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1 ANA PAULA BRANDT LISOTT CASA DE REPOUSO BEM VIVER – QUALIDADE DE VIDA

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ANA PAULA BRANDT LISOTT

CASA DE REPOUSO BEM VIVER – QUALIDADE DE VIDA

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Caxias do Sul

2014

ANA PAULA BRANDT LISOTT

CASA DE REPOUSO BEM VIVER – QUALIDADE DE VIDA

Relatório do Projeto Insígnia de B.P ao Clã Arthur Ad Hominem, como parte das exigências do Guia Pioneiro.

Mestre Saionara Figueiró Rambor

Mestre Christian Arruda

Padrinho Guilherme Camello

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1 INTRODUÇÃO

A Insígnia de BP traduz a condição de cidadão do mundo, entendido na sua

expressão mais ampla, daquele que se lança aos seus novos projetos de vida, comprometido

com seu auto - aperfeiçoamento constante, nos seus diversos papeis na sociedade, colaborador

na construção de um mundo melhor contribuindo para uma sociedade mais justa e mais

fraterna, inspirado pelo fundador Baden-Powell.

Com isso, este projeto institui o auxílio e prestação de apoio a Casa de

Repouso Bem viver, localizada na cidade de Caxias do Sul – RS, na Rua Abramo João

Mazzochi, nº 200, no Bairro Pioneiro, na qual hospeda um total de 22 idosos. E, juntamente

com o Clã Pioneiro em ação, deve ser aplicado de forma a melhorar a Qualidade de Vida dos

idosos no Asilo, de forma a acrescentar sentimento na vida de cada um deles. Para início,

segue brevemente o que se sabe sobre a velhice na atualidade.

Velhice na atualidade

O envelhecimento está sendo um fenômeno novo na humanidade, devido ao

declínio da mortalidade e natalidade, saúde pública e saneamento básico mais desenvolvido e,

principalmente, o desenvolvimento e avanço da medicina: isso tudo faz com que as pessoas

vivam cada vez mais.

Em todo o mundo os ‘velhos’ compõem a faixa etária que mais cresce hoje em

dia. No Brasil, na década de 70, caracterizou o início desse processo. A população com mais

de 60 anos passou de 4,7 milhões em 1970 para aproximadamente 19 milhões nos anos 2000.

E, a ONU estima que este número continue crescendo consideravelmente nos anos seguintes.

Em 2050, em cada quatro brasileiros, um deles será idoso.

Enquanto atingir a terceira idade em tempos atrás era proeza, e já se

representava com uma expectativa ruim (a da morte), hoje é cada vez maior o número de

pessoas com 80, 90 e 100 anos. E isso já é possível se observar em casas de repouso (Asilos),

que o número cresce a cada dia tanto de idade como de moradores do local.

A história da velhice

A velhice é uma etapa inevitável de decadência, declinação e antecessora da

morte. O termo velhice é carregado de significados, como por exemplo: inquietude, angústia e

fragilidade. Mas, o envelhecimento é um processo da vida, que está rodeado de muitos mitos,

concepções falsas, tremores e crenças. Mas, a imagem da velhice, varia mediante diversas

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fontes históricas, de cultura para cultura, de tempo em tempo e de lugar para lugar. Isso

afirma, que não existe uma concepção única ou definitiva do termo velhice, mas sim

definições incertas e variadas através da história.

São diversas as definições. Para os Babilônios, a imortalidade e formas de

impedir o processo de envelhecimento, ou seja, conservar a juventude esteve muito presente.

Já na Grécia Antiga, os velhos eram desprezados e a beleza, força e juventude eram exaltadas

por alguns filósofos gregos. Já Platão, introduziu uma nova visão - aonde a velhice conduziria

o ser a uma melhor harmonia, sensatez, astúcia e juízo.

Já na sociedade Romana, os de idade progredida tinham uma posição

privilegiada. Era concedido a autoridade de ser ‘pai de família’. E, quanto mais poderes eram

concedidos, mais houve ira das novas gerações. Os Romanos também concediam cargos

importantes no senado aos de mais idade. Em sociedades mais antigas, o ancião também era

visto com privilégio sobrenatural que lhe era concedida a vida longa e como resultado,

ocupava lugar primordial e era associado com a sabedoria e a experiência. Assim agiam as

sociedade orientais, principalmente Japão e China.

A cultura Inca, Asteca e dos Hebreus, consideravam a importância de seus

idosos, e, em épocas de nomadismo, eram os chefes naturais dos povos que eram consultados

sempre que necessário. Uma vida longa era vista como uma benção para a população do que

uma carga pesada para eles.

Os mitos que permanecem a respeito da velhice, prejudicam o bom

envelhecimento e dificultam uma inserção dos ‘velhos’ na sociedade. O que se percebe são

ciclos que ocorreram ao longo da história, períodos em que os idosos são valorizados também

são seguidos por crises entre juventude e velhice; e, posteriormente a desvalorização do idoso.

Hoje, para uma parcela economicamente ativa, já existe uma movimentação de inserção dos

idosos, como por exemplo, atividades relacionadas ao turismo e serviços para a terceira idade.

Porém, em contrapartida os meios de comunicação não estão auxiliando na

construção da terceira idade: pela falta de sentimento de valorização em participar de redes

sociais, ou também de poder participar em encontros, como o de um cinema, por exemplo. A

imagem passada pelos canais de comunicação é de que um idoso não é importante, afetando

seriamente a autoestima. A validação social é crucial para o desenvolvimento de todas as

pessoas, especialmente dos idosos.

Em função disso, faz-se necessário uma conscientização da importância que

essas pessoas (os de mais idade) tem em nossa vida e sociedade. Sabendo disso, é que houve

o interesse em realizar um projeto com pessoas que muitas vezes não tem mais interesse em

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viver, já que são tão desvalorizados (muitos ainda são esquecidos pela família). Dessa forma,

interagindo com eles e mostrando para a sociedade que são seres comuns e de tamanha

sabedoria, é que poderemos mudar a visão da sociedade do que é ser velho hoje dia.

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2 OBJETIVOS

Para a execução desse projeto serão realizadas algumas atividades divididas

por áreas, na qual o pioneiro conseguirá aprimorar suas ações físicas, intelectuais e sociais em

conjunto com os idosos. São elas:

- Pesquisar sobre a velhice na atualidade e os demais temas que são pertinentes

ao assunto.

- Verificar a qualidade de vida dos idosos e melhorá-la conforme possível com

o escotismo;

- Pesquisar a história de vida de alguns idosos e verificar junto aos pioneiros

essa vivência a cada visita;

- Receber contribuições de psicólogos;

- Realizar atividades recreativas fazendo com que a convivência torne-se fonte

de aprendizado de ambas as partes;

- Construir uma horta orgânica no Asilo conforme necessidade de

aproveitamento e uso da mesma pelos idosos e,

- Campanha de arrecadação de material higiênico utilizado pelo asilo.

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3 APRESENTAÇÃO DE DADOS

Muitas são as histórias de vidas que não conhecemos. Não sabemos o quão

fácil ou difícil foi ter vivido em condições em que nem estávamos vivos ainda para entender.

Em função disso, pude ter acesso a 5 histórias de vida, as quais apresento neste Projeto.

Porém, todas com nome fictício para preservação dos dados pessoais. Apresento as histórias

dos velhinhos, abaixo:

1) Esta história de vida, representa o Sr. Valdir, com informações coletadas

junto ao seu filho que é o responsável pela sua internação. Sr. Valdir é

natural de Lages/SC, tem 74 anos e seu estado civil é separado. Estudou até

o ensino médio incompleto e é católico. Possui também plano de saúde. E

seu ingresso na casa de repouso foi em 2009.

Após Sr. Valdir nascer, foi morar em Anita Garibaldi/SC e com 27 anos se

casou com Maria que tinha 18 anos. Moravam de aluguel e sua profissão

era guarda de trânsito. Tiveram 2 filhos e um bebê faleceu com pouco

tempo de vida. Quando seus filhos eram pequenos, com a diferença de

idade, Sr. Valdir começou a ficar doente, com muita agressividade e

agredindo verbalmente e fisicamente sua esposa (com isso, passou a ficar

internado em clínicas de psiquiatria). Nos próximos 12 anos, ficou em

Curitiba/PR em clínica, e posteriormente na clínica Paulo Guedes para

tratamento. Os filhos, em função disto, cresceram sem o carinho e presença

do pai. Naquele tempo, não havia um diagnóstico preciso de sua saúde, um

tempo depois é que descobriram que possuía bipolaridade. Neste meio

temo, Maria não quis mais ficar casada com Sr. Valdir e houve a separação.

Nas idas e vindas à clínicas, passou a morar com seu pai, porém este veio a

falecer em 2006, e para isto, uma cuidadora foi contratada para acompanhar

Sr. Valdir. Seu filho, morava em Caxias do Sul, e ia visitar seguidamente

Sr. Valdir, dando toda assistência necessária: medicações, alimentação,

quitação de contas, entre outros. Quando a cuidadora desistiu de cuidar de

seu Valdir, seu filho possuiu a curatela através de Juiz para cuidar de seu

pai. Logo após este período, foi encaminhado para a casa de Repouso, a

qual permanece até hoje. Sua filha, tem pouco contato com seu Valdir

(alegando nem querer vê-lo), somente quando solicitado pelo seu irmão.

Seu Valdir precisa de cuidados 24 horas e seu filho alega não poder em

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função do trabalho. Seu Valdir possui enfermidades como Alzheimer,

bipolaridade, Parkinson e Hipertensão. Toma medicamentos diariamente,

caminha, usa fraldas e ouve bem.

2) Esta história de vida, se refere a longa permanência de Sra. Amanda, nesta

casa de Repouso, com informações coletadas junto ao seu filho que é o

responsável pela sua internação. Sra. Amanda é natural de Vacaria, tem 66

anos e está separada. Estudou até o ensino médio completo e sua religião é

a católica. Segundo relatos, Sra. Amanda veio morar em Caxias do Sul aos

16 anos como doméstica de uma casa de família, onde trabalhou por muitos

anos. Sendo que, Sra. Amanda acompanhava a família sempre onde ela iria

morar, como por exemplo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Conheceu seu marido na cidade de Caxias do Sul o qual também era

natural de Vacaria. Em Caxias, casaram e moraram de aluguel. Seu marido

era construtor civil e Sra. Amanda cozinheira de motel, na época. Tiveram

3 filhos. A família, não vivia em um ambiente acolhedor, já que haviam

muitas discussões entre o casal e, seu marido, à agredia verbalmente e

fisicamente, juntamente com seus filhos.

Por não se entenderem, o marido solicitou a separação e foi conviver com

uma nova mulher de 20 anos mais nova. Nesta época os filhos já tinham

idade de 18, 15 e 8 anos. Segundo os relatos. Sra. Amanda sempre foi

empreendedora, batalhadora e muito prestativa. Sempre ajudando os

vizinhos, amigos e fazendo encaminhamentos para despachantes,

escrituras, aposentadorias, e em tudo que pudesse fazer o bem para as

pessoas. Infelizmente, todo o seu envolvimento a prejudicou, já que não

trabalhou de carteira assinada, hoje em dia não possui aposentadoria,

perdendo seus direitos como cidadã. Os filhos buscam aposentadoria por

invalidez. Na sequência, Sra. Amanda, ficou morando com seu filho (o qual

era ajudado por seu pai nos estudos e alimentação). Em função da vida

conturbada, Sra. Amanda passou a necessitar de tratamentos especiais e de

atendimento 24 horas, já que foi constatado depressão. Sra. Amanda, não

quis realizar o tratamento e veio a se tornar alcoólatra (e também nunca

quis realizar um tratamento para eliminar o vício). Bebia cachaça e vinha

durante o dia até a noite, e, para piorar, conheceu um companheiro que

também era alcoólatra. Por passar muito tempo sem comer durante o dia,

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Amanda, já estava desidratada e com a saúde debilitada. Após diversas

internações em hospitais, continuava a beber. Em função disto, seus filhos

estavam cansados em tentar ajudar Amanda, e então decidiram internar na

casa de Repouso. A Sra. Amanda, necessita de atendimento 24 horas, e, os

filhos mais velhos não aceitam as atitudes da mãe e somente o mais novo é

que a acompanha. Sra. Amanda, é resistente, está bem de saúde e está

sempre em atividades para ocupar a mente, já que está longe do álcool a

algum tempo. Em função do uso do álcool, hoje possui demência mental

mas continua uma pessoa proativa mesmo assim.

3) Esta história de vida, se refere a longa permanência do Sr. Amancio, nesta

casa de Repouso, com informações coletadas junto a sua esposa que é o

responsável pela sua internação. Sr. Amancio é natural de Tubarão/SC, tem

75 anos e é casado. Estudou até o ensino fundamental incompleto e é de

religião católica. Os relatos afirmam que o casal tem 7 filhos e morava em

Tubarão. A família possuía um engenho de fazer farinha de mandioca. Mas,

também trabalhava na agricultura, cultivando feijão e arroz. E, seu

Amancio e sua esposa, eram vizinhos e se conheceram apenas num baile.

Quando casaram, ainda moravam em Pinheirinho Alto, e, o primeiro filho

veio a falecer por falta de assistência médica. Após, se mudaram e tiveram

os 7 filhos. Sr. Amancio era muito bravo, rígido e autoritário com os filhos

e este, se criaram com muita mágoa do pai.

Com o passar dos anos, seu Amancio, começou a ficar doente e teve

hepatite, assim, resolveram vir morar em Caxias do Sul (onde encontrariam

mais disponibilidade da medicina). Sua esposa trabalhou como doméstica,

costureira e também na empresa Éberle (aposentando-se por tempo de

serviço posteriormente). Sr. Amancio, trabalhou de vendedor (frutas e

verduras) e carpinteiro em construções.

Sr. Amancio, já estava muito doente, apresentando um tumor na cabeça. O

relacionamento do casal já estava conturbado, e esses se separaram (não

legalmente). Sr. Amancio vivia no inferior da casa, e gastou todas as suas

economias em viagens e mulheres. Mesmo nessa situação, sua esposa

continuou cuidando das coisas dele: roupas, alimentação e saúde. Mesmo

recebendo todo este carinho, seu Amancio a ameaçou de morte e a agredia

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fisicamente, por estar debilitado mentalmente. Nesta época sua esposa

trabalhava na Éberle.

Sr. Amancio teve vários AVC e permaneceu em cadeira de rodas por 3

meses. Depois, voltou a caminhar novamente. Nesta época, sua esposa

decidi internar Sr. Amancio. Este se encontra com necessidade de atenção

24 horas, possui Alzheimer, sonda para alimentação e esvaziamento do

estômago, recebe água e medicação, usa fraldas, não fala, ouve pouco,

acamado, AVC isquêmico causando déficits cerebrais.

4) Esta história de vida, se refere a longa permanência da Sra. Rosa, nesta casa

de Repouso, com informações coletadas junto a sua irmã que é o

responsável pela sua internação. É natural de Cachoeira do Sul/RS, tem 75

anos e é solteira. Estudou até o ensino fundamental completo e é de religião

católica, e, aposentada pela sua idade. Sua família é natural de Cachoeira

do Sul, e tem 11 irmãos. Morava no interior e trabalhava na agricultura. A

família tinha bom relacionamento entre ela mesmo e os vizinhos.

Quando os filhos se tornaram adultos (inclusive Rosa) vieram pouco a

pouco morar em Caxias do Sul e pagavam aluguel. Todos trabalhavam e

foram adquirindo estabilidade financeira. Sra. Rosa, trabalhou na

Marcopolo, Éberle e no comércio. Morava com a mãe e seu pai já era

falecido. Também era costureira, e nunca casou ou teve filhos. Com o

passar dos anos, teve depressão e passou a ter praticamente 20 anos sem

trabalhar, apenas ajudava sua mãe em casa. Sua mãe também era costureira

e seu pai falecera com AVC (posteriormente um irmão também).

Após este período, voltou a trabalhar no comércio e um escritório de

contabilidade se sua irmã com trabalhos externos. Rosa era uma mulher

muito comunicativa, simpática, gostava de curtir a vida livremente sem

compromissos em realizar um casamento, por exemplo. Namorou muito,

mas nunca quis casar. Gostava de passear e viajar bastante.

Depois de uns anos, não quis mais trabalhar e suas irmãs pagavam o INSS

para ela se aposentar posteriormente. Aposentou-se com 64 anos e morou

com sua mãe até esta falecer. Após isso, morou um tempo com cada irmã,

porém, com saúde debilitada e idade avançada, esta foi encaminhada para a

casa de Repouso. Evidencia-se que necessita de atendimento 24 horas, tem

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Alzheimer, ouve bem, fala pouco, usa fraldas e não caminha. Usa

medicações para colesterol e antidepressivo.

5) Esta história de vida, se refere a longa permanência da Sra. Ana, nesta casa

de Repouso, com informações coletadas junto a sua irmã que é o

responsável pela sua internação. Ana é natural de Guabijú/RS, possui 101

anos, é viúva, não alfabetiza, de religião católica e aposentada por idade.

Segundo relatos, Ana é natural de Guabijú, com 9 irmãos e a família

trabalhava na agricultura e vivia bem e tranquilamente no interior da cidade

e cultivavam produtos para sua sobrevivência.

Com o passar do tempo, Ana foi morar com seu irmão em André da Rocha,

porém seu irmão faleceu e Ana ficou morando com sua cunhada durante

oito anos. Quando conheceu seu futuro marido, já estava com 58 anos e o

marido com 60 anos. Casaram e foram morar no sítio do marido durante 10

anos e não tiveram filhos (O seu marido, já tinha 4 filhos e era viúvo.). O

sítio ficava em Esmeralda/RS.

Ao passar dos anos, marido de Ana começou a ficar doente da próstata e

necessitava de acompanhamento médico, disponível Porto Alegre/RS,

então se mudou para morar com a filha, mas falece aos 78 anos. Por um

tempo, Sra. Ana, ficou com a filha do seu marido em sua casa em POA.

Mais tarde, seus irmãos foram buscá-la e ela foi morar em um primo em

Lagoa Vermelha/RS, onde tinha muitos amigos e parentes.

Assim Ana levou sua vida, morando com parentes e uma vez também

sozinha em Esmeralda, onde tinha terras e comprou uma casa para morar.

Segundo relato de sua sobrinha, não sabe com quem ficou a herança da tia,

já que esta possuía muitas casas e terras.

Por fim, após todos esses acontecimentos a Sra. Ana, se encontra na casa de

Repouso, já que necessita de atendimento 24 horas, irmãos com idade

avançada, a saúde inspira cuidados, tem Parkinson, pouca adição, mas, não

tem problema de pressão, não usa fraldas, e, tem demência pelo avanço da

idade e usa medicamentos.

OBS: A Sra. Ana, faleceu no andamento do meu Projeto, ao completar 102

anos de idade.

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Também foi realizado no meu Projeto, a arrecadação de Produtos de Higiene

pessoal, e também o que as pessoas quisessem contribuir. Durante os 3 meses, foi arrecado o

montante abaixo:

Total das doações:

16 rolos de papel higiênico

120 sabonetes

54 pastas de dente

19 pacotes de fraldas geriátricas

3 cremes para o cabelo

3 hidratantes para o corpo

3 desodorantes

103 perfumes

4 caixas de remédio Enalapril (para pressão)

9 suplementos alimentares

5 desinfetantes

2 limpol

10 escovas de dente

1 condicionador para cabelo

20 shampoos

1 talco

1 sabonete líquido

1 colônia para limpeza de pele

1 pacote de cotonete

1 fio dental

1 pente para piolho

4 calças quentinhas

7 mantas

2 meias

1 touca

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4 RELATÓRIOS DE VISITAS

Meu projeto se inicia em Março de 2014, onde foi contatado o asilo em

questão, verificado a possibilidade de realizar um trabalho voluntário, e as melhorias que

poderiam ser implantadas de início juntamente com uma das donas do asilo – que também é

coordenadora – Rosa, e também com a outra coordenadora Ivone, que aceitaram a ideia de

realizar um projeto visando à qualidade de vida dos moradores. Também, no dia 15 de Março,

foi realizado no G.E. Moacara, o encontro de chefes, onde apresentei a proposta do projeto, o

qual foi aceito e elogiado por todos.

A casa de repouso conta com 21 idosos moradores, 12 funcionários,

atendimento de fisioterapeuta, nutricionista, assistente social e enfermeira chefe (todos

contratados). Além destes, também os proprietários, Rosa e David, e a coordenação

comentada anteriormente.

Casa de Repouso Bem Viver

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Pátio do Asilo

Dos vinte e um idosos, 6 deles são acamados, onde são instalados no primeiro

andar da casa em função da praticidade e solicitação da vigilância. Dos idosos, a maioria

possui Mal de Alzheimer, mas apenas 3 possuem Mal de Parkinson severo.

Já as visitas que irão fazer parte do projeto juntamente com o Clã, se realizarão

nos dias 26 de Abril de 2014 (com a construção da horta orgânica), 24 de Maio de 2014, 07 de

Junho de 2014 e finalizando o projeto no dia 05 de Julho de 2014, onde haverá a entrega das

doações de material higiênico, parte do projeto também. Além disto, visitas realizadas por

mim semanalmente.

26 de Abril de 2014

Para a realização deste primeiro encontro dos pioneiros do Clã Arthur Ad

Hominem, realizei uma entrevista com o estudante de psicologia William Fiuza e ex pioneiro,

sobre a postura que deve ser adotada pelos pioneiros juntamente com os idosos, além do que

eles irão presenciar. Segue resumo feito para contribuição do projeto:

Atualmente, com o avanço das tecnologias e das áreas da saúde, os seres humanos

tem seu tempo de vida cada vez mais prolongado. No entanto, isso não é sinônimo de qualidade de

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vida e é por esse motivo que é necessária uma atenção especial para os sujeitos da terceira idade,

muitas vezes esquecidos pela nossa sociedade.

Como estudante de psicologia, percebo o projeto Asilo Bem Viver – Qualidade

de Vida, como uma iniciativa extremamente relevante, visto que ele contempla um olhar para os

moradores do asilo Bem Viver. Todo o ser humano sente necessidade de ser ouvido e compreendido,

dessa forma as visitas dos Pioneiros do Clã Arthur ad Hominem podem ser vantajosas no sentido de

que estes idosos se sintam acolhidos e entendidos. Acredito que isso já possa colaborar para a

diminuição de ansiedade destes, além da possibilidade de elaboração e até mesmo ressignificação de

experiências prévias – daqueles que ainda possuem reminiscência a respeito dessa – através de sua

fala e das histórias compartilhadas. Ademais, a partir do momento que esses moradores se sentirem

vistos – através das conversas, a criação da horta, e a própria preocupação com o asilo - podemos ter

como consequência, o aumento da auto estima e valorização por parte deles próprios.

Também percebo que algumas características comuns do envelhecimento

devem ser levadas em conta por parte dos pioneiros. Essa fase do desenvolvimento se caracteriza por

perdas: lutos por familiares e amigos, perda de capacidade físicas e cognitivas, além da perda – como

consequência desses últimos – de autonomia e controle. Outra característica marcante dessa fase de

desenvolvimento é a rigidez de pensamento, uma vez que é comum o indivíduo ter permanecido a

vida toda com as mesmas estratégias comportamentais e crenças, sendo que dificilmente essas irão

sofrer alteração na última fase de sua vida.

Esses aspectos devem ser entendidos como naturais do processo de

envelhecer, podendo ser considerados como Crises Vitais. Esse conceito, refere-se a demandas

características de determinada fase da vida, que são naturais naquele determinado período de vida.

Temos como outros exemplos de crise vital, as fases de tristeza e negação durante o processo de luto

ou mesmo a busca por identidade e diferenciação dos pais, na adolescência.

Assim, é preciso dar-se conta que é comum que muitos idosos sintam-se

subestimados e desvalorizados, devido sua condição de dependência – comumente inexistente

durante fases anteriores de sua vida. Sendo assim, mais uma vez mostra-se a importância desse

projeto e o alcance que pode ter. Ressalta-se que apesar das visitas terem um cunho comunitário, é

importante que os pioneiros não coloquem-se em uma posição de superioridade, mas sim, de que

estão servindo por gostarem. Essa postura, irá colaborar na aceitação dos moradoras em relação as

visitas e reforçar uma visão positiva dos idosos sobre eles, auxiliando que percebam suas capacidades

e a estima que os outros podem ter por eles– ao contrário de uma postura de “Pena” que iria,

prejudicialmente, trazer à tona os aspectos de desvalorização citados anteriormente.

Por outro lado, embora existam características típicas da terceira idade, existem

aspectos individuais de cada sujeito. Isso acontece, pois ao longo da vida, cada um deles manejou de

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forma diferente suas relações socioafetivas e estratégias de sobrevivência, além das próprias

características fisiológicas e genéticas que são singulares de forma inerente para cada indivíduo. Ou

seja: cada um dos idosos, devido a sua subjetividade, possui características únicas. Desse modo,

entendo que não há uma forma padronizada de lidar com os idosos, no caso do asilo, pois cada um

deles tem suas necessidades e características próprias. Por exemplo: alguns podem gostar de falar

muito sobre si, enquanto outros podem querer explorar assuntos diversos e pode haver ainda alguns

que se sintam bem permanecendo em silêncio. Outra situação que alude a esse fato, é que as

condições de saúde dos idosos do local é variada, tendo alguns muito lúcidos e outros mais

comprometidos, alguns, inclusive, com Mal de Alzheimer severo.

Assim, cabe a cada pioneiro ter sensibilidade e bom senso para se relacionar com os

idosos durante as visitas. Penso que a chave para uma boa interação nesses encontros seja uma

atitude de empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) por parte dos pioneiros, sempre

levando em conta, a personalidade de cada um dos moradores do asilo e as características próprias

do ciclo vital, citadas acima.

William Fiuza - Ex pioneiro e estudante de psicologia

No sábado do dia da visita, nos reunimos na seção para conversa de como seria

a visita, e leitura do texto acima. Também, houve contribuições dos pioneiros que já haviam

visitado anteriormente um asilo, e também que já visitaram o Asilo Bem Viver. Foi uma

conversa muito produtiva e de muita importância, pois desta forma, os pioneiros já saíram da

sede com a ideia do que iriam encontrar (por mais que o Asilo seja um lugar muito tranquilo e

de muito carinho com os escoteiros), não se pode descartar a possibilidade de encontrar idosos

que realizaram suas necessidades nas calças, deixaram cair alimentos da colher, fofocas, rezas

e afins.

Saímos em direção ao asilo e quando chegamos, fomos super bem recebidos

pela coordenadora Ivone, e pelos funcionários que estavam de escala. Também por alguns

idosos se encontravam no refeitório (entrada do asilo). Na primeira impressão, acredito que os

pioneiros ficaram encabulados, mas não demorou muito para logo se soltarem e terminar de

visitar a casa, sentar ao lado de alguns idosos (alguns inclusive rezaram o terço) e também

ajudar na horta que estava sendo produzida.

Para a criação da horta orgânica, contamos com a ajuda do meu pai, Nelso

Lisott, que foi de suma importância. Uma semana anterior à visita, escolhemos o local e

delimitamos o local conforme foto abaixo.

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Delimitação do local

Início da horta

Após a retirada da grama do local, seria possível iniciar a horta orgânica. Fizemos

uma escala e, todos participaram da construção da horta e contato com os idosos. Algumas fotos

abaixo descrevem os momentos que tivemos.

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Essas são apenas algumas fotos que transcrevem tamanho carinho e amor que

transbordaram neste dia. Foi muito importante para o meu projeto, mas tenho certeza que foi

muito mais importante para o crescimento pessoal de cada pioneiro e Mestre. Saber que

existem pessoas idosas que são abandonadas em um asilo e não recebem carinho diferente

além dos donos do local, é quase inacreditável. Tenho certeza que deixamos este local mais

feliz por simplesmente estar em silêncio ao lado deles.

24 de Maio de 2014

No segundo sábado de visita junto ao Clã Arthur Ad Hominem, os escolhidos

para me acompanharem foram: Murilo Rech, Gionathan Sandi, Guilherme Moroni e Bárbara

Panisson. A atividade consistia em manter o contato com os idosos da casa e proporcionar

para eles um dia especial, com músicas cantadas e tocadas por nós pioneiros. As músicas

foram próprias para eles, que remetiam ao passado, por exemplo, Velho Casarão e Tropeiro

Velho de Teixerinha, Tordilho Negro de Os serranos, músicas italianas e também religiosas.

Quando chegamos, visitamos a horta, que está linda e se desenvolvendo

conforme foto abaixo:

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Após admirarmos a horta, entramos na casa e cumprimentamos todos os

idosos, inclusive os acamados com sondas, que não saem do quarto. Incrível como eles

demonstram sentimento facilmente, nos receberam muito bem e sempre com um sorriso no

rosto. Seguido a recepção, entramos na sala onde eles podem ficar durante a tarde: com TV,

fogão a lenha, revistas e outros entretenimentos que são possíveis para a idade, e fomos

acolhidos para tocar algumas músicas para eles. Foi uma festa, eles simplesmente adoraram,

alguns inclusive levantaram para dançar, cantaram junto e pediram ‘Bis’.

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Algumas das fotos abaixo transcrevem a alegria que foi transmitir alegria, e

poder aproveitar com eles uma tarde de sábado divertida:

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Terminamos mais uma tarde proveitosa com muitos pedidos de ‘Bis’, muitos

sorrisos e pedidos para voltarmos passar a tarde com eles.

07 de Junho de 2014

Na terceira visita ao asilo, levei junto de mim, os pioneiros: Ana Carolina

Barboza, Julian Reche e Leonardo Michelon. Neste sábado, organizamos a casa para a festa

junina que acontecerá neste mês de Junho e realizamos a visita mensal conversando e

transmitindo carinho e amor aos idosos. Além de verificar o crescimento da horta orgânica

feita para os idosos.

Na foto abaixo, há a nítida diferença de uma visita à outra da horta:

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E os preparativos para a festa Junina com os idosos:

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Após o termino, ficamos conversando com os idosos histórias que eles adoram

contas: a vida, sobre religião, sobre a casa de repouso, e algumas piadas para nos divertir:

12 de Junho de 2014

No dia 12 de Junho, início da Copa do Mundo que está sendo realizada no

Brasil, eu e meu namorado fomos ao Asilo para enfeitar a casa com o tema e também me

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divertir com os idosos fazendo torcida para o jogo. Após a organização, me despedi de todos e

avisei que a próxima visita estava próxima, já que eles questionaram onde estava o restante

dos escoteiros.

As fotos abaixo demonstram a alegria do momento:

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21 de Junho de 2014

No dia 21 de Junho, estavam presentes na visita mensal junto à mim, os

pioneiros: Guilherme Camello (que trouxe também sua mãe e sua avó), Guilherme Moroni,

Murilo Rech, Jeferson Reginato, Ana Carolina Barboza e Nicoly Donati.

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Neste sábado, realizamos a visita antecedente a festa junina que se realizou no

dia 22 de Junho de 2014, mas que somente eu e minha mãe estávamos presentes.

Neste sábado, 21, realizamos uma das visitas, que para mim, foi uma das

melhores até o momento. Poder transmitir a outros convidados (no caso a mãe do Guilherme e

avó) todo o sentimento que está sendo este projeto. Além, de mostrar á elas ao vivo e a cores,

o sorriso no rosto de cada idoso que conversamos.

Para não perder o costume, mostrei a evolução da horta para os pioneiros, e

observamos que logo ela poderá ser colhida:

Também, ficamos ‘tomando sol’ junto a alguns idosos que estavam

aproveitando o calorzinho que o dia estava proporcionando:

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A festa do dia 22 de Junho foi maravilhosa. Divertimos-nos muito (eu e minha mãe,

junto aos idosos) e praticamente todos receberam visita da família - o que foi bom para mim

também, pois pude entender um pouco mais sobre os idosos – e descobri, que muitas das

histórias de vida deles, nem sempre foi como eles contam.

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Também, quando avisei que a próxima visita será realizada dia 05 de Julho, ficaram

muito felizes. Neste sábado, realizo a última visita junto ao projeto, mas tenho certeza que o

Clã Arthur Ad Hominem continuará com as visitas.

05 de Julho de 2014

A atividade do dia 05 de Julho de 2014 foi a última a se realizar dentro do meu

Projeto de Insígnia de BP. Por um lado foi alegre, pois fui tomada por uma sensação de dever

cumprido, e este é o mais importante. Não me preocupo se meu projeto não será aprovado ou

não, fico feliz em ter contribuído para a felicidade de cada um daqueles idosos e de ter

participado de um pedacinho da vida deles.

Nesta visita, levei junto comigo do Clã Pioneiro, meu padrinho/Mestre

Guilherme Camello e o pioneiro Gabriel Paviani, juntamente com o Presidente do Grupo

Escoteiro Moacara, Sergio Camello e 13 guias com sua chefia e também a visita especial de

Julia, uma escoteira da Suiça que estava a passeio.

A atividade foi bem produtiva, e tenho certeza que passei para as guias o

sentimento que elas deveriam ter e demonstrar para os idosos. Segue algumas fotos:

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Neste dia também levamos todas as doações adquiridas no decorrer do Projeto:

Após a atividade, em avaliação com as guias, conversamos a respeito de

envelhecer e ter uma vida mais saudável, além de estar junto aos seus filhos e não futuramente

num Asilo, como acontece com alguns idosos na casa.

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5 CONCLUSÃO

Realizar este projeto, foi muito gratificante. Eu que não tive contato

praticamente com avós (conheci somente minha avó paterna, e esta faleceu quando eu tinha

11 anos), foi como realizar um sonho de ter o contato constante com idosos, que muitas vezes

não receberam um carinho de um filho, ou de algum conhecimento.

Mesmo sendo ‘estranhos’ para eles, tenho certeza que eles abriram o coração,

assim como nós escoteiros também abrimos o coração para participar deste Projeto. Muitas

vezes em silêncio permanecemos, apenas segurando a mão de um idoso, mas temos certeza

que isso era o necessário no momento. Também, dançamos, cantamos e alegramos os

corações dos idosos nos divertindo juntos.

Foram momentos compartilhados que suprem qualquer espaço no coração que

estava esperando um carinho. E tenho certeza, isso tudo é muito maior do que receber uma

Insígnia de BP. Não, que não seja importa, claro. Mas ter o sentimento dentro de mim de

dever cumprido, de ter dado o meu melhor e de ter contribuído para uma velhice com mais

qualidade de vida, vale muito mais a pena!

Agradeço a todos, desde os proprietários do Asilo que me deram a

oportunidade de construir esse trabalho, os Pioneiros e Mestres que me ajudaram a executar

todas as atividades, Presidente do Grupo Moacara e sua equipe e, 26º Distrito Escoteiro que

mantiveram o elogio da grandiosidade do meu Projeto, e por último (mas não menos

importante) meu Padrinho Guilherme Camello e minha família que me incentivaram o tempo

todo em não desistir dessa causa. Vocês foram essenciais! Obrigada.

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6 REFERÊNCIAS

Clã Pioneiro em Ação;

Lemos, de Daniela. Palhares, Fernanda. Pinehri, João Paulo. Landenberger, Thaís. Velhice. Editora Sulina.