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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA-GERAL SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO Série Orientações Volume II CONTRATAÇÃO E EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS Brasília-DF, março de 2012

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

SECRETARIA-GERAL

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO

Série Orientações

Volume II

CONTRATAÇÃO E EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

Brasília-DF, março de 2012

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

SECRETARIA-GERAL

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO

CONTRATAÇÃO E EXECUÇÃO

DE OBRAS PÚBLICAS

Série Orientações

Volume II

Brasília-DF, março de 2012

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Presidenta da República

Dilma Rousseff

Secretaria-Geral da Presidência da República

Ministro Gilberto Carvalho

Secretaria-Executiva da Secretaria-Geral

Rogério Sottili

Secretaria de Controle Interno

Jerri Coelho

Coordenação-Geral da Fiscalização de Programas de

Governo e Atos de Pessoal

Antônio Luiz Almeida

Responsável Técnico

Alexandre Soares Francisco de Carvalho

Colaboradores

José Tupinanbá Ibiapina Parente

Mônica Rondina

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ÍNDICE

Página 01) INTRODUÇÃO 04

02) CONTRATAÇÃO 05

2.1) PROCESSO LICITATÓRIO 05 2.2) EDITAL DE LICITAÇÃO 07 2.3) PROJETO 08 2.4) ORÇAMENTO 09 2.4.1) Orçamento-base: 10 2.4.2) Orçamento proposto: 13

03) EXECUÇÃO 14

04) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 18

05) CONCLUSÃO 19

06) EXCERTOS DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 20

6.1) CONSTITUIÇÃO FEDERAL 20 6.2) LEI Nº 8.666/93 20 6.3) LEI Nº 12.465/2011 (LDO 2012) 27 6.4) SÚMULAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 30

Súmula 253/2010 30 Súmula 254/2010 31 Súmula 258/2010 31 Súmula 259/2010 31 Súmula 260/2010 32 Súmula 261/2010 32 Súmula 262/2010 32 Súmula 263/2011 32

6.5) Acórdão TCU 2369/2011 - Plenário 33

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1) INTRODUÇÃO

O principal objetivo da elaboração desta cartilha é apresentar, da

maneira mais direta e sucinta possível, determinadas ações e cuidados que os

gestores e servidores responsáveis pelo planejamento, contratação e execução

de obras públicas devem ter, de forma a minimizar a possibilidade de

ocorrência de problemas e a melhorar os processos de gestão dos órgãos em

que atuem.

Nesse sentido, o tema foi dividido em duas partes, sendo a primeira

parte referente à contratação e a segunda parte à execução dos

empreendimentos.

No que se refere à contratação de obras, são descritos os principais

documentos que devem constar no processo administrativo relativo à obra,

itens que devem estar presentes no edital licitatório, requisitos dos projetos de

engenharia e, ainda, atributos do orçamento elaborado pela Administração e

do orçamento elaborado pela empresa vencedora do certame.

Quanto à fase de execução do empreendimento, são elencados os

principais aspectos que devem ser observados e atendidos pela Administração.

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2) CONTRATAÇÃO

2.1) PROCESSO LICITATÓRIO

Quando houver a necessidade de se contratar terceiros para execução de

determinada obra pública, faz-se necessária a implementação de processo de

licitação pública, que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes.

Exceções à regra geral correspondem à dispensa e à inexigibilidade de

licitação para as situações descritas nos artigos 24 e 25 da Lei nº 8.666/93.

Nesse sentido, após configurada a necessidade, conveniência e

oportunidade em se executar determinada obra, e, ainda, após a aprovação

pela autoridade competente, é dado início ao procedimento licitatório com a

abertura de processo administrativo.

Convém destacar que por configurar-se em ato administrativo formal, o

respectivo processo deve ser protocolizado e numerado, possuindo páginas

numeradas sequencialmente e rubricadas.

São descritos a seguir alguns dos principais documentos que devem

constar no referido processo administrativo:

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autorização específica da autoridade competente para a realização da

licitação;

indicação do crédito orçamentário para a cobertura da despesa, sendo

que as obras de longa duração devem constar no Plano Plurianual;

licença ambiental prévia do empreendimento ou documento que

justifique sua dispensa;

edital de licitação e seus anexos;

comprovante de publicação do edital, nos prazos exigidos em lei;

ato de designação da comissão de licitação;

parecer jurídico emitido sobre a licitação, inexigibilidade ou dispensa;

original das propostas dos licitantes e os documentos que as instruíram;

recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e as respectivas

manifestações e decisões da comissão de licitação;

mapa comparativo dos preços propostos pelos licitantes para a execução

da obra licitada;

atos de homologação e adjudicação do objeto da licitação;

contrato formal assinado;

comprovante de recolhimento da garantia contratual estipulada para a

vencedora da licitação.

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2.2) EDITAL DE LICITAÇÃO

Convém destacar que o edital de licitação tem a função de definir as

regras do certame, configurando-se como a peça fundamental em um

processo licitatório, o que enseja especial atenção dos gestores na sua

elaboração. O edital deve necessariamente contemplar, sem prejuízo de

outros itens que o órgão licitante entenda como essenciais, os seguintes

elementos:

descrição do objeto da licitação, de forma sucinta e clara;

número de ordem em série anual; o nome da repartição interessada e de

seu setor; a indicação da modalidade, do regime de execução e do tipo

da licitação; a menção de que será regida pela Lei 8.666/93; o local, dia

e hora para recebimento das documentações e propostas, bem como

para início da abertura dos envelopes;

projeto básico/executivo, orçamento estimado e a minuta do contrato a

ser firmado;

condições para participação na licitação e a forma de apresentação das

propostas, exigindo-se, apenas, o indispensável à garantia do

cumprimento das obrigações;

critérios para julgamento das propostas, com disposições claras e

parâmetros objetivos;

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critérios de aceitabilidade dos preços unitários e global da obra;

exigência de que as propostas de preços dos licitantes contemplem as

planilhas referentes ao seu orçamento sintético, orçamento analítico,

detalhamento da taxa de BDI e detalhamento da taxa de encargos

sociais;

critério de reajuste dos valores contratados, com a adoção de índices

setoriais condizentes com o tipo da obra;

condições de pagamento às empresas contratadas, com a indicação de

compensações financeiras por eventuais atrasos e de descontos por

eventuais antecipações de pagamentos;

cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com

a disponibilidade dos recursos financeiros;

indicação do prazo e condições para assinatura do contrato;

indicação do prazo e condições para a entrega do objeto da licitação;

indicação das sanções para o caso de inadimplemento das obrigações

contratuais por parte da contratada.

2.3) PROJETO

Em licitações de obras, é obrigatório que estejam disponíveis para

consulta das empresas interessadas em participar do certame, projetos básicos

e/ou executivos que definam e caracterizem o objeto a ser edificado de forma

consistente e satisfatória. Para atender a tal exigência, faz-se necessário que os

projetos atendam a determinados requisitos, dentre os quais, destacamos:

tenha sido aprovado pela autoridade competente;

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possua nível de precisão suficiente para caracterizar a obra e, ainda,

para definir os métodos e o prazo de execução;

contenha os elementos descritos no inciso IX e X, art. 6º, da Lei nº

8.666/93;

tenha sido elaborado com base em indicações de estudos técnicos

preliminares consistentes e condizentes com o tipo e porte da obra;

tenha considerado na sua elaboração o adequado tratamento do impacto

ambiental do empreendimento;

possibilite a avaliação de seu custo de construção de forma apropriada;

esteja assinado por seu responsável técnico;

esteja acompanhado da correspondente Anotação de Responsabilidade

Técnica (ART);

possibilite que a obra, após executada, tenha funcionalidade imediata;

programe a execução da obra em sua totalidade;

contemple o cronograma físico-financeiro do empreendimento.

2.4) ORÇAMENTO

O orçamento-base de uma obra corresponde à peça técnica elaborada

pelo órgão responsável pela licitação que visa à definição de seu valor de

mercado, devendo constar como anexo ao edital de licitação.

A Administração Pública deve atentar não apenas em elaborar um

orçamento-base consistente, mas também em avaliar certos aspectos presentes

na planilha orçamentária proposta pela empresa vencedora do certame.

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Nesse sentido, descrevem-se a seguir determinados atributos que devem

estar presentes no orçamento-base e no orçamento da proposta contratada:

2.4.1) Orçamento-base:

O orçamento-base deve ser composto pela planilha orçamentária sintética

e pela planilha orçamentária analítica.

Por exemplo, para a execução do serviço “chapisco”, constaria no

orçamento sintético o valor do seu custo por m², e no orçamento analítico

os coeficientes de consumo de todos os insumos necessários para a

execução de 01 (um) m² de chapisco, como horas de trabalho previstas

para pedreiros e serventes (mão de obra), além das quantidades

requeridas de cimento e areia (materiais);

a planilha orçamentária sintética deve ser coerente com a planilha

orçamentária analítica;

as planilhas devem ser fundamentadas em quantitativos de serviços e

seus respectivos custos unitários;

os quantitativos de serviços devem ser coerentes com o projeto da obra;

os custos unitários dos serviços devem ser menores ou iguais à mediana

de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e

Índices da Construção Civil (Sinapi) ou, no caso de obras rodoviárias,

inferiores aos constantes na tabela do Sistema de Custos de Obras

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Rodoviárias (Sicro), excetuados os itens caracterizados como montagem

industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil;

nos casos em que os custos dos serviços não constem dos sistemas de

referência mencionados anteriormente, estes serão apurados por meio de

pesquisa de mercado e expressamente justificados pela Administração;

a Administração Federal pode desenvolver sistemas de referência de

preços, aplicáveis no caso de incompatibilidade de adoção do

Sinapi/Sicro, devendo sua necessidade ser demonstrada por justificação

técnica elaborada pelo órgão mantenedor do novo sistema, o qual deve

ser aprovado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e

divulgado pela internet;

nos casos em que os custos dos serviços constem dos sistemas de

referência mencionados anteriormente e estes não sejam adotados na

orçamentação, deve ser elaborado, por profissional habilitado, relatório

técnico circunstanciado que justifique o fato, devendo tal relatório ser,

ainda, aprovado pelo órgão gestor dos recursos;

o preço de referência das obras e serviços de engenharia será aquele

resultante da composição do custo unitário direto do sistema utilizado,

acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI), que

deve evidenciar em sua composição, no mínimo, os seguintes elementos:

- taxa de rateio da administração central;

- percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos

aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado;

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- taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;

- taxa de lucro.

o orçamento-base deve contemplar a discriminação analítica das taxas de

BDI e dos encargos sociais;

a taxa de BDI não deve contemplar parcelas referentes à Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e ao Imposto de Renda Pessoa

Jurídica (IRPJ);

parcelas referentes à mobilização/desmobilização ou administração direta

da obra não devem constar na planilha de BDI, devendo estar

devidamente discriminadas e detalhadas como custos diretos nas

planilhas orçamentárias;

é recomendável que a(s) taxa(s) de BDI adotada(s) pelo órgão licitante

considere(m) os parâmetros descritos no Acórdão TCU 2.369/2011 –

Plenário (ou outro posterior que altere tais parâmetros);

a alíquota relativa ao Imposto Sobre Serviços (ISS) prevista na taxa de

BDI deve estar condizente com a legislação do local de execução da

obra;

o orçamento deve estar acompanhado da respectiva Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART) pelo profissional responsável por sua

elaboração, junto ao Conselho de Engenharia e Arquitetura (Crea)

competente.

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2.4.2) Orçamento proposto:

deve ser composto pela planilha orçamentária sintética e pela planilha

orçamentária analítica;

para obras cujo regime de execução seja o de empreitada por preço

unitário, os custos unitários propostos pela empresa vencedora da

licitação devem ser inferiores aos constantes nos sistemas oficiais de

custos (Sinapi/Sicro);

para obras cujo regime de execução seja o de empreitada por preço

global, o valor proposto para cada etapa constante do cronograma de

execução (por exemplo, fundação, estrutura, cobertura, etc) deve ser

inferior ao obtido quando se utilizam os parâmetros de custos do

Sinapi/Sicro;

deve contemplar os quantitativos de serviços definidos no orçamento-

base;

deve contemplar a discriminação analítica das taxas de BDI e de

encargos sociais adotadas;

a composição da taxa de BDI não deve contemplar itens como

mobilização/desmobilização, administração direta, IRPJ e CSLL;

a alíquota adotada para o ISS deve ser condizente com a legislação do

local de execução da obra.

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3) EXECUÇÃO

Vencidas as etapas da licitação e da contratação, dá-se início à execução da

obra, momento que exige dos gestores especial atenção.

Descrevem-se a seguir algumas ações que devem ser efetivadas pela

Administração de forma a garantir que o empreendimento seja executado

conforme previsto e, ainda, que sejam atendidos aspectos relacionados à

legalidade, às formalidades necessárias e à boa técnica:

providenciar a Licença Ambiental de Instalação (LAI), imprescindível

para a autorização do início dos serviços;

providenciar o Alvará de Construção da obra, quando exigível;

providenciar as autorizações exigidas em obras com características

especiais, como, por exemplo, aquelas pertencentes a patrimônio

histórico-cultural;

designar formalmente representante da Administração para atuar no

acompanhamento e fiscalização do contrato (fiscal do contrato), sendo

permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de

informações pertinentes a essa atribuição;

disponibilizar ao fiscal do contrato todas as informações e documentos

relativos ao processo licitatório, de forma a subsidiá-lo no seu papel

fiscalizador;

providenciar o recolhimento da anotação de responsabilidade técnica

(ART) por parte do profissional responsável pela fiscalização da obra,

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pois este deve possuir formação adequada para o desempenho desta

função;

emitir a “Ordem de Serviço” para a empresa contratada, o que autoriza

o início dos trabalhos;

exigir da contratada a apresentação da Anotação de Responsabilidade

Técnica (ART) do responsável técnico pela execução da obra;

providenciar a instalação da placa de obra que indique que o

empreendimento está sendo executado com recursos federais;

garantir a confecção do “Diário de Obras” e a permanência do

documento no canteiro de obras, estando sempre atualizado e assinado

por representantes da contratada e da fiscalização;

no decorrer da obra, verificar o atendimento por parte da contratada

quanto ao determinado da Norma Regulamentadora (NR) n.º 18 do

Ministério do Trabalho e Emprego, no que se refere às condições de

trabalho no canteiro de obra;

atestar apenas os serviços efetivamente executados conforme o projeto

original ou conforme alterações previamente aprovadas pela contratante

e , ainda, que estejam de acordo com as normas vigentes e com a boa

técnica. Convém destacar que alterações de projeto não podem

descaracterizar o objeto originalmente licitado e contratado;

verificar, de forma contínua, se o andamento da execução da obra está

de acordo com o cronograma físico-financeiro contratado, devendo

alertar formalmente a contratada caso ocorram desvios;

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fazer com que a fiscalização acompanhe o cumprimento das obrigações

previdenciárias e trabalhistas pela empresa contratada;

na ocorrência de subcontratações de parcelas específicas da obra,

verificar se estas atendem às exigências e limites impostos no edital

licitatório e no contrato;

fazer medições na obra, emitindo os respectivos “Boletins de Medição”,

os quais devem retratar fielmente o estágio de execução do

empreendimento e serem assinados pelo representante da empresa

contratada e pelo responsável pela fiscalização do contrato;

fazer constar no processo as originais de todas Notas Fiscais emitidas

pela contratada e atestadas pela fiscalização;

para as obras executadas em regime de empreitada por preço unitário,

caso sejam necessários aditamentos que modifiquem a planilha

orçamentária original, garantir que não haverá redução, em favor do

contratado, da diferença percentual entre o valor global do contrato e o

valor global obtido a partir dos custos unitários do Sinapi/Sicro;

para as obras executadas em regime de empreitada por preço global,

caso sejam necessários aditamentos que modifiquem a planilha

orçamentária original, elaborar orçamento específico e detalhado,

devendo ser mantida a proporcionalidade da diferença entre o valor

global estimado pela administração, utilizando-se o Sinapi/Sicro, e o

valor global contratado;

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as alterações contratuais, caso ocorram, devem atender aos requisitos

descritos no art. 65 da Lei nº 8.666/93, devendo tais alterações serem

justificadas e formalizadas por meio de Termos Aditivos;

apenas admitir a prorrogação dos prazos de início de etapas de

execução, de conclusão e de entrega da obra, sem aplicação de sanções

à contratada, quando da ocorrência dos motivos descritos no § 1º do

art. 57 da Lei nº 8.666, devidamente demonstrados e autuados em

processo;

caso ocorra prorrogação de contrato, exigir da contratada a renovação

da garantia contratual estipulada;

autorizar a execução de serviços pela contratada unicamente na vigência

do contrato assinado;

quando necessário o reajustamento dos contratos, considerar períodos

múltiplos de 12 meses, desde a data prevista para apresentação da

proposta ou do orçamento a que essa proposta se referiu (conforme

definido no edital de licitação e no contrato), adotar índice setorial

definido no edital de licitação e no contrato;

aplicar as devidas sanções previstas em lei ou regulamento à empresa

contratada caso ocorra o descumprimento ou cumprimento irregular de

cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos de execução da

obra;

após a finalização da obra, lavrar seus respectivos termos de

recebimento provisório e definitivo;

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atentar que o recebimento provisório ou definitivo da obra pelo

contratante não exclui a responsabilidade civil da contratada pela

solidez e segurança da obra, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou

pelo contrato.

4) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

São citadas a seguir as principais legislações que devem ser consultadas

pelos responsáveis pela contratação e execução de obras públicas:

Constituição Federal;Lei nº 8.666/1993;

Lei nº 12.465/2011 (LDO 2012);

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção;

Súmulas TCU 253/2010, 254/2010, 258/2010, 259/2010, 260/2010,

261/2010, 262/2010 e 263/2011;

Acórdão TCU 2369/2011 – Plenário.

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5) CONCLUSÃO

Finalizando, convém destacar que não é intenção desta Secretaria

discutir todos os pontos relativos ao tema aqui tratado, visto sua amplitude e

complexidade. Nossa proposta consistiu em abordar os tópicos os quais

julgamos como sendo os mais importantes e significativos, sob uma ótica mais

técnica do que legalista, mas que não exaure, de forma alguma, todo o

conteúdo relacionado ao tema.

Esperamos que esta cartilha auxilie gestores e servidores nas suas

importantes tarefas de garantir que os recursos públicos disponibilizados para

a execução de obras venham a atender a população de forma eficiente e

transparente.

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6) EXCERTOS DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

6.1) CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 37, inciso XXI:

“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,

compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação

pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com

cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições

efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as

exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do

cumprimento das obrigações”.

6.2) LEI Nº 8.666/93:

“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,

concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando

contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,

ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei”.

“Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a

Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os

princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da

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igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao

instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são

correlatos”.

“Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

(...)

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com

nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo

de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações

dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o

adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que

possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo

de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da

obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de

forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as

fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e

montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e

equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que

assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o

caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos

construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a

obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,

compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas

de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

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22

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em

quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à

execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”;

“Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de

serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte

sequência:

I - projeto básico;

II - projeto executivo;

III - execução das obras e serviços.

§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão

e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas

anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido

concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também

autorizado pela Administração.

§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível

para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de

todos os seus custos unitários;

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento

das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executados no

exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

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IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no

Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for

o caso.

(...)

§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de

materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não

correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo”.

“Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em

sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de

sua execução”.

“Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão

considerados principalmente os seguintes requisitos:

I - segurança;

II - funcionalidade e adequação ao interesse público;

III - economia na execução, conservação e operação;

IV - possibilidade de emprego de mãodeobra, materiais, tecnologia e

matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da

durabilidade da obra ou do serviço;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho

adequadas;

VII - impacto ambiental”.

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24

“Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de

processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,

contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do

recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21

desta Lei, ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo

ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou

inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas

manifestações e decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,

fundamentado circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos

contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e

aprovadas por assessoria jurídica da Administração”.

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25

“Art. 57 § 1º “Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de

entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e

assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que

ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade

das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do

contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho

por ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites

permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro

reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua

ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive

quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou

retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais

aplicáveis aos responsáveis”.

“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as

devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor

adequação técnica aos seus objetivos;

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b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos

por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou

serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica

da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição

de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a

antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,

sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução

de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os

encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa

remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do

equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de

sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências

incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,

ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,

configurando área econômica extraordinária e extracontratual”.

“Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou

fornecimento executado em desacordo com o contrato”.

“Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,

com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento”.

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6.3) LEI Nº 12.465/2011 (LDO 2012)

“Art. 125. O custo global de obras e serviços de engenharia

contratados e executados com recursos dos orçamentos da União será obtido

a partir de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou

iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa

de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), mantido e divulgado, na

internet, pela Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e, no caso de obras e

serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias

(Sicro), excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que

não possam ser considerados como de construção civil.

§ 1º O disposto neste artigo não impede que a Administração Federal

desenvolva sistemas de referência de preços, aplicáveis no caso de

incompatibilidade de adoção daqueles de que trata o caput deste artigo,

devendo sua necessidade ser demonstrada por justificação técnica elaborada

pelo órgão mantenedor do novo sistema, o qual deve ser aprovado pelo

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e divulgado pela internet.

§ 2º Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência

mencionados neste artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de

mercado, ajustado às especificidades do projeto e justificado pela

Administração.

§ 3º Na elaboração dos orçamentos de referência, serão adotadas

variações locais dos custos, quando constantes do sistema de referência

utilizado e, caso não estejam previstas neste, poderão ser realizados ajustes

em função das variações locais, devidamente justificados pela Administração.

§ 4º Deverá constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX,

da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, inclusive de suas eventuais

alterações, a anotação de responsabilidade técnica pelas planilhas

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orçamentárias, as quais deverão ser compatíveis com o projeto e os custos do

sistema de referência, nos termos deste artigo.

§ 5º Ressalvado o regime de empreitada por preço global de que trata o

art. 6º, inciso VIII, alínea “a”, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993:

I - a diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a

partir dos custos unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser

reduzida, em favor do contratado, em decorrência de aditamentos que

modifiquem a planilha orçamentária;

II - o licitante vencedor não está obrigado a adotar os custos unitários

ofertados pelo licitante vencido;

III - somente em condições especiais, devidamente justificadas em

relatório técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e

aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, poderão os

custos unitários do orçamento-base da licitação exceder o limite fixado no

caput e § 1º deste artigo, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle

interno e externo.

§ 6º No caso de adoção do regime de empreitada por preço global,

previsto no art. 6º, inciso VIII, alínea “a”, da Lei no 8.666, de 21 de junho de

1993, devem ser observadas as seguintes disposições:

I - na formação do preço que constará das propostas dos licitantes

poderão ser utilizados custos unitários diferentes daqueles fixados no caput

deste artigo, desde que o preço global orçado e o de cada uma das etapas

previstas no cronograma físico-financeiro do contrato, observado o § 7º desse

artigo, fique igual ou abaixo do valor calculado a partir do sistema de

referência utilizado, assegurado ao controle interno e externo o acesso

irrestrito a essas informações para fins de verificação da observância deste

inciso;

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II - o contrato deverá conter cronograma físico-financeiro com a

especificação física completa das etapas necessárias à medição, ao

monitoramento e ao controle das obras, não se aplicando, a partir da

assinatura do contrato e para efeito de execução, medição, monitoramento,

fiscalização e auditoria, os custos unitários da planilha de formação do

preço;

III - mantidos os critérios estabelecidos no caput deste artigo, deverá

constar do edital e do contrato cláusula expressa de concordância do

contratado com a adequação do projeto básico, sendo que as alterações

contratuais sob alegação de falhas ou omissões em qualquer das peças,

orçamentos, plantas, especificações, memoriais e estudos técnicos

preliminares do projeto não poderão ultrapassar, no seu conjunto, 10% (dez

por cento) do valor total do contrato, computando-se esse percentual para

verificação do limite do art. 65, § 1º, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993;

IV - a formação do preço dos aditivos contratuais contará com

orçamento específico detalhado em planilhas elaboradas pelo órgão ou

entidade responsável pela licitação, mantendo-se, em qualquer aditivo

contratual, a proporcionalidade da diferença entre o valor global estimado

pela Administração nos termos deste artigo e o valor global contratado,

mantidos os limites do art. 65, § 1º, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993;

V - na situação prevista no inciso IV deste parágrafo, uma vez

formalizada a alteração contratual, não se aplicam, para efeito de execução,

medição, monitoramento, fiscalização e auditoria, os custos unitários da

planilha de formação do preço do edital, assegurado ao controle interno e

externo o acesso irrestrito a essas informações para fins de verificação da

observância dos incisos I e IV deste parágrafo;

VI - somente em condições especiais, devidamente justificadas em

relatório técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e

aprovado pelo órgão gestor dos recursos ou seu mandatário, poderão os

custos das etapas do cronograma físico-financeiro exceder o limite fixado nos

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incisos I e IV deste parágrafo, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de

controle interno e externo.

§ 7º O preço de referência das obras e serviços de engenharia será

aquele resultante da composição do custo unitário direto do sistema utilizado,

acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI),

evidenciando em sua composição, no mínimo:

I - taxa de rateio da administração central;

II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos

aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado;

III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;

IV - taxa de lucro.

§ 8º Entende-se por composições de custos unitários correspondentes, a

que se refere o caput deste artigo, aquelas que apresentem descrição

semelhante a do serviço a ser executado, com discriminação dos insumos

empregados, quantitativos e coeficientes aplicados.

6.4) SÚMULAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Súmula 253/2010

“Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento do objeto

da licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens de fornecimento de

materiais e equipamentos de natureza específica que possam ser fornecidos

por empresas com especialidades próprias e diversas e que representem

percentual significativo do preço global da obra devem apresentar incidência

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de taxa de Bonificação e Despesas Indiretas (BDI) reduzida em relação à taxa

aplicável aos demais itens”.

Súmula 254/2010

“O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – e a CSLL – Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido – não se consubstanciam em despesa indireta

passível de inclusão na taxa de Bonificações e Despesas Indiretas – BDI do

orçamento-base da licitação, haja vista a natureza direta e personalística

desses tributos, que oneram pessoalmente o contratado”.

Súmula 258/2010

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e

do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou

serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das

propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da expressão

„verba‟ ou de unidades genéricas”.

Súmula 259/2010

“Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição do critério

de aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços

máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor.”

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Súmula 260/2010

“É dever do gestor exigir apresentação de Anotação de Responsabilidade

Técnica – ART referente a projeto, execução, supervisão e fiscalização de

obras e serviços de engenharia, com indicação do responsável pela

elaboração de plantas, orçamento-base, especificações técnicas, composições

de custos unitários, cronograma físico-financeiro e outras peças técnicas.”

Súmula 261/2010

“Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração

de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado

com todos os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21

de junho de 1993, constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a

elaboração de projeto executivo que transfigurem o objeto originalmente

contratado em outro de natureza e propósito diversos”.

Súmula 262/2010

“O critério definido no art. 48, inciso II, § 1º, alíneas “a” e “b”, da Lei nº

8.666/93 conduz a uma presunção relativa de inexequibilidade de preços,

devendo a Administração dar à licitante a oportunidade de demonstrar a

exequibilidade da sua proposta”.

Súmula 263/2011

“Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e

desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor

significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação

da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com

características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com

a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado”.

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6.5) Acórdão TCU 2369/2011 - Plenário

“9.3. orientar as unidades técnicas deste Tribunal a utilizar, até que sejam

finalizados os exames do grupo de trabalho interdisciplinar a que se refere o

item 9.1 supra:

9.3.1. os parâmetros para taxas de BDI contidos no item 9.2 do Acórdão nº.

325/2007 – Plenário, quando se tratar de obras de linhas de transmissão de

energia elétrica e de subestações;

9.3.2. os valores referenciais para taxas de BDI contidos nas tabelas a seguir,

específicos para cada tipo de obra discriminado:

(...)”