3
Página 1 Boletim 638/14 – Ano VI – 29/10/2014 Caso da desaposentação pode ser retomado pelo Supremo Da redação São Paulo - O Supremo Tribunal Federal (STF)pode retomar a discussão sobre a desaposentação, quando aposentado que continuou trabalhando pede a troca do benefício. Até então, só o ministro Roberto Barroso, relator do caso, proferiu voto. A expectativa é que os ministros apreciem o caso na sessão desta quarta-feira (29) já que o julgamento já foi adiado várias vezes. No Brasil existem 123 mil ações de segurados que lutam na Justiça para obter o direito a trocar a aposentadoria. Uma das hipóteses estudadas é que a troca seja permitida apenas se houver devolução integral dos valores da primeira aposentadoria. A tese é rejeitada pelo advogado previdenciário Theodoro Vicente Agostinho. Ele defende que a desaposentação é possível e não deve ser exigida a devolução de pagamentos. "Não há o que se falar em equilíbrio atuarial, uma vez que existiram as novas contribuições e a situação social. Quando se exige a contribuição e não se oferece praticamente nenhum benefício em troca há descumprimento da regra constitucional da contrapartida", acrescenta. O processo de desaposentação em análise chegou ao Supremo em 2011, quando foi reconhecida sua repercussão geral, ou seja, a decisão valerá para todos os processos em andamento na Justiça. O julgamento teve início na sessão do dia 8 de outubro, quando o ministro Luis Roberto Barrroso, relator do Recurso Extraordinário 661.256, leu uma apresentação sobre o tema. No dia 9 de outubro, o ministro proferiu seu voto aduzindo que a desaposentação é sim possível e que em tese nada precisa ser devolvido e que a questão do equilíbrio das contas do governo devem ser observadas. Para tanto, o ministro opinou pela criação de um mecanismo de criação do novo benefício com a incidência no novo fator previdenciário de dados da antiga aposentadoria levando em consideração a idade e a expectativa de vida do primeiro benefício no cálculo do novo benefício. Para o advogado e professor do Instituto Brasileiro de Estudos Previdenciários (IBEP), Sérgio Henrique Salvador, a fórmula proposta pelo ministro é inovadora, mas é inviável, pois no novo benefício terá um fator previdenciário perverso e que irá provocar reduções na nova aposentadoria. "Ou seja, é dar com uma mão e tira com a outra", afirma ele.

Caso da desaposentação pode ser retomado pelo Supremoaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/10/informe-desin-638-ano-vi-29... · Página 1 Boletim 638/14 – Ano VI – 29/10/2014

Embed Size (px)

Citation preview

Página 1

Boletim 638/14 – Ano VI – 29/10/2014

Caso da desaposentação pode ser retomado pelo Supre mo Da redação São Paulo - O Supremo Tribunal Federal (STF)pode retomar a discussão sobre a desaposentação, quando aposentado que continuou trabalhando pede a troca do benefício. Até então, só o ministro Roberto Barroso, relator do caso, proferiu voto.

A expectativa é que os ministros apreciem o caso na sessão desta quarta-feira (29) já que o julgamento já foi adiado várias vezes. No Brasil existem 123 mil ações de segurados que lutam na Justiça para obter o direito a trocar a aposentadoria.

Uma das hipóteses estudadas é que a troca seja permitida apenas se houver devolução integral dos valores da primeira aposentadoria. A tese é rejeitada pelo advogado previdenciário Theodoro Vicente Agostinho. Ele defende que a desaposentação é possível e não deve ser exigida a devolução de pagamentos. "Não há o que se falar em equilíbrio atuarial, uma vez que existiram as novas contribuições e a situação social. Quando se exige a contribuição e não se oferece praticamente nenhum benefício em troca há descumprimento da regra constitucional da contrapartida", acrescenta.

O processo de desaposentação em análise chegou ao Supremo em 2011, quando foi reconhecida sua repercussão geral, ou seja, a decisão valerá para todos os processos em andamento na Justiça.

O julgamento teve início na sessão do dia 8 de outubro, quando o ministro Luis Roberto Barrroso, relator do Recurso Extraordinário 661.256, leu uma apresentação sobre o tema. No dia 9 de outubro, o ministro proferiu seu voto aduzindo que a desaposentação é sim possível e que em tese nada precisa ser devolvido e que a questão do equilíbrio das contas do governo devem ser observadas.

Para tanto, o ministro opinou pela criação de um mecanismo de criação do novo benefício com a incidência no novo fator previdenciário de dados da antiga aposentadoria levando em consideração a idade e a expectativa de vida do primeiro benefício no cálculo do novo benefício.

Para o advogado e professor do Instituto Brasileiro de Estudos Previdenciários (IBEP), Sérgio Henrique Salvador, a fórmula proposta pelo ministro é inovadora, mas é inviável, pois no novo benefício terá um fator previdenciário perverso e que irá provocar reduções na nova aposentadoria. "Ou seja, é dar com uma mão e tira com a outra", afirma ele.

Página 2

Bancos cortam mais de 3 mil empregos Da redação São Paulo - Segundo estudo feito pela Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, entre janeiro e setembro deste ano o sistema financeiro nacional eliminou 3.325 postos de trabalho.

No total, 20 estados apresentaram saldos negativos de emprego. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 258 novas vagas.

O desemprego no setor seria ainda mais acentuado não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (1.978). "É injustificável essa eliminação de postos de trabalho num dos setores mais lucrativos da economia, em que os bancos ostentam os maiores índices de rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf- CUT.

De acordo com o levantamento, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 25.702 funcionários e desligaram 29.027.

A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.321,80 contra o salário médio de R$ 5.251,76 dos desligados.

Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 37% menor que a remuneração dos que saíram." Essa diferença prova que os bancos continuam praticando a rotatividade, um mecanismo cruel utilizado para reduzir a massa salarial da categoria e aumentar ainda mais os lucros", destaca Cordeiro. Ele afirma ainda que a rotatividade freia o crescimento de renda da categoria.

Desigualdade de gênero

A pesquisa mostra também que as mulheres, ainda que representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, continuam ganhando menos do que os homens quando são contratadas pelos bancos. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.

Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.766,64 nos primeiros nove meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.856,42, valor 24% inferior ao dos homens.

(Fonte: DCI dia 29-10-2014).

Página 3

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.