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CEAV Macroeconomia Parte 6 Intertemporalidade Prof.: Antonio Carlos Assumpção

CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

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CEAV

Macroeconomia

Parte 6

Intertemporalidade

Prof.: Antonio Carlos Assumpção

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• Nessa parte, estudaremos as decisões dos agenteseconômicos racionais em um ambiente intertemporal.

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CONSUMO DAS FAMÍLIAS

Função Consumo Keynesiana

� Hipóteses e Resultados

A PMgC , proporção de cada dólar adicional de renda

destinada ao consumo é um número entre zero e um;

A PMeC, razão entre o consumo e a renda disponível, tende a

declinar ao longo do tempo, pois como a poupança é um “luxo” e

a renda disponível tende a crescer ao longo do tempo, os

indivíduos tenderão a poupar uma parcela cada vez maior de suas

rendas;

A renda disponível determina o consumo, rejeitando a ideia

clássica de que a taxa de juros afeta o consumo via poupança.

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dbQaCdfC Q +=⇒

=

+ )(

QtQtQQQdd )1( −=⇒−=

Logo, temos:

Consumo Autônomo: Parcela que Independe das variações na renda Disponível

PMgC

Renda Disponível

Como:

Então: QtbaC )1( −+=

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C

Qd

QtbaC )1( −+=

dQ1

dQ2

1

2

C

C

dQ∆C∆ )1( tbPMgCQ

Q

C d

d−==

∆∆

Propensão Marginal a Consumir Renda Disponível

Função Consumo Keynesiana Graficamente

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bQ

aPMeC

Q

bQa

Q

CPMeC

dd

d

d+=⇒

+==

Problemas Com a Função Consumo Keynesiana

Como a renda cresce ao longo do tempo, as famílias consumirão uma parcela

cada vez menor de suas rendas. Com isso, não haverão investimentos lucrativos

suficientes para absorver toda essa poupança, levando a economia a uma

“estagnação secular”.

Simon Kuznets, trabalhando com uma série temporal longa, constatou que a

razão consumo / renda se mantinha notavelmente estável de década para década.

Desta forma, a hipótese keynesiana não se sustentava no longo prazo, pois a renda

crescia e a PMeC se mantinha constante.

Logo, quando a renda disponível aumenta a PMeC diminui.

Partindo das hipóteses anteriores:

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Irving Fisher e a Escolha Intertemporal

Os agentes econômicos buscam linearizar seu consumo aolongo do tempo (suavizar sua trajetória); consideram oque esperam de renda para o futuro e o que esperamconsumir no futuro e sabem que, quanto maior seuconsumo hoje, menor o consumo no futuro.

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� A Restrição Orçamentária Intertemporal

� Hipóteses

Todas as variáveis são reais.

Existe a possibilidade de endividamento ( C1 > Q1 ) e poupança ( C1 < Q1 ) .

O indivíduo vive dois períodos, não recebe ou deixa herança, assim como não deixa dívidas. Desta forma, sendo B o estoque de ativos, temos: B0 = B2 = 0 e B1 = -B2 .

Em qualquer período a renda da família é dada por: Yt = Qt + RBt-1 .

Produção Atual

Rendimento auferido com o estoque de ativos do período anterior

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)()( 111 tttttttt CRBQBCYBB −++=−+= −−−

ttt SBB =− −1

Relações Importantes

A renda das famílias pode ser usada para consumo ou poupança, sendo esta última transformada em ativos (B) que rendem juros.

Logo, ativos possuídos pelas famílias no período t são representados pelos ativos possuídos em t-1 mais a poupança realizada em t que é dada pela renda menos o consumo.

Note então, que a poupança é representada pela variação no estoque de ativos.

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111 CYS −=

2122222 CRBQSCYS −+=⇒−=

12

12

1)1()1(

WR

QQ

R

CC =

++=

++

Construindo a Restrição Orçamentária Intertemporal

11110 0 BCQSB =−=⇒=: Como

Como S2 = -S1 , podemos combinar ( I ) e ( II ), obtendo:

O valor atual do consumo deve ser igual ao valor atual da produção.A família pode consumir mais do que a sua renda em determinado período, mas no decorrer de toda a sua vida evidentemente não vai poder consumir mais do que os recursos que possui.

Note que o valor presente da produção é a riqueza da família antes de C1

ser escolhido ( W1) .

ROI da Família

( I )

( II )

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A Álgebra da ROI

11212 CQCRBQ +−=−+

112112111 CQCRCRQQCQB +−=−−+⇒−=

Como S2 = -S1 , temos:

Como

Logo:2121 )1()1( QQRCCR ++=++

E, finalmente, dividindo a expressão acima por (1+R), para obtermos seu valor presente, chegamos a:

1

2

1

2

1)1()1(

Wr

QQ

r

CC =

++=

++

Deve-se notar que C2 depende do comportamento do agente no primeiro período; quanto maior S1, maiores as possibilidades de consumo no segundo período. Esse é o motivo pelo qual devemos combinar as duas relações.

Riqueza da Família

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C2

C1Q1

Q2

12

11

WR

QQ =

++

21)1( QQR ++ B

A

C

A : C1 = Q1 ⇒⇒⇒⇒ C2 = Q2

B : C1 = 0 ⇒⇒⇒⇒ C2 Máx =

C : C2 = 0 ⇒⇒⇒⇒ C1 Máx=

- (1+R)

A Restrição Orçamentária Intertemporal Graficamente

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C2

C1

U0

U1

U2

012 UUU ff

As Curvas de Indiferença Intertemporais

Mostram todas as combinações de consumo entre dois períodos que dão ao agente econômico o mesmo nível de utilidade.

PreferívelAs curvas são negativamente inclinadas e convexas, pois os agentes aceitam substituir C2 por C1 permanecendo com o mesmo nível de utilidade. Entretanto, a taxa de substituição deve ser decrescente, pois de outra forma o agente acabaria por consumir todos os seus recursos em apenas um dos períodos.

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C1 Q1 C1 Q1 C1 C1

C2 C2

Q2 Q2

C2

C2 U0

U0

Poupador Líquido Tomador Líquido

Baixa Taxa de Preferência Temporal Elevada Taxa de Preferência Temporal

Preferências Afetando o Consumo Individual

Dois agentes que se defrontam com a mesma restrição orçamentáriaintertemporal podem fazer escolhas diferentes, dependendo das suaspreferências.

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C2

C1

U0

Modificações na Renda Afetando o Consumo

Um aumento na renda presente (corrente)

C1

Q1

Q1’

Q2=C2

U1

C1’

S1 = Poupança realizada no período 1 para que seja possível o aumento do consumo em ambos os períodos.

C2’

-S2

Dado um aumento em Q1 o agente poupa parte do acréscimo de renda para obter um maior consumo em ambos os períodos

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C2

C1

U0

Modificações na Renda Afetando o Consumo

Um aumento na renda futura esperada

C1

Q1

Q2=C2

Q2’

U1

C1’

-S1 = Despoupança realizada no período 1 para que seja possível o aumento do consumo em ambos os períodos.

C2’

Dado um aumento em Q2 o agentedespoupa; traz para valor presenteparte do acréscimo de renda para obter um maior consumo em ambos os períodos

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C2

C1Q1

Q2

Um aumento da taxa real de juros faz com que a ROI sofra uma rotação em sentido horário, pois agora, com o mesmo valor poupado pode-se obter mais consumo no futuro.

Para cada taxa de juros temos uma ROI. Entre-tanto, todas se interceptam no ponto onde Q1 = C1 , pois se a poupança é igual a zero, com qualquer taxa de juros teremos C2 = Q2 .

Taxa Real de Juros e A Restrição Orçamentária Intertemporal

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Modificações na Taxa de Juros Afetando o Consumo

� Quando ocorre uma alteração em um preço a quantidade sealtera por dois motivos: Efeito Renda e Efeito Substituição.No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa dejuros, temos:

O ES é sempre negativo sobre o consumo e positivo sobre a poupança, pois o aumento da taxa de juros torna o consumo futuro mais barato em relação ao consumo presente, o que faz com que os agentes decidam substituir consumo atual por consumo futuro.

O ER mede se o agente fica mais rico ou mais pobre após o aumento da taxa de juros, o que depende do fato dele ser poupador ou tomador líquido.

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C2

C1

U0

C1 Q1

C2

Q2

ER

ES

ET

( + )

( - )

( + ) ( - )

EFEITOS SOBRE O CONSUMO

U1

C’

C’

ES > ER

Aumento em R Para Um Poupador Líquido, Com ES > ER

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C2

C1

U0

C1 Q1

C2

Q2

ER

ES

ET

( + )

( - )

( + ) ( - )

EFEITOS SOBRE O CONSUMO

U1

C’

C’

ER > ES

Aumento em R Para Um Poupador Líquido, Com ER > ES

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C2

C1

U0

Q2

C1U1

Q1 C’1 C1

C’1

ER

ES

ET

( - )

( - )

( - )

EFEITOS SOBRE O CONSUMO

Aumento em R Para Um Tomador Líquido

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Efeito do Aumento da Taxa de Juros Sobre o Consumo Agregado

Como para cada tomador há um poupador, no agregado, os efeitos-renda tendem a anular-se, sobrando os efeitos-substituição, negativos para todos os agentes. Logo, no agregado:

Taxa de Juros Aumenta Consumo Agregado Diminui

Poupança Agregada Aumenta

Taxa de Juros Diminui Consumo Agregado Aumenta

Poupança Agregada Diminui

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1

2

10

2

1)1(

)1()1(

Wr

QQBr

r

CC =

++++=

++

11

2

101

2

1)1(

...)1(

)1()1(

...)1(

Wr

Q

r

QQBr

r

C

r

CC

T

T

T

T =+

+++

+++=+

+++

+−−

11

2

11

2

10)1()1(

...)1()1(

...)1(

)1(−−− +

−+

+++

+=+

+++

+++T

T

T

T

T

T

r

BQ

r

C

r

CC

r

Q

r

QQBr

Quebrando Algumas das HipótesesSe uma família começa com ativos (herança), a ROI passa a ser:

Herança recebida no período zero em moeda do primeiro período

Considerando infinitos períodos:

Se as famílias quiserem deixar herança, não vão consumir toda a sua riqueza

Onde BQT é o valor da herança no final do período T

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Choques Sobre a Renda e o Comportamento do Consumo

Suponha os seguintes choques negativos sobre a renda:

Atuais Temporários ( Q1↓↓↓↓ Com Q2 )

Permanentes ( Q1 ↓↓↓↓ e Q2 ↓↓↓↓ )

Futuros Antecipados ( Q1 e Q2 ↓↓↓↓ )

Comportamento Racional

Despoupança

Redução do Consumo

Poupança

Lição Fundamental: Agentes econômicos racionais financiam um choque temporário e ajustam-se a um choque permanente.

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AAAA OtimizaçãoOtimizaçãoOtimizaçãoOtimização dodododo ConsumoConsumoConsumoConsumo nononono ModeloModeloModeloModelo dededede DoisDoisDoisDois PeríodosPeríodosPeríodosPeríodos

• Propriedades da Função Utilidade

a) Preferências estritamente convexas

Considere duas cestas:

( )

( )

~

1 2

~

1 2

C ;C

C ;C

A A

a

B B

b

C

C

=

=

~ ~

~ ~

(1 ) ,

]0,1[

a b

a b

Existe uma cesta Z C C onde

Z C Z C

λ λ

λ

= + −

⇒ ∀f f

~ ~

~a bC Ccom

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C1

10

30

40

10 30 40

C2

U0

( )[ ]30)5,01(10)5,01(;105,030)5,0( −+−+=Z

~ ~

(20; 20) a bZ C e C= f

Com λ = 0,5 , temos

20

20

U1

Z Logo, preferências convexas

indicam que os indivíduos

preferem a suavização

(smoothing) do consumo

Supondo( )

( )

~

~

30;10

10;30

a

b

C

C

=

=

~

aC

~

bC

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b) A função utilidade é aditivamente separável

Logo, C1 e C2 são bens não relacionados.

c) Os indivíduos são impacientes intertemporalmente:

( ) ( ) ( )1 2 1 2,U C C U C U C= +

Eles depreciam o consumo futuro relativamente ao consumopresente, onde ρ representa a taxa subjetiva de descontointertemporal. Logo, o indivíduo compara ρ com R para decidirsua escolha entre C1 e C2.

~

~

a

b

Z R

No nosso exemplo C R

C R

ρ

ρ

ρ

⇒ =

⇒ >

⇒ <

Tomador Líquido (“impaciente”)

Poupador Líquido (“paciente”)

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d) A função utilidade log-linear

A função utilidade deve ser tal que a curva de indiferença sejatangente à reta orçamentária no ponto de máxima utilidade.Sendo ρ = R ⇒ C1 = C2 , onde tal ponto deve passar por umareta de 45º que parte da origem.Um tipo matematicamente importante de função utilidadecom essa propriedade é a função utilidade isoelástica. Umbom exemplo é a função logarítmica representada a seguir.

( ) ( ) ( )1 2 1 2

1, ln ln

1U C C C C

ρ

= + +

Obs.� Caso não considerássemos ρ na função utilidade, o consumo

seria o mesmo nos dois períodos somente se R = 0.� -ρ está relacionado a um indivíduo que prefere C2 a C1.

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Problema do ConsumidorProblema do ConsumidorProblema do ConsumidorProblema do Consumidor

( ) ( ) ( )

( ) ( )

1 2 1 2

2 21 1

2 21 2 1 1

1. , ln ln

1

. .1 1

1ln ln

1 1 1

máx U C C C C

C Qs a C Q

R R

C QC C C Q

R R

ρ

λρ

= + +

+ = ++ +

ℑ = + − + − − + + +

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Condições de Primeira OrdemCondições de Primeira OrdemCondições de Primeira OrdemCondições de Primeira Ordem

( )

( ) ( )( )

( )

( )( )

( )( )

( )( )

1 1 1

2 2 2

2 21 1

1 2

2 1 1 2

1 10 0

11 10 0

1 1 1

0 01 1

11

1

1 1:

1 1

IC C C

RII

C C R C

C QIII C Q

R R

RFazendo

C C

RLogo C C e C C

R

λ λ

λλ

ρ ρ

λ

λ λρ

ρρ

∂ℑ= → − = → =

+∂ℑ= → • − = → =

∂ + + +

∂ℑ= → + − − =

∂ + ++

= → =+

+ += =

+ +

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O Consumo ao Longo do TempoO Consumo ao Longo do TempoO Consumo ao Longo do TempoO Consumo ao Longo do Tempo

Ct

tempo

C0Rρ =

Rρ <

Rρ >

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1) ANPEC - QUESTÃO 14 - 2006

• Determine o valor da poupança de um consumidor dadas asseguintes informações: função utilidade:

• Onde C0 representa o consumo presente, a taxa real de juros éigual a zero e não há imperfeições no mercado de crédito. Alémdisso, Y0 = 100 e Y1 = 50.

Exemplos

0 1U ln( ) ln( ),c c= +

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• Restrição Orçamentária Intertemporal da Família

1 10 0 0 1 0 1

1 0 1 0 1 0

: 0%1 1

150

C YC Y Como r C C Y Y

r r

C Y Y C C C

+ = + = → + = ++ +

= + − → = −

1C

0C

1 150máxC =

0

100

Y 0

150

máxC

1 50Y =

� Dada a função utilidade, com preferências idênticas

em relação ao consumo nos dois períodos e r = 0% ,

o consumo será idêntico nos dois períodos = 75.

� De qualquer forma, vamos calcular, utilizando o

método formal.

U0

1 75C =

0

75

C

Exemplos

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( ) ( )

( )

1 0

1 0

0 1

,

0 0 11 0,

0

1 1

0 1 0 1 0 0 1

0 0 0 0

U ln( ) ln( )

Eq TMgS 1

1

TMgS 11

, 2 150 75 75

, 100 75 25

C C

C C

c c

r

U

C C CC C

U C

C C

Logo C C Y Y C C e C

Assim S Y C S

= +

→ = +

∂∂

= − = − → = → =∂∂

+ = + → = → = =

= − → = − =

Exemplos

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2) ANPEC - QUESTÃO 15

• Uma economia é formada por dois indivíduos, A e B, que vivempor dois períodos, t e t + 1. O indivíduo A tem renda real YA,t = 180 no período t e YA, t+1 = 0 no período t + 1. O indivíduo Btem renda real YB, t = 0 no período t e YB, t+1 = 180, no períodot + 1. Os dois podem emprestar/tomar emprestado livremente àtaxa real de juros r, e têm a mesma função utilidade:

U = lnCj,t + 0,8 lnCj,t+1,

• em que Cj,t e Cj,t+1 são, respectivamente, o consumo real doindivíduo j = A,B nos períodos t e t + 1.

• Em equilíbrio, a taxa real de juros é tal que SA + SB = 0, em que Sj éa poupança do indivíduo j = A, B. Calcule a taxa real de juros deequilíbrio (resposta em % a.a.).

Exemplo

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• Resolvendo de forma intuitiva

• A função utilidade é a mesma para ambos os indivíduos:

• Como, em equilíbrio, SA = SB = 0 temos que r = ρρρρ . Logo, r = 25%.

• Para o indivíduo A, temos:

1 2 1 2 1 2

1 1ln 0,8ln . ln ln ln ln .

1 1 0,25U C C Como U C C U C C

ρ= + = + → = +

+ +

( )( )

( )( )

( )

0 1 0 1 0 1

00 0 0 1

0 0 1 2 0

1 1, 25

1 1, 25

0180 1,8 180 100 100

1, 25 1, 25

: 80 80 1 100

C C C C C Cr

CC C C e C

Note que S B C Y r B

ρ+= → = → =

+

+ = + → = → = =

= = = → = + + =

Exemplos

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• Para o indivíduo B, temos:

• Observe que poderíamos chegar aos mesmos resultadosmaximizando a função utilidade, dada a ROI.

( )( )

( )( )

( )

0 1 0 1 0 1

00 0 0 1

0 0 1 2 0

1 1, 25

1 1, 25

1800 1,8 144 80 80

1, 25 1, 25

: 80 80 1 80

C C C C C Cr

CC C C e C

Note que S B C Y r B

ρ+= → = → =

+

+ = + → = → = =

= − = = − → = + + =

Exemplos

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Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:

Ciclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda Permanente

• Franco Modigliani e a Hipótese do Ciclo Vital• Tentando resolver o enigma do consumo,

F. Modigliani, A. Ando e R. Brumberg usaram omodelo de comportamento intertemporal deIrving Fisher, levando em consideração que oconsumo depende da renda auferida durante todaa vida.

• Hipótese Fundamental• O agente econômico tenta linearizar o seu consumo em um

contexto onde a renda varia ao longo da vida de formarazoavelmente previsível. Sendo assim, a poupança permitedeslocar renda dos períodos em que ele é alta para osperíodos em que ela é baixa.

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• Outras Hipóteses Para a Construção do Modelo (A Versão “Nobel”)

• É conhecido o instante da morte (T) e da aposentadoria (V);• Sua renda até a aposentadoria é dada por Y;• Após a aposentadoria a renda corrente é igual a zero;• A taxa de juros é igual a zero;• O agente não recebe herança, nem tampouco deixa pecúlio.

• Chamando W de riqueza inicial, a riqueza total do indivíduo aolongo da vida é dada por:

Riqueza Total :

• Como a taxa de juros é igual a zero e o objetivo é linearizar oconsumo ao longo da vida, temos:

YT

VW

TC

T

VYWC +=⇒

+=

1

TotalW W VY= +

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EXEMPLO:

�Supondo T = 50 e V = 30, temos:

�Logo:

�O consumo depende da renda e da riqueza;

�A PMgC renda corrente é igual a 0,6;

�A PMgC riqueza é igual a 0,02.

1 1 300, 02 0, 6

50 50

VC W Y C W Y C W Y

T T= + → = + → = +

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�A Função Consumo Agregada

� Se todos os agentes planejam seu consumo da mesma forma, afunção consumo da economia é dada por:

�Onde α e β são as propensões marginais a consumir riqueza e renda.

C W Yα β= +

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A Linha da vida: Consumo, Poupança e Despoupança

Durante a vida ativa o agente consome e poupa e a partir daaposentadoria ele despoupa, chegando ao final da vida coma riqueza igual a zero.

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• Resultado Fundamental

• No curto prazo, uma renda maior implica numa queda da Pmec,pois a riqueza não varia proporcionalmente à renda;

• No longo prazo, renda e riqueza crescem juntas, de forma que aPmec fica constante.

• Desta forma, explica-se o enigma do consumo e os resultadosempíricos obtidos por Simon Kuznets.

WC W Y PMeC

Y

αα β β= + → = +

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• A Hipótese da Renda Permanente

• Em 1957, Milton Friedman desenvolveu a teoria da rendapermanente, também tendo como base a teoria da escolhaintertemporal de Irving Fisher, para mostrar que o consumo nãodepende apenas da renda corrente.

• A grande diferença em relação a teoria do ciclo vital é a existência dasuposição de que a renda dos indivíduos varia aleatoriamente aolongo do tempo.

, onde:

• Y = renda corrente;

• YP = renda permanente (renda que os agentes esperam manter nofuturo);

• YT = renda transitória ( renda que os agentes não esperam manterno futuro).

Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:Duas Teorias Sobre a Decisão Intertemporal de Consumo:

Ciclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda PermanenteCiclo Vital e Renda Permanente

P TY Y Y= +

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• Logo:• a renda permanente é a renda média;• a renda transitória é o desvio aleatório em relação a essa média.

• Friedman argumentou que o consumo depende, principalmenteda renda permanente, enquanto a renda transitória é poupada.

• Desta forma, temos:

• A grande questão agora, é saber como calcular a rendapermanente.

PC bY=

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• Estimando a Renda Permanente

• Dado um nível de renda constante e um nível de consumoconstante, se supusermos um aumento na renda, o indivíduoterá que decidir se este aumento é permanente ou transitório.Supondo que a renda permanente está relacionada aocomportamento das rendas passadas, temos:

• Simplificando para dois períodos, a renda permanente éigual a última renda do período mais parte da fração davariação da renda no último período, até este período.

( )1 2, , ,...P

t t tY f Y Y Y− −=

( )1 1 , 0 1P

t t tY Y Y Y comα α− −= + − < <

Page 47: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

• Onde YP é a média ponderada das rendas corrente e passada ea é uma espécie de velocidade de ajuste dos indivíduos àsmudanças na renda corrente.

• Como :

• Onde bα é a Pmgc renda corrente, ou Pmgc de curto prazo,claramente menor que a Pmgc renda permanente, ou Pmgc delongo prazo, igual a b.

( )( )

1 1 1 1

11

P P

t t t t t t

P

t t

Y Y Y Y Y Y Y Y

Y Y Y

α α α

α α− − − −

= + − → = + −

= + −

PC bY=

( ) ( )1 11 1t t t tC b Y Y C b Y b Yα α α α− −= + − → = + −

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• Observações e Conclusões

• Se αααα = 1, YP = Yt , ou seja, a renda permanente é igual a renda corrente.Dito de outro modo, o agente interpretou seu aumento de renda comosendo permanente;

• Se Yt = Yt-1 , a renda permanente permanece inalterada;

• Se Yt = Yt-1 , a renda permanente aumenta menos que a rendacorrente, pois o agente não sabe se o seu aumento de renda épermanente. Assim, o agente não aumenta imediatamente a rendaesperada ou permanente pelo montante completo do aumento real narenda;

• O tempo necessário para que a renda permanente se ajuste à rendacorrente depende do número de períodos em que a renda correnteaparece defasada.

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1) ANPEC - QUESTÃO 13 - 2006

• A respeito dos determinantes do consumo, avalie as informações:

a) De acordo com a hipótese da renda permanente, umavalorização generalizada – e entendida como permanente – dasações na bolsa de valores afetará positivamente o consumo.

b) Tanto a teoria do ciclo de vida quanto a hipótese da rendapermanente consideram que o consumo está diretamenterelacionado a uma medida de renda de longo-prazo.

c) De acordo com a hipótese da renda permanente, a propensãomarginal a consumir a partir da renda transitória é maior que apropensão marginal a consumir a partir da renda permanente.

d) Se a teoria do ciclo de vida for correta, deve-se esperar que arazão entre consumo e poupança acumulada decresça ao longodo tempo até o momento da aposentadoria do consumidor.

Exemplo

V

V

V

F

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• Item A: Verdadeiro.• O consumo é função da renda permanente.

• Item B: Verdadeiro (definição).

• Item C: Falso.

• Como :

• Onde bα é a Pmgc renda corrente, ou Pmgc de curto prazo,claramente menor que a Pmgc renda permanente, ou Pmgc de longoprazo, igual a b.

• Item D: Verdadeiro.• Suponha um consumo constante ao longo da vida (perfeitamente

linearizado). Como durante a vida ativa o indivíduo poupa mais do queconsome, acumulando ativos para os anos de “velhice”, temos:

Exemplo

( ) ( )1 11 1t t t tC b Y Y C b Y b Yα α α α− −= + − → = + −

PC bY=

__

CS

↓ ↑

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Investimento

� Investimento é o fluxo de produção em um determinadoperíodo usado para manter ou aumentar o estoque decapital da economia. Portanto, assim como a teoria doconsumo, a teoria do investimento é, necessariamente,intertemporal, pois a motivação do investimento nessemomento é expandir a possibilidade de produzir no futuro.

� Vamos entender melhor como a produção de um certoperíodo fica distribuída entre seu uso atual (consumo) e seuuso futuro (investimento para ampliar a produção).

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Em uma economia fechada vimos que: DA = C + I + G

� Consumo: bastante estável

� Gastos Governamentais: variável exógena

� Investimento: gasto destinado ao aumento ou manutenção de K. Bastante volátil.

Investimento Mais Volátil que o Consumo

Interesse para a compreensão das flutuações cíclicas.

Interesse para a compreensão do crescimento econômico, que é um fenômeno de longo prazo, associado ao aumento do estoque de capital em suas diversas modalidades.

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Categorias de Investimento

Capital Fixo: máquinas, equipamentos, instalações, ...

Residencial: investimento habitacional.

Investimento em Estoques: matérias primas, bens no processo de

produção e bens elaborados.

Grande parcela do investimento total

Pequena parcela do investimento total, que pode ser negativa

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dKJI +=

JKK tt =−+1

IKdK tt +−=+ )1(1

Investimento em Capital Fixo

Investimento Bruto X investimento Líquido

Investimento Líquido

Invesimento Bruto

Depreciação

Como a alteração do estoque de capital depende do investimento líquido, temos:

Combinando as duas equações acima, obtemos:

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A Teoria Básica do Investimento

Q (L1 >L0)

Q (L0)

Q PMgK

K K

PMgK (L0)

PMgK (L1)

Segundo a lei dos rendimentos marginais decrescentes:

Ao acrescentarmos uma unidade adicional de capital ao processo produtivo, mantendo as quantidades dos outros insumos constantes, o produto cresce, porém, à taxas decrescentes. Portanto, o produto marginal do capital é positivo e decrescente.

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11111 IBSCQ +==−

122 )1( BRQC ++=

A Decisão de Investimento das FamíliasPara compreendermos a decisão de investir, é preciso constatar que a compra de bens de capital é mais uma forma de distribuir o consumo no tempo. Ao invés de comprar títulos, a família pode realizar um investimento que aumente suas possibilidades de consumo no futuro. Portanto, temos:

Destino da Poupança

Possibilidades de consumo no Segundo período

Substituindo B1 (da 1ª equação) na 2ª equação, obtemos:

12

112

1)1(

)()1(

WR

QIQ

R

CC =

++−=

++

A riqueza que pode ser usada para consumo atual e futuro é dada pelo valor atual da produção presente e futura, menos os gastos em investimento.

Deve-se notar que o investimento realizado no primeiro período aumentaQ2 na medida da PMgK.

Page 57: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

A Álgebra da ROI

E, finalmente, dividindo a expressão acima por (1+R), para obtermos seu valor presente, chegamos a:

12

112

1)1(

)()1(

Wr

QIQ

r

CC =

++−=

++

111111111 ICQBIBSCQ −−=⇒+==−Logo, o estoque de ativos (títulos) da família no primeiro período é dado pela renda menos o consumo menos o investimento. Assim, as possibilidades de consumo no segundo período são dadas por:

11122122 )1()1()1()1( IRCRQRQCBRQC +−+−++=⇒++=

21121 )1()1()1( QIRQRCCR ++−+=++

Note que I2 = 0, pois não há terceiro período, e o investimento é o fluxo de produção de um período utilizado para aumentar a produção futura.

Page 58: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

)1(1 2

R

PMgKW

++−=∆

)1(2 RPMgK +=

Opção Temporal da Família

� Além de quanto consumir e poupar, como dividir a poupança entre B e I.

1°) A família escolhe o nível de investimento que maximiza o seu patrimônio;

2º) A família decide quanto produzir e poupar.

Se a família souber exatamente qual será a produtividade marginal do capital, tomará a primeira decisão realizando todos os investimentos para os quais PMgK > (1+R).

� Escolhendo o Investimento Maximizador da Riqueza

Enquanto a PMgK for superior a (1+R) um novo investimento aumentará a riqueza da família. Como a PMgK é decrescente, em algum momento teremos PMgK = (1+R).

Condição de maximização de riqueza para as famílias e maximização de lucros para as firmas.

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R

II0 I1

R0

R1

I

Investimento e Taxa de Juros

Como as famílias maximizam sua riqueza quando PMgK = (1+R), fica fácil verificar que a demanda de investimento é inversamente proporcional à taxa de juros, pois como a PMgK é uma função decrescente de K , e como a PMgK2 deve ser igual a (1+R), um aumento da taxa de juros reduz K2 ótimo, reduzindo I1 .

I1 = K2 – K1

K2 se PMgK2 ou R I’

PMgK

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)(1 dRPMgK t +=+

O Caso de Muitos Períodos

� A condição de equilíbrio descrita anteriormente, PMgKt+1 = (1+R) ,é um caso particular para o modelo de dois períodos, onde

supomos que todos os K2 são inúteis após o segundo período,

ou seja, a taxa de depreciação é de 100%.

� Em um modelo mais realista, com muitos períodos, K2 será

utilizado no período 3, e assim por diante. Portanto, precisamos

alterar a condição de equilíbrio anterior, introduzindo uma taxa de

depreciação que seja inferior a 100%.

Custo do Capital Para Muitos Períodos

Taxa de Depreciação

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O Valor Presente Líquido ( VPL )

� Derivando a condição de equilíbrio anterior.

� Uma família compra um computador pessoal ao custo ����I (decisãomarginal de investimento que envolve o gasto de ����I unidades monetárias),que planeja vender no próximo período.

O investimento vale a pena ?

� O investimento ����I vai gerar ����I(PMgKt+1) no próximo período e depois serávendido ao preço original, menos a depreciação. Logo o preço de revendaserá ����I(1-d).

� Esta operação vai aumentar a riqueza da família se o VPL do investimentofor positivo. Neste caso o VPL é dado pelo custo do investimento (-����I) ,pelo aumento da produção no próximo período em consequência doinvestimento, em valor presente [ ����I(PMgKt+1) / (1+R) ] e pelo preçode revenda do computador, em valor presente [ ����I(1-d) / (1+R) ] . Logo,temos:

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)1(

)1(

)1(

)( 1

R

dI

R

PMgKIIVPL t

+−∆

++

∆+∆−= +

+

+−∆= +

)1(

)(1

R

RdPMgKIVPL t

( I )

( II )

Que depois de alguma álgebra se transforma em:

Evidentemente, o VPL será positivo somente se PmgKt+1 > (d+R)

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A Álgebra do VPL

1/)1(

)1(

)1/(1

1

R

dPMgKI

R

IVPL t

+−+∆

++

∆−= +

)1(

)1()1( 1

R

dPMgKIRIVPL t

+−+∆++∆−

= +

)1(

)11( 1

R

dPMgKRIVPL t

+−++−−∆

= +

++−

∆= +

)1(

)(1

R

RdPMgKIVPL t

Partindo de ( I ) , temos:

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O Papel das Expectativas

� Os investimentos dependem de opiniões sobre a futuraprodutividade marginal do capital, e até aqui tratamos essefator como algo que pode ser conhecido simplesmente por meiode uma função de produção. Na prática isto não ocorre, pois háincerteza.

� O produto marginal do capital depende do preço do bem a serproduzido, que depende das condições futuras de demanda.

� Depende também de condições tecnológicas e outras quepossam afetar o processo de produção.

Logo, a volatilidade do investimento pode ser explicada pelavolatilidade das taxas de juros e pela volatilidade das expectativassobre o futuro.

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Impostos e Subsídios

)1)(()1( sdRtPMgK −+=−

( )( )

( )dRt

sPMgK +

−−

=1

1

� Na prática, as firmas estão sujeitas a vários impostos esubsídios que afetam a decisão ótima de investir.

Subsídio concedido na forma de crédito fiscal sobre o investimento.

Benefício marginal de uma unidade monetária a mais de investimento.

Se s > t ⇒⇒⇒⇒ Investimento ↑↑↑↑

Se s < t ⇒⇒⇒⇒ Investimento ↓↓↓↓

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O Mercado de Ações e o q de TobinO Mercado de Ações e o q de TobinO Mercado de Ações e o q de TobinO Mercado de Ações e o q de Tobin• Existe uma estreita relação entre as flutuações no

investimento e as flutuações no mercado de ações, pois as Açõesrepresentam participações na propriedade das empresas.

• O valor da empresa aumenta se aumentam as oportunidades deinvestimentos lucrativos. Logo, os preços das ações refletem osincentivos a investir. Assim, as decisões de investimento sãobaseadas na razão q.

� Se q > 1 →→→→ ILíquido ↑↑↑↑ : O valor de mercado da empresa aumentaconforme ela adquire mais capital.

� Se q < 1 →→→→ ILíquido ↓↓↓↓ : não haveria reposição conforme o capital fossese desgastando.

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Poupança , Investimento e Conta Corrente

Com Economia Fechada DA = C + I + G

Q = C + S + T (Destino da Renda)

Logo, como Q = DA uuuu (G - T) = (S – I)

-S = (S – I) uuuu S = Ig p

Doméstica

Com Economia Aberta Podemos Ter:

S > I ⇒⇒⇒⇒ CC > 0 e K < 0

S < I ⇒⇒⇒⇒ CC < 0 e K > 0

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Uma Análise Formal de Poupança, Investimento e Conta Corrente

Poupança, Investimento e Taxa de Juros em Uma Economia Fechada

S = f (R)

I = f (R)

R

S,IS=I

R

Para um dado nível de riqueza e uma dada PMgK

Page 69: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Efeitos de Choques Econômicos Sobre S e I em Uma Economia Fechada

S

I

R

S=I

R

S

I

R

S=I

R

S,I S,I

S’

I’

R’S’

R’

S’=I’

Aumento Temporário da Produção

As famílias poupam, pois buscam a

linearização do consumo.

Aumento de Renda Futura com

Aumento da PMgK Esperada

As famílias despoupam, pois buscam a

linearização do consumo e o investimento

aumenta.

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Abrindo a Economia

� Com a economia aberta a poupança doméstica pode diferir do investimento doméstico.

� Residentes concedem e tomam empréstimos junto ao resto do mundo.

Posição dos Ativos Líquidos no Exterior ( B* )

Mede o total dos ativos menos passivos no exterior

Se B* > 0 País Credor Líquido

Se B* < 0 País Devedor Líquido

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nt CCCCCCBB ++++= ∗∗ ...210

∗−

∗ −= 1tt BBCC

A Conta Corrente

� A conta corrente mede a variação dos ativos financeirosem relação ao resto do mundo.

� Logo, o total de ativos líquidos no momento t é dado por:

Page 72: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

i

t

i

t

i

t

i

t

i

t

i

t ICRBQBB −−+=− −− 11

i

t

i

t

i

t

i

t ISBB −=− −1

Relação da Conta Corrente Com a Poupança e o Investimento

Para uma dada família i , temos:

Acúmulo de Ativos

Renda Consumo Investimento= - -

Poupança

Logo, Temos:

Page 73: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

tttttt ICRBQBB −−+=− ∗−

∗−

∗11

( )∗−

∗∗−

∗ −+=⇒−=− 11 tttttttt BBISISBB

� Considerando todas as famílias e os possíveis créditos e débitosno exterior, temos a posição líquida de ativos da economia emrelação ao resto do mundo.

PIB + RLRE = PNB = Renda Nacional

A poupança doméstica pode ser usada para financiar o investimento doméstico ou para o acúmulo de ativos externos.

ttt ISCC −=Resultado em Conta Corrente

Page 74: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

tttttt ICRBQCCBB −−+==− ∗−

∗−

∗11

Como:

Podemos escrever:

( ) ttttttt AYCCICYCC −=⇒+−=

PNBAbsorção: total do dispêndio dos agentes domésticos.

Logo, o déficit em conta corrente é ocasionado pelo excesso de absorção sobre o rendimento.

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Ano Poupança Investimento S – I Saldo da CC DiscrepânciaBruta Privado Estatística

Interno Bruto1950-59 16,2 16,3 -0,1 0,1 0,0

1960-69 16,4 15,6 0,8 0,5 -0,3

1970-79 16,9 16,7 0,2 0,0 -0,2

1980 16,6 16,3 0,3 0,1 -0,2

1981 17,4 17,2 0,2 0,3 0,1

1982 14,3 14,4 0,0 -0,2 -0,2

1983 13,8 15,0 -1,2 -1,3 -0,2

1984 15,3 17,8 -2,6 -2,8 -0,2

1985 13,4 16,2 -2,8 -2,8 -0,1

1986 12,5 15,7 -3,2 -3,2 0,0

1987 12,3 15,6 -3,3 -3,2 0,1

1988 13,3 15,5 -2,2 -2,6 -0,4

1989 13,5 14,9 -1,5 -2,1 -0,6

1990 12,1 13,7 -1,6

Checando as Relações Vistas Anteriormente

Page 76: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

4

2

0

-2

4

1970 1975 1980 1985

Outras Nações da OCDE

EUA

CC (% do PIB)

O Mundo: Uma Grande Economia Fechada

Como o mundo é uma grande economia fechada, os déficits em contacorrente dos EUA nos anos 80 proporcionaram superávits para outrasnações.

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Determinação da Conta Corrente� Taxas Mundiais de Juros

S

I

R

S=I

R

S=I

R0R0

CC= 0

CC

S,I CC

CC < 0 CC > 0

R1

I1 S1

Superávit em CC

Considerando uma nação pequena, suas decisões de investimento e poupança não afetam a taxa mundial de juros. Logo, se a taxa mundial de juros se eleva as nações pequenas acompanham o aumento nos juros, o que melhora o resultado em conta corrente pelo aumento da poupança e redução do investimento. Podemos também fazer a análise pela absorção: um aumento em R diminui a absorção melhorando a conta corrente.

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I

R

S=I

R

S

S,I

� Choques Sobre o Investimento

� Supondo um aumento nas perspectivas de lucros, dado por um aumentopermanente na PMgK , temos:

I’

I’

Déficit na CC

Se a economia fosse fechada, com o aumento do investimento, dada uma taxa de poupança, a taxa de juros se elevaria. Em uma economia pequena e aberta, tal excesso de Investimento sobre a poupança ( ou excesso de absorção sobre a produção) ocasiona um déficit em conta corrente.

Page 79: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

I

R

S=I

R

S

� Choques Sobre a Produção

S,I

� Supondo um choque adverso temporário sobre a produção, temos:

S’

S’Déficit na CC

Como as famílias pretendem suavizar a trajetória do consumo, elas despoupam, mantendo constante o consumo. Logo, com a redução da poupança, dado um nível de investimento, a conta corrente entra em déficit. Note que a produção foi reduzida e absorção permaneceu constante.

Page 80: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� Choques Sobre as Relações de Trocas

M

X

P

PRT =

Preço das exportações em relação às importações. note que PX e PM são índices, pois as nações exportam e importam mais de um bem.

RT A receita com exportações aumenta com o mesmo volume físico exportado, com a nação podendo importar mais. Logo, há um aumento de renda real.

� Se as relações de troca melhoram, transitoriamente, a poupança deve aumentar para a linearização do consumo, gerando um superávit em conta corrente.

� Se as relações de troca melhoram, permanentemente, o país fica mais rico, podendo aumentar a absorção.

Page 81: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� Logo: variações temporárias na renda devem serabsorvidas por variações na conta corrente. Se a alteração forpermanente, o ajuste deve se dar sobre o consumo, com apoupança e a conta corrente variando pouco.

� Sabedoria Básica

“Financie um choque temporário e ajuste-se a um

choque permanente”.

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Restrição Orçamentária Intertemporal de Uma Nação

111111 CCSICQB ==−−=∗

221212 ICRBQBB −−+=− ∗∗∗

( ) 22212 1 ICQBRB −−++= ∗∗

)1()(

)1(

211

21

R

QIQ

R

CC

++−=

++

O valor descontado do consumo deve ser igual ao valor descontado da produção menos o investimento.

� Supondo que a nação começe e termine sem ativos ou dívidas, temos:

Page 83: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

C2

Q1

Q2

C1

Superávit da CC

CC = 0

Déficit da CC

A R.O.I. De Uma Nação Graficamente

C1

C2 =

Page 84: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Como: e :1111 ICQTLRE −−=

222 CQTLRE −=

Substituindo na ROI da Nação, temos:

( )0

1

21 =

++

R

TLRETLRE

A TLRE corresponde ao saldo positivo da balança comercial mais os serviços não-fatores. Daí o nome transferência líquida de recursos (reais) ao exterior.Portanto, se somarmos a TLRE com a RLRE teremos o saldo em CC. Vale a observação de que estamos considerando como RLEE somente o pagamento de juros sobre o estoque de dívida no período anterior, ou seja, uma simplificação, à medida em que, como vimos, existem outros serviços-fatores e as transferências unilaterais, que devem ser incluídas na RLEE (ou RLRE, caso o saldo seja positivo).

⇒+

+−=+

+)1(

)()1(

211

21

R

QIQ

R

CC

)1()( 22

111R

CQICQ

+−

=−−

Uma absorção maior que a produção no primeiro período cria um passivo externo líquido de igual valor, que deverá ser pago, acrescido de juros, com uma absorção menor que a produção no segundo período.

Page 85: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

A Restrição Orçamentária Intertemporal em Muitos Períodos

( )( ) ( ) ( )

( )...

11...

1

22110

21 +

+−

+−++=++

+ ∗

R

IQIQBR

R

CC

� Mesmo não havendo um período final em que a dívida deverá ser paga opaís fica sujeito a restrição orçamentária intertemporal.

� Via de regra não é possível tomar empréstimos no valor necessário parao pagamento do serviço da dívida indefinidamente, pois desta forma adívida cresceria à taxa geométrica (1+R).

Logo, mesmo em um ambiente de horizonte infinito o país se vê obrigado aviver com suas posses, no sentido de que o valor presente descontado detodo o seu consumo futuro deve ser igual à riqueza inicial mais o valorpresente descontado de toda a produção futura menos o investimento.

Page 86: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

( )( ) ( )

...11

12

3210 +

++

++=+ ∗

R

TLRE

R

TLRETLREDR

Portanto, sem considerar a hipótese de que um país encontre financiamento que faça com que a sua dívida cresça à taxa geométrica (1+R), a dívida deve ser paga com futuras transferências de recursos reais ao exterior.

Page 87: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

O Setor Governamental

� Definições Preliminares

� Carga Tributária Bruta

Total dos impostos arrecadados no país.

� Carga Tributária Líquida

Carga tributária bruta menos as transferênciasgovernamentais (juros da dívida pública, subsídios, gastoscom assistência e previdência social...).

� Poupança do Governo em Conta Corrente

Carga tributária líquida menos o consumo do governo.

� Déficit Público : ggSIDéf −=

Page 88: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Poupança , Investimento e Empréstimos Governamentais

Sendo , onde B é o estoque governamental

de ativos financeiros líquidos, temos:)0()( ≠⇒≠+ gg

BTGIg

)(11

g

ttt

g

t

g

t

g

t IGTRBBB +−++= −−

O estoque de ativos do governo é igual ao estoque de ativos no período anterior, mais os juros obtidos sobre tais ativos, mais a carga tributária, menos os gastos em consumo e investimento.

Como, geralmente, o passivo governamental supera o ativo, podemos trabalhar com a idéia de dívida líquida do governo. Logo, temos: gg BD −=

Page 89: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Déficit e Dívida Governamental

t

g

tt

g

t

g

t

g

t TIGRDDD −+++= −− 11Dívida Pública

g

t

g

ttt

g

t

g

t RDITGDD 11 )( −− ++−=−

Déficit Nominal Variação da dívida total governamental em

termos nominais.

)( g

ttt ITG +− Déficit Primário Total das despesas menos

receitas, não financeiras.

Hipótese Inicial: Financiamento integral via poupança privada. Depois

veremos que o Banco Central pode adquirir títulos do governo e mantê-

los em sua carteira, aumentando a oferta monetária.

Page 90: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� Expressando a Alteração da Dívida GovernamentalEm Termos de Poupança e Investimento

Poupança = Renda - Consumo

( ) t

D

tt

g

t GRDTS −−= −1

Logo, como , temos: t

g

tt

g

t

g

t

g

t GRDTIDD ++−=− −− 11

g

t

g

t

g

t

g

t SIDD −=− −1

O déficit governamental corresponde a um excesso de investimento sobre a poupança.

Page 91: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� O Orçamento do Governo e a Conta Corrente

� Anteriormente, vimos que CC = S – I . Agora, separando o setor privado do setor governamental, temos:

( ) ( ) ( ) ( )g

t

g

t

P

t

P

tt

g

t

P

t

g

t

P

tt ISISCCIISSCC −+−=⇒−−+=

Logo: ( ) .DéfISCC P

t

P

tt −−=O saldo em conta corrente é dado pelo superávit financeiro privado menos o déficit público

Se a poupança privada for igual ao investimento privado, um aumento no déficit público deteriora a conta corrente.

Page 92: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� Usando o Enfoque da Absorção

� Como a poupança é a renda menos o consumo, temos:

)( tttt GCYS +−=

ttt ISCC −=

( )ttttt GICYCC ++−=

Como , chegamos a:

Déficit em conta corrente como resultado do excesso de absorção sobre a produção.

Veja o desenvolvimento no slide seguinte

Page 93: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Encontrando a Identidade da Absorção

Com a introdução do governo a renda disponível passa a ser:t

P

tt

d

t TRBQY −+= −1

O setor privado aufere juros sobre o estoque de riqueza financeira (B ), que é o somatório dos títulos governamentais em poder privado ( D ), e dos ativos financeiros estrangeiros ( B* ). Logo, B = D + B*

P g

P g

( ) tt

P

ttt

d

t

P

t CTRBQCYS −−+=−= −1

( )[ ] ( )[ ]t

g

tttt

P

tt

g

t

P

t

Total

t GRDTCTRBQSSS −−+−−+=+= −− 11

tt

g

t

P

ttt GCRDRBQS −−−+= −− 11

∗∗ =−⇒+= t

g

t

P

tt

g

t

P

t BDBBDB

ttttt GCRBQS −−+= ∗−1

( )tttt GCYS +−=

Como , temos:

⇒⇒⇒⇒

Page 94: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

R

S = I 0 0

R0

S,I

I = I + I

S = S + S

P g

P g

S1

Déficit em Conta Corrente

País Pequeno com Livre Mobilidade de Capitais

R1

Controle de Capitais

� Poupança Governamental e a Conta Corrente

Uma redução da poupança governamental eleva a taxa de juros no caso de uma economia que imponha controle de capitais e ocasiona um déficit em conta corrente no caso de uma pequena economia com livre movimentação de capitais.

g

SP

Se S = 0

Page 95: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

111 CYS d −=

21222222 CRBTQSCYS d −+−=⇒−=

111110 0 BCTQSB =−−=⇒=: Como

122

112

1)1(

)()(

)1(W

R

TQTQ

R

CC =

+−

+−=+

+

� A Interação dos Setores Privado e Público

� Como a política fiscal afeta as decisões de consumo e poupança.

� Considerando agora a tributação, temos:

Como S2 = -S1 , temos:

Page 96: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Desenvolvendo a Equação Anterior

111211122 )( CTQCRCRTRQTQ ++−=−−−+−

Como S2 = -S1 , temos:

E, finalmente, dividindo a expressão acima por (1+R), para obtermos seu valor presente, chegamos a:

( ) ( ) 211111122 CRCCTQRTRQTQ ++=−+−+−

( ) ( )( ) ( ) 211122 11 CCRTQRTQ ++=−++−

122

112

1)1(

)()(

)1(W

R

TQTQ

R

CC =

+−

+−=+

+

Page 97: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Variações nos Gastos e nos ImpostosHipótese: orçamento equilibrado

(A) Aumento Temporário em G financiado por T.Como G1 e T1 aumentam no mesmo valor, a poupança governamental fica inalterada. Entretanto, C1 tende a diminuir, pois os agentes privados tentarão linearizar o consumo se endividando. Note que, em B, a absorção aumentou, pois G1 aumentou e C1 diminuiu.

R R

S,I S,I

I

S

I

S

R R

S’=I’ S=I S’ S=I

S’

CC < 0

País com Controle de Capitais País Pequeno com LMC

A B

R’

S’

Page 98: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

(B) Aumento Permanente em G financiado por T

� G1 e G2 aumentam no mesmo valor

� T1 e T2 aumentam no mesmo valorLogo: S

g

� Note que agora a poupança privada não será afetada, pois as famíliasreduzirão o consumo, pois a riqueza diminuiu. Portanto, a poupançanacional não será afetada, mantendo a conta corrente inalterada.

� Note também que a absorção manteve-se constante, pois G aumentou eC diminuiu.

Page 99: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

(C) Aumento Temporário em G financiado por T( Considerando uma Grande Nação )

R R

S,I S,I

I

S

I

S

R R

S’ I’ S=I I’ S=I S’

S’

CC > 0

Grande Nação Efeitos Sobre uma Pequena Nação

R’

CC < 0

R’

A redução da poupança afeta a taxa mundial de juros e ocasiona um déficit na conta corrente da grande nação. Como os países pequenos acompanham o aumento da taxa de juros mundial eles incorrem em um superávit em conta corrente, pelo aumento da poupança doméstica e pela redução da absorção.

Page 100: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

A Equivalência Ricardiana

“Um corte presente nos impostos equivale a maiores impostos no futuro”.

� Se o enunciado acima se verifica, sendo os agentes econômicos racionais,a poupança privada aumenta na mesma proporção da queda napoupança pública, para o pagamento dos impostos futuros, deixandoR , S , I e a CC inalteradas.

( )( ) ( )

( )R

TQTQ

R

CC

+−

+−=+

+11

2211

21

( ) ( ) ( )

++−

++=

++

R

TT

R

QQ

R

CC

111

21

21

21

Como:

Temos:

Note que a ROI não é alterada se o valor presente dos impostos não for alterado

Logo, a evolução dos impostos no tempo não afeta o consumo se G.

Page 101: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

� A Lógica da Equivalência Ricardiana

� A Restrição Orçamentária Intertemporal do Governo

1111 TIGDgg −+=

( )222112 TIGRDDDgggg −+++=

Combinando as duas relações acima, chegamos a :

( ) ( )( ) ( )

( )R

IGIG

R

D

R

TT

gg

g

++

++=+

++

+111

2211

221

O valor presente dos gastos é igual ao valor presente dos impostos mais as dívidas restantes no final do segundo período. Logo, se D = 0 , o valor presente dos gastos é igual ao valor presente dos impostos.

g2

Page 102: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Resolvendo a Restrição Orçamentária Intertemporal do Governo

Substituindo a primeira relação na segunda, temos:

2221111112 TIGRTRIRGTIGDgggg −++−++−+=

gggIGIGRDTTR 2211221 ))(1()1( ++++=+++

Finalmente, dividindo a expressão acima por (1+R), obtemos:

( ) ( )( ) ( )

( )R

IGIG

R

D

R

TT

gg

g

++

++=+

++

+111

2211

221

Page 103: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

C2

C1

U0

C1 Q1

C2

Q2

Poupança privada antes do corte nos impostos.

0)1,1(

100)1,1(1000

)1(

)1(

)1(

21

21 =+−⇒=

+∆+

+∆−=+

∆+∆

R

TRT

R

TT

Se o governo corta os impostos em US$ 100, incorre em um déficit primário de US$ 100 (supondo o orçamento inicialmente equilibrado). Dada uma taxa de juros de 10%, o governo terá que aumentar os impostos em US$ 110 no futuro para equilibrar o orçamento.

Graficamente

Poupança privada após o corte nos impostos.

Q2-(1+R)∆∆∆∆T

Q1+∆∆∆∆T

Page 104: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

Limitações da Equivalência Ricardiana

(A) Horizonte de Empréstimo do Setor Público Superior ao das Famílias(Gerações Futuras)

Neste caso, o corte nos impostos implica em um aumento da renda real, com o consumo aumentando, a poupança nacional diminuindo e a conta corrente ficando deficitária (se houver LMC).

Caso em que:( ) ( )

( ) ( )( )R

IGIG

R

D

R

TT

gg

g

++

++=+

++

+111

2211

221

, com 02 ≠gD

Logo, a dívida será paga pelas gerações futuras, via superávits primários futuros.

( ) ( ).....

112

4443332 +

+

−−+

+−−

=R

IGT

R

IGTD

ggg

Page 105: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

C1

U0

Q1

Q2

C2

(B) Restrições de Liquidez

Caso em que os agentes não conseguem tomar empréstimos. Desta forma, seu consumo máximo no primeiro período é dado pela renda no primeiro período.

Se o governo decide cortar os impostos o consumo aumenta, pois os agentes tomarão este acréscimo de renda como um empréstimo concedido pelo governo.

Neste caso, a poupança privada fica inalterada. Como a poupança do governo diminuiu, houve uma queda na poupança nacional. Dito de outra forma, a absorção aumentou.

U1

Q2-(1+R)∆∆∆∆T

Q1+∆∆∆∆T

C1’C1

Page 106: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

(C) Incerteza Quanto ao Nível Futuro de Renda

A expectativa de uma renda crescente pode fazer com que C1 aumente.

Falta de clareza na tributação: o corte no imposto de renda pode ser compensado por um aumento futuro nos impostos sobre a renda do capital.

Page 107: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

1) ANPEC - QUESTÃO 12 - 2005

• Avalie as proposições:

a) De acordo com a teoria do Ciclo de Vida, de Modigliani, umaelevação da renda permanente das famílias levará ao aumentoda taxa de poupança.

b) Ainda de acordo com a teoria acima citada, é correto afirmarque um aumento da expectativa de vida levará a uma elevaçãoda propensão a poupar.

c) Restrições e imperfeições no mercado de crédito corroboramos argumentos da teoria do Ciclo de Vida.

d) Segundo a teoria Keynesiana, o consumo é uma função darenda corrente e a propensão marginal a consumir é menorque a unidade.

e) Se os mercados de crédito funcionam bem, vale o dito “financieum choque temporário e ajuste-se a um choque permanente”.

Exemplos

F

F

V

V

V

Page 108: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

• Item A: Falso.

• A teoria do ciclo da vida prevê que as pessoas poupam muito quando suarenda corrente disponível é alta em relação à renda média da vida edespoupam quando sua renda é baixa em relação à renda média de vida(ou “renda permanente”).

• Considerendo que a função consumo, nesse caso, seja idêntica a funçãofriedmaniana: C = cYP :

• Logo, uma elevação da renda permanente das famílias irá reduzir a taxade poupança (PMeS) e não aumenta-la.

• Item B: Verdadeiro.

• Os indivíduos pouparão mais para os anos mais longos de aposentadoria.

1 1PS Y C C Y

PMeS PMeS cY Y Y Y

−= = = − → = −

Exemplos

Page 109: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

• Item C: Falso.

• As imperfeições do mercado de crédito (neste caso, restrições de liquidez)podem impedir a suavização do consumo ao longo da vida.

• Item D: Verdadeiro.

• Consumo como função da renda corrente e PMgC < 1.

• Item E: Verdadeiro.

• Como vimos, os choques temporários devem ser financiados (quedatransitória na renda), mas os agentes econômicos devem se adaptar aoschoques permanentes (reduzir o consumo no caso de uma quedapermanente na renda).

Exemplos

Page 110: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

2) ANPEC - QUESTÃO 13 - 2005

• Avalie as proposições:

a) Segundo a equivalência Barro-Ricardo, uma elevação do déficitpúblico não necessariamente leva a uma maior taxa de juroreal, pois a queda na poupança pública é compensada por umaumento da poupança privada.

b) Se vale a equivalência Barro-Ricardo, títulos públicos não sãoconsiderados riqueza pelas famílias.

c) Usando a teoria quantitativa da moeda e assumindo: primeiro,que a velocidade de circulação é constante e, segundo, que oPIB cresce à taxa anual de 4%, uma expansão de 3% da ofertade moeda levará a uma inflação de 1%.

d) Quando o q de Tobin é maior que 1, a economia estarádesinvestindo.

e) Um choque tecnológico que aumenta a produtividade marginaldo capital, ceteris paribus, provoca uma elevação do juro real.

Exemplos

V

V

F

F

V

Page 111: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

• Item A: Verdadeiro.

• Item B: Verdadeiro.

• Quando o governo se endivida, se financiando através da venda de títulosao setor privado, ele deverá aumentar os impostos no futuro, nãoalterando assim a riqueza líquida das famílias.

• Item C: Falso.

• Item D: Falso.

• Item E: Verdadeiro.

• Um aumento da PMgK aumenta o investimento (maior demanda porcapital). Com isso, haverá uma elevação da do custo do capital.

__

1 1 1 2,g P DG S mas S na expectativa de T S↑→ ↓ ↑ ↑→

3% 0% 4% 1%P P

MV PYP P

∆ ∆= → + = + → = −

1Tobin

Valor de Mercadoq há investimento

Custo de Reposição= > →

Exemplos

Page 112: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

1) AFRF – 2002 – Política e Adm. Tributária

• 10- Considere a restrição orçamentária intertemporal de um país,representada pela equação a seguir:

C1+ C2/(1+ r) + ... = (1+ r).B0* + (Q1 - I1) + (Q2 - I2)/(1+ r) +...

• onde:

• Ci = consumo no período i ( i = 1, 2, ...)

• Qi = produção no período i ( i = 1, 2, ...)

• Ii = investimento no período i (i = 1, 2, ...)

• r = taxa real de juros

• B0* = estoque de ativos externos no período zero

• Considerando que BCi = Qi - Ci - Ii, onde BC representa o saldocomercial do país no período i (i = 1, 2, ...), e supondo a condiçãode "exclusão do esquema ponzi", é correto afirmar que

Exemplos - Concursos

Page 113: CEAV Macroeconomia Parte 6 · taxa de substituição deve ser ... Efeito Renda e Efeito Substituição . No caso da alteração do consumo pela modificação na taxa de juros, temos:

a) se o país é devedor líquido e deve (1 + r)D0*, onde D0* = - B0*,esse país deverá declarar moratória da dívida se apresentardéficit comercial em mais de um período.

b) a condição "exclusão do esquema ponzi“ descarta apossibilidade do país ser devedor em qualquer período.

c) BC pode ser negativo em todos os períodos, independente dovalor de (1 + r)B0*, uma vez que está garantida a hipótese denão existência do esquema ponzi.

d) se o país é devedor líquido e deve (1 + r)D0*, onde D0* = - B0*,esse país deverá ter superávits comerciais no futuro para que acondição de "exclusão do esquema ponzi“ seja válida nessemodelo.

e) a condição "exclusão do esquema ponzi“ indica que o paísdeverá apresentar equilíbrio no balanço de pagamentos emtodos os períodos.

Exemplos - Concursos

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2) AFRF - 2002 – Política e Adm. Tributária

• 09- Considere a seguinte equação, também conhecida comorestrição orçamentária intertemporal de um consumidor nummodelo de dois períodos:

C1 + C2/(1+r) = (Y1 - T1) + (Y2 - T2)/(1+r)

• Onde:

• Ci = consumo no período i (i = 1, 2)

• Yi = renda no período i (i = 1, 2)

• r = taxa real de juros

• Ti = impostos no período i (i = 1, 2)

• Com base nesse modelo, é correto afirmar que

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a) as restrições de crédito pioram a situação do consumidor,independente de sua estrutura de preferências intertemporais.

b) se vale a equivalência ricardiana, um aumento em T1 reduz oconsumo no período 1.

c) se o consumidor é poupador, um aumento na taxa real de juroseleva o consumo no segundo período.

d) no equilíbrio, o consumidor irá escolher consumir nos doisperíodos quando a taxa marginal de substituição intertemporalfor igual a zero.

e) Se Ti = 0 (i = 1,2) a restrição orçamentária intertemporalapresentada se reduz à função consumo keynesiana.

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3) Analista - Bacen – 2006 - 43• A concepção ricardiana da dívida pública está baseada na hipótese de que o

consumo não depende apenas da renda corrente, mas sim da renda permanente,que inclui tanto a renda presente quanto a futura. Em relação a esse modelo, écorreto afirmar que:

a) se os consumidores agem racionalmente, um corte de impostos no presente,sem que haja mudança na estrutura de gastos do governo, aumentará oconsumo atual e diminuirá o consumo futuro.

b) se os consumidores não agem racionalmente e não se preocupam em deixaro ônus da dívida para as gerações futuras, um aumento de impostos nopresente manterá tanto o consumo corrente quanto o consumo futuroinalterados.

c) a preocupação em deixar o ônus da dívida para as gerações futuras fará comque os consumidores aumentem seu consumo atual caso o Governo reduzaos tributos sem alterar os seus gastos.

d) existindo restrição de crédito aos consumidores, mesmo que eles ajamracionalmente, um corte de impostos no presente poderá elevar o consumocorrente, mesmo que os gastos do Governo fiquem inalterados.

e) o Governo não tem restrição orçamentária intertemporal, ao contrário dosconsumidores, porque ele tem o poder de emitir moeda para financiar seusdéficits.

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