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Minicurso ministrado pelo Mandato do Deputado Estadual Fernando Mineiro PT/RN durante o I Encontro Nordestino de Educação Ambiental - I ENEA, realizado em Natal, 8 a 12 de Agosto de 2005 Facilitadores: Fernando Mineiro e Rubens Passos Uma introdução sobre o papel da gestão orçamentária nas políticas de meio ambiente Mandato Cidadão ORÇAMENTO E MEIO AMBIENTE

Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

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Minicurso ministrado pelo Mandato do Deputado Estadual Fernando Mineiro PT/RN durante o I Encontro Nordestino de Educação Ambiental - I ENEA, realizado em Natal, 8 a 12 de Agosto de 2005.

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Page 1: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Minicurso ministrado pelo Mandato do Deputado Estadual

Fernando Mineiro PT/RN durante o I Encontro Nordestino

de Educação Ambiental - I ENEA,

realizado em Natal, 8 a 12 de Agosto de 2005

Facilitadores: Fernando Mineiro e Rubens Passos

Uma introdução sobre o papel da gestão orçamentárianas políticas de meio ambiente

Manda to C idadão

ORÇAMENTO E MEIO AMBIENTE

Page 2: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente02

Estamos realizando neste I Encontro Nordestino de Meio Ambiente,

o mini-curso sobre Orçamento e Meio Ambiente, oportunizando aos

educadores ambientais o conhecimento dos principais mecanismos

das Finanças Públicas, assim como sua interferência nas Políticas

de Meio Ambiente.

Procuramos demonstrar nesse trabalho os principais conteúdos das

três leis orçamentárias, quais sejam, o Plano Plurianual - PPA, Lei

de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA.

Também relacionamos neste trabalho informações a respeito do

funcionamento do Fundo Nacional do Meio Ambiente, como agente

financiador e indutor da participação popular, tendo como objetivo

a implementação da Política Nacional de Meio Ambiente.

Por fim, o conteúdo desta apresentação, ainda traz a forma de

participação popular no processo de elaboração, discussão e

votação das leis orçamentárias, assim como, faz uma breve

explanação do sistema de Orçamento Participativo e sua

instituição.

Assim, através da democratização destas informações e da

possibilidade de discussão e intervenção da sociedade nas Finanças

Públicas, buscamos contribuir para a difusão do processo de

elaboração das leis orçamentárias, visando um equilíbrio entre os

fatores econômicos e o Meio Ambiente.

Natal, agosto de 2005

Fernando Mineiro

APRESENTAÇÃO

Page 3: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 03

O Orçamento é um dos instrumentos mais antigos e tradicionais de

gestão e controle do dinheiro público: Islândia Século X, Inglaterra

1217, França 1789, Estados Unidos 1802. Brasil: Lei Federal Nº

4320/1964 e Decreto-Lei Nº 200/1967.

Com a Constituição de 1988 são dadas as condições para uma

maior participação via Poder Legislativo: Plano Plurianual e Lei de

Diretrizes Orçamentárias.

A lei de responsabilidade fiscal, a Lei Complementar Nº 101/2000,

introduz novos dispositivos que facilitam o controle do orçamento:

Capítulo IX Da Transparência, Controle e Fiscalização.

O orçamento é a expressão da interferência do Poder Público sobre

a economia. É através do orçamento que se materializa a economia

do setor público, é através do orçamento que nascem as finanças

públicas, que por sua vez sustentam e definem as políticas

públicas.

Quando o Poder Executivo encaminha ao Legislativo suas propostas

orçamentárias, na verdade está pedindo autorização da sociedade

para arrecadar recursos e conseqüentemente fazer as aplicações

em gastos públicos.

O orçamento é um plano que representa, em termos de dinheiro,

para um certo período, o programa de ações do governo Gastos; e

os meios de financiamento desse programa - Receitas.

MÓDULO 1BASES DO ORÇAMENTO E AS TRÊS LEIS

ORÇAMENTÁRIAS: PPA, LDO e LOA

1 Bases do Orçamento

Page 4: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente04

Pela Constituição, todos os programas, projetos e atividades

do governo precisam estar incluídos no orçamento. A arrecadação

e as despesas também precisam estar incluídas no orçamento.

Também as operações de crédito, e de qualquer natureza financeira

ou patrimonial.

O orçamento no Brasil não é impositivo e sim autorizativo, ele não

impõe que o que está nele seja efetivamente executado, podendo

ser modificado legalmente através dos chamados mecanismos

retificadores.

O orçamento obedece a normas metodológicas rígidas que

classificam as receitas e as despesas, e as hierarquizam: Função,

Subfunção, Categoria, Programa, Modalidade de Aplicação, Esfera,

Fonte, Ação, Projeto, Atividade, Elemento de Despesa. Todos estes

itens recebem códigos numéricos.

A principal função do orçamento é o controle social das finanças

públicas, além de outras como a modernização administrativa, o

controle contábil, o ajuste econômico e a padronização de

procedimentos.

Na verdade o que chamamos de orçamento é um conjunto de três

leis ou ditas peças orçamentárias: Plano Plurianual PPA, Lei de

Diretrizes Orçamentárias LDO e Lei Orçamentária Anual LOA.

Como o nome diz é uma lei que vale por mais de um ano, de efeito

quadrienal, elaborada no primeiro ano de cada novo governo e

válida para os quatro seguintes. O espírito da lei é que todo novo

governo esteja executando o último ano do PPA do governo

anterior, assegurando assim em tese, uma certa continuidade

administrativa.

2 Plano Plurianual - PPA

Page 5: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 05

Estabelece as diretrizes, metas e prioridades

para as despesas de capital, os investimentos do governo,

e para aqueles programas que tenham duração continuada,

que passem de um ano para outro.

O governo através de seus órgãos de planejamento e finanças

coordenam a elaboração da proposta de PPA (Projeto de Lei),

consolidando as várias propostas setoriais.

Tomando como exemplo o PPA estadual do RN, a lei deve ser

encaminhada à Assembléia até 31 de agosto e votada, com a

possibilidade de emendas, até o final da Sessão Legislativa em 15

de dezembro. A Assembléia não entra em recesso de fim de ano

sem votar o PPA.

Os vetos do governador precisam ser manifestados até 15 dias do

recebimento da versão aprovada pelo Legislativo, e comunicados

ao presidente da Assembléia com as razões ou motivos, até 45 dias

de recebidos pelo Executivo. A contar do recebimento dos vetos e

suas razões, a Assembléia tem 30 dias para rejeitá-los, o que só

pode ser feito por maioria dos deputados em votação secreta. Se o

veto não for mantido, é o projeto enviado, para promulgação, ao

Governador do Estado.

Este mesmo processo relativo aos vetos, vale para as outras duas

leis, a LDO e a LOA.

A atual metodologia adotada para o PPA, e que segue a adotada

pelo governo federal, mostra o seguinte conteúdo do plano: texto

inicial com uma exposição da situação do Estado, perspectivas e

estratégias do PPA para o desenvolvimento; dados sobre os

quantitativos financeiros; e um Anexo com a descrição detalhada

dos programas.

Page 6: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente06

Esta lei foi um grande avanço introduzido pela CF 88, pois deu ao

parlamento a oportunidade de participar mais do processo

orçamentário, quando anteriormente só era possível apresentar

emendas ao orçamento já elaborado pelo Executivo.

É lei anual que, como o próprio nome indica, amarra os parâmetros

e limites que a lei orçamentária terá de obedecer, na prática e em

linguagem figurada, define a moldura dentro da qual o orçamento

terá de ser feito pelo Executivo. Tem como partes muito

importantes, a fixação de quais serão as áreas, as diretrizes

prioritárias no orçamento, e quais as prioridades para a legislação

tributária a ser editada pelo governo.

Antes da edição da lei de responsabilidade fiscal em maio de 2000,

a LDO era tarefa exclusiva das áreas de planejamento e finanças,

mas, hoje por força da LRF que mandou anexar a ela um anexo de

metas fiscais e um anexo de riscos fiscais, a lei é elaborada

também com a participação da área de tributação. A participação

dos órgãos em cada estado, depende da estrutura administrativa

de cada um deles.

A LDO começa a ser preparada normalmente no mês de fevereiro,

com o órgão encarregado ouvindo até março as unidades setoriais,

visando a escolha das prioridades de cada uma, e uma

consolidação delas vai para a LDO, como as prioridades a serem

dadas na lei orçamentária anual.

Ao longo do mês de abril e início de maio o planejamento fecha a

proposta para ser encaminhada ao Legislativo até o dia 15 de

maio. A discussão e votação devem estar concluídas até o

encerramento dos trabalhos legislativos em 30 de junho, e a

Assembléia não entra em recesso de meio de ano, em julho, sem

ter votado a LDO.

3 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

Page 7: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 07

Esta é conhecida como o orçamento ou pelo nome técnico de

Orçamento Geral do Estado. Deve guardar compatibilidade e

respeitar o PPA e a LDO.

Compõe-se do orçamento fiscal, o mais geral de todos, o da

seguridade, envolvendo aspectos previdenciários e partes da

saúde, e o orçamento de investimentos, com as empresas onde o

Estado entra com capital majoritário, como a Agência de Fomento,

a CAERN e a Potigás, no RN.

Traz informações sobre a situação orçamentária, financeira e

patrimonial do ente público nos últimos três anos. Detalha as

receitas e as despesas de todas as unidades orçamentárias ou

órgãos, e as do Estado como um todo.

Cada órgão tem um Programa de Trabalho onde aparecem

detalhados seus projetos, que são despesas finitas, isto é que têm

início, meio e fim, como a construção de uma ponte; e suas

atividades, aquelas que são duradouras e aparecem em todos os

orçamentos, como exemplo, temos a manutenção e funcionamento

dos órgãos.

Trinta dias após a publicação da lei orçamentária, os órgãos de

governo ou unidades orçamentárias devem publicar seus Quadros

de Detalhamento de Despesas, com a discriminação até elemento

de despesa, como manda a Lei Nº 4320/64.

Com relação à metodologia e cronograma, por volta do mês de

maio, a SEPLAN e a SET (caso do RN), com informações da

arrecadação já entrada no ano e as dos três anos anteriores,

estimam um total orçamentário para o ano seguinte e submetem à

aprovação da governadoria, sendo então estabelecidos subtetos

setoriais, em função das prioridades de governo.

Em junho a SEPLAN envia aos órgãos setoriais a informação dos

4 Lei Orçamentária Anual - LOA

Page 8: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente08

CONTEÚDO DAS PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS

MÓDULO 2CONTEÚDO DAS PEÇAS ORÇAMENTÁRIAS

FUNDO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE

PPA1O Plano Plurianual do RN 2004-2007 que vamos utilizar aqui como

exemplo, está composto pelo próprio texto da lei com seus artigos,

parágrafos, incisos e alíneas e, por uma parte textual e outra com

dados e valores constituindo um Anexo que é parte integrante da

lei.

Na parte textual temos: Introdução, Marcos Referenciais, Aspectos

Fisiográficos do Estado, Desafios e Possibilidades para o

Desenvolvimento, Oportunidades e Parcerias para o

Desenvolvimento, Estratégias para o Desenvolvimento e Novo

Modelo de Planejamento.

Especificamente com respeito ao meio ambiente, nos Desafios e

Possibilidades para o Desenvolvimento aparece um tópico

denominado Gestão dos Recursos Naturais. Nas Estratégias para o

Desenvolvimento temos incluído o Desenvolvimento Sustentável.

tetos e as instruções para elaboração das propostas setoriais. Até o final de julho ou início de agosto, o planejamento recebe os orçamentos das unidades e os consolida na proposta que é submetida à governadoria, para ser transformada em projeto de lei e ser remetida ao parlamento estadual até 15 de setembro.

A Assembléia tem até 15 de dezembro para votar o projeto de lei, e da mesma forma, não entra em recesso sem o ter concluído, remetendo então ao crivo do Governador do Estado para vetos ou sanção.

Page 9: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 09

Consultando o Anexo encontramos cinco programas

ligados às questões ambientais: Conservação Ambiental,

Educação Ambiental, Combate à Desertificação, Programa de

Alternativas Energéticas e Planejamento e Gestão da Zona

Costeira.

A metodologia hoje adotada é a inaugurada pelo governo federal

em 1999, que apresenta os Demonstrativos de Investimentos

Previstos por Programa nos quais são apresentadas as seguintes

informações:

Nome do Programa

Macroobjetivo

Órgão Responsável

Público Alvo

Tipo do Programa

Objetivo

Justificativa

Metas Financeiras

Fontes dos Recursos

Ações discriminadas por:

Título da Ação

Produto Esperado

Localização da Ação

Órgão Responsável

Unidade de Medida do Produto

Meta para 2004

Meta para 2004-2007

LDO2A lei de diretrizes orçamentárias, além do próprio texto da lei com

seus artigos, parágrafos, incisos e alíneas, contém como partes

integrantes os seguintes anexos:

Anexo de Metas Fiscais, contendo informações sobre o

desempenho fiscal recente e as projeções para o desempenho das

receitas e das despesas.

Page 10: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente

Anexo de Riscos Fiscais, contendo projeções das receitas e

despesas em função das perspectivas de natureza conjuntural que

podem afetar o comportamento de receitas e despesas.

Anexo com a situação financeira do Regime Próprio de Previdências

dos Servidores, com projeções de arrecadação e despesa.

Anexo de compatibilização entre a LDO e o PPA, onde são

detalhadas as metas quadrienais do PPA especificamente para o

ano do orçamento a que se refere a LDO.

10

LOA3A lei orçamentária anual além do seu texto contendo artigos,

parágrafos, incisos e alíneas, com algumas tabelas que dão em

grandes números uma visão da receita e da despesa, traz vários

anexos detalhando receitas e despesas.

Receitas

Legislação da receita

Receitas de Fundos

Evolução da receita

Receitas dos orçamento fiscal e da seguridade

Resumo Geral da Receita

Demonstrativo da natureza da receita

Despesas

Despesas por função e subfunção

Despesas por programas

Modalidades de aplicação

Fontes de recursos

Despesas por Poder, Órgão, Função e Unidade Orçamentária

Resumo Geral da Despesa

Evolução da despesa

Investimentos por órgão e unidade

Page 11: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 11

Manutenção e desenvolvimento do ensino

Participação do Estado nos gastos com a Saúde

Compatibilização Orçamento/LDO

Programa de Trabalho dos órgãos e unidades

Com relação ao Programa de Trabalho, ele detalha por órgão e

unidade orçamentária, as despesas por projetos e atividades, com

os seus objetivos descritos, e com a localização da previsão das

despesas, segundo as categorias econômicas: Despesas Correntes

Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da Dívida, Outras

Despesas Correntes; Despesas de Capital Investimentos,

Inversões Financeiras, Amortização da Dívida.

Os demonstrativos apontados acima, dizem respeito ao orçamento

fiscal e da seguridade, englobando os órgãos e unidades da

administração direta e indireta.

A lei orçamentária anual detalha ainda, as receitas e despesas do

orçamento de investimentos, aquelas previstas pelo Estado para

comporem os orçamentos da empresas em que o Estado detenha

maioria acionária e de controle.

Decorridos 30 dias da publicação da lei orçamentária, são

publicados os quadros de detalhamento de despesas, descendo ao

nível de elementos de despesa, e os decretos com a programação

de desembolso.

Tem início então a fase de execução orçamentária, com a

arrecadação das receitas e os conseqüentes gastos

governamentais, controlados dentro das normas da contabilidade

pública.

As previsões feitas no orçamento podem ser alteradas ao longo da

execução orçamentária. As receitas podem ser alteradas através

de excesso de arrecadação, ou o surgimento de convênios não

previstos. As despesas podem ser alteradas através dos chamados

mecanismos de retificação do orçamento, os remanejamentos e os

créditos adicionais, entre eles devendo-se destacar os créditos

suplementares.

Page 12: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente12

O Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) vinculado ao Ministério

do Meio Ambiente (MMA), como agente financiador e indutor da

participação popular, tem por objetivo implementar a Política

Nacional de Meio Ambiente. Foi criado pela Lei nº 7.797 de

10/7/89 e no apoio a projetos ambientais já investiu mais de cem

milhões de reais, distribuídos por mais de mil projetos em todo o

país.

Para consultar o site do FNMA, acesse www.mma.gov.br e na

primeira página da home page clique na coluna à esquerda, em

baixo, em fnma.

O FNMA trabalha por grandes linhas temáticas que por sua vez se

subdividem em sub-linhas. As grandes linhas temáticas são:

Extensão Florestal, Gestão Integrada de Áreas Protegidas, Manejo

Sustentável da Flora e da Fauna, Uso Sustentável dos Recursos

Pesqueiros, Educação Ambiental, Amazônia Sustentável e

Qualidade Ambiental.

A grande linha temática Educação Ambiental se subdivide em:

Construção de agendas ambientais institucionais e comunitárias, e

Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável

As fontes de recursos do Fundo são:

?Acordo de Empréstimo 1013/SF-BR do governo federal como

o Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, firmado

em 29/04/99, num montante de 40 milhões de dólares.

?Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Holanda no

valor de 3 milhões de euros.

?Leis de Crimes Ambientais com o FNMA recebendo 10% das

multas arrecadadas.

FUNDO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE

O QUE É O FNMA4

Page 13: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

13

?Lei nº 9.478 de 6/8/97 criando uma cota parte

de 10% para o Fundo, dos recursos destinados aos

estudos e projetos relacionados a danos causados pela

indústria do petróleo.

Podem pleitear recursos do Fundo:

?Órgãos públicos federais, estaduais e municipais, da

administração direta ou indireta.

?Entidades privadas sem fins lucrativos que tenham em seus

estatutos atribuições para atuar em meio ambiente, tais

como ONGs, OSCIPs e organizações de base.

Para obter recursos o FNMA classifica dois tipos de demanda:

Demanda espontânea: apresentação de proposta dentro das linhas

temáticas, e segundo as normas do documento Orientações para

Apresentação de Projetos.

Demanda induzida, que é aquela provocada por editais do MMA e

que definem as condições para apresentação de projetos.

EDITAIS5Editais lançados em 2005:

Edital nº 1/2005 - seleção de projetos para “Mosaicos de áreas

protegidas: uma estratégia de desenvolvimento territorial com

base conservacionista”, data-limite: 8/7/2005, Valor: R$ 4 milhões.

Edital nº 2/2005 - seleção de projetos para “Recuperação e

proteção de nascentes e áreas que margeiam os corpos de água”,

data-limite: 9/9/2005, valor: R$ 20 milhões.

Edital nº 3/2005 - seleção de projetos para “Apoio ao

fortalecimento da gestão ambiental e do ordenamento territorial de

municípios localizados na área”, data-limite: prazos foram

suspensos, valor: R$ 5 milhões.

Orçamento e Meio Ambiente

Page 14: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

14

Edital nº 4/2005

Em função da oportunidade, estamos ressaltando a publicação no

último dia 4/7/2005, do Edital nº 04/2005, destinando R$ 3,25

milhões para o apoio à criação e ao fortalecimento de fundos

sócioambientais públicos.

Estes recursos serão distribuídos em três chamadas:

w1ª - Projetos voltados ao fortalecimento institucional de fundos

constituídos e apoio a pequenos projetos de educação ambiental.

w2ª - criação de fundos socioambientais públicos.

w3ª - capacitação em municípios da bacia do Rio São Francisco.

Poderão participar do Edital nº 04/2005:

Fundos socioambientais públicos legalmente constituídos.

Órgãos estaduais de meio ambiente.

Consórcios legalmente constituídos de municípios da bacia do São

Francisco.

O prazo para envio de propostas vai até o dia 22/8/2005.

A minuta do Edital nº 04/2005 foi discutida durante o Seminário de

Fundos Socioambientais Públicos, realizado em Fortaleza-CE, no

último mês de abril.

MÓDULO 3PARTICIPAÇÃO POPULAR E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

PARTICIPAÇÃO POPULAR

A participação da sociedade no processo orçamentário deve se dar

em duas vertentes principais: a primeira delas é a intervenção

durante o processo de elaboração, discussão e votação das leis

orçamentárias; e a segunda é a fiscalização da execução

orçamentária.

Com relação à intervenção no processo de elaboração, discussão e

Orçamento e Meio Ambiente

Page 15: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente 15

votação, as entidades da sociedade civil organizada

precisam ter consciência, de que a margem de manobra para

modificar as peças orçamentárias durante a fase legislativa é

bastante limitada.

Normalmente o Poder Executivo tem ampla maioria nos

parlamentos, o que diminui o grau de possibilidade de fazer passar

emendas, e, além disso, existem vários impedimentos legais para

se tirar recursos de determinadas rubricas e passar para outras.

Por isso estamos destacando a necessidade de se realizar uma

intervenção prévia, ou seja, procurar formas de participar do

processo de elaboração das propostas, antes das mesmas serem

transformadas em projeto de lei e enviadas ao parlamento.

Tomando a lei orçamentária anual como referência e exemplo,

vamos sugerir alguns passos para orientar o que estamos aqui

chamando de intervenção prévia, a ser levada a efeito pelas

entidades representativas da sociedade civil organizada.

Em primeiro lugar as entidades devem tomar a iniciativa de

estudar as bases teóricas e as técnicas do processo orçamentário,

sendo o ideal que existam pessoas que se dediquem

especializadamente a essa tarefa.

O orçamento é um conjunto que consolida e compatibiliza várias

partes, que são as propostas setoriais. O projeto de lei

orçamentária é como se fosse a somatória do projeto da saúde, da

educação, da segurança, do meio ambiente, etc.

Tomando ainda como exemplo o orçamento anual do Estado do RN,

o órgão encarregado é a SEPLAN, que define sob orientação da

Governadoria e ouvida a Tributação, quais as prioridades políticas e

os tetos orçamentários indicativos para cada setorial. Prepara

também um manual de orientação para os setoriais que

normalmente é enviado entre 15 de maio e 15 de junho.

Os setoriais elaboram então seus orçamentos com base na

Page 16: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente

classificação programática adotada no país, e os enviam de volta a

SEPLAN para receber as críticas devidas e ser feita a consolidação

das propostas para transformação em projeto de lei, que deve ser

encaminhado à Assembléia até 15 de setembro.

As entidades da sociedade devem assim procurar os diversos

órgãos setoriais, para colocarem suas reivindicações durante a

elaboração dos seus orçamentos, e para vê-los transformados em

projetos e atividades com os recursos necessários. É importante

lembrar que alguns conselhos específicos possuem em suas

legislações a prerrogativa de acompanharem a elaboração

orçamentária.

Além disso, é possível também trabalhar na preparação de

emendas ao projeto de lei quando da sua discussão e votação na

Assembléia.

A intervenção prévia não invalida de forma alguma que outras

ações sejam realizadas, especialmente com vistas à fiscalização do

processo orçamentário, entre elas citamos como relevantes: o

acompanhamento dos relatórios e prestação de contas do governo,

a leitura do Diário Oficial, a verificação da realização de obras.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

A instituição do Orçamento Participativo especialmente ao nível dos

municípios é a forma mais consagrada e legitimada de assegurar a

participação popular no processo orçamentário. Já é uma realidade

em vários municípios brasileiros e está sendo implantado em Natal.

Através do Orçamento Participativo o Poder Executivo abre mão da

sua prerrogativa constitucional de elaborar o orçamento, e a divide

com instâncias da sociedade.

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Page 17: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente

Existem dois caminhos para se conseguir a instituição do

Orçamento Participativo. Uma é o próprio grupo político que está

exercendo o Executivo ter a consciência de que ele é necessário, a

outra é obtê-lo a partir de pressão popular. Deve ser

considerado que o sucesso do processo do Orçamento

Participativo depende da capacidade de organização da sociedade.

Outro fator de extrema importância é a capacitação das lideranças

da sociedade, que pode ser de iniciativa do próprio Poder

Executivo. É necessário que essas lideranças tenham clareza sobre

o papel do Estado e estejam habilitadas e qualificadas para

entenderem as relações Estado/Sociedade.

O Orçamento Participativo tem de ser um projeto de todo o

governo, não apenas de um ou outro setor. A participação e

consciência de toda a máquina administrativa é fundamental, já

que o orçamento envolve todos os setores do governo.

Outro ponto ou fator determinante é que o governo deve

disponibilizar para a sociedade, todas as informações necessárias

para que possa decidir sobre prioridades. Aí estão incluídos mapas

da cidade, equipamentos e instalações existentes, informações

sobre as receitas previstas, perfil detalhado dos órgãos de governo,

limitações legais existentes.

Com relação à divisão das cidades ou dos municípios, a experiência

do Orçamento Participativo mostra que as imperfeições e

deturpações existentes na organização do espaço são sérios

entraves ao processo de mobilização e organização da sociedade.

Existem várias experiências ou modelos de Orçamento

Participativo, umas mais e outras menos avançadas, umas mais e

outras menos profundas, mas de modo geral podemos citar como

pontos fundamentais do modelo, além dos já citados:

Mobilização e organização de reuniões por bairros ou regiões,

criação de grupos temáticos, instituição de instâncias fóruns e

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Page 18: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente

conselhos - populares para interagirem com o governo, articulação

com outras esferas de governo e outros Poderes, definição de

modelos quantitativos para definição de montantes para

investimento.

Algumas experiências de Orçamento Participativo colocam para

discussão na sociedade apenas os quantitativos de recursos para

investimentos, mas algumas chegam a discutir até a própria

política de pessoal do governo.

O governo ao ser instituído o Orçamento Participativo, deve se

comprometer publicamente com a sociedade de que o projeto de

lei de orçamento a ser encaminhado ao Legislativo, seja aquele

fruto das decisões das instâncias de sociedade.

As instâncias que representam a sociedade e que dialogam com o

governo, devem reivindicar que o Orçamento Participativo funcione

não apenas para o processo de discussão e elaboração do

orçamento, como também na fiscalização da sua execução.

Normalmente o Orçamento Participativo sofre pesadas reações por

parte da maioria dos integrantes do Poder Legislativo, isto porque

eles se sentem atingidos no que diz respeito à sua liberdade de

reivindicar verbas para regiões, bairros e ruas.

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Page 19: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente

Orçamento e Meio Ambiente

SUGESTÕES DE LEITURA E ACESSO A SITES

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·Constituição Federal, Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais, nos

capítulos que tratam do processo orçamentário e do Meio Ambiente.

·PPAs, LDOs e LOAs, da União, Estados e Municípios, principalmente os

demonstrativos que indicam receitas, despesas e programas de trabalho para o

Meio Ambiente.

·Legislação ambiental da União, Estados e Municípios, especialmente quando

tratam da apropriação e da aplicação de recursos.

·ORÇAMENTO PÚBLICO, James Giacomoni, Editora Atlas.

·A LEI 4320 COMENTADA, J. Teixeira Machado Jr & Heraldo da Costa Reis,

Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBAM.

·FINANÇAS PÚBLICAS, Fernando Rezende, Editora Atlas.

·ORÇAMENTO PARTICIPATIVO: O QUE É, PARA QUE SERVE, COMO SE FAZ,

Valdemir Pires, DTP e Produção Gráfica UNIMEP, [email protected].

·LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL: MANUAL DE ORIENTAÇÃO, Governo do

Estado do Amazonas, [email protected].

·www.mma.gov.br Ministério do Meio Ambiente

·www.ibama.gov.br IBAMA

·www.abop.org.br Associação Brasileira de Orçamento Público

·www.inesc.org.br Instituto de Estudos Socioeconômicos

·www.ibam.org.br Instituto Brasileiro de Administração Municipal

·Sites dos órgãos de planejamento da União, Estados e Municípios, em seus links

que tratam do orçamento.

·Sites dos órgãos estaduais e municipais de Meio Ambiente, especialmente em

seus links que tratam de orçamento, recursos financeiros, etc.

Page 20: Cartilha Orçamento e Meio Ambiente