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CASO CLÍNICO: Pneumonias na infância. Unidade de Pediatria HRAS Mariana Aires Vieira. Coordenação: Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde www.paulomargotto.com.br. Brasília, setembro de 2007. História Clínica. Identificação KRDS - PowerPoint PPT Presentation
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CASO CLÍNICO: Pneumonias na infância
Unidade de PediatriaHRAS
Mariana Aires Vieira
Brasília, setembro de 2007
Coordenação: Luciana SugaiEscola Superior de Ciências da Saúde
www.paulomargotto.com.br
História Clínica Identificação
KRDS masculino branco 7 anos DN: 04/04/2000 natural de Brasília-DF (HRAS) residente e procedente do Lago Sul-DF Internação: 04/09/07 16:12hs
História Clínica Queixa Principal
“Febre há 8 dias.”
História Clínica História da doença atual
Mãe relata que há 8 dias criança iniciou quadro de lesões variceliformes e pruriginosas pelo corpo associado a febre diária e intermitente. Fez banhos com permanganato de potássio e usou dipirona para controle da febre.
Há 1 dia criança está com respiração mais ofegante, porém sem queixas de dor torácica ou tosse.
Procurou este serviço por persistência da febre. Apetite diminuído desde o quadro inicial. Eliminações preservadas e de aspecto normal.
História Clínica História gestacional
GIII PII AI Pré-termo (7 meses) Parto normal, chorou ao nascer Peso ao nascer de 1230g Permaneceu no berçário com suporte respiratório
por 24 horas Na gravidez diagnóstico de toxoplasmose
História Clínica Antecedentes pessoais fisiológicos
Aleitamento materno exclusivo até 7 meses Desmame até 8 meses Introduzido leite de vaca na dieta aos 8 meses Alimentação atual: cardápio familiar
História Clínica Antecedentes pessoais patológicos
Pré-termo de 7 meses com diagnóstico de toxoplasmose congênito.
Ao nascer permaneceu internado por 20 dias para ganho de peso e tratamento.
Faz acompanhamento ambulatorial com Dra. Liú, seguimento da toxoplasmose.
Apresenta cicatriz em retina esquerda (seqüela). Nega cirurgias ou transfusões sanguíneas. Calendário vacinal completo.
História Clínica Antecedentes familiares
Mãe, 28 anos, saudável Pai, 30anos, saudável Irmã, 8 anos, saudável. Está com varicela, mas,
não apresenta febre
História Clínica Hábitos de Vida e Condições Sócio-
econômicas Mora em casa de 3 cômodos, fossa séptica e rede
elétrica. Animal doméstico: 1 cachorro.
Exame Físico Ectoscopia
Regular estado geral, hipoativo, acianótico, hipocorado+/4+, desidratado leve (saliva escassa), afebril ao toque, dispnéia moderada.
Pele Lesões crostosas disseminadas.
Oroscopia Saliva espessa.
Exame Físico Otoscopia
Sem alteração. SNC
Sem alteração. Aparelho Respiratório
MV rude, diminuído em lobo superior direito, sem ruídos adventícios. FR=36irpm.
Exame Físico Aparelho Cardiovascular
RCR, em 2 tempos, BNF, sem sopro. FC=120bpm. Abdome
Flácido, sem viceromegalias. Extremidades
Perfundidas, sem edema.
Evolução 05/09/07 7:45h
Tosse seca ocasional sem horário preferencial. Dois picos febris ontem: 17:00h T=40,2ºC
21:30h T=37,9ºC Prurido corporal discreto.
Ao exame REG, pouco comunicativo, hipoativo, hipocorado+/4+,
desidratado+/4+, afebril. Pele: lesões crostosas disseminadas em cicatrização AR: MV rude e discretamente diminuido em LSD, sem
RA, eupneico. FR=24irpm.
Evolução 05/09/07 14:10h
Melhora do estado geral Tosse seca esporádica Último episódio de febre, ontem à noite Apetite e eliminações preservados
Ao exame BEG, ativo, hipocorado +/4+, hidratado, afebril Pele: lesões crostosas disseminadas em cicatrização AR: MV rude e pouco diminuido em LSD, sem RA,
dispneico leve.
Evolução 06/09/07 9:40h
Criança está bem Febrícula de 37,7ºC ontem Apetite e eliminações preservados
Ao exame BEG, ativo, normocorado, hidratado, afebril Pele: lesões crostosas disseminadas em cicatrização AR: MVF e pouco diminuido em LSD, sem RA,
eupneico.
Exames Complementares Radiografia de tórax (04/09/07)
Opacidade no LSD Seios costo-frênicos livres Coração anatômico
Exames Complementares
04/09
Leucócitos 24100
Segmentados 89
Bastões 2
Linfócitos 5
Monócitos 4
Eosinófilos 0
04/09
Hemácias 4,35
Hemoglobinas 11,5
Hematócrito 35,3
Plaquetas 371000
VHS 53
Exames Complementares
04/09/07
TGO 32
TGP 16
EAS 04/09/07Densidade 1010pH 5,5Proteínas +Acetona +++CED 2p/cLeucócitos rarosFlora bacteriana escassaMuco +++Cristais de uratos amorfos
+++
Pneumonias na Infância Introdução
Inflamação do parênquima do pulmão, geralmente causada por microorganismos.
Entretanto há causas não infecciosas: Aspiração de alimentos e/ou ácido gástrico, Corpos estranhos, Pneumonite induzida por drogas ou radiação
Pneumonias na Infância Padrão Radiológico
Auxilia no diagnóstico, dando suporte à impressão clínica e definindo a extensão do processo inflamatório.
Útil no diagnóstico diferencial entre as várias etiologias.
Pneumonias na Infância Padrões radiológicos:
Broncopneumonias Pneumonias lobares ou segmentares Pneumonias intersticiais
Pneumonias na Infância Broncopneumonias
Freqüentes em pneumonias por S. aureus e outras bactérias.
Mais comum em pacientes com defesas imunitárias baixas.
As lesões não respeitam a segmentação pulmonar, únicas ou múltiplas, dispersas ou confluentes, de limites irregulares, uni ou bilaterais.
Pneumonias na Infância Pneumonias Lobares ou Segmentares
Comprometem homogeneamente um lobo, lobos ou segmentos pulmonares.
Causadas por pneumococos ou outras bactérias. Podem ser visualizados broncogramas aéreos. Mais freqüente em lactentes acima de 6 meses e
crianças maiores
Pneumonias na Infância
Pneumonias Intersticiais Causadas por vírus ou Mycoplasma. Apresenta aumento da trama broncovascular,
espessamento peribrônquico e hiperinsuflação. Pode ocorrer consolidação e atelectasia.
Pneumonias na Infância Patógenos específicos
A etiologia varia com a idade e a condição de saúde da criança.
As bactérias tendem a ser responsáveis por infecções mais intensas.
Pneumonias na Infância De 2 a 12 semanas, a pneumonia afebril deve-se a
Chlamydia trachomatis, Citomegalovírus, Ureaplasma urealyticum e Pneumocystis carinii.
Apresenta-se com tosse seca e taquipnéia persistente.
Nos casos de infecção por clamídia é comum pleocitose eosinofílica.
Pneumonias na Infância Em menores de 6 meses, o Streptococcus
pneumoniae é o principal agente. Em seguida aparecem o Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae e a Moraxella catarrhalis.
Enterobactérias, estreptococos do grupo A e B são menos comuns
Pneumonias na Infância
Dos 6 aos 24 meses, o pneumococo, o Haemophilus influenzae e os vírus respiratórios são os principais agentes.
Staphylococcus aureus,enterobactérias e Mycoplasma pneumoniae são menos freqüentes
Pneumonias na Infância
Maiores de 2 anos, o pneumococo é o principal agente, seguido por Haemophilus influenzae e Mycoplasma pneumoniae.
Atualmente Chlamydia pneumoniae é descrito como causadora de pneumonia em crianças maiores e adolescentes, em associação com S. pneumoniae.
Em pacientes com doença de base os germes predominantes são Staphylococcus aureus e gram-negativos.
Pneumonias na Infância
Pneumonia Viral O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é mais
comum, porém o influenza, o parainfluenza e o adenovírus podem causar pneumonia.
Mais comum no inverno A taxa de ataque é maior entre 2 e 3 anos. Precedida por tosse, rinite e febre baixa. Pode haver cianose e fadiga respiratória. Recuperação sem intercorrência e sem seqüela.
Pneumonias na Infância
Pneumonia Viral O RX de tórax mostra infiltrados difusos. Leucometria normal ou pouco elevada com
predomínio linfocitário. Para o tratamento são necessárias medidas de
suporte. A amantadina oral e a ribavirina em aerossol são benéficas se introduzidas até 48 hs após início da infecção.
Pneumonias na Infância
Pneumonia Bacteriana Com freqüência uma dç viral precede a pneumonia
bacteriana em dias.
Pneumonias na Infância
Pneumonia Pneumocócica Streptococcus pneumoniae é a causa mais comum
de infecção pulmonar bacteriana. Coloniza a nasofaringe de 20 a 40% das crianças
saudáveis. Podendo ser aspirado. Adultos e crianças maiores: calafrio seguido de
febre alta, tosse e dor torácica
Pneumonias na Infância
Pneumonia Pneumocócica Lactentes: obstrução nasal, irritabilidade e
redução do apetite, durante vários dias, termina com febre de 39ºC ou mais, inquietude, apreensão e dispnéia. Pode haver rigidez de nuca quando há envolvimento do LSD.
Crianças e adolescentes: IRA leve, calafrio, febre de até 40,5ºC. Dispnéia, batimento de asa de nariz, macicez, MV , estertores. Pode haver derrame pleural.
Pneumonias na Infância
Pneumonia Pneumocócica Achados laboratoriais: Leucocitose 15000-40000,
com predomínio de polimorfonucleares. Alteração radiológica: pneumonia lobar, pode
haver broncopneumonia. A resolução radiográfica ocorre semanas após resolução clínica.
Pneumococo é principal causa de derrame pleural
Pneumonias na Infância
Pneumonia Pneumocócica Tratamento: se domiciliar – penicilina procaína,
ampicilina ou amoxicilina por 7 dias. se hospitalar – penicilina cristalina,
se sensibilidade intermediária dose de penicilina ou ceftriaxone, se resistente avaliar associação de vancomicina e/ou rifampicina.
Pneumonias na Infância Pneumonia Estreptocócica
Tende a complicar as infecções virais como sarampo e varicela.
As lesões consistem em necrose da mucosa traqueobronquica com formação de úlceras. Pleuris é comum, com derrame volumoso e seroso serosanguinolento ou purulento
Manifestação clínica semelhante à da pneumonia pneumocócica.
Pneumonias na Infância Pneumonia Estreptocócica
Achados laboratoriais: isolamento do microorganismo no líquido pleural, sangue ou aspirado pulmonar.
Radiografia: brocopneumonia difusa, com grande derrame pleural, pode ocorrer pneumatoceles.
Tratamento: penicilina G, por 2 a 3 semanas. Em caso de empiema toracocentese ou drenagem são necessárias
Pneumonias na Infância Pneumonia Estafilocócica
Causada por Staphylococcus aureus é uma infecção grave e rapidamente progressiva.
30% dos pctes têm menos de 3 meses e 70% menos de 1 ano.
Doenças de base devem alertar para este diagnóstico
Causam broncopneumonia confluente com extensas áreas de necrose hemorrágica e áreas irregulares de cavitação
Tem início abrupto com rápida progressão dos sintomas.
Pneumonias na Infância Pneumonia Estafilocócica
IRA pode preceder em 1 semana, evolui abruptamente com febre alta, tosse e dispnéia. A febre pode durar 2 semanas.
Achados laboratoriais: em lactente maior e criança pode haver leucocitose com predomínio de polimorfonucleares.
Pneumonias na Infância Pneumonia Estafilocócica
Radiografia: rápida progressão de broncopneumonia para derrame ou piopneumotórax com ou sem pneumatocele.
Tratamento: drenagem da coleção purulenta, oxigênio e penicilina resistente à penicilinase por via intravenosa (oxacilina)
Pneumonias na Infância Pneumonia por Haemophilus influenzae
Causa frequente de infecção bacteriana grave em lactentes que não receberam a vacina. Início insidioso e curso prolongado por semanas.
2ª causa de empiema Radiografia: geralmente tem padrão lobar, mas
não há padrão típico.
Pneumonias na Infância Pneumonia por Haemophilus influenzae
Complicações: bacteremia, pericardite, celulite, empiema, meningite e pioartrose.
Tratamento: Ceftriaxone ou ceftaxima deve ser iniciado empiricamente por 10 a 14 dias. O cloranfenicol vem deixando de ser utilizado devido a menor ação em meningites.
Pneumonias na Infância Pneumonia por Mycoplasma
Um dos principais responsáveis por quadros de infecções respiratórias em escolares e adolescentes.
Não são altamente contagiosos e propagam por gotículas da via respiratória, com incubação de 1 a 3 semanas.
Início gradual de cefaléia, mal-estar, febre, rinorréia e dor de garganta; coriza é incomum. Aparece rouquidão e tosse, com piora nas 2 primeiras semanas e remitem em 3 a 4 semanas.
Pneumonias na Infância Pneumonia por Mycoplasma
Achados laboratoriais: leucócitos normais e VHS aumentado.
Radiografia: inespecífico, podendo ser descrita como intersticial ou broncopneumonia, os lobos inferiores são mais comumente envolvidos.
Diagnóstico: título sérico de crioglobulina de 1:64 ou maior, ou anticorpos IgM anti-M. pneumoniae positivos.
Tratamento: Claritromicina ou azitromicina erradica o M. pneumoniae em 100% dos pacientes.
Pneumonias na Infância
obrigada