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1ª Edição 2010 Elaboração: Dr. Alexandre Raymundo da Silva Sócio do Escritório Simões & Silva Advogados Parceiro do Curso Vox Juris 28/04/2010 Código de Defesa do Consumidor Interpretado pelos Tribunais

Código de Defesa do Consumidor Interpretado pelos · PDF fileDispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. ... quanto ao fato constitutivo do seu direito,

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  • 1 Edio 2010

    Elaborao: Dr. Alexandre Raymundo da Silva

    Scio do Escritrio Simes & Silva Advogados

    Parceiro do Curso Vox Juris

    28/04/2010

    Cdigo de Defesa do Consumidor Interpretado pelos Tribunais

  • LEI N 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.

    Dispe sobre a proteo do consumidor e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

    seguinte lei:

    TTULO I

    Dos Direitos do Consumidor

    CAPTULO I

    Disposies Gerais

    Art. 1 O presente cdigo estabelece normas de proteo e defesa do consumidor, de ordem

    pblica e interesse social, nos termos dos arts. 5, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituio

    Federal e art. 48 de suas Disposies Transitrias.

    Julgados

    1. ADMINISTRATIVO. SFH. REVISO CONTRATUAL. CDC. PES. TR. TABELA PRICE. AMORTIZAO.

    CES. 1- Afastada a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor, que trata de relaes de

    consumo, sendo que os Contratos celebrados no mbito do Sistema Financeiro da Habitao

    tm funo social. 2- A Lei de Ritos preconiza em seu art. 333, I, que o nus da prova cabe ao

    autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, tendo sido deferida a produo de prova

    pericia. 3- Havendo ajuste contratual no sentido de que os reajustes das prestaes, bem como

    dos acessrios, seguiriam o Plano de Equivalncia Salarial (PES), essa clusula deve ser

    obedecida. Entretanto, foi demonstrado o descumprimento da avena atravs de Laudo

    Pericial, sendo necessria a reviso dos reajustes, em respeito s normas contratuais. 4- De

    acordo com a previso contratual, h a possibilidade de aplicao da taxa referencial (TR) como

    critrio de reajuste do saldo devedor, especialmente diante do que ficou decidido pelo Excelso

    STF, na ADIN n 493-0/DF, em que foi Relator o Ministro Moreira ALVES, entendendo pela no

    aplicabilidade da TR somente aos contratos com vigncia anterior edio da Lei n 8.177/91,

    em substituio a outros ndices porventura estipulados. 5- - A Tabela Price tem previso

    contratual e revestida de legalidade. 6- A CEF, primeiramente, atualiza o saldo devedor para

    depois proceder aplicao dos juros e amortizao dos valores pagos, valendo ressalvar que

    esse procedimento no viola o art. 6, alnea "c", da Lei n 4.380/64, no se constituindo em

    anatocismo ou usura. 7- No procede a alegao de ilegalidade na cobrana do Coeficiente de

    Equiparao Salarial (CES), no percentual de 15%, nos termos do artigo 17, I, da Lei n 4.380/64.

    8- Negado provimento s apelaes. (TRF 2 R.; AC 2003.51.01.000623-0; Oitava Turma

    Especializada; Rel. Des. Fed. Raldnio Bonifcio Costa; Julg. 17/11/2009; DJU 23/11/2009; Pg.

    127)

    2. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SFH. CDC. SALDO DEVEDOR. TR. ANATOCISMO.

    1- Afastada a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor, que trata de relaes de consumo,

    sendo que os Contratos celebrados no mbito do Sistema Financeiro da Habitao tm funo

    social. 2- De acordo com a previso contratual, h a possibilidade de aplicao da taxa

    referencial (TR) como critrio de reajuste do saldo devedor, especialmente diante do que ficou

    decidido pelo Excelso STF, na ADIN n 493-0/DF, em que foi Relator o Ministro Moreira ALVES,

    entendendo pela no aplicabilidade da TR somente aos contratos com vigncia anterior

  • edio da Lei n 8.177/91, em substituio a outros ndices porventura estipulados. 3- No

    configura a prtica de anatocismo quando a CEF, primeiramente, atualiza o saldo devedor para

    depois proceder aplicao dos juros e amortizao dos valores pagos, valendo ressalvar que

    esse procedimento no viola o art. 6, alnea "c", da Lei n 4.380/64. 4- Negado provimento

    apelao da parte autora e dado provimento apelao da r. (TRF 2 R.; AC

    2002.02.01.022050-5; Oitava Turma Especializada; Rel. Des. Fed. Raldnio Bonifcio Costa; Julg.

    17/11/2009; DJU 23/11/2009; Pg. 127)

    3. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SFH. CDC. SALDO DEVEDOR. TR. ANATOCISMO.

    1- Afastada a aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor, que trata de relaes de consumo,

    sendo que os Contratos celebrados no mbito do Sistema Financeiro da Habitao tm funo

    social. 2- De acordo com a previso contratual, h a possibilidade de aplicao da taxa

    referencial (TR) como critrio de reajuste do saldo devedor, especialmente diante do que ficou

    decidido pelo Excelso STF, na ADIN n 493-0/DF, em que foi Relator o Ministro Moreira ALVES,

    entendendo pela no aplicabilidade da TR somente aos contratos com vigncia anterior

    edio da Lei n 8.177/91, em substituio a outros ndices porventura estipulados. 3- No

    configura a prtica de anatocismo quando a CEF, primeiramente, atualiza o saldo devedor para

    depois proceder aplicao dos juros e amortizao dos valores pagos, valendo ressalvar que

    esse procedimento no viola o art. 6, alnea "c", da Lei n 4.380/64. 4- Negado provimento

    apelao. (TRF 2 R.; AC 2001.02.01.015749-9; Oitava Turma Especializada; Rel. Des. Fed.

    Raldnio Bonifcio Costa; Julg. 17/11/2009; DJU 23/11/2009; Pg. 127)

    4. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGNEOS BUSCADOS ATRAVS DE AO AJUIZADA POR ENTIDADE

    SINDICAL. DETERMINAO JUDICIAL DE LIMITAO DO NMERO DE SUBSTITUDOS, COM

    APRESENTAO DE ROL. EXECUO PROVISRIA EM CARTA DE SENTENA, E NO ATRAVS DE

    AO DE LIQUIDAO. Considerando que o sindicato - Autor, na qualidade de substituto

    processual, havia ajuizado uma s ao, sem apresentar rol de substitudos, mas que o juzo de

    origem para o qual aquele processo foi distribudo, determinou a limitao da demanda a 50

    (cinquenta) substitudos, e que fosse apresentado rol, entende-se que as decises proferidas em

    cada processo so direcionadas, exclusivamente, aos empregados discriminados na relao que

    acompanha cada petio inicial. Assim, data venia, no h como se aplicar, no presente caso,

    as disposies contidas nos artigos 95, 97 e 98, 1, da Lei n 8.078/90 e, muito menos, o artigo

    15 da Lei n 7.347/85, pelo que no se pode conceber que a presente liquidao seja realizada

    por artigos, em ao prpria (ao de liquidao coletiva). Por conseguinte, o montante a ser

    pago aos empregados substitudos individualizados deve ser fixado atravs de carta de

    sentena, plenamente cabvel na espcie, porquanto no foi concedido efeito suspensivo ao

    recurso de revista interposto pelo ru. D-se provimento. (TRT 17 R.; RO

    00984.2008.014.17.00.4; Ac. 12342/2009; Rel. Des. Jos Carlos Rizk; DOES 23/11/2009; Pg. 11)

    5. AO REVISIONAL. NEGCIOS JURDICOS BANCRIOS. 1. Aplicao do CDC reviso de

    contratos bancrios diante da prova da abusividade. Matria pacificada no STJ e nesta cmara.

    2. Reviso de contratos findos e manuteno na posse do bem. Ausncia de interesse recursal.

    3. Juros remuneratrios acima de 12% ao ano. Possibilidade. Taxa expressamente estabelecida

    no contrato de acordo com a mdia do mercado. Limitao afastada. 4. Capitalizao mensal

    de juros no contratada. No incidncia. 5. Comisso de permanncia. Previso expressa no

    contrato. Licitude da cobrana. Vedada a cumulao com correo monetria, juros

    remuneratrios, juros moratrios e multa, durante o perodo de inadimplemento contratual. 6.

    Compensao e repetio de indbito. Possibilidade. 7. Descaracterizao da mora diante do

    reconhecimento da abusividade dos encargos exigidos no perodo da normalidade contratual.

  • Cadastros de inadimplentes. Impossibilidade. 8. Cobrana de tarifas de emisso de carn, de

    abertura de crdito e bancria. Impossibilidade. 9. Juros moratrios de 1% ao ms.

    Possibilidade. Multa. Limite mximo de 2%. Possibilidade. Apelo do ru parcialmente provido.

    Agravo retido desprovido. Apelo do autor conhecido em parte e, na parte conhecida,

    parcialmente provido. (TJRS; AC 70026201228; Tucunduva; Segunda Cmara Especial Cvel; Rel.

    Des. Fernando Flores Cabral Jnior; Julg. 28/10/2009; DJERS 18/11/2009; Pg. 138)

    a. Integra do Acrdo: AO REVISIONAL. NEGCIOS JURDICOS BANCRIOS. 1.

    APLICAO DO CDC REVISO DE CONTRATOS BANCRIOS DIANTE DA PROVA DA

    ABUSIVIDADE. MATRIA PACIFICADA NO STJ E NESTA CMARA. 2. REVISO DE

    CONTRATOS FINDOS e MANUTENO NA POSSE DO BEM. AUSNCIA DE INTERESSE

    RECURSAL. 3. JUROS REMUNERATRIOS ACIMA DE 12% AO ANO. POSSIBILIDADE.

    TAXA EXPRESSAMENTE ESTABELECIDA NO CONTRATO DE ACORDO COM A MDIA DO

    MERCADO. LIMITAO AFASTADA. 4. CAPITALIZAO MENSAL DE JUROS NO

    CONTRATADA. NO INCIDNCIA. 5. COMISSO DE PERMANNCIA. PREVISO

    EXPRESSA NO CONTRATO. LICITUDE DA COBRANA. VEDADA A CUMULAO COM

    CORREO MONETRIA, JUROS REMUNERATRIOS, JUROS MORATRIOS E MULTA,

    DURANTE O PERODO DE INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. 6. COMPENSAO E

    REPETIO DE INDBITO. POSSIBILIDADE. 7. DESCARACTERIZAO DA MORA DIANTE

    DO RECONHECIMENTO DA ABUSIVIDADE DOS ENCARGOS EXIGIDOS NO PERODO DA

    NORMALIDADE CONTRATUAL. CADASTROS DE INADIMPLENTES. IMPOSSIBILIDADE. 8.

    COBRANA DE TARIFAS DE EMISSO DE CARN, DE ABERTURA DE CRDITO E

    BANCRIA. IMPOSSIBILIDADE. 9. JUROS MORATRIOS DE 1% AO MS. POSSIBILIDADE.

    MULTA. LIMITE MXIMO DE 2%. POSSIBILIDADE. APELO DO RU PARCIALMENTE

    PROVIDO. AGRAVO RETIDO DESPROVIDO. APELO DO AUTOR CONHECIDO EM PARTE E,

    NA PARTE CONHECIDA, PARCIALMENTE PROVIDO.ACRDO Vistos, relatados e

    discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Segunda Cmara

    Especial Cvel do Tribunal de Justia do Estado, unanimidade, em dar parcial

    provimento apelao do ru para admitir a incidncia da cobrana de comisso de

    permanncia nas mesmas taxas pactuadas no contrato (que se encon