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Colégio Providência Avaliação por Área Linguagem, códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Inglês 3ª ETAPA Data: 17/11/2014 1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO GABARITO A A B C D 1 XXXX xxxxx xxxxx xxxxx 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 , 23 24 25 26 27 28 GABARITO B A B C D 1 XXXX xxxxx xxxxx xxxxx 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 , 23 24 25 26 27 28

GABARITO A GABARITO B - anglosistema.com.br · NOTA: Valor: 7,0 Média:4,9 ... O sujeito simples “brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo ... Na coluna

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Colégio Providência – Avaliação por Área

Linguagem, códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Inglês

3ª ETAPA – Data: 17/11/2014

1ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO

GABARITO A

A B C D 1 XXXX xxxxx xxxxx xxxxx

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GABARITO B

A B C D 1 XXXX xxxxx xxxxx xxxxx

2

3

4

5

6

7

8

9

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LINGUAGEM, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA, REDAÇÃO E INGLÊS. 1ª Série - Ensino Médio - 3ª ETAPA - PROVA A - 17/11/2014

1

LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÃO 1 A questão a seguir focaliza uma passagem do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego (1901-1957).

Água-Mãe

Jogava com toda a alma, não podia compreender como um jogador se encostava, não se entusiasmava com a bola nos pés. Atirava-se, não temia a violência e com a sua agilidade espantosa, fugia das entradas, dos pontapés. Quando aquele back1, num jogo de subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto se estendeu no chão, como um fardo. E foi assim crescendo a sua fama. Aos poucos se foi adaptando ao novo Joca que se formara nos campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua vida era cada vez mais agitada. Onde quer que estivesse, era reconhecido e aplaudido. Os garçons não queriam cobrar as despesas que ele fazia e até mesmo nos ônibus, quando ia descer, o motorista lhe dizia sempre:

— Joca, você aqui não paga. Quando entrava no cinema era reconhecido. Vinham logo meninos para perto dele.

Sabia que agradava muito. No clube tinha amigos. Havia porém o antigo center-forward2 que se sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E o homem se enfureceu com Joca. Era um jogador de fama, que fora grande nos campos da Europa e por isso pouco ligava aos que não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e de oportunismo, que caracterizava o jogo do novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que tivera que ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora para ele como se tivesse perdido as duas pernas. Viram-no chorando, e por isso concentrou em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha sido a sua admiração, o seu herói. 1 Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.

2 Centroavante.

Quando entrava no cinema era reconhecido.

A língua portuguesa aceita muitas variações na ordem dos termos na oração e no período, desde que não causem a desestruturação sintática e a perturbação ou quebra do sentido. Assinale a alternativa em que a reordenação dos elementos NÃO altera a estrutura do período em destaque e mantém o mesmo sentido. a) Quando era no reconhecido cinema entrava. b) Era reconhecido quando entrava no cinema. c) Entrava quando no cinema era reconhecido. d) Quando era reconhecido entrava no cinema.

Turma:

S É R I E I E

Linguagem, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Inglês

Data: 17 / 11 / 2014

NOTA:

Valor: 7,0 Média:4,9

Colégio Providência – Avaliação por Área – Prova A

Professores: Lêda e Lilian

Etapa: 3ª

Aluno(a): no:

Justificativa:

LINGUAGEM, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA, REDAÇÃO E INGLÊS. 1ª Série - Ensino Médio - 3ª ETAPA - PROVA A - 17/11/2014

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QUESTÃO 2

Assinale a alternativa CORRETA quanto à classificação do sujeito, respectivamente, para cada

uma das orações abaixo.

a) indeterminado, inexistente, simples.

b) oculto, simples, inexistente.

c) simples, simples, inexistente.

d) oculto, inexistente, simples.

QUESTÃO 3 Considerando a frase a seguir, de Millôr Fernandes, assinale a alternativa CORRETA.

“Fique certo de uma coisa, meu filho: se você mantiver seus princípios com firmeza, um dia lhe

oferecerão excelentes oportunidades de abdicar deles.”

a) A forma deles, que é uma combinação do artigo “de” com o pronome “eles”, exerce a

função de complemento nominal do adjetivo “princípios”.

b) O pronome lhe refere-se a “meu filho”, que é objeto direto do verbo “oferecerão”.

c) Se a forma verbal mantiver for substituída pela forma mantivesse, obrigatoriamente a forma

verbal oferecerão seria substituída por ofereceriam.

d) O período é composto por três orações.

— Choveu pedra por no mínimo 20 minutos.

— Vende-se este imóvel.

— Fazia um frio dos diabos naquele dia.

Justificativa:

Justificativa:

LINGUAGEM, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA, REDAÇÃO E INGLÊS. 1ª Série - Ensino Médio - 3ª ETAPA - PROVA A - 17/11/2014

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QUESTÃO 4

De um jogador brasileiro a um técnico espanhol João Cabral de Melo Neto

Não é a bola alguma carta que se leva de casa em casa: é antes telegrama que vai de onde o atiram ao onde cai. Parado, o brasileiro a faz ir onde há-de, sem leva e traz; com aritméticas de circo ele a faz ir onde é preciso; em telegrama, que é sem tempo ele a faz ir ao mais extremo. Não corre: ele sabe que a bola, Telegrama, mais que corre voa. (Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/futebol.html#jogador> Acesso em: 12 out. 2011.)

Quanto aos aspectos morfossintáticos do texto, assinale a alternativa CORRETA. a) O sujeito das duas primeiras estrofes é indeterminado, como se verifica pelos verbos “se

leva” e “atiram”. b) O predicado em “Não é a bola alguma carta” e “é antes telegrama...” é verbal, pois os

verbos indicam o estado da bola. c) O sujeito simples “brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo

pronome “ele”. d) O predicado da oração “Ele a faz ir”, na quarta e quinta estrofes, é verbo-nominal, pois

indica ação e descreve a bola. QUESTÃO 5 O que havia de tão revolucionário na Revolução Francesa? Soberania popular, liberdade

civil, igualdade perante a lei – 1as palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos

incapazes de imaginar seu caráter explosivo em 1789. Para os franceses do Antigo Regime, 6os homens eram 8desiguais, e a desigualdade era uma boa coisa, adequada à ordem

hierárquica que 2fora posta na natureza pela própria obra de Deus. A liberdade significava

privilégio – isto é, literalmente, 12“lei privada”, uma prerrogativa 13especial para fazer algo

Justificativa:

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negado a outras pessoas. O rei, como fonte de toda a lei, distribuía privilégios, 3pois havia sido 19ungido como 16o agente de Deus na terra.

Durante todo 17o século XVIII, os filósofos do Iluminismo questionaram esses 9pressupostos, e os panfletistas profissionais conseguiram 14empanar 20a aura sagrada da

coroa. Contudo, a desmontagem do quadro mental do Antigo Regime demandou violência

iconoclasta, destruidora do mundo, revolucionária. 7Seria ótimo se pudéssemos associar 18a Revolução exclusivamente à Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em

um mundo violento. Os conquistadores da Bastilha 24não se limitaram a destruir 21um símbolo

do despotismo real. 4Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os

sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por 25Paris 22na ponta

de uma lança.

Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o

mundo se afigurava como uma tábula rasa, apagada por uma onda de comoção popular e

pronta para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz de se levantar e

transformar as condições da vida cotidiana. Duzentos anos de experiências com admiráveis

mundos 26novos tornaram-nos 15céticos quanto ao 10planejamento social. 27Retrospectivamente, a Revolução pode parecer um 23prelúdio ao 11totalitarismo.

Pode ser. Mas um excesso de visão 28histórica retrospectiva pode distorcer o panorama

de 1789. Os revolucionários franceses não eram nossos contemporâneos. E eram um conjunto

de pessoas não excepcionais em circunstâncias excepcionais. Quando as coisas se 29desintegraram, eles reagiram a uma necessidade imperiosa de dar-lhes sentido, ordenando a

sociedade segundo novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia

da tirania e da injustiça. 5Afinal, em que estava empenhada a Revolução Francesa? Liberdade,

igualdade, fraternidade.

Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.

Na coluna da esquerda, estão quatro palavras retiradas do texto; na coluna da direita, descrições relacionadas à formação dessas palavras. Associe CORRETAMENTE a coluna da esquerda à da direita.

( ) desiguais (ref. 8) 1. contém sufixo que forma substantivos a partir de verbos.

( ) pressupostos (ref. 9) 2. contém prefixo com sentido de negação.

( ) planejamento (ref. 10) 3. contém prefixo que designa anterioridade.

( ) totalitarismo (ref. 11) 4. contém sufixo que designa movimentos ideológicos.

A sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 4 – 2 – 3 – 1. b) 3 – 1 – 2 – 4. c) 2 – 3 – 1 – 4. d) 1 – 4 – 2 – 3.

Justificativa:

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QUESTÃO 6 Chove chuva, chove sem parar

O óbvio, o esperado. Nos últimos dias, o comentário que teimou e bateu ponto em qualquer canto de Curitiba, principalmente nos botecos, foi um só: – Mas que chuvarada, né? De olho no nível das águas do pequeno riacho que passa junto à mansão da Vila Piroquinha, Natureza Morta procurou o lado bom de tanta chuva ininterrupta. Concluiu que, pelo excesso de uso, dispositivo sempre operante, o tempo fez a alegria do pessoal que conserta limpador de para-brisa. Desse pessoal e, nem tanto, de quem vende guarda-chuva. Afinal, do jeito que a coisa andava, agravada pelo frio, a freguesia – de maneira compulsória – praticamente desapareceu das ruas.

(Gazeta do Povo, 02.08.2011.)

Analise as afirmações, com base na frase – Mas que chuvarada, né? I. O termo chuvarada, conforme o sufixo que o compõe, indica chuva em grande quantidade,

da mesma forma como ocorre com os substantivos papelada e criançada. II. No contexto, o termo Mas deve ser entendido como um marcador de oralidade, sem valor

adversativo. III. A frase não é, de fato, uma pergunta, pois traz a constatação de uma situação vivida.

Portanto, funciona com valor fático, principalmente.

Está CORRETO o que se afirma em: a) I, II e III. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas.

QUESTÃO 7 Do texto, abaixo, é possível concluir que o termo “chatear” foi usado:

a) De maneira ambígua, sem nenhuma pista que possa ajudar na busca dos sentidos do

termo. b) De forma figurada, exemplificando unicamente a polissemia da linguagem. c) Com o sentido literal do termo, ocasionando uma redundância. d) Com mais de um sentido, cuja alteração se faz perceber pelos recursos linguísticos e

visuais que servem de pistas para o entendimento do texto.

Justificativa:

Justificativa:

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LITERATURA QUESTÃO 8 Liberdade, onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não caia? Porque (triste de mim!), porque não raia Já na esfera de Lísia* a tua aurora? Da santa redenção é vinda a hora A esta parte do mundo, que desmaia. Oh!, venha... Oh!, venha, e trêmulo descaia Despotismo feroz, que nos devora! Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo, Oculta o pátrio amor, torce a vontade, E em fingir, por temor, empenha estudo. Movam nossos grilhões tua piedade; Nosso númen tu és, e glória, e tudo, Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade! (Bocage)

MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa Através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 2006, p.239.

A leitura do soneto bocageano permite afirmar que há entre a subjetividade do poeta e as questões sociais de Portugal uma ampla interação comunicativa. Marque a alternativa que comprova este comentário. a) A pátria personificada que desmaia, é comparável ao eu lírico frio e mudo. b) O eu lírico pede ao país que tenha, como ele, paciência para suportar o despotismo. c) O despotismo é a redenção muito esperada pelo eu lírico e pela sociedade portuguesa. d) A saudade é representada no poema pelas imagens do cárcere e do poeta preso por

grilhões. QUESTÃO 9 As obras literárias marcam diferentes visões de mundo, não apenas dos autores, mas também de épocas históricas distintas. Reflita sobre isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de Matos e de Tomás Antônio Gonzaga. Arrependido estou de coração, de coração vos busco, dai-me abraços, abraços, que me rendem vossa luz. Luz, que claro me mostra a salvação, a salvação pretendo em tais abraços, misericórdia, amor, Jesus, Jesus!

Lísia = Portugal

Justificativa:

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(MATOS, Gregório. Pecador contrito aos pés do Cristo crucificado. In: TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 66.)

Minha bela Marília, tudo passa; a sorte deste mundo é mal segura; se vem depois dos males a ventura, vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos deuses sujeitos ao poder do ímpio fado: Apolo já fugiu do céu brilhante, já foi pastor de gado. (GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 77.)

Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) O poema de Gregório de Matos apresenta um sujeito lírico torturado pelo peso de seus pecados e desejoso de aproximar-se do Divino. ( ) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao mesmo período literário de Gregório de Matos, revela neste poema um sujeito lírico consciente da brevidade da vida. ( ) Em relação às marcas de religiosidade, a visão antagônica que se coloca entre os dois poemas reflete, no Barroco, a influência do cristianismo e, no Arcadismo, a da mitologia grega. Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE os parênteses, de cima para baixo. a) V – F – V b) V – F – F c) V – V – V d) F – F – F QUESTÃO 10 A beleza da forma física feminina constituiu assunto predileto da poesia arcádica brasileira. Leia as seguintes estrofes da Lira 27 de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga: Vou retratar a Marília, a Marília, meus amores; porém como? se eu não vejo quem me empreste as finas cores: dar-mas a terra não pode; não, que a sua cor mimosa vence o lírio, vence a rosa, o jasmim e as outras flores. Ah! socorre, Amor, socorre ao mais grato empenho meu! Voa sobre os astros, voa, Traze-me as tintas do céu. [...] Entremos, Amor, entremos, entremos na mesma esfera; venha Palas, venha Juno, Venha a deusa de Citera. Porém, não, que se Marília no certame antigo entrasse, bem que a Páris não peitasse, a todas as três vencera.

Vocabulário Certame: disputa. Juno: deusa da mitologia romana, esposa de Júpiter. Palas: deusa da mitologia romana, presidia a guerra. Deusa de Citera: Afrodite, deusa do amor. Páris: príncipe troiano, responsável por escolher a deusa mais bela do Olimpo.

Justificativa:

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Vai-te, Amor, em vão socorres ao mais grato empenho meu: para formar-lhe o retrato não bastam tintas do céu. O Arcadismo volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas. Nesse sentido, a estética árcade cria e segue um grupo de preceitos herdados do Classicismo. Assinale o trecho poético de Marília de Dirceu que corresponde ao preceito em negrito. a) “Verás em cima da espaçosa mesa/altos volumes de enredados feitos;/ver-me-ás folhear os

grandes livros,/e decidir os pleitos.” – Fugere urbem. b) “Enquanto pasta alegre o manso gado,/minha bela Marília, nos sentemos/à sombra deste

cedro levantado./Um pouco meditemos/na regular beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia Natureza.” – Locus amoenus.

c) “Pela Ninfa, que jaz vertida em Louro,/o grande Deus Apolo não delira?/Jove, mudado em Touro/e já mudado em velha não suspira?/Seguir aos Deuses nunca foi desdouro./Graças, ó Nise bela,/graças à minha Estrela!” – Carpe diem.

d) “Quando apareces/Na madrugada,/Mal-embrulhada/Na larga roupa,/E desgrenhada/Sem fita, ou flor;/Ah! que então brilha/A natureza!/Então se mostra/Tua beleza/Inda maior.” – Aurea mediocritas.

QUESTÃO 11 Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, descansarei o já vergado corpo na tua mão piedosa, na tua mão nevada. (Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)

Justificativa:

As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros não lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscarás um sítio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente. Apenas me sentar, então, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: — Ali falamos, ali, ó minha bela, te vi a vez primeira. Verterão os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; farão teus olhos ternos outro tanto; então darei, Marília, frios beijos na mão formosa e pia, que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília quem, sentida, chorando meus baços olhos cerra.

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A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos. b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor. c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor. d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana. TEXTO PARA AS QUESTÕES 12 E 13: “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiras, Dos frios gelo e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)

QUESTÃO 12 A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico: a) valoriza os trajes ricos da cidade. b) despreza a vida humilde. c) manifesta preocupação religiosa. d) valoriza os benefícios de sua vida no campo.

QUESTÃO 13 Pode-se afirmar que se destaca no poema: a) o racionalismo, característica do Barroco. b) o conceptismo, característica do Arcadismo. c) o cultismo, característica do Barroco. d) o pastoralismo, característica do Arcadismo.

Justificativa:

Justificativa:

Justificativa:

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QUESTÃO 14 “Se não tivermos lãs e peles finas, podem mui bem cobrir as carnes nossas as peles dos cordeiros mal curtidas, e os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido por mãos de amor, por minhas mãos cosido.” A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é: a) aurea mediocritas. b) cultismo. c) ideias iluministas. d) conflito espiritual.

REDAÇÃO QUESTÃO 15 O texto a seguir foi extraído do livro de memórias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony. Um livro de memórias é “relato que alguém faz, frequentemente, na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”. Não deve ser confundido com autobiografia.

O suor e a lágrima Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meu

sapato, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rossetti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis. Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante. Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo o instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho, à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados. Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar no resto dos meus dias. Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por 45 míseros tostões fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano salgado como lágrimas.

Justificativa:

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CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaços: memórias. São Paulo: Leya, 2010. p. 114-115.

Atente à caracterização do engraxate. Segundo o cronista, ele era gordo e calvo. Essa caracterização: I. está, de algum modo, relacionada com as ideias principais do texto. II. tem uma função textual. III. atende a uma necessidade de coerência interna do texto. Estão CORRETAS as complementações contidas em: a) I, II e III. b) I e II apenas. c) II e III apenas. d) I e III apenas. QUESTÃO 16 Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em Física e Matemática da universidade não estão dispostos a tornar-se professores. O detalhe inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente para formar docentes. A dificuldade é que, se os estudantes não querem virar professores, fica difícil conseguir bons profissionais. Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são por certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade na carreira e prestígio social, também influem.

SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo, 13 out. 2012.

Identificar o gênero do texto é um passo importante na caminhada interpretativa do leitor. Para isso, é preciso observar elementos ligados à sua produção e recepção. Reconhece-se que esse texto pertence ao gênero artigo de opinião devido ao(à) a) suporte do texto: um jornal de grande circulação. b) lugar atribuído ao leitor: interessados no magistério. c) tema tratado: o problema da escassez de professores. d) função do gênero: refletir sobre a falta de professores. QUESTÃO 17 Como os gêneros são históricos e muitas vezes estão ligados às tecnologias, eles permitem que surjam novidades nesse campo, mas são novidades com algum gosto do conhecido. Observem-se as respectivas tecnologias e alguns de seus gêneros: telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofônica; roteiro cinematográfico e muitos outros que foram surgindo com tecnologias específicas. Neste sentido, é claro que a tecnologia da computação, por oferecer uma nova perspectiva de uso da escrita num meio eletrônico muito maleável, traz mais possibilidades de inovação.

MARCUSCHI, L. A. Disponível em: www.progesp.ufba.br. Acesso em: 23 jul. 2012 (fragmento).

Justificativa:

Justificativa:

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O avanço das tecnologias de comunicação e informação fez, nas últimas décadas, com que surgissem novos gêneros textuais. Esses novos gêneros, contudo, não são totalmente originais, pois eles inovam em alguns pontos, mas remetem a outros gêneros textuais preexistentes, como ocorre no seguinte caso: a) O gênero e-mail mantém características dos gêneros carta e bilhete. b) O gênero aula virtual mantém características do gênero reunião de grupo. c) O gênero bate-papo virtual mantém características do gênero conferência. d) O gênero videoconferência mantém características do gênero aula presencial. QUESTÃO 18 Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...] Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]

BRASIL. Lei n. 8069, “Estatuto da criança e do adolescente”. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento).

Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do adolescente apresenta características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à composição textual. Entre essas características, destaca-se o emprego de a) repetição vocabular para facilitar o entendimento. b) palavras e construções que evitem ambiguidade. c) expressões informais para apresentar os direitos. d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes. QUESTÃO 19

Um gramático contra a gramática O gramático Celso Pedro Luft era formado em Letras Clássicas e Vernácula pela PUCRS e fez curso de especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS e na Faculdade Porto-Alegrense de Ciências e Letras. Suas obras mais relevantes são: Gramática resumida, Moderna gramática brasileira, Dicionário gramatical da língua portuguesa, Novo manual de português, Minidicionário Luft, Língua e liberdade e O romance das palavras. Na obra Língua e liberdade, Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, de forma veemente, o ensino da gramática em sala de aula.

Justificativa:

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Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla — uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna.

SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso em: 26 out. 2011 (fragmento).

Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade constitui-se uma característica fundamental do leitor competente. A análise das características presentes no fragmento de Um gramático contra a gramática, de Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence ao seguinte gênero textual: a) Artigo científico, uma vez que o fragmento contém título, nome completo do autor, além de

ter sido redigido em uma linguagem clara e objetiva. b) Relatório, pois o fragmento em questão apresenta informações sobre o autor, bem como

descreve com detalhes o conteúdo da obra original. c) Resenha, porque além de apresentar características estruturais da obra original, o texto

traz ainda o posicionamento crítico do autor do fragmento. d) Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados essenciais para a promoção da obra

original, como informações sobre o autor e o conteúdo. QUESTÃO 20 Esta questão apresenta cinco propostas diferentes de redação. Assinale a alternativa que corresponde à melhor redação, considerando correção e clareza.

a) Estavam descomprometidos com a solução do problema mas, mesmo assim, foi emprestados apoio e solidariedade de alguns amigos empenhados aos participantes do movimento.

b) Ainda que descomprometidos com a solução do problema, alguns amigos empenharam-se em emprestar apoio e solidariedade aos participantes do movimento.

c) Alguns amigos, a despeito de estar descomprometido com a solução do problema, aos participantes do movimento emprestou-se apoio e solidariedade.

d) O empenho de alguns amigos, embora descomprometidos com a solução do problema, emprestaram apoio e solidariedade aos participantes do movimento.

QUESTÃO 21 A restrição a esse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de retaliação, pois isto consta na lei.

Assinale a alternativa em que a nova redação NÃO altera o sentido da frase acima.

a) A proibição desse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de desforra, pois isto consta na lei.

b) A interdição a esse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de vingança, pois isto consta na lei.

c) A colocação desse tipo de comércio dentro de certos limites, feita pelos administradores regionais, nada tem de represália, pois isto consta na lei.

d) O fato de os administradores regionais vedarem esse tipo de comércio nada tem de revide, pois isto consta na lei.

Justificativa:

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INGLÊS Texto para as questões 22 e 23

QUESTÃO 22

Segundo o texto é CORRETO afirmar que,

a) O aquecimento global ocorre devido aos seres humanos.

b) O efeito estufa acontece desde o início dos tempos.

c) O aquecimento global começou em 1970.

d) O efeito estufa começou no século 20.

QUESTÃO 23 According to the second paragraph it’s CORRECT to say that: a) The life isn’t formed in the planet.

b) The greenhouse effect is necessary.

c) The greenhouse effect doesn’t allow life to form.

d) The greenhouse effect isn’t necessary.

Justificativa:

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As questões 24 a 26 estão relacionadas à tirinha abaixo:

QUESTÃO 24 No primeiro quadrinho a palavra omitida é: a) Any

b) Some

c) No

d) Someone

QUESTÃO 25 No terceiro quadrinho: a) Calvin vê UFOs.

b) Calvin fala sobre UFOs.

c) Haroldo fica com medo.

d) Haroldo sabe exatamente o que fazer.

QUESTÃO 26 No quarto quadrinho: a) Calvin quer vender seus pais.

b) Calvin quer que seus pais façam uma viagem em um cruzeiro.

c) Calvin quer conhecer E.T.s

d) Calvin assusta Haroldo.

QUESTÃO 27 The interrogative form of the following sentence is: You were here yesterday.

a) Did you here yesterday?

b) Was you here yesterday?

c) Were you here yesterday?

d) Did you be here yesterday?

Justificativa:

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QUESTÃO 28 The CORRECT words to complete the following sentence are: We _______________ the exercises when we _______________ to music.

a) Did – were listening

b) Do – was listening

c) Did – was listening

d) Does – were listening

LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÃO 1 A questão a seguir focaliza uma passagem do romance Água-Mãe, de José Lins do Rego (1901-1957).

Água-Mãe Jogava com toda a alma, não podia compreender como um jogador se encostava, não se entusiasmava com a bola nos pés. Atirava-se, não temia a violência e com a sua agilidade espantosa, fugia das entradas, dos pontapés. Quando aquele back1, num jogo de subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto se estendeu no chão, como um fardo. E foi assim crescendo a sua fama. Aos poucos se foi adaptando ao novo Joca que se formara nos campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua vida era cada vez mais agitada. Onde quer que estivesse, era reconhecido e aplaudido. Os garçons não queriam cobrar as despesas que ele fazia e até mesmo nos ônibus, quando ia descer, o motorista lhe dizia sempre: — Joca, você aqui não paga. Quando entrava no cinema era reconhecido. Vinham logo meninos para perto dele. Sabia que agradava muito. No clube tinha amigos. Havia porém o antigo center-forward2 que se sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E o homem se enfureceu com Joca. Era um jogador de fama, que fora grande nos campos da Europa e por isso pouco ligava aos que não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e de oportunismo, que caracterizava o jogo do novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que tivera que ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora para

Justificativa:

Turma:

S É R I E I E

Linguagem, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Inglês

Data: 17 / 11 / 2014

NOTA:

Valor: 7,0 Média:4,9

Colégio Providência – Avaliação por Área – Prova B

Professores: Lêda e Lílian

Etapa: 3ª

Aluno(a): no:

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ele como se tivesse perdido as duas pernas. Viram-no chorando, e por isso concentrou em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha sido a sua admiração, o seu herói. 1 Beque, ou seja, o zagueiro de hoje.

2 Centroavante.

Quando entrava no cinema era reconhecido. A língua portuguesa aceita muitas variações na ordem dos termos na oração e no período, desde que não causem a desestruturação sintática e a perturbação ou quebra do sentido. Assinale a alternativa em que a reordenação dos elementos NÃO altera a estrutura do período em destaque e mantém o mesmo sentido. a) Quando era no reconhecido cinema entrava. b) Entrava quando no cinema era reconhecido. c) Era reconhecido quando entrava no cinema. d) Quando era reconhecido entrava no cinema. QUESTÃO 2 Assinale a alternativa CORRETA quanto à classificação do sujeito, respectivamente, para cada uma das orações abaixo. a) indeterminado, inexistente, simples. b) simples, simples, inexistente. c) oculto, simples, inexistente. d) oculto, inexistente, simples. QUESTÃO 3 Considerando a frase a seguir, de Millôr Fernandes, assinale a alternativa CORRETA.

“Fique certo de uma coisa, meu filho: se você mantiver seus princípios com firmeza, um dia lhe oferecerão excelentes oportunidades de abdicar deles.”

a) A forma deles, que é uma combinação do artigo “de” com o pronome “eles”, exerce a função de complemento nominal do adjetivo “princípios”.

b) Se a forma verbal mantiver for substituída pela forma mantivesse, obrigatoriamente a forma verbal oferecerão seria substituída por ofereceriam.

c) O pronome lhe refere-se a “meu filho”, que é objeto direto do verbo “oferecerão”. d) O período é composto por três orações.

— Choveu pedra por no mínimo 20 minutos. — Vende-se este imóvel. — Fazia um frio dos diabos naquele dia.

Justificativa:

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QUESTÃO 4

De um jogador brasileiro a um técnico espanhol João Cabral de Melo Neto

Não é a bola alguma carta que se leva de casa em casa: é antes telegrama que vai de onde o atiram ao onde cai. Parado, o brasileiro a faz ir onde há-de, sem leva e traz; com aritméticas de circo ele a faz ir onde é preciso; em telegrama, que é sem tempo ele a faz ir ao mais extremo. Não corre: ele sabe que a bola, Telegrama, mais que corre voa.

(Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/futebol.html#jogador> Acesso em: 12 out. 2011.)

Quanto aos aspectos morfossintáticos do texto, assinale a alternativa CORRETA. a) O sujeito das duas primeiras estrofes é indeterminado, como se verifica pelos verbos “se

leva” e “atiram”. b) O predicado em “Não é a bola alguma carta” e “é antes telegrama...” é verbal, pois os

verbos indicam o estado da bola. c) O predicado da oração “Ele a faz ir”, na quarta e quinta estrofes, é verbo-nominal, pois

indica ação e descreve a bola. d) O sujeito simples “brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo

pronome “ele”. QUESTÃO 5

O que havia de tão revolucionário na Revolução Francesa? Soberania popular, liberdade

civil, igualdade perante a lei – 1as palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos

incapazes de imaginar seu caráter explosivo em 1789. Para os franceses do Antigo Regime, 6os homens eram 8desiguais, e a desigualdade era uma boa coisa, adequada à ordem

hierárquica que 2fora posta na natureza pela própria obra de Deus. A liberdade significava

privilégio – isto é, literalmente, 12“lei privada”, uma prerrogativa 13especial para fazer algo

negado a outras pessoas. O rei, como fonte de toda a lei, distribuía privilégios, 3pois havia sido 19ungido como 16o agente de Deus na terra.

Durante todo 17o século XVIII, os filósofos do Iluminismo questionaram esses 9pressupostos, e os panfletistas profissionais conseguiram 14empanar 20a aura sagrada da

coroa. Contudo, a desmontagem do quadro mental do Antigo Regime demandou violência

iconoclasta, destruidora do mundo, revolucionária. 7Seria ótimo se pudéssemos associar 18a Revolução exclusivamente à Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em

um mundo violento. Os conquistadores da Bastilha 24não se limitaram a destruir 21um símbolo

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do despotismo real. 4Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os

sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por 25Paris 22na ponta

de uma lança.

Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o

mundo se afigurava como uma tábula rasa, apagada por uma onda de comoção popular e

pronta para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz de se levantar e

transformar as condições da vida cotidiana. Duzentos anos de experiências com admiráveis

mundos 26novos tornaram-nos 15céticos quanto ao 10planejamento social. 27Retrospectivamente, a Revolução pode parecer um 23prelúdio ao 11totalitarismo.

Pode ser. Mas um excesso de visão 28histórica retrospectiva pode distorcer o panorama

de 1789. Os revolucionários franceses não eram nossos contemporâneos. E eram um conjunto

de pessoas não excepcionais em circunstâncias excepcionais. Quando as coisas se 29desintegraram, eles reagiram a uma necessidade imperiosa de dar-lhes sentido, ordenando a

sociedade segundo novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia

da tirania e da injustiça. 5Afinal, em que estava empenhada a Revolução Francesa? Liberdade,

igualdade, fraternidade. Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.

Na coluna da esquerda, estão quatro palavras retiradas do texto; na coluna da direita, descrições relacionadas à formação dessas palavras. Associe CORRETAMENTE a coluna da esquerda à da direita.

( ) desiguais (ref. 8) 1. contém sufixo que forma substantivos a partir de verbos.

( ) pressupostos (ref. 9) 2. contém prefixo com sentido de negação.

( ) planejamento (ref. 10) 3. contém prefixo que designa anterioridade.

( ) totalitarismo (ref. 11) 4. contém sufixo que designa movimentos ideológicos.

A sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 2 – 3 – 1 – 4. b) 3 – 1 – 2 – 4. c) 4 – 2 – 3 – 1. d) 1 – 4 – 2 – 3. QUESTÃO 6

Chove chuva, chove sem parar O óbvio, o esperado. Nos últimos dias, o comentário que teimou e bateu ponto em qualquer canto de Curitiba, principalmente nos botecos, foi um só: – Mas que chuvarada, né? De olho no nível das águas do pequeno riacho que passa junto à mansão da Vila Piroquinha, Natureza Morta procurou o lado bom de tanta chuva ininterrupta. Concluiu que, pelo excesso de uso, dispositivo sempre operante, o tempo fez a alegria do pessoal que conserta limpador de para-brisa. Desse pessoal e, nem tanto, de quem vende guarda-chuva. Afinal, do jeito que a coisa andava, agravada pelo frio, a freguesia – de maneira compulsória – praticamente desapareceu das ruas.

(Gazeta do Povo, 02.08.2011.)

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Analise as afirmações, com base na frase – Mas que chuvarada, né? I. O termo chuvarada, conforme o sufixo que o compõe, indica chuva em grande quantidade,

da mesma forma como ocorre com os substantivos papelada e criançada. II. No contexto, o termo Mas deve ser entendido como um marcador de oralidade, sem valor

adversativo. III. A frase não é, de fato, uma pergunta, pois traz a constatação de uma situação vivida.

Portanto, funciona com valor fático, principalmente. Está CORRETO o que se afirma em a) II e III apenas b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I, II e III. QUESTÃO 7 Do texto, abaixo, é possível concluir que o termo “chatear” foi usado:

a) De maneira ambígua, sem nenhuma pista que possa ajudar na busca dos sentidos do

termo. b) Com mais de um sentido, cuja alteração se faz perceber pelos recursos linguísticos e

visuais que servem de pistas para o entendimento do texto. c) Com o sentido literal do termo, ocasionando uma redundância. d) De forma figurada, exemplificando unicamente a polissemia da linguagem. LITERATURA

Justificativa:

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QUESTÃO 8 Liberdade, onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não caia? Porque (triste de mim!), porque não raia Já na esfera de Lísia* a tua aurora? Da santa redenção é vinda a hora A esta parte do mundo, que desmaia. Oh!, venha... Oh!, venha, e trêmulo descaia Despotismo feroz, que nos devora! Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo, Oculta o pátrio amor, torce a vontade, E em fingir, por temor, empenha estudo. Movam nossos grilhões tua piedade; Nosso númen tu és, e glória, e tudo, Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade! (Bocage) MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa Através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 2006, p.239.

A leitura do soneto bocageano permite afirmar que há entre a subjetividade do poeta e as questões sociais de Portugal uma ampla interação comunicativa. Marque a alternativa que comprova este comentário. a) O eu lírico pede ao país que tenha, como ele, paciência para suportar o despotismo. b) A pátria personificada que desmaia, é comparável ao eu lírico frio e mudo. c) O despotismo é a redenção muito esperada pelo eu lírico e pela sociedade portuguesa. d) A saudade é representada no poema pelas imagens do cárcere e do poeta preso por

grilhões. QUESTÃO 9 As obras literárias marcam diferentes visões de mundo, não apenas dos autores, mas também de épocas históricas distintas. Reflita sobre isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de Matos e de Tomás Antônio Gonzaga. Arrependido estou de coração, de coração vos busco, dai-me abraços, abraços, que me rendem vossa luz. Luz, que claro me mostra a salvação, a salvação pretendo em tais abraços, misericórdia, amor, Jesus, Jesus!

(MATOS, Gregório. Pecador contrito aos pés do Cristo crucificado. In: TUFANO, Douglas. Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 66.)

Minha bela Marília, tudo passa; a sorte deste mundo é mal segura; se vem depois dos males a ventura, vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos deuses sujeitos ao poder do ímpio fado:

Lísia = Portugal

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Apolo já fugiu do céu brilhante, já foi pastor de gado.

(GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos de literatura brasileira. 4 ed. rev. e

ampl. São Paulo: Moderna, 1988. p. 77.)

Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) O poema de Gregório de Matos apresenta um sujeito lírico torturado pelo peso de seus pecados e desejoso de aproximar-se do Divino. ( ) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao mesmo período literário de Gregório de Matos, revela neste poema um sujeito lírico consciente da brevidade da vida. ( ) Em relação às marcas de religiosidade, a visão antagônica que se coloca entre os dois poemas reflete, no Barroco, a influência do cristianismo e, no Arcadismo, a da mitologia grega. Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE os parênteses, de cima para baixo. a) V – V – V b) V – F – F c) V – F – V d) F – F – F QUESTÃO 10 A beleza da forma física feminina constituiu assunto predileto da poesia arcádica brasileira. Leia as seguintes estrofes da Lira 27 de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga: Vou retratar a Marília, a Marília, meus amores; porém como? se eu não vejo quem me empreste as finas cores: dar-mas a terra não pode; não, que a sua cor mimosa vence o lírio, vence a rosa, o jasmim e as outras flores. Ah! socorre, Amor, socorre ao mais grato empenho meu! Voa sobre os astros, voa, Traze-me as tintas do céu. [...] Entremos, Amor, entremos, entremos na mesma esfera; venha Palas, venha Juno, Venha a deusa de Citera. Porém, não, que se Marília no certame antigo entrasse, bem que a Páris não peitasse, a todas as três vencera. Vai-te, Amor, em vão socorres ao mais grato empenho meu: para formar-lhe o retrato não bastam tintas do céu.

Vocabulário Certame: disputa. Juno: deusa da mitologia romana, esposa de Júpiter. Palas: deusa da mitologia romana, presidia a guerra. Deusa de Citera: Afrodite, deusa do amor. Páris: príncipe troiano, responsável por escolher a deusa mais bela do Olimpo.

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O Arcadismo volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas. Nesse sentido, a estética árcade cria e segue um grupo de preceitos herdados do Classicismo. Assinale o trecho poético de Marília de Dirceu que corresponde ao preceito em negrito. a) “Verás em cima da espaçosa mesa/altos volumes de enredados feitos;/ver-me-ás folhear os

grandes livros,/e decidir os pleitos.” – Fugere urbem. b) “Quando apareces/Na madrugada,/Mal-embrulhada/Na larga roupa,/E desgrenhada/Sem

fita, ou flor;/Ah! que então brilha/A natureza!/Então se mostra/Tua beleza/Inda maior.” – Aurea mediocritas.

c) “Pela Ninfa, que jaz vertida em Louro,/o grande Deus Apolo não delira?/Jove, mudado em Touro/e já mudado em velha não suspira?/Seguir aos Deuses nunca foi desdouro./Graças, ó Nise bela,/graças à minha Estrela!” – Carpe diem.

d) “Enquanto pasta alegre o manso gado,/minha bela Marília, nos sentemos/à sombra deste cedro levantado./Um pouco meditemos/na regular beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia Natureza.” – Locus amoenus.

QUESTÃO 11 Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, descansarei o já vergado corpo na tua mão piedosa, na tua mão nevada.

(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)

A leitura atenta deste poema do livro Marília de Dirceu revela que o eu lírico

As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros não lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscarás um sítio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente. Apenas me sentar, então, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: — Ali falamos, ali, ó minha bela, te vi a vez primeira. Verterão os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; farão teus olhos ternos outro tanto; então darei, Marília, frios beijos na mão formosa e pia, que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília quem, sentida, chorando meus baços olhos cerra.

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a) sente total desânimo perante a existência e os sentimentos. b) aceita com resignação a velhice e a morte amenizadas pelo amor. c) está em crise existencial e não acredita na durabilidade do amor. d) protesta ao Criador pela precariedade da existência humana. TEXTO PARA AS QUESTÕES 12 E 13: “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiras, Dos frios gelo e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado)

QUESTÃO 12 A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico a) valoriza os trajes ricos da cidade. b) despreza a vida humilde. c) valoriza os benefícios de sua vida no campo. d) manifesta preocupação religiosa. QUESTÃO 13 Pode-se afirmar que se destaca no poema a) o racionalismo, característica do Barroco. b) o pastoralismo, característica do Arcadismo. c) o cultismo, característica do Barroco. d) o conceptismo, característica do Arcadismo. QUESTÃO 14

Justificativa:

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“Se não tivermos lãs e peles finas, podem mui bem cobrir as carnes nossas as peles dos cordeiros mal curtidas, e os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido por mãos de amor, por minhas mãos cosido.” A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é a) cultismo. b) aurea mediocritas. c) ideias iluministas. d) conflito espiritual. REDAÇÃO QUESTÃO 15 O texto a seguir foi extraído do livro de memórias do escritor e jornalista carioca, que nasceu em 1926, Carlos Heitor Cony. Um livro de memórias é “relato que alguém faz, frequentemente, na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”. Não deve ser confundido com autobiografia.

O suor e a lágrima Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meu sapato, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rossetti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis. Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante. Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo o instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho, à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados. Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar no resto dos meus dias.

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Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por 45 míseros tostões fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano salgado como lágrimas.

CONY, Carlos Heitor. In: Eu aos pedaços: memórias. São Paulo: Leya, 2010. p. 114-115.

Atente à caracterização do engraxate. Segundo o cronista, ele era gordo e calvo. Essa caracterização I. está, de algum modo, relacionada com as ideias principais do texto. II. tem uma função textual. III. atende a uma necessidade de coerência interna do texto. Estão CORRETAS as complementações contidas em a) II e III apenas. b) I e II apenas. c) I, II e III. d) I e III apenas. QUESTÃO 16 Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou que quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em Física e Matemática da universidade não estão dispostos a tornar-se professores. O detalhe inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente para formar docentes. A dificuldade é que, se os estudantes não querem virar professores, fica difícil conseguir bons profissionais. Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são por certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade na carreira e prestígio social, também influem.

SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo, 13 out. 2012.

Identificar o gênero do texto é um passo importante na caminhada interpretativa do leitor. Para isso, é preciso observar elementos ligados à sua produção e recepção. Reconhece-se que esse texto pertence ao gênero artigo de opinião devido ao(à) a) suporte do texto: um jornal de grande circulação. b) lugar atribuído ao leitor: interessados no magistério. c) função do gênero: refletir sobre a falta de professores. d) tema tratado: o problema da escassez de professores. QUESTÃO 17 Como os gêneros são históricos e muitas vezes estão ligados às tecnologias, eles permitem que surjam novidades nesse campo, mas são novidades com algum gosto do conhecido. Observem-se as respectivas tecnologias e alguns de seus gêneros: telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofônica; roteiro cinematográfico e muitos

Justificativa:

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outros que foram surgindo com tecnologias específicas. Neste sentido, é claro que a tecnologia da computação, por oferecer uma nova perspectiva de uso da escrita num meio eletrônico muito maleável, traz mais possibilidades de inovação.

MARCUSCHI, L. A. Disponível em: www.progesp.ufba.br. Acesso em: 23 jul. 2012 (fragmento).

O avanço das tecnologias de comunicação e informação fez, nas últimas décadas, com que surgissem novos gêneros textuais. Esses novos gêneros, contudo, não são totalmente originais, pois eles inovam em alguns pontos, mas remetem a outros gêneros textuais preexistentes, como ocorre no seguinte caso: a) O gênero aula virtual mantém características do gênero reunião de grupo. b) O gênero e-mail mantém características dos gêneros carta e bilhete. c) O gênero bate-papo virtual mantém características do gênero conferência. d) O gênero videoconferência mantém características do gênero aula presencial. QUESTÃO 18 Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade

incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...]

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa

humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei

ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o

desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de

dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. [...]

BRASIL. Lei n. 8069, “Estatuto da criança e do adolescente”. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento).

Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do adolescente apresenta

características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à composição textual.

Entre essas características, destaca-se o emprego de

a) palavras e construções que evitem ambiguidade.

b) repetição vocabular para facilitar o entendimento.

c) expressões informais para apresentar os direitos.

d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes.

Justificativa:

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QUESTÃO 19

Um gramático contra a gramática

O gramático Celso Pedro Luft era formado em Letras Clássicas e Vernácula pela PUCRS

e fez curso de especialização em Portugal. Foi professor na UFRGS e na Faculdade Porto-

Alegrense de Ciências e Letras. Suas obras mais relevantes são: Gramática resumida,

Moderna gramática brasileira, Dicionário gramatical da língua portuguesa, Novo manual de

português, Minidicionário Luft, Língua e liberdade e O romance das palavras. Na obra Língua e

liberdade, Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da

língua materna, por combater, de forma veemente, o ensino da gramática em sala de aula.

Nos seis pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente,

sempre na mesma tecla — uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada

de ensinar a língua materna.

SCARTON, G. Disponível em: www.portugues.com.br. Acesso em: 26 out. 2011 (fragmento).

Reconhecer os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade constitui-se uma característica fundamental do leitor competente. A análise das características presentes no fragmento de Um gramático contra a gramática, de Gilberto Scarton, revela que o texto em questão pertence ao seguinte gênero textual:

a) Artigo científico, uma vez que o fragmento contém título, nome completo do autor, além de ter sido redigido em uma linguagem clara e objetiva.

b) Relatório, pois o fragmento em questão apresenta informações sobre o autor, bem como descreve com detalhes o conteúdo da obra original.

c) Texto publicitário, pois o fragmento apresenta dados essenciais para a promoção da obra original, como informações sobre o autor e o conteúdo.

d) Resenha, porque além de apresentar características estruturais da obra original, o texto traz ainda o posicionamento crítico do autor do fragmento.

QUESTÃO 20 Esta questão apresenta cinco propostas diferentes de redação. Assinale a alternativa que

corresponde à melhor redação, considerando correção e clareza.

a) Ainda que descomprometidos com a solução do problema, alguns amigos empenharam-se em emprestar apoio e solidariedade aos participantes do movimento.

b) Estavam descomprometidos com a solução do problema mas, mesmo assim, foi emprestados apoio e solidariedade de alguns amigos empenhados aos participantes do movimento.

c) Alguns amigos, a despeito de estar descomprometido com a solução do problema, aos participantes do movimento emprestou-se apoio e solidariedade.

d) O empenho de alguns amigos, embora descomprometidos com a solução do problema, emprestaram apoio e solidariedade aos participantes do movimento.

Justificativa:

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QUESTÃO 21 A restrição a esse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de

retaliação, pois isto consta na lei.

Assinale a alternativa em que a nova redação NÃO altera o sentido da frase acima.

a) A proibição desse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de desforra, pois isto consta na lei.

b) A interdição a esse tipo de comércio, feita pelos administradores regionais, nada tem de vingança, pois isto consta na lei.

c) O fato de os administradores regionais vedarem esse tipo de comércio nada tem de revide, pois isto consta na lei.

d) A colocação desse tipo de comércio dentro de certos limites, feita pelos administradores regionais, nada tem de represália, pois isto consta na lei.

INGLÊS

As questões 22 a 26 estão relacionadas à tirinha abaixo:

QUESTÃO 22

No primeiro quadrinho a palavra omitida é:

a) Any

b) Some

c) No

d) Someone

QUESTÃO 23

No terceiro quadrinho:

a) Calvin vê UFOs.

b) Calvin fala sobre UFOs.

Justificativa:

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c) Haroldo fica com medo.

d) Haroldo sabe exatamente o que fazer.

QUESTÃO 24

No quarto quadrinho:

a) Calvin quer vender seus pais.

b) Calvin quer que seus pais façam uma viagem em um cruzeiro.

c) Calvin quer conhecer E.T.s

d) Calvin assusta Haroldo.

QUESTÃO 25

The interrogative form of the following sentence is:

You were here yesterday.

a) Did you here yesterday?

b) Was you here yesterday?

c) Were you here yesterday?

d) Did you be here yesterday?

QUESTÃO 26

The CORRECT words to complete the following sentence are:

We _______________ the exercises when we _______________ to music.

a) Did – were listening

b) Do – was listening

c) Did – was listening

d) Does – were listening

Texto para as questões 27 e 28

Justificativa:

Justificativa:

Justificativa:

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QUESTÃO 27

Segundo o texto é CORRETO afirmar que,

a) O aquecimento global ocorre devido aos seres humanos.

b) O efeito estufa acontece desde o início dos tempos.

c) O aquecimento global começou em 1970.

d) O efeito estufa começou no século 20.

QUESTÃO 28

According to the second paragraph it’s CORRECT to say that:

a) The life isn’t formed in the planet.

b) The greenhouse effect is necessary.

c) The greenhouse effect doesn’t allow life to form.

d) The greenhouse effect isn’t necessary.

Justificativa:

Justificativa:

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