13
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 91ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO Processo nº 0001-2009-201-02-00-1 Confecções Homem Moderno Ltda. pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua Lisboa nº 120, na Comarca de São Paulo, devidamente inscrita no CGC/MF sob o nº 01.987.345/0001-00, vem por seus advogados que ao final assinam, (Procuração anexa), com sede na Avenida Rebouças nº 1234, Consolação, CEP 03012-000, na Comarca de São Paulo, no Estado de São Paulo, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, face à Reclamação Trabalhista proposta por Roberto Dias já qualificado, apresentar sua

Caso Hm - Defesa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

defesa

Citation preview

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 91 VARA DO TRABALHO DE SO PAULO

Processo n 0001-2009-201-02-00-1

Confeces Homem Moderno Ltda. pessoa jurdica de direito privado, com sede na Rua Lisboa n 120, na Comarca de So Paulo, devidamente inscrita no CGC/MF sob o n 01.987.345/0001-00, vem por seus advogados que ao final assinam, (Procurao anexa), com sede na Avenida Rebouas n 1234, Consolao, CEP 03012-000, na Comarca de So Paulo, no Estado de So Paulo, respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, face Reclamao Trabalhista proposta por Roberto Dias j qualificado, apresentar sua

DEFESA

pelas razes de fato e de direito que passa a aduzir:

DO PEDIDO

O autor prope reclamao trabalhista aduzindo, em sntese, que foi admitido como vendedor em 01/04/02 e que em janeiro de 2003 foi promovido ao cargo de gerente, mas que apesar do cargo no possua reais poderes de gesto, sendo somente um vendedor mais qualificado, que recebia salrios de R$ 1.500,00 e comisses de R$ 9.000,00, que sua jornada de trabalho era de segunda a sexta-feira das 8h as 22hs, sem intervalo para refeies, que no recebia horas extras, que como benefcios tinha um veculo Pajero/2009, que sofreu danos morais decorrentes de presso da Diretora Marli para ter com o requerente uma relao mais que simplesmente profissional em troca de ajuda para suportar as cobranas pelas quedas das vendas de uma das linhas de produtos, e que por ter rejeitado tais presses foi demitido sem justa causa em 01/06/09, no tendo recebido as verbas rescisrias nem o TRCT e que no passou pelo DRT ou Sindicato na resciso.Postula o Reclamante, o pagamento das horas extras retroativamente, bem como a multa legal pelo seu no pagamento, a utilizao dessas horas extras na base de clculo das verbas rescisrias, que o veculo Pajero/2009 seja considerado como benefcio e que tal efeito reflexo seja considerado no clculo das verbas rescisrias, o pagamento de frias vencidas e proporcionais e da multa legal eventualmente aplicvel pelo seu no pagamento, de 13 salrios vencidos e proporcionais e da multa legal eventualmente aplicvel pelo seu no pagamento, o recolhimento junto ao INSS das diferenas salariais eventualmente apuradas, bem como das multas legais previstas eventualmente aplicveis, a liberao do FGTS mais a multa de 40% e a multa legal eventualmente aplicvel pelo seu no pagamento, a liberao das guias para seguro desemprego, a correo na carteira de trabalho do motivo do desligamento e danos morais decorrentes da presso psicolgica sofrida.

Feita essa breve introduo, a r passa a contestar.

DAS PRELIMINARES

DA IMPUGNAO DE DOCUMENTOS

Primeiramente a Reclamada quer impugnar todos os documentos que esto acostados inicial e que no preencham as formalidades ditadas pelo artigo 830 da CLT. Outrossim, se contrape a tudo quanto consta da petio inicial, pois no condiz com o a verdade dos fatos como a seguir ser esclarecido e provado.

DA COMISSO DE CONCILIAO PRVIA

pblica e notria a existncia do histrico e glorioso Sindicato dos Empregados da Indstria de Tecelagem, tanto quanto o a existncia da Comisso de Conciliao Prvia (CCP) neste valoroso sindicato e, desta forma, o no cumprimento da obrigao da prvia busca da citada comisso, como previsto no art. 625-D, da CLT, sob o argumento do desconhecimento de sua existncia pelo reclamante, no merece guarida e, por decorrncia, no pode prosperar a presente demanda, sob pena de se transformar em letra morta todo o disposto no Ttulo VI-A da CLT, sem motivo justo que o faa valer.

Meritssimo, se de fato desconhecido pelo reclamante e por seu defensor a existncia da CCP Sindical, tal dvida poderia ter sido suprida por uma simples ligao telefnica. Caso ainda assim, persista a dvida, esta torna-se cabalmente afastada pela reclamada nesta sua pea de defesa, que formalmente informa ao reclamante da existncia da CCP no Sindicato dos Empregados da Indstria de Tecelagem, do qual era o reclamante filiado, e dessa forma, cabe a sustao do corrente pleito e sua devoluo para debate e discusso no frum adequado, qual seja, preliminarmente deve ser levado CCP do Sindicato dos Empregados da Indstria de Tecelagem.

Isto posto, roga a reclamada, sejam cumpridos todos os preceitos legais, para ambos os contendores da demanda. Pleiteia, dessa forma a reclamada improvimento em preliminares da corrente demanda, sem julgamento de mrito, para que este possa ser submetido Comisso de Conciliao Prvia do Sindicato dos Empregados da Indstria de Tecelagem.

Se o menor deslize, que seja, da reclamada, faria com que a lei possa ser usada contra ela, que o seja tambm contra o reclamante!

DA PREJUDICIAL DE MRITO

DA PRESCRIO

Com fulcro na previso do I, do art. 11, da CLT, vem a reclamada apontar a prescrio de parte do pleito do reclamante. fato que a distribuio da presente demanda se deu em 23/09/09 e, dessa forma, esto prescritos todos os direitos decorrentes de fatos anteriores a 23/09/04, podendo apenas serem discutidos os fatos posteriores a essa data.

NO MRITO

Caso as preliminares sejam ultrapassadas, a r passa a contestar o mrito do feito.

DAS HORAS EXTRAS

Alega o reclamante que era gerente somente na nomenclatura do cargo, sem poderes, mas de fato, o reclamante era diretor empregado.

Possua subordinados, possua procurao da empresa para realizar negcios, assinava os contratos de venda da empresa, comprometia a empresa junto aos clientes com relao a prazos de entrega, qualidade do produto, preos etc, possua, pois, poder de gesto.

No pode, dessa forma, prosperar sua pretenso de afirmar ser um diretor de mentirinha, no fazendo juz, portanto, ao recebimento de horas extras e seus relexos como previsto no II, do art. 62, da CLT.

DOS BENEFCIOS

Alega o autor ter recebido como benefcio um veculo Pajero/2009, entretanto, o carro era da empresa e s podia ser usado na realizao de negcios, levando e trazendo clientes fbrica ou em algum evento de negcios, como um almoo, no ficando com o reclamante.

Dessa forma, o veculo Pajero/2009 no se encontrava sua disposio e no era para seu uso pessoal, era de fato da empresa, para utilizao dos diretores, ele inclusive, no podendo, portanto, ser considerado como um benefcio.

Na verdade, o autor, na condio de diretor, recebeu um corsa 1.0, branco, ano 2000, e mesmo assim, tal veculo era para poder desempenhar suas funes como diretor, acompanhando vendedores em visitas de vendas, carregando pequenos volumes de mercadorias para demonstrao, para permitir seu deslocamento entre vrias praas, proceder a visitas comerciais, realizar viagens de negcio em nome da empresa etc.

Por essas razes no pode, portanto, a utilizao dos veculos pajero/2009 ou corsa/ 2000 pode ser considerada como benefcio, uma vez que eram para o trabalho e no para uso pessoal.DA DEMISSO POR JUSTA CAUSA

Revolta-se o reclamante contra sua demisso por justa causa, alegando que seu afastamento se deveu queda dos seus resultados de vendas.

Entretanto, no poderia ser mais enganosa tal afirmao. Sua dispensa por justa causa se deveu sua atitude improba e por sua conduta incontinente no trabalho, fatos que a seguir passam a ser expostos.

DO USO INDEVIDO E NO AUTORIZADO DOS PODERES DE GESTO OU DA QUEBRA DA CONFIANA POR ATITUDE IMPROBA

Passados alguns meses do incio de sua atuao como diretor, verificou-se que o autor aproveitava-se de sua condio de diretor para realizar gastos no autorizados pela diretoria. O autor apresentava todos os dias notas de restaurantes caros, acima dos padres permitidos pela empresa, e justificava tais gastos como despesas com clientes. No raro, declarava nos relatrios de despesas que a diretora Marli estava acompanhando-o nessas ocasies, o que se verificou ser mentira.Verificou-se igualmente que o reclamante levava o veculo Pajero para sua casa, sem autorizao, sob argumento de que o carro de D. Marli estava quebrado ou ento que os jantares com clientes haviam terminado tarde, impedindo a devoluo do veculo.Aps uma criteriosa verificao, constatou-se que o reclamante fazia mal uso de seus poderes e da confiana que a empresa lhe depositava.DA INCONTINNCIA DE CONDUTA DO AUTOR

O reclamante, desde que entrou na empresa, sempre teve um comportamento exaltado em face do sexo oposto, na verdade, o reclamante foi um aventureiro, um Don Juan.

O episdio relativo Da. Marli foi um dos muitos ocorridos na empresa, tendo ela sido igualmente foi alvo de suas investidas.

Em verdade, seu baixo desempenho profissional foi apenas o que se costuma chamar de gota dgua, mas sua demisso por justa causa baseia-se quebra de confiana, configurada por sua atitude improba e por sua incontinncia de conduta, previstos nas alneas a) e b) respectivamente do art. 482, da CLT.

DA ALEGAO DE NO RECEBIMENTO DAS VERBAS RESCISRIAS

Alega o autor no ter recebido as verbas rescisrias, mas em verdade tal afirmao carece de um mnimo de veracidade, pois as verbas trabalhistas rescisrias cabveis foram depositadas no prazo correto no Banco onde o autor possui conta (anexo comprovante de depsito das verbas).

Destaque-se que a sua demisso por justa causa, implicando em que o mesmo s teria direito ao saldo de salrios, o que de fato foi depositado.

DO DANO MORAL

Alega o autor ter sofrido presso psicolgica por parte de Da. Marli que o assediava, em troca de ajuda para se manter no cargo de diretor.

Ocorre que o reclamante, desde que entrou na empresa, sempre teve um comportamento exaltado em face do sexo oposto, na verdade, o reclamante sempre foi um aventureiro, um Don Juan.

O episdio relativo Da. Marli foi um dos muitos ocorridos na empresa, tendo ela sido igualmente alvo de suas investidas.

Os bilhetes acostados aos autos, pelo reclamante, no provam qualquer situao de seduo ou presso, no passando de anotaes de bom humor que so freqentes em reunies longas de diretoria. Nada provam. Na verdade, poderiam ser criadas milhares de situaes diferentes, das quais tais bilhetes poderiam ser fruto, rogando dessa forma a reclamada a possibilidade de produo de provas testemunhais, como forma de provar sua lisura e ticas profissionais, para que no paire qualquer dvida sobre a conduta de sua diretora.Na verdade inverte o autor a verdade dos fatos. Se houve algum que se insinuava e buscava relacionamento mais que simplesmente profissional com outro colega, tal pessoa foi o reclamante. Desta maneira, carece de verdade suas alegaes, no podendo prosperar o pleito, sob o risco de se cometer grave injustia com funcionria de reputao ilibada e alto grau de conduta.

DA JUSTIA GRATUITA

O Reclamante requer o benefcio da justia gratuita, mas em nenhuma oportunidade prova no ter condies de arcar com as custas do processo, conforme lhe incumbia nos exatos termos da legislao vigente, razo pela qual no deve ser deferida.

HONORRIOS ADVOCATCIOS

Incabveis vez que a presente reclamao trabalhista no se enquadra a Lei n 5.584/70.

Incabveis ainda, de acordo com o Enunciado de n 219, do C. TST, mormente ante a edio do Enunciado de n 329, do C. TST.

DA M-F DO LITIGANTE

Diante do acima exposto, requer-se que o Reclamante seja declarado como incurso nos artigos 17 e 18 do Cdigo de Processo Civil e condenado ao pagamento a Reclamada, do equivalente ao preceituado nos supra artigos, com juros e correo monetria legal, bem como demais despesas efetuadas.

DA COMPENSAO

Por cautela, na hiptese de ser a r condenada ao pagamento de quaisquer das verbas pleiteadas, o que se admite apenas por argumento, requer-se a compensao de todos os valores comprovadamente pagos a qualquer ttulo, durante o perodo laborativo conforme o artigo 767 da CLT.

JUROS E CORREO MONETRIA

Em caso de eventual condenao, o que se admite apenas como argumento, os juros e correo monetria devem seguir os ditames da Legislao pertinentes em vigor.

RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIRIOS

Em caso de eventual condenao deve a sentena descriminar as verbas sob as quais incidem contribuio previdenciria, nos termos do art. 43 da Lei n 8.212/91 alterada pela Lei n 8.620/93.

Ainda, no total da condenao deve ser abatido o valor correspondente a parcela do empregado para a Previdncia Social, pois constitui obrigao do empregado tal recolhimento, segundo a alnea c, do pargrafo nico do artigo 16 do Decreto 2173/97.

Havendo obrigao legal do recolhimento por parte do empregado, no se justifica que a empresa deva arcar sozinha com as contribuies, devendo ser deduzida do total do crdito do Autor o valor da parte que lhe cabe para a Previdncia Social.

O mesmo ocorre com o Imposto de Renda, que encargo do Reclamante, devendo o valor correspondente, ser deduzido do total de seus crditos e recolhido aos cofres pblicos, segundo orientao do Provimento n 01/93 da Corregedoria Geral da Justia que estabelece em seus artigos 1 e 2.

Assim, na oportunidade do pagamento, se a ao no for julgada improcedente, deve ser abatido o valor do Imposto de Renda do total a ser recolhido pelo Reclamante.

CONCLUSO

Face ao exposto e a tudo mais que dos autos consta, protestando provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente pelo depoimento pessoal do Autor, sob pena de confesso, juntada de novos documentos e prova pericial, requerida pela Reclamado se necessrio for.

Requer desde j a improcedncia total do pedido, condenando-se o Autor em todas as cominaes de direito.

Pede deferimento.

So Paulo, 06 de novembro de 2009

..................Nicola Virtu

Advogado - OAB