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LEITURA LITERÁRIA: Encontros, Descobertas e Aprendizagens

ANGELINA ARAÚJO CAMILO1

RITA MARIA DECARLI BOTTEGA2

RESUMO

O presente artigo apresenta os resultados da aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica, realizado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. O referido projeto propôs um trabalho voltado para leitura de gêneros textuais pertencentes ao universo da literatura, tendo em vista que, no processo de ensino- aprendizagem, quanto maior o contato com os gêneros textuais, mais possibilidade se tem de entender o texto e fazer múltiplas leituras. Dessa forma, optou-se por trabalhar com dois gêneros: o Conto e a Crônica. A escolha desses gêneros deu-se pelo fato de que são textos curtos, possíveis de serem trabalhados com alunos de 7º e 8º ano e que possuem riqueza literária, já que abordam os dramas comuns aos seres humanos nos diferentes momentos da vida. Nessa perspectiva, os objetivos do trabalho foram: Despertar o interesse dos nossos alunos para a leitura de textos literários (contos e crônicas); desenvolver o gosto pela leitura de textos narrativos, aguçando a capacidade de observar, imaginar, criar, expressando por diferentes formas suas ideias e pontos de vista; Formar leitores apreciadores de contos e crônicas. Foram trabalhados vários textos, organizados em forma de coletânea para consultas e leituras, as obras de quatro autores: Luís Fernando Veríssimo, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), Lygia Fagundes Telles e Ana Maria Machado. Ao final, organizou-se uma “Mostra de Trabalhos”, na qual os alunos apresentaram aos colegas de outras turmas e turnos e à comunidade escolar o trabalho produzido a partir da leitura dos autores escolhidos. Com o trabalho desenvolvido nas atividades de Implementação Pedagógica alcançou-se um resultado satisfatório, os alunos mostraram-se receptivos e participativos, gostaram das atividades, leram todos os textos propostos na coletânea e demonstraram interesse em retirar na biblioteca obras dos autores trabalhados. A comunidade escolar, por sua vez, também participou ativamente estando presente no momento das apresentações. No final da Implementação, foi possível perceber amadurecimento dos alunos em relação à leitura e maior envolvimento deles com o texto literário, manifestado pelo aumento da procura de livros na biblioteca e do nível de leitura.

Palavras-chave: Leitura; Conto; Crônica; Gênero; Literatura

1 Graduação em Letras pela Unoeste- Universidade do Oeste Paulista. Professora da Rede Estadual de Ensino – Colégio Estadual Dr. Tancredo Neves-EF e Médio e integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. 2 Doutorado em Educação na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Docente do Curso de Letras da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal Cândido Rondon. Área de interesse: ensino de Língua Portuguesa.

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1. INTRODUÇÃO

A escola é uma instituição à qual a sociedade delega a responsabilidade de

prover às novas gerações o conhecimento. Esse conhecimento está intrinsecamente

ligado às atividades de leitura, que é uma atividade fundamental para a formação do

cidadão. Nesse contexto, a prática da leitura na escola se faz necessária e, ao levar o

aluno a aprender e gostar de ler, os professores estão oferecendo a ele um vasto

caminho para o conhecimento, para a reflexão. Para Silva (2005, p. 24) “a prática de

leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas

de leitura pode ficar sabendo quais suas obrigações e também pode defender os seus

direitos...”

A grande maioria dos problemas que os alunos enfrentam ao longo dos anos

de estudo é, muitas vezes, decorrente de problemas de leitura. Ler é uma atividade

extremamente complexa que envolve questões semânticas, culturais, ideológicas,

filosóficas e também fonéticas. O que é ensinado na escola, não somente na disciplina

de Língua Portuguesa, está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter

e desenvolver. A leitura é a realização do objetivo da escrita, quem escreve, escreve

para ser lido, o que confira a leitura como um caminho de produtor ao leitor, caminho

este que pode ser trilhado em diferentes momentos e espaços. Assim, ler é um

processo de descoberta e requer um trabalho paciente, perseverante, desafiador,

principalmente na escola. Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica

Língua Portuguesa, (PARANÁ, 2008), ao ler, o indivíduo usa as suas experiências, os

seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as

várias vozes que o constituem. Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos

em diversas esferas sociais, jornalísticas, artísticas, judiciária, publicitária.

No entanto, o ato de ler aqui exposto não se refere somente à decodificação,

pois como Marisa Lajolo afirma:

Ler não é decifrar, como num jogo de advinhações, o sentido de um texto. É, a partir, do texto ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista (LAJOLO, 1982, p. 59).

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Por sua vez, Geraldi argumenta que “A leitura é um processo de interlocução

entre leitor/autor mediado pelo texto. Encontro com o autor, ausente, que se dá pela

palavra escrita” (GERALDI, 1984, p. 80). Pelo exposto pelos dois autores acima, ler

não é um mero gesto mecânico, ele exige que o leitor se inclua no texto e dele faça

parte, articulando o que apresenta o texto ao seu conhecimento de mundo, elaborado

também por leituras anteriores.

Muitas vezes, na prática pedagógica docente, o professor enfrenta muitos

desafios quando os objetivos em relação à leitura não são atingidos. Isso gera angústia

e faz com que o professor, muitas vezes, procure enfrentar esses percalços que lhe

são colocados no dia a dia questionando: Como fazer com que nossos alunos se

interessem pela leitura e consigam progressivamente ler de fato textos mais

complexos? A falta de interesse pela leitura é uma questão evidente em boa parte das

escolas, pois muitos alunos só leem quando o professor os obriga. Grande parte dos

nossos adolescentes, talvez pela fase que estão passando, possuem dificuldade em se

concentrar em uma leitura silenciosa, poucos são os que desenvolvem interesses pela

leitura e menos ainda são os que buscam retirar livros na biblioteca por iniciativa

própria. Alguns questionamentos levantados por Riolfi nos fazem refletir sobre o jovem

aluno em transformação e sua relação com a linguagem:

Como fazer o jovem se interessar pelas sutilezas da língua e da literatura? Que tipo de laço pode ser construído entre professor e o jovem aluno, no mundo contemporâneo, onde os valores de autoridade já não residem nos pais e nos professores? (RIOLFI, 2008, p. 7).

Alguns jovens hoje não se sentem mais parte de um grupo social claramente

delineado e não se responsabilizam pela manutenção dos recursos de uso comum, é

possível citar aqui como exemplo os telefones públicos, prédios escolares, que muitas

vezes são depredados por alguns jovens que não pensam que estão prejudicando os

próprios moradores e a si mesmos. Para entender essas questões é preciso

compreender o período de transformação do jovem: adolescência. RASSIAL, (1997,

apud RIOLFI, 2008, p. 7) afirma que “O início da adolescência é marcado pela

decepção de que os pais não são heróis, mas pessoas comuns, com conflitos, limites,

e desejos.”

Levando em conta tais elementos, é primordial investigar a relação do jovem

com a palavra, quando esta não promove o seu envolvimento, pois, muitas vezes, na

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sala de aula, o docente trabalha com os textos literários que são apresentados nos

manuais didáticos de forma fragmentada. Nesse caso, o uso dos textos literários é

voltado apenas para responder questões de interpretação de textos, realizar exercícios

de metalinguagem, estudo da gramática normativa e não se consegue despertar no

jovem o interesse pela leitura, e nem promover o envolvimento dele com o texto,

acionando o seu conhecimento de mundo e atualizando-o no texto que está sendo

estudado.

Magda Becker Soares, ao se referir à leitura estudos de textos como instância

de escolarização inadequada da literatura denuncia:

Ao lado do acesso ao livro na biblioteca escolar, ao lado da leitura de livros promovida em aula de Português, a literatura se apresenta na escola sob a forma de fragmentos que devem ser lidos, compreendidos, interpretados. Certamente é nesta instância que a escolarização da literatura é mais intensa, e é também nesta instância que ela tem sido mais inadequada (SOARES, 2006, p. 25).

Diante de tal problemática, foi elaborado o Projeto de Intervenção Pedagógica,

desenvolvido com alunos do 7º e 8º anos do Ensino Fundamental do Colégio

Estadual Dr. Tancredo Neves – EF e Médio, através de leituras dos gêneros textuais

Contos e Crônicas, visando desenvolver uma prática pedagógica inovadora para com

a leitura de textos literários. Procuramos trabalhar com esses dois gêneros textuais de

forma a construir uma prática gradativa que nos leve, enquanto professor, a uma ação

segura dentro das nossas aulas de Língua Portuguesa. Escolhemos alguns autores

para desenvolver o nosso trabalho: Luís Fernando Veríssimo, Sérgio Porto (Stanislaw

Ponte Preta), Lygia Fagundes Telles e Ana Maria Machado. Com o trabalho,

almejamos atingir vários objetivos, dentre eles:

a) despertar no educando o gosto por leituras literárias dos gêneros contos e

crônicas;

b) formar leitores apreciadores de Contos e Crônicas;

c) criar receptividade para a leitura do texto literário;

d) ampliar o Universo de leitura e de conhecimento linguístico do aluno;

e) desenvolver no aluno a capacidade de observar, imaginar, criar,

expressando por diferentes formas suas ideias e pontos de vista;

f) desenvolver o gosto pela leitura de textos narrativos e

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g) desenvolver a competência de leitura e interpretação de textos literários

curtos.

Em termos gerais, o trabalho de implementação foi desenvolvido por meio de

leituras silenciosas orais e coletivas, análises dos elementos composicionais dos dois

gêneros, identificando o tema e a finalidade do texto e a relação com os autores

estudados. Na oralidade, foram trabalhados alguns conteúdos que possibilitaram o

desenvolvimento da expressão oral bem como o papel do locutor e interlocutor,

elementos extralinguísticos, entonação, expressão facial, corporal, gestual e pausas.

Ainda na produção de textos os alunos produziram murais, textos do gênero Histórias

em Quadrinhos e ilustrações legendadas das narrativas. Enfim, usou-se várias

estratégias para que os objetivos fossem atingidos.

2. ABORDAGEM TEÓRICO- METODOLÓGICA

2.1 LEITURA

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua

Portuguesa (PARANÁ, 2008), a leitura é vista como um ato dialógico, interlocutivo.

Através da leitura, busca-se propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que

leve o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e ainda tomar uma atitude

responsiva diante dele e do que esse sujeito produziu. Somente uma leitura

aprofundada faz com que o aluno seja capaz de enxergar os implícitos, depreendendo

os possíveis sentidos que cada texto traz, ou seja, “percepção e reconhecimento,

mesmo que inconscientemente, dos elementos de linguagem que o texto manipula”

(LAJOLO, 2001, p. 45). Desse modo, o aluno terá condições de se posicionar diante

do que lê. No entanto, a leitura é plural, polissêmica, depende do que já foi visto e lido

pelo sujeito que lê, pois “A atribuição de sentido advém das experiências de vida e da

história do leitor” (ORLANDI, 1988, p. 27).

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua

Portuguesa (PARANÁ, 2008), na sala de aula é necessário analisar, nas atividades de

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interpretação e compreensão de um texto, os elementos que fazem parte da situação

comunicativa, dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte

em que o gênero está publicado, de outros textos (intertextualidade). É preciso ter em

mente ainda que “A grande familiaridade do leitor com o conteúdo veiculado, pelo texto

interfere também, no modo de realizar a leitura” (ANTUNES, 2003, p. 47). Ainda, as

referidas Diretrizes esclarecem que o aprimoramento da competência linguística do

aluno acontecerá com maior propriedade se lhe for dado a conhecer, nas práticas de

leitura, escrita e oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. Bakhtin (1992,

p. 85), afirma que “Quanto melhor dominarmos os gêneros tanto mais livremente os

empregamos, tanto mais plena e nitidamente descobrirmos neles a nossa

individualidade, onde isso é possível e necessário”.

Dentro desse processo de aprendizagem de leitura, estão presentes os

gêneros discursivos que, segundo Machado, (2005, p. 157), são formas comunicativas

que não são adquiridas em manuais, mas sim nos processos interativos. Então,

entende-se a leitura como um processo de sentido que se dá a partir de interações

sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto e o leitor. A leitura é co-

produtiva de sentido. O leitor nesse contexto ganha o mesmo estatuto do autor e do

texto, em relação à construção ou à produção de sentido do texto.

A leitura, numa concepção de linguagem interacionista, ultrapassa a

compreensão da superfície textual – código linguístico, ela é mais do que o

entendimento das informações, um processo dinâmico entre sujeitos que instituem

trocas de experiências por meio do texto escrito. Paulo Freire (1982), numa entrevista

na qual lhe perguntaram o significado da leitura diz: “Eu vou ao texto carinhosamente,

de modo geral simbolicamente, eu ponho uma cadeira e convido o autor a trocar um

diálogo comigo”. (FREIRE, 1982, apud, PARANÁ, 1990, p. 15). Freire, com seu jeito

poético de refletir sobre as coisas, sintetiza bem a ideia de dialogismo. O sentido, nesta

perspectiva, não é algo pronto, acabado no texto, mas é conferido pelo leitor que age

com seu jeito próprio, sobre o texto. Assim, quanto maior o número de experiências

significativas com o texto escrito, maior desenvoltura o aluno vai adquirir para dialogar

com ele. Nessa compreensão, a apropriação dos conceitos de Freire e Bakhtin sobre

as práticas de ensino de linguagem contribui para que se referencie o ensino de língua

portuguesa na abordagem dialógica e discursiva da linguagem e, de modo especial

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nesse trabalho, trazer os elementos em relação à concepção de linguagem

apresentada e aplicá-los à leitura de textos.

O aprendizado da leitura deve ser acompanhado desde o início da

alfabetização, com leituras de livros, textos variados, livros de imagens com ou sem

textos escritos, no trabalho com as narrativas. Esses recursos vão auxiliar o aluno na

aquisição da leitura, no gosto no prazer e, consequentemente, na aprendizagem. Há

uma variada gama de gêneros discursivos que se apresentam como pertinentes ao

trabalho de leitura nas series iniciais. Tanto nestas, como nas séries finais do Nível

Fundamental, “Ao aprender a ler ou ler para aprender, portanto o indivíduo executa um

ato de conhecer e compreender as realizações humanas, registradas através da

escrita” (SILVA, 1998, p. 42).

É possível formar leitores que gostem e sintam prazer no ato de ler? Magnani

(1989) afirma que isso é possível desde que a escola não adote como critério de

escolha para a leitura bons ou maus livros, mas sim que reconstrua conceitos através

de uma práxis compartilhada e transformadora. Alerta para que a escola não tente

mascarar os conflitos presentes nos textos, mas sim recuperá-los. Nesse sentido, a

formação do leitor envolve também a diversidade na escolha de enredos,

procedimentos narrativos, gêneros, linguagem e métodos como aspectos norteadores

para a seleção e utilização dos textos e, consequentemente, reflexão sobre os

significados da leitura. Assim, o estudo crítico e comparativo do texto como um todo se

apresenta como uma forma de desmistificar e desautorizar modelos, de recuperar o

prazer de saber que há muitos jeitos de ler.

Segundo Magnani (1989, p. 93), “O prazer de ler depende da emoção e da

percepção do leitor, sendo que a literatura é também novidade e ruptura e só será

agente de transformação na medida em que for resultado e lugar de transformação”.

Magnani também procura chamar para a escola e para o professor a

responsabilidade de uma conscientização de trabalho educacional, de posicionamento

diante do mundo que também será um marco histórico e social e que poderá, conforme

for pensado e encarado, continuar a reprodução jesuítica ou ser transformador e

criador de novos sujeitos pensantes.

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Apesar de a proclamada preocupação com a formação do leitor envolver também um consenso político perigoso e ter muito de conservadora e neutralizadora das pressões sociais, se acreditamos na força transformadora da leitura e da literatura, não podemos nos omitir enquanto cidadãos e educadores. Não podemos abdicar do papel histórico que nos cabe: de nos formarmos como leitores para interferir criticamente na formação qualitativa dos gostos de outros leitores (MAGNANI, 1989, p. 94).

Vera Teixeira Aguiar, ao se referir à formação do leitor, salienta:

Levando em conta os dados históricos, que nos permitem localizar a leitura nas sociedades modernas letradas e as contingências sociais que a subordinam diretamente à ação da escola, buscamos compreender o processo de formação do leitor. O estudo da literatura por exemplo já não pode se ater somente a autores obras, mas deve voltar-se para o papel do leitor, pois é através dele que os textos adquirem sentidos. (AGUIAR, 2006, p. 247-248).

Geraldi em “Portos de Passagem” (1993), enfatiza o uso do texto como

unidade de significação, ancoragem para o processo ensino-aprendizagem. Tal

concepção indica como atividades básicas no ensino da Língua Portuguesa: leitura,

análise linguística e produção textual. Destaca também a necessidade de vermos a

leitura como contraparte da produção, de maneira dialógica e não como extração de

informações superficiais. Enfatiza sobre o real papel da atividade de produção textual,

que no momento de produção “se tenha o que dizer”, “se tenha uma razão para dizer o

que se tem a dizer”, “se tenha para quem dizer o que se tem a dizer”, “que o locutor se

constitua como tal (sujeito) que diz o que diz para quem diz”, “se escolham estratégias

para a realização dos itens procedentes”. Assim, por meio da reflexão deste contexto

de produção, poderemos recuperar na escola um espaço interativo em que os

estudantes possam desvelar-se como leitores eficientes de textos, uma vez que sabem

que o texto produzido possui as condições de produção e que é produto do trabalho de

alguém com a linguagem. Dessa forma, nas palavras do próprio autor: “O movimento

entre produção e leitura é para nós um movimento que vem da produção para a leitura

e dessa retorna à produção” (GERALDI, 1993, p. 188). O exposto pelos três autores

acima citados demonstra a necessária preocupação do professor em ser um promotor

de leituras em sala de aula, em qualquer série em que atue.

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2.2. LITERATURA

A literatura como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social.

O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações históricas,

portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em suas

relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: o contexto

de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia, entre

outros. Claudia Riolfi, referindo-se ao termo Literatura, faz a seguinte consideração:

Estamos, pois diante de uma primeira chave de leitura, ao considerarmos que a Literatura se compromete, antes, com a própria linguagem e seu trabalho incessante sobre os sujeitos que a ela se fazem permeáveis. A Literatura não existe por si só, pois demanda uma espécie de boa vontade, uma disposição política de tratá-la como tal. É o que, entre outras coisas, nos diz Manoel de Barros: a literatura exige “delírio” do verbo pelo mesmo gosto que se faz o verbo “delirar”. Delirar pode ter um sem-fim de sentidos, e é esse sem-fim de sentidos que espera ser revirado (RIOLFI, 2008, p. 98).

A literatura dialoga também com outras áreas, conforme nos coloca Bakhtin:

“Os estudos literários devem estabelecer o vínculo com a história da cultura. A

literatura é parte inseparável da cultura, não pode ser entendida fora do contexto pleno

de toda a cultura de uma época” ( BAKHTIN, 1992, p. 360). Assim, por ser construída

por um sujeito em um universo em que a palavra conta com um trabalho mais

específico, a literatura é guiada pela intuição, pela afetividade, e pela sensibilidade e é

nessa perspectiva que a sua valorização deve ser intensificada em sala de aula, tendo

em vista que ensinar a ler vale a pena como possibilidade de realizar cada dia mais, o

encontro do leitor com o autor, mediado pelo texto, no caso da literatura, um texto em

que a ênfase também se encontra no trabalho estético com a linguagem.

2.3. GÊNEROS LITERÁRIOS

O trabalho desenvolvido em sala de aula com gêneros textuais nos faz

compreendermos as características estruturais de um texto e também as condições

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sociais, que levam ao funcionamento e ao bom êxito de seu uso. Segundo Fiorin (

2007, p. 61), “Os gêneros textuais são tipos de enunciados relativamente estáveis,

caracterizado por um conteúdo temático, uma construção composicional e um estilo”.

Para o autor, falamos sempre por meio de gêneros no interior de uma dada esfera de

atividade, eles estão sempre vinculados a um domínio de atividade humana, refletindo

suas condições específicas suas finalidades. Conteúdo temático, estilo e organização

composicional constroem o todo que constitui o enunciado em sua relação de

existência na cadeia de interações possíveis.

Partindo dessa noção de gênero textual e tendo em vista para que e quando

se quer dizer e o local de circulação do texto, escolhemos dois gêneros para dar

sustentabilidade ao nosso trabalho: o gênero Conto e o gênero Crônica. Acreditamos

que através desse trabalho fosse possível estimular a imaginação do leitor, na

proporção que o processo de entendimento do texto pelo aluno aconteceria também

na relação dos textos com as situações que o geraram e a interação com o autor e a

obra por ele produzida. Assim o aluno poderia conhecer as particularidades de várias

leituras, manifestações de um povo, de uma época, além de abordagem de temas

mais próximos dos leitores adolescentes presentes no contos e crônicas dos autores

escolhidos para o trabalho. Através das leituras, o aluno iria se identificar com os

personagens, seus gostos, maneira de ser, pensar, sentir e agir, podendo fazer

inferências com outros textos, levando o aluno a novos diálogos, novos temas, novos

conhecimentos, pois toda leitura envolve um diálogo vivo do leitor com o texto e incita

quem lê a fazer releituras, procurar novos caminhos, novas pistas que terão que ser

preenchidas pelo conhecimento do leitor.

2.3.1. CONTO

O Conto é uma narrativa curta e que se diferencia dos romances não apenas

pelo tamanho, mas também pela sua estrutura, há poucas personagens, nem sempre

analisadas profundamente, há acontecimentos breves, sem grandes complicações de

enredo e há apenas um clímax, no qual a tensão da história atinge o auge. No Conto,

tempo e espaço são elementos secundários, podendo até não existir. Além disso,

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alguns acontecimentos podem ser dispensáveis. Embora o Conto seja hoje uma forma

literária reconhecida e utilizada por inúmeros escritores, a sua origem é muito humilde.

Na verdade, nasceu entre o povo, permanecendo na condição de gênero anônimo.

Começou por ser relato simples e despretensioso de situações imaginárias, destinado

a ocupar os momentos de lazer.

Fruto da sua origem oral, os contos de fadas têm quase sempre uma

estrutura muito simples e fixa, a situação de equilíbrio inicial é destruída, o que dá

origem a uma série de peripécias que só se interrompem com o aparecimento de uma

força retificadora, a caracterização das personagens é sumária e estereotipada, a

fórmula inicial (Era uma vez...ou outra equivalente) remete para o passado e, desse

modo, funciona como um sinal de que se vai passar do mundo real para um mundo

irreal, o mundo da fantasia, onde tudo é possível. Esse mergulho no imaginário termina

em grande parte das vezes com a fórmula final “e viveram felizes para sempre”. Já nos

contos contemporâneos manifestam-se traços de modernidade, tematizando situações

vividas pelo homem contemporâneo, alterando a estrutura fixa característica dos

contos de fadas.

Em síntese, pode-se dizer que os Contos têm uma função educativa e de

entretenimento. Evoluindo em termos de qualidade estética, o conto brasileiro vai

instaurar-se especialmente na modernidade dos anos 60. De acordo com Alfredo Bosi

(1988), o conto brasileiro contemporâneo cumpre a seu modo o destino de ficção,

posto entre as exigências da narração realista, os apelos da fantasia e as seduções

do jogo verbal. Segundo o autor, o conto brasileiro contemporâneo tem assumido

formas de surpreendentes variedades, não só consegue abraçar a temática toda do

romance, como põe em jogo os princípios de composição que regem a escrita

moderna em busca do texto sintético e do convívio de tons, gêneros e significados.

Quanto à invenção temática, o conto moderno traz em seu interior situações

exemplares vividas pelo homem contemporâneo. Se o romance é um traçado de

ventos, o conto tende a cumprir na visada rápida e intensa de uma situação real ou

imaginária. A invenção do contista se faz pelo seu encontro com uma situação que

atrai, mediante um ou mais pontos de vista, espaço tempo e trama, não sendo tão

aleatória ou inocente, como às vezes se supõe, a escolha que o contista faz do seu

universo.

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2.3.2. CRÔNICA

A Crônica, palavra ligada ao termo chronos, deus da mitologia grega que

representa o tempo, surge originalmente com o papel de registrar os fatos cotidianos.

Diferentes moldes de narrativas, sobretudo a européia, foram de grande contribuição

para o desenvolvimento da crônica, entre eles o ensaio inglês e o folhetim francês.

De acordo com Jorge de Sá (2001), no Brasil, a Crônica surgiu com Pero Vaz de

Caminha, na medida em que ele retratou ao rei de modo subjetivo como era a terra

recém- descoberta. Mais tarde, no pé da página da folha do jornal, a crônica era parte

do folhetim, ou seja, “uma seção quase que informativa”, na qual se publicavam

pequenos contos, pequenos artigos, ensaios breves, poemas em prosa, enfim tudo o

que pudesse informar aos leitores sobre os acontecimentos daquele dia ou daquela

semana.

Alguns cronistas impuseram ao texto uma sintaxe nova que alterou a

estrutura da crônica, dando-lhe uma roupagem mais literária, na medida em que

desvendava o real a partir de uma perspectiva subjetiva do fato, com a qual o

recriavam. A crônica é um texto narrativo, em geral curto, trata de problemas do

cotidiano, assuntos comuns, apresenta pessoas comuns como personagens. Tem

como objetivo envolver, emocionar o leitor, diferencia-se do texto jornalístico por não

buscar exatidão da informação. Diferentemente da notícia, que procura relatar os

fatos que acontecem, a crônica os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mostrando

aos olhos do leitor uma situação comum, vista por outro ângulo, singular. E assim,

pode-se dizer que a crônica é uma mistura de jornalismo e literatura, de um lado

recebe a observação atenta da realidade cotidiana e do outro a construção da

linguagem, o jogo verbal. No gênero crônica, humorismo e lirismo manifestam-se num

discurso literário em que se atualizam valores do contexto sócio-cultural.

Ligada à transitoriedade do jornal, a Crônica é direcionada inicialmente aos

leitores apressados desse veículo de informação diária, cuja elaboração tem como

característica primordial a urgência, pois os acontecimentos são extremamente

rápidos e o cronista precisa de um ritmo ágil para poder acompanhá-los. Por tais

motivos, sua sintaxe parece muitas vezes estar desestruturada, muito mais próxima

da conversa entre dois amigos do que propriamente do texto escrito. Essa

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característica leva a uma proximidade maior entre as normas da língua escrita e da

oralidade. Para Sá (2001, p. 11), “O dialogismo vem equilibrar o coloquial e o literário,

permitindo que o lado espontâneo e sensível permaneça como elemento provocador

de outras visões do tema que está sendo tratado numa determinada crônica.”

A Crônica é um gênero altamente cômico. Para Bosi (1988), falar sobre

comicidade é discutir questões relacionadas às formas de construção de discursos

que visam primordialmente a desestabilizar as certezas e reivindicar um lugar no

espaço sociocultural por meio do riso. Através das potencialidades da língua, o

cronista elabora imagens interiores para estabelecer a comunicação com o leitor,

construindo assim pontes entre locutor e interlocutor.

Segundo Jorge de Sá (2001, p. 85-86), no momento em que a crônica passa

do jornal para o livro, temos a sensação de que ela superou a transitoriedade e se

tornou eterna. Nessa mudança de suporte, as possibilidades de leitura crítica se

tornam mais amplas, pois diante da riqueza do texto, agora liberto de certas

referencialidades, o leitor passa a ver novas possibilidades interpretativas a partir de

cada releitura. Assim para Sá

A crônica contemporânea amplia a magicidade do texto permitindo ao leitor dialogar com o cronista de forma bem mais intensa, ambos agora mais cúmplices no solitário ato de reinventar o mundo pelas vias da literatura( SÁ, 2001, p. 86).

Tanto o conto quanto a crônica são gêneros literários que vão proporcionar ao

aluno leituras por prazer e entretenimento, pois considerando o mundo da leitura como

necessidade, cabe à escola abrir as portas deste mundo aos alunos. Quando o aluno

ouve ou lê um texto e é capaz de comentar, indagar ou discutir sobre ele, realiza uma

interação verbal, que neste caso vem ao encontro das noções de Bakhtin (2004) para

quem o confrontamento de ideias, de pensamentos em relação ao texto, tem sempre

um caráter coletivo e social.

A literatura é o caminho que leva o aluno a desenvolver a imaginação,

emoções, sentimentos de forma prazerosa e significativa. Assim, atividades de ler

histórias, de escutá-las são de suma importância para que o aluno se torne um bom

leitor, através do cômico gargalhar com situações vividas pelas personagens, o aluno

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pode ser um pouco participante desse momento de humor, de brincadeiras e de

aprendizagens, fazendo assim inúmeras descobertas. Confrontar o que está exposto

nos contos e crônicas com o seu cotidiano ou mesmo rir do que está exposto é uma

forma do aluno se relacionar com o texto, colocar-se como leitor que atribui

significação, de acordo com o que está exposto no início deste texto por Lajolo (1982).

3. DESENVOLVIMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Nos encaminhamentos do Projeto de Implementação Pedagógica, como ponto

de partida, iniciamos questionando os alunos sobre os conhecimentos que os

mesmos possuíam sobre os dois gêneros que seriam trabalhados durante a

implementação. Nessa atividade, os alunos participaram oralmente, cada qual

expondo seus conhecimentos. Procuramos sanar as dúvidas que iam surgindo ao

longo das colocações, sobre as diferenças e semelhanças entre os dois gêneros

textuais, o Conto e a Crônica. Em seguida, partimos para a leitura dos dois gêneros

textuais, o conto “Esta casa é minha,” da autora Ana Maria Machado, e a crônica “O

lixo,” de Luís Fernando Veríssimo.

Procuramos explorar com atividade oral as características e os elementos que

compõem a narrativa dos dois gêneros, para que os alunos já fossem fixando a

estrutura de um e de outro, de forma que logo os alunos conseguiram diferenciá-los.

A partir desse trabalho inicial, os alunos foram encaminhados à biblioteca para

conhecer as obras dos quatro autores que deram suporte ao nosso trabalho: Luís

Fernando Veríssimo, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), Lygia Fagundes Telles e

Ana Maria Machado. O material coletado para o trabalho de implementação foi

extenso. Foi elaborada uma coletânea de textos dos quatro autores com o objetivo de

ser usada durante o desenvolvimento do projeto.

Em relação à escolha dos autores, destaca-se que as crônicas do autor Luís

Fernando Veríssimo foram selecionadas por serem textos curtos e humorísticos, são

textos que levam os alunos muitas vezes a se identificarem com as personagens; já

os textos do autor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) também são textos curtos,

onde o autor escreve com leveza e humor, sem cansar o leitor, levando-o a querer

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sempre ler mais. Os contos da autora Lygia Fagundes Telles também fizeram parte

da nossa coletânea, pois ela nos contempla com uma literatura investigativa dos

recantos da alma humana, em particular da alma feminina. Os textos da autora Ana

Maria Machado são textos que abordam temas até considerados impróprios para os

alunos adolescentes, com o objetivo de levar a realidade da vida para as crianças,

isso ela faz como muita delicadeza transmitindo as ideias sem chocar tanto.

Essa coletânea foi a base do trabalho de implementação, sendo utilizada

durante todo o trabalho que foi desenvolvido. A partir dos textos selecionados, os

alunos faziam leitura silenciosa, leitura em grupo, apresentações orais, sempre

usando os textos da coletânea, que teve a função de ser um material de consulta

básico. A seleção e organização da coletânea configurou-se como um material

didático, elaborado especialmente para o projeto de implementação pedagógica.

Como tal, a oferta de textos precisaria ser ampla, de forma que estão presentes na

coletânea os textos dos autores:

a) Luís Fernando Verísssimo - Textos: “Acho que tou”, “A Metamorfose”,

“Amigos”, “Atitude Suspeita”, “Complô”, “Duas-peças”, “Emergência”, “Gerações”,

“Lerdeza”, “Linguiças calabresas”, “Na palma da sua mão”, “O líder natural”, “O rico, o

pobre e a galinha”, “O flagelo do vestibular”, “O doze”, “O deus Kramatsal”, “O

otimista”, “Provocações”, “Sexta-feira 13”, “Uma mulher fantástica”, “Uma de cavalo”.

b) Sérgio Porto – textos: “A Expectativa Matrimonial”, “A Estranha Passageira”,

“A vaca e o Câmbio”, “A vontade do Falecido”, “As orelhas dos distintos”, “Aventuras

de Rosamundo”, “À Beira-mar”, “Barba, Cabelo e Bigode”, “Bronca de Esquina”,

“Celinha Convite”, “Cadelinha puro-sangue”, “Conversa de viajante”, “Continho de

Natal”, “Choro, vela e cachaça”, “Caso do marido doido”, “Com a ajuda de Deus”,

“Dois amigos e um chato”, “Esforço cerebral”, “Era a Regininha”, “Eram

parecidíssimas”, “Escovas musicais”, “História do passarinho”, “Ladrões estilistas”,

“Luís Pierre e o túnel”, “Levantadores de copo”, “Madame e o freguês”, “Momento na

delegacia”, “Menino precoce”, “Mulher reformada”, “Mulher de borracha”, “Não me tire

a desculpa”, “Nesta data querida”, “Não sou uma qualquer”, “O leitão de Santo

Antônio”, “O analfabeto e a professora”, “O homem que não foi a São Paulo”, “O

Psicanalisado”, “O grande mistério”, “O mistério da casa mal-assombrada”, “O anjo”,

“O major da cachaça”, “O homem das nádegas frias”, “O cafezinho do canibal”, “O

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cinzeiro azul”, “O hábito faz o amante”, “O diário de Muzema”, “O filho do camelô”, “O

paquera”, “O homem, o bonde e a mulher”, “Prova falsa”, “Paraíba”, “Pagode no

Cosme velho”, “Quem não tem cão”, “Rosamundo no banheiro”, “Razões de ordem

técnica”, “Suplício chinês”, “Testemunha tranquila”, “Terezinha e os três”,

“Testemunha ocular”, “Um cara legal”, “Vamos acabar com esta folga”.

c) Lygia Fagundes Telles – Textos: “A confissão de Leontina”, “Antes do baile

verde”, “A caçada”, “As Pérolas”, “A Presença”, “Biruta”, “A voz do próximo”, “Eu era

mudo e só”, “O Menino”, “O Jardim Selvagem”, “Pomba Enamorada ou Uma História

de amor”, “Venha ver o Pôr-do-sol”.

d) Ana Maria Machado – Textos: “Bisa Bia, Bisa Bel”, “Bem do seu tamanho”,

“Do outro lado tem segredos”, “Do outro Mundo”, “Esta casa é minha”, “História meio

ao contrário”, “Hoje tem espetáculo, No país dos prequetés”, “Menina bonita do laço

de fita”, “Para sempre amor e tempo”, “Palavras, palavrinhas & palavrões”.

A partir do conhecimento da coletânea dos textos dos quatro autores, os alunos

escolheram um deles e iniciaram uma pesquisa biográfica, pesquisaram na biblioteca

e também usaram o laboratório de informática os dados dos autores, cujos textos

estavam na coletânea. Os resultados da pesquisa foram expostos em um mural da

escola. Nessa atividade, houve bastante participação, pois cada aluno se identificou

com um autor nesse primeiro momento para realizar a atividade.

No próximo trabalho, foi proposto aos alunos que fizessem leitura individual

dos textos selecionados para a coletânea, assim eles liam e faziam as trocas dos

textos, as leituras eram feitas em sala de aula e também em casa. Muitos alunos

levaram os textos para fazerem as leituras em casa. Nessa atividade, os textos os

quais os alunos mais gostaram foram as crônicas do autor Luís Fernando Veríssimo,

tanto que ao final do trabalho a coletânea do referido autor estava desfalcada, pois os

textos, de tanto uso e troca, foram se perdendo.

Terminada a etapa da leitura dos textos, foi proposto aos alunos que

escolhessem alguns textos para apresentarem oralmente na sala. Eles apresentavam

o tema do texto e procuravam relacionar com outros textos ou outras situações do

qual eles tinham conhecimento. Em seguida, procuravam apontar as características

dos dois gêneros, traçando diferenças e semelhanças entre o conto e a crônica.

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Como haviam muitos textos, foi possível não repetir os textos para as apresentações,

o que gerou uma certa “novidade” e interesse dos demais alunos.

Nessa atividade, o 8º ano se destacou participando com muita empolgação e

êxito; já no 7º ano, alguns alunos mostraram dificuldades em expor o que tinha sido

proposto. Acreditamos que nessa série os alunos não estavam suficientemente

maduros para tal tarefa, talvez pela experiência menor que eles tinham em relação à

leitura de textos literários, concluímos que esse tenha sido um ponto de dificuldade

no desenvolvimento do projeto.

A próxima proposta foi ler e interpretar dois textos, sendo que um deles foi o

texto “Amigos,” do autor Luís Fernando Veríssimo, o outro foi o texto “ A voz do

próximo,” da autora Lygia Fagundes Telles . O texto Amigos, de Veríssimo é uma

crônica com muitos diálogos, os alunos participaram fazendo a leitura em grupo de

três. Para apresentar, caracterizaram-se representando as personagens. Foi uma

atividade bastante interessante, onde todos participaram com afinco, depois da leitura

foi feita a interpretação pontual dos dois textos. A leitura dramatizada mostrou-se um

recurso interessante para o envolvimento dos alunos com o texto, o que resultou em

uma melhor compreensão do texto lido.

Outra atividade que foi trabalhada foi a contação das narrativas de forma

criativa, na qual os alunos apresentavam os textos em forma de teatro, encenação ou

diálogo. Nessa atividade, todos participaram, empenharam-se em realizar a tarefa,

caracterizaram–se conforme as personagens e faziam imitações. Foi uma atividade

prazerosa e divertida devido às encenações e imitações que os alunos faziam,

gerando um momento de muito riso e descontração. Os textos que foram usados

nessa atividade, todos de Veríssimo foram: “Sexta feira 13”, “Complô”, “O rico o

pobre e a galinha”, “O Flagelo do Vestibular”, “O líder natural”, “Lerdeza” e “Linguiças

Calabresas”. Como já foi dito, a imitação das características e trejeitos dos

personagens pelos alunos foi muito interessante. Os textos do autor Sérgio Porto que

foram apresentados foram: “Cadelinha puro-sangue”, “A estranha Passageira”, “O

analfabeto e a professora”, “Eram parecidíssimas”, “O homem que não foi a São

Paulo”. Nesses textos, os alunos tentavam imitar as personagens, os meninos faziam

vozes de mulheres, tudo com muita descontração. Os textos da autora Lygia

Fagundes Teles que foram apresentado foram dois: “Biruta” esse conto traz a história

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de um menino órfão que perde o seu único amigo, um cão, o outro foi o conto “O

Menino”. Neste último conto, a história retrata a decepção de um menino quando

descobre que sua mãe está traindo seu pai. Ambos os textos mexem com o

emocional do leitor, pois a autora procura apresentar com a palavra escrita a

realidade envolta na sedução do imaginário aguçando a curiosidade do leitor. Isso

ficou claro nas apresentações que foram feitas, pois o sentimento dos alunos em

relação às personagens foi identificado e facilmente justificado pelo enredo dos

contos. Da autora Ana Maria Machado, três alunas dramatizaram o conto “Menina

bonita do laço de fita”. Na dramatização, uma aluna fez o papel da menina, outra, o

papel do coelho e outra fez o papel da mãe da menina. Neste conto, a autora enfatiza

a beleza da cor da menina, valorizando a beleza negra. A apresentação ficou

bastante interessante, pois aluna que fez o papel da menina é uma aluna negra e o

papel desempenhado por ela foi uma combinação perfeita entre o enredo do conto e

suas características físicas.

Outra atividade que foi proposta foi uma pesquisa sobre outros autores que

escrevem os mesmos gêneros literários. A pesquisa foi um sucesso, os alunos

usaram a biblioteca e o laboratório de informática para pesquisar e selecionar o

material. Os autores pesquisados foram: Moacir Scliar, Dalton Trevisan, Rubem

Fonseca e Fernando Sabino. Por meio dessa pesquisa, os alunos passaram a

conhecer um pouco desses autores e, a partir do material selecionado, foi organizado

um mural.

Na finalização do trabalho de implementação, foi proposto um trabalho de

leitura em grupo, no qual os alunos escolheram os textos e montaram apresentações

para a comunidade escolar, como: encenação de peças teatrais, teatro com

fantoches, apresentação das narrativas em forma de história em quadrinho e

apresentação das narrativas com gravuras. Nessa atividade todos participaram, vários

grupos fizeram histórias em quadrinhos e narrativas com gravuras. Um grupo

apresentou uma peça teatral e outro apresentou o teatro com fantoches. Na

sequência, estão elencadas cada uma das atividades desenvolvidas na finalização

do projeto.

a) Na apresentação dos trabalhos, um dos grupos montou um teatro usando

uma crônica do autor Luís Fernando Veríssimo “Acho que tou”. Essa crônica tem

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como tema a gravidez na adolescência e suas consequências, onde a personagem é

Vanessa, uma adolescente que engravida do namorado. O grupo montou um teatro

encenado e no final das encenações apresentou uma mensagem alertando os jovens

sobre a gravidez precoce e os perigos de contrair uma DST se não tiver o uso de

preservativos.

b) O teatro com fantoches foi apresentado por três alunos, eles apresentaram o

texto “Amigos”, de Luís Fernando Veríssimo. O texto conta a história de dois amigos

que se reencontram depois de vinte anos e cada um aponta o defeito do outro e, no

final, acabam inimigos pelo resto da vida. A apresentação teatral foi bastante

engraçada, pois no texto o autor utiliza-se de uma linguagem simples, descontraída e

bem elaborada, cativando o leitor, o que esteve presente também nas falas dos

“alunos atores”.

c) No trabalho com as histórias em quadrinhos foram reproduzidos os textos:

“Uma de cavalo”, “O Otimista”, “Duas-peças”, “Acho que tou”, do autor Luís Fernando

Veríssimo. “Esforço Cerebral”, “Viva o Morto”, “O hábito faz o amante”, “Cadelinha

puro-sangue”, “Celinha Convite”, do autor Sérgio Porto. As reproduções foram

expostas em uma das salas. Os alunos que realizaram os trabalhos permaneceram

atendendo os visitantes, respondendo alguns questionamentos sobre os textos que

usaram para fazer as reproduções, foi interessante porque oralmente eles iam

expondo informações sobre as narrativas usadas.

d) Nas reproduções de histórias com gravuras foram usados os textos da

autora Ana Maria Machado: “Menina bonita do laço de fita”, “Bisa, Bisa, Bisa Bel”, “Do

outro lado”, “Esta casa é minha”, “Palavras, palavrinhas & palavrões”. Esse foi um

trabalho bem minucioso, através de desenhos e colagens os alunos procuraram

reproduzir as histórias e isso chamou a atenção dos visitantes que elogiaram o

desempenho dos alunos.

A apresentação e exposição dos trabalhos foram feitas à noite, no dia

17/11/2011. Toda a escola foi convidada, mesmo os alunos de outras séries que não

estavam participando do projeto. Os pais e comunidade também foram convidados,

foi bastante interessante porque tantos os alunos quanto os pais se empenharam em

comparecer à exposição dos trabalhos. A escola localiza-se em uma comunidade

rural, onde a maioria trabalha na agricultura e, nessa época do ano, os pais estão

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fazendo plantações e chegam muitas vezes tarde em casa, mesmo assim todos se

empenharam em comparecer. Os alunos realizaram os trabalhos e os pais

compareceram nas apresentações, cada qual procurou colaborar de alguma forma.

Os alunos que expuseram os trabalhos agiram com naturalidade diante das

colocações que iam fazendo aos visitantes. Outros alunos se mostraram ansiosos,

principalmente aqueles que iam apresentar os teatros, muitos ficaram preocupados,

com medo de que na hora das apresentações esquecessem as falas, mas ao final

tudo correu bem e todas as apresentações foram bastante aplaudidas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desenvolver o interesse e o gosto pela leitura é um processo constante que

começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. A

prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que

começamos a compreender o mundo à nossa volta. Nos constantes desejos de

decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob

diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no

contato com um livro, enfim, em todas essas situações estamos, de certa forma,

lendo, embora muitas vezes não nos damos conta.

Os resultados obtidos no decorrer deste trabalho foram satisfatórios e

acreditamos que contribuirão para que os educadores possam refletir sobre o

desenvolvimento do gosto pela leitura nas aulas de Língua Portuguesa e que tem

muito a ganhar com o uso dos gêneros textuais no contexto da sala de aula,

especialmente com o trabalho com contos e crônicas. Enquanto educadores,

acreditamos que as ideias expostas ao longo desse artigo podem proporcionar uma

nova concepção sobre o trabalho em sala de aula, a partir do trabalho com os

gêneros contos e crônicas, contando sempre com a participação dos alunos como

leitores ativos.

Ao longo da aplicação do projeto, pudemos perceber que, para despertar o

gosto pela leitura, e necessário que os professores desenvolvam atraentes atividades,

como projetos e rodas de leituras, que são atividades que podem ser eficazes em

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qualquer idade e que os alunos decidam juntamente com os professores quais livros

que querem ler, porque, muitas vezes, o professor considera importante a leitura de

um determinado livro fazendo com que a leitura se torne algo obrigatório, isso pode

não ser o melhor caminho. Um material didático como a coletânea de textos – contos

e crônicas – mostrou-se muito eficiente no momento de socializar os autores e seus

textos para as escolhas de atividades.

Para suscitar o desejo e garantir o prazer da leitura, o professor deverá

respeitar alguns direitos do aluno, como de escolher o que ler, o de reler, o de ler em

qualquer lugar, assim a leitura passa a ser uma imã que atrai e prende o leitor, essa

percepção conseguimos ter ao apresentar a coletânea de textos dos quatro autores,

onde os alunos podiam escolher por autor ou por título, depois de um tempo os

mesmos faziam comentários entre si, como “tal autor, seus textos são mais

interessantes” o outro respondia “eu não acho, prefiro tal autor”. Assim, concluímos

que dando opção de escolha o trabalho se torna mais atrativo e o aluno vai

construindo as suas referências de leitura.

A leitura é, pois, uma das chaves para o acesso ao conhecimento. Cabe ao

professor propiciar momentos de efetivo trabalho, em que o texto escrito literário

possa ser analisado, trazendo à tona a plenitude de sua beleza e nós professores de

Língua Portuguesa temos a responsabilidade de fazer a mediação, de promover esse

encontro entre o texto e o aluno. Se o professor acreditar que, além de informar,

instruir ou ensinar, o livro pode dar prazer, encontrará meios de mostrar isso ao

educando, que vai se interessar, vai querer buscar no livro essa alegria e esse prazer.

Isso nos ficou bem claro, pois, ao final da implementação do nosso projeto, vários

alunos passaram a procurar a biblioteca mais vezes e, no final do período letivo,

muitos foram os que levaram livros para serem lidos nas férias.

Assim sendo, não temos a pretensão de apresentarmos formas mágicas,

constituindo esse trabalho como algo concluído, apenas registrar o que foi possível

abstrair desse momento em nossa caminhada. Acreditamos que conseguimos

estabelecer conexões significativas entre nossos alunos e o despertar para a leitura,

contribuindo para a construção de caminhos mais produtivos na busca de uma

educação de melhor qualidade para nossos educandos.

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Lembramos ainda que sempre existirão pedras no caminho, mas que a

consciência de sua existência deve ser encarada como um fator desafiador que nos

impulsiona a encontrar um jeito novo de ver os obstáculos. E para que isso se torne

realidade, faz-se necessário que o professor tente resgatar as condições necessárias

para o desenvolvimento do gosto pela leitura, incluindo oportunidades para que os

alunos leiam todos os gêneros possíveis. Dessa forma, concluímos que a atividade de

leitura não corresponda a uma simples decodificação de símbolos, mas que seja de

fato interpretar e compreender o que se lê e, à medida que o professor passar a

trabalhar com os gêneros textuais direcionando trabalho de leitura, isso fará com que

os alunos comecem a visualizar a funcionalidade da língua e assim o ensino-

aprendizado da Língua Portuguesa poderá ser mais contextualizado, eficaz e

produtivo.

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