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FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · “A velha contrabandista”, de Stanislaw Ponte Preta, ... O autor do texto é Stanislaw Ponte Preta. b) Quais são as personagens

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Retratos do cotidiano

Autor Wancléia Helena da Silva Sanches

Escola de Atuação Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral-EFM

Município da escola Santo Antônio da Platina

Núcleo Regional de Educação

Jacarezinho

Orientador Vera Maria Ramos Pinto

Instituição de Ensino Superior

UEMP- Campus Jacarezinho

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Relação Interdisciplinar -----

Público Alvo

Alunos da 8ª série do Ensino Fundamental

Localização

Colégio Estadual Dr. Ubaldino do Amaral- EFM

Rua: Coronel Capucho, 907- Santo Antônio da Platina-Pr

Apresentação:

O fracasso escolar, especialmente no ensino fundamental, tem mostrado deficiência no ensino-aprendizagem da escrita e da leitura. Considerando-se, ainda, que a atividade de produção textual sempre foi um trabalho árduo na escola e, comumente apresentada de forma descontextualizada, faz-se necessário um trabalho sistemático, partindo do incentivo à leitura para possibilitar aos alunos a ampliação dos horizontes de sua criatividade, seguido da utilização de uma sequência didática (SD) do gênero crônica, voltada para a produção textual. Sendo assim, o presente material visa contribuir para tentar sanar as dificuldades dos alunos em produzir textos.

Palavras-chave: Produção textual; gêneros textuais; crônica.

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

WANCLÉIA HELENA DA SILVA SANCHES

UNIDADE DIDÁTICA

RETRATOS DO COTIDIANO

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Educação do Paraná – SEED sob orientação da Professora mestre Vera Maria Ramos Pinto em cumprimento às atividades pertinentes ao professor PDE.

JACAREZINHO

2011

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IDENTIFICAÇÃO PROFESSORA PDE: Wancléia Helena da Silva Sanches

ÁREA PDE: Língua Portuguesa

PROFESSORA ORIENTADORA: Vera Maria Ramos Pinto

IES: UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Jacarezinho

OBJETOS DE ESTUDO: Produção de texto

GÊNERO DE TEXTO: Crônicas

MATERIAL DIDÁTICO: Unidade Didática

SÉRIE: 8ª série do Ensino Fundamental

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Introdução

Este material foi elaborado seguindo a concepção de gêneros discursivos/ textuais

sob as óticas de Bakhtin(2003), Bronckart(2006), Marcuschi (2008), Koch e Elias

(2006-2010 ) dentre outros.

A aplicação da Unidade Didática ocorrerá por meio da organização dos conteúdos

em uma Sequência Didática (SD), doravante SD, com base em Dolz, Noverraz e

Schneuwly (2004).

A SD constitui-se uma ferramenta essencial para o trabalho pedagógico e será

realizada em etapas, em uma turma de 8ª série do Ensino Fundamental do Colégio

Estadual Dr. Ubaldino do Amaral da cidade de Santo Antônio da Platina/PR.

1ª ETAPA

APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

Nesta etapa, os alunos tomarão conhecimento do projeto coletivo de produção de

um texto do gênero crônica, bem como todas as características do referido gênero,

condições de produção, onde circula, finalidade, entre outras.

O professor deverá informar aos alunos que a crônica é um gênero textual com

poucos personagens identificados, este texto possui como fato inicial uma situação

do cotidiano ou alguma notícia publicada em jornais falados e escritos. Nela um

conflito quebra a tranquilidade da personagem e, ao fim, tal conflito é resolvido.

Nesse momento, o objetivo é apresentar aos alunos o problema de comunicação

(necessidade de se produzir uma crônica para ser publicada num jornal impresso/

on line da cidade).

A partir daí, a turma construirá uma representação da situação de comunicação e da

atividade de linguagem a ser executada. Assim, acreditamos que o aluno será

motivado a escrever um texto em função de uma situação de comunicação

particular.

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Conhecendo o gênero textual crônica

O que é uma crônica?

Menor que um conto e maior que uma piada, a crônica conta um episódio

cativante cuja trama é leve e digestiva, envolvendo muita ação, poucas personagens

e uma conclusão inusitada. O humor anedótico ou a crítica mordaz são os traços

mais comuns da crônica narrativa. Geralmente não há intromissão do narrador como

digressões, comentários, apontamentos dissertativos, atendo-se aos fatos, à história

criada.

O cronista usa uma linguagem simples, espontânea, quase uma conversa, ele

ainda ajuda o leitor a refletir criticamente sobre questões sociais, atos e sentimentos

humanos.

Em seguida, serão apresentadas algumas crônicas, para que os alunos possam

analisá-las e entendê-las e, ao final desta SD, produzir sua própria crônica para ser

divulgada num jornal de circulação local ou disponibilizá-la num site de notícias da

região.

Professor: Antes de apresentar as crônicas aos alunos, poderá ser exibido o filme abaixo como motivação:

O homem nu, 1997, direção de Hugo Carvana.

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Texto 1

“A velha contrabandista”, de Stanislaw Ponte Preta, disponível no site:

HTTP://WWW.CASADOBRUXO.COM.BR/POESIA/S/SERGIO19.HTM (ACESSO EM 06/06/11).

Atividades de leitura e compreensão da crônica “A velha contrabandista”

1. Texto curto, poucas personagens, tempo e espaço limitados são algumas das

características do gênero crônica. Na crônica “ A velha contrabandista” :

a) Quem é o autor do texto?

O autor do texto é Stanislaw Ponte Preta.

b) Quais são as personagens envolvidas na história?

Sugestão de resposta: A velha e o fiscal.

c) Onde acontecem os fatos narrados ?

Sugestão de resposta: Na alfândega.

d) Qual o tempo de duração desses fatos?

Sugestão de resposta: Diariamente, durante meses.

e) Para quem o autor escreveu esse texto?

Sugestão de resposta: Para aqueles que têm acesso a esse texto, os leitores.

Professor: Para o reconhecimento do gênero, o professor deve ler uma crônica. Sugerimos a leitura da crônica: “A velha contrabandista”, de Stanislaw Ponte Preta. Providencie cópias do texto sugerido para que os alunos possam acompanhar a leitura. Convide-os a ouvir atentamente a leitura da crônica. Pergunte se eles costumam ler crônicas que são publicadas em jornais, revistas ou livros. Pergunte, também, se eles sabem quais são os temas preferidos pelos cronistas. Conheça o que os alunos já sabem sobre o gênero crônica.

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f) Qual a intenção do autor ao escrever esse texto?

Sugestão de resposta: Divertir, distrair o leitor. Mostrar a falta de ética, a esperteza e a

sagacidade representadas pelas personagens.

g) Qual o suporte de circulação ou onde encontramos esse gênero textual?

Sugestão de resposta: Em livros, jornais, revistas, internet...

h) Resuma, em poucas linhas os fatos narrados.

Pessoal.

2. Com relação ao gênero, é correto afirmar que a crônica

a) parte do cotidiano e acaba por criar reflexões mais amplas.

b) tem como função informar o leitor sobre os problemas cotidianos.

c) apresenta uma linguagem coloquial, afastando o público leitor.

d) consiste na apresentação de situações pouco realistas, em linguagem metafórica.

Resposta: letra a.

3. Com relação à linguagem da crônica em estudo, assinale as alternativas corretas:

(X) Os fatos são narrados de forma pessoal, subjetiva.

( ) Os fatos são narrados de forma impessoal, objetiva.

(X) Em relação à linguagem, a crônica está mais próxima de um texto literário como

o conto.

( ) A linguagem da crônica está mais próxima de um texto do noticiário do jornal.

Atividades de análise linguística

1) Releia o texto e observe os verbos e os pronomes empregados para responder as

questões abaixo:

a) Em que pessoa os fatos são relatados?

( ) 1ª pessoa ( ) 2ª pessoa (X) 3ª pessoa

b) O narrador é:

( ) narrador - personagem (X) narrador - observador

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2) No trecho “Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da

alfândega mandou ela parar”. Em que pessoa do discurso, estão os pronomes

destacados?

Sugestão de resposta: Estão na 3ª pessoa do singular.

3) Um texto narrado em 3ª pessoa do singular indica que o narrador é observador,

ou seja, que ele relata acontecimentos que ele tenha presenciado ou tomado

conhecimento. Transcreva abaixo um trecho do texto lido em que apareçam verbos

ou pronomes na 3ª pessoa.

Sugestão de resposta: “Um dia ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou ela

parar.

4) É comum que o autor traga aspectos da oralidade da língua para o texto do

gênero crônica. Encontre no texto exemplos de expressões próprias da linguagem

oral/informal.

Sugestão de resposta: “Que diabo a senhora leva nesse saco?” , “Manjo essa

coisa de contrabando pra burro.” , “O senhor promete que não “espaia”?” .

5) Observe as palavras em destaque:

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta.

a) Diz que é uma expressão popular. Reescreva-a de acordo com a norma culta.

Sugestão de resposta: Dizem que... ou Diz-se que

b) Compare as frases abaixo:

- Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta.

- Era uma velhinha que sabia andar de lambreta.

Qual a diferença entre elas?

Sugestão de resposta: A segunda deixou de ser popular e perdeu a força do estilo humorístico do

autor.

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6) A gíria faz parte da linguagem oral. Em situações adequadas, ela pode ganhar

graça e força de expressão na linguagem escrita. Observe o trecho abaixo :

“Manjo essa coisa de contrabando pra burro.”

a) Destaque as expressões da linguagem coloquial (oral).

Sugestão de resposta: “Manjo” e “pra burro”.

b) Reescreva o trecho na norma culta.

Sugestão de resposta: Entendo muito bem de contrabando.

7) Observe este trecho da história da velhinha:

... e respondeu:

__ É areia!

O autor também poderia ter escrito assim:

... e respondeu que era areia.

a) Qual das duas construções você prefere? Por quê?

Sugestão de resposta: Pessoal. Aqui, a primeira construção (discurso direto) é mais viva, mais

expressiva que a segunda (discurso indireto)

Fique atento!

Ao escrever uma crônica, o autor volta seu olhar para notícias veiculadas em

jornais falados e escritos e para fatos do cotidiano. E registra com sensibilidade

acontecimentos simples por meio da linguagem escrita, transformando-os em breves

momentos poéticos, criando humor ou provocando uma reflexão crítica da vida

social, política ou econômica.

Professor: Destacar para os alunos que: Os cronistas, nas crônicas contemporâneas, organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, frequentemente como quem conta um caso, em tom intimista. Inserem em sua narrativa diálogos recheados com expressões cotidianas.

Professor: Destacar para os alunos que: Os cronistas, nas crônicas contemporâneas, organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, frequentemente como quem conta um caso, em tom intimista. Inserem em sua narrativa diálogos recheados com expressões cotidianas.

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Da notícia à crônica

Fique sabendo!

Comentar uma notícia, essa era a função das primeiras crônicas publicadas

nos jornais. Atualmente há cronistas que divulgam suas crônicas nos mais variados

meios como programas de TV e rádio, outros, ainda, publicam-nas em sites na

internet.

A notícia tem por objetivo principal relatar o fato ocorrido de maneira

impessoal, evitando ambiguidade.

Para a realização dessa atividade, selecionamos uma notícia extraída de um

jornal local (Santo Antônio da Platina/PR), o jornal Npdiario.com em 09/06/201, que

foi transformada em uma crônica pelo escritor platinense Renato Chagas.

NOTÍCIA:

Preso chefe de quadrilha em Ribeirão do Pinhal

Bando agia pela internet

As polícias civil e militar do município de Ribeirão do Pinhal, prenderam na manhã

Professor:

Traga para a sala de aula recortes de notícias publicadas em jornais, especialmente da região;

Faça grupos e distribua os recortes para que leiam tenham oportunidade de lerem várias notícias;

Esclareça que alguns autores escrevem suas crônicas baseados em notícias publicadas no jornal;

Peça que cada grupo escolha a notícia mais pitoresca, leia para a turma e explique por que ela foi escolhida.

Levar crônicas escritas a partir de notícias de jornal. O escritor Moacyr Scliar , por exemplo, escrevia suas crônicas para o Jornal Folha de S. Paulo sempre baseado em notícias do cotidiano.

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desta quinta-feira, dia nove, por volta de 6 horas, Henrique Augusto Dionísio

Pulcinelli, 25 anos, que chefiava um bando que praticava crimes virtuais pela

internet.

Foram apreendidos um computador, celulares, cartões, extratos bancários e diversos

cheques. O computador será encaminhado para o Instituto de Criminalística para

realização de perícia.

Após investigações sigilosas e monitoramento realizado pelos investigadores, o

delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho obteve mandado de busca

cumprido, na manhã de hoje, na Rua André Javorski, 949, nesta cidade.

Henrique já tinha contra si mandado de prisão preventiva e, mesmo foragido, é

suspeito de praticar um recente golpe contra um morador de São Paulo, na quantia

de 8300 reais, parte do adiantamento da venda de uma motocicleta no site "Mercado

Livre" cujo valor combinado era 9 mil reais. Só que a motocicleta não pertencia ao

estelionatário que usava fotografias como isca para as vítimas.

Fagner Maciel, primo do capturado, já havia sido preso semanas atrás por blitz

realizada pelo Sargento Nilson Pinheiro dos Reis e com ele os militares encontraram

anotações contábeis, sendo consignada, em uma delas, justamente a quantia de

nove mil reais.

Com a prisão de Henrique, todos os integrantes da quadrilha (Henrique, Zoraide,

Dionisio Pulcinelli, Luiz Patrick, Danilo Marques Maciel, Fagner Fernando Maciel e

Rogerio Dionísio), foram capturados e as investigações encerradas.

O caso agora fica para a Justiça aplicar a pena, caso sejam confirmadas as provas

em juízo.

Participaram das diligências os investigadores Carlos Venâncio, Jamil Pereira de

Barros e José Shishido, alem dos policiais militares Sds Mascarenhas e Gevanildo

Valim.

Npdiario.com(09/06/2011)

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CRÔNICA:

O QUE VEREMOS MAIS?

Lembro-me dos antigos filmes de faroeste onde os bandidos com lenços cobrindo os

rostos perseguiam as diligências atirando e também recebendo tiros do guarda e

dos passageiros. Era um trabalho duro o de assaltar diligências. Afinal, o bandido

corria o risco de levar chumbo pelas ventas, também. Os assaltantes de banco

igualmente correm lá os seus riscos, a profissão é deveras perigosa. Temos ainda os

que explodem os caixas eletrônicos e mesmo eles correm riscos. Uma noite dessas,

um artefato explodiu antes da hora e a assaltante (nesse caso foi uma mulher)

quase que ficou aos pedaços. Somente os que roubam pela internet não correm

riscos de sofrerem nenhum dano físico, a não ser que por muito azar quebre um

dedo nos teclados, coisa pouco provável de acontecer. É isso, agora roubam o

dinheiro dos incautos pela internet. Nada de mãos ao alto, é um assalto! Nada de

entrar ou sair atirando. Pela internet a coisa é limpa. Mostra-se uma mercadoria que

tanto pode ser uma motocicleta, um carro, bem como um relógio ou um par de

brincos ou mesmo uma boneca inflável e aguardar como uma aranha no centro da

teia as vibrações da vítima e atacar. Recebe-se parte do dinheiro pedido por aquela

mercadoria, ou todo ele, e pronto, tudo era virtual e o comprador foi roubado assim,

numa boa, nem ele nem o bandido correndo riscos maiores além de o roubado ficar

sem seu rico dinheirinho, e o ladrão de ser apanhado, o que diga-se, não é lá muito

fácil. São os tempos. Tudo muda, o rio que passa nunca é o mesmo, mas lá está.

O que veremos mais?

Renato Chagas

Professor:

Depois de lidas a notícia e a crônica, apresentaremos aos alunos uma pequena biografia do

escritor Renato Chagas.

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Conhecendo o autor:

Renato Tadeu Chagas nasceu a 28 de

outubro de 1949 na pequena cidade de

Santo Antônio da Platina, na região Norte

Pioneiro do Paraná. Educador físico.

Escreveu o primeiro poema aos oito

anos, dedicado à sua professora

primária, por quem se apaixonara... No

ginásio escrevia crônicas para o jornal do

grêmio estudantil. Depois, tentou o

conto, publicando alguns em jornais e

revistas do Paraná. Foi classificado no

concurso da revista “Escrita”, de São

Paulo. Já publicou quatro livros; “Os

Degraus da agonia”, “Uma vez um

domingo”, “O Quinto Set”, “A Montanha

dos Lagartos de Ouro”. Nunca se

importou quando lhe diziam que escritor

morre de fome. Escreve por necessidade

de escrever, senão fica doente.

Desenhista de “cartoon” além de escritor,

fazendo tiras para o jornal “Estado do

Paraná”, de Curitiba, com personagens

de sua criação: um hóplita, uma

psicóloga e uma gralha. Escreve para os

jornais npdiário.com, Tanosite.com e

Tribuna do Vale. Em outubro de 2011

lançará um novo livro.

Imagem cedida pelo autor

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Entrevistando o autor...

Juntamente com o professor, os alunos devem elaborar algumas perguntas

para fazer a um autor convidado para conversar com a turma.

Sugestão de questionamentos:

Quando você começou a escrever?

Quais suas principais obras?

Você fica feliz quando alguém pergunta como se tornou escritor?

Onde você publica seus textos?

Você já ganhou algum prêmio por sua obra literária?

Que conselhos você daria a alguém que pretende ser escritor?

Professor: Num segundo momento, poderá ser convidado um cronista conhecido na cidade ou região em

que atua para conhecer e conversar com a turma. Para o desenvolvimento dessa atividade, no

nosso caso, como moramos em Santo Antônio da Platina- PR, pretendemos convidar, o ex-

professor e autor da crônica O que veremos mais?, Renato Chagas, que, além de muito querido

pelos alunos, escreve suas crônicas para os jornais da região.

Nessa oportunidade, será feita uma entrevista bastante informal e descontraída com o

convidado, visando desmistificar o pensamento de que os escritores são pessoas distantes e

inacessíveis, e ainda ressaltar que a crônica pode ser produzida por cada um, partindo de

situações inusitadas.

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Sugestões de livros de crônicas e crônicas:

Antologia de Crônicas – Organizado por Heberto Sales – Ediouro publicações

de lazer e Cultura, 2003.

Antologia da crônica brasileira – Organizado por Douglas Tufano – Ed.

Moderna, 2005.

Comédias para se ler na escola – Luiz Fernando Veríssimo Ed. Objetiva,

2005.

Elenco de Cronistas Modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros]

– José Olympio, 2005.

Mais comédias para ler na escola – Luiz Fernando Veríssimo – Objetiva,

2008.

O imaginário cotidiano – Moacyr Scliar – Ed. Gaia, 2006.

O nariz – Para Gostar de ler – Luiz Fernando Veríssimo – Ed. Ática, 2004.

200 Crônicas Escolhidas – As melhores de Rubem Braga – Ed. Record, 2004.

Professor:

Oportunize aos alunos a leitura de diversas crônicas. Selecione, juntamente com a bibliotecária de sua escola, alguns livros de crônicas,

procurando mesclar autores de diferentes épocas. Leve os alunos para a biblioteca e proporcione um momento de leitura (deixe-os à vontade

para escolher aquelas que mais gostarem), e esclareça previamente que na aula seguinte devem expor oralmente para a turma a crônica lida mais interessante, o assunto e seu respectivo autor.

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Ampliando os conhecimentos sobre o gênero crônica...

Texto 2

“A última crônica”, de Fernando Sabino, disponível no site:

http://ribeirobr.blogspot.com/2009/04/ultima-cronica-fernando-sabino.html (acesso

em 06/06/11).

Atividades

a) Qual o tema ou assunto da crônica lida?

Sugestão de resposta: O narrador–personagem procura um fato do cotidiano para escrever

sua última crônica e vê num botequim um casal com uma menininha comemorando o

aniversário dela.

b) quem é o narrador da história?

Sugestão de resposta: O cronista.

c) Por que o texto se intitula “A última crônica”?

Sugestão de resposta: Porque o cronista precisa escrever a última crônica daquele ano,

provavelmente para ser publicada no jornal do dia seguinte.

d) A Literatura é importante na vida do narrador? Por quê?

Sugestão de resposta: Sim, é importante, é o seu trabalho.

e) Qual a relação da crônica com a vida de Fernando Sabino?

Resposta pessoal.

f) E você, gosta de escrever? O quê?

Resposta pessoal.

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Atividades de análise linguística

1) Releia o primeiro parágrafo e anote abaixo um trecho onde o autor:

a) Empregue um verbo na 1ª pessoa do singular.

Sugestões de resposta: “... entro num botequim ...” , “Na realidade estou adiando ...” ,

“Gostaria de estar inspirado...”.

b) Empregue pronomes na 1ª pessoa do singular.

Sugestões de resposta: “A perspectiva me assusta.” , “Eu pretendia apenas recolher...”.

c) Use marcas de tempo e lugar.

Sugestões de resposta: “mais um ano” , “a caminho de casa” , “botequim da Gávia”.

Professor: Sugerir aos alunos que pesquisem em livros na biblioteca ou sites da internet a biografia de Fernando Sabino, ou se achar mais adequado, traga para ser lida em sala e comentada.

Biografia de Fernando Sabino disponível no site:

http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp

Sugestão de leitura: “Como comecei a escrever” de Fernando Sabino. In: Para gostar de ler – volume 4 – Crônicas, Ed. Ática – São Paulo 1980 . p . 8.

2ª ETAPA

PRODUÇÃO INICIAL

Nessa etapa, uma produção inicial do gênero crônica será solicitada aos

alunos. Essa produção terá o objetivo de diagnosticar e definir problemas pontuais,

quando será necessária a intervenção do professor através de oficinas ou módulos.

Esses módulos serão elaborados depois da produção inicial, não podendo,

dessa forma, ser aqui inseridos, pois serão trabalhadas as dificuldades de cada

turma particularmente, completando assim a SD.

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Professor:

Produção e Reescrita de textos

A reescrita faz parte do processo de escrita, é uma prática trabalhosa, mas importantíssima.

Assim, é necessário lembrar aos alunos que esta primeira produção será um rascunho para a

produção final;

Lembrá-los, ainda, que as dificuldades encontradas na primeira produção serão trabalhadas

durante as aulas e, só, então terão, a oportunidade de reescrevê-la para serem divulgadas num jornal

impresso/on line da região.

Agora é a sua vez!

Com base nas leituras e atividades realizadas, e em tudo o que aprendido

com o autor entrevistado, produza um texto a partir de uma cena do cotidiano que

considere interessante ou de uma notícia que leu ou ouviu recentemente.

Ao produzir o texto, você deve:

criar uma narrativa que mostre a visão pessoal dos acontecimentos;

poderá empregar a 1ª ou 3ª pessoa (narrador – personagem ou

narrador – observador );

usar marcas do tempo e lugar que revelam fatos cotidianos;

partilhar fatos cotidianos com seu leitor, dando singularidade a eles;

trazer aspectos da oralidade para a escrita: expressões de conversa

familiar/íntima, o pronome você;

pontuar os diálogos corretamente;

dar um final inusitado para o seu texto;

escolher um título que chame a atenção do leitor e possa mobilizá-lo para a

leitura do texto.

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3ª ETAPA

PRODUÇÃO FINAL

Para concluir e avaliar as atividades realizadas, será proposta a produção

final a fim de que os alunos possam transpor as capacidades desenvolvidas nas

oficinas. Os textos, produzidos pelos alunos, passarão por refacções e reescritas,

sendo, nesse momento, avaliado se o trabalho com questões mais formais tiveram

resultado satisfatório.

Depois dessa fase, o processo de interação comunicativa se completa e os

textos serão enviados ao jornal local para serem publicados oportunamente.

Produção e Reescrita de textos

Novamente é com você!

Reescreva a sua crônica observando e empregando os conhecimentos que você

adquiriu durante as atividades trabalhadas nos módulos.

Não se esqueça de observar as orientações expressas antes da primeira produção.

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Referências:

AMARAL, Heloísa. O gênero textual crônica. In Na ponta do lápis. São Paulo: Fundação Itaú Social; MEC; dez. 2008. BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de Letras, 2006. DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michéle; SCHENEWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SCHENEWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro. Campinas (SP): Mercado de Letras, 2004. KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Martins Fontes, 2004. ________________; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Cortez, 2006.

_________________; Ler e escrever. Estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2010.

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