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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CASCA DE SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS EM CRESCIMENTO EM SUBSTITUIÇÃO AOS FENOS DE ALFAFA E DE COAST CROSS Autora: Josianny Limeira Figueira Orientador: Prof. Dr. Claudio Scapinello Dissertação apresentada, como parte das exigências para a obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá - Área de Concentração Produção Animal. MARINGÁ Estado do Paraná Novembro - 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CASCA DE SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS EM CRESCIMENTO EM SUBSTITUIÇÃO AOS FENOS DE

ALFAFA E DE COAST CROSS

Autora: Josianny Limeira Figueira Orientador: Prof. Dr. Claudio Scapinello

Dissertação apresentada, como parte das exigências para a obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá - Área de Concentração Produção Animal.

MARINGÁ Estado do Paraná Novembro - 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CASCA DE SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS EM CRESCIMENTO EM SUBSTITUIÇÃO AOS FENOS DE

ALFAFA E DE COAST CROSS

Autora: Josianny Limeira Figueira Orientador: Prof. Dr. Claudio Scapinello

Dissertação apresentada, como parte das exigências para a obtenção do título de MESTRE EM ZOOTECNIA, no programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá - Área de Concentração Produção Animal.

MARINGÁ

Estado do Paraná Novembro - 2009

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil) Figueira, Josianny Limeira F475c Casca de soja na alimentação de coelhos em crescimento

em substituição aos fenos de alfafa e de coast cross / Josianny Limeira Figueira. -- Maringá : [s.n.], 2009.

37 f. : il. Orientador : Prof. Dr. Claudio Scapinello. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de

Maringá, Programa de Pós-graduação em Zootecnia, área de concentração: Produção Animal, 2009.

1. Casca de soja - Digestibilidade - Nutrição -

Coelho. 2. Casca de soja - Fibra - Nutrição - Coelho. 3. Casca de soja - Coproduto - Alimentação - animal. 4. Casca de soja - Desenpenho e rendimento - Carcaça - Animal. I. Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-graduação em Zootecnia. Área de concentração: Produção Animal. II. Título.

CDD 21.ed.636.9085

ii

O silêncio é o Mestre dos Mestres, ele ensina sem falar. São Bento.

iii

A toda minha família em especial a minha mãe Maria Limeira Figueira, pela dedicação, amor, oração e confiança depositadas. Ao Meu pai, Jorge Dorico Lemes Figueira, por todo amor, apoio e incentivo. Aos Meus irmãos Gehovany Limeira Figueira e Jefferson Limeira Figueira, pelo apoio e amizade.

DEDICO

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força concedida em todos os momentos de minha vida e a Nossa

Senhora, por sempre estar intercedendo por mim em todas as situações.

Ao Prof. Dr. Claudio Scapinello, pela orientação, confiança depositada e paciência

dedicada no período de pós-graduação.

Aos professores Antônio Claudio Furlan, Carlos Oliveira (Carlão), Claudete

Alcalde, Cloves Jobim e Ivan Moreira, por todos os ensinamentos.

Aos professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Agenor M.

Correa, Elis Regina M. Garcia, Maria Luisa A. Correa e Marcus Vinícius de Oliveira.

Á Universidade Estadual de Maringá, Fazenda Experimental de Iguatemi e seus

funcionários, Cleuza Volpato, Creuza Azevedo, Augusto, Pedro, Toninho, que foram de

grande ajuda no desenvolvimento desse trabalho.

Ao meu grupo de pesquisa, meus “irmãos”, Andréia Fróes, Ana Carolina Monteiro,

Ana Paula Vaz, Fernanda Catelan, Joyce Sato e Livian Furuta, Marciana Retore e ao Bruno

Giovany de Maria.

A minha família, Jorge Dorico Lemes Figueira, Maria Limeira Figueira, Gehovany

Limeira Figueira, Jefferson Limeira Figueira, Josely da Costa, Cristiane Gomes, José

Ricardo Figueira e Marina Gehovana Figueira, por todo amor, dedicação, companheirismo

e compreensão da minha ausência em muitos momentos importantes.

A minha família de Maringá, Dona Alice Machado, Ariele Correa, Bruno Batistella,

Fabiano Neves, Hanna Sakamoto, Hugo Sacoman Klicowski, Larissa Rossi, Michele

Simili, Paula Cristina Neves e Sheilla Davoglio, por todo companheirismo e fraternidade.

v

Aos meus amigos de graduação que embora distantes sempre mantiveram laços de

amizade, Alexsandro Rocha, André Luiz Miranda, Lilian Moreira da Silva e Patrícia Soares

Epifanio.

Aos meus amigos de caminhada em Cristo, Andressa Burdini, Danilo Perego,

Douglas Abramoski, Eduardo, João Paulo Branco, Josiane Burdini, Leandro R. G. Bezerra,

Lívia Almeida, Magno Burdini, Mariângela Diniz, Nathalia Burdini, Ronaldo Roncari e

Vera Mendes.

Aos tios e primos, em especial a minha madrinha Idalina Limeira Leite, aos tios

Olavo Cardoso, Therezinha Figueira Cardoso, Maria Lemes Figueira, Isaura Lemes de

Oliveira, Sebastião Figueira e aos primos Silvio Limeira Leite, Adriane, Wanessa Figueira

Cardoso e a todos os quais não citei mas cultivo grande apreço.

Aos amigos de Campo Grande, Anderson Joaquim, Dona Cida, Pollyana Maggio,

Tati Souto, Dudu, Diego Ferreira, Henrique Miloco, Kelly Oshiro, Moacyr Marchini Neto,

Quezia Amarante, Roselaine Guedes, Thiago Ferreira e Kríssia Araújo, pela amizade

mesmo a distância.

Aos amigos que fiz em Maringá, Fernando Ayala, Jonas Kokubu, Lui Célio,

Laurentino Baessa, Leonel Moiana, Luís Zego, Manuel Maleia, Nildson Junior e Pedro

Ylunga.

A todos os amigos de pós-graduação, em especial, Alexandre Leseur, Alexandre

Ywahashi, Daniele Cristina da Silva, Fabio José Figueroa, Fernanda Granzotto, Franciele

Girardi, Josiele Carneiro, Júlio Cezar Barreto, Liliane Piano, Lina Penuela, Maria Emília,

Marco Antônio, Moyses Calixto Júnior, Patrícia Couto, Paulo Levi, Roberto Harioshi,

Silvana Teixeira e Valter Bumbieris Júnior.

OBRIGADA!

vi

BIOGRAFIA DO AUTOR

JOSIANNY LIMEIRA FIGUEIRA, filha de Jorge Dorico Lemes Figueira e Maria

Limeira Figueira, nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no dia 22 de agosto de

1981.

Em agosto de 2006 concluiu o curso de Zootecnia pela Universidade Estadual de

Mato Grosso do Sul.

Em março de 2007, iniciou no Programa de Pós-graduação em Zootecnia, em nível

de Mestrado, área de concentração produção Animal, na Universidade Estadual de

Maringá, realizando estudos na área de nutrição de coelhos.

No dia 20 de novembro de 2006, submeteu-se à banca examinadora para a defesa da

Dissertação de Mestrado.

vii

ÍNDICE

Página

LISTA DE TABELAS....................................................................................................... viii RESUMO........................................................................................................................... x ABSTRACT....................................................................................................................... xii I - INTRODUÇÃO GERAL.............................................................................................. 1 1.1 Fibra.................................................................................................................... 2 1.2 Casca de soja....................................................................................................... 3 1.3 Silagem............................................................................................................... 4 1.4 Inoculante............................................................................................................ 5 Literatura Citada................................................................................................................ 7 II - OBJETIVOS GERAIS................................................................................................. 10 III-UTILIZAÇÃO DA CASCA DE SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS EM CRESCIMENTO EM SUBSTITUIÇÃO AOS FENOS DE ALFAFA E COAST CROSS...............................................................................................................................

11 Resumo............................................................................................................................... 11 Abstract.............................................................................................................................. 12 Introdução.......................................................................................................................... 13 Material e Métodos............................................................................................................ 14 Resultados e Discussão...................................................................................................... 24 Conclusão........................................................................................................................... 32 Literatura Citada................................................................................................................ 33

viii

LISTA DE TABELAS Páginas

Tabela 1. Composição química e valor energético da casca de soja moída e ensilada com ou sem inoculante com base na matéria seca total...............................................................................................

16 Tabela 2. Composição percentual e química da ração referência 17 Tabela 3. Composição percentual e química das rações com casca de soja

moída (CSM) para coelhos da desmama ao abate e custo final de cada ração.................................................................................

20 Tabela 4. Composição percentual e química das rações com casca de soja

moída ensilada sem inoculante(CSESI) para coelhos da desmama ao abate e custo final de cada ração..............................

21 Tabela 5. Composição percentual e química das rações com casca de soja

moída ensilada com inoculante (CSECI) para coelhos da desmama ao abate e custo final de cada ração..............................

22 Tabela 6. Coeficientes de digestibilidade e valores digestíveis com base

na matéria seca total para matéria seca, proteína, fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN) e energia digestível (ED) da casca de soja moída (CSM), casca de soja moída ensilada sem inoculante (CSESI) e com inoculante (CSECI).........................................................................................

25 Tabela 7. Peso vivo aos 50 (PV50) e 70 dias (PV70), ganho de peso vivo

diário (GPD), consumo de ração diário (CRD) e conversão alimentar (CA) para coelhos dos 32 aos 50 dias e dos 32 aos 70 dias de idade, e custos de ração/kg (R$), de acordo com a ração referência e com diferentes níveis de casca de soja moída (CSM), casca de soja ensilada sem inoculante (CSESI) e casca de soja ensilada com inoculante (CSECI).....................................

27 Tabela 8. Médias estimadas para peso de carcaça (PC), membros

anteriores (ANT), membros posteriores (PST), lombo (LOM), região tóraco-cervical (RTC), cabeça (CAB) e rendimento de carcaça (RC),rendimento de membros posteriores (RPOST, rendimento de lombo (RLOM), rendimento de membros anteriores(RANT), rendimento da região tóraco-cervical

ix

(RRTC) e rendimento cabeça (RCAB) para coelhos abatidos aos 70 dias de idade e alimentados com dietas com diferentes níveis de inclusão de casca de soja moída (CSM), casca de soja ensilada sem inoculante (CSESI) e casca de soja ensilada com inoculante (CSECI).......................................................................

30

x

RESUMO

Foram conduzidos dois experimentos com o objetivo de determinar o valor nutritivo

da casca de soja moída (CSM), da casca de soja moída e ensilada sem inoculante (CSESI)

ou com inoculante (CSECI), através de ensaio de digestibilidade e do desempenho e

viabilidade do uso desses ingredientes em dietas para coelhos durante a fase de

crescimento. No ensaio de digestibilidade foram utilizados 44 coelhos em crescimento da

raça Nova Zelândia Branco, 22 machos e 22 fêmeas, com 45 dias de idade. O delineamento

experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, sendo uma dieta

referência e três dietas testes, compostas por 70% da ração referência e 30% das cascas de

soja avaliadas, com 11 repetições por tratamento. A casca de soja foi ensilada em tubos de

concreto com 1,0 m de diâmetro e 1,2 m de altura e armazenada por um período de 60 dias.

O ensaio de digestibilidade teve duração de 14 dias, sendo dez dias para adaptação dos

animais às gaiolas e às dietas e quatro dias para a coleta de fezes. Os coeficientes de

digestibilidade aparentes para CSM, CSESI e CSECI foram, respectivamente: MS (41,74%;

44,65%; 40,72), PB (45,35%; 61,09%; 47,56%), FDA (65,28%; 58,09%; 60,92%), FDN

(53,30%; 50,53%; 59,13%), EE (75,50%; 73,91%; 44,89%) e EB (39,70%; 45,10%;

44,40%). Para o ensaio de desempenho foram utilizados 234 coelhos da raça Nova Zelândia

Branco, dos 32 aos 70 dias de idade, distribuídos em um delineamento em blocos

casualizados, com 13 tratamentos, sendo uma dieta referência e 12 dietas testes, nas quais

cada uma das três formas de apresentação da casca de soja substituiu, respectivamente, 25,

50, 75, e 100% dos fenos de alfafa e coast cross da dieta referência. Aplicando-se o teste de

xi

Dunnett, não foram observadas diferenças para qualquer das características estudadas entre

os animais que receberam a dieta referência e aqueles alimentados com as demais dietas,

independentemente do nível de inclusão. Excluindo a ração testemunha, foi observado um

aumento linear no peso vivo ao abate, ganho de peso e consumo de ração no período de 32

a 70 dias de idade com o aumento da inclusão de casca de soja moída. Efeitos quadráticos

foram observados para conversão alimentar e rendimento de carcaça com ponto de máxima,

respectivamente, de 61,94% e 51,56% de substituição dos fenos pela CSM. Já a melhor

conversão alimentar foi observada quando os fenos de alfafa e coast cross das rações foram

substituídos pela CSECI em 67,20% de seu volume. Com base nos dados, conclui-se que a

casca de soja e a silagem de casca de soja sem e com inoculante podem ser incluídas na

dieta de coelhos, substituindo totalmente os fenos de alfafa e coast cross, sem causar

prejuízos no desempenho e rendimento de carcaça dos animais.

Palavras-chave: coproduto, digestibilidade, fibra, nutrição

xii

ABSTRACT

Two experiments were carried out to evaluate the effects of ground soybean hulls

(GSH), ensilage of ground soybean hulls without inoculants (ESH) and ensilage of soybean

hulls with inoculants (ESHI). In the digestibility assay, 44 growing rabbits New Zealand

White, 22 males and 22 females, with 45 days of age, were distributed into a completely

randomized design, with four treatments, composed by a reference diet and three test diets,

where the last ones were composed by 70% of its volume from the reference diet and 30%

of the evaluated hulls, with 11 replications per treatment. The ensilage of the soybean hulls

was conducted in concrete with 1,0 m of diameter and 1,2 m of height pipes during 60 days.

The digestibility assay lasted 14 days, being 10 days for adaptation of the animals to the

cages and the diets and four days for the fecal collection. The digestibility coefficients were

respectively: DM (41.74%; 44.65%; 40.72%), CP (45.35%; 61.09%; 47.56%), ADF

(65.28%; 58.09%; 60.92%), NDF (53.30%; 50.53%; 59.13%), EE (75.50%; 73.91%;

44.89%) and GE (39.70%; 45.10%; 44.40%) To evaluate the performance, 234 rabbits were

used, from 32 to 70 days of age, distributed into a randomized block design with 13

treatments, being a reference diet and twelve other diets where the ground soybean hulls in

its different evaluated forms substituted respectively 0, 25, 50, 75 and 100% of the alfalfa

and coast cross hays of the reference diet. Applying the Dunnett test, differences were not

observed for any of the characteristics studied among the reference diet and those with

GSH, ESH and ESHI, independent of the inclusion level. Excluding the test diet, a linear

increase was observed for the live weight at the slaughtering, weight gain and feed intake,

in the period of 32 the 70 days of age, with the increase of inclusion of the ground soybean

hulls. Quadratic effect was observed to feed conversion and carcass dressing percentage

xiii

with maximum point respectively of 61.94% and 51.56% of substitution of the hays for the

SH. The better feed conversion was observed when the alfalfa and coast cross hays were

substituted by ESHI in 67.20% of its volume. Based on these data, it is concluded that the

ground soybean hulls and the ensilage of ground soybean hulls without and with inoculants

can be included in diets of rabbits, substituting the alfalfa and coast cross hays, without

causing damage in the performance and carcass dressing percentage of the animals.

Key words: coproduct, digestibility, fiber, nutrition

I - INTRODUÇÃO

Vários aspectos contribuem para a viabilidade da cunicultura entre eles a elevada

prolificidade, ciclos reprodutivos curtos, normalmente de 40 dias, na maior parte das criações

intensivas, docilidade, e pequeno espaço para criação e a produção de carne de alta qualidade

para o consumo humano (XICCATO et al., 1999).

A carne dessa espécie é considerada de ótima qualidade, apresentando, em média, 19%

a 23% de proteína bruta, 3% a 6% de gordura e baixo teor de colesterol 50 mg/100g,

representando uma excelente opção de consumo de proteína animal (TAVARES et al., 2007).

A alimentação destes animais é responsável por cerca de 70% dos custos de produção,

em que somente o feno de alfafa, quando utilizado, pode representar 40% deste total

(SCAPINELLO et al., 2003). Isso demonstra a necessidade de avaliar fontes alternativas a esta

matéria-prima, visando, principalmente, o conhecimento de seu valor nutritivo e a otimização

do seu uso nas dietas destes animais.

A utilização de coprodutos agroindustriais na alimentação animal sempre foi a

preocupação de pesquisadores. A possibilidade de incorporação depende, entre vários fatores,

da disponibilidade desse material, da competição com os outros produtos alternativos, da

segurança de utilização, dos custos e, logicamente, do valor nutricional (MEJÍA, 1999).

Segundo ARRUDA et al. (2002), em função do hábito alimentar do coelho e da

natureza evolutiva, é considerado um animal não ruminante herbívoro de ceco funcional e

praticante de cecotrofia. Apresenta capacidade de se alimentar com considerável quantidade

de produtos fibrosos (GARCIA, 1997). Graças à cecotrofia, possui a habilidade em extrair

2

nutrientes a partir de alimentos não convencionais e transformá-los em carne de alto valor

biológico para a nutrição humana (RODRIGUES et al., 2002).

A cecotrofia consiste num mecanismo de adaptação às condições alimentares, pelo

qual, como resultado da digestão dos alimentos pelos coelhos, dois tipos de excreta são

produzidos: um eliminado na forma de fezes duras e outro na forma de cecotrofos, os quais

diferem entre si, tanto pelo processo de formação e excreção quanto pela composição química.

Os cecotrofos possuem maior conteúdo de umidade, nitrogênio total, minerais, vitaminas,

AGV’s e um menor conteúdo de fibra bruta (DE BLAS & WISEMAN, 1998).

1.1 Fibra

A fibra estimula e facilita o trânsito digestivo dos alimentos, principalmente por sua

fração indigestível, evitando, dessa forma, a proliferação de bactérias patogênicas e

surgimento de enterites (HERRERA et al., 2001). Segundo CHEEKE (1989), a microflora

intestinal, o padrão fermentativo e a funcionalidade do ceco cólon podem ser afetados quando

se altera excessivamente as relações de fibra e amido, atuando como agente permissivo na

suscetibilidade aos distúrbios digestivos.

CARABAÑO et al. (1988) sugerem que, em dietas com baixo conteúdo de fibra (<10%

de fibra bruta ou <13% de fibra em detergente ácido), somente uma pequena proporção

relativa de conteúdo cecal é removida a cada dia, com consequente aumento no volume cecal.

ARRUDA et al. (2003), trabalhando com níveis de amido (22 e 32%) e fontes de fibra

(feno de alfafa e casca de soja), observaram que a concentração total de ácidos graxos voláteis

sofreu influência da interação entre fonte de fibra e nível de amido. As maiores concentrações

foram mensuradas no conteúdo cecal dos coelhos alimentados com maior nível de amido e

casca de soja, e menores concentrações quando alimentados com ração contendo menor nível

de amido e feno de alfafa.

Com quantidades variando entre 18 e 24% de fibra em detergente ácido, os coelhos em

crescimento podem regular a ingestão de energia e seu crescimento não varia

significativamente (De BLAS et al., 1989). A inclusão de teores médios a elevados de fibra

não digestível reduz a densidade energética da dieta, o que pode ocasionar problemas em

coelhos que possuem necessidades maiores.

3

1.2 Casca de soja

A constante busca por parte dos nutricionistas em formular dietas mais eficientes e

economicamente viáveis aumenta a necessidade de pesquisas em relação à composição

química e valores energéticos dos alimentos, o que permite que os objetivos almejados na

formulação de rações sejam alcançados (RODRIGUES et al., 2002). Neste contexto, a casca

de soja, coproduto do processamento do grão de soja, surge como uma possibilidade de

utilização, principalmente em substituição aos fenos de leguminosa, tradicionalmente

incluídos nas dietas de coelhos.

O Brasil exporta farelo de soja de elevado teor proteico e baixo nível de fibra o que

gera um grande volume de casca de soja (QUADROS, 2007). Dados da CONAB (2008)

mostram que a produção de soja no Brasil alcançada na safra 2007/2008, foi de 60 milhões de

toneladas, enquanto no Paraná foi de, aproximadamente 12 milhões. Considerando que a casca

de soja representa 7 a 8% do peso da semente (KLOPFENSTEIN & OWEN, 1987), a

produção brasileira e paranaense alcançou, neste mesmo período, cerca de 4,5 milhões e 892

mil toneladas deste produto, respectivamente.

A casca de soja é um coproduto proveniente do processamento do grão da soja, que

consiste da parte externa do grão (película), além de grãos quebrados, resíduos de caule,

vagens e partes da planta. É obtida por separação no processamento da extração do óleo,

quando os grãos de soja são quebradas e aquecidos (62 °C) para posterior laminação (BUTOLO,

2002).

Em razão de ser um ingrediente largamente produzido no Brasil, a casca de soja pode

ser obtida praticamente durante todo o ano, não estando sujeita a grandes alterações de preços

sazonais (QUADROS, 2004). O produto se destaca em virtude da alta disponibilidade gerada

pela demanda de farelo de soja de alta proteína para aves e suínos. No entanto, a qualidade

deste ingrediente pode variar de acordo com os métodos de processamento, origem ou

variedade da soja e o grau de maturidade (MARTIN & HIBBERD, 1990).

Segundo ANDERSON et al. (1988), a casca de soja inteira e pura (livre da

contaminação do farelo de soja durante sua obtenção) possui 74% de FDN na matéria seca,

sendo 47% composta de celulose e 23% de hemicelulose, o que confere alta digestibilidade da

sua fração fibrosa.

4

Alguns autores definem a casca de soja como um volumoso-concentrado, pois tem a

função fisiológica da fibra vegetal, porém funcionando como um grão de cereal em termos de

disponibilidade de energia (MORAIS, 2006).

MORAIS et al. (2007), utilizando vários níveis de casca de soja (0%; 12,5%; 25% e

37,5%) em substituição ao feno de coast cross na dieta de borregas, em que a FDN da casca de

soja substituiu 0; 25; 50 e 75% da FDN do feno, observaram aumentos lineares no consumo de

matéria seca, no ganho de peso diário dos animais e melhora linear na conversão alimentar

com a inclusão da casca de soja. Os autores concluíram que a casca de soja adicionada em

dietas para borregas até 37,5% da matéria seca melhora o desempenho, fazendo com que os

animais alcancem o peso de cobertura mais rapidamente.

PEDROSO et al. (2007), realizando estudos com vacas leiteiras, substituindo o milho

pela casca de soja, observaram que a casca de soja não causou alterações na produção de leite,

consumo de matéria seca e concentração plasmática de glicose, mas resultou em discretas

alterações na composição do leite. Com isso, os autores concluíram que a casca de soja pode

substituir o milho em rações para vacas leiteiras com produção em torno de 28 kg de leite por

dia.

Substituindo o feno de alfafa por casca de soja em dietas de coelhos em crescimento,

RETORE (2009) não encontrou diferença para ganho de peso e conversão alimentar dos

animais. Também observou que os coeficientes de digestibilidade da MS, PB e FDN foram

semelhantes entre as dietas com casca de soja com aquela contendo feno de alfafa.

1.3.Silagem

Em qualquer sistema de produção animal, a qualidade dos alimentos que compõe a

dieta é de fundamental importância na busca da eficiência. Destaca-se que, na maioria das

atividades, os gastos com alimentação animal representam a maior parte dos custos de

produção. Diante disso, o emprego de tecnologia adequada na produção de alimentos é fator

primordial. As forragens conservadas na forma de silagem, por exemplo, podem ter seu valor

nutritivo alterado em razão dos procedimentos adotados para a sua produção e conservação, e

dos fenômenos bioquímicos e microbiológicos que ocorrem no processo. Em geral, a resposta

do animal à ingestão de alimentos ensilados é dependente do padrão de fermentação que, por

5

sua vez, afeta a forma e a concentração dos nutrientes e a ingestão de matéria seca (JOBIM et

al., 2007).

A fermentação anaeróbia é o principal processo envolvido na preservação das silagens.

A eficiência do processo fermentativo e, consequentemente, a qualidade do material,

dependem das bactérias epífitas presentes no silo. A população de microrganismos epífitos,

entre eles, as bactérias produtoras de ácido lático, podem ser pequena nas forragens

(SPECKMAN et al., 1988), entretanto, quando afetada pelas condições ambientais (umidade,

temperatura, radiação solar, espécie e características da planta), pode levar, ao longo do

tempo, à obtenção de silagens de qualidade variável, a partir de um mesmo tipo de forragem e

sistema de manejo (ASHBELL, 1995).

Conforme revisão de MÜHLBACH (1999), os processos que ocorrem no interior do

silo são ocasionados por características inerentes à planta ensilada (processos de origem

endógena que englobam a respiração, a lise celular, a proteólise e a degradação enzimática de

oligossacarídeos a açúcares simples), à ação de microrganismos (ação aeróbia de fungos,

leveduras e de enterobactérias; e anaeróbia, controlada por lactobacilos ou por bactérias

clostrídicas) e/ou a reações químicas (como a reação de Maillard ou a hidrólise da

hemicelulose da planta).

1.4 Inoculante

O uso de aditivos tem o intuito de melhorar a qualidade e a conservação das silagens,

modulando sua fermentação ou agregando maior valor nutritivo. A utilização de inoculantes

bacterianos visa a maior produção de ácido lático a partir dos carboidratos solúveis,

promovendo, assim, uma boa fermentação do material ensilado (PORTO et al., 2006).

SILVA et al. (2005) relatam a importância do uso do inoculante microbiano, o qual está

vinculado a três fatores: população natural de bactérias láticas, conteúdo de açúcares da

forragem e cepas de bactérias presentes no inoculante. De acordo com MUCK (1993), a

bactéria que constitui o inoculante deve ser eficiente na competição com a flora microbiana

natural da planta, devendo ainda ser efetiva no processo fermentativo, favorecendo o maior

desempenho do animal.

6

FROETSCHEL et al. (1994) ensilaram milho e sorgo, com e sem inoculante, em silos

de concreto com capacidade para 900 kg e detectaram aumento no teor dos ácidos lático,

acético e ácidos graxos voláteis totais e diminuição na perda de matéria seca em 7,1%,

concluindo que houve melhor preservação para as forragens inoculadas.

Segundo ASHBELL (1995), inoculantes usados com sucesso em determinada região

podem não ser eficientes em outras, indicando a influência de condições locais sobre seu

efeito. Assim, há necessidade de estudos para a avaliação da eficácia dos inoculantes

bacterianos comercializados no Brasil, dentro das nossas condições de produção.

QUADROS et al. (2007) avaliaram a casca de soja nas formas integral e moída,

ensilada ou não, para suínos em crescimento e terminação. Os autores concluíram que a casca

de soja integral e moída, ensilada ou não, pode ser adicionada em até 16% nas dietas de suínos

em crescimento e terminação sem causar prejuízos ao desempenho e às características de

carcaça.

Até o momento não foram realizados estudos com o uso de casca de soja ensilada para

coelhos. Pesquisas com relação ao uso de silagens na alimentação destes animais em

substituição aos fenos das dietas podem constituir-se em alternativa de uso de alimentos

alternativos com o intuito de reduzir o custo da alimentação destes animais.

7

LITERATURA CITADA

ANDERSON, S.J.; Merrill, J. K.; McDonnell, M. L. et al. Digestibility and utilization of mechanically processed soybean hulls by lambs and steers. Journal of Animal Science, Champaign, v.66, p.2965-2975, 1988.

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10

II. OBJETIVOS GERAIS

O objetivo do presente trabalho foi o de determinar o valor alimentício da casca de soja

moída e da casca de soja moída ensilada com ou sem inoculante, por meio de ensaio de

digestibilidade, e do desempenho animal assim como a viabilidade econômica do uso destas

matérias-primas em substituição aos fenos de alfafa e de coast cross, em dietas para coelhos

em crescimento.

11

III - UTILIZAÇÃO DA CASCA DE SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS EM CRESCIMENTO EM SUBSTITUIÇÃO AOS FENOS DE ALFAFA E DE COAST

CROSS

RESUMO: Foram conduzidos dois experimentos com o objetivo de determinar o valor

alimentício da casca de soja moída (CSM) e da casca de soja moída e ensilada com inoculante

(CSECI) ou sem inoculante (CSESI) por meio de ensaio de digestibilidade e do desempenho

animal assim como a viabilidade econômica do uso destas matérias-primas em substituição

aos fenos de alfafa e coast cross, em dietas para coelhos em crescimento. Para o ensaio de

digestibilidade foram utilizados 44 coelhos, distribuídos em um delineamento inteiramente

casualizado, com quatro tratamentos, sendo uma dieta referência (RR) e três dietas-teste,

compostas por 70% do seu volume pela dieta referência e 30% de casca de soja em suas

diferentes formas de apresentação. Os coeficientes de digestibilidade para CSM, CSESI e

CSECI, foram respectivamente: MS (41,74%; 44,65%; 40,72), PB (45,35%; 61,09%;

47,56%), FDA (65,28%; 58,09%; 60,92%), FDN (53,30%; 50,53%; 59,13%), EE (75,50%;

73,91%; 44,89%) e EB (39,70%; 45,10%; 44,40%) e os respectivos valores digestíveis foram:

MSD (38,27%; 43,40%; 39,57%), PD (5,09%; 4,57%; 6,06), FDAD (33,03%; 27,77%;

29,02%), FDND (30,12%; 30,82%, 37,03), EED (1,82%; 1,80%, 1,08%) e ED (1.696 kcal

ED/kg, 1.889 kcal ED/kg; 1.856 kcal ED/kg). No experimento de desempenho foram

utilizados 234 coelhos dos 32 aos 70 dias de idade, distribuídos em um delineamento em

blocos casualizados, com 13 tratamentos, sendo uma dieta referência (RR) e as demais em que

a CSM, CSESI e CSECI substituíram, respectivamente, 25, 50, 75 e 100% do volume dos

fenos da RR. Não foram observadas diferenças de desempenho e carcaça entre a dieta

referência e das demais dietas. Excluindo-se a RR, foi observado aumento linear no PV ao

abate, GPD e CRD no período de 32 a 70 dias de idade, com o aumento dos níveis de inclusão

de CSM. Efeitos quadráticos foram observados para CA e rendimento de carcaça com ponto

de máxima, respectivamente com 61,94% e 51,56% de substituição dos fenos pela CSM e para

CA quando os fenos das rações foram substituídos em 67,2% pela CSESI. Apesar destes

resultados não foram encontradas diferenças de custo da ração/kg de ganho de peso. Conclui-

se que a CSM, CSESI e CSECI podem substituir totalmente os fenos de alfafa e coast cross

em dietas para coelhos em crescimento.

Palavras-chave: coproduto, digestibilidade, fibra, nutrição

12

III - Use of soybean hulls in the feeding of growing rabbits in substitution of alfalfa and coast cross hays

ABSTRACT: Two experiments were carried out with the goal of determining the

nutritive value of the ground soybean hulls (GSH), ensilage of soybean hulls without

inoculants (ESH) and ensilage of soybean hulls with inoculants (ESHI), through a digestibility

assay, and evaluate the performance as well as the economic viability of the use of these

ingredients in substitution of alfalfa and coast cross hays in diets for growing rabbits. To

digestibility assay, 44 rabbits were distributed into a completely randomized design, with four

treatments, that consisted in one reference diet (RD) and three other diets with 30% of

substitution of the soybean hulls in its different forms. The digestibility coefficients of the

GSM, ESH and ESHI were respectively: DM (41.74%; 44.65%; 40.72%), CP (45.35%;

61.09%; 47.56%), ADF (65.28%; 58.09%; 60.92%), NDF (53.30%; 50.53%; 59.13%), EE

(75.50%; 73.91%; 44.89%) and GE (39.70%; 45.10%; 44.40%) and the respective digestible

values were: DM (38.27%; 43.40%; 39.57%), CP (5.09%; 4.57%; 6.06), ADF (33.03%;

27.77%; 29.02%), NFD (30.12%; 30.82%; 37.03), EE (1.82%; 1.80%, 1.08%) and DE (1,696

kcal DE/kg; 1,889 kcal DE/kg; 1,856 kcal DE/kg). To evaluate the performance of the

animals, 234 rabbits were used, from 32 to 70 days of age, distributed into a randomized block

design, with 13 treatments, being one RD, and the others where the GSH, ESH and ESHI

substituted, respectively, 0, 25, 50, 75, and 100% of the volume of the hays present in the RD.

Excluding the RD, a linear increase was observed in live weight at the slaughtering, daily

weight gain (DWG) and daily feed intake (DFI), in the period of 32 to 70 days of age with the

increase of the inclusion levels. Quadratic effects were observed to feed conversion and

carcass dressing percentage with point of maximum, respectively, with 61.94% and 51.56% of

substitution of hays for the GSH; and for FC when the hays of the RD were substituted for

ESH in 67.20%. Even with these results, differences were not found to cost of feed/kg of

weight gain. It is concluded that GSH, ESH and ESHI can substitute the alfalfa and coast cross

hays in diets for growing rabbits.

Key words: coproduct, digestibility, fiber, nutrition

13

Introdução

Na formulação de dietas para coelhos, o principal objetivo é atender as exigências dos

animais ao menor custo possível. Para isso, é importante conhecer a composição e o valor

nutritivo dos coprodutos agroindustriais disponíveis no mercado, passíveis de serem utilizados

na formulação das rações (MAERTENS et al., 2003).

Dadas as particularidades do trato digestório do coelho, 40 a 50% das dietas são

compostas por alimentos volumosos (SCAPINELLO et al., 2000; SANTOS et al., 2006),

justifica a avaliação de fontes alimentares alternativas visando, principalmente, o

conhecimento de seu valor nutritivo e a utilização mais eficiente do seu uso nas dietas animais

em substituição a esta matéria-prima.

Dados da CONAB (2008) mostram que a produção de soja no Brasil, na safra

2007/2008, foi de 60 milhões de toneladas, enquanto no Paraná foi de, aproximadamente, 12

milhões de toneladas. Considerando que a casca de soja representa 7 a 8% do peso da semente

(KLOPFENSTEIN & OWEN, 1987), a produção brasileira e paranaense gerou, neste mesmo

período, cerca de 4,5 milhões e 892 mil toneladas deste coproduto, respectivamente.

A casca de soja destaca-se em virtude da alta disponibilidade gerada pela demanda de

farelo de soja de alta proteína para aves e suínos. Segundo ANDERSON et al. (1988), a casca

de soja inteira e pura (livre da contaminação do farelo de soja durante sua obtenção) possui

74% de FDN na MS, sendo composta por 47% de celulose e 23% de hemicelulose, o que lhe

confere alta digestibilidade da fração fibrosa. Assim, este ingrediente pode ser considerado um

possível substituto para o feno nas dietas de coelhos.

As condições de processamento dos coprodutos podem conduzir a grandes variações

na composição dos alimentos. Assim, a casca de soja pode conter desde grãos quebrados,

vagens e até sementes de invasoras, em diferentes proporções. É importante, portanto,

considerar a grande variação na composição físico-química e também energética dos

ingredientes utilizados em trabalhos de avaliação nutricional quando são comparados os dados

entre si (ALBINO & SILVA, 1996).

A ensilagem possibilita ao produtor aproveitar e conservar resíduos agroindustriais

gerados em grandes quantidades em determinadas regiões do Brasil e que apresentam alto

potencial para uso na alimentação animal (SANTOS et al., 2001). Segundo OWENS et al.

14

(1997), os principais objetivos do processo de ensilagem são aumentar a disponibilidade da

energia, evitar o desenvolvimento de micotoxinas, melhorar as características de mistura para

facilitar a administração do alimento e melhorar o desempenho animal.

. A utilização de aditivos enzimáticos e bacterianos visa a melhorar a qualidade de

fermentação das silagens, principalmente no tocante a alterações na composição da parede celular

pelas enzimas e aumento na produção de ácido lático pelas bactérias especializadas (BUMBIERIS

JUNIOR et al., 2009).

Segundo COSTA et al. (2001), a principal função da enzima é degradar a fibra da

forragem durante a fermentação, tornando a silagem mais digestível. O uso de enzimas

celulolíticas e hemicelulolíticas nos aditivos é um meio de aumentar o conteúdo de

carboidratos solúveis em água com substrato para as bactérias acidoláticas e como um método

de melhorar a digestibilidade da matéria orgânica da silagem (SARTI et al.2005).

Portanto, este trabalho teve como objetivos determinar o valor alimentício da casca de

soja moída e ensilada com ou sem inoculante por meio de ensaios de digestibilidade e do

desempenho e viabilidade econômica de coelhos em crescimento alimentados com rações

contendo casca de soja em suas diferentes formas de apresentação em substituição aos fenos

de alfafa e de coast cross.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos, no Setor de Cunicultura da Fazenda Experimental

de Iguatemi, da Universidade Estadual de Maringá, sendo o ensaio de digestibilidade realizado

no mês de fevereiro e o de desempenho animal, de junho a agosto de 2008.

As médias, de temperatura mínima e máxima, registradas durante o ensaio de

digestibilidade foram, respectivamente, 20,7 e 26ºC; enquanto para o experimento de

desempenho foram, respectivamente, 16 e 21ºC.

Para o ensaio de digestibilidade foram utilizados 44 coelhos, 22 machos e 22 fêmeas, com

45 dias de idade, da raça Nova Zelândia Branco, alojados, individualmente, em gaiolas de

metabolismo, providas de bebedouro automático, comedouro semiautomático e dispositivo

para coleta de fezes. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com quatro

tratamentos, sendo uma dieta referência (RR) e três dietas testes, compostas por 70% do seu

15

volume pela dieta referência e 30% de casca de soja em suas diferentes formas de

apresentação, com base na matéria seca, e 11 repetições. A casca de soja foi obtida da empresa

COCAMAR (Cooperativa Agroindustrial de Maringá).

Para obtenção das cascas de soja ensiladas (CSESI), foi adicionada 30% de água e para

casca de soja ensilada com inoculante (CSECI) foi adicionada água e aplicado inoculante

enzimo-bacteriano comercial (Maizea-all), para favorecer o processo fermentativo.

O inoculante comercial utilizado apresenta Lactobacillus plantarum e Enterococcus

faecium (10 bilhões UFC/g), P. acidilactici (1 bilhão UFC/g) além de amilase, celulase,

enzima hemicelulolítica e dextrose. Foram adicionados 5 g do inoculante comercial (Maizea-

all) por tonelada de forragem ensilada, diluídos em 2 L, de água limpa, sem cloro,

empregando-se um pulverizador com capacidade para 2 L, respeitando-se as recomendações

dos fabricantes.

A ensilagem da casca de soja foi realizada em dois tubos de concreto, com 1 m de

diâmetro e 1,2 m de altura, devidamente compactado e vedado com lonas plásticas pretas por

um período de 77 dias. A composição química da casca de soja em suas diferentes formas de

apresentação encontra-se na Tabela 1.

A dieta referência foi formulada à base de milho, farelo de trigo, farelo de soja, feno de

alfafa, feno de coast cross e suplementada com minerais e vitaminas (Tabela 2).

Após a mistura dos ingredientes, as rações foram peletizadas a seco e o seu fornecimento

e o de água foram a vontade.

16

Tabela 1 - Composição química e valor energético da casca de soja moída (CSM), casca

de soja moída ensilada sem inoculante (CSESI) e casca de soja ensilada com inoculante

(CSECI), com base na matéria seca total

Nutrientes Composição química

CSM CSESI CSECI

PB 12,25 12,75 13,12

FDA 50,33 49,19 49,03

FDN 67,60 62,75 64,44

EB 4593 4309 4303

pH 5,91 5,90 5,30

Lignina 3,84 3,91 3,57

Celulose 46,02 46,41 46,54

Análises realizadas no LANA da Universidade Estadual de Maringá

17

Tabela 2 – Composição percentual e química da ração referência

Ingredientes Ração referência

Milho 25,62 Farelo de soja 14,00 Farelo de trigo 23,00 Feno de alfafa 17,00 Feno de Coast-cross 17,00 Sal comum 0,40 Calcário 1,20 Fosfato bicálcico 1,00 DL-Metionina 0,12 L-Lisina 0,1 Mist. Vit+Min1 0,50 Cycostat®2

0,06 Total 100,00 Composição química MS3*(%) 92,51 PB 4*(%) 17,95 FDN5* (%) 32,00 FDA6* (%) 15,41 EE7*(%) 2,11 Ca8* 0,70 P9* 0,50 Met+cist10 0,60 Energia digestível11 (kcal/kg) 2600 1 Nuvital, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E, 8.000mg; Vit K3, 200mg;

Vit B1, 400mg; Vit B2, 600mg; Vit B6, 200mg; Vit B12, 2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000mg; Colina, 70.000mg; Ferro, 8.000mg; Cobre, 1.200mg; Cobalto, 200mg; Manganês, 8.600mg; Zinco, 12.000mg; Iodo, 64mg; Selênio, 16mg; Antioxidante, 20.000 mg. 2 – Princípio ativo à base de robenidina (6,6%). 3 Matéria Seca 4 Proteína Bruta 5 Fibra em detergente neutro 6 Fibra em detergente ácido 7 Extrato Etéreo 8 Cálcio 9 Fósforo

10 Valores calculados de acordo com De Blas & Wiseman (1998). 11 Valores calculados com base em valores tabelados (Rostagno 2005) * Análises realizadas no LANA da Universidade Estadual de Maringá

O experimento teve duração de 14 dias, sendo 10 dias para adaptação às gaiolas e às

rações e quatro dias para a coleta de fezes, seguindo o método de padronização experimental

de digestibilidade “in vivo” (EGRAN et al., 1999).

As fezes de cada animal foram coletadas, na sua totalidade, uma vez ao dia, no período

da manhã, acondicionadas em sacos plásticos e armazenadas em freezer à temperatura de –

10ºC. Posteriormente, as fezes de cada animal foram colocadas em estufa de ventilação

forçada a 55ºC, durante 72 horas. Em seguida, após homogeneizadas, uma parte da amostra

(aproximadamente 50%) foi moída em moinho com peneira de 1 mm para determinar os

18

teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), energia bruta (EB), fibra em detergente

neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), de acordo com SILVA & QUEIROZ (2002).

Os valores de pH da silagem e das rações foram obtidos, seguindo os procedimentos

utilizados por PHILLIP & FELLNER (1992). Os coeficientes de digestibilidade aparente da

MS, da PB, da EB, da FDN e da FDA da casca de soja, foram calculados utilizando-se a

metodologia de MATTERSON et al. (1965).

Para a obtenção dos valores de nutrientes digestíveis foram aplicados os respectivos

valores de coeficiente de digestibilidade sobre a composição química do alimento avaliado.

Os coeficientes de digestibilidade aparentes, e nutrientes digestíveis, com base na matéria seca

total, obtidos para a casca de soja nas formas de apresentação estudadas foram comparadas

pelo Teste Tukey (P<0,05).

No experimento de desempenho, foram utilizados 234 coelhos, 117 machos e 117

fêmeas, da raça Nova Zelândia Branco, no período de 32 a 70 dias de idade (desmama ao

abate), alojados em gaiolas de arame galvanizado, providas de bebedouro automático e

comedouro semiautomático de chapa galvanizada, localizados em galpão de alvenaria com

cobertura de telha francesa, pé-direito de 3,0 metros, piso de alvenaria, paredes laterais de

alvenaria, com 50 cm de altura, e o restante em tela, para impedir a entrada de pássaros e

cortina de plástico, para controle dos ventos.

Os animais foram distribuídos em um delineamento em blocos ao acaso, em esquema

fatorial 3x4 (dietas com casca de soja moída, casca de soja ensilada com a adição ou não de

inoculante, versus quatro níveis de inclusão das diferentes formas de apresentação da casca de

soja em substituição aos fenos de alfafa e de coast cross), mais uma ração referência

totalizando 13 tratamentos e nove repetições, com dois animais por unidade experimental (um

macho e uma fêmea).

A ração referência foi formulada à base de milho, farelo de soja, farelo de trigo, feno

de alfafa, feno de coast cross e suplementada com minerais e vitaminas, as demais dietas

foram obtidas com a inclusão de casca de soja moída ou ensilada com e sem inoculante,

substituindo em níveis crescentes (25%, 50%, 75% e 100%) os fenos de alfafa e coast cross

(Talela 3, 4 e 5). As rações foram peletizadas a seco e o seu fornecimento e o de água foram à

vontade.

19

Os animais foram pesados no início do experimento aos 32 dias de idade, aos 50 dias e

no final do experimento aos 70 dias de idade.

Para verificar a viabilidade econômica da inclusão da casca de soja em suas diferentes

formas estudadas nas rações, foi determinado o custo médio da ração por quilo de peso vivo

ganho na fase dos 32 aos 50 dias e dos 32 aos 70 dias de idade (Yi) conforme BELLAVER et

al. (1985).

Yi = Qi * Pi

Gi

em que: Qi = quantidade média de ração consumida no iésimo tratamento; Pi = peso médio/kg da ração utilizada no iésimo tratamento; Gi = ganho médio de peso no iésimo tratamento.

20

Tabela 3 - Composição percentual e química das rações com casca de soja moída (CSM) para coelhos da desmama ao abate e custo final de cada ração

Ingredientes (%) Dieta referência

Níveis de substituição dos fenos de alfafa e coast cross pela casca de soja moída (%)

25 50 75 100 CSM 0,00 7,95 15,90 23,85 31,80 Milho 25 25,71 26,43 27,14 27,85 F. Trigo 22,85 23,29 23,74 24,18 24,62 Feno Alfafa 19,00 14,25 9,50 4,75 - Feno Coast-cross 20,00 15,00 10,00 5,00 - F. Soja 11,30 11,85 12,4 12,95 13,50 Sal comum 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 Fosfato bicálcico 0,20 0,15 0,10 0,05 - Calcário 0,50 0,675 0,085 1,025 1,2 Vit.+Mineral 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 DL - Metionina 0,12 0,102 0,085 0,067 0,05 L - Lisina 0,07 0,057 0,045 0,032 0,02 Coxistat 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Total 100 100 100 100 100

Composição Matéria seca* 90,04 90,06 89,40 87,82 88,06 Proteína bruta* 16,03 16,13 15,90 15,85 15,90 FDN* 33,30 32,47 32,64 32,40 32,34 FDA* 19,57 19,62 20,70 20,67 21,41 Cálcio* 0,50 0,50 0,48 0,50 0,51 Fósforo total* 0,30 0,30 0,29 0,30 0,30 Lisina1 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 Met + cis1 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 ED (kcal/ kg)2 2555 2550 2550 2550 2550 Custo (R$)/kg ração 0,62 0,58 0,54 0,53 0,46 1Valores calculados de acordo com De Blas & Wiseman (1998). 2Valores calculados com base em valores tabelados (Rostagno, 2005). * Análises realizadas no LANA da Universidade Estadual de Maringá

21

Tabela 4 - Composição percentual e química das rações com casca de soja moída ensilada sem inoculante (CSESI) para coelhos da desmama ao abate e custo final de cada ração

Ingredientes (%) Dieta referência

Níveis de substituição dos fenos de alfafa e coast cross pela casca de soja moída (%)

25 50 75 100 CSESI 0,00 8,13 16,26 24,39 32,52 Milho 25 25,61 26,21 26,82 27,43 F. Trigo 22,85 23,39 23,92 24,46 25,00 Feno Alfafa 19,00 14,25 9,50 4,75 - Feno Coast-cross 20,00 15,00 10,00 5,00 - F. Soja 11,30 11,67 12,05 12,42 12,80 Sal comum 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 Fosfato bicálcico 0,20 0,15 0,10 0,05 - Calcário 0,50 0,67 0,85 1,02 1,2 Vit.+Mineral 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 DL - Metionina 0,12 0,10 0,08 0,067 0,05 L - Lisina 0,07 0,063 0,05 0,048 0,04 Coxistat 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Total 100 100 100 100 100

Composição Matéria seca* 90,04 89,90 87,75 88,20 87,84 Proteína bruta* 16,03 16,00 16,20 15,86 15,81 FDN* 33,30 32,26 32,22 32,14 31,64 FDA* 19,57 19,99 20,38 21,14 18,61 Cálcio* 0,50 0,52 0,50 0,52 0,51 Fósforo total* 0,30 0,30 0,29 0,30 0,30 Lisina1 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 Met + cis1 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 ED (kcal/ kg)2 2555 2555 2555 2555 2555 Custo (R$)/kg ração 0,62 0,57 0,53 0,49 0,45 1Valores calculados de acordo com De Blas & Wiseman (1998). 2Valores calculados com base em valores tabelados (Rostagno, 2005). * Análises realizadas no LANA da Universidade Estadual de Maringá

22

Tabela 5 - Composição percentual e química das rações com casca de soja moída ensilada com inoculante (CSECI) para coelhos de desmama ao abate e custo final de cada ração

Ingredientes (%) Dieta referência

Níveis de substituição dos fenos de alfafa e coast cross pela casca de soja moída (%)

25 50 75 100 CSECI 0,00 8,00 16,00 24,00 32,00 Milho 25 25,75 26,51 27,27 28,03 F. Trigo 22,85 23,51 24,17 24,84 25,50 Feno Alfafa 19,00 14,25 9,50 4,75 - Feno Coast-cross 20,00 15,00 10,00 5,00 - F. Soja 11,30 11,52 11,75 11,97 12,20 Sal comum 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 Fosfato bicálcico 0,20 0,15 0,10 0,05 - Calcário 0,50 0,67 0,85 1,02 1,20 Vit.+Mineral 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 DL - Metionina 0,12 0,10 0,09 0,075 0,06 L - Lisina 0,07 0,065 0,06 0,05 0,05 Coxistat 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Total 100 100 100 100 100

Composição Matéria seca* 90,04 89,65 88,41 94,37 86,33 Proteína bruta* 16,03 16,14 15,13 15,79 15,86 FDN* 33,30 33,24 33,17 32,89 31,28 FDA* 19,57 19,91 20,10 21,36 20,46 Cálcio* 0,50 0,50 0,50 0,51 0,50 Fósforo total* 0,30 0,29 0,30 0,30 0,30 Lisina1 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80 Met + cis1 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 ED (kcal/ kg)2 2555 2555 2555 2555 2555 Custo (R$)/kg ração 0,62 0,57 0,53 0,49 0,45 1Valores calculados de acordo com De Blas & Wiseman (1998). 2Valores calculados com base em valores tabelados (Rostagno, 2005). * Análises realizadas no LANA da Universidade Estadual de Maringá

Os preços dos ingredientes utilizados na obtenção dos custos das rações foram obtidos

na Fazenda Experimental de Iguatemi no mês de fevereiro de 2009, sendo: R$ 0,31/kg milho;

R$ 0,35/kg casca de soja; R$ 0,79/kg farelo de soja; R$ 0,35/kg farelo de trigo; R$ 0,37/kg

feno de coast cross; R$ 1,00/kg feno de alfafa; R$ 0,30/kg sal comum; R$ 0,18/kg calcário; R$

10,90/kg L-lisina; R$ 2,34/kg fosfato bicálcico; R$ 34,82/kg metionina; R$ 8,85/kg premix e

R$ 10,12/kg Coxistat.

O abate foi realizado sem período de jejum, por corte da jugular após atordoamento.

Em seguida, foi retirada a pele e realizada a evisceração. Para o peso de carcaça e sua relação

23

com peso vivo e para o peso dos cortes comerciais e sua relação com o peso da carcaça foi

considerada a carcaça quente com cabeça e sem vísceras comestíveis.

As características de carcaça analisadas foram peso e rendimento de carcaça (PC e RC)

e peso e rendimento dos cortes comerciais, representados, respectivamente, por membros

anteriores (ANT e RANT), membros posteriores (POS e RPOS), lombo (LOM e RLOM),

região tóraco-cervical (RTC e RRTC) e cabeça (CAB e RCAB).

A análise estatística das variáveis estudadas foi realizada utilizando-se o programa

SAEG - Sistemas para Análises Estatísticas e Genéticas - UFV (1997) e o modelo estatístico

abaixo descrito.

Yijkl = µ + Bi + Pj + b1(Nk –Nkmédio) + b2 (Nk –Nkmédio)2 + eijkl

Em que:, Yijk = observação referente ao animal l, pertencente a classe de peso inicial i, ingerindo ração com casca de soja com processamento j, com nível k de substituição dos fenos da dieta referencia; µ = Constante geral; Bi= Efeito do bloco “i”, sendo i1= animais pesados e i2= animais leves; Pj=Efeito do processamento “j”da casca de soja, sendo j1= casca de soja moída; j2= casca de soja moída e ensilada sem inoculante e j3= casca de soja moída e ensilada com inoculante; b1= Coeficiente de regressão linear dos níveis k de substituição dos fenos da dieta referência

pela casca de soja, com processamento “j”, para todo k diferente de zero (média - peso vivo 32);

Nk= Níveis k de substituição dos fenos da dieta referência pela casca de soja “j”, para todo k diferente de zero;

Nk médio= nível médio de substituição dos fenos da dieta referência pela casca de soja “j”, b2= Coeficiente de regressão quadrático dos níveis k de substituição dos fenos da dieta

referência pela casca de soja, com processamento “j”, para todo k diferente de zero; eijkl = erro aleatório associado a cada observação Yijjkl.

As médias das características estudadas, obtidas com o uso da ração testemunha foram

comparadas àquelas obtidas com cada uma das rações contendo diferentes níveis de

substituição dos fenos da dieta referencia pela casca de soja, utilizando-se o Teste de Dunnett

(P<0, 05).

24

Resultados e Discussão

Em relação as silagens, um critério simples para avaliar a qualidade é a associação dos

valores de pH ao teor de MS. No entanto, em silagens com alto teor de MS, o valor de pH é

menos importante, podendo-se obter silagem de boa qualidade com valores de pH mais

elevados (EVANGELISTA & LIMA, 2001).

No presente estudo, o teor de MS das silagens contendo ou não inoculante, foi de

61,29% e 65%, e pH em torno de 5,9 e 5,3 respectivamente apresentando-se acima do valor

recomendado, citado por MCDONALD et al. (1991), para caracterização de silagens de boa

qualidade.

Estas elevações de pH foram similares às encontradas por OLIVEIRA (2009),

trabalhando com silagem de subprodutos de mandioca na alimentação de coelhos, em que foi

verificado valor de pH de 6,02, embora o teor de matéria seca apresentou-se superior (85%) ao

presente estudo.

Segundo Cherney & Cherney (2003), o pH ainda permanece como um bom indicador

da qualidade de fermentação em silagens com baixo teor de MS e não sendo adequado para

silagens com alto teor de MS. Vale salientar que o teor de MS não determina, por si, a

qualidade da silagem. Outras variáveis, como o teor de carboidratos solúveis da planta, podem

favorecer a fermentação, resultando em silagem de boa qualidade (CÂNDIDO et al., 2002).

Os valores referentes aos coeficientes de digestibilidade da CSM, CSESI e CSECI e

seus respectivos valores de nutrientes digestíveis são apresentados na Tabela 6.

Não foram observadas diferenças (P>0,05) nos coeficientes de digestibilidade da MS,

PB, FDN, FDA e da energia entre as formas de apresentação avaliadas da casca de soja. Estes

resultados indicam que a ensilagem da casca de soja moída com ou sem adição de inoculante

não teve influência sobre a disponibilidade dos nutrientes avaliados e sobre a energia. Da

mesma forma não foram observadas diferenças (P>0,05) nos respectivos nutrientes digestíveis.

25

TABELA 6 - Coeficientes de digestibilidade e valores digestíveis com base na matéria seca total para matéria seca, proteína, fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN) e energia da casca de soja moída (CSM), casca de soja moída ensilada sem inoculante (CSESI) e com inoculante (CSECI)

Nutrientes CDa (%) Nutrientes digestíveis CSM CSESI CSECI CSM CSESI CSECI

CV%

MS 41,74 44,65 40,72 41,74 44,65 40,72 6,8 Proteína 55,00 57,50 57,13 6,74 7,33 7,50 19,8 FDA 46,05 48,01 48,90 23,18 23,61 23,98 17,4 FDN 53,30 50,53 54,00 36,03 31,70 34,80 12,6 Energia 40,04 41,95 42,92 1.839 1808 1847 9,8 Médias seguidas de letras diferentes na linha, diferem pelo teste de Tukey (P <0,05)

JOBIM & BRANCO (2002), avaliando a qualidade de volumosos ensilados,

observaram que a qualidade final da silagem de casca de soja melhorou com a adição de

inoculante.

QUADROS (2007), utilizando casca de soja moída, como alimento fibroso, para

suínos, observaram coeficiente de digestibilidade da MS (72,15%) e EB (72,17%) superiores

aos encontrados neste trabalho.

Os mesmos autores, também observaram que a ensilagem da casca de soja moída

melhorou a digestibilidade da PB (68,53 vs 59,44%), o que não foi observado no presente

estudo.

ARRUDA et al. (2002), testando diferentes fontes de fibra e amido para coelhos em

crescimento encontraram, para dietas contendo casca de soja, valor superior ao do presente

experimento para CDPB (69,10%), com a casca de soja moída.

O efeito da fonte de fibra sobre a digestibilidade da matéria seca e da matéria orgânica

correlaciona-se diretamente com as características da parede celular do alimento fibroso

(MERINO & CARABAÑO, 1992; CHEEKE, 1995; DE BLAS & WISEMAN, 1998).

Resultados de pesquisas relatam que o feno de alfafa, apesar de ser a fonte de fibra

referência na alimentação de coelhos, possui qualidades nutricionais que extrapolam a

contribuição da parede celular. Entretanto, sugere-se que a casca de soja, por ser um alimento

menos lignificado, proporcione maior tempo de retenção, assim como melhor degradação da

fração fibrosa pela atividade microbiana cecal, contribuindo para melhor digestibilidade destas

rações (GIDENNE, 1992; GIDENNE & JEHL, 1996; GARCIA et al., 1997).

QUADROS et al. (2004) observaram elevados valores de digestibilidade da fração

fibrosa de dietas contendo casca de soja para equinos Utilizando três dietas teste, nas quais a

26

casca de soja substituiu em 33,3; 66,6 e 100% o feno de Tifton 85 a fibra em detergente ácido

e a fibra em detergente neutro determinados, para os tratamentos utilizados, variaram de 66,12

a 72,27 e de 62,59 a 74,05%, respectivamente, o que permite inferir sobre a possível melhora

do aproveitamento energético a partir da atividade fermentativa simbiótica, produção e

utilização de ácidos graxos voláteis de cadeia curta e aumento na biomassa microbiana na

região do ceco cólon em equinos

Segundo COSTA et al. (2001), a ensilagem pode favorecer a disponibilização de

nutrientes, por meio da quebra parcial da parede celular dos alimentos ensilados, o que, no

entanto não ocorreu no presente experimento. Assim, é esperada uma maior digestibilidade de

alimentos fibrosos após sua ensilagem.

QUADROS et al. (2007), relatam que é necessário fazer distinção entre as fibras, em

função de sua composição química, um exemplo é a casca de soja e o farelo de trigo, são

alimentos fibrosos, porém a casca de soja possui grande quantidade de pectina que é altamente

digestível.

Alguns trabalhos relatam que a grande variação na digestibilidade dos nutrientes da

CSM, entre os diferentes ensaios, está relacionada com a sua composição físico-química

(particularmente conteúdo de fibra) e outros contaminantes (pedaços de caule, vagens,

sementes de invasoras) (NOBLET & LE GOFF, 2001; KUTSCHENKO, 2004, QUADROS,

2007).

Os valores médios de desempenho e rendimento de carcaça dos coelhos na fase de

crescimento, alimentados com rações contendo diferentes níveis de casca de soja moída,

ensilada sem inoculante e ensilada com inoculante, são apresentados nas Tabelas 7 e 8.

27

TABELA 7 Peso vivo aos 50 (PV50) e 70 dias (PV70), ganho de peso vivo diário (GPD), consumo de ração diário (CRD) e conversão

alimentar (CA) para coelhos dos 32 aos 50 dias e dos 32 aos 70 dias de idade, e custos de ração/kg (R$), de acordo com a ração referência e com diferentes níveis de casca de soja moída (CSM), casca de soja ensilada sem inoculante (CSESI) e casca de soja ensilada com inoculante (CSECI).

CSM CSESI CSECI CARACTERÍSTI- CAS

RR 25 50 75 100

MEDIA 25 50 75 100

MEDIA 25 50 75 100

MEDIA CV(%)

PV501 1.459 1.391 1.478 1.498 1.519 1.472 1.479 1.433 1.488 1.512 1.477 1.424 1.435 1.441 1.492 1.448 7,0

PV702 2.296 2.187 2.201 2.292 2.391 2.266 2.329 2.239 2.235 2.329 2.282 2.206 2.202 2.206 2.284 2.225 7,0

GPD3250 (g/dia)3 36,5 32,8 37,61 38,7 39,92 37,16 37,5 34,91 37,97 39,35 37,43 34,49 35,11 35,48 38,27 35,8 15,17

GPD3270 (g/dia)4 39,3 36,5 36,86 39,3 41,86 38,5 40,1 37,8 37,6 40,1 38,92 36,94 36,82 36,92 38,97 37,41 10,86

CRD3250 (g/dia) 100,8 97,0 111,17 107,3 105,7 105,4 101,7 103,1 109,8 108,5 105,7 105,7 103,3 104,5 104,7 104,6 16,67

CRD3270 (g/dia)5 130,0 117,6 121,47 123,41 125,99 122,03 125,5 127,6 123,05 129,7 126,4 125,2 123,6 129 118 123,8 10,70

CA3250 3,03 3,00 3,03 2,78 2,64 2,87 2,9 3,0 2,93 2,96 2,95 3,1 3,0 3,0 2,8 3,0 15,08

CA32706 3,32 3,22 3,37 3,4 3,01 3,26 3,26 3,39 3,27 3,24 3,29 3,4 3,4 3,5 3,0 3,3 9,49

Custo (R$/Kg) 32508 1,88 1,71 1,64 1,44 1,19 1,49 1,65 1,56 1,38 1,27 1,46 1,85 1,54 1,44 1,20 1,52 21,88

Custo (R$/Kg)

32707,9 2,06 1,84 1,82 1,76 1,36 1,70 1,86 1,76 1,54 1,40 1,64 2,02 1,75 1,62 1,30 1,68 17,71

28

1Y =1471,510+1,634020(x-62,5); R2 =0,86; Dieta com casca de soja moída 2Y=2268,098+2,794805(x-62,5); R2=0,92 ; Dieta com casca de soja moída 3Y= 37,25852+0,09077886(x-62,5); R2=0,86; Dieta com casca de soja moída 4Y=38,6116 + 0,073547 (x - 62,5); R2=0,92; Dieta com casca de soja moída 5Y=122,1257+0,1084470(x-62,5); R2=0,98 ; Dieta com casca de soja moída 6 Y= 3,4196 – 0,0023769 (x – 62,5) – 0,00021449 (x-62,5)2 ; R2=0,96 ; Dieta com casca de soja moída 7Y= 1,9196 – 0,00686 (x-62,5); R2=1,00; Dieta com casca de soja moída 8Y= 2,1194 – 0,007176 (x-62,5); R2= 0,96; Dieta com casca de soja moída 10Y= 1,509004-0,08333560(x-62,5) ; R2= 0,97 Dieta com casca de soja ensilada com inoculante 9Y=1,639797-0,06497845(x-62,5) ;R=0,98; Dieta com casca de soja ensilada sem inoculante 11Y=1,673890-0,09169628(62,5) ;R=0,98; Dieta com casca de soja ensilada com inoculante *=Difere da RR pelo teste de Dunnet (P<0,05)

29

Comparando-se os resultados de desempenho obtidos com os animais alimentados

com a ração referência, pelo Teste de Dunnett, com cada uma das demais rações em que os

fenos de alfafa e de coast cross foram substituídos em níveis crescentes pela casca de soja

moída e casca de soja moída ensilada com ou sem inoculante, não foram observadas

diferenças (P>0,05) para qualquer das características de desempenho avaliadas (Tabela 7).

Excluindo-se os resultados da ração testemunha, foram observados aumentos lineares

(P>0,05) no peso vivo, ganho de peso e consumo de ração no período dos 32 aos 70 dias de

idade à medida que os fenos de alfafa e de coast cross foram substituídos pela casca de soja

moída. O mesmo foi verificado para a característica CA dos 32 aos 70 dias de idade.

Comparativamente aos resultados observados neste estudo, ARRUDA et al. (2003)

observaram no consumo de ração médio diário influência significativa para fonte de fibra

(P<0,05), maior consumo médio diário para o grupo de coelhos alimentado com as rações à

base de feno de alfafa (FA - 91,27 g/d) em relação ao grupo das rações à base de casca de

soja (CS - 84,66 g/d).

Efeitos quadráticos foram encontrados para as características como peso de cabeça e

rendimento de carcaça com pontos de máxima de 67,20 e 51,56% respectivamente, de

substituição dos fenos para coelhos alimentados com ração contendo casca de soja moída.

RETORE (2009), substituindo o feno de alfafa por casca de soja ao nível de 11% da

dieta de coelhos, não encontrou diferença para o desempenho aos 89 dias e o peso e

rendimento de carcaça dos animais, mostrando que este ingrediente pode substituir o feno

de alfafa na dieta de coelhos.

GENTILINI et al.(2004), concluíram que é possível usar casca de soja até 35%,

correspondendo a 13% de fibra bruta, na dieta de gestação de leitoas, sem afetar o seu

desempenho durante um ciclo produtivo.

30

TABELA 8. Médias estimadas para peso de carcaça (PC), , membros posteriores (PST), lombo (LOM), membros anteriores (ANT)região tóraco-cervical (RTC), cabeça (CAB) e rendimento de carcaça (RC),rendimento de membros posteriores (RPOST, rendimento de lombo (RLOM), rendimento de membros anteriores(RANT), rendimento da região tóraco-cervical (RRTC) e rendimento cabeça (RCAB) para coelhos abatidos aos 70 dias de idade e alimentados com dietas com diferentes níveis de inclusão de casca de soja moída (CSM), casca de soja ensilada sem inoculante (CSESI) e casca de soja ensilada com inoculante (CSECI).

CSM CSESI CSECI CARACTERÍSTI-

CAS RR

25 50 75 100 MEDIA

25 50 75 100 MEDIA

25 50 75 100 MEDIA CV(%)

PC 1.230 1.160 1.194 1.203 1.237 1.198 1.235 1.184 1.189 1.232 1.209,80 1.181 1.199 1.188 1.187 1.190 10 PST 402,8 378,7 390,1 395,7 406,5 392,6 403,5 387,7 382,1 392,5 391,7 386,2 387,8 385,6 386,6 386,9 9,55 LOM 303,4 284,7 298,2 298,5 308,1 297,4 309,4 293,9 297,5 310,1 302,8 290,5 303,1 294,8 294,8 296,1 12,11 ANT 141,7 133,9 139,5 139,2 141,9 138,6 141,2 136,6 137,2 143,1 139,5 138,3 138,2 138,6 138,1 138,4 9,63 RTC 274,2 258,5 259,1 266,7 275,7 264,9 274,7 257,2 266 282,6 269,8 259,3 261,2 261,7 264,3 261,5 11,57 CAB1 109,4 102,2 108,1 112 104,9 106,6 105,7 105,8 105,2 106,3 105,7 109,5 105 103 104,5 105,6 8,79 RC2 53,9 52,9 53,6 52,9 51,7 52,8 53,4 52,8 53,6 53,2 53,2 53,9 54,5 54,1 53,4 53,2 3,57

RPOST3 32,8 32,7 32,7 33 32,9 32,8 32,7 32,8 32,1 31,9 32,4 32,7 32,3 32,5 32,6 32,5 2,91 RLOM 24,6 24,5 24,9 24,8 24,8 24,7 25 24,8 25 25,2 25 24,6 25,2 24,8 24,7 24,8 4,8 RDANT 11,5 11,5 11,7 11,6 11,5 11,6 11,4 11,5 11,4 11,6 11,5 11,7 11,5 11,6 11,7 11,6 4,77 RRTC4 22,2 22,3 21,7 22,2 22,3 22,1 22,2 21,7 22,3 22,9 22,3 22 21,8 22 22 22 5,27 RCAB 8,9 8,7 9,1 9,4 8,5 9 8,6 9 8,9 8,6 8,8 9,4 8,8 8,7 8,9 8,9 9,13

1Y= 110,7540+0,04752842(x-62,5)-0,005052220(x-62,5)2 ;R2=0,92 ; Dieta com casca de soja moída 2Y= 53,4033 – 0,017467 (x-62,5) – 0,00079884 (x-62,5)2 ; R2=0,97 ; Dieta com casca de soja moída 3Y=32,36976+0,01165473 (x-62,5); R2=0,82; Dieta com casca de soja ensilada sem inoculante 4Y=22,29714+ 0,01089860(x-62,5); R2=0,52; Dieta com casca de soja ensilada sem inoculante *= Difere da RR pelo teste de Dunnet (P<0,05)

31

Foram observados efeitos lineares (P<0,05) para rendimento de membros

posteriores e região tóraco-cervical para os coelhos alimentados com dietas contendo casca

de soja ensilada sem inoculante.

FURLAN et al. (2006), avaliaram o desempenho da silagem de grãos úmidos de

sorgo de baixo ou de alto conteúdo de tanino para coelhos em crescimento, não foram

observadas diferenças (P>0,05) entre os tratamentos para as características de desempenho,

peso da carcaça (1.194g; 1.203g) e rendimento de carcaça (49,06% e 49,53%).

Corroborando com o presente experimento OLIVEIRA & LUI (2006), trabalharam

com desempenho e características de carcaça e viabilidade econômica de coelhos sexados

abatidos em diferentes idades, apresentaram resultados similares aos do presente

experimento, em que obtiveram rendimentos de carcaça (53,52%) para animais abatidos

aos 75 dias de idade.

Comparativamente MARIA (2008), trabalhando com polpa cítrica desidratada em

substituição ao milho em até 20%, obteve resultados semelhantes a este estudo para

rendimentos de carcaça (52,76%), membros anteriores (10,89), membros posteriores

(32,71), região tóraco-cervical (22,08) e cabeça (9,36).

A análise econômica (Tabela 7) dos níveis de substituição dos fenos de alfafa e

coast cross pela casca de soja moída, casca de soja moída ensilada com e sem inoculante no

período de 32 a 70 dias de idade, indicou redução linear para o custo de ração por

quilograma de peso vivo ganho, o mesmo ocorreu com os coelhos alimentados com dietas

contendo casca de soja moída e casca de soja moída ensilada com inoculante no período

dos 32 aos 50 dias de idade.

Observou-se nos resultados da análise econômica, redução linear do custo da ração,

conforme aumentou o nível de casca de soja moída ensilada sem inoculante e casca de soja

moída ensilada com inoculante na ração, em substituição aos fenos de alfafa e de coast

cross.

32

Conclusão

A casca de soja moída e a casca de soja ensilada sem e com inoculante podem ser

incluídas na dieta de coelhos, substituindo totalmente o feno de alfafa e coast cross, sem

causar prejuízos no desempenho e rendimento de carcaça dos animais.

A ensilagem assim como a aplicação do inoculante enzimo-bacteriano não

melhorou a digestibilidade e consequentemente os nutrientes digestíveis da matéria seca,

proteína bruta, fibra em detergente ácido, fibra em detergente neutro e energia da casca de

soja moída.

A análise econômica dos níveis de substituição da casca de soja moída em suas

diferentes formas, em substituição aos fenos de alfafa e coast cross, indicou redução linear

para o custo de ração por quilograma de peso vivo, conforme aumentou o nível de casca de

soja na ração, tornando - se viável economicamente.

33

Literatura Citada

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