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Uma ponte | entre nós Cristina Isabel Júlio Leandro Murilo Roberto Sheila Suzuki Pochini César Rossi Souza Kammer Rabadaji Oliveira curador Douglas Negrisolli organização Norberto Stori

Catálogo Uma ponte entre nós

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Catálogo da Exposição: Uma Ponte entre nós

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Page 1: Catálogo Uma ponte entre nós

Uma ponte | entre nós

Cristina Isabel

Júlio Leandro

Murilo Roberto

Sheila

Suzuki Pochini César Rossi Souza Kammer Rabadaji Oliveira

curador Douglas Negrisolli

organização Norberto Stori

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apoio

Saguão das Artes Instituto de Artes da UNESP

de 24 de agosto a 24 de setembro de 2011

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Uma ponte entre nós

A fotogra!a no século XXI foi amplamente divulgada e socializada por diversos meios: celulares, câmeras em alta

resolução, webcams e a interação com as mídias sociais. A imagem tornou-se uma metáfora dela mesma em uma

sociedade onde tudo é imagem. A publicidade, as relações míticas e paradoxais pela Internet, a relação do

humano com seu corpo, o prazer, a felicidade, o meio ambiente.

E pensamos, qual é o papel fundamental da fotogra!a nos dias atuais?

Sete artistas que exploram fotogra!a como linguagem, como meio (ou um dos meios) de sua pesquisa visual,

mostram seus trabalhos incorporando-os na captura do programável, do essencial, do complexo e ao mesmo

tempo simples do cotidiano; ora poético, ora provocador, os olhares se interpenetram dando sentido ao tema.

Cada artista aqui promove um exercício diferente para o olhar: Sheila Oliveira faz uma construção com o próprio

corpo e suas experiências afetivas. Roberto Rabadaji em um ensaio com gelo/água na busca de novos matizes.

Murilo Kammer capturando o movimento e a propriedade poética do material. Leandro Souza entre algumas

memórias libertárias se permite sonhar. Júlio Cesar Rossi na busca do novo em seu próprio quarto. Isabel Pochini

busca novas observações para o olhar. Cristina Suzuki com fotogra!as triviais, jocosas e que as vezes exigem o

olhar atento aos detalhes.

O título uma ponte entre nós é provocante e dúbio...

Não se tem a certeza de qual é a ligação sugerida, se é entre artista e público, entre eu e você, uma unidade de

medida, ou mesmo os nós... percalços que podem ser atravessados por pontes construídas.     Douglas Negrisolli Historiador de Arte – Curador independente

 

Catálogo Online www.douglasnegrisolli.com/umaponteentrenos

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Cristina Suzuki

CRISTINA SUZUKI SÉRIE PORTRAIT

técnica: Impressão digital sobre tecido

dimensões: 1,40 x 2,40 m ano: 2009

Cristina busca várias formas de usar a fotogra!a em sua passagem na cidade e ao mesmo tempo traz uma sensação de deja vú quando encontra uma almofada rosa no meio das #ores rosas caídas no chão. Ela apresenta a fotogra!a como um meio de externar todo o símbolo, as vezes perdido, do elemento “cidade”. As ! guras estão ali e são super valorizadas ou minimizadas, como preferir; através do tamanho e disposição na série Fotocelular. Sim, assim tudojuntomesmo. A série Fotocelular iniciou em 2003 e continua até os dias atuais, a artista se propõe a capturar momentos diversos e intrigantes em suas caminhadas. Nesta mostra há um contraponto: a série Portrait de 2009 exibe algumas impressões em tecido que são colocadas em locais que a luz pode passar, janelas por exemplo. A luz pode provocar no expectador uma mudança de sensações quando encontra as ‘cortinas’ em diferentes tempos do dia e noite evocando uma materialidade que não seria transmitida no papel, por exemplo. O contraponto é feito pelas fotos muito pequenas da série Fotocelular e das muito ampliadas como as da série Portrait. Talvez a artista transmita com as fotos grandes uma vivacidade que não se encontraria no papel normal, ou mesmo contrapor o bucolismo contido em cada grande impressão através da luz das janelas.

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CRISTINA SUZUKI SÉRIE FOTOCELULAR

técnica: Fotogra!a dimensões: 10 x 15 cm

ano: 2006 - 2011

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Isabel Pochini As séries de Isabel Pochini sempre surpreendem de uma forma boa. A artista é multidisciplinar (como quase todos os artistas desta mostra) nas suas aquarelas e gravuras - busca a cor - na fotogra!a não é diferente. Em um “ensaio” com # ores no jardim ela descobre o poder do macro da câmera fotográ!ca e chega ao menos indexical possível do objeto “#or”. Ela transcende o objeto para buscar sua condição mais lúcida e talvez mais lúdica possível, liberando o expectador para pensar e se sujeitar a aferir algo sobre sua série. A série que a artista chama “Situação” mostra que ela não monta as fotos, mas vai retirando de suas matrizes iniciais toda a cor que é possível. As vezes lembra alguns mestres Impressionistas quando alterna entre as cores de maneira tão vívida. A série chama atenção pois tem a cor como especial, em tempos de alta resolução ela promove o desfoque.

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ISABEL POCHINI Série Situação (de 1 a 9) técnica: fotogra!a digital dimensões: 36 x 46 cm ano: 2011

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Júlio César Rossi

As fotos da Janela lembram sonhos, às vezes, até pesadelos. Depende de quem os vê.

O jornalista traz, para esta exposição, sua busca mais libertária, com um olhar além a

série “A Simetria do Não Lugar”. Usando a câmera em seu próprio quarto, o fotógrafo

busca o movimento e um outro uso da cor. A mística da composição chama atenção

por continuar a questão do "Não Lugar", em que lhe é cabido, e que se torna um corpo

com ser presente nele. O movimento da câmera, que provoca o desfoque, é o

importante, pois desconstrói a arquitetura urbana de seu cotidiano mais íntimo.

A janela sem dúvida possui uma ênfase !losó!ca enorme. Ela pode ser a entrada da luz,

ou a saída dela. Pode deixar ver, ou deixar [algo] ser visto. Pode personi!car o voyeur

pelo simples prazer de ver. Pode signi!car a entrada da vida para o mundo, ou a saída

dela.

Talvez evoque o tempo

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JÚLIO CESAR ROSSI JANELA técnica: Fotogra!a dimensões: 50 x 60 cm (cada) ano: 2011

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Leandro Souza

Nesta exposição são mostradas duas peças de duas séries diferentes da trajetória do artista. A

primeira é a Nem sempre azul que traz um céu composto por várias aves de diferentes

espécies e tipos, onde o artista questiona entre outras questões a ecologia, com o céu cinza.

O artista experimenta olhar para o céu, fotografar e depois montar a imagem das aves uma a

uma por computador; o cenário é montado mas não deixa de trazer uma dramaticidade do

céu cinza e a falta de horizonte que Leandro encontrou quando deixou Salvador (Bahia) e

veio para São Paulo.

A outra imagem que compõe o trabalho de Leandro nesta exposição é da série

Reminiscências e que foi escolhido pelo diálogo que causa ao lado dos pássaros de Nem

sempre azul. O rosado e azulado remetem ao céu mas na verdade o artista fotografa o mar

quando estava dentro de um avião. As cores e a matéria pixelada da foto traduzem uma

experiência visual dúbia e que traz até um pouco da nostalgia do neo-impressionismo

deixado para que o expectador faça a ponte.

Ambos trabalhos transcendem o caminho do olhar e evocam um diálogo forçado quando

estão juntos: o céu cinza e a imagem colorida parecem se complementar entre o real e o

poético, entre o romântico e o fulgaz.

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LEANDRO SOUZA Pássaros técnica: Fotogra!a dimensões: 70 x 105 cm ano: 2011

LEANDRO SOUZA Sem Título 5 (da série reminiscências) técnica: Fotogra!a dimensões: 43 x 65 cm ano: 2011

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Murilo Kammer

A produção de Murilo sempre esteve ligada com a relação intrínseca do material. O cobre, o carvão,

o óleo, o papel sempre tiveram profunda ênfase na materialização de uma conexão entre céu e

terra, água, ar e o elemento orgânico.

Não é diferente a transição que ele usa com o suporte da fotogra!a. O artista apresenta nesta

mostra três trabalhos da série Ascendências que trazem elementos muito brancos e cinzas gerando

luz na imagem e re#exão a cerca das formas fotografadas. Faz uma ponte entre o ser humano e o

desejo de crescer, de literalmente, como diz o título da série - ascender. O trajeto !losó!co na obra

de Murilo tem uma relação muito íntima com a escolha dos materiais, junto com as imagens ele

incorpora um bastão de cobre que une as três peças fotográ!cas relacionando-as simbolicamente.

Esta relação com o material relembra Yves Klein no !nal de sua carreira quando incorpora as folhas

de ouro e o azul simbolizando um campo de forças de atração e repelimento forçadas pelo próprio

impulso material e suas cores.

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MURILO  KAMMER  ASCENDÊNCIAS  técnica:  Impressão  fotográfica  sobre  papel  de  algodão  dimensões:  variadas  ano:  2004  –  2011    

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Roberto Rabadaji

O trabalho de experimentação fotográ!ca de Roberto vem de muitos anos antes da

máquina digital. Essas fotos expostas dialogam com matizes produzidos a partir de gelo se

derretendo e luzes focadas, formando-se vários prismas.

A beleza das cores faz diálogo com o as !guras amór!cas que podem lembrar esculturas de

Henry Moore com suas curvas produzidas pelo degelo. O fotografo utiliza da água que é um

elemento essencial para a vida como uma forma de explorar suas capacidades plásticas

enquanto matéria sólida. Ele identi!ca e aguarda pacientemente o degelo para então

experimentar os matizes que são produzidos na lente da câmera.

Aprofunda com os vapores da água no último processo, quando se condensam e voltam ao

estado líquido, lembrando os estágios singulares da vida e das mudanças dela.

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ROBERTO RABADJI SÉRIE ÁGUA técnica: Fotogra!a dimensões: 30 x 42 cm (cada) ano: 2010

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Sheila Oliveira

O trabalho singular que a fotógrafa desenvolve é muito derivado do seu papel de

mãe e suas angústias cotidianas. Quase todas as fotos expostas nesta mostra estão

aureoladas, como os santos retratados em obras do Fra Angelico, Sheila usa a

interferência do circular para conectar ao divino, são são mandalas produzidas

manualmente e transportadas por métodos digitais para a ampliação. A estética com

as interferências produzidas manualmente lembram quadros de Gustave Moreau e a

técnica de pintura com muitas texturas e decalques.

A temática talvez tenha uma referência vital da obra de Eduard Munch e da angústia

que as cores e a paleta marrom provocam no expectador. O aspecto sombrio das

cores com o próprio corpo da fotógrafa permitem relacionar com o título

Impermanente e Conexão com a dimensão do contemporâneo a cerca dos vários

medos universais, como a perda da razão e a solidão. Segundo a fotografa, o ser

humano deslumbra algo do divino em todas as ocasiões.

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da esquerda para direita, de cima para baixo SHEILA OLIVEIRA IMPERMANENTE II técnica: Fotogra!a, impresso com pigmento mineral sobre papel de algodão dimensões: 90 x 90 cm ano: 2010 SHEILA OLIVEIRA IMPERMANENTE III técnica: Fotogra!a, impresso com pigmento mineral sobre papel de algodão dimensões: 90 x 90 cm ano: 2010 SHEILA OLIVEIRA CONEXÃO I técnica: Fotogra!a, impresso com pigmento mineral sobre papel de algodão dimensões: 90 x 90 cm ano: 2011

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Ficha Técnica

Curador e produtor cultural Douglas Negrisolli Projeto grá!co da exposição Douglas Negrisolli e Cristina Suzuki Textos Douglas Negrisolli Organização da exposição Norberto Stori Créditos das fotos Artistas: Cristina Suzuki Isabel Pochini Júlio César Rossi Leandro Souza Murilo Kammer Roberto Rabadji Sheila Oliveira Montagem Júlio César Rossi e Murilo Kammer Assessoria de imprensa TRIVIA Comunicação (Diego Pudo) Apoio Instituto de Artes da UNESP TRIVIA Comunicação Apex do Brasil Catálogo online e WebSite Douglas Negrisolli www.douglasnegrisolli.com/umaponteentrenos

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