomo arma poltica. So estimados em no mnimo 100 ativistas em So Paulo e os principaisgrupos esto na zona leste da capital. Aceitam mulheres em suas fileiras e so recrutados entrefilhos de operrios e a maioria trabalha e estuda no turno noturno. Usam cabelos curtos, vestemjeans, bota ou coturno. So praticantes muito ativos de musculao e lutas marciais. Aindaassim, carregam correntes, soco ingls e revlver.

    Carecas do ABC: so declaradamente integralistas, com filiao partidria regular e seguem adoutrina de Plnio Salgado francamente. So contra os judeus,os homossexuais e os drogados.Se dizem contra as bebidas alcolicas (puritanismo?) e afirmam s fazer uso da violnciaquando atacados. So, tambm, filhos de operrios, em sua maioria. Ao contrrios dos carecasda capital, fazem uso de hierarquia militar, com ttulos de soldado at general e no aceitammulheres em suas fileiras. Suas reunies so para discusso da ideologia racista e vestem jeanse coturnos. Usam boinas para esconder os cabelos curtos e, ao que parece, no usam armas,apenas fora fsica em seus confrontos. Da ordem de 100 membros ativos e um ncleo de 50mais organizados.

    White Power: so nazistas declarados, com filiao aos grupos brasileiros desta ordem emantm ligaes com outros grupos neo-nazistas na Europa e, principalmente, nos EstadosUnidos. Discriminam nordestinos, negros, judeus, homossexuais e drogados. So defensores doseparatismo dentro do Brasil, criando-se ou uma "ptria paulista" ou todo um sul-sudesteseparado, quer do Nordeste quer da Amaznia Centro Oeste. Usam a sustica e se valem daviolncia total. Tambm conhecidos como "skinheads" so, talvez,o grupo mais "globalizado" erenem, pelo menos, mil integrantes ativos s na cidade de So Paulo. Ao contrrio dos outroscarecas so de origem na classe mdia, profisses liberais ou funcionrios pblicos. Andamarmados, usam jaquetas negras, bons e capuzes e lutam boxe e fazem musculao.

    Carecas do Rio de Janeiro: este grupo menos conhecido, mas sabe-se que nacionalista econtra as empresas estrangeiras e aceita mulheres em seu meio. No tem hierarquia e so,tambm, de filhos de operrios que trabalham e estudam. No se sabe estimar o seu nmero.Estaria relacionado com o Partido Nacional Socialista Brasileiro (PNSB) ou com a sedenacional do Partido Integralista. Seria preciso levantar mais dados.

    24- O Partido Nacional-Socialista Brasileiro (PNSB) e o movimento integralista so as matrizes doatual PRONA, cujo fenmeno eleitoral o mdico carioca Enas. Os dados do PNSB, segundoseu organizador, o carioca Armando Zanine Jnior (que faz campanha aberta para LeonelBrizola) so os seguintes:

    1. cooptou, em So Paulo, os Carecas do ABC como "sua milcia".2. teria dez mil integrantes no Brasil.3. possui grupos organizados em So Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia, Braslia, Rio Grande

    do Sul, Braslia e Mato Grosso.4. Soluo para a crise brasileira: "quando os judeus forem desmascarados, so pessoas muito

    ricas, que ganham dinheiro roubando o povo." ( Senhor, 8/01/89, p. 63).

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    5. Se intitulam: "esquerda nacionalista".6. Iderio mais geral, afora ser contra os judeus: "somos fruto da indignao social daqueles que

    so injustiados e defendemos educao gratuita, medicina estatal, moratria da dvida externa ereforma agrria. Somos contra os comunistas e no nosso governo vamos acabar com eles.Zanine ainda afirma que: Hitler o homem mais injustiado da histria. Nunca se matou umjudeu na Alemanha de Hitler: Sobre o holocausto diz serem histrias mentirosas de judeus.

    7. O "diretor de relaes externas" do PNSB chama-se Aldo Onesti e possui em sua casa um minimuseu nazista e Fascista. Onesti foi membro da Juventude Fascista de Mussolini e afirma que"os alemes e os italianos foram as vtimas da histria."

    25- A grande central de distribuio de propaganda neo-nazista est no Rio Grande do Sul, onde oengenheiro Sigmund Ellwanger, antigo diretor de uma metalrgica de pequeno porte, vendeutudo para fundar a sua Editora Reviso, que tambm comercializa vdeos, discos, fitas, livros edocumentos, em geral falsificados, dos tempos da guerra e que "provam", que no existiu oholocausto. Outro propugnador de idias nazistas no sul o antigo integrante do DOI-CODI,Marco Paulo Giordani, que props a criao da URNA, Unio Revolucionria Nacionalista epublicou "Brasil Sempre". Ele afirma que "vou registrar os estatutos de meu partido em Santongelo" (nica das cidades citadas pelo lder integralista Csar Ranquetat onde existe ncleoneo-nazista, fascista, integralista ).

    26- Como se verifica difcil desmembrar o ambiente confuso e sombrio dos movimentos radicaisde matriz fascista ou nazista do ambiente tambm confuso onde operam os diversos grupos de"carecas".0 momento histrico que vivemos, com problemas de falta de produto nacional bruto,distribuio de riqueza mal feita, taxa de crescimento insuficiente, dcadas perdidas, pelofenmeno da hiper-inflao e as seqelas do governo ditatorial militar, se unem ao fenmenoda globalizao que se expressa, para esta juventude, principalmente, pela rede Internet e pelafacilidade da tv a cabo, ambos permitindo um grande fluxo de esquisitices, manias, modismos,que apanham mentes jovens abertas e sem educao alguma, exceto a escola formal, pblica emuito fraca.Para esta juventude, muito frustada, pelas espectativas de crescimento material que no seconcretizam, fcil achar um bode expiatrio, seja ele o judeu ou o nordestino. Por isto afacilidade de cooptao pelo iderio nazi-fascista, que fortemente nacionalista, chauvinista econtra os judeus, por exemplo. O lado racista ajuda muito a vinculao entre os carecas e osmovimentos neo-nazistas. Por outro lado, o fenmeno da hiper-inflao, criou um fortemovimento separatista, que os carecas apoiam. Este separatismo muito amplo - tantogeograficamente como em adeptos - e acaba se fundindo na confuso geral da juventudeinarticulada. Os prprios separatistas fazem a sua defesa, repudiando os carecas e o racismo,mas isto no adianta. Todos estes movimentos, radicais, uns mais outros menos, se fundemnuma simples questo: so a resposta impoltica e angustiada dos que acreditam que existe umasoluo mgica para os problemas do Brasil.

    27- interessante observar a banalidade da adeso ao grupo de carecas, para observar como,realmente, se trata de uma questo de frustao, de quase vazio existencial, da procura, quemsabe? - de um movimento ou momento herico, ou seja, de uma revoluo onde possam seengajar todos e, na voragem da violncia e da destruio, apagar - por momentos - os

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    problemas da existncia, da construo e da resoluo pela politica, ou seja, a arte racional daanlise, conversao e troca e acordos.

    28- A revista Veja, de 20/09/2000 publica o depoimento de um ex-careca, integrante de um grupoque assassinou um homossexual em So Paulo e foi preso e condenado por homicdio. Ele dizque saiu de casa para comprar uma fita de rock, quando foi abordado por um careca que oconvidou para uma reunio, num bar no centro de So Paulo. Ele foi e gostou: "todos eramempregados e usavam o lema "deus , ptria e famlia". Me identifiquei logo. Venha curtir com agente, disseram. E eu aceitei." Jorge da Conceio Soler, 20 anos, meio mulato, filho nico deum comerciante com a me sendo dona-de-casa, instruo secundria. Afirma que, em SoPaulo, as reunies so mensais e em qualquer bar do centro. Cultuam os feriados nacionais,como Dia do Descobrimento ou Independncia e produzem fanzines nestas ocasies. Discutemmuito os seus dios, aos punks, gays ou em geral. um estado de insatisfao e radica noprofundo de suas personalidades. Adoram bater em gays e punks. At que mataram um. Preso,ele se diz "arrependido". Sobre a violncia? Nunca tinha parado para pensar: "at aquelemomento achava a violncia normal".

    29- A sociloga Mrcia Regina da Costa, em seu artigo "Skinheads: carecas de subrbio" (RevistaVozes, maro, 1993, p. 2 e sgs.) frisa que "antes de serem os carecas, estes grupos j tinhamuma tradio de rebeldia, violncia, de formao de gangues, mas os meios de comunicaotrouxeram as novidades sobre os ''skinheads'', ao qual eles aderiram.... eles experimentam umaespcie de fascinao pela violncia triunfante, que d sensao de poder, de potncia, deonipotncia... o careca se imagina um heri, um guerreiro..." Naturalmente, estes tipos sprecisam de uma "causa" e isto que os nazistas procuram lhes dar. Mas, da mesma forma, elespodero pender para a "causa revolucionria" da dita "esquerda", dentro daquela idia geral,que j expusemos:

    "Na Alemanha pr-Hitler havia uma dvida freqente se um jovem inquieto se aliariaaos comunistas ou aos nazistas. No cenrio aglomerado da Rssia czarista, a populaojudia estava madura tanto para a revoluo quanto para o sionismo. O Dr. ChaimWeizmann cita uma frase de sua me para aquela poca: "qualquer coisa que aconteaser bom para mim. Se Shuemuel (o filho revolucionrio) estiver certo seremos todosfelizes na Rssia; e se Chaim (o sionista) estiver certo, ento irei morar na Palestina."(Fanatismo e movimentos de massa, E. Hofer, p. 20).

    E lembremos que Hitler e o capito Rohm das SA, assim como o lder comunista KarlRadek estavam sempre de olhos compridos para as fileiras de seus adversrios. Um comunista dariaum bom nazista, assim como um nacional-socialista produziria um excelente vermelho...

    So fatos da histria em que devemos pensar, quando nos lembramos que o senhor EduardoSuplicy prcer da "esquerda" e seu irmo dirigente mximo da... direita nazista: Uma aposta dafamlia? Um sinal dos tempos? Ou da volubilidade dos temperamentos radicais que precisam deuma "causa", causa esta que ter que recorrer aos "milicianos" para um confronto final?

    30- Encerro aqui estas consideraes sobre o problema dos "carecas de subrbio", esperando tercontribudo para a compreenso da vastido e complexidade do fenmeno, que pode evoluir,junto com a conjuntura nacional, no rumo de algo que no sabemos bem o que vir a ser, masque os exemplos histricos nos apontam como uma realidade muito, muito preocupante.