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António Henriques Carneiro Praceta Mário Carneiro, Ed. A.1 —4.° Esq. 4460 367 Senhora da Hora / Matosinhos Telef. 229383779 / 962684044 2015/06/26 Por sugestão da Presidente da Comissão Organizadora do convívio familiar a realizar-se no muito próximo dia 19 de Julho de 2015, de novo volto a dirigir-me a todos os Carneiros, Carneirinhos e Cameirões (que são os da minha geração), visto chegarem-nos ecos de que as sempre sacrificadas “donas de casa” andam preocupadas com o que devem levar para o almoço desse dia. Ora, quem sou eu que não sei estrelar um ovo para dar opiniões dessa natureza?!... Mas como serviço é serviço, e me incumbiram deste serviço, estou eu a dar-vos a minha opinião muito sincera, que se resume a isto: Quanto mais simples, melhor. No entanto, atrevo-me a recomendar que ninguém pense levar comida para os de sua casa; o que importa é levar “qualquer coisa”, para se juntar à “qualquer coisa” de cada um dos outros, e se fazer uma mesa com “muitas e variadas coisas boas”. O que cada um de nós leva de nossa casa, é nosso até entrar no portão da quinta que tem a casa mais amarela da região onde se fará a reunião... Temos que evitar que cada agregado familiar procure um cantinho para almoçar... Tudo o que levannos é reunido numa grande mesa e, quando chegar a hora que será depois da missa celebrada por um Carneiro e cantada por um rebanho o que estiver na mesa não é de ninguém, mas sim de todos, pelo que cada um servir-se-á do que houver e mais lhe agradar, sem pensar no que trouxe nem no que vai sobrar, e se nada sobrar, é caso para festejar... Mas, então, que levar? Olhai, minhas queridas familiares, deixem-se de luxos, de competições e de opiniões; optemos por coisas simples, pois, para o efeito, tanto vale: uma caldeirada como uma feijoada; sardinhas como pescadinhas; iscas como pataniscas; bolinhos como fofinhos; bifes como acepipes; rojões como salpicões; bacalhau como carapau; rissóis como caracóis; panados como assados; costeletas como omeletas; peixe do mar como do rio; bolaria como doçaria; franganito como cabrito; carne de boi como de vaca; mas de carneiro é que não, pelo menos nesse dia... E se for um leitão?... Também vai para o montão da nossa confraternização Se der jeito comer à mão, não problema, pois muita aguinha... e sanitários também. Não é preciso levar pratos nem talheres, pois servimo-nos dos de plástico que houver. Quanto a bebidas, cada um adquire e paga as que quiser, no bar que teremos para nós. Comparecer é uma obrigação; é preciso boa disposição... Como está tudo esclarecido, meus caros familiares, até 19 de Julho, pelas 11 horas.

Carta Primo António Carneiro

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António Henriques CarneiroPraceta Mário Sá Carneiro, Ed. A.1 —4.° Esq.4460 — 367 — Senhora da Hora / Matosinhos

Telef. 229383779 / 9626840442015/06/26

Por sugestão da Presidente da Comissão Organizadora do convívio familiar arealizar-se no já muito próximo dia 19 de Julho de 2015, de novo volto a dirigir-me atodos os Carneiros, Carneirinhos e Cameirões (que são os da minha geração), vistochegarem-nos ecos de que as sempre sacrificadas “donas de casa” andam preocupadascom o que devem levar para o almoço desse dia.

Ora, quem sou eu — que não sei estrelar um ovo — para dar opiniões dessanatureza?!...

Mas como serviço é serviço, e me incumbiram deste serviço, cá estou eu a dar-vosa minha opinião muito sincera, que se resume a isto: Quanto mais simples, melhor.

No entanto, atrevo-me a recomendar que ninguém pense levar comida só para osde sua casa; o que importa é levar “qualquer coisa”, para se juntar à “qualquer coisa” decada um dos outros, e se fazer uma mesa com “muitas e variadas coisas boas”.

O que cada um de nós leva de nossa casa, só é nosso até entrar no portão daquinta — que tem a casa mais amarela da região — onde se fará a reunião... Temos queevitar que cada agregado familiar procure um cantinho para almoçar...

Tudo o que levannos é reunido numa grande mesa e, quando chegar a hora — queserá depois da missa celebrada por um Carneiro e cantada por um rebanho — o queestiver na mesa já não é de ninguém, mas sim de todos, pelo que cada um servir-se-á doque houver e mais lhe agradar, sem pensar no que trouxe nem no que vai sobrar, e senada sobrar, é caso para festejar...

Mas, então, que levar? Olhai, minhas queridas familiares, deixem-se de luxos, decompetições e de opiniões; optemos por coisas simples, pois, para o efeito, tanto vale:

uma caldeirada como uma feijoada; sardinhas como pescadinhas;iscas como pataniscas; bolinhos como fofinhos;bifes como acepipes; rojões como salpicões;bacalhau como carapau; rissóis como caracóis;panados como assados; costeletas como omeletas;peixe do mar como do rio; bolaria como doçaria;franganito como cabrito; carne de boi como de vaca;

mas de carneiro é que não, pelo menos nesse dia...

E se for um leitão?...Também vai para o montãoda nossa confraternização

Se der jeito comer à mão, não há problema, pois há lá muita aguinha... e sanitários também.Não é preciso levar pratos nem talheres, pois servimo-nos dos de plástico que lá houver.

Quanto a bebidas, cada um adquire e paga as que quiser, no bar que lá teremos só para nós.

Comparecer é uma obrigação;só é preciso boa disposição...

Como já está tudo esclarecido, meus caros familiares, até 19 de Julho, pelas 11 horas.