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Casa do Produtor Rural - CPRAv. Pádua Dias, 11 - Cx. Postal 9CEP 13418-900 - Piracicaba, [email protected]

Revisão e Edição: Fabiana Marchi de AbreuMarcela MatavelliMariana Gomes Pereira

Capa:

Editoração Eletrônica: Maria Clarete Sarkis Hyppolito

Tiragem: 3000 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP

Garcia, José NivaldoO eucalipto e a pequena propriedade rural / José Nivaldo Garcia e Mariana Gomes

Pereira. - - Piracicaba: Casa do Produtor Rural, 2010.59 p. : il.

Bibliografia.

1. Eucalipto 2. Propriedade rural I. Pereira, M.G. II Título

CDD 634.9734

G216e

José Adilson Milanêz

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José Nivaldo Garcia1

Mariana Gomes Pereira2

1 Professor Doutor - Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP2 Aluna de Graduação em Engenharia Florestal - ESALQ/USP

o Eucalipto e aPequena Propriedade Rural

Piracicaba2010

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À Pró-Reitoria de Cultura e Extensão UniversitáriaAo Programa Aprender com Cultura e ExtensãoÀ Casa do Produtor RuralAos Produtores Rurais

Agradecimentos

Apoio

Fundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão da Pró-Reitoria deCultura e Extensão Universitária

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ÍndiceA História do Eucalipto

Escolha da Espécie

07

08

Produção de Mudas

ImplantaçãoEscolha do LocalEstradas, Aceiros e TalhonamentoAmostragem de SoloPráticas Silviculturais

2626272829

10Critérios para Instalação de um ViveiroInfra-estruturaRecipientesSubstratoDrenagemIrrigaçãoAdubaçãoSistema OperacionalTratamento FitossanitárioControle de Qualidade

10111416171718192424

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Pré-CorteTécnica Padrão de Corte

Uso Múltiplo do EucaliptoMadeira SerradaTratamento de MourõesProdução de CarvãoÓleo Essencial

Colheita Florestal 40

Referências Bibliográficas 57

4040

42444853

42

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Eucalipto é a denominação popularde várias espécies vegetais do gêne-ro Eucalyptus. O eucalipto é uma ár-vore originária da Austrália, NovaGuiné, Indonésia e Timor. Hoje sãoconhecidas mais de 700 espécies deeucalipto.

O cultivo do eucalipto foi introduzidono Brasil em 1904 pelo engenheiroagrônomo Edmundo Navarro deAndrade. Contratado pela CompanhiaPaulista de Estradas de Ferro viajouaté a Austrália em busca de uma árvo-re que fornecesse carvão para as lo-comotivas e madeira para os dormen-tes das estradas de ferro da região Su-deste.

Em 1909 a Companhia Paulista ini-ciou a implantação do Horto Florestalde Rio Claro com o objetivo de expan-dir a cultura do eucalipto. Foram plan-tadas inicialmente 144 espécies,totalizando 40 milhões de árvores. Apartir de 2002, por meio de um decre-to estadual, o antigo Horto Florestal de

A História do EucaliptoRio Claro tornou-se a FEENA (Flo-resta Estadual Edmundo Navarro deAndrade). A FEENA de Rio Claro éconhecida internacionalmente e éconsiderada o “Berço do Eucalipto”no Brasil, representando a maiorárea de concentração de espéciesdiferentes de eucalipto fora de seupaís de origem.

Na década de 50, em virtude de seurápido crescimento e boa adaptaçãoàs condições climáticas brasileiras,torna-se matéria-prima para a produ-ção de celulose e papel. Nos anos 70a elevada expansão dos plantios ocor-re devido aos incentivos fiscais con-cedidos pelo governo aos produtoresrurais.

Atualmente as florestas plantadas deeucalipto do Brasil ocupam uma áreatotal de 4,26 milhões de hectares. Osmaiores produtores nacionais deeucalipto são os estados de Minas Ge-rais, São Paulo, Bahia, Santa Catarinae Paraná.

O eucalipto e a pequena propriedade 07

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A escolha da espécie é o primeiropasso para o planejamento de uma flo-resta, levando-se em conta o destinoda produção, as condições climáticase as características do solo do local.

É sempre recomendada a instalaçãode um teste de introdução de espé-cies para uma definição mais seguradaquela que é mais apta em cada am-biente. Além disso, é aconselhável arealização de um plantio diversificado,a fim de evitar perdas por danos cau-sados a uma espécie em particular.

Caso não seja possível a realizaçãode um teste, nem existam dados ex-perimentais de estudos realizados naregião, recomenda-se a escolha de

Escolha da Espécieuma espécie cujas condições de ori-gem sejam semelhantes às do localonde se deseja fazer o plantio.

A diversidade do gênero Eucalyptuspossibilita múltiplos usos das espé-cies que apresentam um amplo espec-tro de cores, características e proprie-dades da madeira e já são vistas comotradicionais na produção de lenha,mourões, carvão, óleo essencial emadeira serrada tanto para móveisquanto para estruturas em geral. ATabela 1 mostra as aptidões atribuídasa diversas espécies de eucaliptos emfunção dos resultados de estudostecnológicos ou da prática de adequa-ção da madeira ao uso.

08 Casa do Produtor Rural

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O eucalipto e a pequena propriedade 09

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USO

XE. grandis x E. urophyla

E. urophylla

E. tesselaris

E. tereticornis

E. smithii

E. saligna

E. robusta

E. resinifera

E. punctata

E. propinqua

E. pilularis

E. pellita

E. paniculata

E. microcorys

E. maidenii

E. maculata

E. grandis

E. globulus

E. exserta

E. dunnii

E. deglupta

E. crebra

E. cloeziana

E. citriodora

E. camaldulensis

E. brassiana

E. botryoides

E. alba

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Podem ser utilizadas águas de rios,lagos ou poços artesianos. A água deirrigação deve ser de boa qualidade,ausente de patógenos e sem exces-so de sais e matéria orgânica;

c. Distância do centro consumidorou área de plantio: os viveirosdevem localizar-se a uma peque-na distância da área de plantio, afim de diminuir custos de trans-porte e preservar a qualidade dasmudas;

d. Área livre de ervas daninhas: de-verá haver constante observação eeliminação das ervas daninhas efe-tuada logo após o seu aparecimen-to. A área deve permanecer total-mente limpa e sem restos vegetais.A manutenção da limpeza do vivei-ro deve ocorrer através de capinas

Produção de MudasUm viveiro florestal é a área delimitada de um terreno onde se concentram

todas as operações e cuidados na produção de mudas florestais.As plantas de um viveiro podem ser consideradas “recém-nascidas”, portanto

necessitam de cuidados especiais, pois nessa fase inicial de desenvolvimento hágrandes riscos de perdas de mudas por doenças ou por manejo inadequado.

Critérios para a Instalaçãode um Viveiro

a. Facilidade de acesso: o local es-colhido deve permitir o livre trânsitode caminhões, possuindo estradastransitáveis mesmo nos períodoschuvosos;

b. Suprimento de água: a existênciade água em quantidade e qualida-de suficiente é imprescindível paraatender as necessidades do viveirodurante todo ano. Em função da altademanda de água de um viveiro nãoé vantajoso seu transporte oubombeamento a longas distâncias.

A escolha do local é o primeiro pas-so para a instalação de um viveiro. Oscritérios utilizados para a seleção dolocal de um viveiro são:

10 Casa do Produtor Rural

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Dimensionamento da Áreado Viveiro

O dimensionamento da área do vi-veiro depende de diversos fatores, en-tre eles; a escala e sistema de produ-ção, a porcentagem de germinação eperíodo de desenvolvimento das es-pécies produzidas, as dimensões damuda e o clima local.

A área de produção efetiva de umviveiro (canteiros) possui cerca de 50%da área total. O espaço restante desti-na-se a galpões, construções, cami-nhos, ruas e espaços livres para ativi-dades diversas.

Infra-estrutura

de rotina, que podem ser realizadasmanualmente ou com o emprego deherbicidas;

e. Declividade da área: terreno comleve declividade (2% no máximo)para facilitar a drenagem e evitardanos por erosão;

f. Iluminação solar: o viveiro deveser instalado em local totalmenteensolarado, com o comprimento doscanteiros voltado para a face norte.Vales profundos e estreitos devemser evitados, pois há possibilidadede formação de geadas e nevoei-ros frios;

g. Combate à formigas e cupins: ocombate deve ser realizado antesdo início do processo de produção.

É recomendável que o terreno pos-sua leve declividade para facilitar oescoamento da água. O piso do viveirodeve ser aplainado e revestido de brita(pedra de construção), a fim de evitar odesenvolvimento de plantas daninhas ea formação de poças d’água.

CanteirosOs conjuntos de mudas dispostas de

forma organizada na área do viveiroformam os canteiros. Recomenda-seque os canteiros sejam alocados na di-reção leste-oeste para que recebammaior insolação e estejam dispostos nosentido paralelo à inclinação do terre-no, facilitando a drenagem.

Os canteiros de mudas geralmentepossuem largura entre 0,90 a 1,5metros e comprimento variando de 20a 40 metros, com corredores entre can-teiros de 0,5 a 0,7 metros.

Como exemplo de aplicação segueabaixo o dimensionamento de um vi-veiro com a capacidade para a produ-ção de 10 mil mudas.

Optando-se pela util ização detubetes em bandejas plásticas de 40 x60 cm tem-se a possibilidade de aco-modar 176 mudas na área de uma ban-deja que é de 0,24 m². O número debandejas necessárias é facilmente en-contrado pela divisão do número totalde mudas pela capacidade de estoquede uma bandeja e, assim, dividindo10000 por 176 obtém-se 58,82 bande-

O eucalipto e a pequena propriedade 11

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jas cujo número pode ser arredonda-do para cima ou para baixo em funçãoda real necessidade de mudas. Toman-do-se, por exemplo, o número redon-do de 60 unidades tem-se numa áreadisponível de 14,4 m² de bandejas apossibilidade de acomodar 10560 mu-das de forma extremamente compac-ta e eficiente. Esse número de bande-jas poderá ser eventualmente dobra-do nos estágios finais do ciclo da mudaem viveiro porque se propicia a elasuma área potencial equivalente ao do-bro da que tinha até então. Nesse casoas bandejas estarão ocupadas emapenas 50% de sua capacidade e asmudas com o dobro de área disponí-vel para o seu desenvolvimento final.O número de bandejas será de 120unidades e que podem ser organiza-das em 6 canteiros de fila dupla duplade bandejas como mostra a Figura 1.

Já quando utilizamos sacos plásti-cos (de 5 x 13 cm e volume de 250cm3) cada metro quadrado de canteirocomporta 400 recipientes. Dessa for-ma, para a produção de 10 mil mudasde eucalipto são necessários 25 m2 decanteiros.

ViveiroAlém da área de canteiros deve-se

considerar também uma porção do ter-reno para instalação do barracão deserviços, da casa de vegetação e de-mais benfeitorias.

A Figura 1 mostra um esquema sim-plificado de um viveiro com capacida-de de produção de 10560 mudas numaárea aproximada de 130 m².

Instalações

A área total do viveiro pode ser divi-dida em setores, como:

Área aberta a pleno solÁrea do viveiro com total incidência

de luz solar, sem nenhum tipo de co-bertura ou barreiras físicas (árvores,contruções etc) que forneçam sombra.

Área cobertaA área de sombra do viveiro consis-

te em estrutura feita através de diver-sos materiais, como mantas plásticas(sombrites) e esteiras de bambu, porexemplo. Essas estruturas de proteçãonão devem ser muito compactas, a fimde permitir a circulação de ar e a en-trada parcial de luz (cerca de 50%).

Estufa (Casa de Vegetação)As casas de vegetação são um ins-

trumento de proteção ambiental paraa produção de mudas, permitindo ocontrole interno de umidade e tempe-ratura. Esse tipo de estrutura é indis-pensável somente quando a produçãoé realizada de maneira assexuada(estaquia).

Barracão de ServiçosÁrea de armazenamento de terra e

esterco, preparação de substrato eenchimento de embalagens, localiza-

12 Casa do Produtor Rural

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O eucalipto e a pequena propriedade 13da em local de fácil acesso para cami-nhões e tratores com carreta. O pre-paro dos recipientes e o armazena-mento do substrato pronto e seco de-vem ser feitos em um barracão aber-to, coberto com telhas ou sob cobertu-ra temporária de lona.

Quebra-ventos e Cercas-vivasEm regiões onde ventos fortes ocor-

rem regularmente é recomendável aimplantação de quebra-vento. O que-bra-vento consiste em uma cortina deárvores para reduzir a ação prejudicialdo vento, causando ressecamento do

substrato, evapotranspiração excessi-va das mudas etc.

A localização do quebra-vento é im-portante de modo a proteger o viveirodos ventos de maior intensidade e evi-tar, futuramente, com o crescimentoem altura das árvores, o sombrea-mento das mudas.

Além da proteção contra a ação dosventos, em determinados locais é ne-cessário cercar todo terreno a fim deprotegê-lo de furtos, roubos, depreda-ções e invasão de animais domésticose silvestres.

Figura 1 – Esquema geral do viveiro

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14 Casa do Produtor Rural

Recipientes

Os recipientes para o cultivo de mu-das possuem duas funções principais:propiciar suporte de nutrição das mu-das e proteger as raízes dos danosmecânicos e da desidratação. Alémdisso, o recipiente deve moldar a mudade forma favorável ao seu desenvolvi-mento, aumentando assim a taxa desobrevivência e o crescimento inicialapós o plantio. Os recipientes mais uti-lizados no Brasil são sacos plásticose tubetes.

Características físicas adequadas dorecipiente:a. Forma: deve evitar o crescimento

das raízes em forma espiral ou es-trangulada, além de prevenir o do-bramento da raiz;

b. Material: não deve desintegrar-sedurante a fase de produção de mu-das;

c. Dimensões: a altura e o diâmetrodo recipiente deve variar conformeas características da espécie e seutempo no viveiro.

Sacos PlásticosOs sacos plásticos são fabricados de

polietileno e encontram-se no merca-do na cor preta, em diversas dimen-sões e espessuras, com furos paradrenagem. Na Figura 2 podemos verrecipientes deste tipo.

Vantagens: produção de mudas de

maiores dimensões, armazenamentodas mudas fora do viveiro por maistempo, maior retenção de água, resis-tência maior a estiagem, sobrevivên-cia maior quando as mudas são plan-tadas em condições adversas e emsolos compactados ou degradados,menor investimento para instalação doviveiro.

Desvantagens: maior volume desubstrato para seu enchimento, mai-or dificuldade para transporte e manu-seio, mais espaço e mão-de-obra paraas atividades de viveiro, riscos deenovelamento do sistema radicular,menor rendimento nas operações deplantio.

TubetesOs tubetes são confeccionados em

polipropileno rígido, na cor preta, comestrias verticais para direcionar o cres-cimento das raízes.

Vantagens: menor volume desubstrato e área ocupada do viveiro;menor custo operacional da produção,transporte e plantio; melhores condi-ções ergonométricas para os trabalha-dores; possibilidade de mecanização;menores riscos de enovelamento dosistema radicular e possibilidade dereutilização.

Desvantagens: maior investimentoem infra-estrutura, adubações obriga-tórias e freqüentes, plantio logo apósa retirada das mudas do viveiro, irriga-

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Figura 3 – Canteiro suspenso de bandejas plásticas

O eucalipto e a pequena propriedade 15ção no campo e mudas para replantio,devolução das embalagens.

Os sacos plásticos de polietilenopodem ser acomodados diretamentena superfície do solo, em caixas oususpensos em mesas. Os tubetes po-dem ser dispostos em bandejas plásti-cas, dispostas sobre o chão, suspen-sas sobre fios de arame ou apoiadas

em cantoneiras instaladas em supor-tes fixos ao solo (Figura 3). A acomo-dação dos tubetes pode se dar tam-bém sobre mesas de telas, que temcomo vantagem a otimização do es-paço e baixo custo. A suspensão doscanteiros, tanto para sacos plásticoscomo para tubetes, deve estar a umaaltura média de 0,9 metros.

Figura 2 – Mudas de eucalipto em sacos plásticos

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O período de permanência das mu-das no viveiro varia de acordo com di-versos fatores, no entanto, a estimati-va dos períodos das diferentes fasesdas mudas no viveiro pode ser obser-vada na Tabela 2.

Substrato

Substrato é o material de preenchi-mento dos recipientes que serve desuporte para o desenvolvimento dasmudas. O substrato pode ser conside-rado um solo aprimorado, possuindoas seguintes funções: sustentação daplanta, capacidade de penetração dasraízes e fornecimento de água, oxigê-nio e nutrientes para as raízes.

Os substratos são formados pormais de um material, como casca dePinus, composto orgânico, terra desubsolo ou de barranco, casca de ar-roz carbonizada, vermiculita, moinhade carvão e serragem, que devem pos-suir adequados atributos físicos.a. Porosidade adequada (40 – 60%);

b. Rápida drenagem;c. Boa capacidade de retenção de

água;d. Composição uniforme;

e. Boa estrutura e consistência.

Saco PlásticoO substrato para a produção de mu-

das em sacos plásticos é composto ba-sicamente de terra e matéria orgânica.

TerraRecomenda-se o uso de terra de

barranco ou terra de subsolo (20 cmabaixo do nível do solo) isentas desementes de plantas indesejáveis. Autilização de terra muito argilosa é pre-judicial, pois pode ocasionar; empedra-mento do solo dentro da embalagem,dificuldade de drenagem e encharca-mento no período chuvoso. A terramuito arenosa, por sua vez, apresen-ta boa drenagem, no entanto, sua ca-pacidade de retenção de água e nutri-entes é baixa.

Matéria OrgânicaA matéria orgânica é composta por

todos os elementos vivos e não vivospresentes no solo. Os elementos nãovivos, cerca de 97%, são representadospelos restos de plantas em diferentesestágios de decomposição e húmus. Orestante, aproximadamente 3%, sãoraízes de plantas, minhocas, formigas,

16 Casa do Produtor Rural

Tabela 2. Períodos médios das diferentes fases de desenvolvimento das mudas

4 – 5 semanas 5 – 6 semanas 2 – 3 semanas

Germinação Crescimento Rustificação

Fonte: Zani11Zani, J.F. Contato pessoal

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Drenagem

O sistema de drenagem tem a fun-ção de remover o excesso de águaque não foi infiltrada na área. A dre-nagem é realizada por meio de vale-tas localizadas, comumente, ao lon-go das ruas que circundam os can-teiros.

Os tipos de canalizações utilizadas

O eucalipto e a pequena propriedade 17

• Composto orgânico (60%), vermi-culita (30%) e terra de subsolo(10%);

• Vermiculita (40%), casca de arrozcarbonizada (40%) e terra desubsolo (20%);

• Terra de subsolo (40%), areia (40%)e esterco curtido (20%).

cupins, ácaros, bactérias e fungos.A sua incorporação ao solo é reali-

zada por meio da aplicação de com-postos, obtidos a partir da decomposi-ção de resíduos orgânicos, através doprocesso de compostagem.

São diversas as fontes de resíduospara produção de composto orgânico,tais como bagaço de cana e tortas defiltro, esterco bovino, cascas de árvo-res, serragem etc.

TubetesAbaixo estão algumas composições

de substrato para tubetes encontradasno mercado:

Irrigação

A irrigação é o fator de maior impor-tância em um viveiro devendo ser apli-cada com critério rigoroso e na doseexata. O excesso ou a falta de águapode comprometer seriamente e, àsvezes, irreversivelmente o desenvolvi-mento das mudas.

A escolha do equipamento capaz depromover uma adequada irrigaçãodeve considerar; o tipo de substrato erecipientes utilizados, a espécie esco-lhida, o local, o regime de chuvas daregião e o tamanho do viveiro. Os mé-todos de irrigação mais utilizados sãoa aspersão, gotejamento e irrigaçãomanual.

A irrigação deve ocorrer nos perío-dos mais amenos do dia, nas primei-ras horas do dia, após as 15 horas eao entardecer. Deve-se observar apóscada irrigação a umidade do substratoe a ocorrência de murchamento dasmudas no período entre as irrigações,para verificar se a quantidade e inten-sidade das irrigações realizadas estãocorretas.

são: vala cega (composta por pedrasirregulares); vala revestida (revesti-mento de cimento ou tijolos) e vala co-mum (vala aberta ao longo do terre-no). As dimensões das valetas variamde acordo com a necessidade de dre-nagem da área.

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nio, significa que existe apenas umaparte de ingrediente ativo desejável (nocaso o N) para cada cinco partes doadubo, ou seja, existem 4 partes dematerial inerte que não atendem o pro-pósito de nutrição das plantas. Casoseja recomendada, em função das ne-cessidades das plantas, a adição de100 g de nitrogênio por unidade deárea, volume ou por planta deve-seentão adicionar 500 g de SA para atingira dose de N recomendada.

Os tipos de adubos mais comuns emviveiros são os conhecidos pelos no-mes comerciais de Uréia (fonte de N),Sulfato de Amônio (fonte de N e tam-bém de S), Superfosfato Simples eSuperfosfato Triplo (fontes de P),Cloreto de Potássio (fonte de K e tam-bém de Cl), Sulfato de Potássio (fontede K e também de S) e FTE ou “fritas”(fonte de micronutrientes).

Formulação: existem no mercadoformulações de adubos que fornecemnutrientes de forma simultânea, comono caso de nitrogênio, fósforo e potás-sio (NPK), ou seja, sua aplicação de-termina a incorporação dos três nu-trientes simultaneamente. O produto énomeado de acordo com as quantida-des que possui de cada nutriente ouelemento.

O adubo composto mais adequadopara atender as necessidades de mu-das em sacos plásticos possui a for-mulação 06 – 28 – 04, que apresenta

18 Casa do Produtor Rural

Adubação

As plantas necessitam de alimento(nutrientes) para a sua sobrevivênciae desenvolvimento, o qual é fornecidoatravés de adubação ou fertilização.Os nutrientes podem ser divididos emmacronutrientes, exigidos pela plantaem grandes quantidades e mi-cronutrientes, demandados em peque-nas quantidades. Os macronutrientessão compostos por nitrogênio (N), fós-foro (P), potássio (K), enxofre (S),magnésio (Mg) e cálcio (Ca). O grupodos micronutrientes contém o Boro (B),Cloro (Cl), Cobre (Cu), Cobalto (Cb),Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio(Mo) e Zinco (Zn).

A adubação consiste na aplicaçãodireta do nutriente no substrato aondea planta irá se estabelecer. Os adubosvariam de acordo com o nutriente quefornecem, podendo ser fonte de ape-nas um ou de vários nutrientes ao mes-mo tempo.

Os adubos não são compostos ape-nas pelos nutrientes, contém tambémuma parcela expressiva de materialinerte. É preciso observar a porcenta-gem de cada nutriente no adubo utili-zado, conhecida como pureza em in-grediente ativo (IA), para promover umbalanço adequado da adubação.

No caso, por exemplo, de uma de-terminada formulação de Sulfato deAmônio (SA) possuir 20% de nitrogê-

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O eucalipto e a pequena propriedade 19

Sistema Operacional

1. Preparação de Substrato e Adubação de Base

Peneiramento: no caso da utiliza-ção de terra como substrato deve-se

peneirar o material. O peneiramentopode ser realizado com a instalação depeneira (1,0 cm de malha) em estrutu-ra de madeira ou similar, de modo afacilitar e otimizar a operação.

Mistura: consiste em misturar o adu-

Tabela 3. Recomendação de adubação para mudas de Eucalyptus

sempre nessa sequência 6% de nitro-gênio, 28% de fósforo e 4% de potás-sio, respectivamente.

As doses devem ser parceladas en-tre adubações de base e adubaçõesde cobertura, como observamos na Ta-bela 3. Nas adubações de base devem

ser usados fertilizantes em pó, porapresentar facilidade de homoge-neização ao substrato. Nas adubaçõesde cobertura, os fertilizantes são nor-malmente dissolvidos em água paraaplicação nas plantas via irrigação oumanualmente.

Adubação de base

(para 1 m3 de substrato)

750 g Sulfato de Amônio (20% N)4 kg Superfosfato simples (18% P)170 g Cloreto de Potássio (58% K)

200 g de Micronutrientes (“fritas”)500 g de Calcário dolomítico

150 g N700 g P2O5

100 g K2O200 g de Micronutrientes

500 g de Ca e Mg

750 g Sulfato de Amônio (20% N)1,7 kg Superfosfato simples (18% P)

170 g Cloreto de Potássio (58% K)200 g de Micronutrientes (“fritas”)

1 kg Sulfato de Amônio (20% N)260 g Cloreto de Potássio (58% K)

Adubação de cobertura(dissolvido em 100 litrosde água)

100 g N100 g K2O

Sacos Plásticos

Tubetes

500 g Sulfato de Amônio (20% N)170 g Cloreto de Potássio (58% K)

Adubação de base(para 1 m3 de substrato)

Adubação de cobertura(dissolvido em 100 litros deágua)

150 g N300 g P2O5

100 g K2O150 g de Micronutrientes

200 g N150 g K2O

Fonte: Gonçalves e Benedetti (2000)

Adubação Dose Nutriente Dose Adubo

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bo de base e outros insumos ao substratocomercial ou terra, com o auxílio de umapá ou emprego de uma betoneira. A mistu-ra deve ser cuidadosa e resultar num com-posto homogêneo.

2. Preenchimento de RecipientesA colocação do substrato nos recipi-

entes requer cuidados. O preenchi-mento adequado evita a compactaçãodo substrato, o que causa prejuízo àgerminação e ao desenvolvimento dosistema radicular.

Essa operação em sacos plásticospode ser realizada de forma manual,com o auxílio de pequenas pás ou fu-nis, ou com o uso de moegas. Paratubetes, o preenchimento tambémpode ser feito manualmente, colocan-do com uma pá o substrato em cimada bandeja de tubetes, ou com o em-prego de máquinas próprias (mesasvibratórias) para essa atividade.

É importante lembrar que para qual-quer tipo de recipiente ou substrato, nomomento do enchimento deve haver oumedecimento do substrato (nuncaencharcado), para a melhor agregaçãodas partículas e compactação adequa-da.

3. Sistema de ProduçãoAs plantas podem ser propagadas

de maneira sexuada, por meio de se-mentes e dessa forma possuirem va-riabilidade genética, onde uma planta

pode ser diferente das outras ou demaneira assexuada, onde as plantasmantêm o mesmo genótipo das mães.

3.1. Propagação Sexuada –Semeadura

3.1.1. Semeadura DiretaA produção de mudas de maneira

sexuada tem início com a escolha desementes de boa procedência, inclu-sive com a exigência de atestados defitossanidade do material para o forne-cedor. Esses cuidados são fundamen-tais, pois o uso de sementes de boaqualidade favorecerá o desenvolvimen-to de florestas produtivas.

O armazenamento adequado dassementes adquiridas é importante paraevitar a perda de seu potencial germi-nativo. As sementes devem ser colo-cadas em saquinhos plásticos bem fe-chados e conservadas em geladeiradoméstica (na gaveta inferior) por nomáximo três meses.

Germinação de SementesExistem três condições ambientais

necessárias para a germinação de se-mentes:

Água: é o fator mais importante paraprovocar a germinação. A maioria dassementes é protegida por uma capadura, o que impede a penetração deágua através da casca, retardandodessa forma sua germinação.

20 Casa do Produtor Rural

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Ar: submersa em água ou plantadaem terra encharcada a semente morreasfixiada. O substrato deve estar sem-pre molhado, mas nunca encharcado.

Calor: geralmente consegue-seuma boa germinação em ambientescom temperatura entre 20oC e 25oC.

Antes da semeadura deve ocorrer airrigação do substrato, de modo a atin-gir todo o volume contido na embala-gem. Deve ser feita uma cavidade cen-tral com profundidade pouco maior doque o diâmetro da semente.

A semeadura manual pode ser rea-lizada com a utilização de seringasdosadoras, que podem ser reguladasde acordo com o tamanho das semen-tes. Durante a semeadura, em funçãoda taxa de germinação das sementes,é recomendável a colocação de duasa quatro sementes por embalagem.

Após a semeadura, peneirar sobreas embalagens uma fina camada dopróprio substrato ou vermiculita fina.

3.1.2 SombreamentoApós a semeadura, as mudas ne-

cessitam de um período de 7 dias desombra. Para o sombreamento podemser utilizados materiais como: capimseco, folhas secas de palmeiras, es-teiras rústicas de colmos de bambusou de mantas plásticas (sombrites).

3.1.3 Repicagem

Quando ocorrer a germinação de mais

de uma semente na mesma embalagemdeve-se fazer o transplante (repicagem)das plântulas excedentes, mantendoapenas uma muda por embalagem. Asplântulas repicadas devem possuir deum a dois pares de folhas.

A atividade deve ser realizada àsombra, de preferência ao amanhecerou em dias nublados. Antes da repica-gem deve haver a irrigação do canteiro.

O repique é feito geralmente com aponta dos dedos ou com o auxílio deuma pequena colher ou pedaço demadeira. Durante o transporte asplântulas devem ser mantidas em re-cipientes cheios de água.

3.2 Propagação Assexuada –Estaquia

A propagação assexuada por esta-quia é um método simples de produ-ção de mudas. A estaquia consiste emcortar uma parte da planta (estaca) einserí-la em substrato adequado atéque surjam raízes, originando umanova planta.

As touças de eucalipto produtoras deestacas constituem uma área de testeclonal ou jardim clonal, área implanta-da e manejada exclusivamente para aprodução de estacas para o viveiro.

As estacas são retiradas, exclusiva-mente, de brotos jovens e vigorosos.Retiram-se as folhas inferiores da es-taca e cortam-se as folhas superiorespela metade, diminuindo, desta forma, a

O eucalipto e a pequena propriedade 21

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perda de água. É importante manter nomínimo duas folhas. O corte deve serfeito com tesoura afiada, visando cortaro tecido sem amassá-lo.

Após o corte a estaca deve ser plan-tada em um solo com terra leve e poro-sa, em areia grossa ou em vermiculita.A porosidade adequada da terra é deextrema importância para a cicatrizaçãorápida da ferida causada pelo corte.

O processo de enraizamento das es-tacas pode ser estimulado com a apli-cação de hormônios. O tratamentocom hormônios promove uma maior

22 Casa do Produtor Rural

uniformidade de enraizamento aumen-tando a porcentagem de estacasenraizadas e aumentando o número ea qualidade de raízes formadas emcada estaca e, assim, acelera a forma-ção das mudas.

O ácido indolbutírico (AIB) é o maisefetivo no desenvolvimento radicular etem sido o mais utilizado na propaga-ção vegetativa do eucalipto. As con-centrações do produto ativo variam deacordo com a espécie, o estado de juve-nilidade do material e a forma de aplica-ção, que pode ser líquida ou em talco.

Figura 4 – Retirada de uma estaca de um jardim clonal (a), corte das folhas das estacas (b) eacomodação em casa de vegetação (c)

Pau

lo S

oare

s (E

SA

LQ/A

CO

M)

A produção de mudas pelo método da estaquia exige condições climáticas es-pecíficas numa casa de vegetação (estufa) com temperatura entre 20 e 30oC;luminosidade adequada, além de cuidados com a umidade do local.

Importante

a

c

b

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4. Adubação de CoberturaNa adubação de cobertura os nu-

trientes são aplicados na forma líqui-da. A primeira fertilização de cobertu-ra deve ocorrer de 15 a 30 dias após aemergência das plântulas. As aduba-ções seguintes devem ser repetidas acada 7 dias, mas sob observaçõesatentas que devem ter sempre o intui-to de garantir que sejam apenas ne-cessárias e suficientes para melhor sa-nidade da muda e do ambiente e tam-bém para um menor custo da muda.

As aplicações devem ser realizadasdurante as primeiras horas do dia, ou aoentardecer, e nunca nos horários demaior insolação. Após a adubação deve-se proceder uma imediata e adequadairrigação para evitar a queima das mu-das por porções de adubos concentra-dos em alguma de suas partes mas aomesmo tempo evitar a lixiviação dosnutrientes do adubo.

5. EspaçamentoDurante o período inicial de cresci-

mento das mudas ocorre o aumentodas necessidades nutricionais, do con-sumo de água e da demanda por luz.Dessa forma, as mudas de tubetes,acomodadas em bandejas, necessitamde espaço maior entre elas. Deve-sefazer a intercalação das mudas, comocupação de 50% da área decada ban-deja (Figura 5).

No caso da utilização de sacos plás-

ticos o espaçamento entre as mudasnão é necessário, pois o porte eleva-do desse tipo de recipiente fornece oespaço necessário para o desenvolvi-mento das mudas sem causar so-breposição ou abafamento.

O eucalipto e a pequena propriedade 23

Figura 5 – Espaçamentos de bandejas

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Tratamento Fitossanitário

Durante todo o processo de cresci-mento das mudas pode ocorrer o apa-recimento de doenças. As doençasmais comuns em viveiros de mudas flo-restais são tombamento de mudas,podridão de raízes, podridão de esta-

cas, manchas e ferrugens.No caso do surgimento de sintomas

ou sinais de doenças é fundamentalidentificar o agente causal o mais rápi-do possível, para que sejam tomadas asmedidas adequadas de controle.

Na maioria dos casos o desenvolvi-mento de doenças está relacionadocom falhas operacionais no manejo doviveiro, especialmente no que se refe-re ao fornecimento inadequado deágua e à elevada densidade popu-lacional de mudas.

Algumas medidas preventivas po-dem ser tomadas como: o controle daqualidade das sementes, maior contro-le da água de irrigação e do substrato;melhorar a higienização de tubetes ebandejas; prover espaçamento adequa-do entre as mudas e controlar a intensi-dade de fertilizações.

Controle de Qualidade

A qualidade da muda determina suasobrevivência e crescimento em cam-po após o plantio, além disso, mudasde boa qualidade diminuem a neces-sidade de replantio e a demanda portratos culturais.

Mudas de boa qualidade (Figura 6)devem apresentar as seguintes carac-terísticas:

• ausência de sintomas de pragas ede deficiências nutricionais;

6. RustificaçãoA rustificação trata-se da preparação

da muda para o plantio e seu períodoinicial de vida no campo. Durante esseprocesso, as adubações nitrogenadasdevem ser suspensas e a irrigaçãodeve ser reduzida gradativamente.

7. ExpediçãoApós o término da etapa de rustifica-

ção as mudas deverão passar por umprocesso de seleção e padronização.Durante a seleção as mudas que esti-verem fora dos padrões especificadospodem voltar à fase de rustificação oudescartadas sumariamente se estive-rem em condições duvidosas, dadoque a qualidade da muda tem papelprimordial na qualidade da floresta eque o custo da muda é insignificanteface ao custo da floresta.

Finalmente, as mudas selecionadasdevem ser submetidas a tratamentocontra o ataque de cupins e acondicio-nadas em embalagens adequadas,como por exemplo, caixas plásticas oude papelão.

24 Casa do Produtor Rural

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O eucalipto e a pequena propriedade 25

Figura 6 – Muda padrão de eucalipto

Pau

lo S

oare

s (E

SA

LQ/A

CO

M)

• muda de haste única, com toda hastepreenchida por folhas sadias;

• altura entre 20 e 35 cm;• sistema radicular bem formado, sem

enovelamento;• diâmetro de colo superior a 2 mm.

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ImplantaçãoEscolha do Local

O plantio pode abranger toda a pro-priedade ou somente locais não utili-zados ou subutilizados, tais como: en-costas de morros, pastagens degrada-das etc.

É importante estar atento aos culti-vos e propriedades vizinhas, de modoque o plantio florestal não promovasombreamento indesejado.

Além disso, é importante a escolhade locais próximos a estradas, ou lo-cais onde elas possam ser facilmenteconstruídas.

Legislação FlorestalA lei Nº 4.771, de 15 de Setembro

de 1965, que define o código florestal,estabelece leis que regulamentam ouso devido da terra e manutenção dosrecursos naturais.

Área de Preservação PermanenteCorresponde à área de preservação

permanente (APP) a área protegida,

coberta ou não de vegetação nativa, comfunção ambiental de preservar os recur-sos naturais e assegurar o bem-estar daspopulações humanas.

Consideram-se de preservação per-manente, as florestas e demais formasde vegetação natural situadas:

I. ao longo dos rios ou de qualquercurso d’água;

II. ao redor das lagoas, lagos ou re-servatórios d’água naturais ou ar-tificiais;

III. nas nascentes e olhos d’água,num raio mínimo de 50 metros delargura;

IV. no topo de morros, montes, mon-tanhas e serras;

V. nas encostas com declividadesuperior a 45o;

VI. nas restingas;VII. nas bordas dos tabuleiros ou

chapadas;VIII. em altitude superior a 1.800

metros.

26 Casa do Produtor Rural

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Estradas, Aceiros eTalhonamento

Reserva LegalÉ a área localizada no interior de

uma propriedade ou posse rural, quenão seja a de preservação permanen-te, com o objetivo de promover a con-servação e a reabilitação dos proces-sos ecológicos, além da proteção defauna e flora nativas.

A área da reserva legal varia deacordo com o bioma e região onde seencontra a propriedade, como obser-vamos a seguir:I. 80% da propriedade rural localiza-

da na Amazônia Legal;II. 35% da propriedade rural localiza-

da no bioma cerrado dentro dosestados que compõem a AmazôniaLegal;

III. 20% nas propriedades rurais loca-lizadas nas demais regiões do país.

O eucalipto e a pequena propriedade 27

oeste, para facilitar a secagem de seusleitos durante o período chuvoso, já ostalhões devem ter seu maior compri-mento no sentido norte – sul e possuir,preferencialmente, formato retangular(no máximo 30 ha), a fim de facilitar aextração de madeira. Além disso, de-vem ter leito carroçável e ser casca-lhadas.

As estradas podem ser classificadascomo principais e secundárias. As se-cundárias são as que dividem os ta-lhões, também funcionando comoaceiros internos e possuem larguraideal de 5 m. As principais estão liga-das diretamente com as vias de aces-so à propriedade e dada sua importân-cia devem ser mais bem acabadas,com largura em torno de 8 m, pisocompactado e boa rede de drenagem.

Os aceiros têm função de proteçãocontra incêndios. Os aceiros externosdevem ter largura mínima de 10 m, jáos internos (muitas vezes estradas) de-vem ter largura mínima de 5 m e de-vem ser mantidos sempre limpos.

As estradas e, ou aceiros principaisdevem ser alocados no sentido leste –

Largura da APP Largura do curso d’água

Tabela 4. Relação entre larguras de cursos d´água e APP’s

30 metros50 metros

100 metros200 metros500 metros

Menos de 10 metros10 a 50 metros

50 a 200 metros200 a 600 metros

Mais de 600 metros

Fonte: Código Florestal - Lei Nº 4771, de 15 de setembro de 1965

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Amostragem de Solo

A amostragem de solo possibilita aanálise em laboratório dos diferentestipos de solo da propriedade, e a partirdesses resultados podem ser realiza-das as recomendações de adubaçãoe correção do solo.

A área em questão deverá ser divi-dida em glebas de no máximo 20 ha. Agleba deve ser uniforme, levando emconta aspectos relacionados com a to-pografia, solo e uso do local.

Os pontos de amostragem devemser escolhidos de maneira aleatória.Serão escolhidos, no mínimo, 20 pon-tos por gleba (Figura 7). Deve-se evi-tar que os pontos estejam próximos àscasas, às árvores, aos formigueiros,aos cupinzeiros, às coivaras, aos ca-

minhos e áreas com problemas de ero-são.

O material obtido da coleta de cadaponto denomina-se amostra simples,e posteriormente quando for homo-geneizada as demais irá compor umaamostra composta.

Deve-se retirar de 200 a 300 g decada amostra composta, para o envioao laboratório. Recomenda-se quepara cada ponto de amostragem se-jam retiradas amostras em diferentesprofundidades, 0 a 20 cm, 20 a 40 cme 40 a 60 cm.

Após a análise físico-química dasamostras de solo em laboratório ire-mos obter valores como os encontra-dos na Tabela 5.

Figura 7 – Esquema da amostragem de solo em campo

28 Casa do Produtor Rural

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1. Controle de FormigasAs formigas cortadeiras destacam-

se como as principais pragas em flo-restas implantadas, principalmente nasfases de pré-corte, após o plantio e noinício da condução da brotação. As for-migas consideradas potencialmentemais críticas em termos de danos àsflorestas são as quenquéns (gêneroAcromyrmex) e as saúvas (gêneroAtta).

Métodos de ControleAs formigas cortadeiras de folhas

podem ser controladas através de mé-todos mecânicos, culturais, biológicose químicos. Os métodos químicos sãoos mais utilizados, sendo o produtoquímico tóxico aplicado nas formas depó, líquida, líquido nebulizável ou is-cas granuladas.

O emprego de iscas granuladas à basede sulfluramida é considerado eficien-te, prático e econômico, além disso,oferece maior segurança ao operador edispensa equipamentos especializados.

Os tipos de combate mais comuns

Práticas Silviculturais

no caso da utilização de iscas granu-ladas são; o localizado, onde a apli-cação do formicida é feita diretamentesobre os ninhos e o sistemático, nes-se caso as iscas são distribuídas deforma sistemática na área, indepen-dentemente da localização dos ninhosdas formigas.

Métodos de AplicaçãoIscas Granuladas

• Não entrar em contato direto com oproduto;

• Não colocar o produto em contatocom ferro, pois é corrosivo;

• Aplicar o produto ao longo de carrei-ras e trilhas próximas a olheiros doformigueiro (10 a 15 cm), não sedeve aplicar diretamente no formi-gueiro, pois as formigas devem car-regar as iscas (Figura 8);

• Aplicar ao entardecer, horário em quese inicia a atividade de carregamen-to das formigas;

• Não aplicar o produto em dias chuvo-sos, em dias com fortes ventos ou nashoras mais quentes do dia.

O eucalipto e a pequena propriedade 29Tabela 5. Exemplo de análise físico-química do solo

ArgilaP - resina

(mg/dm3)

M.O.

(g/dm3)

pH

CaCl2

K Ca Mg H + Al SB CTC

(mmolc/dm3)Areia Silte

○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ % ○ ○ ○

4 28 5,6 4,5 29 8 20 41 61 51 8 41

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30 Casa do Produtor Rural

Figura 8 – Esquema do método de aplicação das iscas formicidas

Etapas do ControleCombate inicial: 30 dias antes do

preparo de solo.Combate de repasse: 30 dias antes

do plantio.Combate de ronda: semanal no pri-

meiro mês de plantio e quinzenal nosegundo mês de plantio.

Combate de manutenção: mensal apartir do terceiro mês de plantio.

2. Primeiro Controle de PlantasDaninhas

As plantas daninhas são indivíduosnativos ou introduzidos que se estabe-lecem em local indesejado, competindocom a cultura. O combate das ervas da-ninhas antes do plantio deve ser rea-lizado em áreas com média a altainfestação e tem como função diminuir a

mato-infestação, e consequentemente acompetição por recursos com as mudasque serão plantadas.

As operações de limpeza variam emfunção do tipo de vegetação, da topo-grafia e do tamanho da área, podendoser manuais, mecanizadas ou quími-cas.

No combate às plantas daninhas re-comenda-se retirar apenas o mate-rial lenhoso aproveitável, como porexemplo, a lenha e madeira para ser-raria. O restante da vegetação devepermanecer no campo como uma im-portante reserva de nutrientes.

Limpeza ManualA limpeza manual (capina) é utiliza-

da em regiões de declive acentuado,em pequenas áreas e/ou locais quenão permitem a mecanização e con-

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O eucalipto e a pequena propriedade 31

A queima não é uma prática adequa-da para o estabelecimento florestal.

siste na eliminação da vegetação ren-te ao solo usando machado, foice oumotosserra.

Limpeza MecanizadaEm grandes áreas e topografia fa-

vorável é empregada a limpeza meca-nizada, através de enxadas rotativas,roçadeiras e outros implementos querealizem a roçada.

Limpeza QuímicaEm áreas de ocorrência de gramíneas

ou vegetação rasteira, pode-se fazer ouso de herbicida, produto químico utili-zado para destruir ou controlar o cresci-mento de ervas daninhas, arbustos eoutras plantas indesejáveis.

A aplicação pode ser realizada deforma mecanizada ou manual. O tipode produto, sua dosagem e modo deação variam em função do tipo de co-bertura e seu estágio de crescimento.

3. Aplicação de CalcárioEm Eucalyptus é dispensável a apli-

cação de calcários para corrigir a aci-dez do solo e neutralizar os excessos deAlumínio e Manganês. A Calagem, emcasos desse tipo, tem como objetivo ofornecimento de Cálcio e Magnésio.

Importante

A dose de calcário dolomítico reco-mendada encontra-se a seguir (Equa-ção 1):

NC = [20 – (Ca + Mg)] / 10NC = necessidade de calcário dolomítico(toneladas/hectare)Ca + Mg = teores no solo em mmolc/dm³

4. Preparo de SoloO preparo do solo objetiva aumen-

tar e manter a produtividade de flores-tas através da minimização de perdaspor erosão, otimização da utilizaçãodos recursos e melhorias na relaçãocusto/benefício, por outro lado podecausar degradação física, química ebiológica do solo.

Os efeitos degradantes de solos nãoestão relacionados apenas com os im-plementos empregados, mas principal-mente à intensidade de uso. Neste as-pecto, apresentam-se três níveis: culti-vo intensivo, intermediário e mínimo.

O cultivo mínimo é o sistema maisindicado e utilizado na silvicultura deflorestas plantadas do Brasil, pois pro-cura com o menor número de opera-ções atingir o equilíbrio entre qualidadede preparo do solo e manutenção de re-síduos florestais sobre o solo.

O preparo do solo pretende propor-cionar condições ideais para o cresci-mento radicular, favorecendo a movi-mentação da água, aeração e dispo-nibilidade de nutrientes.

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As operações do preparo de solo va-riam em função das características dossolos, topografia, clima, plantas dani-nhas, impedimentos físicos e resíduosvegetais, podendo ser realizadas de for-ma manual ou mecanizadas.

Preparo Mecanizado -SubsolagemNo meio florestal o uso do subsola-

dor consolidou-se devido às suas van-tagens operacionais e econômicas. Opreparo de solo com uso do subsola-dor florestal é localizado na linha deplantio (Figura 9) e em solos sem ca-mada de impedimento, a profundida-de da operação deve atingir 60 cm.

Esse método aumenta a sobrevi-vência e o crescimento das mudas,pois permite o alcance das raízes amaiores profundidades e a menor ex-posição do solo, reduzindo dessa for-

ma as perdas por erosão.

Preparo Mecanizado –CoveamentoO coveamento mecânico apresenta

melhor qualidade em relação ao covea-mento manual, no entanto, possui altocusto e baixo rendimento.

Preparo ManualEm áreas de topografia acidentada

e em áreas sujeitas à erosão as ope-rações de preparo de solo devem ser re-alizadas manualmente. Nesse caso, re-comenda-se a abertura de covas gran-des com dimensões de aproximadamen-te 30 cm x 30 cm x 30 cm.

5. Plantio

EspaçamentoA escolha do espaçamento deve le-

Figura 9 – Subsolagem na linha de plantio

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CF)

32 Casa do Produtor Rural

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var em conta à espécie escolhida, ograu de melhoramento do material ge-nético, a fertilidade do solo e a finali-dade do plantio (celulose, lenha, car-vão, serraria etc).

Grau de melhoramento: quantomaior for o grau de melhoramento,maior deverá ser o espaçamento, emfunção do alto nível de competitividadeentre as árvores. O grau de melhora-mento refere-se à confiança na quali-dade do material genético que deu ori-gem às mudas.

Qualidade do solo: em solos limi-tados o espaçamento deve ser maior,a fim de reduzir a competição das ár-vores por fatores de crescimento.

Tipo de solo: em solos arenosos oespaçamento deve ser mais abertoque em solos argilosos, devido suadificuldade de armazenar água.

Finalidade do plantio: quanto mai-or for o espaçamento maior será o di-âmetro das árvores e menor será seuvolume. Sendo assim, se o objetivo doplantio for quantidade de madeira (car-vão, lenha) o espaçamento deverá sermenor.

Tratos culturais: a bitola do tratordeve ser compatível com o espaça-mento entre as linhas.

O espaçamento mais utilizado noBrasil é o modelo 3 x 2 m, ou seja, 3metros entre as linhas de plantio e 2metros entre as plantas na linha deplantio.

Os espaçamentos mais utilizadospara eucalipto são: 3 x 2 m (1667 ár-vores por hectare), 3 x 3 m (1100 ár-vores por hectare) e 4 x 2,5 m (1000árvores por hectare).

A marcação manual do espaça-mento pode ser feita através de um ga-barito (compasso de madeira) ou cor-da com marcações.

PlantioOs cuidados tomados no momento do

plantio são determinantes para a quali-dade final da floresta de eucalipto.

Durante essa operação deve havergrande atenção no estado de conser-vação das mudas, não as deixandomuito tempo sob sol e sem irrigação.As mudas produzidas em sacos plás-ticos normalmente apresentam eno-velamento de raízes, sendo necessá-rio cortar o fundo do saquinho. Antesdo plantio deve haver a retirada dosrecipientes, lembrando que tubetespodem ser reaproveitados.

No momento do plantio o colo damuda deve ficar exatamente no níveldo solo, nem acima nem abaixo.

IrrigaçãoOs plantios devem ser realizados,

preferencialmente, em períodos chu-vosos. No entanto, mesmo na ocorrên-cia de chuvas muitas vezes há a ne-cessidade de irrigação no campo.

A quantidade de água é determina-

O eucalipto e a pequena propriedade 33

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Os micronutrientes também podemser aplicados em conjunto com nitro-gênio, fósforo e potássio na adubaçãode base, principalmente Boro e Zinco.A adubação dos micronutrientes podeser realizada através de formulações

Figura 10 – Adubação de bases em covetaslaterais

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da em função do clima e da umidadedo solo, recomenda-se a irrigação com6 litros de água por planta logo após oplantio. No período da estiagem podemser necessárias até quatro irrigaçõespós-plantio, realizadas a cada cinco diassem a ocorrência de chuvas.

Uma alternativa atual para a soluçãoda falta de água é a utilização dehidrogel, um polímero adsorvente, quepossibilita a retenção de água e a sualiberação de forma gradativa para plan-ta, diminuindo a quantidade de irriga-ções pós-plantio e aumentando suaeficácia.

6. Adubação de BaseÉ a fertilização destinada a estimu-

lar o rápido crescimento inicial das mu-das pós-plantio, devendo ser realiza-da o mais próximo possível do plantio.Na adubação de base é recomendadoutilizar 20 a 40% das doses de nitro-gênio (N) e potássio (K2O) e 100% dadose de fósforo (P2O5).

A aplicação pode ser feita através decovetas laterais, a uma camada de 0 a20 cm de profundidade, a cerca de 15cm da muda (Figura 10).

É muito importante que o adubo sejadepositado a certa distância da muda,caso contrário pode haver sua queima.

A seguir encontram-se valores de re-ferência para a adubação deEucalyptus em função da análise desolo (Tabelas 6, 7 e 8).

34 Casa do Produtor Rural

Utilizando como base de cálculo a Ta-bela 5 fornecida em Amostragem deSolo, temos hipoteticamente M.O.= 28g/dm³, dessa forma a adubaçãonitrogenada será da ordem de 40 Kg/ha.

Já para o cálculo das adubaçõesfosfatadas e potássicas usaremos comfonte de dados o valor de P resina= 4mg/dm³ e o teor de argila = 41%, sendoassim, teremos: 100 Kg/ha de fósforo enão será necessária a adição potássio.

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O eucalipto e a pequena propriedade 35

Tabela 7. Recomendações de adubação fosfatada para Eucalyptus

Nível de P resina (mg/dm3)*Teor deArgila 3 - 5 6 - 8 > 80 - 2

< 15

15 - 35

> 35

Adubação

Adubação

Adubação

60

90

120

40

70

100

20

50

60

0

20

30

Fonte: Gonçalves (1995)

P2O5 (kg/ha)

Tabela 8. Recomendações de adubação potássica para Eucalyptus

Nível de P resina (mg/dm3)*Teor deArgila 0,8 - 1,5 > 1,50 - 0,7

< 15

15 - 35

> 35

Adubação

Adubação

Adubação

50

60

80

30

40

50

0

0

0

Fonte: Gonçalves (1995)

K2O (kg/ha)

de fertilizantes que disponibilizem0,3% de Boro e 0,5% de Zinco ou podeser feita a aplicação de 10 g de FTE(“fritas”) por planta.

Essa recomendação de micronu-trientes totaliza cerca de 0,75 a 1 kg/ha de Boro e 1,25 a 1,5 kg/ha de Zin-co. A aplicação de Boro é de extremaimportância, especialmente em re-giões com longo período de estiagem.

Tabela 6. Recomendações de adubação nitrogenada para Eucalyptus

Matéria orgânica (g/dm3)*

Adubação

N (kg/ha)

60 40 20

Fonte: Gonçalves (1995)

0 - 15 16 - 40 > 40

7. ReplantioO replantio deve ser realizado 30

dias após o plantio caso a ocorrênciade mortalidade seja superior a 10%.

8. Segundo Controle dePlantas Daninhas

O controle deve ser realizado entreo 4º e 6º mês de cultivo, caso haja altainfestação de plantas daninhas. Após

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36 Casa do Produtor Rural

esse período, em virtude do fechamen-to da copa das árvores, a infestaçãopor plantas daninhas tende a diminuir.

Sistemas ConsorciadosUma alternativa ao controle de plan-

tas invasoras são os sistemas consor-ciados, integrando floresta-lavoura-pecuária.

As culturas agrícolas mais utilizadasem sistemas como esses são: milho,feijão, soja, arroz e pastagem. O ar-ranjo do sistema varia de acordo coma espécie de eucalipto, a cultura agrí-cola e as condições climáticas e desolo da região.

A presença do componente arbóreoem sistemas agropecuários é capaz degerar diversos benefícios diretos aosolo e aos animais envolvidos, sãoeles:

Solo: aumento de teor de matéria or-gânica, fixação de nitrogênio, aumen-to da porosidade, redução da compac-tação e erosão, absorção de água porcamadas profundas, armazenamentode nutrientes.

Animais: maior conforto animal,maior ganho de peso, aumento na pro-dução de leite, ampliação da estaçãode pastejo, aumento da taxa de repro-dução, regularização de período fértile redução de perdas de embriões.

De uma maneira geral, sistemasconsorciados têm como objetivo otimi-zar o uso do solo, fornecendo renda

Figura 11 – Adubação de cobertura em círculona projeção da copa

José

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SA

LQ/L

CF)

adicional à produção de eucalipto napequena propriedade.

9. Adubação de CoberturaNa adubação de cobertura é reco-

mendada a aplicação de cerca de 60 a80% das doses de nitrogênio (N) epotássio (K2O).

Essas são geralmente parcelas en-tre 2 a 3 aplicações pós-plantio, sendoa primeira parte aplicada entre 3 e 6meses, a segunda parte entre 6 e 12meses e a terceira parte entre 12 a 24meses.

As aplicações podem ser feitas emmeia-lua ou em filetes contínuos na pro-jeção das copas (Figura 11) e após o fe-chamento das copas, em faixas de 30cm ou mais, entre as linhas de plantio.

Essas aplicações não devem ser re-alizadas durante o período de chuvasnem durante o período de estiagem.As condições ideais para as aduba-ções de cobertura são de solo úmido elivre de plantas invasoras.

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O eucalipto e a pequena propriedade 37

Figura 12 – Desrama baixa (a) e desramaalta (b)

Font

e: F

azen

da T

rique

da10. DesramaA desrama ou poda é a eliminação dos

ramos laterais do tronco da árvoretendo em vista a melhoria da qualidadeda madeira. Existem dois tipos principaisde desrama, a alta e a baixa.

Desrama BaixaA desrama baixa é realizada logo após

o fechamento da copa, entre 1,5 e 2,5anos de idade do plantio, quando a ár-vore encontra-se com aproximadamen-te 10 cm de diâmetro.

A poda dos galhos deve ser reali-zada rente ao tronco, atingindo cer-ca de 2,5 metros de altura (Figura12). O rendimento dessa operação éde aproximadamente de 1 a 2 minu-tos por árvore.

Essa atividade é recomendada paratodas as árvores do plantio, indepen-dentemente do uso final, pois temcomo objetivo; reduzir o risco de fogo,facilitar o corte das árvores nas ope-rações de desbaste e produzir madei-ra livre de nós na base da árvore.

Desrama AltaA desrama alta deve ser realizada

em plantios que têm como finalida-de a obtenção de madeira para ser-raria, tendo como principal objetivoa melhoria da qualidade da madeira,através da eliminação de nós econicidade do tronco.

A desrama alta ocorre entre o 4º e

b

a

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a b

38 Casa do Produtor Rural

sem avaliação prévia, por exemplo,retirada de uma em cada quatro li-nhas de plantio (Figura 13). Essetipo de desbaste é recomendávelpara povoamentos altamente unifor-mes.

Desbaste SeletivoO corte das árvores é feito em fun-

ção de certas características pré-estabelecidas, variando de acordocom a finalidade da produção da flo-resta (Figura 14).

O sistema mais utilizado é o desbas-te seletivo por baixo, onde é realizadaa retirada das árvores inferiores, man-tendo os indivíduos de maiores diâme-tros.

Os períodos e quantidades de cor-tes são determinados através do acom-panhamento constante do crescimen-to da floresta. Recomenda-se a reali-zação dos desbastes no momento emque a competição entre as árvores co-meça a provocar queda no ganho devolume dos indivíduos.

5º ano atingindo cerca de 9 metros dealtura. O rendimento desse tipo de desra-ma é de cerca 5 minutos por árvore, oque explica o alto custo dessa operação.

A melhor época para a realização dedesramas em eucalipto é no final doinverno e início da primavera, pois nes-se período a ocorrência de geadas e aproliferação de insetos, fungos e de-mais pragas são menores.

11. DesbasteOs desbastes são cortes parciais

que tem como objetivo estimular ocrescimento de árvores remanescen-tes e aumentar a produção de madei-ra de melhor qualidade.

O planejamento dos desbastes develevar em conta; o tipo de desbaste, operíodo de início dos cortes, a intensi-dade, o intervalo entre desbastes, oscustos do corte e retirada e o valor devenda da madeira.

Desbaste SistemáticoA retirada das árvores é realizada

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O eucalipto e a pequena propriedade 39

Figura 14 – Desbaste seletivo

Figura 13 – Desbaste sistemático

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Colheita FlorestalAs técnicas de corte de árvores buscam evitar erros, tais como o corte acima

da altura ideal e o destopo abaixo do ponto recomendado. Esses erros causamdesperdícios excessivos de madeira e uma maior incidência de acidentes detrabalho.

As árvores devem ser preparadas parao corte observando os seguintes aspec-tos:1. Verificar se a direção de queda reco-

mendada é possível e se existe ris-cos de acidentes, por exemplo, galhosquebrados pendurados na copa.

2. Limpar o tronco a ser cortado. Cor-tar cipós e arvoretas e removereventuais casas de cupins, galhosquebrados ou outros obstáculos si-tuados próximos à árvore.

3. Fazer o teste do oco. Para certificarse a árvore está oca, o motosserristaintroduz o sabre da motosserra notronco no sentido vertical. Conformea resistência de entrada pode-seavaliar a presença e o tamanho dooco.

A técnica padrão consiste em umaseqüência de três entalhes: aberturada “boca”, corte diagonal e corte deabate ou direcional (Figura 15).1. A abertura da “boca” é um corte

horizontal no tronco (sempre nolado de queda da árvore) a uma al-tura de 20 cm do solo. Esse cortedeve penetrar no tronco até atingircerca de um terço do diâmetro daárvore.

2. Em seguida, faz-se um outro cor-te, em diagonal, até atingir a linhade corte horizontal, formando comesta um ângulo de 45 graus.

Pré-Corte

Técnica Padrão de Corte

4. Preparar os caminhos de fuga, poronde a equipe deve se afastar nomomento da queda da árvore.

40 Casa do Produtor Rural

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A colheita deve ser realizada, preferencialmente, por umaequipe especializada, em função dos grandes riscos en-volvidos nessa operação.

O eucalipto e a pequena propriedade 413. Por último, é feito o corte de abate

de forma horizontal, no lado opostoà “boca”. A altura desse corte emrelação ao solo é 30 cm, e a profun-didade atinge metade do tronco.

A parte não cortada do tronco (en-tre a linha de abate e a “boca”), de-nominada dobradiça, serve paraapoiar a árvore durante a queda, per-mitindo que esta caia na direção daabertura da “boca”. A largura da do-bradiça deve equivaler a 10% do di-âmetro da árvore.

Figura 15 – Técnica padrão de corte

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Erro Típico de CorteO erro na altura do corte ocorre

quando, ao invés de fazer o corte deabate na altura recomendada (30 cm),o motos-serrista, por falta de treina-mento e também por comodidade, ofaz na altura da cintura (60 - 70 cm).

Pós-CorteApós a colheita florestal recomen-

da-se cobrir os tocos com terra, demodo a acelerar a decomposição damadeira.

Recomendação

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O eucalipto ainda não participa ati-vamente da indústria da madeira ser-rada e da indústria de laminados ecompensados. Provavelmente, essaparticipação inexpressiva deve-se afalta de informação, tabus sobre amadeira e a abundante disponibilida-de de outras espécies florestais.

Existe a crença de que a madeira deeucalipto racha demasiadamente du-

Madeira Serrada

Uso Múltiplo do Eucalipto

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Figura 16 – Madeira serrada de eucalipto

rante o processamento e mesmo de-pois, que a madeira deforma anormal-mente, e que por essas razões não podeser economicamente aproveitável.

O eucalipto apresenta algumas ca-racterísticas que realmente dificultamseu uso em serraria, no entanto, es-sas dificuldades não são maiores doque as que apresentam a maioria dasmadeiras.

42 Casa do Produtor Rural

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Tensões de CrescimentoAs tensões de crescimento são um

mecanismo apresentado por algumasespécies arbóreas para que permane-çam eretas. Essas tensões nas partesmais externas dos fustes, fazem o pa-pel de armadura de aço nas colunasde concreto, sendo fundamentais paraque os fustes das árvores não se que-brem facilmente quando submetidas aventos ou outros esforços.

Essas tensões podem ser tão altasna parte interna da árvore que podemgerar fraturas nas regiões centrais dosfustes. As conseqüências das tensõesde crescimento são; tendência aorachamento e encurvamento das pe-ças processadas.

SerrariaPara o processamento de madeira

em pequenas propriedades recomen-da-se a utilização de serrarias móveisou portáteis. Em casos como esse, nãoé a floresta que vai à serraria, é a ser-raria que vai à floresta. A grande van-tagem de um sistema desse tipo é aausência de gastos com o transportedas toras.

Existem vários modelos de serrari-as móveis. O modelo mais simples deserraria móvel encontra-se a seguir, econsiste em uma motosserra acopladaa um trilho metálico (Figura 17).

Outra alternativa para o proces-samento de madeira em pequenapropriedade é a construção de ser-raria convencional (Figura 18) atra-vés da união de diferentes produ-tores no sistema de cooperativa,em função do alto custo de inves-timento.

Figura 17 – Serraria portátil

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O eucalipto e a pequena propriedade 43

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Tratamento de Mourões

Método de Substituição de Seivapara Preservação de Mourões(Embrapa Florestas)

O método de substituição de seivaé uma das melhores alternativas parao tratamento de mourões, sendo indi-cado especialmente para pequenas emédias propriedades.

Este método é utilizado principal-mente em mourões de eucaliptos e depinus, mas pode ser empregado comoutras madeiras, como a bracatinga eestacas de bambu.

O processo consiste em substituir aseiva da madeira ainda verde pela so-lução preservativa, no máximo 24 ho-ras após o corte da árvore. Além dis-

Figura 18 – Serraria convencional

José

Niv

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ALQ

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so, deve-se garantir que os sais este-jam totalmente solubilizados na solu-ção preservativa e que a proporçãodos ingredientes seja mantida.

A mistura de sais recomendada nes-te trabalho, conhecida como CCB (co-bre-cromo-boro), é especialmente in-dica-da para este caso em virtude dareação de fixação ser lenta, permitin-do um tempo maior para o tratamentoprático.

A proporção dos ingredientes ati-vos dos sais, cerca de 6,5 kg de in-grediente ativo (16 kg de produto) porm³ de madeira, baseia-se na normabrasileira (Associação Brasileira deNormas Técnicas, 1986) e influi di-retamente no tempo de serviço do

44 Casa do Produtor Rural

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mourão tratado.A mudança de coloração na parte

externa dos mourões que ocorre noinício do tratamento não garante suaeficiência, pois pode ilustrar somen-te a penetração superficial dos ingre-dientes ativos.

Dependendo da região do Brasil edos fatores climáticos, como; tempe-ratura, umidade relativa do ar e ve-locidade dos ventos, o tempo deimersão pode variar de 7 a 40 dias.No entanto, quando tratados de ma-neira adequada, possuem durabilida-de de 10 a 15 anos.

Preparo dos Mourões• Preparar os mourões no tamanho

desejado, cortando suas extremida-des (base e topo) em chanfro oubisel. As peças não devem ter maisque 2,5 m de comprimento e 16 cmde diâmetro.

• Remover as cascas dos mourõesantes do tratamento. Algumas ligei-ras pancadas com martelo ao longo

da peça podem facilitar a remoção.• Com uma escova de aço, raspar a

base do mourão que estará imersana solução preservante, até cerca de80 cm, para facilitar a absorção.

• Medir os diâmetros da base para cál-culo do volume de solução a ser ab-sorvido durante o tratamento.

Preparo da SoluçãoPreparar uma solução a 2,5%, em

peso, com os ingredientes e quantida-des descritos a seguir. Podem ser uti-lizados tambores de 200 litros, inteirosou divididos pela metade ou recipien-tes em alvenaria, concreto ou similar.

A proporção dos ingredientes nuncadeve ser alterada. Recomenda-se,para uma boa dissolução, adicionar ossais à água, e não a água aos sais,agitando sempre.

Cálculo do volume de solução aser absorvido pelos mourões

Ao final do tratamento, a quantidadede produtos impregnados nos mourões

O eucalipto e a pequena propriedade 45

Tabela 9. Proporção de ingredientes da solução

Fonte: EMBRAPA Florestas

Dicromato de potássioÁcido bóricoSulfato de cobreÁcido acéticoÁgua

1000 gramas650 gramas880 gramas25 mililitros100 litros

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Fonte: EMBRAPA Florestas

Tabela 10. Volume de solução (em litros) a ser absorvida em função das dimen-sões dos mourões

Comprimentodos mourões (m)

Diâmetro das bases dos mourões (cm)

1,8

2

2,2

2,5

4,3

4,8

5,2

6

4,9

5,4

6

6,8

151413

13,1

14,5

15,9

18

17,3

19,1

21,1

23,9

15,1

16,6

18,5

20,9

12

11,1

11,8

13,7

15,6

11,5

10,2

11,3

12,5

14,1

11

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10,4

11,4

12,9

10,5

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9,5

10,6

11,6

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7,7

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10,7

9,5

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9

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6,8

7,6

8,7

8,5

5,6

6,2

6,8

7,7

87,5

deverá ser da ordem de 16 kg por m³de madeira.

Com o auxílio da Tabela 10 vemos,por exemplo, que o volume de solu-ção a ser absorvido por um mourão de2,20 m de comprimento e 10 cm de diâ-metro é igual a 9,4 litros.

Condução do TratamentoApós o cálculo do volume e prepa-

ração da solução, seguimos os seguin-tes passos:• Colocar os mourões inclinados com

as suas bases dentro do recipientede tratamento e a parte superiorapoiada em suportes. Os mourõesdevem ficar bem espaçados parapermitir boa ventilação de todas aspeças e o recipiente de tratamen-to deve ficar protegido da chuva(Figura 19).

• Adicionar a solução preservante deforma que atinja uma altura entre 35e 80 cm, dependendo da altura dorecipiente. Esse nível deverá ser

mantido até o final do tratamento.• Adicionar um pouco de óleo queima-

do (cerca de 300 ml é suficiente)para formar uma película na super-fície da solução, evitando a evapo-ração não desejada de água.

• Verificar o nível da solução no reci-piente com os mourões e repor dia-riamente o volume absorvido. Ano-tar os volumes repostos para con-trole do teor de produtos impregna-dos na madeira. Deixar os mourõesabsorvendo a solução por tempo su-ficiente até atingir, em média, o va-lor na Tabela 10.Após completar o volume ideal de

absorção de solução, pode-se virar osmourões de cabeça para baixo parafavorecer a penetração da solução notopo.

Na etapa seguinte, os mourões deve-rão ser empilhados à sombra e protegi-dos da chuva por pelo menos 40 dias,para secagem, fixação dos ingredientesativos e minimização de rachaduras.

46 Casa do Produtor Rural

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Em função da severidade das racha-duras, os mourões podem ter sua du-rabilidade reduzida, pois as regiõesinternas da madeira que não foramatingidas pelo tratamento ficarão ex-postas.

Cuidados a serem tomadosA utilização da madeira tratada não

apresenta riscos à saúde do homem eanimais. Entretanto, o preservativo éformulado com compostos tóxicos epor isso deve ser manuseado com osdevidos cuidados. Alguns cuidados es-pecíficos encontram-se a seguir:

O eucalipto e a pequena propriedade 471. Jamais descartar os ingredientes e/

ou a solução preservativa em cur-sos d’água ou no solo. Guardar orestante para ser adicionado a umanova solução preservativa ou colo-car alguns mourões para absorvertotalmente a sobra;

2. Não utilizar a madeira tratada quan-do houver a possibilidade de queseus detritos possam tornar-se par-te de alimentos ou de rações ani-mais. Como exemplos, podem-se ci-tar o uso de tábuas para corte dealimentos, colméias para abelhasem contato com o mel, recipientespara água, cocho para rações, re-cintos para armazenamento deensilagem ou de alimentos;

3. A madeira tratada não deve serqueimada em fogueiras, lareiras,fogões, churrasqueiras ou forna-lhas. Quando necessário, queimarem incineradores especiais, deacordo com as normas estaduaise federais.

Figura 19 – Mourões de eucalipto em tamborescom solução preservativa

Font

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Produção de Carvão

O Brasil é o maior produtor mundialde carvão vegetal. A maior parte daprodução nacional de carvão destina-se a indústria siderúrgica e meta-lúrgica, principalmente no estado de

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mento em função do peso de lenhaenfornado.

Os fornos de superfície realizamum ciclo a cada seis ou sete dias, po-dendo chegar a dez dias se a umida-de da lenha for elevada, cujo perío-do se divide em duas partes. Primei-ro vem o acendimento do forno e ocontrole da entrada de ar, quandoocorre efetivamente a carbonização(cerca de 3 dias), posteriormente oforno é completamente vedado comargila e deixado em resfriamento atéatingir temperaturas internas em tor-no de 40oC a 50oC, quando é possí-vel a descarga.

1. Escolher o localO local escolhido para a construção

do forno deve estar próximo à área decorte da lenha e ser de fácil acesso aveículos. Além disso, deve ser plano,

Passo-a-passo da Construção

Minas Gerais. Nos demais estadosbrasileiros o carvão é destinado aocozimento de alimentos.

O processo de produção do carvãovegetal consiste da degradação par-cial da madeira através da aplicaçãode calor controlado. A carbonização éa destilação da madeira que a trans-forma numa fração em carvão vegetale noutra fração em vapores e gases(alcatrão, pirolenhosos e gases não-condensáveis).

Esse método de produção de carvãoé degradante ao meio ambiente, poisdescarta milhares de toneladas decomponentes químicos, uma vez queno processo de carbonização somen-te 30 a 40% da madeira é aproveitadana forma de carvão vegetal. Além daquestão ambiental envolvida na libe-ração desses gases ocorre a perda dealguns produtos químicos valiosos quepoderiam ser economicamente recu-perados.

No Brasil, o sistema predominantede produção de carvão vegetal é cons-tituído de fornos de alvenaria e argila,comumente chamados de fornos desuperfície, com capacidade para 14 a18 m³ de lenha.

Esse tipo de forno é apropriadopara pequenos produtores, em fun-ção do baixo custo de construção.Apesar de serem mais baratos e fá-ceis de construir apresentam baixosrendimentos gravimétricos – rendi-

48 Casa do Produtor Rural

Construção do Forno

• 2500 tijolos batidos (podem ser de 5 ou 6 cm de espessura)• 2 m³ de barro• 1/2 m³ de areia• 1000 litros de água

M a t e r i a i s

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alto, e com boa saída para água daschuvas. Caso haja a construção devários fornos, deve-se reservar umadistância de cinco metros entre eles.

2. Preparar a massaA massa é preparada com barro bem

peneirado. O barro ideal é aquele quenão trinca nem racha após a secagem.Quando o barro for muito argiloso reco-menda-se a adição de areia na massa.

3. Limpar o local e marcar a baseDeve-se limpar o local, deixando-

o livre de obstáculos. Para marcar abase do forno, estica-se uma cordaa partir do centro, delimitando um cir-culo de 1,55 m de raio.

4. Cavar a baseCom uma picareta ou enxada, deve-

se cavar uma vala da largura de umtijolo e com a profundidade de três ti-jolos, por fora do círculo marcado.

O eucalipto e a pequena propriedade 495. Nivelar a baseCom o auxílio de um nível, nive-

lar 12 tijolos guias distribuídos nofundo da vala e depois pisar bempara compactar o fundo.

6. Assentar a baseMantendo o nível dos tijolos de

guia, colocam-se três fiadas de ti-jolos com muita massa. É impor-tante que os lados dos tijolos setoquem e que se mantenha o ali-nhamento com o gabarito.

7. Marcar a porta, os suspirose a chaminé

Quando acabar a base, deve-semarcar uma abertura de 80 cm paraa porta. Do lado contrário marca-se uma abertura de 14 cm para achaminé. Entre a porta e a chami-né marcam-se duas aberturas de10 cm repartidas a cada lado paraos suspiros (são 4 no total).

Figura 20 – Escavação (a) e assentamento da base do forno (b)

Font

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a b

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Figura 21 – Marcação dos suspiros (a) e construção da parede (b)

Font

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50 Casa do Produtor Rural

a b

8. Construir a paredeCom o gabarito fechado, colocam-

se três fiadas de tijolos “ponta componta”. Na segunda fiada, fecham-seos tatus. Na quarta fiada, o gabaritocomeça a ser esticado, avançandouma marca a cada fiada. Na sexta fia-da, fecha-se o buraco da chaminé.

É muito importante que os tijolossejam bem assentados, batendo como martelo e acompanhando a inclina-ção do gabarito. Quando chegar a 42ªou 44ª fiada, restará um buraco de 40cm onde será colocada a tampa.

9. Construir a portaA porta é construída com tijolo em

dobro, mantendo sempre o prumo. Ostijolos da porta também devem man-ter a inclinação do gabarito. O fecha-mento da porta deve começar a 1,60metros de altura, para terminar a 1,80metros da base.

10. A chaminéA chaminé pode ser construída após

a finalização da parede. O buraco dachaminé possui dimensão de 14 x 20cm. Para iniciar a chaminé, constrói-se primeiro a base de 40 x 30 cm, comtijolos bem nivelados e assentadoscom massa. Depois, a construção dachaminé vai subindo, encostada na pa-rede do forno até 1,70 m. A partir des-sa altura, a chaminé sobe na vertical,até 5 cm por acima do topo do forno.

11. O rebocoO reboco deve ser feito com massa

pouco pegajosa e que não rache, po-dendo ser de barro misturado comareia. Deve-se cobrir a parede, a cha-miné e os lados da porta. Antes de fa-zer o reboco é aconselhável esperaraté que o forno esteja seco.

Após duas ou três queimas, é con-veniente aplicar um reboco fino, demassa feita com uma parte de barro,uma de cal, uma de areia e uma decimento. Este se aplica com escova oubrocha e serve para proteger o rebocogrosso na época das chuvas.

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Figura 22 – Construção da porta (a) e reboco do forno (b)

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Operação do Forno

1. Escolha da lenhaA lenha para carvão deve de pre-

ferência ser reta e estar seca. Nãose deve usar madeira podre, comcupim ou bichada, nem misturar ma-deira seca com verde.

2. Preparação da lenhaA lenha deve ser cortada em peda-

ços retos, se houver madeira oca, é re-comendável rachá-la em duas ou qua-tro partes.

3. Preparação da gradeA grade é feita de lenha de 10 a 15

cm de grossura, devendo formar ca-minhos dos suspiros ao centro, e docentro para a chaminé.

4. Enchimento do fornoColoca-se por cima da grade a le-

nha deitada, procurando fazer com quea lenha mais grossa fique na parte debaixo e no centro. Todos os ocos de-vem ser preenchidos com lenha fina,com cuidado para não entupir a saídada chaminé e os suspiros.

5. AcendimentoO acendimento é feito pela parte de

cima, com brasas. São necessárias detrês a quatro pás de brasa para acen-der a lenha, até que uma chama altasurja na boca. Então, a tampa é colo-cada e rebocada, não se deve colocarmuito barro em cima da tampa, somen-te em sua borda.

O eucalipto e a pequena propriedade 51

a b

12. O pisoDepois de duas ou três queimas, é

bom raspar o piso de terra retirando 6a 8 cm de chão e colocar um piso detijolos assentados com massa. Essaprática aumenta o rendimento do for-no, além de produzir carvão mais lim-po. O piso pode ser feito com a sobrados tijolos.

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Entre as cerca de 700 espécies deeucalipto descritas, aproximadamente200 foram examinadas com relação àprodução e ao teor de óleo essencial,e menos de 20 têm sido utilizadas paraexploração comercial. Os óleos essen-ciais de eucalipto podem ser divididos,basicamente, em três grupos: óleos

Classificação dos Óleos Essen-ciais de Eucalipto

Óleo Essencial

Os óleos essenciais são geralmen-te produzidos por estruturas secre-toras especializadas, localizadas emregiões específicas ou distribuídas portoda a planta. No caso do eucalipto,os óleos são produzidos em glândulasfoliares.

Os óleos essenciais não são funda-mentais para a manutenção da vida daplanta, funcionam como mecanismo deadaptação às condições do meio am-biente. Em espécies de eucalipto, aocorrência de óleos pode estar rela-cionada com a defesa da planta con-tra insetos, resistência ao frio quandoplântulas e redução da perda de água.

6. Controle da queimaA queima da lenha começa quando

a fumaça sai pela chaminé. Nas pri-meiras 20 a 30 horas a fumaça é bran-ca e fria. Após esse período a fumaçamuda de cor, tornando-se azul, e ficamais quente, nesse momento deve-se começar a fechar os suspiros. Oponto final da queima é quando a fu-maça está transparente (incolor), en-tão deve-se rebocar os suspiros e fe-char a boca da chaminé com tijolose massa.

7. ResfriamentoO resfriamento pode demorar de 3

a 5 dias. Durante esse tempo, deve-se vedar todas as trincas ou rachadu-ras que possam aparecer.

8. Descarregamento do fornoPara a retirada do carvão, deve-

se abrir a tampa e esperar meiahora para verificar a inexistênciade fogo aceso. Quando não hou-ver mais chama, fumaça ou quen-tura, pode-se abrir a porta e retiraro carvão.

Uma ferramenta útil para essa ope-ração é o garfo de 12 dentes, pois fa-cilita o enchimento dos sacos e nãoarrasta as cinzas. Depois de descar-regar, deve-se limpar o piso e a cha-miné. As cinzas podem ser reapro-veitadas para adubação de diversasculturas da propriedade.

52 Casa do Produtor Rural

9. Serenar o carvãoO carvão ensacado deve esperar um

dia antes de costurar e armazenar, poisainda pode pegar fogo.

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O eucalipto e a pequena propriedade 53

Tabela 11. Funções dos óleos essenciais de eucalipto

E. camaldulensis

C. cneorifolia

E. dives (var. cineol)

E. dumosa

E. elaeophara

E. globulus

E. leucoxylon

E. oleosa

E. polybractea

E. radiata subesp. radiata (var. cineol)

E. sideroxylon

E. smithii

E. tereticornis

E. viridis

E. dives (var. felandreno)

E. dives (var. piperitona)

E. elata (var. piperitona)

E. radiata subesp. radiata (var. felandreno)

E. citriodora (var. citronelal)

E. macarthurii

E. staigerana

ESPÉCIESCOMPONENTE PRINCIPAL

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

Cineol

80-90

40-90

60-75

33-70

60-80

60-85

65-75

45-52

60-93

65-75

60-75

70-80

45

70-80

0,3-2,8

2,0

3,0-6,0

1,0-2,0

1,5-2,5

0,7-2,4

0,8-2,5

1,0-2,1

0,7-5,0

2,5-3,5

0,5-2,5

1,0-2,2

0,9-1,0

1,0-1,5

Felandreno

Piperitona

Piperitona

Felandreno

60-80

40-56

40-55

35-40

1,5-5,0

3,0-6,5

2,5-5,0

3,0-4,5

Citronelal

Ac. de geranil

Citral (a + b)

65-80

60-70

16-40

0,5-2,0

0,2-1,0

1,2-1,5

ÓLEOS INDUSTRIAIS

ÓLEOS MEDICINAIS

RENDIMENTO

(%)*

ÓLEOS PARA PERFUMARIA

Fonte: Lassak (1988) e Doran (1991) * rendimento base de peso de folha seca

Nome Teor (%)

medicinais, óleos industriais e óleospara perfumaria (Tabela 11).

Os óleos medicinais são aqueles queapresentam como componente princi-pal o cineol e são destinados à fabri-cação de produtos farmacêuticos,como: inalantes, estimulante de secre-

ção nasal e produtos de higiene bu-cal. O Eucalyptus globulus é a princi-pal espécie produtora desse tipo deóleo no Brasil.

Os óleos industriais têm como com-ponentes: o felandreno, utilizado comosolvente e matéria prima na produção

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54 Casa do Produtor Rural

Sistema Tradicional deManejo para Produção deÓleo Essencial de Eucalipto

Os plantios de eucalipto para pro-dução de óleo essencial, geralmen-te, possuem espaçamentos mais re-duzidos que os utilizados para a pro-dução de madeira.

Nas áreas produtoras de óleo po-dem ser utilizados os seguintesespaçamentos: 1 x 1 m, 1,5 x 1,5 m,2 x 1 m, 3 x 0,75 m, 3,3 x 0,75 m, 3 x1 m, 3 x 1,5 m, 2,9 x 0,5 m.

Considerando a produção médiaanual de três quilogramas de folhas

por plantas e um espaçamento de 3 x 1m, temos uma produção anual estimadade 10 toneladas de folhas por hectare.

O sistema tradicional de manejo utili-zado é o de talhadia, onde há a condu-ção da brotação das cepas após o corteraso das árvores. O sistema de talhadiaé largamente usado em plantios deEucalyptus citriodora, em função da boacapacidade de brotação da espécie.

A coleta das folhas tem início, normal-mente, a partir do 18º mês após o plan-tio, quando as plantas encontram-se comaltura entre 2 e 4 metros, sendo repetidaem intervalos de 12 meses. Na coleta dasfolhas são retirados aproximadamente doisterços da parte inferior da copa das árvo-res com o auxílio de uma foice ou facão.

Em geral, após o corte, as folhas sãodeixadas no local de extração por algu-mas horas, para que ocorra seu mur-chamento e perda de umidade. No en-tanto, longos períodos de exposição aosol podem ser prejudiciais, pois causama perda do óleo e início do processo defermentação das folhas. Sendo assim, re-comenda-se que o murchamento das fo-lhas seja realizado nos períodos maisamenos dos dias, de preferência no fimda tarde ou inicio da manhã.

Após o 4º ano de plantio é comum realizaro corte raso das árvores, pois a altura eleva-da dos indivíduos impossibilita a coleta dasfolhas. Nessa etapa, além da renda geradapelo óleo essencial, há também a rendaadicional com a venda da madeira colhida.

de desinfetantes e desodorizantes; apiperitona, empregada na produçãode preservativos para gomas, pastase colas e o mentol, usado comaromatizante de produtos medicinais.No Brasil, não ocorre exploração in-tensiva de espécies que produzemesse tipo de óleo.

Os óleos de eucalipto estão pre-sentes também nas indústrias de per-fumaria, integrando a composição deperfumes para diversos fins, sendolargamente usados em produtos delimpeza, sabões e desinfetantes. Aprincipal espécie explorada no Bra-sil para esse fim é o Eucalyptuscitriodora, possuindo como compo-nente principal o citronelal.

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O eucalipto e a pequena propriedade 55Extração do Óleo Essencial

O processo de extração de óleo es-sencial é realizado em destilaria.Comumente, a produção de óleo envol-ve a parceria de pequenos produtoresde eucalipto, que fornecem as folhaspara o abastecimento da destilaria.

Uma destilaria é composta basica-mente pelos seguintes equipamentos:caldeira, dornas, condensador, sepa-ra-dor e coletor de óleo (Figura 23).

A caldeira é responsável pelo for-necimento do vapor utilizado para ex-tração do óleo. O vapor produzido se-gue em direção às dornas onde iráocorrer a extração do óleo essencial.As folhas destiladas (bagaço) sãocomumente usadas como fonte deenergia para a própria caldeira.

A dorna é o recipiente onde as fo-lhas recebem o vapor de destilação.Antes do enchimento da dorna é colo-

cada uma corrente no interior da es-trutura, a fim de auxiliar na retirada dasfolhas após a destilação. O enchimen-to das dornas é realizado manualmen-te, em conjunto com o pisoteamentodas folhas. Uma dorna com capacida-de para uma tonelada de folhas pos-sui tempo médio de destilação de 60minutos.

No condensador o vapor d’água eo óleo volatilizado misturam-se atingin-do o estado líquido. Essa mistura se-gue para o separador onde, por dife-rença de densidade, ocorre a separa-ção da água e do óleo.

Finalmente, o óleo chega ao coletor,onde é realizada a sua pesagem parao cálculo do rendimento.

Antes do armazenamento é feita afiltragem e retirada da umidade do óleo.Após este processo o óleo é armaze-nado e transportado em tambores de200 litros.

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Figura 23 – Destilaria de óleo essencial

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