18
ESTADO DO PARANÁ INFORMAÇÕES GERAIS AOS GESTORES PÚBLICOS ESTADUAIS SOBRE AS CONDUTAS VEDADAS NO PERÍODO ELEITORAL DE 2014, INCLUSIVE SOB A ÓTICA DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 2013 PGE/NJA/SEEG/CC/CM/VC v.02

Cartilha Informa Ger Aos Ag Pub Est Do PR No Per Eleit 2014

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Cartilha Informa Ger Aos Ag Pub Est Do PR No Per Eleit 2014

Citation preview

  • ESTADO DO PARAN

    INFORMAES GERAIS AOS GESTORES PBLICOS ESTADUAIS SOBRE AS CONDUTAS VEDADAS NO PERODO ELEITORAL DE 2014, INCLUSIVE SOB A

    TICA DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

    2013PGE/NJA/SEEG/CC/CM/VC

    v.02

  • 1 - INTRODUO

    O presente manual tem por objetivo apresentar, de modo bastante conciso, as

    condutas vedadas aos gestores pblicos estaduais no perodo eleitoral prximo (2014)1, tendo

    como base s disposies da Lei Federal n 9.504/97 (Lei das Eleies) e a Lei Complementar

    Federal n 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), alm da Resoluo do Tribunal Superior

    Eleitoral - TSE e a Jurisprudncia dos Tribunais Eleitorais.

    Obviamente que este manual no tem a pretenso de esgotar o tema, mas

    apenas servir de ferramenta de orientao aos gestores pblicos estaduais em relao a

    correto execuo de suas atribuies administrativas, convivendo de forma harmoniosa com as

    limitaes impostas pela legislao eleitoral, observando, ainda, as determinaes e restries

    previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Nessa toada, o art. 73, da Lei Federal n 9.504/97, cujo mbito de observncia

    de natureza nacional, dispe serem proibidas aos gestores pblicos, servidores ou no,

    diversas condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos

    pleitos eleitorais, bem assim o artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal que embora no

    dirigida especificamente disciplina do processo eleitoral ostenta regras que primam pela

    austeridade e retido dos gastos pblicos em final de mandato.

    No se pode deixar de mencionar, tambm, que existem manifestaes da

    Procuradoria Geral do Estado que orientam, em casos especficos, diversas Secretarias de

    Estado em relao s restries impostas pela legislao eleitoral e pela Lei de

    Responsabilidade Fiscal e que, portanto, devero ser observadas pelos Titulares dessas

    Pastas na poca oportuna.

    A exposio das condutas vedadas ser realizada atravs de tpicos, de acordo

    com a similitude dos temas, por exemplo:

    (i) publicidade institucional;

    (ii) gesto de pessoal;

    (iii) uso de bens e servios e utilizao de veculos oficiais;

    (iv) recursos oramentrios/financeiros.

    (v) vedaes previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal

    Ao final, segue tpico contendo perguntas e respostas cujo fito contribuir para a

    soluo das dvidas mais frequentes dos gestores pblicos estaduais, obtidas a partir de

    consultas apresentadas Procuradoria Geral do Estado.

    1 imperioso esclarecer que as datas mencionadas neste manual foram extradas da Instruo n 269-79.2013.6.00.0000, Classe 19, do Tribunal Superior Eleitoral, publicada em 02.07.2013, no Dirio de Justia Eletrnico da Unio.

    2

  • 2 IMPEDIMENTOS E VEDAES ELEITORAIS

    2.1 EM RELAO PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

    IMPEDIMENTOS RELATIVOS PUBLICIDADE INSTITUCIONALDescrio da conduta Durao do

    ImpedimentoExcees

    A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos DE V ER T E R carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos (CF, Art. 37, 1).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 2014 (01.01.2014 a 31.12.2014).

    No h

    Autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos ou das entidades da administrao indireta. (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, VI, b).

    Nos trs meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho de 2014)

    a) Propaganda de produtos e servios que tenham concorrncia no mercado;

    b) Publicidade motivada por grave e urgente necessidade pblica, assim reconhecida pela Justia Eleitoral.

    Fazer pronunciamento em cadeia de rdio e televiso, fora do horrio eleitoral gratuito. (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, VI, c).

    Nos trs meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho de 2014)

    A critrio da Justia Eleitoral, quando o pronunciamento tratar de matria urgente, relevante e caracterstica das funes de governo.

    Realizar, despesas com publicidade dos rgos pblicos ou das entidades da administrao indireta, que excedam a md i a dos gas t os nos 3 (trs) ltimos anos que antecedem o pleito OU do ltimo ano imediatamente anterior eleio, PREVALECENDO O QUE FOR MENOR. (Lei n 9.504/97 - art. 73, VII)

    No perodo que precede o trimestre imediatamente anterior ao pleito eleitoral, ou seja, de 01 Janeiro a 30 de Junho de 2014.

    No h.

    3

  • Fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido poltico ou coligao, de distribuio gratuita de bens e servios de carter social cus t eados ou sub v enc i onados pelo Poder Pbl i c o . (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, IV).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 2014(01.01.2014 a 31.12.2014).

    No h.

    Em inaugurao de obras pblicas, probem-se:

    a) a contratao de shows artsticos pagos com recursos pblicos; e

    b) a participao dos candidatos ao cargo de governador do Estado (Lei Federal n 9.504/97, art. 77).

    Nos trs meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho)

    No h.

    4

  • 2.2 EM RELAO GESTO DE PESSOAL

    IMPEDIMENTOS RELATIVOS A ATOS DE PESSOAL (RECURSOS HUMANOS)Descrio da conduta Durao do

    ImpedimentoExcees

    Nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exerccio funcional e, ainda, de ofcio, remover, transferir ou exonerar servidor pblico, na circunscrio do pleito. (Lei Federal n 9.507/97, art. 73, V).

    Nos trs meses anteriores ao primeiro turno das eleies (a partir de 05 de julho at que os eleitos tomem posse)

    a) Nomeao ou exonerao para cargos em comisso e designao ou dispensa de funes de confiana;

    b) Nomeaes para cargos de poderes ou rgos autnomos (Poder Judicirio, Ministrio Pblico e Tribunal de Contas);

    c) Nomeao dos aprovados em concursos pblicos homologados at o incio do trimestre de proibio, observando-se, nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou rgo, o disposto no pargrafo nico do art. 21 da LRF.

    d) Nomeao ou contratao para atender a necessidade inadivel de instalao de servio pblico essencial;

    e) A transferncia ou remoo ex officio de policiais civis, policiais militares e de agentes penitencirios.

    Ceder servidor pblico ou empregado da administrao direta ou indireta do Poder Executivo, ou usar de seus servios, para comits de campanha eleitoral de candidato, partido poltico ou coligao, duran t e o horr i o de exped i en t e normal ; (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, III).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano

    eleitoral de 2014(01.01.2014 a 31.12.2014).

    Servidor ou empregado licenciado ou em gozo de frias.

    Fazer, na circunscrio do pleito, reviso geral da remunerao dos servidores pblicos que exceda a recomposio da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleio (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, VIII).

    Nos 180 dias anteriores ao pleito, ou seja, a partir de 08 de abril at a posse dos eleitos.

    No h.

    5

  • Efetuar acrscimo de despesa com pessoal atravs de lei publicada durante o lapso de proibio. (LRF, art. 21, PU)

    ltimos 180 dias do Mandato do Governador do Estado, ou seja, a partir de 03 julho de 2014.

    As situaes decorrentes de lei anterior a esse perodo.

    6

  • 2.3 EM RELAO AO USO DE BENS E SERVIOS PBLICOS

    IMPEDIMENTOS RELATIVOS A USO DE BENS E SERVIOS

    Descrio da conduta Durao do Impedimento

    Excees

    Ceder ou usar, em benefcio de candidato, partido poltico ou coligao, bens mveis ou imveis pertencentes administrao direta ou indireta do Estado; (Lei n 9.504/97, art. 73, I, e 2).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 201401.01.2014 a 31.12.2014.

    Ressalvada a realizao de conveno partidria;

    Usar materiais ou servios, custeados pelo Governo ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos rgos que integram; (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, II).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 201401.01.2014 a 31.12.2014.

    No h

    Realizao de eventos (reunies) de natureza eleitoral em reparties pblicas.

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 201401.01.2014 a 31.12.2014.

    No h.

    Distribuir gratuitamente bens, valores ou benefcios por parte da Administrao Pblica (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, 10).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 201401.01.2014 a 31.12.2014.

    a) Nos casos de calamidade pblica ou de estado de emergncia;

    b) Nos casos de atendimento a programas sociais autorizados em lei e j em execuo oramentria no exerccio anterior, casos em que o Ministrio Pblico poder promover o acompanhamento de sua execuo financeira e administrativa.

    7

  • 2.4 EM RELAO AOS RECURSOS ORAMENTRIOS/FINANCEIROS

    IMPEDIMENTOS RELATIVOS GESTO ORAMENTRIA/FINANCEIRA

    Descrio da conduta Durao do Impedimento

    Excees

    Fazer, na circunscrio do pleito, reviso geral da remunerao dos servidores pblicos que exceda a recomposio da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleio (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, VIII).

    Nos 180 dias anteriores ao pleito, ou seja, a partir de 08 de abril at a posse dos eleitos.

    No h.

    Realizar transferncias voluntrias de recursos aos Municpios. (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, IV, a).

    Nos 3 (trs) meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho).

    a) Repasses de recursos destinados a cumpr i r obr i gao formal preex i s tente para execuo de obra ou servio em andamento, ou seja, j iniciado e com cronograma prefixado;

    b) Repasses de recursos destinados a atender situaes de emergncia e de calamidade pblica.

    Efetuar acrscimo de despesa com pessoal atravs de lei publicada durante o lapso de proibio. (LRF, art. 21, PU)

    ltimos 180 dias do Mandato do Governador do Estado, ou seja, a partir de 03 de julho de 2014.

    As situaes decorrentes de lei anterior a esse perodo.

    Contratar operao de crdito por antecipao de receita. (LRF, art. 38, IV, b)

    ltimo ano do mandato do Governador do Estado, ou seja, a partir de 01 de janeiro de 2014.

    No h.

    Contrair obrigao de despesa que no possa ser cumprida integralmente dentro do mandato, ou que tenha parcelas a serem pagas no exerccio seguinte ao do trmino do mandato, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa (LRF, art. 42).

    Nos ltimos 2 (dois) quadrimestres do mandato, ou seja, a partir de 01 de maio de 2014.

    No h.

    8

  • Distribuir gratuitamente bens, valores ou benefcios por parte da Administrao Pblica (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, 10).

    Contnua, ou seja, ao longo do ano eleitoral de 2014 (01.01.2014 a 31.12.2014)

    a) Nos casos de calamidade pblica ou de estado de emergncia;

    b) Nos casos de atendimento a programas sociais autorizados em lei e j em execuo oramentria no exerccio anterior, casos em que o Ministrio Pblico poder promover o acompanhamento de sua execuo financeira e administrativa.

    9

  • 2.5 - RESTRIES PREVISTAS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL PARA O LTIMO ANO DE MANDATO

    CONDUTA PROIBIDA PREVISO DURAO

    Proibio de aumento de despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou rgo

    LRF - art. 21, Pargrafo nico

    A partir de 03.07.2014

    Aplicao imediata das vedaes previstas no 3 do art. 23 da LRF, caso a despesa com pessoal exceda aos limites no 1 quadrimestre do ltimo ano de mandato do titular de Poder ou rgo

    Segundo o art. 23, 3, da LRF, fica proibido:

    receber transferncia voluntria;

    obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

    contratar operaes de crdito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dvida mobiliria e as que visem reduo das despesas com pessoal)

    LRF - art. 23, 4 Quadrimestre imediatamente seguinte quele em que ocorrer extrapolao dos limites

    Proibio ao titular de Poder ou rgo de contrair obrigao de despesa, nos 2 ltimos quadrimestres do seu mandato, que no possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exerccio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa.

    LRF - art. 42 A partir de 01.05.2014.

    Aplicao imediata das vedaes previstas no 1 do art. 31 da LRF, caso a dvida consolidada exceda o limite no primeiro quadrimestre do ltimo ano de mandato do Chefe do Executivo Segundo o art. 31, 1, da LRF, fica proibido:

    realizar operao de crdito interna ou externa, inclusive por antecipao de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria;

    obrigao de obter resultado primrio necessrio reconduo da dvida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitao de empenho, na forma do art. 9)

    LRF - art. 31, 3 Quadrimestre imediatamente

    seguinte quele em que ocorrer

    extrapolao do limite

    Proibio de realizao de operao de crdito por antecipao de receita oramentria no ltimo ano de mandato

    LRF - art. 38, IV, b

    A partir de 01.01.2014

    10

  • 3 - PERGUNTAS E RESPOSTAS

    1) O servidor em frias ou em licena pode participar de eventos polticos (de campanha)?Sim. A vedao existe apenas em relao aos servidores que esto em atividade, impedidos

    de fazer campanha no horrio do expediente.

    2) A partir de 05 de julho de 2014 est proibida a realizao de concursos pblicos, publicao de editais e/ou homologaes?No, a vedao atinge apenas o ato de admisso de pessoal (nomeao ou contratao),

    praticado a partir da data de 05 de julho de 2014. Vale ressaltar que permitida, no 2 semestre, observada a limitao prevista no pargrafo nico do artigo 21 e, se estiver acima do limite prudencial, tambm os incisos do pargrafo nico do artigo 22, ambos da LRF, a admisso de candidatos aprovados em concurso pblico homologado anteriormente a data de 05 de julho de 2014. permitida, igualmente, aps a data de 05 de julho de 2014, a publicao de editais e abertura de novos concursos pblicos, observadas as cautelas previstas nos artigo 15 e

    seguintes da LRF, inclusive o artigo 21 e eventualmente o artigo 22, desse diploma legal, com

    a realizao de todas as suas etapas, suspendendo-se, contudo, os atos de nomeao at 01/01/2015 (mandato seguinte).

    3) permitida a nomeao/exonerao de servidores ocupantes de cargo comissionado e/ou funo gratificada no perodo eleitoral?Sim. A vedao de nomeaes e ou exoneraes de servidores pblicos no abrange os

    cargos comissionados e funes gratificadas, de livre nomeao e exonerao.

    4) Em quais situaes podem os servidores pblicos estaduais participar de eventos de natureza eleitoral? permitida aos servidores pblicos estaduais a participao em eventos de campanhas

    eleitorais de qualquer candidato o que se constitui em direito de todo e qualquer cidado

    desde que tal participao se d fora do horrio de trabalho e do ambiente funcional , bem como sejam observadas as demais restries legais abordadas nesta cartilha (ver o

    disposto no art. 73 e seguintes da Lei Federal n 9.504, de 1997, e Resoluo n 23.390, de

    2013, do TSE).

    5) O servidor pblico pode comparecer repartio fazendo uso de vestimenta, adesivos ou broches que identifiquem candidatos ou possuam natureza eleitoral?No. terminantemente proibido ao servidor pblico o uso de materiais publicitrios ou de

    natureza eleitoral que representem propaganda de candidato ou partido poltico no mbito das reparties pblicas. Tal vedao abrange o uso de adesivos, broches, botons etc., inclusive em bens e materiais no recinto de trabalho.

    11

  • 6) A proibio de utilizao de material poltico no mbito da repartio pblica abrange o usurio dos servios pblicos?No. A vedao abrange to somente o servidor pblico, devendo ser coibida, contudo, qualquer espcie de manifestao, no mbito das reparties pblicas estaduais, que possa

    ter conotao eleitoral.

    7) permitida a realizao de licitaes para a contratao de obras e servios para o Estado durante o perodo eleitoral?Sim. No h qualquer restrio legal realizao, pelo Estado, de licitaes para obras e servios, para a Administrao Pblica Estadual, durante o perodo eleitoral (inclusive a

    assinatura de contratos), desde que : (i) exista dotao e disponibilidade oramentria e financeira; (ii) que no se trate de recursos decorrentes de transferncias voluntrias e (iiI) que seja atendido o disposto no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Contrair obrigao de despesa, nos ltimos dois quadrimestres do mandato, que no possa ser cumprida integralmente dentro do mandato, ou que tenha parcelas a serem pagas no exerccio seguinte ao do trmino do mandato, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa).

    8) H alguma restrio para o uso de e-mails oficiais pelos servidores pblicos?Sim. O correio eletrnico oficial (por exemplo, o expresso), deve ser utilizado apenas para fins

    institucionais, no devendo ser utilizado para divulgao de material de campanha eleitoral,

    comercial ou para qualquer finalidade correlata.

    9) Quais as consequncias decorrentes do descumprimento das vedaes/impedimentos contidos na legislao eleitoral?O desatendimento das normas eleitorais sujeita o servidor pblico responsvel pela conduta a

    diversas penalidades, podendo, em alguns casos, acarretar a aplicao de multa pecuniria

    ou resultar na cassao do registro ou diploma (se o servidor for candidato) e poder, ainda,

    caracterizar, em determinadas situaes, ato de improbidade administrativa.

    10) Que espcie de publicidade institucional pode ser realizada no perodo eleitoral de 05 de julho?Apenas a propaganda de produtos e servios que tenham concorrncia no mercado, como o

    caso de produtos e servios comercializados pelas empresas estatais. Excepcionalmente,

    tambm poder ser admitida a propaganda de atos, programas, obras e servios pblicos,

    desde que motivada por grave e urgente necessidade pblica, assim reconhecida previamente e especificamente pela Justia Eleitoral. No perodo de 01 de janeiro a 05 de julho de 2014 somente podero ser realizadas despesas

    com publicidade dos rgos pblicos ou das entidades da administrao indireta, que no excedam a mdia dos gastos nos 3 (trs) ltimos anos que antecedem o pleito ou do

    12

  • ltimo ano imediatamente anterior eleio, prevalecendo o que for menor (Lei Federal n 9.504/97, art. 73, VII).

    11) O que se considera como situao de grave e urgente necessidade pblica, para fins de publicidade institucional durante o perodo eleitoral?A definio das situaes de grave e urgente necessidade pblica est a cargo da Justia

    Eleitoral, dependendo de prvia consulta e autorizao especfica. Assim, em regra, toda e

    qualquer publicidade est vedada, salvo autorizao especfica da Justia Eleitoral.

    12) permitida a utilizao, no perodo eleitoral, da logomarca do Governo do Estado?Embora no exista vedao especfica que proba a utilizao de logomarcas ou smbolos

    grficos que identifiquem uma gesto administrativa especfica, sendo esta uma prtica j

    universalizada, a prpria natureza das restries aplicveis aos agentes pblicos em perodo

    eleitoral, que visa garantir a igualdade de condies entre os candidatos, recomenda-se que,

    por cautela, o uso de tal logomarca seja suspenso (caso no seja o braso do Estado) a partir de 05 de julho de 2014, nas hipteses abaixo descritas:

    a) Utilizao da logomarca em veculos de comunicao de massa (televiso e jornal, inclusive dirio oficial);

    b) Veiculao da logomarca nos sites institucionais do Governo do Estado (e de todos os seus rgos e entidades), a qual deve ser evitada;

    c) Uso em placas informativas de obras e eventos que venham a ser colocadas aps o dia 05/07/2014;

    d) Nas demais publicaes, fascculos, informativos de rgos e entidades, editais, avisos de licitao, ofcios e demais comunicaes direcionadas ao pblico externo e que visem divulgar ato administrativo, servio ou programa de Governo (produzidos aps o dia 05/07/2014);

    e) Nos anncios, folders, painis ou outdoors de eventos promovidos ou patrocinados pelo governo estadual, mesmo naqueles que sejam distribudos pelas entidades privadas que realizem/patrocinem simpsios ou eventos;

    Nos casos anteriores, recomenda-se a substituio da logomarca pelo braso oficial do

    Estado, que pode vir acompanhado da expresso Governo do Estado ou simplesmente

    Estado do Paran. Exemplo: recomenda-se a suspenso do braso (logomarca) do Governo do Estado (e suas eventuais variaes), substituindo-a pela figura a seguir:

    Governo do Estado do ParanOU simplesmente

    Estado do Paran

    13

  • No h de se confundir, enfim, a utilizao da logomarca do Governo nas atividades internas

    da Administrao Pblica, com a utilizao da logomarca em propaganda eleitoral, situao

    essa que constitui crime eleitoral.

    13) Em alguma situao especfica possvel continuar utilizando a logomarca do Governo do Estado ou de qualquer smbolo que identifique a atual gesto?A utilizao da atual logomarca do Governo do Estado (sob qualquer forma ou variao

    estilizada, inclusive o slogan que identifique a atual gesto), no configura, em princpio,

    violao as normas eleitorais, recomendando-se, contudo, a sua utilizao de modo restrito,

    em especial nos documentos de circulao interna da Administrao, para que no configure

    (ainda que em tese) eventual hiptese de publicidade institucional indevida. Por outro lado, a recomendao de absteno do uso de logomarca do governo do Estado

    no dever abranger os casos e hipteses em que a veiculao da logomarca j tenha

    ocorrido (atos e fatos produzidos antes de 05 de julho de 2014), considerando que eventual

    ao no sentido de recolher materiais j impressos, que contenham logomarca do Governo do

    Estado, que no o braso oficial do Estado, implicaria em custos elevados e desnecessrios,

    o que atentaria contra os princpios da economicidade, eficincia e razoabilidade, como, por

    exemplo, as situaes a seguir:

    a) Adesivos afixados em carros oficiais;

    b) Placas de obras afixadas anteriormente a 05/07/2014;

    c) Blocos de anotao, papis timbrados, folders, outdoors j impressos;

    d) Camisas ou bons alusivos a aes e/ou programas de Governo j confeccionados e postos em circulao.

    14) Quem est abrangido pela proibio de inaugurao de obras pblicas em perodo eleitoral?Apenas os candidatos Chefia do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Vice-Presidente

    da Repblica, Governador e Vice-Governador do Estado).

    15) A proibio de inaugurao de obras pblicas abrange o ato de visita a obras j inauguradas ou em execuo?No, desde que a visita ou inspeo de obras se d em carter administrativo, pois segundo entendimento do TSE, o candidato a cargo do Poder Executivo que visita obra j inaugurada no ofende a proibio contida no artigo 77 da lei Federal n 9.504, de 1997. No mesmo

    sentido, podem-se citar os seguintes precedentes do TSE:

    No configura situao jurdica enquadrvel no art. 77 da Lei n 9.504/97 o comparecimento de candidatos ao local aps a inaugurao da obra pblica, quando j no mais esto presentes os candidatos em geral (Acrdo n 24.852, de 27.9.2005).

    A participao em evento pblico, no exerccio da funo administrativa, por si s, no caracteriza inaugurao de obra pblica (Acrdo n 608, de 25.5.2004).

    14

  • 16) Quais as restries em relao participao em programas e pronunciamentos em rdio e TV, por parte dos servidores pblicos?Os pronunciamentos dos servidores pblicos, no exerccio de suas atribuies institucionais,

    devem se restringir a questes de natureza administrativa, estando vedada qualquer espcie

    de meno a questes eleitorais. Ainda, o Presidente da Repblica e o Governador do Estado

    esto proibidos de fazer pronunciamento em cadeia de rdio e televiso, fora do horrio

    eleitoral gratuito, salvo quando, a critrio da Justia Eleitoral, tratar-se de matria urgente, relevante e caracterstica das funes de Governo.

    17) Nos trs meses que antecedem as eleies estaduais, vedada a realizao, pelo Estado, de convnios tendentes transferncia de recursos para os Municpios?Sim, mas a vedao abrange to somente a transferncia de recursos. Todos os demais atos de formalizao do ajuste so permitidos, inclusive a assinatura de convnios, termos de

    cooperao, sendo sua execuo sobrestada em seguida.

    18) A celebrao de convnios, pelo Estado, com entidades privadas, sem fins lucrativos, est abrangida pela vedao atinente s transferncias voluntrias prevista na Lei Eleitoral?No, posto considerar-se como transferncia voluntria a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da federao, a ttulo de cooperao, auxlio ou assistncia financeira, que no decorra de determinao constitucional ou legal ou os destinados ao

    Sistema nico de Sade, nos termos do art. 25 da LRF, no se enquadrando na referida

    vedao a transferncia de recursos ao setor privado, de que trata o art. 26 da LRF (cf. Acrdo TSE n 266, de 09/12/2004). imperioso, contudo, que seja observada pelo

    administrador pblico a restrio imposta pelo inciso IV do artigo 73 da Lei Federal n

    9.504/972.

    19) Quais as consequncias decorrentes do descumprimento das vedaes/impedimentos contidos na legislao eleitoral?O desatendimento das normas eleitorais, conforme resposta dada ao item 9, sujeita o agente

    pblico a diversas penalidades, inclusive responsabilizao criminal. Em alguns casos a

    sano limita-se fixao de multa pecuniria, em valor correspondente a gravidade da

    infrao, mas tambm pode resultar na cassao do registro ou diploma do candidato ou

    caracterizar, ainda, ato de improbidade administrativa, acarretando a aplicao das

    penalidades previstas na Lei Federal n 8.429/92.

    2 Art. 73. So proibidas aos agentes pblicos, servidores ou no, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:(...)IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido poltico ou coligao, de distribuio gratuita de bens e servios de carter social custeados ou subvencionados pelo Poder Pblico;

    15

  • 20) Em que consiste a vedao de transferncia voluntria de recursos, nos 3 (trs) meses que antecedem a eleio? Algumas atividades no podem ser realizadas pela Administrao Pblica Estadual nos 3 (trs) meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho). Essas atividades esto previstas no inciso VI, do artigo 73, da Lei n 9.504/97.

    Uma dessas atividades, prevista no art. 73, VI, letra a, a proibio de transferncia

    voluntria de recursos da Unio aos Estados e Municpios, e dos Estados aos Municpios, RESSALVADOS apenas os recursos destinados a cumprir obrigao formal PREEXISTENTE para execuo de obra ou servio EM ANDAMENTO , ou seja, J INICIADA , E COM CRONOGRAMA PREFIXADO , bem como os destinados a atender situaes de emergncia e de calamidade pblica.

    Dessume-se, assim, que o convnio com o Municpio deve se celebrado bem antes dos 3

    (trs) meses que antecedem o pleito (a partir de 05 de julho), a fim de que a execuo da obra

    ou do servio j esteja em andamento quando chegar a citada data limtrofe (05 de julho de 2014), contendo, ainda, o convnio um cronograma de desembolso de recursos, em contrapartida realizao de uma obra ou prestao de um servio pelos Municpios

    beneficirios.

    Vale frisar que para configurar a ressalva antes mencionada, no suficiente a mera

    celebrao do convnio ou a formalizao dos procedimentos preliminares referentes ao

    mesmo; imprescindvel a sua efetiva REALIZAO FSICA antes do incio do perodo de trs meses da vedao. Calha arrematar, no tocante a essa vedao, que o TSE j considerou que o convnio

    celebrado por municpio com o Governo do Estado (ou vice-versa) para a pavimentao de

    ruas e construo de casas populares, no curso do processo das eleies, ILEGAL, ainda que resultantes de convnio ou outra obrigao preexistente, QUANDO NO SE DESTINEM execuo de obras ou servios j iniciados FISICAMENTE (TSE, RESPE n. 25.324).

    21) A partir de que data proibida a distribuio gratuita de bens, valores ou benefcios por parte da Administrao Pblica Estadual?A vedao tem incio no ano em que se realizar a eleio, ou seja, 01 de janeiro de 2014 a 31

    de dezembro de 2014.

    A vedao no atinge, contudo, a distribuio gratuita de bens, valores ou benefcios nos casos de calamidade pblica, estado de emergncia ou para atendimento de programas sociais autorizados por lei e j em execuo oramentria no exerccio anterior, casos em que o Ministrio Pblico poder promover o acompanhamento de sua execuo financeira

    e administrativa.

    22) regular o incio de obras estaduais em prprios municipais, ainda que autorizados por lei estadual e por convnio realizado com as municipalidades depois de junho de 2014, mas sem repasse de recursos financeiros pelo Estado?No. H vedao legal para esse tipo de conduta, consoante dispe o pargrafo 10 do artigo 73 da Lei Federal n 9.504/97. Obra estadual em prprio municipal ainda que sem repasse de

    16

  • recursos financeiros municipalidade pode ser entendida pela Justia Eleitoral como distribuio gratuita de bens, valores ou benefcios a terceiros, o que proibido pela legislao regente.

    23) Como se faz a prova de desincompatibilizao para que o servidor estadual efetivo possa obter o Registro de sua candidatura?Atravs de ofcio do partido atestando ao TRE que o candidato (servidor) se

    desincompatibilizou. Com a CERTIDO DE REGISTRO de sua candidatura, o servidor

    estadual dever apresentar ao GRHS requerimento para a concesso de licena para

    concorrer a mandato eletivo.

    4 CONCLUSO

    As orientaes referentes s restries legais que limitam a atuao dos gestores

    pblicos estaduais no perodo eleitoral, explicitadas neste breve manual, de maneira concisa

    e, portanto, no exauriente, resultam do enfrentamento de casos concretos mais corriqueiros,

    em confronto com as disposies legais, jurisprudncia e normatizaes oriundas da Justia

    Eleitoral.

    Calha lembrar, de acordo com a Lei Eleitoral, que por gestor pblico, entende-se

    toda a pessoa fsica que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio,

    nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo,

    mandato, cargo, emprego ou funo nos rgos ou entidades da administrao pblica direta,

    indireta, ou fundacional ( 1, art. 73, Lei n 9.504 de 1997).

    Enfatiza-se, enfim, que h situaes especficas que dependero de anlise

    pontual, de modo que, diante de casos concretos que gerem dvidas, DEVE o agente pblico estadual se abster de pratic-los, por cautela, comunicando o fato ao titular do rgo ou Entidade, que avaliar a necessidade de formular consulta especfica Procuradoria Geral do

    Estado, a qual, por sua vez, auxiliar o Chefe da Pasta no encaminhamento da consulta

    apreciao da Justia Eleitoral.

    As eleies so realizadas no primeiro domingo do ms de outubro, em

    05.10.2014.

    Assim, o prazo para aprovao de Projeto de Lei de reajuste salarial e sua

    implementao no exerccio de 2014 ser possvel desde que seja feito at 06 de abril de 2014.

    Aps esse perodo (a partir de 07.04.2014), somente ser possvel no exerccio seguinte, ou

    seja, em 1 de janeiro de 2015, data da posse, ressalvada a reviso geral anual.

    Somente com a posse do novo Governador, em 01.01.2015, ou a reconduo do

    atual poder ser implementado o reajuste salarial.

    17

  • No ano que vem (2014), qualquer tentativa de greve poder ser considerada como

    ilegal, uma vez que a legislao eleitoral probe o Governador do Estado, candidato, de cumprir

    qualquer acordo salarial que descumpra a legislao eleitoral e a Lei de Responsabilidade

    Fiscal.

    Por ltimo, mas no menos importante, registra-se a colaborao da Chefia do

    Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Sade em relao ao tema

    desincompatibilizao de servidores efetivos estaduais para concorrer a mandato eletivo.

    18