125
Economia Empresarial SUMÁRIO SUMÁRIO ABERTURA .................................................................................................................................. 7 APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7 OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8 PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10 MÓDULO 1 – MERCADO, DEMANDA E ELASTICIDADES .......................................................... 11 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 11 UNIDADE 1 – PAPEL E DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE MERCADO ................................................ 11 1.1 ENFOQUE METODOLÓGICO ......................................................................................................................................... 11 1.1.1 PREÇO ................................................................................................................................................................................ 12 1.2 DEMANDA, OFERTA E INCENTIVOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 12 1.2.1 COMPORTAMENTO ECONÔMICO DO CONSUMIDOR ...................................................................................... 13 1.2.1.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR TÍPICO .................................................................................................................... 13 1.2.2 FUNÇÃO DE DEMANDA .............................................................................................................................................. 14 1.2.2.1 CURVA DE DEMANDA ............................................................................................................................................... 14 1.2.2.2 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 15 1.2.3 CURVA DE OFERTA ......................................................................................................................................................... 16 1.3 PREÇO DE EQUILÍBRIO .................................................................................................................................................... 16 1.3.1 EXCESSO DE DEMANDA E OFERTA ......................................................................................................................... 17 1.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E ALGÉBRICA ................................................................................................................ 18 1.4.1 EQUILÍBRIO ...................................................................................................................................................................... 19 1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 19 UNIDADE 2 – COMPORTAMENTO DA DEMANDA E RECEITA DA EMPRESA ...................................... 19 2.1 LEI DE DEMANDA ............................................................................................................................................................. 19 2.1.1 INFLUÊNCIA DO PREÇO NA DEMANDA ................................................................................................................ 20 2.1.2 EFEITO RENDA ................................................................................................................................................................ 20 2.1.3 EFEITO SUBSTITUIÇÃO ................................................................................................................................................ 20 2.1.4 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES DE DEMANDA .......................................................................................... 21 2.1.4.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA ................................................................................................................................ 21 2.2 COMPORTAMENTO DA DEMANDA E ESTRATÉGIA DA EMPRESA ................................................................... 22 2.2.1 IMPACTO DOS BENS DURÁVEIS DE CONSUMO NA DEMANDA .................................................................. 22 2.2.2 OUTROS IMPACTOS RELEVANTES DE INFLUÊNCIA NA DEMANDA ............................................................ 23 2.2.3 OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE MARGINALISTA ............................................................................................................. 23 2.3 RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ........................................................................................................................ 24 2.3.1 EXEMPLO – CÁLCULO DA RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ................................................................ 25 2.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS RECEITAS TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ...................................................... 26 2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 27 UNIDADE 3 – ELASTICIDADES DA DEMANDA .................................................................................... 27 3.1 PROCESSO DECISÓRIO .................................................................................................................................................... 27 3.1.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE ................................................................................................................................... 28 3.1.2 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE ............................................................................................................................. 28 3.2 ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA ................................................................................................................... 28

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Economia Empresarial S U M Á R I O

SUMÁRIO

ABERTURA .................................................................................................................................. 7APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7

OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8

PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10

MÓDULO 1 – MERCADO, DEMANDA E ELASTICIDADES .......................................................... 11APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 11

UNIDADE 1 – PAPEL E DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE MERCADO ................................................ 11

1.1 ENFOQUE METODOLÓGICO ......................................................................................................................................... 11

1.1.1 PREÇO ................................................................................................................................................................................ 12

1.2 DEMANDA, OFERTA E INCENTIVOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 12

1.2.1 COMPORTAMENTO ECONÔMICO DO CONSUMIDOR ...................................................................................... 13

1.2.1.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR TÍPICO .................................................................................................................... 13

1.2.2 FUNÇÃO DE DEMANDA .............................................................................................................................................. 14

1.2.2.1 CURVA DE DEMANDA ............................................................................................................................................... 14

1.2.2.2 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 15

1.2.3 CURVA DE OFERTA ......................................................................................................................................................... 16

1.3 PREÇO DE EQUILÍBRIO .................................................................................................................................................... 16

1.3.1 EXCESSO DE DEMANDA E OFERTA ......................................................................................................................... 17

1.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E ALGÉBRICA ................................................................................................................ 18

1.4.1 EQUILÍBRIO ...................................................................................................................................................................... 19

1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 19

UNIDADE 2 – COMPORTAMENTO DA DEMANDA E RECEITA DA EMPRESA ...................................... 19

2.1 LEI DE DEMANDA ............................................................................................................................................................. 19

2.1.1 INFLUÊNCIA DO PREÇO NA DEMANDA ................................................................................................................ 20

2.1.2 EFEITO RENDA ................................................................................................................................................................ 20

2.1.3 EFEITO SUBSTITUIÇÃO ................................................................................................................................................ 20

2.1.4 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES DE DEMANDA .......................................................................................... 21

2.1.4.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA ................................................................................................................................ 21

2.2 COMPORTAMENTO DA DEMANDA E ESTRATÉGIA DA EMPRESA ................................................................... 22

2.2.1 IMPACTO DOS BENS DURÁVEIS DE CONSUMO NA DEMANDA .................................................................. 22

2.2.2 OUTROS IMPACTOS RELEVANTES DE INFLUÊNCIA NA DEMANDA ............................................................ 23

2.2.3 OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE MARGINALISTA ............................................................................................................. 23

2.3 RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ........................................................................................................................ 24

2.3.1 EXEMPLO – CÁLCULO DA RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ................................................................ 25

2.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS RECEITAS TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ...................................................... 26

2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 27

UNIDADE 3 – ELASTICIDADES DA DEMANDA .................................................................................... 27

3.1 PROCESSO DECISÓRIO .................................................................................................................................................... 27

3.1.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE ................................................................................................................................... 28

3.1.2 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE ............................................................................................................................. 28

3.2 ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA ................................................................................................................... 28

Economia EmpresarialS U M Á R I O

3.2.1 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE – PREÇO ........................................................................................................... 28

3.2.2 TÉCNICAS DE CÁLCULO DA ELASTICIDADE ....................................................................................................... 29

3.2.2.1 ELASTICIDADE PONTO ............................................................................................................................................. 29

3.2.2.2 ELASTICIDADE ARCO ................................................................................................................................................ 30

3.2.2.3 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 31

3.3 CONDICIONANTES DA ELASTICIDADE DE PREÇOS ............................................................................................. 31

3.3.1 RELAÇÃO ENTRE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL .................................... 32

3.3.2 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 33

3.4 ELASTICIDADE-RENDA .................................................................................................................................................... 33

3.4.1 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE RENDA .............................................................................................................. 33

3.4.2 USO DA ELASTICIDADE RENDA PARA PROJEÇÕES ............................................................................................ 34

3.4.3 ELASTICIDADE CRUZADA ........................................................................................................................................... 34

3.4.3.1 EXEMPLO DE BENS COMPLEMENTARES ........................................................................................................... 35

3.4.3.2 EXEMPLO DE BENS SUBSTITUTOS ...................................................................................................................... 35

3.4.4 OUTRAS MEDIDAS DE ELASTICIDADE ................................................................................................................... 35

3.4.4.1 OTIMIZAÇÃO DE PREÇOS ........................................................................................................................................ 36

3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 37

UNIDADE 4 – ESTUDOS E PREVISÃO DE DEMANDA .......................................................................... 37

4.1 ESTUDOS PARA ESTIMATIVA DE DEMANDA ........................................................................................................... 37

4.1.1 MÉTODOS COM BASE EM ANÁLISE QUALITATIVA ............................................................................................ 37

4.1.2 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ECONOMÉTRICOS ................................................................................................... 38

4.2 HIERARQUIAS DE PREVISÃO .......................................................................................................................................... 39

4.3 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREVISÕES ...................................................................................................................... 40

4.4 PREVISÕES DE NEGÓCIOS, RISCOS E INCERTEZA ................................................................................................. 40

4.4.1 RISCO E INCERTEZA EM PREVISÕES ....................................................................................................................... 40

4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 41

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 41

MÓDULO 2 – PRODUÇÃO, CUSTOS E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS ....................................... 43APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 43

UNIDADE 1 – LUCROS E MOTIVAÇÃO PARA PRODUÇÃO ................................................................. 43

1.1 BUSCA DE LUCROS E EMPREENDEDORISMO ........................................................................................................ 43

1.1.1 CAPACIDADE PRODUTIVA ........................................................................................................................................... 44

1.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 44

1.2.1 CONCEITOS DERIVADOS ............................................................................................................................................. 45

1.2.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 45

1.3 TEMPO DA EMPRESA ....................................................................................................................................................... 46

1.4 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES ................................................................................................................ 46

1.4.1 RETORNOS DE ESCALA ................................................................................................................................................ 47

1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47

UNIDADE 2 – DA PRODUÇÃO PARA OS CUSTOS ............................................................................... 47

2.1 CUSTOS ................................................................................................................................................................................ 47

2.1.1 CUSTOS CONTÁBEIS .................................................................................................................................................... 48

2.1.2 CUSTOS ECONÔMICOS ............................................................................................................................................... 48

2.1.3 CUSTO DE OPORTUNIDADE ...................................................................................................................................... 49

Economia Empresarial S U M Á R I O

2.1.3.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE CUSTOS EXPLÍCITOS E CUSTOS DE OPORTUNIDADE ..................................... 49

2.1.4 CUSTOS INCREMENTAIS E SUNK COSTS .............................................................................................................. 50

2.1.5 REGRAS PRÁTICAS SOBRE CUSTOS ......................................................................................................................... 51

2.1.6 LUCRO ECONÔMICO .................................................................................................................................................... 52

2.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 52

2.2.1 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS .................................................................................................................... 52

2.2.2 ENFOQUE ECONÔMICO DE MENSURAÇÃO ........................................................................................................ 53

2.2.3 CURVAS DE CUSTO MÉDIO E MARGINAL ............................................................................................................. 53

2.2.4 VINCULAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CUSTOS ...................................................................................................... 54

2.3 DEFINIÇÃO DE CUSTOS .................................................................................................................................................. 54

2.4 LONGO PRAZO E FATORES DE PRODUÇÃO ............................................................................................................ 56

2.4.1 ISOCUSTOS ...................................................................................................................................................................... 56

2.4.2 ISOQUANTAS ................................................................................................................................................................... 57

2.4.3 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 57

2.4.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 58

2.4.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – CAMINHO DE EXPANSÃO ................................................................................. 59

2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 59

UNIDADE 3 – ANÁLISE, CÁLCULO E PREVISÃO DE CUSTOS ............................................................... 59

3.1 PLANEJAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZOS .................................................................................................... 59

3.1.1 ADEQUAÇÃO DA PLANTA INDUSTRIAL ................................................................................................................. 60

3.2 CURVA ENVELOPE ............................................................................................................................................................. 60

3.3 ECONOMIA E DESECONOMIA DE ESCALA .............................................................................................................. 61

3.3.1 EXPLICAÇÃO DE ECONOMIAS DE ESCALA .......................................................................................................... 62

3.3.1.1 OBSERVAÇÕES SOBRE AS ECONOMIAS DE ESCALA ..................................................................................... 62

3.3.1.2 DEMAIS POSSIBILIDADES DE ECONOMIA DE ESCALA ................................................................................ 63

3.3.1.3 PERDAS DE ECONOMIA DE ESCALA .................................................................................................................... 63

3.3.1.4 ECONOMIAS PECUNIÁRIAS VERSUS ECONOMIAS TECNOLÓGICAS ....................................................... 63

3.3.1.5 ECONOMIA DE ESCOPO ........................................................................................................................................... 64

3.4 ESTIMATIVAS E PREVISÕES ............................................................................................................................................ 64

3.4.1 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO CURTO PRAZO ..................................................................................................... 64

3.4.2 RENDIMENTOS EMPRESARIAIS NO LONGO PRAZO .......................................................................................... 65

3.4.2.1 FORMATO DA CURVA ENVELOPE ......................................................................................................................... 66

3.4.2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO LONGO PRAZO ................................................................................................ 67

3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 67

UNIDADE 4 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO – BREAK-EVEN ................................................... 67

4.1 MÉTODO DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................. 67

4.1.1 PROPÓSITO DA APE ...................................................................................................................................................... 68

4.2 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO ................................................................................................................................. 68

4.2.1 MÉTODO GRÁFICO ........................................................................................................................................................ 68

4.2.2 MÉTODO ALGÉBRICO .................................................................................................................................................. 69

4.2.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NA QUANTIDADE PRODUZIDA ............................................................ 70

4.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NAS VENDAS ................................................................................................. 70

4.3.1 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NOS LUCROS .............................................................................................. 71

4.3.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DO MÉTODO ALGÉBRICO .............................................................................................. 71

4.3.3 APLICAÇÕES MAIS ABRANGENTES DO MÉTODO ALGÉBRICO ..................................................................... 72

Economia EmpresarialS U M Á R I O

4.4 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................... 72

4.4.1 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO ...................................................................................... 73

4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 73

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 73

MÓDULO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO, CONCORRÊNCIA, PODER ECONÔMICO EREGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL ............................................................................. 7 5APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 75

UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DE PREÇOS E MODELOS POLARES DE INDÚSTRIAS ................................ 75

1.1 FORMAÇÃO DE PREÇOS E PODER ECONÔMICO ................................................................................................... 75

1.2 TIPOS DE INDÚSTRIAS .................................................................................................................................................... 76

1.3 MODELO POLAR CONCORRÊNCIA PERFEITA .......................................................................................................... 77

1.3.1 COMPORTAMENTO NO CURTO PRAZO ................................................................................................................. 77

1.3.2 COMPORTAMENTO NO LONGO PRAZO ................................................................................................................ 78

1.3.3 LUCRO NORMAL ............................................................................................................................................................ 79

1.4 MODELO POLAR MONOPÓLIO .................................................................................................................................... 79

1.4.1 CURVA DE DEMANDA .................................................................................................................................................. 80

1.4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 80

1.4.3 BARREIRAS DE ENTRADA ............................................................................................................................................ 81

1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 82

UNIDADE 2 – ESTRUTURA GERAL DE MERCADO ............................................................................... 82

2.1 PAPEL DO MERCADO ...................................................................................................................................................... 82

2.2 ORGANIZAÇÃO DE MERCADO ..................................................................................................................................... 82

2.2.1 ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ..................................................................................................................................... 83

2.2.2 MODELOS DE MERCADO ............................................................................................................................................ 84

2.3 ESTRUTURAS INTERMEDIÁRIAS DE MERCADO ...................................................................................................... 84

2.3.1 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA ......................................................................................................................... 84

2.4 OLIGOPÓLIO ....................................................................................................................................................................... 85

2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 85

UNIDADE 3 – MODELO DE CONCORRÊNCIA ...................................................................................... 85

3.1 CONDIÇÕES PARA CONCORRÊNCIA PERFEITA ....................................................................................................... 85

3.1.1 LIMITES DO MODELO .................................................................................................................................................. 86

3.2 LUCROS NA CONCORRÊNCIA ....................................................................................................................................... 86

3.3 MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS NO CURTO PRAZO ................................................................................................ 87

3.3.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 88

3.3.2 LÓGICA DA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS ........................................................................................................... 88

3.3.3 LUCROS E PREJUÍZOS NO CURTO PRAZO ............................................................................................................ 89

3.3.4 EQUILÍBRIO NO LONGO PRAZO ............................................................................................................................... 89

3.4 EFICIÊNCIA MÁXIMA ....................................................................................................................................................... 90

3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 90

UNIDADE 4 – MONOPÓLIOS, CARTÉIS E REGULAÇÃO ...................................................................... 90

4.1 MONOPÓLIO ....................................................................................................................................................................... 90

4.1.1 CARTEL .............................................................................................................................................................................. 91

4.2 RESTRIÇÕES À ATUAÇÃO DO MONOPÓLIO ............................................................................................................ 91

4.2.1 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................................................................... 91

Economia Empresarial S U M Á R I O

4.3 CONTESTABILIDADE DO MERCADO .......................................................................................................................... 92

4.3.1 AMEAÇA AO MONOPÓLIO – POSSÍVEL ENTRANTE .......................................................................................... 92

4.3.2 PREÇO LIMITADOR ......................................................................................................................................................... 93

4.3.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – PREÇO LIMITADOR ............................................................................................... 94

4.4 MERCADO, PODER ECONÔMICO E GOVERNO ....................................................................................................... 94

4.4.1 MONOPÓLIOS NATURAIS ............................................................................................................................................ 95

4.4.2 TIPOS DE REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL .......................................................................................................... 95

4.4.3 REGULAÇÃO ECONÔMICA ......................................................................................................................................... 95

4.4.4 REGULAÇÃO SOCIAL .................................................................................................................................................... 96

4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 96

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 96

MÓDULO 4 – EMPREENDEDORISMO, FONTES DE CAPITAL E PROJETOS DE INVESTIMENTO 97APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 97

UNIDADE 1 – EMPREENDEDORISMO, LUCRO, DEMANDA DE CAPITAL E RISCO ................................ 97

1.1 EMPREENDEDORISMO E PAPEL DO EMPRESÁRIO ................................................................................................ 97

1.1.1 EMPREENDEDOR E INVESTIMENTO ........................................................................................................................ 98

1.1.2 EMPREENDEDOR E LUCROS ...................................................................................................................................... 98

1.2 DEMANDA DE CAPITAL E PRODUTIVIDADE MARGINAL .................................................................................... 99

1.2.1 NÍVEL DE INVESTIMENTO DA EMPRESA ............................................................................................................... 99

1.2.2 DEMANDA E OFERTA DE CAPITAL ......................................................................................................................... 100

1.2.3 CURVA DE DEMANDA POR CAPITAL ..................................................................................................................... 100

1.3 CUSTO E RETORNO DOS INVESTIMENTOS ............................................................................................................ 101

1.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTO ................................................................................................................................ 101

1.3.2 TOMADORES DE DECISÃO ....................................................................................................................................... 102

1.3.3 RACIONAMENTO DE CAPITAL ................................................................................................................................. 102

1.4 RISCO OU INCERTEZA ................................................................................................................................................... 102

1.4.1 FONTES DE RISCO ....................................................................................................................................................... 103

1.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 103

UNIDADE 2 – FONTES E CUSTO DE CAPITAL .................................................................................... 103

2.1 CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS E FINANCIAMENTO ........................................................................................ 103

2.2 FONTES DE CAPITAL ...................................................................................................................................................... 104

2.2.1 CAPITAL PRÓPRIO ......................................................................................................................................................... 104

2.2.2 FONTES EXTERNAS – CAPITAL DE TERCEIROS .................................................................................................. 105

2.3 CAPTAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................................................................ 105

2.3.1 FONTE DE CAPITAL PARA EMPRESAS ................................................................................................................... 106

2.3.2 VARIEDADE DE FONTES DE RECURSOS .............................................................................................................. 107

2.4 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL ............................................................................................................. 108

2.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 108

UNIDADE 3 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS, SELEÇÃO DE PROJETOS E CRITÉRIOS DE INVESTIMENTO ... 108

3.1 DECISÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................. 108

3.1.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL ........................................................................................................................................ 109

3.1.2 GASTOS DE CAPITAL .................................................................................................................................................. 109

3.1.3 PERÍODO DE PLANEJAMENTO ................................................................................................................................ 110

3.1.4 REGRAS DE DECISÃO .................................................................................................................................................. 110

Economia EmpresarialS U M Á R I O

3.1.5 COLETA DE DADOS ..................................................................................................................................................... 110

3.2 SELEÇÃO DE PROJETOS ................................................................................................................................................ 111

3.3 LIMITAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS .............................................................................................................. 112

3.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTOS .............................................................................................................................. 112

3.4 LUCROS .............................................................................................................................................................................. 112

3.4.1 RANKING DE PROJETOS ............................................................................................................................................ 113

3.4.2 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS .......................................................... 113

3.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 113

UNIDADE 4 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO ....................................... 114

4.1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................... 114

4.1.1 PAYBACK SIMPLES ....................................................................................................................................................... 114

4.1.2 PAYBACK DESCONTADO ........................................................................................................................................... 114

4.1.2.1 EXEMPLOS DE PAYBACK ........................................................................................................................................ 115

4.1.3 RAZÃO BENEFÍCIO-CUSTO ....................................................................................................................................... 115

4.1.4 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE ..................................................................................................................................... 115

4.1.4.1 EXEMPLOS DE RBC E IL .......................................................................................................................................... 116

4.2 TAXA INTERNA DE RETORNO ..................................................................................................................................... 116

4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TIR .............................................................................................................. 117

4.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS ................................................................................ 117

4.3.1 TIR , VPL E PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS ....................................................................................... 118

4.3.1.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA TIR ............................................................................................................................ 118

4.3.1.2 APLICAÇÃO PRÁTICA DE VPL ............................................................................................................................... 119

4.3.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIR E VPL ............................................................................................................................. 120

4.3.3 ESCOLHA DO MELHOR MÉTODO .......................................................................................................................... 120

4.4 PRÊMIO DE RISCO ........................................................................................................................................................... 121

4.4.1 AJUSTAMENTO DO RISCO POR MEIO DA TAXA DE DESCONTO ................................................................ 121

4.4.2 OUTROS MÉTODOS PARA AJUSTAMENTO DO RISCO .................................................................................... 121

4.4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E DE CENÁRIOS ................................................................................................... 122

4.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 123

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS ................................................................................................ 123

MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 125APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 125

Economia Empresarial A B E R T U R A

7

ABERTURA

APRESENTAÇÃO

O objetivo fundamental do Economia Empresarial é oferecer uma preparação para a tomada

de decisões sobre a alocação dos recursos, a estratégia econômica em diversos tipos de mercado,

as táticas de negócios, as práticas de preços e a regulação governamental das atividades

econômicas. Nesse sentido, esta disciplina está direcionada para analistas, administradores e

consultores que trabalham em setores de governo, empresas industriais e comerciais, e

organizações sem fins lucrativos.

O Economia Empresarial é organizado com base nos temas de maximização do lucro e da

riqueza, tanto dos donos de empresas familiares como dos acionistas das empresas. A disciplina

enfoca ainda os processos de minimização de custos, de escolha entre alternativas econômicas,

de competição e rivalidade na organização industrial, dos pressupostos e das políticas adotados

pelo governo para intervir na atividade econômica em um contexto de exemplos e estudos de

caso para a economia brasileira.

Ao optar por fazer o Economia Empresarial, você optou também por participar de um novo

método de ensino – o ensino a distância. Dessa forma, você terá bastante flexibilidade para

realizar as atividades nele previstas. Embora você possa definir o tempo que irá dedicar a esse

trabalho, ele foi planejado para ser concluído em um prazo determinado. Verifique sempre, no

calendário, o tempo de que você dispõe para dar conta das atividades nele propostas. Lá estarão

agendados todos os trabalhos, inclusive aqueles a serem realizados em equipe ou encaminhados,

em data previamente determinada, ao Professor-Tutor da disciplina.

OBJETIVO E CONTEÚDO

Partindo de uma visão ampla de Economia, não reduzida somente aos eventos econômicos que

vemos noticiados na imprensa – tais como comportamento das empresas, inflação, desemprego,

comércio internacional e outros –, proporcionamos a possibilidade do levantamento das grandes

questões da Economia empresarial das origens até o Brasil atual.

Para tanto, o conteúdo do curso Economia Empresarial foi estruturado em cinco módulos, nos

quais foi inserido o seguinte conteúdo...

Módulo 1 – Mercado, demanda e elasticidades

Neste módulo, trataremos da curva de demanda – relação entre o preço de mercado

de um bem e a quantidade demandada desse bem. Refletiremos sobre o equilíbrio e

a otimização do mercado.

Economia EmpresarialA B E R T U R A

8

Módulo 2 – Produção, custos e estratégia de negócios

Neste módulo, examinaremos os principais fatores econômicos que determinam o

processo de produção de uma firma nos curto e longo prazos. Veremos também como

a teoria dos custos se apoia na teoria da produção. Finalmente, analisaremos como as

forças de demanda e oferta – ou de receita, custo e lucro – determinam a alocação de

recursos e a distribuição de renda.

Módulo 3 – Estruturas de mercado, concorrência, poder econômico e regulamentação

governamental

Neste módulo, analisaremos as características das principais estruturas de organização

industrial e suas respectivas lógicas de formação de preços. Além disso, veremos que

o modelo de concorrência é considerado o paradigma da virtude social, e que o esforço

governamental é fazer com que outras estruturas de mercado, menos ou nada

competitivas, tenham seu poder de mercado coibido e suas atividades redirecionadas

em nome do bem comum.

Módulo 4 – Empreendedorismo, fontes de capital e projetos de investimento

Neste módulo, estudaremos o papel do empreendedor, figura importante dentro da

produção. Veremos os principais aspectos da análise e da avaliação dos investimentos.

Dessa forma, analisaremos as decisões de investimentos nos negócios e os objetivos

do processo de orçamento de capital.

Módulo 5 – Encerramento

Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas

opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos

anteriores – caça-palavras, palavras cruzadas, forca e criptograma. Entre neles e bom

trabalho!

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, Eduardo; MADAZOLLO, Regina. Microeconomia. São Paulo: PubliFolha, 2003.

Livro introdutório que apresenta, de maneira muito breve, os seguintes tópicos –

relação entre oferta, demanda e preço; estruturas de mercado; estratégias das empresas

para vencer; papel do governo; influência das diferenças individuais na conquista do

emprego; efeitos da legislação nos salários.

Economia Empresarial A B E R T U R A

9

HALL, Robert E.; LIEBERMAN, Marc. Microeconomia: princípios e aplicações. São Paulo: Editora

Thomson, 2003.

O ponto forte desse livro – de nível intermediário – é a riqueza de estudos de caso e de

aplicações práticas apresentadas aos leitores. A obra mostra as vantagens da utilização

dos princípios teóricos da Microeconomia para a análise das questões práticas do

mundo dos negócios.

MANSFIELD, Edwin; YOHE, Gary. Microeconomia: teoria e aplicações. São Paulo: Editora Saraiva,

2006.

Livro atualizado com os modernos conceitos de Microeconomia, escrito para um nível

intermediário de dificuldade. Contém muitos exemplos e aplicações práticas,

oferecendo também um adequado tratamento teórico dos temas relevantes.

MCGUIGAN, James R.; MOYER, R.Charles; HARRIS, F.H. de B. Economia de empresas: aplicações,

estratégia e táticas. São Paulo: Editora Thomson, 2002.

Livro que combina os preceitos da teoria microeconômica com aplicações práticas. É

um livro intermediário em termos de dificuldade de leitura, porém, muito rico em

exemplos e aplicações. Apresenta também uma cobertura bastante abrangente dos

tópicos de economia das empresas.

MELLO, Pedro Carvalho de. O 'B' de BRICs: potencial de consumo, recursos naturais e economia

brasileira. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012.

O livro faz um exame das implicações e repercussões de um modelo de

desenvolvimento apoiado na exploração dos recursos naturais, além de examinar as

implicações de potencial de mercado, como geografia, tendências de consumo,

dinâmica demográfica e distribuição de renda, e crescimento do PIB baseado no uso

intensivo de recursos naturais e na formação das cadeias produtivas. O foco desse livro

é uma estratégia baseada nas vantagens comparativas e competitivas do Brasil. O autor

examina também o impacto ambiental, principalmente a disponibilidade de água

potável. Finalmente, identifica e discute as principais áreas de negócios para os próximos

40 anos, com base nas tendências do mercado consumidor e da estrutura de produção

do País.

PINDYCK, Robert S.; RUBINSFELD, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall,

2006.

Livro entre os níveis intermediário e avançado, com um excelente conteúdo teórico,

que incorpora, de maneira rigorosa e didática, todos os importantes avanços da teoria

microeconômica nos últimos anos. O livro também apresenta uma grande riqueza de

exemplos, incorporando a teoria dos jogos, a teoria da informação e a teoria econômica

da regulamentação.

Economia EmpresarialA B E R T U R A

10

STIGLITZ, Joseph E.; WASH, Carl E. Introdução à microeconomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus,

2003.

Considerado entre os níveis introdutório e intermediário, o livro examina os problemas

clássicos da microeconomia com a apresentação de exemplos práticos, em linguagem

acessível. O livro utiliza recursos gráficos em abundância sem perder, com isso, o rigor

analítico. A estrutura do livro está organizada de maneira usual – uma introdução e, em

seguida, análises de demanda, da teoria do consumidor, de produção e custos, de

formas de mercado e de outros tópicos de microeconomia.

VARIAN, Hal R. Varian. Microeconomia, princípios básicos: uma abordagem moderna. Rio de Janeiro:

Campus, 2002.

Considerado entre os níveis intermediário e avançado, o livro apresenta os princípios

da Economia com rigor e clareza de texto. O livro está atualizado em termos das áreas

de fronteira da microeconomia e mostra a teoria dos jogos, além de diversos exemplos

de sua aplicação.

WESSELS, Walter. Microeconomia: teoria e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2002.

Livro escrito em linguagem acessível e rico em exemplos. Está entre os níveis

introdutório e intermediário. Abrange, de forma objetiva, todos os principais conceitos

de microeconomia, além de temas inovadores e fundamentais para nossa realidade

atual, tais como juros, renda e lucros; decisões de investimento; pobreza, igualdade e

crescimento econômico; distorções e alternativas ao sistema tributário atual; modelos

de votação; pagamentos de transferências; poluição e regulação.

PROFESSOR-AUTOR

Pedro Carvalho de Mello é Ph.D. em Economia pela University of

Chicago. Atuou como diretor na CVM – Comissão de Valores

Mobiliários – e na BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros, e foi Vice-

Presidente do Pittsburg National Bank. Foi professor visitante na

Columbia University, em 1998, e na University of Richmond, em 2004,

é professor da Ohio University no Programa MBA Pleno FGV-Ohio, e

professor coordenador internacional do FGV Management – FGV.

Membro fundador do CLAAF – Comitê Latino Americano de Assuntos

Financeiros.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

11

MÓDULO 1 – MERCADO, DEMANDA E ELASTICIDADES

APRESENTAÇÃO

Caso fosse levada a apontar o principal elemento da teoria econômica, provavelmente, a maioria

dos economistas indicaria o preço. Sem dúvida alguma, o preço desempenha um papel

fundamental nas três grandes tarefas da economia – o que produzir... quanto produzir... para

quem produzir.

Nesse sentido, ao examinar as forças e os determinantes da demanda e da oferta, refletiremos

também sobre o equilíbrio e a otimização.

Trataremos ainda da curva de demanda – relação entre o preço de mercado de um bem e a

quantidade demandada desse bem –, da curva de oferta – relacionamento entre a quantidade do

bem ofertado e seu preço – e do ponto de equilíbrio entre essas curvas.

Os economistas designam como bem as mercadorias e os serviços negociados no mercado.

UNIDADE 1 – PAPEL E DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE MERCADO

1.1 ENFOQUE METODOLÓGICO

Existem várias diferenças entre macroeconomia e microeconomia...

A macroeconomia lida com os grandes agregados da economia – PIB, investimento,

consumo, importação, exportação, gastos do governo, tributos...

Por sua vez,a microeconomia adota uma visão mais restrita, focada na teoria do

consumidor, da produção, dos custos, das estruturas de mercado e da repartição da

renda entre fatores de produção.

Nesse sentido, abordaremos os problemas concretos enfrentados pelos gestores de empresas

privadas, públicas e sem fins lucrativos – inclusive ONGs – na tomada de decisões.

Com isso, poderemos explicar, integrar e aplicar os métodos e os instrumentos teóricos da

microeconomia.

Na condução dos negócios da empresa, o empresário pode utilizar

elementos dessas duas visões.

No entanto, nosso foco aqui será uma microeconomia aplicada a problemas reais

do dia a dia da empresa.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

12

Utilizaremos, em especial, o raciocínio microeconômico para lidar com o mundo prático dos

negócios, que envolve...

demanda por produtos e serviços;

produção e custos;

formação de preços;

estratégias concorrenciais;

decisões de investimento de longo prazo.

1.1.1 PREÇO

O preço de mercado é determinado pelo equilíbrio entre as forças de demanda e de oferta.

Os mercados tendem ao ponto de equilíbrio e retornam para esse ponto no evento de

que algum distúrbio possa causar um desequilíbrio temporário.

Em seu âmbito de gestão, a empresa exerce maior influência sobre as decisões de produção e de

custo do que sobre as decisões de demanda.

Isso ocorre porque, em geral, as forças de demanda – que dependem do grau de

concorrência em que a empresa opera – ficam fora de seu controle.

No entanto, isso não significa dizer que a demanda tenha pouca importância para a empresa.

Pelo contrário, conhecer o comportamento da demanda e as forças que a regem, além

das previsões sobre seu comportamento no futuro, são habilidades da maior relevância

para o dirigente de empresas.

1.2 DEMANDA, OFERTA E INCENTIVOS ECONÔMICOS

Em uma economia de mercado, os preços têm a função de coordenar as atividades econômicas.

Suponhamos que o preço de um pão de queijo seja R$ 4,00...

Por esse preço, estão sendo fabricados mais pães de queijo do que os consumidores

estão querendo comprar.

Em um sistema de economia de mercado, os produtores logo constatarão que está

sobrando pão de queijo – falta demanda.

O sistema de preços de mercado é o melhor mecanismo para guiar as

decisões estratégicas da empresa.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

13

Por outro lado, se o preço do pão de queijo baixar para R$ 3,00...

...os consumidores comprarão mais pão de queijo, mas, em compensação, devido a

esse preço, os produtores diminuirão a quantidade produzida em relação à situação

anterior.

Essas duas reações evitarão que o pão de queijo fique sobrando ou faltando nas prateleiras do

mercado, ou seja...

se muito pão de queijo está sendo produzido, cai o preço;

se pouco pão de queijo está sendo produzido, sobe o preço.

Esse é o modelo da demanda e da oferta.

1.2.1 COMPORTAMENTO ECONÔMICO DO CONSUMIDOR

A demanda de mercado resulta do somatório das curvas de demanda de todos os indivíduos que

participam do mercado.

Cada indivíduo mostra um comportamento diferenciado.

Embora exista, no nível individual, uma diversidade de atitudes referentes ao consumo,

quando consideramos os consumidores em seu conjunto, eles mostram certos padrões

de regularidade de comportamento econômico.

1.2.1.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR TÍPICO

Para entender o comportamento de demanda de mercado, costumamos fazer uma análise do

consumidor individual.

Consideramos esse consumidor individual como uma figura idealizada do consumidor

padrão, representativo da média do mercado.

Dessa forma, podemos caracterizar o chamado consumidor típico, que seria

representativo dos demais consumidores.

A partir daí, generalizamos, dizendo que o consumo de mercado é a soma do consumo

dos indivíduos comportando-se tal como o consumidor típico.

Em geral, os consumidores mostram reações previsíveis face às mudanças

de preços, de renda e de outras variáveis econômicas.

Com base nessa simplificação, são desenvolvidas as teorias do

comportamento do consumidor e da demanda de mercado.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

14

1.2.2 FUNÇÃO DE DEMANDA

A função de demanda – mostrada pela curva de demanda – é a relação entre o preço de mercado

de um bem e a quantidade demandada desse bem durante um período limitado de tempo –

semanas, meses, anos... – desde que não se alterem...

a renda do consumidor;

os preços de bens substitutos ou complementares;

o gosto dos consumidores;

outros fatores da demanda que não sejam o preço desse bem.

A condição de imutabilidade dessas variáveis recebe o nome de ceteris paribus.

1.2.2.1 CURVA DE DEMANDA

Vejamos a seguinte curva de demanda, que utiliza o exemplo do pão de queijo...

No eixo vertical, está registrado o preço do produto – no caso, o preço do pão de

queijo.

No eixo horizontal, está registrada a quantidade demandada do produto – no caso,

milhares de pães de queijo por semana.

Por exemplo, com o preço de R$ 4,00, são consumidos 2.000 pães de queijo por

semana.

Caso o preço caia para R$ 2,50, serão consumidos 3.000 pães de queijo por semana.

A curva de demanda mostra a relação entre o preço do bem e a quantidade demandada. Essa

curva pressupõe que existam outros fatores de demanda e que ela possa ser deslocada caso

esses fatores sofram alterações, ou seja, mudanças na condição ceteris paribus.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

15

A curva de demanda DD mostra a quantidade que os consumidores estão desejando comprar a

cada preço P. A inclinação negativa de DD reflete a lei da demanda, que estabelece que preços e

quantidades se movam em direções opostas.

A curva de demanda pode ser deslocada devido a alterações nas condições ceteris paribus.

1.2.2.2 EXEMPLO

Vamos ver um exemplo de deslocamento da curva de demanda...

Caso haja um modismo de que o pão de queijo faz bem a saúde, isso incentivará seu consumo, e

a curva de demanda se deslocará para a direita – para cima.

Um exemplo contrário seria uma queda de consumo desse pão, causada pela substancial redução

de preço de um outro alimento – pastel de queijo – que concorra diretamente com ele.

A curva de demanda, nesse caso, seria deslocada para a esquerda – para baixo.

preço do pão de

queijo (R$)

milhares de pães de queijo por semana

DD

preço do pão de

queijo (R$)

milhares de pães de queijo por semana

DD

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

16

1.2.3 CURVA DE OFERTA

A curva de oferta – esquema de oferta – mostra o relacionamento entre a quantidade do bem que

os produtores estão dispostos a ofertar durante determinado período de tempo e o preço de

mercado, mantendo constantes os níveis das outras variáveis – ceteris paribus.

A curva de oferta SS mostra o quanto os vendedores desejam vender a cada preço possível.

A inclinação positiva da curva de oferta indica que, quanto maior é o preço, maior é a quantidadeoferecida.

A curva de oferta pode ser deslocada para frente – direita – ou para trás – esquerda – em funçãodas outras variáveis – exceto preço – que afetam seu comportamento.

Essas variáveis são as transformações da tecnologia empregada, os custos dos fatores

de produção, as mudanças nos impostos, entre outras.

1.3 PREÇO DE EQUILÍBRIO

No equilíbrio entre as curvas de demanda e de oferta, o eixo horizontal representa a quantidade,

e o eixo vertical, os preços.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

17

O equilíbrio de mercado é representado pelo ponto E, em que as curvas de demanda e oferta seinterceptam.

As coordenadas de E são a quantidade de equilíbrio Q* e o preço de equilíbrio P*.

No caso do pão de queijo, o preço de equilíbrio é R$ 1,00, e a quantidade de equilíbrio,

3.000 pães de queijo por semana.

1.3.1 EXCESSO DE DEMANDA E OFERTA

Vamos entender o excesso de demanda e oferta...

Pelo preço P1, maior do que o preço de equilíbrio, os produtores estariam dispostos a oferecer

mais pães do que os consumidores desejariam comprar por aquele preço.

Nesse caso, fica caracterizado um excesso de oferta.

P*=2,50

P2

P1

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

18

A reta AB representa o excesso de oferta. O excesso de oferta provoca uma pressão baixista de

preços.

À medida que os preços vão caindo, mais consumidores são atraídos para o mercado. Ao mesmotempo, os produtores reduzem sua quantidade ofertada.

Essas duas forças que agem simultaneamente – quantidade de pães reduzida pelos produtores e

em crescimento pelos consumidores – elimina o excesso de oferta e leva ao preço de equilíbriono mercado.

Em um caso inverso, em que o preço P2 esteja abaixo do preço de equilíbrio, os consumidores

gostariam de comprar uma quantidade maior do que aquela oferecida pelos produtores.

Nesse caso, fica caracterizado um excesso de demanda.

A reta MN representa o excesso de demanda.

O excesso de demanda provoca uma pressão altista sobre os preços, o que estimula as forças quelevam o mercado a voltar ao preço de equilíbrio.

1.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E ALGÉBRICA

A álgebra pode ser usada para desenvolver exemplos simples do uso do modelo da demanda eda oferta.

Vamos supor esquemas lineares para a demanda e oferta com as seguintes equações...

demanda: P = A-BQd; oferta: P = C+DQs;

ponto de equilíbrio: Qd = Qs.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

19

O ponto A é ponto de interseção entre a curva de demanda e o eixo dos preços, ou seja, A é opreço mais alto alcançado, em que Qd = 0.

A inclinação da curva de demanda é dada por (-B).

O ponto C é o ponto de interseção entre a curva de oferta e os preços, ou seja, C é o menor preço

aceitável pelos produtores.

A constante D mostra a inclinação da curva de oferta.

1.4.1 EQUILÍBRIO

Em equilíbrio, a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada...

Qd = Qs

Podemos deixar de lado os subscritos – pois as duas quantidades são iguais – e utilizar Q nas

equações de demanda e oferta...

P = A - BQP = C + DQ

Solucionando essas equações, temos que...

1.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – COMPORTAMENTO DA DEMANDA E RECEITA DA EMPRESA

2.1 LEI DE DEMANDA

O conceito de demanda é baseado na teoria da opção de consumo, a qual pressupõe que os

consumidores são movidos pela racionalidade.

Essa teoria considera que os consumidores procuram a satisfação pessoal quando tomam a decisãode consumir – essa satisfação é a utilidade.

A relação que determina a função de demanda é inversamente proporcional em seus

componentes – preços e quantidades. Essa relação inversa denomina-se lei de demanda.

A curva de demanda é a representação gráfica da evolução dos preços de quantidades consumidas

de um bem.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

20

A curva de demanda do mercado representa a soma das curvas de demanda individual.

Essa curva registra a lei de demanda – a cada variação nos preços de determinados

bens, ocorre variação inversa da quantidade consumida e vice-versa.

2.1.1 INFLUÊNCIA DO PREÇO NA DEMANDA

Em relação à demanda, os economistas identificam dois fatores de influência sobre o aumento da

demanda de determinado bem em função da redução de preços... efeito renda;

efeito substituição.

2.1.2 EFEITO RENDA

Quando o preço de determinado bem é reduzido, essa redução provoca o aumento da capacidade

de aquisição dos consumidores.

Em outras palavras, é como se o orçamento disponível tivesse aumentado seu poder

de compra, como resultado da queda de preço desse produto.

O decorrente incremento do poder aquisitivo, provocado pela redução de preços, é

chamado de efeito renda.

Por exemplo, as pesquisas mostram que, quando o preço da passagem de ônibus sobe, o consumo

de vários produtos voltados para o mercado de baixa renda diminui.

2.1.3 EFEITO SUBSTITUIÇÃO

Na decisão do consumidor quanto ao consumo de dois produtos pertencentes a sua cesta de

consumo, o efeito substituição ocorre quando...

...um produto tem seu preço reduzido – o consumidor passa a comprar mais desseproduto, diminuindo o consumo de outro produto da cesta ou...

...um produto tem seu preço aumentado – o consumidor passa a comprar menos

desse produto e, portanto, intensifica o consumo de outro produto da cesta.

Quando ocorre uma variação nos preços devido à combinação dos efeitos

renda e substituição, há um impacto sobre a quantidade demandada.

O aumento de preço provoca um efeito contrário, ou seja, a procura por esse

bem diminui.

Note que um efeito renda é sempre acompanhado por um efeito substituição.

A função de demanda de mercado é a formalização da relação entre os preços e

as quantidades correspondentes de um bem ofertado a um grupo de indivíduos.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

21

Por exemplo, caso haja uma diminuição do preço do frango, pode haver uma diminuição no

consumo de carne bovina e um aumento do consumo de carne de frango.

Outro exemplo... Caso as lanchonetes aumentem os preços dos sanduíches, é possível que haja,

como consequência, um aumento no consumo de refeições nos restaurantes a quilo...

2.1.4 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES DE DEMANDA

A função de demanda e a curva de demanda – representantes da relação entre preços e

quantidades de determinados bens a serem demandados por um certo preço, em um determinado

período, de forma constante – são influenciadas por vários fatores.

A análise da demanda também pode ser vista como o estudo de como a empresa pode vender

bens no mercado.

O que a empresa vende depende de outras variáveis, não apenas de seu próprio preço – por

exemplo, preços de outros bens relacionados –, e ainda de outras forças de mercado – tais como

apresentadas no gráfico a seguir...

2.1.4.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA

Podemos representar a função demanda, algebricamente, da seguinte forma...

QD = f(P, PS, PC, Y, IP, IPC, N, G, E, GP, I/S, L)

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

22

Em outras palavras...

Qualquer movimento ao longo da curva de demanda, provocado por variação dos

preços e mantendo fixos os demais componentes da demanda, provocará uma

movimentação na quantidade demandada de determinado produto.

Do mesmo modo, qualquer alteração nos fatores listados acima – exceto em P –

provocará deslocamentos da curva de demanda – para a esquerda ou para a direita.

2.2 COMPORTAMENTO DA DEMANDA E ESTRATÉGIA DA EMPRESA

Em sua estratégia, a empresa deve considerar tanto as variáveis que ela pode influenciar quanto

aquelas que ela não pode, apesar de serem importantes...

Variáveis sobre as quais a empresa pode exercer algum tipo de influência...

preço de seu produto – dependendo de seu poder de mercado;

preços de outros produtos relacionados, de sua própria linha de produção;

preços futuros de seus produtos – dependendo de seu poder de mercado;

gastos com publicidade e promoção de vendas;

propaganda de suas linhas de produtos;

desenho das características dos produtos.

Variáveis mais influenciadas pelos competidores...

preços dos produtos substitutos;

preços dos bens complementares;

gastos de publicidade com esses produtos.

Fatores macroeconômicos, sociais e culturais fora de seu controle...

comportamento do PIB;

taxa de câmbio;

políticas governamentais de regulação;

impostos;

novas modas e novos modismos;

mudanças demográficas – por exemplo, aumento relativo do número de idosos no

mercado.

2.2.1 IMPACTO DOS BENS DURÁVEIS DE CONSUMO NA DEMANDA

Os bens duráveis são aqueles que oferecem benefícios a seus consumidores por um período

maior de tempo – automóveis e geladeira.

Os bens duráveis...

...provocam um impacto de longo prazo na demanda...

...têm sua demanda influenciada por vários fatores específicos e ligados, diretamente,

a sua característica de durabilidade.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

23

Vejamos alguns fatores que influenciam a demanda de bens duráveis...

os bens duráveis podem ser mantidos em estoques por maior período de tempo;

seu processo de comercialização, normalmente, está ligado a uma cadeia que

começa pelo fabricante, passa pelo distribuidor e chega, finalmente, aos

revendedores, porém a capacidade de conversão dos estoques existentes em

atendimento à demanda é lenta;

enfrentam a capacidade de adiamento de consumo em função da manutenção ou

tolerância dos consumidores de bens mais antigos.

2.2.2 OUTROS IMPACTOS RELEVANTES DE INFLUÊNCIA NA DEMANDA

Existem ainda outros impactos que afetam a demanda, representados pelo deslocamento da

curva de demanda...

Demanda derivada...

Representa a demanda por um bem ou serviço atrelado a outro bem ou serviço, ou

seja, a variação na demanda de um está atrelada à variação na demanda do outro.

Um bom exemplo desse fenômeno é o financiamento de veículos, que tem sua variação

intrinsecamente ligada à variação na demanda de veículos.

Já no caso de cadeias de produção, o preço do algodão está bastante influenciado pelo

comportamento do consumo de têxteis.

Taxa de câmbio...

O comércio exterior de mercadorias e serviços baseia-se em exportações e importações.

No caso de um produto comercializado em outro país, a variação em seu consumo

estará diretamente ligada à taxa de câmbio praticada pelos países, ou seja, entre o país

onde o bem é produzido e o país onde é comercializado.

Caso haja alterações nas taxas de câmbio, os preços desses produtos sofrem variações

que, por sua vez, provocam variações em sua demanda.

2.2.3 OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE MARGINALISTA

Os economistas utilizam a análise marginal como uma de suas principais ferramentas de análise,

principalmente para determinar a alocação ótima de recursos.

A economia emprega o conceito de otimização para mostrar o processo em que existe...

um objetivo ou uma meta – por exemplo, maximizar lucros;

um conjunto de restrições – por exemplo, a disponibilidade fixa de recursos escassos.

Otimização é o processo de fazer o melhor possível face às circunstâncias

reinantes.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

24

A análise marginal – nesse caso, a palavra marginal tem o sentido de incremental – apoia-se em

relações geométricas – também expressadas em cálculo diferencial – entre total, médio e marginal,

ao longo de uma curva.

Uma das principais utilizações da análise marginalista ocorre na teoria da demanda.

A relação marginal mostra a variação na variável dependente, causada por uma variação de uma

unidade na variável independente.

Essa variação, em termos de cálculo, pode ser muito pequena – infinitesimal.

2.3 RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL

Vejamos em que consistem a receita total, a receita média e a receita marginal...

Receita total – RT...

É obtida pela multiplicação da quantidade vendida pelo preço de venda.

Por exemplo, a receita total da venda de 20 livros, a R$ 10,00 cada, é R$ 200,00.

Receita média – RMe...

É a receita total – RT – dividida pelo número de unidades vendidas – ou seja, no

exemplo dos livros, R$ 10,00.

Receita marginal – RMg...

É a variação ou o incremento na receita total – RT –, causados pela venda de uma

unidade extra do produto – nesse caso, no exemplo dos livros, também é R$ 10,00.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

25

2.3.1 EXEMPLO – CÁLCULO DA RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL

Vejamos, a seguir, um exemplo mais realista, em que a quantidade demandada se comporta de

maneira inversamente proporcional ao movimento nos preços de venda...

A receita é uma magnitude total, enquanto o preço pode ser visto como uma magnitude média...

Se a empresa vende 3 unidades a um preço de R$ 7,00, então a receita total é R$ 21,00.

A receita marginal é um conceito baseado em incrementos, calculada como o acréscimo da

receita total.

quantidade (Q)preço ou receitamédia (Rme = P) receita total (R = PQ)

receita marginal(RMg)

0 10 0

9

1 9 9

7

2 8 16

5

3 7 21

3

4 6 24

1

5 5 25

-1

6 4 24

-3

7 3 21

-5

8 2 16

-7

9 1 9

-9

10 0 0

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

26

Por exemplo, quando a quantidade produzida aumenta de 2 para 3, a receita totalpassa de R$ 16,00 para R$ 21,00, ou seja, aumenta R$ 5,00 – divididos pelo acréscimoda quantidade – no caso, 1 unidade. A receita marginal é 5.

Em termos gerais, a receita marginal é a variação na receita total associada com a variação de umaunidade do produto.

2.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS RECEITAS TOTAL, MÉDIA E MARGINAL

Os dados do quadro receita total, receita média e receita marginal podem ser representados pormeio de gráficos, nos quais visualizamos as relações geométricas das curvas média e marginal.

Notemos que RT = PxQ, e que Q e P se movem em direções opostas.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

27

O primeiro gráfico mostra a função de receita total – RT. A curva de RT tem a forma de um U

invertido.

A receita média é a inclinação da curva em relação a uma reta que a corta em determinado ponto,

partindo da origem.

No ponto I, RMe = 6 ( ou seja, 24 dividido por 4). Partindo do ponto da curva onde Q = 4, a RMg é o

incremento, ou seja, a divisão do aumento da receita JL quando a quantidade aumenta de 4 para 5

(reta IJ). Portanto, a RMg é JL dividido por IJ. No caso, JL é 25 - 24 = 1 e J = 5 - 4 = 1. Logo, RMg = 1.

Já o segundo gráfico mostra as funções de receita média – RMe – e receita marginal – RMg.

Ambas têm inclinação negativa e, no caso de representação linear, a inclinação da reta de RMg é

o dobro da inclinação da reta RMe.

Isso pode ser mostrado com base em uma curva linear da demanda. A demanda é mostrada pela

reta de RMe...

Vamos representar a demanda por P= a-bQ. Como RT = PQ, então RT = (a-bQ).Q. Portanto, RT =

aQ-bQ2.

Derivando – por cálculo diferencial –, obtemos RMg = a-2bQ, ou seja, a inclinação de RMg (= -2b)

é o dobro da inclinação de RMe (= -b).

2.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ELASTICIDADES DA DEMANDA

3.1 PROCESSO DECISÓRIO

Para o processo decisório, é indispensável conhecer os efeitos da variação dos determinantes –

variáveis – da demanda do produto sobre o volume total demandado desse produto.

Algumas variáveis estão sob maior controle dos administradores...

preços – em mercados não competitivos;

publicidade;

qualidade do produto e dos serviços aos consumidores.

Entretanto, outras variáveis – renda dos consumidores, preços dos produtos concorrentes e

expectativas de mercado – estão totalmente fora de seu controle.

Para algumas dessas variáveis, existem cálculos de elasticidade.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

28

3.1.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE

A elasticidade é um conceito muito empregado pela análise econômica.

A elasticidade visa medir a sensibilidade da alteração de duas variáveis econômicas

relacionadas entre si.

3.1.2 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE

O coeficiente de elasticidade procura medir o grau de sensibilidade de um pequeno incremento

de uma variável sobre outra a ela relacionada.

Vamos utilizar aqui o símbolo ΔΔΔΔΔ, que significa variação.

A elasticidade – E – é calculada pela razão entre a variação percentual – ΔΔΔΔΔV1% – de uma variável –

V1 – e a variação percentual – ΔΔΔΔΔV2% – provocada pela variação de V1 em outra variável – V2 –,

considerando o efeito ceteris paribus – todos os demais componentes da análise permanecem

inalterados.

Dessa forma, E = (ΔΔΔΔΔV1%)/(ΔΔΔΔΔV2%).

3.2 ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA

A elasticidade preço de demanda – também conhecida como elasticidade-preço – mede o quanto

a quantidade demandada de um bem se altera quando seu preço sofre uma variação.

Por exemplo, se o preço do açúcar aumentar 20% e a quantidade consumida desse

produto cair 40%, a elasticidade tem o coeficiente de -40/20 = -2.

Como o preço e a quantidade variam em direções opostas, é comum usarmos o valor

absoluto do coeficiente em vez de apresentar os coeficientes da elasticidade-preço

com um sinal negativo.

No exemplo do açúcar, esse coeficiente Ep seria 2.

3.2.1 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE – PREÇO

O coeficiente da elasticidade-preço varia de 0 a um número infinitamente grande.

Para mensuração adequada dos impactos na quantidade demandada de

determinado produto, provocados pelas mudanças em uma variável de demanda,

os economistas desenvolveram o conceito de elasticidade.

O coeficiente de elasticidade-preço mostra a variação percentual na

quantidade demandada dividida pela variação percentual no preço.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

29

Em geral, destacamos cinco situações...

3.2.2 TÉCNICAS DE CÁLCULO DA ELASTICIDADE

Para computar o coeficiente de elasticidade preço da demanda, existem dois modos principais –

elasticidade ponto e elasticidade arco.

Para pequenas variações de P e Q, recomendamos a elasticidade ponto.

Para variações maiores – as mais frequentes –, recomendamos a elasticidade arco.

3.2.2.1 ELASTICIDADE PONTO

A elasticidade ponto consiste na mensuração da elasticidade da demanda calculada em um ponto

da curva de demanda.

Essa técnica é mais empregada para examinar o impacto de uma variação de preço quando as

variações de P e Q são pequenas.

A fórmula da elasticidade ponto é...

A seguir, com base em exemplos de cálculo de elasticidade-preço da

demanda, vamos utilizar as duas técnicas, ponto e arco, para situações diferentes

de variação nos preços e nas quantidades – pequena e grande.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

30

Para calcularmos a elasticidade ponto, é necessário utilizar procedimentos de cálculo, empregando

fórmulas de derivadas – dQ/dP –, devido às pequenas variações de P e Q.

A fórmula da elasticidade ponto é...

Rearranjando os termos, temos E = (dQ/dP) x (P/Q).

Vejamos um exemplo com base na função Q = 400-4P...

Imaginemos três valores diferentes para P, por exemplo, 20, 40 e 60.

Nesse caso, computando-se dQ/dP, encontra-se -4 e, com base na fórmula, calculando

os Qs...

Preço = 20, então E = -4 (20/320) = -0,25;

Preço = 40, então E = -4 (40/240) = -0,66

Preço = 60, então E = -4 (60/160) = -1,50.

3.2.2.2 ELASTICIDADE ARCO

Elasticidade arco é o coeficiente da elasticidade de demanda calculado a partir de um intervalo

em uma curva de demanda. A cada dois pontos nessa curva, as variações percentuais na quantidade

demandada e no preço são calculadas.

Vamos imaginar que a quantidade suba de Qo para Q1 quando o preço cai de Po para

P1.

A variação na quantidade é Q1-Qo e a variação no preço é P1-Po.

A base da quantidade é Qo+Q1 dividido por 2 e a base de preços é Po+P1 dividido por

2.

Em vez de utilizar a linguagem de cálculo diferencial, vamos usar o símbolo ΔΔΔΔΔ, que significa

variação – para explicar o conceito sem calcular o coeficiente, ele é mais intuitivo.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

31

A fórmula de elasticidade arco é...

3.2.2.3 EXEMPLO

A quantidade demandada de ovos de Páscoa subiu de 100 para 300 quando o preço caiu de R$

1,00 para R$ 0,50.

Tanto a base de P como a base de Q são a média aritmética simples dos dois valores. Nesse caso,

a base de Q é calculada como 100 + 300 dividido por 2. A base de P é calculada como R$ 1,00 +

R$ 0,50 dividido por 2.

Calculando...

E = [(100-300)/200] / [(1,0-0,5)/0,75]

E = [-1,0] / [0,5/0,75] = -1,50

3.3 CONDICIONANTES DA ELASTICIDADE DE PREÇOS

Há alguns fatores que condicionam a elasticidade de preços para a demanda...

Disponibilidades e restrições de substitutos...

O conhecimento prévio sobre as disponibilidades e restrições de produtos substitutos

é importante, pois os consumidores podem substituir, facilmente, determinado bem –

que sofreu aumento de preço – por outro bem qualquer de sua preferência. É

importante não restringir a análise somente a bens que concorram no mesmo tipo de

benefício fornecido.

Bens duráveis...

A demanda por bens duráveis tende a ter elasticidade maior do que a demanda por

bens não duráveis, pois os consumidores podem optar por adiar compras, assim como

por realizar aquisições de bens usados ou fazer reparos em bens existentes. Nos últimos

anos, o site de compras E-Bay revolucionou o mercado de bens duráveis seminovos ou

usados, tornando ainda mais elástica essas compras.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

32

Participação no orçamento...

A demanda por bens ou serviços de alto preço tende a ser mais elástica do que a

demanda por bens ou serviços de baixo preço, pois os bens de alto preço exigem

grande comprometimento da renda; em situação oposta, estão os bens de baixo preço.

Análise do efeito tempo...

A demanda por alguns bens ou serviços, com o passar do tempo, tende a ficar mais

elástica devido ao aumento do número de bens substitutos e a sua crescente

disponibilidade. Outra razão para que a evolução do tempo afete a elasticidade é a

característica que determinados bens possuem de envolver, em suas negociações,

custos adicionais ou ter seus preços variando durante um período de tempo.

3.3.1 RELAÇÃO ENTRE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL

Existe uma relação entre elasticidade-preço e receita marginal...

Em primeiro lugar, vamos observar que a Receita Total – RT – pode ser expressa por RT = P x Q. Em

segundo lugar, observemos que a quantidade e o preço se movem em direções opostas.

Para determinarmos o efeito final sobre RT, precisamos conhecer as forças relativas do efeito do

preço e do efeito da quantidade.

Podemos estabelecer uma relação entre a elasticidade preço e a receita marginal...

RT = P.Q = P(Q).Q

RMg = dRT/dQ = (dP/dQ).Q + P

= P [(dP/dQ).(Q/P) + 1]

= P(1/E + 1) ou P(1 + 1/E)

RMg = P(1 + 1/E)

Ou seja, a receita marginal varia conforme a elasticidade-preço.

O que ocorre quando a empresa muda seu preço?

A receita cai ou sobe?

Vejamos o rol de possibilidades de acordo com a fórmula...

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

33

3.3.2 EXEMPLO

Vejamos um exemplo, examinando os efeitos de um aumento de 10% no preço para diferentes

situações de elasticidade preço da curva de demanda...

3.4 ELASTICIDADE-RENDA

Por exemplo, os estudos de consumo mostram que certos produtos têm um consumo que cresce

muito acima do aumento da renda, enquanto outros crescem menos do que a renda.

No primeiro caso, temos o consumo de viagens internacionais ou de produtos de

marcas famosas. No segundo caso, temos o consumo de marcas mais baratas e de

qualidade inferior.

Outros casos apresentam ainda uma diminuição do consumo mesmo quando a renda aumenta.

Para estudar o impacto de uma variação na renda sobre o consumo, costumamos chamar de bens

normais aqueles cuja renda e cujo consumo acompanham a mesma direção de alta ou queda.

Caso esse bem trafegue na contramão, é chamado de bem inferior. Como exemplo, temos o

consumo de TVs em preto e branco.

3.4.1 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE RENDA

Em termos do coeficiente de elasticidade renda, existem cinco situações distintas...

Coeficiente positivo...

São os bens normais, que costumam ter um comportamento pró-cíclico.

A elasticidade-renda – EY – é um conceito de elasticidade em relação à renda – Y.

A elasticidade-renda apresenta a variação percentual na quantidade demandada –

(ΔΔΔΔΔQ/Q)% – dividida pela variação percentual na renda do consumidor – (ΔΔΔΔΔY/Y)%,

ou seja, EY = (ΔΔΔΔΔQ/Q)%/(ΔΔΔΔΔY/Y)%.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

34

Coeficiente positivo, entre 0 e 1...

Se o coeficiente positivo for menor do que 1, esse bem é chamado de necessidade.

Coeficiente positivo igual ou maior do que 1...

O bem é chamado bem de consumo de luxo.

Coeficiente negativo...

São os bens inferiores – ou de comportamento contra-cíclico.

Por exemplo, quando há um aumento no salário mínimo, cai o consumo de carnes de

segunda – bens inferiores – e sobe o consumo de carnes mais nobres – bens normais.

Coeficiente zero...

Bens cuja demanda não é afetada pela variação da renda.

O coeficiente de elasticidade renda da demanda não só pode identificar o grupo de produtos

como também medir o impacto quantitativo.

3.4.2 USO DA ELASTICIDADE RENDA PARA PROJEÇÕES

Considerando a magnitude da elasticidade de renda de determinado produto, é possível...

fazer projeções mais precisas da atividade econômica;

conhecer e quantificar os efeitos do aumento de renda sobre a demanda;

desenvolver estratégias de marketing para a linha de produtos da empresa.

3.4.3 ELASTICIDADE CRUZADA

O último conceito relevante de elasticidade é o de elasticidade cruzada.

Os bens de consumo, em algumas situações, são substitutos de outros. Por exemplo,

manteiga ou margarina.

Em outras situações, eles são complementares, como arroz e feijão ou pão e manteiga.

A elasticidade cruzada, portanto, mostra como a demanda por um bem – por exemplo, café –

altera-se quando o preço de outro bem, porventura relacionado – por exemplo, chá – sofre

modificação.

O coeficiente de elasticidade cruzada – EC – apresenta, no numerador, a variação percentual na

quantidade consumida do bem analisado – (ΔΔΔΔΔQ/Q)%.

No denominador, está a variação percentual no preço do bem substituto – Ps – ou complementar

a ele – Pc...

(ΔΔΔΔΔPs/Ps) ou (ΔΔΔΔΔPc/Pc)

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

35

Vamos chamar esse preço de P*, ou seja...

Caso o coeficiente tenha um sinal negativo, os bens são complementares. Havendo um sinal

positivo, os bens são substitutos. Caso não haja relação entre os bens, o coeficiente é zero.

3.4.3.1 EXEMPLO DE BENS COMPLEMENTARES

Tomemos como exemplo o pão e a manteiga. Caso suba o preço da manteiga, seu consumo e,

consequentemente, o consumo do pão caem.

Essa complementaridade é mostrada pelo sinal negativo do coeficiente de elasticidade

cruzada.

3.4.3.2 EXEMPLO DE BENS SUBSTITUTOS

Vejamos um outro exemplo – o da manteiga e da margarina...

Caso suba o preço da manteiga, seu consumo cai, mas subirá o consumo de margarina.

Nesse caso, o coeficiente de elasticidade cruzada mostra um sinal positivo. Isso mostra

que os dois bens são vistos como substitutos pelo consumidor.

O valor numérico do coeficiente mostra a intensidade da relação de

complementaridade ou de substitutibilidade entre os dois bens.

3.4.4 OUTRAS MEDIDAS DE ELASTICIDADE

O conceito de elasticidade pode ser usado para os diversos fatores que afetam a demanda. Além

dos três principais conceitos de elasticidade – preço, renda e cruzada –, outros podem ser

calculados.

Os dois outros conceitos de elasticidade empregados para definir estratégias de marketing das

empresas são...

Elasticidade de publicidade – EA...

É a mensuração da variação das vendas de determinado produto – (ΔΔΔΔΔV/V)% – causada

pela variação nos gastos com publicidade – (ΔΔΔΔΔA/A)% –, ou seja, a elasticidade de

publicidade mede o quanto variam, percentualmente, as vendas em função de uma

variação nos gastos com propaganda.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

36

Desse modo, EA = (ΔΔΔΔΔV/V)%/(ΔΔΔΔΔA/A)%.

De fato, existe uma óbvia relação positiva entre gastos com publicidade e aumento de

vendas. Por outro lado, existe muita confusão sobre qual montante investir em

publicidade. Como evitar investir demasiadamente? Na linguagem dos economistas,

qual é o ótimo de gastos com publicidade? O cálculo de EA pode ajudar nessa busca

por eficiência.

Elasticidade do aumento esperado de preços – EE...

É a mensuração da variação percentual dos preços futuros – (ΔΔΔΔΔPF/PF)% – em relação

à variação nos preços correntes praticados (ΔΔΔΔΔPP/PP)%.

Dessa forma, EE = (ΔΔΔΔΔPF/PF)%/(ΔΔΔΔΔPP/PP)%.

Esse cálculo de elasticidade pode ser muito útil para gestores de negócios em economias

nas quais existam pressões inflacionárias, deflacionárias ou de bolhas de preços.

Por exemplo, caso os consumidores tenham expectativas de variações de preços

maiores no futuro do que as variações de preços que observam no presente, o

coeficiente da elasticidade – EE – será maior do que 1 – isto é, EE > 1. Isso leva à

antecipação de compras e à diminuição de estoques dos produtores.

Por outro lado – em um cenário raro, mas que pode ocorrer, de deflação –, o coeficiente

de elasticidade E será menor que 1 – isto é, EE < 1. Nesse caso, adiam-se compras, e os

estoques aumentam.

3.4.4.1 OTIMIZAÇÃO DE PREÇOS

O conceito de elasticidade preço ajuda na tomada de decisões pela empresa, quando é encontrado

um preço ótimo.

Suponhamos que a empresa Carol Shoes observa o aumento de 10% nas vendas de sapatos,

devido a uma diminuição de 5% em seus preços. Nesse caso, a elasticidade preço é -2.

Qual seria o 'preço ótimo' da sapatilha 'Tatiany', dado o custo marginal de R$ 50,00 por

unidade?

Nesse caso, o preço ótimo – que maximiza o lucro da Carol Shoes – seria...

CMg = RMg

CMg = 50

RMg = P ( 1 + 1 / EP)

50 = P * ( 1 + 1 / -2)

50 = P* ( 1 - 0,5)

50 = P* (0,5)

P* = 100

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

37

Notemos que, em equilíbrio, RMG = CMg.

Considerando, também, que CMg = 50,00, temos...

50,00 = P x [ 1 + 1/EP]

Sabendo que EP = -20, temos de determinar P, que chamamos de P*...

50,00 = P x [1 + 1/-2,0]

P* = 50,00 / [1 + 1/-2,0]

p* = 50,00 /0,5 = 100,00

3.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – ESTUDOS E PREVISÃO DE DEMANDA

4.1 ESTUDOS PARA ESTIMATIVA DE DEMANDA

Os gestores de empresa dão grande importância ao conhecimento sobre as forças de demanda

que influenciam o consumo de seu produto ou serviço, assim como a previsão do comportamento

futuro desse consumo.

Por isso, é muito importante conhecermos as técnicas e os estudos para fazer estimativas

de demanda, e para fazer previsões de demanda, isto é, de vendas.

Os dois principais métodos de estimar a demanda são...

baseados em análise qualitativa;

baseados em instrumentos e modelos da estatística, e da econometria.

4.1.1 MÉTODOS COM BASE EM ANÁLISE QUALITATIVA

As estimativas de demanda utilizam recursos técnicos de marketing em seu processo de

preparação.

Em geral, esses métodos baseiam-se em intuições e opiniões para fundamentar as previsões.

Dentre esses enfoques, podemos destacar...

Análise do comportamento dos consumidores por técnicas de ‘survey’...

A análise do comportamento do consumidor é uma visão teórica baseada nos

postulados da teoria da demanda. Essa visão teórica pode ajudar a estabelecer

parâmetros de um comportamento provável dos consumidores.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

38

As técnicas de survey são aplicadas por meio de entrevistas e questionários. Os surveys

de consumidores consistem em perguntar a uma amostra de consumidores quais são

suas atitudes frente ao bem oferecido.

Acompanhamento prático dos consumidores...

O acompanhamento prático dos consumidores consiste na disponibilização de

determinado montante de recursos – dinheiro – a um grupo de consumidores, a fim

de realizar um acompanhamento e um posterior registro de seus hábitos de consumo.

Grupos de foco...

Usar grupos experimentais de consumidores para simular um mercado. O perigo aqui

é o efeito big brother, mais conhecido como hawthorne effect. As pessoas, ao saberem

que estão sendo observadas, assumem um comportamento artificial em relação ao

que mostrariam caso não se sentissem observadas.

Dados históricos...

Parte do princípio de que o que aconteceu no passado é que irá guiar o futuro, e isso

se reflete nas técnicas de projeção de consumo utilizadas.

Experimentos de mercado...

O experimento de mercado consiste na avaliação real do acompanhamento dos

consumidores, ou seja, no que acontece quando incentivos de mercado são ativados.

Podemos usar diferentes preços e medir a reação de compra dos consumidores.

Opinião de especialistas...

Análise com base na experiência pessoal ou da organização. Pode ser feita via o insight

pessoal ou pela opinião de um grupo, via um painel de consenso – por exemplo, o

método Delphi, que utiliza projeções feitas com base em uma análise independente

de um painel de especialistas, por diversas rodadas, buscando alcançar um consenso

de opiniões.

4.1.2 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ECONOMÉTRICOS

Podemos utilizar diversos métodos e modelos, com base na estatística e na econometria.

Principais métodos estatísticos...

análise de tendências com base temporal. Com apoio em séries históricas, são

feitas análises de tendências seculares – longo prazo –, tendências conjunturais –

curto prazo –, flutuações cíclicas e movimentos sazonais;

cálculo de indicadores econômicos de ciclos de negócios;

médias móveis – trimestrais, semestrais, anuais – de dados temporais;

indicadores antecedentes – séries temporais de dados que se relacionam no sentido

de prever o comportamento futuro das atividades econômicas. Por exemplo, a

indústria de papelão para embalagens serve como o indicador antecedente das

indústrias de bens de consumo cujas vendas necessitam de embalagem.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

39

Principais métodos econométricos...

modelos com uma única equação;

modelos com equações múltiplas.

Com base nos métodos econométricos, existem técnicas de análise de correlação, testes, análises

de erro, entre outras.

Os métodos econométricos podem tornar-se bastante complexos e custosos. Por isso, temos de

tomar cuidado na decisão de usá-los.

Devemos fazer uma ligeira análise custo-benefício para avaliar os prós e contras do grau de

complexidade que almejamos.

4.2 HIERARQUIAS DE PREVISÃO

Podemos dizer que uma previsão de negócios é como uma cebola invertida, pois a casca mais

próxima ao núcleo é coberta por outra, por mais outra e assim sucessivamente.

Começando, então, de fora para o núcleo, observamos, ao fazer previsões, que existe uma hierarquia

entre esses diversos níveis de afastamento do núcleo de negócios em que a empresa está

focada...

nível de hierarquia da previsão abrangência e descrição

economia do país

O nível de previsões empresariais depende do comportamento de algumasvariáveis gerais da Economia, tais como...

taxa de crescimento econômico; taxa de juros; taxa de desemprego; taxa de câmbio; índice da inflação.

setor da economia

Os grandes setores da Economia são... primário – agricultura, pecuária, pesca e mineração; secundário – indústria e construção civil; serviços – comércio, transportes, governo, finanças, comunicações,

entretenimento...

ramo do setor – pode serdesdobrado em sub-ramo

Por exemplo, indústrias de veículos, automóveis de passeio.

empresa Por exemplo, Ford.

produto ou serviço da empresa Por exemplo, Ford Focus.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 1

40

4.3 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREVISÕES

A escolha de determinada técnica, idealmente, deve seguir alguns critérios...

os custos desse método de previsão vis a vis seus benefícios;

a complexibilidade dos relacionamentos entre as variáveis utilizadas no método;

a duração de tempo para fazer as previsões, pois de nada adianta uma previsão ser

bem feita se for completada após a decisão estratégica – com a qual ela se

beneficiaria – ter sido feita;

o hiato de tempo entre o recebimento da informação e a elaboração da previsão;

o grau de precisão que é considerado necessário para a previsão.

Para o nível empresarial, algumas técnicas de previsões são mais indicadas...

análise de séries históricas de dados;

análise de séries históricas ajustadas;

técnicas barométricas, as quais tentam antecipar tendências – por exemplo, o

crescimento da indústria de embalagens – como indicador antecedente;

técnicas de apuração de opiniões;

métodos de econometria;

análise de insumo-produto;

técnica vetorial de autorregressão;

pesquisas de opinião – por exemplo, consenso de previsões.

4.4 PREVISÕES DE NEGÓCIOS, RISCOS E INCERTEZA

Tanto as empresas privadas como o setor público e as ONGs operam em condições de incerteza

quanto à demanda futura para seus produtos e serviços.

Os gestores, como parte de suas tarefas, buscam limitar essas incertezas, tentando fazer previsões

de variações nos custos, nos preços, nas vendas, nos mercados, nas taxas de juros, nas taxas de

câmbio e em outras variáveis que possam impactar seus lucros ou suas receitas.

Nesse sentido, os gestores procuram fazer previsões bastante esmeradas, sabendo que, dessa

maneira, poderão formular e implementar estratégias que atinjam, com maior precisão, seus

objetivos.

A previsão, por mais bem feita que seja, jamais eliminará a incerteza. No entanto, poderá reduzi-

la, inclusive para níveis toleráveis, em termos de confiança nos negócios ou em atividades futuras.

4.4.1 RISCO E INCERTEZA EM PREVISÕES

Conforme vimos anteriormente, uma das atividades mais importantes do gestor de empresas é a

previsão de demanda. Vimos também que a previsão de demanda pode ser qualitativa ou

quantitativa.

Economia Empresarial M Ó D U L O 1

41

Em uma situação de risco, podemos conhecer a distribuição de probabilidades.

Por exemplo...

...a probabilidade de 70% de que as vendas de uma empresa subam 5% ao ano, e de

30% de que o crescimento seja zero.

Já em uma situação de incerteza, estamos totalmente no escuro. Não existe uma distribuição de

probabilidades que nos ajude.

4.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os

cenários culturais no ambiente on-line.

Qualquer que seja a técnica de previsão empregada, os administradores

enfrentam dois dos grandes problemas das previsões de demanda, o risco e a

incerteza.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

43

MÓDULO 2 – PRODUÇÃO, CUSTOS E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS

APRESENTAÇÃO

A produção de mercadorias e serviços é o cerne da atividade empresarial.

A produção de mercadorias e serviços envolve como premissa básica o conhecimento sobre as

condições de demanda de mercado, mas, a partir daí, vai depender da capacidade de organização

e gestão do empreendedor. Esse administrador irá tratar questões relacionadas a melhor combinação

dos fatores de produção – principalmente, mão de obra e capital –, os custos desses fatores e a

escolha da tecnologia mais conveniente em termos econômicos.

O objetivo do administrador é maximizar os lucros.

UNIDADE 1 – LUCROS E MOTIVAÇÃO PARA PRODUÇÃO

1.1 BUSCA DE LUCROS E EMPREENDEDORISMO

Para a teoria econômica, a busca de lucros é o principal motivador para que a empresa se disponha

a tomar riscos e empreender novos negócios.

O lucro – L – é um resíduo entre a receita total – RT – e o custo total – CT – de produção.

Com isso, temos L = RT-CT.

Esse conceito é estendido para a empresa como um todo, no sentido de que seus administradores

devem ter, como prioridade, a maximização da riqueza dos acionistas, que, por sua vez, resulta da

maximização dos lucros no presente e nos anos futuros de atuação da empresa.

Esse postulado é feito sob uma ótica puramente econômica. Muitas empresas, no entanto, são

movidas por outros elementos de decisão, afetando outras partes interessadas – empregados,

clientes, fornecedores, governo, sociedade, comunidade onde vivem, entidades que buscam

preservar o meio ambiente... Ademais, atualmente, muitas empresas adotam preceitos morais e

éticos como restrições a seu processo de maximização de lucros.

Muitas empresas adotam uma visão em que a prosperidade material – via lucros – deve ser obtida

em harmonia com o progresso social e a responsabilidade ambiental.

Recentemente, surgiram muitos estudos e muitas experiências de comportamento corporativo,

baseados no conceito de Triple Botton Line. A empresa, nesse modelo, deve mostrar seu

desempenho com base no tripé sustentabilidade ambiental, tratamento das pessoas e lucros –

PPL = planeta, pessoas e lucros.

A teoria econômica baseia-se no postulado de que o comportamento

econômico da firma é pautado pela maximização dos lucros.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

44

Logo, embora não possa ser o único objetivo, em uma perspectiva econômica, a prioridade da

empresa continua sendo a de maximizar os lucros, o que a conduz a se focar em receitas e custos.

1.1.1 CAPACIDADE PRODUTIVA

A firma é a unidade típica do sistema de produção.

Quando nos referimos a países, a capacidade produtiva é determinada...

pelo tamanho e pela qualidade de sua força de trabalho;

pela quantidade e pela qualidade de seu estoque de capital;

pelo estoque e valor estimado de seus recursos naturais;

pelo conhecimento técnico acumulado e pelo modo como é usado;

pela natureza e efetividade de suas instituições públicas e privadas;

pelo grau de empreendedorismo.

1.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

O conceito básico da teoria da produção da firma é a função de produção...

A função de produção especifica a produção máxima que pode ser obtida com certa

quantidade de recursos, para determinado estágio do conhecimento técnico e de

engenharia.

A teoria econômica considera três fatores de produção...

trabalho – L;

capital – K;

recursos naturais – N.

Vejamos a fórmula...

Q = F (L, K, N)

Essa é a forma implícita.

A forma explícita – para L e K – pode ser representada pela função de produção Cobb – Douglas,

muito usada em estudos econômicos...

Q = A.Lααααα.K 1-ααααα

Onde...

A – tecnologia;

ααααα – participação de L no valor da produção;

1-ααααα – participação de K no valor da produção.

Esses fatores de produção, juntamente com as instituições existentes no país

estabelecem o contexto para a função de produção da firma.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

45

Na prática, o número de fatores de produção – insumos – é muito maior do que L e K. No entanto,

mão de obra e capital se ressaltam e, para simplificar o entendimento, em geral, utilizam-se

apenas esses dois na análise.

1.2.1 CONCEITOS DERIVADOS

Existem três conceitos que são derivados da função de produção...

produto total, PT – é o total produzido e medido em unidades físicas, tais como

toneladas de aço, por exemplo;

produto médio, PMe – se dividirmos a produção de aço pelo número de pessoas

empregadas em sua fabricação, obteremos o produto médio – toneladas de aço

por trabalhador, por exemplo. O produto médio é visto como um sinônimo de

produtividade da mão de obra;

produto marginal, PMg – é o produto extra ou incremento de produção de aço, que

é possibilitado pelo uso de uma unidade extra do recurso, supondo que os outros

recursos – fábrica, equipamentos – sejam fixos.

1.2.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Vejamos, a seguir, a representação gráfica da função de produção...

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

46

1.3 TEMPO DA EMPRESA

Os economistas definem tempo de maneira diferente da usual, que é o tempo calendário.

Para eles, o tempo pode ser...

Curto prazo...

Variação de apenas alguns insumos, enquanto os outros se mantêm fixos.

Suponhamos que haja uma fábrica de papel, e que o dono receba uma súbita e grande

ordem de exportação.

Ele não terá tempo para cumpri-la expandindo a planta industrial, adquirindo

equipamentos e ampliando as instalações – fatores fixos.

Ele poderá apenas contratar mais mão de obra, adquirir mais matéria-prima e aumentar

os turnos de produção – fatores variáveis.

Longo prazo...

Variação de todos os fatores.

No exemplo da fábrica de papel, se o dono confiar que haverá, no futuro, um fluxo

anual constante ou crescente de exportações, poderá expandir a planta industrial,

adquirir máquinas e equipamentos mais especializados, treinar melhor os funcionários

e adequar o tamanho da operação para a escala mais eficiente de produção.

Em geral, o curto prazo é caracterizado pela alteração do número de empregados, que pode ser

feita rapidamente.

Mudanças de equipamento e construção de fábricas, por exemplo, levam muito mais tempo,

ocorrendo no longo prazo.

1.4 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES

De acordo com a lei dos rendimentos decrescentes...

...a partir de determinado patamar de produção, obtemos incrementos do produto

cada vez menores à medida que ocorre o acréscimo de doses adicionais de um recurso,

mantendo os demais fatores de produção constantes.

Nesse processo, o produto marginal vai declinando à medida que a quantidade

produzida aumenta, chegando a tornar-se zero – e até mesmo negativo – em patamares

mais altos de produção.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

47

Por exemplo...

Em uma usina siderúrgica, com seus equipamentos e suas facilidades constantes, se

forem adicionados mais e mais trabalhadores, eventualmente, será atingido um nível

de produção de aço a partir do qual cairá o produto marginal por trabalhador.

A lei dos rendimentos decrescentes é uma regularidade empírica observada em muitas situações,

na empresa e na Economia.

1.4.1 RETORNOS DE ESCALA

Um caso diferente acontece quando variamos, simultaneamente, todos os recursos.

Podemos ter três situações...

Retornos constantes de escala...

Havendo uma mudança na mesma proporção – por exemplo, 10% – em todos os

insumos – sinônimo de recursos ou fatores de produção –, a produção cresce na

mesma proporção – 10%.

Retornos crescentes de escala...

Havendo um aumento proporcional em todos os insumos – por exemplo, 10% –, a

produção cresce mais do que essa proporção – por exemplo, 20%.

Retornos decrescentes de escala...

Havendo um aumento proporcional em todos os insumos – por exemplo, 10% –, a

produção cresce menos do que essa proporção – por exemplo, 5%.

1.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – DA PRODUÇÃO PARA OS CUSTOS

2.1 CUSTOS

A teoria dos custos é estruturada com base na teoria da produção.

A teoria dos custos é muito importante para o entendimento e a orientação das decisões

estratégicas dos empresários e para a determinação dos preços de venda.

Custos são as mensurações dos dispêndios relacionados com o processo de troca ou com a

transformação de recursos.

Por isso, nossa primeira tarefa deve ser o entendimento e a mensuração do

conceito de custos!

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

48

Além disso, custos são a função de valorização dos recursos em sua melhor alternativa

de uso.

A análise de custos é difícil, pois é afetada...

pelos efeitos de inflação não esperada;

por mudanças imprevisíveis na tecnologia;

pelo dinamismo da evolução dos mercados de produtos, dos insumos e dos serviços.

Tal como na produção, os custos podem ser analisados no curto e no longo prazos. Existem várias

técnicas para a estimação dos custos.

A previsão dos custos é uma das áreas mais sensíveis do processo decisório das empresas.

2.1.1 CUSTOS CONTÁBEIS

Os custos contábeis, em geral, mostram o registro de custos históricos explícitos, baseando-se em

despesas mostradas por fluxos de caixa.

Os conceitos contábeis visam padronizar regras para diferentes tipos de empresas, tornando

possível...

...a comparação de desempenho de empresas de vários setores...

...ao mesmo tempo, a criação de bases para proteção de direitos de acionistas e demais

partes interessadas.

2.1.2 CUSTOS ECONÔMICOS

Os custos econômicos...

...têm um caráter mais gerencial, com foco na facilitação da tomada de decisão pelos

gestores da empresa.

...baseiam-se em custos correntes, ou seja, despesas incorridas sob as condições

vigentes no mercado.

Os custos econômicos podem ser explícitos ou implícitos...

Custos explícitos...

Gastos pagos monetariamente. São os dispêndios mensurados em demonstrativos ou

relatórios financeiros.

Custos implícitos...

Baseados em custos de oportunidade. Consistem nos custos de oportunidade pelo

tempo e capital que os administradores tenham investido na produção.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

49

2.1.3 CUSTO DE OPORTUNIDADE

O principal custo econômico é o chamado custo de oportunidade...

Os custos de oportunidade são a mensuração do sacrifício despendido pela opção

adotada em detrimento da alternativa relegada a segundo plano.

O custo de oportunidade representa o valor do melhor uso alternativo, uso esse preterido em

razão da opção adotada.

Em outras palavras, o verdadeiro custo de algo é aquilo de que abrimos mão para obtê-

lo.

Trata-se não só do dinheiro gasto para comprar aquele bem mas ainda dos benefícios

econômicos – que os economistas chamam de utilidade – que não usufruimos...

Ao comprar esse bem, não poderemos utilizar nossos recursos para adquirir outros

bens que também trariam satisfação.

De maneira mais formal, o custo de oportunidade de produzir uma unidade do bem x é a

quantidade do bem y que precisa ser sacrificada com a finalidade de usar os recursos agora

disponíveis para produzir x em vez de y.

2.1.3.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE CUSTOS EXPLÍCITOS E CUSTOS DE OPORTUNIDADE

Existem conflitos entre as diferentes visões de custos.

Podemos assinalar alguns exemplos dessas visões conflitantes...

Custo de depreciação...

Custo incorrido pelo uso de ativos no processo de produção.

Na análise contábil, a depreciação – método linear – segue regras fiscais e

padronizadas.

No conceito econômico, entretanto, a efetiva perda de valor depende do custo

verdadeiro – desgaste por uso e obsolescência – decorrente da utilização do

equipamento.

Por exemplo, quanto custa para você este curso?

Não é só o dinheiro gasto – que poderia ter sido gasto em viagens, motocicletas... –

mas também as centenas de horas que você dedicou ao programa e que

poderiam ser usadas para outras finalidades – lazer, família...

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

50

Valorização de estoques...

Custo de reposição de estoques em comparação com custos de aquisição.

Na visão contábil, o valor do estoque é calculado pelo custo histórico.

Na visão econômica, o valor do estoque depende de sua contribuição futura para o

processo de produção da empresa e também do valor de mercado dos itens de estoque

a serem adquiridos para essa reposição.

Por exemplo, uma peça de reposição guardada no estoque, para um equipamento que

não é mais usado pela firma ou pela indústria, tem um valor de mercado baixo, ou

mesmo de sucata. O valor histórico de seu custo, na época de sua aquisição, tem pouca

importância do ponto de vista econômico.

Disponibilidades sem uso...

Custo de manutenção de determinado ativo que não integra o processo produtivo.

Suponhamos que uma empresa tenha alugado, por 5 anos, a R$ 60,00/m2, um imóvel

de 100.000 m2, com pesadas multas em caso de rescisão.

A prática, entretanto, mostrou que a empresa só necessitaria de metade da área, e seria

muito fácil, em termos de layout, alugar os outros 50.000 m2.

Existe aí uma oportunidade, mas que preço de aluguel seria aceitável?

Para os economistas, caso o melhor preço que a empresa conseguisse no mercado

fosse o de R$ 30,00/m2, ainda assim compensaria alugar. Em termos contábeis, no

entanto, o raciocínio seria muito mais complicado.

Aluguel de imóvel próprio e trabalho do proprietário na empresa...

Nos dois casos, não existe um custo explícito.

Efetivos custos de oportunidade não seriam adequadamente computados em

uma visão contábil, embora fossem considerados pela visão econômica.

Em ambos os casos, estimar-se-iam valores aproximados de mercado para a

computação desses custos implícitos.

2.1.4 CUSTOS INCREMENTAIS E SUNK COSTS

O custo incremental é a variação líquida nos custos causada por determinada

decisão de gestão.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

51

Suponhamos que a empresa aérea Azul decida acrescentar uma rota pelo Aeroporto

de Congonhas. Isso irá representar um acréscimo de custos na operação.

Esse acréscimo é líquido e pode ser negativo ou positivo, nesse exemplo, caso a nova

rota via Congonhas signifique um corte de rotas no Aeroporto de Viracopos.

O conceito de sunk costs, embora esteja também relacionado ao conceito de custo de

oportunidade, é diferente.

Sunk costs são custos que foram feitos no passado e que têm de ser julgados no

presente em função de sua rentabilidade futura.

Sunk costs são irrelevantes para uma tomada de decisão, ou seja, não desempenham

qualquer papel significativo para apontar uma direção ótima de atuação da empresa.

Por exemplo, há alguns anos, a Áustria construiu todas as instalações para uma

usina nuclear – mais de US$ 20 milhões.

Pouco antes de começar a produzir eletricidade, assumiu um novo governo.

Como existia uma discussão acalorada em torno do assunto, o novo governo

organizou um referendo. O voto majoritário foi favorável à proibição de

funcionamento da usina.

Quanto passaram a valer os milhões de dólares gastos na construção da usina?

Quase nada...

Após uma licitação para diferentes possibilidades de uso das instalações,

construídas em concreto armado, venceu a proposta de se criar um museu, e o

mesmo acabou pagando apenas algumas dezenas de milhares de dólares pelas

instalações e prédios...

2.1.5 REGRAS PRÁTICAS SOBRE CUSTOS

Podemos tirar algumas conclusões sobre o conceito de custos...

os custos podem ser mensurados de diferentes maneiras, dependendo de seu

propósito de utilização;

uma análise de custos deve ser baseada em uma cuidadosa consideração das

alternativas relevantes para decisão;

os custos e os benefícios de cada alternativa de decisão devem ser comparados;

os custos, em uma atividade econômica cuja obtenção se dá por relatórios de

gastos, são apropriados para a tomada de decisão;

custos de disponibilidades – sem usos – não devem ser considerados para apuração

de níveis ideais de rentabilidade. É necessário fazer um ajuste tendo por base o

cálculo da perda implícita por não dar uso econômico à propriedade ociosa;

na maioria dos casos, o custo de oportunidade de determinada atitude, no processo

decisório, é muito difícil de ser mensurado.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

52

2.1.6 LUCRO ECONÔMICO

Dando prosseguimento à discussão sobre custos, podemos redefinir o lucro.

O lucro, na visão contábil, é a diferença entre receita total e custo total, sendo que, nos custos, são

computados apenas os itens explícitos.

Na visão econômica, o que muda é a inclusão de custos implícitos no cálculo.

Desse modo, o lucro, medido pela visão econômica, costuma ser diferente – em geral,

menor – do que o lucro em uma visão contábil.

2.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO

O custo de produção de uma empresa é determinado por três aspectos em seu conjunto...

...as condições físicas da produção...

...os preços dos fatores de produção...

...a conduta eficiente do empresário sob um ponto de vista econômico e gerencial.

Existe também – como na teoria da produção – uma teoria dos custos de curto prazo e uma teoria

dos custos de longo prazo.

No curto prazo, os custos se classificam em custos fixos e custos variáveis.

No longo prazo, todos os custos são variáveis.

2.2.1 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS

Vejamos as diferenças entre custos fixos e custos variáveis...

Os custos fixos permanecem imutáveis à medida que varia a quantidade produzida.

São itens como compra de plantas industriais, escritórios e máquinas, ou contrato

longo de aluguel dos imóveis das plantas industriais, leasing de equipamentos com

base em contratos de longa duração, taxa de juros e amortizações em empréstimos de

longo prazo, além de outras obrigações contratuais que não variam com o volume de

produção.

lucro econômico = receita total - custos explícitos (contábeis) -

custos implícitos

A teoria dos custos está relacionada com a teoria da produção.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

53

Os custos variáveis se alteram à medida que a produção aumenta ou diminui.

Incluem gastos de mão de obra, matérias-primas, combustível, eletricidade...

2.2.2 ENFOQUE ECONÔMICO DE MENSURAÇÃO

Os custos também são classificados em...

totais;

médios – por unidade de produção;

marginais – o custo adicional de produção de uma unidade extra de produção.

2.2.3 CURVAS DE CUSTO MÉDIO E MARGINAL

Os gráficos mostram as curvas de custo médio e marginal, que apresentam a forma de um U...

Podemos observar, no gráfico anterior, que a curva de CMg cruza a curva de CMe no ponto

mínimo dessa última.

Isso é uma regra geral, determinada pela geometria das curvas e do cálculo marginal.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

54

2.2.4 VINCULAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CUSTOS

O gráfico mostra a relação entre produção e custos, relacionando as curvas de produto médio –

PMe – e produto marginal – PMg – com as curvas de custo médio – CMe – e custo marginal –

CMg...

Podemos observar, no gráfico anterior, que, para a análise econômica, após cruzar o ponto mínimo

da curva CMe, o trecho relevante da curva de CMg é o do segmento crescente dessa curva.

Com base nesse trecho, é que se define a curva de oferta da firma.

2.3 DEFINIÇÃO DE CUSTOS

Caso, por simplicidade, consideremos apenas dois fatores – um fixo K e outro variável L –, podemos

construir, por meio de um exemplo, a seguinte classificação...

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

55

Com base na curva de custo médio e custo marginal, podemos elaborar as seguintes definições...

Custo fixo total – CFT...

Soma dos custos de curto prazo, tanto os custos explícitos quanto os custos implícitos –

custos de oportunidade do capital – que não variam com a produção.

Custo variável total – CVT...

Soma das quantias gastas na compra das quantidades dos insumos variáveis utilizados

na produção, ou seja, os gastos que variam com a produção.

Custo total – CT...

No curto prazo, é igual a CT = CFT + CVT.

Custo fixo médio – CFMe...

Custo fixo total dividido pela produção.

Custo variável médio – CVMe...

Custo variável total dividido pela produção.

Custo total médio, CTMe...

Custo total dividido pela produção.

Custo marginal – CMg...

Adição para o custo total atribuída à adição de mais uma unidade para o total produzido.

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

quantidade do produto

custo total, custo total médio e custo total marginal – CT, Cme e CMg –, segundo custo fixo e custo variável

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 200,00

R$ 20,00

R$ 32,00

R$ 42,00

R$ 52,00

R$ 60,00

R$ 81,00

R$ 112,00

R$ 144,00

R$ 180,00

R$ 258,00

R$ 220,00

R$ 232,00

R$ 242,00

R$ 252,00

R$ 260,00

R$ 281,00

R$ 312,00

R$ 344,00

R$ 380,00

R$ 458,00

R$ 200,00

R$ 100,00

R$ 66,70

R$ 50,00

R$ 40,00

R$ 33,30

R$ 28,60

R$ 25,00

R$ 22,20

R$ 20,00

R$ 20,00

R$ 16,00

R$ 14,00

R$ 13,00

R$ 12,00

R$ 13,50

R$ 16,00

R$ 18,00

R$ 20,00

R$ 25,80

R$ 220,00

R$ 116,00

R$ 80,70

R$ 63,00

R$ 52,00

R$ 46,80

R$ 44,60

R$ 43,00

R$ 42,20

R$ 45,80

-

R$ 12,00

R$ 10,00

R$ 10,00

R$ 8,00

R$ 21,00

R$ 31,00

R$ 32,00

R$ 36,00

R$ 78,00

custo fixo total

custo variável

total

custototal

custo fixomédio

custo variável médio

custo total médio

custo marginal

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

56

2.4 LONGO PRAZO E FATORES DE PRODUÇÃO

No longo prazo, todos os fatores de produção tornam-se variáveis. Não há mais fatores fixos,

conforme ocorre na teoria da produção do curto prazo.

O empresário opera em um cenário de estratégia e de planejamento com longos períodos de

tempo no futuro.

Nesse cenário, ele pode combinar os fatores de produção e escolher o tamanho de planta – bem

como seu número e sua localização –, assim como a escala de produção, da maneira mais adequada

para seus objetivos.

Nesse caso, o produto marginal do capital – PMgK – é representado por ΔΔΔΔΔQ/ΔΔΔΔΔK – ou dQ/dK.

O produto marginal da mão de obra – PMgL – é ΔΔΔΔΔQ/ΔΔΔΔΔL – ou dQ/dL.

À medida que mais capital K for utilizado, seu produto marginal tenderá a cair, pois L

não está sendo aumentado.

Nesse processo, o que aumenta é o produto marginal de L.

Caso seja feito o inverso, aumentando-se L e mantendo-se K fixo, o PMgL cai e o

PMgK aumenta.

Nesse horizonte de longo prazo, a empresa deve buscar maximizar sua produção, dado um

orçamento fixo para operar, ou então – e isso é um espelho da regra de decisão anterior –

minimizar seus custos, dado um fixo volume de produção que pretende alcançar.

2.4.1 ISOCUSTOS

A ponte entre as teorias da produção e os custos se dá pelas curvas de isocustos e de isoquantas.

A curva de isocustos – na verdade, representada por uma reta no caso de dois fatores – mostra a

combinação de fatores de produção que podem ser comprados com dado orçamento – M.

O orçamento é o montante de recursos de que a empresa dispõe para organizar a

produção. Em geral, o orçamento é constante no curto prazo.

Esse orçamento toma como parâmetros os salários – PL –, juros – P

k – e outros preços dos fatores

de produção – os quais a empresa não tem poder de influenciar ou alterar.

No exemplo de dois insumos, capital, K, e mão de obra, L, a produção pode

ser representada por...

Q = f (K, L)

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

57

O que o empresário maneja é a quantidade empregada de capital, a mão de obra e os demais

fatores de produção...

M = K.Pk + LP

L

Em que M, Pk e P

L são constantes, e K e L as variáveis.

2.4.2 ISOQUANTAS

A curva de isoquantas mostra as diferentes combinações dos diversos fatores de produção que

podem ser usados para produzir determinada quantidade de produção.

Certos produtos podem ser fabricados usando-se métodos intensivos de trabalho –

muita mão de obra e pouca mecanização – ou com métodos intensivos de capital –

muita mecanização e pouca mão de obra.

A isoquanta mostra apenas as combinações tecnicamente eficientes.

A inclinação da isoquanta é a razão entre os produtos marginais de K e L.

Chamamos essa razão de Taxa Marginal de Substituição Técnica – TMST...

TMST (K,L) = [ΔΔΔΔΔQ / ΔΔΔΔΔK] ÷ [ΔΔΔΔΔQ / ΔΔΔΔΔL]

ou

TMST (K,L) = [dQ / dK] ÷ [dQ / dL]

A inclinação da isoquanta é negativa, refletindo o fato de que, ao utilizarmos, mais

intensamente, um fator – por exemplo, K –, seu PMgK cai e o PMgL aumenta.

Visto de outra maneira, caso decidamos utilizar métodos intensivos de capital, o fator mais escasso –

L – vai necessitar, proporcionalmente, de mais do fator mais abundante – K – para que se mantenha

o mesmo nível de produção.

A otimização da produção se dá no ponto em que a isoquanta tangencia, por cima, a curva de

isocusto, ou seja, em equilíbrio, uma firma utiliza os fatores que adquiriu para produzir o maior

volume de produção possível, correspondendo à isoquanta que tangencia sua curva de isocusto.

2.4.3 EXEMPLO

Suponhamos que uma firma tenha um orçamento fixo – M – de ICo.

A inclinação dessa reta foi obtida com base nos preços fixos de L e K.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

58

Caso esses preços relativos se alterem, a inclinação da curva muda.

O empresário, por sua vez, calcado em um comportamento eficiente, busca um nível de produção

fazendo uso da combinação de insumos que equaliza a taxa marginal de substituição técnica –

TMST – com a razão entre os preços dos insumos – PL/P

K.

Em equilíbrio...

TMST = PMgL/PMgK = PL/P

K

Ou seja...

PMgL/PL = PMgK/P

K

2.4.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Em termos gráficos, a otimização se dá quando a maior isoquanta possível – IQj –, com base em

uma função de produção, é tangenciada por baixo pela curva de isocusto – IC0 –, com base nos

preços dos insumos.

No gráfico a seguir, o ponto A mostra a eficiência técnica, pois a empresa está utilizando

o capital e a mão de obra ao menor custo para produzir IQj.

É possível construir uma tabela, um esquema, uma função matemática ou um gráfico que relacione

o custo total para cada nível de produção.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

59

Com efeito, cada posição de tangência da curva de isoquanta com a menor curva

possível de isocusto determina não só a combinação ótima de fatores como o custo

total otimizado da empresa para aquele nível de produção escolhido.

2.4.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – CAMINHO DE EXPANSÃO

O caminho de expansão – união dos pontos A, B e C – é obtido pela tangência das curvas de

isoquantas com as curvas de isocusto, dada uma vertente tecnológica, como veremos no gráfico

a seguir...

2.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ANÁLISE, CÁLCULO E PREVISÃO DE CUSTOS

3.1 PLANEJAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZOS

Existe uma ponte muito forte entre o curto e o longo prazos – a capacidade instalada da empresa,

que, em geral, não pode ser mudada porque influencia as curvas de curto prazo.

Sob um olhar pragmático, quando se trata de produção, o que é relevante é

o curto prazo. O longo prazo é o espaço dos sonhos da empresa!

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

60

No longo prazo, entretanto, no horizonte de planejamento, o empresário pode buscar

investir naquela planta industrial que represente a escala ótima de produção.

3.1.1 ADEQUAÇÃO DA PLANTA INDUSTRIAL

O empresário observa o comportamento da demanda. Caso perceba que sua escala de operação

e a dimensão de sua planta industrial não estão adequadas para a demanda prevista...

...o empresário deverá, no horizonte de planejamento, conciliar um tamanho de plantaeficiente e uma escala ótima de produção para a demanda prevista.

Por outro lado, no longo prazo, as empresas podem escolher a combinação de insumos que

minimizará os custos de produção para um nível desejado de produção.

As funções de custos no longo prazo podem ser obtidas diretamente a partir da funçãode produção, por meio da obtenção do caminho de expansão do processo produtivo.

3.2 CURVA ENVELOPE

A curva envelope – demonstrada no gráfico – é uma técnica de planejamento que busca, combase em custos médios de diferentes tamanhos de produção, traçar a curva de custo médio de

longo prazo para a escala ótima de produção.

No curto prazo, o empresário não tem muita opção – ele otimiza seus custos, dado o tamanho desua planta.

Contudo, do ponto de vista econômico, pode ocorrer de ele estar com um tamanho de

planta que não é o ideal.

No curto prazo, o empresário tem de se adequar ao tamanho existente de

sua planta industrial.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

61

Por exemplo, o empresário está com uma planta pequena – planta 1. Ele produz em Q0, no ponto

E. Dadas as circunstâncias, está sendo eficiente.

No entanto, se, no planejamento do empresário, o nível de produção previsto para atender ao

mercado passa a ser acima de Q0, ele se posicionará para ampliar sua escala para uma planta 2 e

operar no ponto F.

Posteriormente, o empresário pode ir ampliando sua produção com custos médios decrescentes

até G. Chegando a esse ponto, ele atinge a escala ótima.

Note que, no mundo real, os equipamentos e as máquinas são fornecidos em categorias de

tamanho – pequeno, médio e grande porte –, havendo certo grau de indivisibilidade, o que

explica a descontinuidade mostrada no gráfico de tamanhos diferentes de firmas.

3.3 ECONOMIA E DESECONOMIA DE ESCALA

No longo prazo, na Teoria da Produção, quando todos os fatores são variáveis, podem surgir três

situações de retornos de escala – constantes, crescentes e decrescentes.

Em termos técnicos, se multiplicarmos todos os insumos por – lambda –, existem três

situações...

a produção também é multiplicada por , e temos retornos constantes de escala;

a produção é multiplicada por um fator maior do que , e observamos, então,

economias de escala;

a produção é multiplicada por um fator menor do que , e observamos, então,

deseconomias de escala.

Na Teoria dos Custos – que utiliza dados financeiros em vez de quantidades de produção –, existe

um conceito assemelhado, chamado também de economia de escala.

Nesse caso...

...economias de escala aparecem quando os custos médios de longo prazo – CMeLP –

são decrescentes.

...deseconomias de escala aparecem quando os CMeLP são crescentes.

...sem economias ou deseconomias de escala – que ocorrem quando os custos médios

de longo prazo são constantes.

Por exemplo, se aumentarmos em 10% o uso de cada insumo, temos retornos constantes de

escala – RC –, quando o custo de produção também aumenta em 10%.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

62

Caso custo de produção cresça por menos de 10%, temos economia de escala.

Caso, entretanto, o custo de produção suba mais que 10%, observamos o caso de

deseconomia de escala.

3.3.1 EXPLICAÇÃO DE ECONOMIAS DE ESCALA

Por exemplo...

Em plantas petroquímicas, é mais barato usar tubos de 6 polegadas do que dois tubos

paralelos de 3 polegadas.

Do mesmo modo, uma prensa de 10 toneladas não custa o dobro do que duas prensas

de 5 toneladas cada.

Finalmente, à medida que expandimos a escala de operações, existem ganhos qualitativos em

adição aos quantitativos.

Por exemplo, técnicas de automação podem ser usadas para grandes volumes de

produção, mas são antieconômicas para pequenos volumes.

3.3.1.1 OBSERVAÇÕES SOBRE AS ECONOMIAS DE ESCALA

As possibilidades de surgimento das economias de escala podem ser divididas em três categorias...

Economia sobre produto específico...

Economias de escala obtidas sobre um produto específico.

Economia sobre uma planta específica...

Economias de escala obtidas em determinada planta fabril.

Economia sobre uma empresa específica...

Economias de escala relacionadas com uma empresa.

A discussão sobre economias de escala aponta a especialização da mão de

obra e a divisão – melhor organização – do trabalho como os principais fatores

para explicar as economias de escala.

A tecnologia também contribui, o que aponta para economias de escala.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

63

3.3.1.2 DEMAIS POSSIBILIDADES DE ECONOMIA DE ESCALA

Algumas possibilidades de economias de escala estão associadas ao perfil operacional da empresa,

ou seja...

...à economia possível em função da associação entre a produção e a distribuição do

produto fabricado.

...à existência de melhores condições para a obtenção dos recursos financeiros.

...à inovação tecnológica.

...à capacidade gerencial.

À medida que a empresa cresce em termos de tamanho, esses recursos podem ser usados para

obter economias com uma maior e mais bem distribuída compra física dos insumos ao longo do

ano.

Dessa forma, podemos evitar as flutuações nos custos dos insumos.

3.3.1.3 PERDAS DE ECONOMIA DE ESCALA

As deseconomias de escala aparecem, em geral, devido...

à burocracia;

à lentidão no processo decisório;

à sobrecarga do executivo principal;

a outras mazelas que prejudicam o desempenho eficiente de organizações com

um porte muito grande.

As fontes das perdas de economia de escala estão associadas...

...aos custos de transporte e ao encarecimento do valor das terras, dos terrenos e dos

imóveis, e seus reflexos sobre os salários...

...à imperfeição no mercado de trabalho, que causa pressões sobre os custos e a oferta

de trabalho para indústrias e regiões específicas...

...às questões de coordenação e controle pelo gerenciamento.

3.3.1.4 ECONOMIAS PECUNIÁRIAS VERSUS ECONOMIAS TECNOLÓGICAS

As economias de escala foram vistas como redução de custos; as deseconomias de escala, como

aumento dos custos à medida que cresce a produção.

As economias de escala se originam no processo de produção e derivam de razões técnicas

ligadas à combinação dos fatores e a suas respectivas produtividades. Elas se baseiam em situações

de retornos crescentes de escala – economias tecnológicas.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

64

Outra possibilidade seria os custos caírem ou subirem em função de reduções ou aumentos nos

preços dos fatores de produção. Por exemplo...

O preço de determinados insumos pode decrescer à medida que aumenta a produção

da indústria que os utiliza.

Ainda, à medida que cresce, a indústria pode deparar-se com um mercado fornecedor

de insumos que aumenta o preço unitário do insumo fornecido, por razões técnicas ou

de organização do mercado.

Essa é a chamada economia ou deseconomia pecuniária de escala, que, entretanto, não representa

uma real redução de uso dos recursos da sociedade ou um real aumento nos custos reais de

produção.

Ela resulta, em geral, de diferentes graus de poder de mercado e de transferências de

renda das partes envolvidas na transação.

3.3.1.5 ECONOMIA DE ESCOPO

As economias de escopo são economias geradas pela produção de dois bens em uma única

unidade de produção comparadas com os custos de produção em unidades separadas.

3.4 ESTIMATIVAS E PREVISÕES

Os estudos sobre custos costumam seguir duas abordagens – alguns procuram estimar custos de

curto prazo para atender a problemas mais urgentes, ao passo que outros estão preocupados com

questões de longo prazo.

3.4.1 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO CURTO PRAZO

Os principais problemas para o estudo de funções de custos no curto prazo estão associados à

escolha da metodologia voltada para obtenção da estimativa.

A análise de economias de escala se baseia em resultantes e rebates sobre

os custos de economia advindos no processo de produção.

Em outras palavras, caso a firma produza mais de um produto e seja mais

barato fabricá-los na mesma planta do que criar uma planta industrial para cada

produto, estaremos diante de uma situação de economias de escopo.

Vamos acompanhar essa dicotomia examinando, primeiro, as

estimativas de custos no curto prazo e depois no longo prazo.

Vejamos os principais problemas relacionados aos estudos de custos no curto prazo...

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

65

Os custos econômicos seguem a lógica do raciocínio econômico de custo de oportunidade...

Equivalem ao valor da alternativa mais desejável que deixou de ser usado e são

representados por valores de cálculos implícitos, enquanto os gastos são dispêndios

incorridos efetivamente.

Os custos diretos incluem materiais, suprimentos, custos de trabalho e outros custos fixos diretos

dispensáveis. Não estão inclusos nos custos diretos os custos administrativos e os demais custos

fixos, também chamados custos indiretos.

Outro procedimento é estimar o custo do total de gastos nas estimativas de custos variáveis de

curto prazo para a empresa.

3.4.2 RENDIMENTOS EMPRESARIAIS NO LONGO PRAZO

A indústria pode ter rendimentos – retornos ou economias – de escala crescentes, constantes ou

decrescentes. Isso está refletido no comportamento da curva de custo médio de longo prazo –

chamada envelope.

O gráfico a seguir mostra um formato de curva bem típico da indústria, que...

...possui economias de escala em seus estágios iniciais de expansão – uso mais eficiente

de equipamentos, melhor adequação das máquinas, maior coordenação e

especialização da mão de obra...

...obtém uma longa faixa de produção com economias constantes de escala, até,

eventualmente, atingir um estágio em que burocracia, dificuldades de controle, altos

custos de gestão de pessoas, aumento do custo da terra e efeitos ambientais negativos,

além de outros que fazem aumentar os custos médios, quando a empresa ingressa na

região de deseconomias de escala.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

66

No longo prazo, o principal objetivo dos estudos e de previsões é estimar o formato da curva de

custo de longo prazo.

3.4.2.1 FORMATO DA CURVA ENVELOPE

A curva envelope tem a forma de um U aberto. No entanto, existe muita discussão se isso ocorre

na prática...

Alguns autores acham que a curva é como um L, com uma pequena parte vertical e

uma grande parte horizontal. Nesse caso, haveria economias de escala em volumes

pequenos de produção, mas, em seguida, as empresas teriam rendimentos constantes

de escala.

Outros autores acham que a curva parece um V, em que haveria economias ou

deseconomias de escala e poucas oportunidades para rendimentos constantes de

escala.

Nossa opinião, com base em muitos estudos empíricos consultados, é a de que a curva de CMLP

tem o formato mostrado no gráfico a seguir, isto é...

...um trecho de economias de escala a baixos níveis de produção – abaixo de V0, um

extenso trecho com rendimentos constantes de escala – entre V0 e V

1 –, seguido por

um trecho de deseconomias de escala, acima de V1, a altos volumes de produção.

custos médio de produção

quantidade produzida

V0 V1

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

67

3.4.2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO LONGO PRAZO

Os três métodos geralmente utilizados para estimativas das relações de custos e produção no

longo prazo são...

Estimativas estatísticas e econométricas...

As estimativas estatísticas e econométricas, geralmente, baseiam-se em séries históricas

de produção e custos.

Técnicas de engenharia para apuração de custos...

Nessas técnicas, são utilizados estudos de engenharia com especificações técnicas e

orçamentos atualizados para estimar os custos à medida que aumenta a escala de

produção.

Técnica de sobreviventes...

Nessa técnica, organiza-se a distribuição de firmas da indústria segundo classes de

tamanho – com base no número de empregados, no faturamento, no volume de

produção... – e examina-se como o número de firmas é alterado em cada classe

década a década ou quinquênio a quinquênio.

O pressuposto é que sobrevivem as firmas que pertencem a tipos de tamanho que

suportem o teste darwiniano, ou seja, algumas classes de tamanho mostrarão sucesso,

enquanto outras tenderão ao desaparecimento – Lei da Sobrevivência.

3.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO – BREAK-EVEN

4.1 MÉTODO DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Existem algumas áreas da Economia em que engenheiros, administradores, contabilistas e outros

têm fornecido importantes contribuições.

Essas contribuições, em geral, visam dar um caráter mais pragmático a determinados

tópicos de interesse para a Economia, como a análise de custos.

Embora os economistas façam ressalvas à análise do ponto de equilíbrio – APE, também conhecida

como análise de ‘break-even’ –, ela ganhou bastante aceitação por ser muito intuitiva e prática.

A análise do ponto de equilíbrio tem por objetivo analisar e apurar as influências

entre volume de vendas, de custo e de lucros em vários níveis de produção.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

68

4.1.1 PROPÓSITO DA APE

O propósito da APE é determinar o nível de produção que equaliza a receita total – RT – com o

custo total – CT.

Como o lucro – L – é a diferença entre RT e CT, a APE é também chamada de análise de

lucratividade.

O ponto em que RT é igual a CT é chamado de break-even – ponto de equilíbrio ou de

nivelamento.

Essa análise é muito utilizada para...

...questões que envolvam o ponto mínimo de vendas ou a produção com a finalidade

de viabilizar, economicamente, a empresa.

...o exame do ponto de equilíbrio em operações de aplicações intensivas de

equipamentos.

...planos de negócios cujo objetivo seja criar novas empresas.

A metodologia de análise consiste em proporcionar uma ferramenta para...

mensurar os efeitos das variações nos preços de venda, custos fixos e variáveis;

encontrar o ponto – de quantidade produzida ou vendas – a partir do qual as

operações serão lucrativas.

4.2 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO

Uma característica do método APE é a simplicidade de sua aplicação. O método emprega análises

lineares de ponto de equilíbrio.

Na aplicação da análise do ponto de equilíbrio, a não linearidade das relações entre as receitas de

vendas e os custos dos produtos é remanejada para uma função linear.

Essa análise pode ser feita por dois métodos...

método gráfico – mais comum;

método algébrico.

4.2.1 MÉTODO GRÁFICO

Pelo método gráfico, para determinarmos o ponto de equilíbrio de empresas, estão envolvidas

três etapas...

traçar uma linha passando pela origem que represente a receita total;

traçar uma linha nascendo em um ponto representativo do volume de custos fixos

para representar o custo total;

determinar o ponto onde essas duas linhas se interceptam e, desse ponto de

interceptação, na linha das quantidades, determinar o volume de produtos.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

69

O gráfico a seguir apresenta a representação gráfica de uma análise do ponto de equilíbrio...

O gráfico à esquerda mostra curvas que foram transformadas em retas no gráfico à direita, para

facilitar a análise no trecho relevante da região de break-even.

Observemos que a análise está interessada em Q0 – ponto de nivelamento – e tende

a ignorar o ponto Q1, que pode aparecer em uma análise mais geral.

4.2.2 MÉTODO ALGÉBRICO

O método algébrico consiste no método matemático para cálculo do ponto de equilíbrio Q* e se

baseia nas seguintes equações...

RT = P x Q

Onde...

receita total – RT;

preço unitário – P;

quantidade – Q.

CT = CF + CV x Q

Onde...

custos totais – CT;

custos fixos – CF;

custos variáveis por unidade – CV.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

70

Em equilíbrio, sem lucro mas também sem prejuízo, temos...

RT = CT

O pressuposto da análise do ponto de equilíbrio – break-even-analysis – é buscar o volume de

produção em que a receita empata com o custo.

4.2.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NA QUANTIDADE PRODUZIDA

Remanejando as equações do método algébrico, temos...

PQ = CF + (CV x Q)

No ponto de equilíbrio, tendo como foco a quantidade produzida, e com base na equação anterior,

obtemos...

Q* = CF/P - CV

Onde...

quantidade do ponto de equilíbrio – Q*.

A diferença entre o preço unitário de venda e os custos variáveis por unidade é denominada

margem de contribuição unitária – MCU...

P - CV = MCU

Dessa forma, o ponto de equilíbrio examinado anteriormente pode ser visto como...

Q* = CF / MCU

4.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NAS VENDAS

Uma outra medida de ponto de equilíbrio focaliza o faturamento, e não a quantidade produzida.

Nesse caso, em equilíbrio, temos...

V* = (P x CF) / (P - CV)

...ou...

V* = (P x CF) / MCU

...ou ainda...

V* = CF / (1 - CV / P)

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

71

Onde...

volume de vendas de equilíbrio – V*;

preços unitários – P*.

4.3.1 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NOS LUCROS

Caso a meta seja obter uma determinada quantia de lucros, que é chamada de lucro-alvo – LA –

a fórmula é...

QL* = (CF + LA)/MCU

Onde...

ponto de equilíbrio com lucro-alvo – QL*;

lucro-alvo – LA.

4.3.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DO MÉTODO ALGÉBRICO

Vamos apresentar alguns exemplos práticos do uso das fórmulas do método algébrico...

Suponhamos, por exemplo, que a empresa mostre os seguintes dados, que serão a

base da análise do ponto de equilíbrio...

P = 10

CF = 100

CV = 5

LA = 40

Queremos calcular...

Q* = ?

V* = ?

QL * = ?

ponto de equilíbrio da quantidade...

Q* = 100/(10 - 5) = 20

ponto de equilíbrio das vendas...

V* = (100 x 10)/(10 - 5) = 200

...ou, na outra fórmula alternativa...

V* = 100/(1-5/10) = 100/(1 - 0,5) = 200

Economia EmpresarialM Ó D U L O 2

72

margem de contribuição unitária...

MCU = 10 - 5 = 5

ponto de equilíbrio na quantidade com lucro-alvo...

QL* = (100 + 40)/5 = 28

4.3.3 APLICAÇÕES MAIS ABRANGENTES DO MÉTODO ALGÉBRICO

A análise do ponto de equilíbrio apresenta algumas limitações...

Aplicação da análise do ponto de equilíbrio...

A aplicação da análise do ponto de equilíbrio tem valor quando suas presunções e seus

pressupostos são válidos.

Preços de vendas constantes e custos variáveis unitários...

Em análises do ponto de equilíbrio, as presunções de preços de vendas constantes e

custos variáveis unitários, na prática, diferem da realidade, em que tais fatores não são

lineares, provocando modificações constantes no ponto de equilíbrio.

Composição dos custos operacionais...

A separação exata dos custos operacionais em fixos e variáveis é prejudicada, pois os

mesmos ítens de custos, podem ser, em parte, fixos e, em parte, variáveis.

Produtos múltiplos...

O modelo de ponto de equilíbrio assume que a linha do produto é fixa. Entretanto,

normalmente, tal linha de produto sofre contínuas modificações.

Incertezas...

Outra presunção da análise do ponto de equilíbrio são os preços de venda, custos

variáveis e custos fixos serem conhecidos em determinado nível de produção, quando,

na prática, tais parâmetros são subjetivos e incertos.

Inconsistência no horizonte planejado...

A análise do ponto de equilíbrio é elaborada para períodos de um ano ou menos. No

entanto, alguns componentes dos custos têm um horizonte de retorno mais longo do

que o tempo projetado.

4.4 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

A simplicidade da análise do ponto de equilíbrio está associada a um grande potencial de extensão

para outras análises, como as análises financeiras de ponto de equilíbrio e dos riscos do

empreendimento.

Economia Empresarial M Ó D U L O 2

73

As informações geradas pela análise do ponto de equilíbrio podem ser usadas para

avaliação da taxa de risco operacional a que cada empresa está exposta, por exemplo.

Muitas empresas fazem operações com intensiva aplicação de diversos equipamentos

e bens de capital, que, em geral, resultam em altos custos fixos.

4.4.1 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

O mercado corporativo usa a expressão em inglês EBIT – earnings before interest and taxes – para

designar a medida de lucro. Em português, seria lucros brutos da empresa incluindo imposto de

renda e juros de capital.

Um grande investimento em capital fixo pode provocar muita volatilidade na EBIT, pois a empresa

irá precisar de um grande volume de vendas para justificar esse investimento.

No entanto, esse volume de vendas corre dois tipos de risco...

...o preço pode cair, prejudicando os negócios.

...a quantidade vendida pode ficar muito abaixo da quantidade de produção necessária

para viabilizar o empreendimento.

4.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os

cenários culturais no ambiente on-line.

A empresa, quando investe muito em equipamentos e outros custos fixos,

usa a alavancagem operacional com a esperança de obter retornos acima dos

custos fixos incorridos e, dessa maneira, proporcionar lucros aos acionistas.

A medida de aplicação intensiva em equipamentos é a medida de como

está a sensibilidade empresarial da EBIT em relação ao comportamento das

vendas.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

75

MÓDULO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO, CONCORRÊNCIA, PODER ECONÔMICOE REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL

APRESENTAÇÃO

Neste módulo, começaremos analisando a forma como o mercado se estrutura e as forças

competitivas que agem sobre ele.

A seguir, trataremos das condições que definem a concorrência perfeita, em que um grande

número de empresas operando na mesma linha de negócios garante a existência de um mercado

cujas forças de demanda e oferta – ou de receita e custo – determinem a alocação de recursos e

a distribuição de renda.

No outro extremo, analisaremos o caso do monopólio, em que existe apenas uma única empresa

naquela indústria ou linha de negócios. Nesse caso, existe o poder de impor preços para os

consumidores.

Os dois modelos – competição e monopólio – são tão relevantes que alguns economistas

questionam a necessidade de utilização de outros modelos para analisar as estruturas de mercado.

Em seu conjunto, as teorias da demanda da produção e dos custos constituem um conjunto de

ferramentas básicas para a compreensão da formação de preços na indústria.

UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DE PREÇOS E MODELOS POLARES DE INDÚSTRIAS

1.1 FORMAÇÃO DE PREÇOS E PODER ECONÔMICO

O primeiro conjunto trata das diferentes formas como se organizam as indústrias e qual delas se

aplica para a indústria – ou o setor de atividade – em que atua a empresa em foco.

Em cada um desses tipos de mercado em que opera a indústria – concorrência,

monopólio, oligopólio... –, o preço é determinado de maneira diferente, em termos de

receita e custo da empresa.

O segundo conjunto trata de poder econômico – e político – que algumas empresas possam ter,

dependendo da organização da indústria à qual pertençam.

Caso esse poder econômico se materialize às custas do consumidor, o Estado entra em

cena, por meio da regulação governamental, para direcionar as empresas a adotarem

melhores práticas e para coibir abusos excessivos.

Existem dois grandes conjuntos de informação econômica que são peças

essenciais para a economia empresarial.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

76

1.2 TIPOS DE INDÚSTRIAS

Não existe um tipo de indústria que pode ser considerado típico ou médio. Na vida real, deparamo-

nos com uma grande variedade de modelos de formação industrial.

Os economistas costumam classificar o tipo de indústria – ou modelo de mercado – pelo grau de

concorrência praticado...

Concorrência perfeita...

Em um extremo, existem indústrias formadas por um grande número de firmas –

produtoras de bens homogêneos – totalmente incapazes de afetar, individualmente, a

formação de preços.

Essa formação de preços – para a indústria operante no modelo de concorrência

perfeita – é feita pelas grandes forças de oferta e demanda do conjunto das firmas e

dos consumidores.

As firmas que pertencem às indústrias seguidoras do modelo das concorrências

perfeitas são tomadoras de preços.

Essa situação ocorre, com frequência, na agricultura.

Monopólio...

No outro extremo, existe o monopólio.

O monopolista é o único vendedor na indústria onde atua – por exemplo, o refino de

petróleo pela empresa PETROBRAS.

A concorrência perfeita e o monopólio são os tipos polares ou extremos.

Os dois modelos – competição e monopólio – são tão relevantes que alguns economistas

questionam a necessidade de utilização de outros modelos para analisar as estruturas de mercado.

Existem ainda diversas estruturas intermediárias de mercado – a principal é o oligopólio.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

77

1.3 MODELO POLAR CONCORRÊNCIA PERFEITA

O gráfico a seguir representa a formação de preços da firma – assim como da indústria – no curto

e no longo prazo, sob o regime da concorrência perfeita...

1.3.1 COMPORTAMENTO NO CURTO PRAZO

O curto prazo mostra as firmas se posicionando no mercado...

Para uma firma que opera no modelo de concorrência, o preço de mercado P0 é

constante e, portanto, igual a suas receita marginal RMg e média RMe.

Por outro lado, na curva de custo da empresa inclui-se o componente de lucro, chamado

de lucro normal, e corresponde à remuneração do capital empregado e do tino gerenciale negocial do empresário, tudo medido pelo seu custo de oportunidade.

No exemplo mostrado, observamos que, face ao preço de mercado P0,

a firma maximiza

seu lucro no ponto em que seu custo marginal CMg iguala sua receita marginal RMg eestabelece Q* como sendo a quantidade de produtos que irá produzir.

Nesse exemplo, a firma tem um lucro extraordinário – ilustrado pela distância AB –

igual à diferença entre sua receita média, Rme = P0, e seu custo médio CMe no nível

de produção Q*. O lucro normal – custo de capital – já está embutido na curva CMe, e

a empresa tem lucro extraordinário no curto prazo.

Isso atrairá outras firmas – é muito fácil entrar – ou estimulará a expansão da produçãodas firmas existentes. No gráfico c, a curva S se deslocará para a direita, e o preço de

mercado irá cair. Dessa maneira, no longo prazo, a firma típica opera sem auferir lucros

extraordinários.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

78

Ainda no curto prazo, a firma tem um volume limite de produção – QF –, em que a

curva CMg cruza a curva de custo variável médio CVMe – mostrada no gráfico a seguir –

em seu ponto mínimo.

Nesse ponto, caso o preço de mercado seja inferior ao ponto mínimo da curva CVMe,

é melhor a empresa fechar as portas. A literatura econômica chama esse preço mínimo

de shut down price. É o patamar que demarca a faixa de produção – abaixo dela, a firma

fecha suas portas; acima, a firma produz.

1.3.2 COMPORTAMENTO NO LONGO PRAZO

A parte (b) do gráfico mostra a firma existente operando no longo prazo.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

79

Vimos, no curto prazo, que a firma estava auferindo lucros extraordinários. No mercado de

concorrência, existe uma total disseminação de informação, e todos são informados dessa situaçãode lucratividade nessa indústria. Isso atrairá outras firmas – é muito fácil entrar – ou estimulará a

expansão da produção das firmas existentes.

Vemos que o lucro aparece como o incentivador do comportamento das firmas existentes paraexpandir ou contrair a produção.

A expectativa de lucro também é um determinante da decisão para novas firmas entrarem no

mercado ou para as firmas existentes saírem do mercado.

A oferta do mercado aumentará, os preços cairão, algumas firmas sairão do mercado, e o mercadoatingirá o equilíbrio de longo prazo.

Esse equilíbrio é mostrado na parte (b) do gráfico.

O volume de produção Q** é atingido pela firma no ponto em que seu custo médio de longo

prazo CMeLP está no ponto mínimo. A firma não aufere lucros extraordinários, só lucros normais.

1.3.3 LUCRO NORMAL

Lucro normal é a taxa de retorno necessária para atrair e reter investimento em capital na indústria

estudada. Esse lucro normal já está computado no custo total, como o custo de financiamento docapital – mesmo que os recursos sejam próprios.

O lucro econômico é aquele que excede a taxa normal de retorno no capital, e também é

chamado de lucro extraordinário. No caso contrário, quando a firma não consegue auferir o lucronormal, observamos perdas econômicas.

O lucro no longo prazo, no modelo de concorrência perfeita, iguala-se ao lucro normal. Em

outras palavras, nesse modelo as firmas obtêm o retorno do capital empregado por seu custo deoportunidade, mas nada acima disso. O lucro extraordinário é zero.

1.4 MODELO POLAR MONOPÓLIO

Existem indústrias em que apenas uma firma opera, determinando seu preço de venda sob uma

lógica de maximização de lucros – no caso, extraordinários, mesmo no longo prazo.

Nessa circunstância, não haveria uma atuação dinâmica das forças equilibradoras – entrada esaída de firmas na indústria –, características do modelo de concorrência.

A firma monopolista não tem liberdade total para escolher, ao mesmo tempo, o preço a ser

cobrado e a quantidade a ser vendida.

Ou seja, ela não pode selecionar um nível de faturamento a seu bel prazer.

Ela está limitada pela curva de demanda, portanto só pode operar nessa curva ou

abaixo dela, em um gráfico normal da curva de demanda.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

80

1.4.1 CURVA DE DEMANDA

A curva de demanda mostra, em cada um de seus pontos...

...o preço máximo que os consumidores gostariam de pagar para adquirir uma quantidade

de determinado produto.

Para aquela quantidade, qualquer preço mais alto do que o delimitado pela curva faria o consumidor

desistir da compra.

No entanto, para aquela mesma quantidade, um preço menor do que o delimitado na

curva proporcionaria um excedente do consumidor que a firma monopolista busca

abocanhar...

1.4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

No monopólio, a indústria e a firma são uma só, já que existe apenas uma firma.

A lógica do monopolista é – face à demanda D – escolher o nível de produção Qm em que a

receita marginal RMg é igual ao custo marginal CMg.

Nesse caso, o consumidor tem uma satisfação extra, um sentimento de que

fez uma boa compra.

Embora a firma monopolista esteja restrita em seu poder de determinação do

preço pela conformação da curva de demanda, ela é uma fazedora de preços.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

81

O gráfico a seguir mostra o equilíbrio de uma firma monopolista...

Dado seu poder de mercado, o monopolista pode impor o preço e o faz de modo tal a tomar parasi todo o potencial excedente do consumidor.

O lucro monopolista – mostrado pela distância AB – é a diferença entre o preço que cobra ao

consumidor – isto é, Pm – e o custo médio de produção em Qm – mostrado em B.

1.4.3 BARREIRAS DE ENTRADA

Existem fortíssimas barreiras de entrada em uma indústria monopolista que inviabilizam a entrada

de novas firmas.

As barreiras de entrada podem ser naturais, em situações cujo processo de produçãoproporciona retornos de escala.

Nesse caso, os custos médios de produção declinariam à medida que aumentasse o

volume de produção, tal como ocorre na indústria de distribuição de água, eletricidadee gás de uma cidade.

As barreiras de entrada também podem ser artificiais, pois a lógica das economias de

escala deriva de barreiras à entrada de outras firmas na indústria, criadas sob a forma depatentes, concessões governamentais e outras modalidades.

Essas barreiras, em alguns casos, devem-se à criação de inovações e ao lançamento de

novos produtos, mas, nesse caso, costumam ser temporárias, pois entram imitadores

do produto no mercado que eliminam ou reduzem seu poder monopolista.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

82

Qualquer que seja a situação, a firma sofre a ameaça de entrada de concorrentes potenciais,

atraídos pelo lucro extraordinário auferido pela firma monopolista.

1.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – ESTRUTURA GERAL DE MERCADO

2.1 PAPEL DO MERCADO

Mercado relevante é o grupo de agentes econômicos – indivíduos ou empresas – que interagem

nas relações de compra e venda.

Essas interações resultam em transações entre a demanda do mercado – compradores – ea oferta do mercado – vendedores.

Os compradores e os vendedores são membros do grupo estratégico do mercado. As diferenças

e as mudanças nas estruturas de mercado, ao longo do tempo, ocasionam, nos mercadosrelevantes...

a determinação dos níveis de preços; a estabilidade dos preços;

a alocação eficiente de recursos; o progresso tecnológico;

a sustentação da lucratividade.

2.2 ORGANIZAÇÃO DE MERCADO

Os modelos polares de mercado – concorrência e monopólio – delimitam os tipos extremos de

organização industrial.

Existem diversos outros tipos de organização industrial que se tipificam face ao comportamentoespecífico das diversas forças de demanda, do mercado e da estrutura legal atuantes naquele

segmento industrial.

O comportamento do consumo, da demanda, da produção e dos custos, em

determinadas estruturas de mercado, pode ser resumido da seguinte forma...

O mercado é o ponto focal para a atividade econômica.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

83

2.2.1 ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL

De modo geral, o número de firmas de uma indústria deriva do modelo de organização em queessa indústria se enquadra.

O número de compradores e o número de vendedores típicos de cada modelo, por sua vez,

servem para caracterizar o perfil da organização industrial...

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

84

2.2.2 MODELOS DE MERCADO

As principais características dos quatro modelos básicos de mercado são...

2.3 ESTRUTURAS INTERMEDIÁRIAS DE MERCADO

Para os economistas mais ortodoxos, os dois modelos de mercados – concorrência perfeita emonopólio – são suficientes para analisar as situações concretas de mercado que se aproximam

de um ou de outro modelo.

Alternativamente, podemos adicionar e analisar dois modelos intermediários... concorrência monopolística;

oligopólio.

2.3.1 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

A concorrência monopolística caracteriza-se pela produção de bens

diferenciados, porém próximos – por exemplo, diversos tipos e marcas de

geladeiras ou cremes dentais.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

85

A firma tem um relativo poder de monopólio, porém frágil.

Existe facilidade de entrada e saída na indústria. Entretanto, a concorrência é, principalmente,extra preço.

A propaganda é um traço marcante, que procura mostrar atributos de qualidade e

prestação de serviços que diferenciam o produto.

A diferenciação, inclusive, pode ser apenas psicológica, como no caso do AAS – ácidoacetil salicílico –, que a Bayer batizou como aspirina – nome comercial.

2.4 OLIGOPÓLIO

O oligopólio é uma indústria com poucas firmas operando, em que todos os participantes sãofazedores de preços – no entanto, a capacidade de impor esses preços é mais limitada do que

aquela típica do modelo monopolista.

Nesse modelo de mercado, as firmas são extremamente rivais.

Quando o produto é homogêneo, o oligopólio é puro – como no caso do cimento e da gasolina.

Quando o produto é diferenciado, mas próximo, o oligopólio é impuro – como no caso dasmontadoras de automóveis.

Tal como no monopólio, existem fortes barreiras de entrada.

Em determinadas situações, as firmas oligopolistas formam um cartel, e a indústria

passa a agir segundo o modelo de monopólio.

No Brasil, cartéis são proibidos por lei, embora existam muitas situações que, do ponto de vista dalógica econômica, revelam a operação efetiva de verdadeiros cartéis...

2.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – MODELO DE CONCORRÊNCIA

3.1 CONDIÇÕES PARA CONCORRÊNCIA PERFEITA

São condições da concorrência perfeita... um grande número de compradores e fornecedores possuírem pequenas fatias do

mercado com suas atitudes isoladas praticamente imperceptíveis em termos deimpacto sobre os preços;

a homogeneidade dos produtos produzidos por cada empresa – não há

diferenciação dos produtos;

É difícil caracterizar a operação de um cartel.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

86

o completo conhecimento, pelas empresas e pelos consumidores, de todas as

informações sobre o mercado;

a liberdade de entrada e saída do mercado e a existência de barreiras mínimas.

As empresas desse segmento do mercado são, essencialmente, tomadoras de preços, pois os

produtos de cada empresa são substitutos perfeitos de qualquer outro.

Logo, a curva de demanda com que cada empresa se defronta é horizontal, caracterizada

por uma elasticidade infinita de preços do mercado de forma quase coincidente.

3.1.1 LIMITES DO MODELO

Embora haja segmentos da economia – como a agricultura – que se aproximam da concorrência

perfeita, não existem exemplos perfeitos desse modelo na economia.

Por exemplo, é praticamente impossível realizar a condição de completo conhecimento,

pelas empresas e pelos consumidores, de todas as informações sobre o mercado.

Dentre outras razões, essa condição possui uma abrangência desnecessária.

A coleta de informações é uma atividade que representa custos que devem ser

confrontados com os benefícios pretendidos com a posse da informação.

Embora não seja realista em suas hipóteses, o modelo da concorrência perfeita consegue bons

resultados.

Desse modo, o modelo de concorrência perfeita...

...permite explicações e previsões consistentes de fenômenos econômicos...

...serve, por exemplo, de benchmark para a regulação econômica.

3.2 LUCROS NA CONCORRÊNCIA

O mercado de competição perfeita fornece as bases de comparação virtuosa para a política de

preços e para o desempenho das empresas operando em outros tipos de mercado.

O objetivo é que elas ajam no mercado de modo parecido com empresas que operam no modelo

de concorrência.

Os custos com coleta de informações devem ser seriamente avaliados

quanto a seus reais benefícios.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

87

Em um mercado de concorrência perfeita, os preços dos produtos são definidos pelo conjunto do

mercado e cabe a cada empresa adequar-se aos preços praticados.

O lucro normal da empresa se refere...

aos retornos adequados ou normais para compensar a capacidade empreendedora;

aos juros sobre recursos investidos no negócio;

ao valor do trabalho prestado pelo empreendedor;

aos riscos relativos a sua produção e venda.

O lucro já é computado nos custos marginais da empresa. Quando dizemos que a empresa pode

lucrar no curto prazo, a referência é para lucros extraordinários ou lucros adicionais aos normais.

No longo prazo, em equilíbrio, quando dizemos que a empresa tem lucro zero, a referência de

zero é para os lucros extraordinários, pois a empresa já recebe os lucros normais, embutidos em

sua curva de custos médio e marginal.

3.3 MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS NO CURTO PRAZO

Quando analisamos a firma – ou a empresa –, estabelecemos a hipótese de que ela é

representativa das demais firmas do setor. Ela é uma empresa típica.

Se a empresa maximiza seu lucro, a indústria – conjunto de empresas que produzem

o mesmo bem – também maximiza seus lucros.

Para maximizar os lucros, selecionamos o nível de produção que maximize o excedente de

receitas sobre custos ou que minimize o excesso de custos sobre receitas.

No curto prazo, a empresa, no segmento de competição perfeita, tende a

obter lucros/prejuízos transitórios ou a operar com folgas.

No longo prazo, todavia, a empresa não obtém lucros extraordinários, somente

lucros normais.

No curto prazo, o volume de produção pode ser aumentado ou diminuído

pela empresa por meio de controle da produção.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

88

3.3.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Na maximização do lucro da empresa no curto prazo, o preço do produto recebido pela empresa

é constante, podendo ser interpretado como a receita marginal – RMg...

A RMg – para uma empresa operando no mercado de concorrência perfeita – é uma reta paralela

ao eixo horizontal. A receita marginal é igual ao preço. Portanto, igual à receita média.

As curvas de custo médio e custo marginal têm a forma de U.

A maximização dos lucros no curto prazo dá-se no ponto em que a receita marginal é igual ao

custo marginal. O ponto A mostra o ponto de equilíbrio. Nesse ponto, o preço é P0 e a quantidade

produzida é Qo.

3.3.2 LÓGICA DA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS

Na lógica da maximização dos lucros...

Nos pontos abaixo do ponto de equilíbrio A – em um volume Q1 de produção –, um

pequeno aumento da produção – por exemplo, de Q1 na direção de Q

0 – gera uma

receita maior do que o acréscimo de custos – mostrado na área M.

Vale a pena expandir...

Caso o ponto de equilíbrio seja ultrapassado – como em Q2 –, a receita marginal – igual

a preço – será inferior ao acréscimo nos custos e a receita incremental, negativa – área

N.

Vale a pena retroceder...

Dessa maneira, o ponto A é aquele em que os lucros da empresa são maximizados.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

89

3.3.3 LUCROS E PREJUÍZOS NO CURTO PRAZO

A curva de custos já incorpora os lucros normais.

O gráfico a seguir demonstra o processo de equilíbrio da empresa no curto prazo...

No curto prazo, uma empresa competitiva operando com preço P3 pode ter lucros extraordinários

acima desses lucros normais. Isso é representado pela distância DE, no volume produzido Q3.

A empresa também pode ter prejuízos. Contudo, existe um limitador para esses prejuízos – a

curva de custo variável médio, CVMe.

Neste gráfico, P* é o preço mínimo requerido para que o negócio seja viável. Se a empresa não

consegue cobrir nem seus custos variáveis – CVMe –, é melhor parar de produzir e fechar suas

portas – shut-down price.

3.3.4 EQUILÍBRIO NO LONGO PRAZO

No equilíbrio da empresa, no longo prazo, não existe prejuízo ou lucro.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

90

A curva de custo médio total tangencia, em seu ponto de mínimo, a reta de preços/receita

marginal...

No ponto A, encontramos as curvas de custo marginal – CMg – e receita marginal – RMg –, que

cortam e tangenciam as curvas de custo médio de longo prazo – CMeLP – e de custo médio decurto prazo – CMeCP.

3.4 EFICIÊNCIA MÁXIMA

Se cada empresa produz em seu custo médio mínimo, a indústria – somatório de todas as empresas –

também está produzindo com eficiência máxima.

Nesse volume de produção, a sociedade como um todo – consumidores e produtores –estão obtendo um benefício máximo, pois os consumidores pagam pelo produto de

acordo com sua avaliação do valor.

Dessa forma, o que pagamos é exatamente o quanto custa para a sociedade produzir –

enquanto os produtores estão usando os recursos produtivos com máxima eficiência.

3.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – MONOPÓLIOS, CARTÉIS E REGULAÇÃO

4.1 MONOPÓLIO

Temos o monopólio puro quando, no mercado, existe um único produtor de um bem.

Não é sem razão que esse modelo serve de benchmark ou modelo virtuoso

para direcionar o comportamento das empresas no âmbito da regulação.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

91

Logo, ele não tem poder completo sobre o faturamento.

Em situações extremas, o cartel age economicamente, como se fosse um

verdadeiro monopólio.

No monopólio puro, não existem competidores diretos ou rivais, tanto no sentido técnico quanto

no sentido popular da palavra.

Contudo, o monopolista não pode alterar, ao mesmo tempo, a quantidade produzida e o preço.

Condicionado pela curva de demanda, o monopolista só poderá atuar em um destes dois planos...

...ou ele tenta determinar certo nível de produção e busca fixar o preço máximopossível para esse nível de produção...

...ou ele decide sobre um preço a ser cobrado e daí resulta a quantidade máxima que

pode ser produzida para atender à demanda a esse preço.

4.1.1 CARTEL

O cartel é um acordo – formal ou informal – entre um número de firmas em uma indústria, com

o intuito de restringir a competição.

Os arranjos e acordos de cartelização, em geral, visam...

...impor preços mínimos, limites na produção ou na capacidade instalada, restrições nacompetição não baseadas em preços, divisão de mercados...

...outras medidas para restringir ou prejudicar a concorrência efetiva ou potencial.

4.2 RESTRIÇÕES À ATUAÇÃO DO MONOPÓLIO

As políticas e estratégias dos monopolistas sofrem restrições... oriundas da competição indireta com outros bens, já que a renda dos consumidores

é limitada; oriundas da existência de bens que podem servir, adequadamente, como substitutos;

oriundas da ameaça de entrada de outras empresas no mercado; oriundas da globalização e da concorrência entre países exportadores.

4.2.1 CARACTERÍSTICAS

Em geral, o modelo de monopólio possui as seguintes características...

uma única empresa produz uma linha de produtos específicos; há baixa elasticidade-preço de demanda para os produtos monopolizados;

há baixa elasticidade cruzada com bens substitutos; devido a sua singularidade, não existe interdependência com outros concorrentes;

existem barreiras substanciais à entrada no mercado.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

92

Essas barreiras incluem...

vantagens absolutas de custos para as empresas, estabelecidas pelo domínio dos

insumos ou pela posse de patentes de produção;

vantagens de diferenciação dos produtos, resultantes da lealdade à marca do

produto;

economias de escala que aumentam a dificuldade para novos concorrentes se

instalarem na indústria com desenhos eficientes de estrutura produtiva ou de

atenderem, adequadamente, ao mercado;

exigências de elevado montante de recursos para a implantação de novas empresas;

exclusões legais de concorrentes potenciais;

indisponibilidade de informações à possível concorrência.

4.3 CONTESTABILIDADE DO MERCADO

A moderna teoria de regulação econômica do monopólio enfatiza a chamada contestabilidade

do mercado.

Essa teoria leva em consideração que existem situações em que o monopolista está

ameaçado pela entrada, em potencial, de outras firmas.

São outras firmas que – existindo a oportunidade – passam a disputar o mesmo mercado

com o monopolista existente, destruindo seu poder de ser o único a controlar os

preços naquela indústria.

4.3.1 AMEAÇA AO MONOPÓLIO – POSSÍVEL ENTRANTE

O monopolista pode sofrer a ameaça latente de um possível entrante em seu mercado.

Para desestimular a entrada desse possível concorrente, o monopolista pode seguir uma estratégia

do preço limitador.

O gráfico a seguir representa as curvas de custo e receita do monopolista –

respectivamente, CMeM, CMg e RMg.

Os monopolistas, sabendo dessa ameaça, procuram defender-se, adotando

estratégias de proteção.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

93

Suponhamos que a curva de custo médio do potencial concorrente seja CMeP...

Dadas as curvas de custo e receita do monopolista, ele escolhe, como quantidade ótima de

produção, Q0.

Pela lógica do monopolista, seu passo seguinte seria fixar o preço máximo compatível com Q0 na

curva de demanda. Esse preço hipotético seria Pm0.

Veremos adiante, no entanto, que ele escolhe um outro preço – Pm1.

4.3.2 PREÇO LIMITADOR

Voltemos para o exemplo do monopolista. Suponhamos que ele perceba a ameaça de mercados

contestáveis, de que uma nova firma queira disputar seu mercado cativo.

Caso adote a estratégia do preço limitador, o monopolista age de uma forma diferente no que diz

respeito à escolha do preço que irá impor aos consumidores. Ele observa a curva de custo médio

de seu potencial oponente e repara que...

...por um lado, o monopolista pode operar com custos médios menores – distância BD –

do que seu potencial concorrente.

...por outro – caso siga a lógica de apreçamento do monopólio que cobre preço Pm0 –,

será criado um estímulo para a entrada desse concorrente, pois, nesse caso, haveria um

lucro possível para o mesmo, representado pela distância AB e pela área PmoABF.

Pela estratégia do preço limitador, o monopolista, em vez de cobrar o preço máximo Pm0, vai

escolher um outro preço que esteja logo abaixo do custo médio do potencial concorrente em Q0,

podendo, inclusive, otimizar a escolha desse preço.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

94

4.3.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – PREÇO LIMITADOR

No gráfico, o preço PM1 inviabilizaria a entrada do potencial concorrente.

No preço Pm0, seu lucro total, representado pela área Pm

0ADG, seria maior. Entretanto, seria

efêmero.

Ao escolher o preço-limite, ele garantiria um lucro menor – área Pm1CGD, porém permanente e

maior do que obteria caso houvesse um duopólio na indústria – devido à entrada do concorrente.

Nesse caso, tangenciaria por baixo a curva de CMeP.

4.4 MERCADO, PODER ECONÔMICO E GOVERNO

Uma das características das modernas sociedades econômicas é o papel crescente da regulação

governamental.

A principal razão para a intervenção governamental são as chamadas falhas de mercado. Contudo,

a concentração de poder econômico também recebe uma atenção especial nesse contexto.

O governo – principalmente o Federal – costuma-se engajar em dois tipos de regulação...

No tipo mais antigo de regulação, o objetivo era, principalmente, reduzir ou controlar

o poder de monopólio por meio da regulação de monopólios naturais ou utilidades

públicas e pela criação e aplicação de legislação antitruste.

Ao fazer isso, o monopolista elimina qualquer estímulo econômico para o

potencial entrante.

Praticamente todos os setores de negócios da economia estão sujeitos a

vários tipos de regras e normas emanadas do governo.

Economia Empresarial M Ó D U L O 3

95

O governo entra em cena para forçá-lo a diminuir o preço ou aumentar a

quantidade produzida, para beneficiar o consumidor e a sociedade.

O segundo tipo de regulação aumentou de importância nos anos mais recentes, e trata

de assuntos sociais e ambientais.

4.4.1 MONOPÓLIOS NATURAIS

Os monopólios naturais existem quando uma firma tem a capacidade de produzir todo o produto

potencial de uma indústria ao menor custo por unidade possível. Isso acontece devido a economias

de escala.

Entretanto, embora possa produzir a um custo bem baixo, o monopolista tem poder de

mercado e cobra aos consumidores um preço bem maior do que aquele justificado

para cobrir seus custos e obter um lucro razoável.

Para isso, devido à curva inclinada de demanda, ele produz menos do que o socialmente

desejável. Ele, portanto, é ineficiente.

4.4.2 TIPOS DE REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL

A regulação governamental que atinge as empresas assume duas formas principais – econômica

e social.

A regulação econômica inclui a regulação dos monopólios naturais e a regulação das

indústrias competitivas.

A regulação social envolve tipos de atuação que atingem a indústria e as atividades

econômicas como um todo, como, por exemplo, a regulação ambiental ou de segurança

do trabalho.

4.4.3 REGULAÇÃO ECONÔMICA

As formas mais comuns de regulação econômica dos monopólios naturais são...

regulação do custo de serviço, que abrange o estabelecimento de uma política de

preços que fixe um preço máximo que as firmas possam cobrar de seus clientes,

com base no custo médio da indústria – comparativamente – de produção do

produto ou serviço;

regulação da taxa de lucros, que permite aos produtores e fornecedores de serviços

na indústria regulada determinar seus próprios preços, desde que não sejam

embutidos lucros excessivos;

regulação da competição na indústria, segundo critérios de desempenho

anticompetitivo e concentração industrial.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 3

96

A regulação social é mais qualitativa e se aplica a todas as indústrias.

4.4.4 REGULAÇÃO SOCIAL

A regulação social baseia-se em um conjunto variado de objetivos, tais como qualidade de produtos,

segurança do produto e segurança dos trabalhadores.

A regulação social impacta os produtores, sob a forma de maiores custos.

Esse incremento de custos é absorvido, em última instância, pelos consumidores.

O critério de maior ou menor dosagem de regulação social da indústria, desse modo, deve pautar-

se em um cálculo de custos e benefícios.

Em função disso, podemos observar, em diversos países – inclusive no Brasil –, que, ao

longo dos anos, sucedem-se ondas de maior regulação ou de desregulação econômica

e social.

4.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os

cenários culturais no ambiente on-line.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

97

MÓDULO 4 – EMPREENDEDORISMO, FONTES DE CAPITAL E PROJETOS DEINVESTIMENTO

APRESENTAÇÃO

Neste módulo, trataremos, em primeiro lugar, do papel do empreendedorismo. O empreendedor

é, indubitavelmente, o quarto fator de produção – além de mão de obra, capital e recursos

naturais –, pois ele é o organizador da produção.

Em seguida, examinaremos as principais fontes de capital disponíveis para a empresa e o

empreendedor. Veremos os principais aspectos da análise e da avaliação dos investimentos.

Dessa forma, analisaremos as decisões de investimentos nos negócios e os objetivos do processo

de orçamento de capital.

Identificaremos tanto as situações em que há demanda por capital quanto as decisões e os

critérios de investimento. Ao tratarmos dos métodos que avaliam as oportunidades de

investimento, descreveremos os conceitos de risco, incerteza e decisões de investimento.

Finalmente, discutiremos a oferta de capital, a análise de custo e o custo de capital – aspectos

importantes para a compreensão da natureza e da importância de uma tomada de decisão.

UNIDADE 1 – EMPREENDEDORISMO, LUCRO, DEMANDA DE CAPITAL E RISCO

1.1 EMPREENDEDORISMO E PAPEL DO EMPRESÁRIO

Grande parte da energia criadora das empresas brasileiras é fruto da entrada de novas empresas,

que trazem um forte esforço empreendedor...

Essas empresas criam novos mercados, novos empregos, desafiando mercados já

estabelecidos e contribuindo para o aumento da competitividade no País.

O empreendedor é o fator de produção que organiza, opera e assume o risco do negócio.

O empreendedor é o catalisador, aquele que agrega recursos para produzir e suprir,

com produtos e serviços, a demanda de mercado existente.

Paul Samuelson, nas últimas edições do livro Economics, acrescentou a figura

do empresário como sendo o quarto fator de produção.

Ou seja, além de capital, mão de obra e recursos naturais, haveria a figura do

encarregado de levantar, investir, gerir e organizar os outros fatores, a fim de

realizar a produção de bens e serviços.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

98

1.1.1 EMPREENDEDOR E INVESTIMENTO

A atividade principal do empreendedor é realizar investimentos para obter lucros; contudo, está

sujeito às condições de risco do negócio.

Em geral, os investimentos da empresa dirigem-se para... aquisição de novos maquinários;

modernização do sistema de produção; treinamento de mão de obra;

tecnologia de informação – TI; ampliação de plantas e escritórios;

criação de filiais e subsidiárias;

pesquisa e desenvolvimento – P&D.

1.1.2 EMPREENDEDOR E LUCROS

O objetivo maior da empresa é obter lucros. O lucro é o sinalizador e o balizador do ritmo daatividade econômica. As empresas não lucrativas tendem a abandonar o mercado, e os negócios

lucrativos atraem mais empresas para aquele ramo de atividade.

Os lucros surgem por diversas razões – tomada de risco, desequilíbrios do mercado gerandooportunidades, situação de monopólio no mercado, inovações e eficiência gerencial.

A maior parte das empresas brasileiras, sobretudo aquelas de pequeno ou médio porte, é organizada

e dirigida por famílias – unifamiliares ou multifamiliares. Nesse modelo de negócios, é comumque as empresas tenham um foco na qualidade e no cliente, e possuam uma visão de longo

prazo, inclusive quanto ao lucro.

No entanto, ao crescerem e, com o tempo, atingirem grande porte, surgem problemasde sucessão e conflitos entre parentesco e meritocracia.

Atualmente, várias empresas buscam alternativas, como instalar conselhos e criar estruturas de

governança corporativa, para lidar com os defeitos da empresa familiar. Isso faz com que o papeldas empresas familiares ocupe, cada vez mais, um espaço maior na economia brasileira.

Mesmo em grandes empresas e organizações em geral, como sociedades anônimas, a busca do

lucro é a principal motivação para o empreendedorismo.

Nesse caso, todavia, o processo é um pouco mais complexo – a empresa tenta obterlucros no presente e também gerar lucros no futuro.

O Valor Presente – descontado do custo de capital da empresa – dos lucros futuros representa a

riqueza dos acionistas. Precificado em bolsas de valores, mostra o valor de mercado da empresa

e o resultante preço das ações.

Para expandir a capacidade da empresa existente ou criar novos negócios, é

necessário o investimento.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

99

Dessa forma, para as grandes empresas, o objetivo prioritário é maximizar a riqueza

dos acionistas.

Existem conflitos de gerenciamento relativos ao capital acionário nas grandes empresas. Os

acionistas – os principais – buscam maximizar o lucro, porém os executivos que tocam as empresas –

os agentes – visam, como prioridade, maximizar sua própria satisfação e seu bem-estar. Existe,

pois, o conflito de interesses entre os dois grupos.

O problema é agravado pelo fenômeno da informação assimétrica. Em outras palavras, os agentes –

devido a seu dia a dia na empresa – detêm um conhecimento muito maior que os principais. É o

famoso conflito de agência. Frente a isso, os principais buscam motivar seus agentes por meio de

estratégias de remuneração e compensação – como opções de ações, bônus...

A demanda por capital e investimentos, portanto, está associada à busca de lucros.

1.2 DEMANDA DE CAPITAL E PRODUTIVIDADE MARGINAL

A demanda de capital total de uma empresa depende da produtividade marginal de receita PMR

do capital.

A PMR é definida como a produtividade marginal física do capital PMF multiplicada pelo preço do

produto, ou seja...

PMR = PMF x P

A PMR é, portanto, a taxa de rentabilidade do investimento.

Para determinar qual será o nível de investimento da empresa, temos de calcular o ponto em que

PMR é igual ao custo marginal do capital CMC...

PMR = CMC

O conceito de CMC baseia-se no fato de a empresa poder combinar diversos tipos de fontes de

financiamento.

O CMC, em geral, varia de acordo com o volume de capital usado pela empresa. Empresas com

alto grau de endividamento exibem um aumento de seu CMC.

Todavia, ao aumentar seu nível de endividamento, o mercado percebe riscos e passa a cobrar

prêmio de risco, e a curva CMC inclina-se para cima, inclusive exponencialmente.

1.2.1 NÍVEL DE INVESTIMENTO DA EMPRESA

Se PMR for maior do que CMC, vale a pena aumentar o investimento, pois o que seria

gerado pelo capital é maior do que seu custo.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

100

Se PMR for menor do que CMC, vale a pena diminuir o nível de investimento, já que,

nesse caso, é inferior a seu custo.

1.2.2 DEMANDA E OFERTA DE CAPITAL

Se estabelecermos um ranking dos projetos por uma ordem decrescente de rentabilidade – PMR –

e o plotarmos em um gráfico sobreposto ao histograma, obteremos a curva de demanda por

capital DDc.

Por exemplo, se PMR for 24%, haverá uma demanda de R$ 10 milhões de investimento.

A uma taxa de 15%, a demanda aumenta para R$ 18 milhões, e assim por diante.

Dessa maneira, é construída a curva DDc.

Podemos também plotar a curva de oferta de capital CMC. Essa curva tem um trecho horizontal

inicial, mas, à medida que aumenta o nível de investimento da empresa, o custo marginal começa

a crescer.

O ponto de equilíbrio entre PMR e CMC é mostrado por PE, determinando um volume de

investimento de R$ 24 milhões, onde PMR = CMC = 10%.

1.2.3 CURVA DE DEMANDA POR CAPITAL

A determinação teórica do nível ótimo de investimentos serve como um roteiro básico, mas não

pretende simplificar uma situação que, na prática, é bastante complexa.

Portanto, o ponto em que os dois são iguais seria um ponto ótimo de equilíbrio.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

101

No mundo real, para determinarmos a curva de demanda por capital, faz-se necessária a existência

de... animal spirits – como mencionado por John Maynard Keynes, ou seja, a garra do

empreendedor; pensamento imaginativo;

projeções de planejamento; análises de mercado;

percepção e avaliação do risco e da incerteza envolvidos; estimativas de custos...

A curva de demanda por capital é altamente sensível aos fatores de risco e incerteza.

1.3 CUSTO E RETORNO DOS INVESTIMENTOS

Um considerável esforço também deve ser feito para o cálculo do custo e retorno dos diversosinvestimentos feitos pela empresa, com as seguintes principais medidas...

estimar, separadamente, os rendimentos de cada projeto; discriminar, em especial, as duas principais fontes desse rendimento – reduções de

custos e expansões de vendas; com base na projeção de custos e preços, estimar os lucros futuros;

levar em conta os custos de oportunidade dos investimentos; para projetos de longa duração, ser bastante criterioso com o cálculo dos fluxos de

caixa no futuro e com a taxa de desconto empregada; ajustar os rendimentos estimados para absorver a contribuição indireta do

investimento proposto para a produção – embora essa tarefa seja relativamentedifícil.

Muitas empresas gastam muito tempo e muitos recursos para buscar novas tecnologias

e inovações, e realizar pesquisas de mercado.

1.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTO

As decisões táticas de investimento, geralmente, envolvem um pequeno montante de capital ereferem-se a assuntos que não constituem grande mudança em relação à política seguida pela

empresa.

Já as decisões estratégicas de investimento envolvem grandes somas de capital e, em geral,mostram um rompimento ou uma forte mudança com respeito ao que vem sendo feito

costumeiramente pela empresa.

O risco e a incerteza são muito maiores nas decisões estratégicas de investimento.

Do ponto de vista macroeconômico, o investimento é o agregado

econômico mais volátil.

Antes de examinar o cálculo do custo de capital, é necessário diferenciar os

tipos de decisão...

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

102

1.3.2 TOMADORES DE DECISÃO

Deve existir ou se organizar, na empresa, uma pessoa ou um grupo de pessoas que deve tomar a

decisão, ou seja, o tomador de decisões, que...

necessita atingir um objetivo – objetivo desejado;

precisa dispor de, pelo menos, duas alternativas de ações ou de estratégias para

atingir o objetivo desejado;

tem de viver um estado de dúvida sobre qual é a melhor ação alternativa para

atingir o objetivo desejado.

Deve haver um conjunto de fatores para influenciar o objetivo desejado. Entretanto,

esses fatores não podem ser completamente controlados pelo tomador de decisões.

Existem elementos de risco e incerteza.

1.3.3 RACIONAMENTO DE CAPITAL

É comum – principalmente nas grandes empresas – que não se realizem todos os projetos de

investimento que têm sido aprovados pelo teste da viabilidade econômica.

As duas principais razões para isso são...

...a direção da empresa pode relutar em tomar capitais externos temendo um

endividamento excessivo...

...a empresa pode relutar em expandir a venda de novas ações temendo uma diluição

do capital acionário do controlador.

1.4 RISCO OU INCERTEZA

Uma decisão pode ser tomada em condições de risco ou incerteza...

Condição de risco...

Uma condição de risco ocorre quando existe uma variabilidade nos resultados possíveis.

Contudo, podemos atribuir probabilidades para esses resultados.

Por exemplo, suponhamos um projeto de um reservatório de água que possa ser

enchido com 100%, 90% ou com 80% de sua capacidade... e assim por diante. Para

cada uma das possibilidades, há uma probabilidade de ocorrência.

Desse modo, o desvio-padrão da distribuição de probabilidade serve como uma medida

para o risco.

Isso se chama racionamento de capital...

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

103

Condição de incerteza...

Uma condição de incerteza ocorre quando estamos totalmente no escuro quanto a

atribuir probabilidades para os resultados possíveis, embora saibamos que existe uma

gama variável – e imprevisível – desses resultados possíveis.

Por exemplo, temos como negócio a exploração de um grande parque de diversões

em São Francisco, em que foram investidos US$ 100 milhões em equipamentos sensíveis

a terremotos. Sabemos que é possível a ocorrência de abalos sísmicos na região. No

entanto, não sabemos quando e com qual severidade...

1.4.1 FONTES DE RISCO

As principais fontes de riscos para a empresa são...

volatilidade dos ciclos de negócios;

flutuações de mercado no setor em que a empresa opera;

acirramento da competição;

desenvolvimento de novas tecnologias;

mudanças nos gostos dos consumidores;

aumento inesperado de custos de mão de obra ou de outros insumos utilizados

pela empresa.

1.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – FONTES E CUSTO DE CAPITAL

2.1 CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS E FINANCIAMENTO

As duas principais fontes de capital para empreendedorismo são o capital próprio e o capital de

dívida.

Pequenas e microempresas, raramente, têm condições econômicas adequadas para enfrentar os

financiamentos bancários, ressalvando-se fontes oficiais orientadas para esses tipos de empresa.

Essas empresas dependem muito de recursos próprios e de empréstimos baseados

em sua reputação. É comum que usem poupança própria, cheque especial, cartão de

crédito, ajuda da família...

Nos Estados Unidos – e já iniciando no Brasil –, no entanto, existem fontes de financiamento que

acompanham o ciclo de vida dessas empresas. Vejamos...

Anjos...

Investidores privados pessoas físicas – pequenos investidores.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

104

‘Crowding investors’...

Investimentos financiados com base em uma espécie de vaquinha entre amigos,

conhecidos e seguidores, utilizando as redes sociais – especialmente, o Facebook –

para financiar negócios start-up de empresas iniciantes.

‘Venture capital’...

Fundos de investimento que podem participar, temporariamente, da gestão.

Fundos ‘mezzanino’...

Fundos que aceitam correr maior risco em empresas já mais maduras e em crescimento.

‘Private equity’...

Fundos para empresas de maior porte, porém com capital fechado.

‘Hedge funds’...

Fundos de investimento de maior risco e para grandes investidores.

‘Initial public offering’ – IPO...

Abertura de capital via lançamento de ações.

2.2 FONTES DE CAPITAL

Para financiar o investimento, os empreendedores utilizam fontes de capital internas – próprias –

ou externas – capital de terceiros.

Não existe, a priori, nenhuma regra de que uma fonte seja melhor do que a outra. Depende das

condições do mercado de capitais, da taxa de juros, dos recursos da própria empresa, do grau de

risco com que é avaliada no mercado, da conjuntura econômica e de outras condições financeiras.

Em geral, as empresas utilizam um mix de fontes

2.2.1 CAPITAL PRÓPRIO

As empresas têm sua própria poupança. Tais poupanças são, geralmente, geradas de duas maneiras...

criação de fundos de depreciação;

reinvestimento dos lucros/retenção dos lucros.

Os lucros retidos constituem, em geral, a fonte de recursos mais importante para uma empresa.

As reservas de depreciação são criadas com base nos lucros da empresa e

objetivam manter o capital intacto por meio da reposição de capital que foi gasto

ou ficou obsoleto.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

105

O uso dos lucros retidos traz diversas vantagens, pois...

pode exibir a prosperidade da empresa e a eficiência de seus dirigentes;

evita os altos custos de transação envolvidos na emissão de ações, debêntures e

outros instrumentos financeiros;

evita as incertezas associadas à captação de recursos no mercado;

pode fortalecer os ganhos de capital dos acionistas ao aumentar o valor de mercado

das ações.

Para usar, com frequência, os lucros retidos, os administradores precisam...

prever a disponibilidade dos fundos internos;

determinar as reservas de depreciação e reinvestir os lucros;

decidir qual parcela desses fundos poderá estar disponível para investimentos de

longo prazo.

2.2.2 FONTES EXTERNAS – CAPITAL DE TERCEIROS

O mercado bancário e o mercado de capitais são as fontes de recursos externos para as empresas.

Atualmente, o mercado financeiro praticamente amalgamou as atividades de bancos comerciais

e de instituições do mercado de capitais.

No entanto, continua existindo uma variedade de órgãos regulatórios...

o Banco Central, BACEN, para os bancos;

a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, para as bolsas, corretoras e companhias

abertas;

a Superintendência de Seguros Privados, SUSEP, para o setor de seguros.

Os bancos oficiais – principalmente o BNDES – são os maiores fornecedores de recursos de longo

prazo para as empresas.

As instituições multilaterais de crédito – Banco Mundial e BID –, ao chancelarem projetos, permitem

uma alavancagem de recursos.

As fontes tradicionais de recursos provenientes do mercado de capitais são a emissão de ações

ordinárias e preferenciais, debêntures e commercial papers – a curto prazo.

2.3 CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Algumas empresas emitem ações e debêntures no mercado exterior.

Atualmente, os fundos de pensão, as seguradoras e outros investidores institucionais

são muito importantes para aportar recursos de longo prazo para as empresas.

Os bancos comerciais e os bancos de investimento atendem às empresas,

mas, geralmente, apenas para empréstimos de curto prazo.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

106

A engenharia financeira – segmento do mercado financeiro – estrutura operações

bem complexas para as empresas por meio de project finance e recebíveis.

No Brasil, a fusão da Bolsa de Mercadorias & Futuros – BM&F – com a Bolsa de Valores de

São Paulo – BOVESPA – criou uma nova instituição financeira bem aparelhada e dinâmica,

apta a contribuir para a viabilização da captação de recursos para as empresas.

2.3.1 FONTE DE CAPITAL PARA EMPRESAS

As empresas obtêm o capital desejado de diferentes fontes, e o custo de capital depende de cada

fonte.

As principais fontes de capital são...

Empréstimos bancários...

O volume e o custo de capital dependem das políticas bancárias em geral, e,

especificamente, do histórico de empréstimos da empresa e de seu grau de

endividamento, assim como das garantias oferecidas.

De modo geral, a taxa de juros cobrada vai encarecendo à medida que aumenta o

endividamento da empresa. No Brasil, o papel das instituições governamentais de

crédito é extremamente importante para o financiamento de longo prazo das empresas.

Ações...

Dependem do tipo de companhia...

se a companhia é aberta e se está listada em bolsa no país ou no exterior, e

se tem acesso a subscrições públicas de capital;

se é fechada e depende de subscrições privadas de capital.

De qualquer maneira, o mercado primário de ações é de muita importância para as

empresas, nem tanto pelo volume de capital que possa ser obtido, mas pelo efeito de

alavancagem no mercado financeiro e por seu correlacionamento – incluindo aí o

mercado secundário de ações – com a boa governança corporativa.

Debêntures...

Apresentam vantagens e flexibilidade de estratégia financeira para as empresas,

permitindo o levantamento de expressivos volumes de recursos de renda fixa sem

implicar comprometimento do controle acionário. Em alguns casos, as debêntures são

conversíveis em ações, permitindo estratégias mistas e de menor custo, combinando

opções de compra de ações vis a vis e aplicações em renda fixa, bem interessantes para

a empresa.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

107

Lucros retidos...

Geralmente, são a fonte mais importante de recursos para o investimento das empresas.

Existem restrições regulamentares e legais para a destinação dos lucros, mas, pelo fato

de serem da empresa, não significa que não tenham um custo de oportunidade. O

projeto deve ser realizado apenas quando seu retorno for igual ou superior ao custo de

oportunidade do capital.

De outro modo, seria melhor distribuir os lucros como dividendos e deixar a decisão de

como melhor empregá-los aos próprios acionistas. Outra vantagem dos lucros retidos –

e do capital acionário – é que não amarram a empresa a rígidos cronogramas de

desembolso de juros.

Investimento direto estrangeiro...

Para empresas multinacionais, costuma ser uma opção atraente, pois representa custos

menores e maior acessibilidade. Por outro lado, depende da avaliação do risco político

do país.

Recursos familiares...

Para empresas familiares, costumam ser uma importante fonte de financiamento. No

caso brasileiro, por causa da dificuldade de obtenção e dos juros altos dos empréstimos

bancários, constituem uma opção realista, mas limitam muito o grau de alavancagem

financeira de tais empresas.

2.3.2 VARIEDADE DE FONTES DE RECURSOS

As empresas costumam combinar diversas fontes de capital – na prática, não faz sentido econômico

tentar associar determinado projeto a determinada fonte de capital.

Consequentemente, as empresas tendem a trabalhar em termos de um custo global de capital,

que consiste na média ponderada – pela participação de cada fonte no total do capital – das

fontes individuais de financiamento.

A mudança nessas proporções pode afetar o custo do capital.

A mudança mais importante – e a mais seguida pelos analistas de empresas – é a do grau de

alavancagem, medido pela razão entre dívida e capital acionário – incluindo recursos próprios.

Para os administradores financeiros, é muito importante alcançar o que seria um ótimo

grau de alavancagem do capital na empresa.

No entanto, esse conceito é bastante subjetivo – varia de setor para setor na economia,

inclusive, conforme o porte e a composição acionária das empresas do mesmo setor.

O custo do capital, portanto, é dependente das proporções dos vários tipos

de financiamento utilizados.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

108

É com base nessas considerações que obtemos a curva do Custo Marginal do Capital – CMC.

2.4 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL

Um exemplo de cálculo do custo médio ponderado do capital – conhecido como WACC, expressão

em inglês muito utilizada no Brasil, que significa weighted average cost of capital – é...

O custo total de capital de cada fonte é calculado multiplicando-se a participação relativa – o peso –

pelo respectivo custo de capital. O somatório desses itens é o WACC.

Nesse caso, o WACC = CW/W = 705/100 = 7,05%.

Esse valor de 7,05% deverá ser usado como a taxa de desconto para a avaliação de projetos,

usando o método valor presente líquido – VPL.

Todos os projetos não mutuamente exclusivos, com taxa interna de retorno – TIR – igual ou

superior a 7,05%, deverão ser aprovados.

2.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS, SELEÇÃO DE PROJETOS E CRITÉRIOS DE

INVESTIMENTO

3.1 DECISÕES FINANCEIRAS

Dentre as principais decisões que os empresários e dirigentes de empresas

têm de assumir, destacam-se aquelas ligadas aos investimentos em capital.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

109

Entre as decisões que são inevitáveis, temos aquelas relacionadas...

às decisões de investimento de longo prazo ou ao orçamento de capital – capital

budgeting;

aos projetos de capital;

a adições ao estoque total de capital;

à localização da empresa;

à substituição de bens de capital depreciados;

ao volume e ao cronograma de investimentos.

Em certo sentido, essas decisões constituem o núcleo mais importante das decisões empresariais...

A sobrevivência da empresa depende do tino gerencial para conceber, analisar, selecionar

e executar os projetos de investimento mais lucrativos de acordo com os objetivos

fixados.

3.1.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL

O orçamento de capital é o processo que analisa, planeja e avalia investimentos de longo prazo.

Em outras palavras, o orçamento de capital é o processo de planejar os gastos com a compra de

ativos que irão gerar uma série de retornos nos anos futuros.

O orçamento de capital possibilita, basicamente, escolher a melhor dentre as alternativas de

investimentos existentes para a empresa.

O orçamento de capital lida com...

o processo para determinar quanto vale cada projeto considerado;

as taxas de retorno antecipadas para cada projeto;

os montantes de capital que a empresa pode alocar ao longo do tempo e para

diferentes alternativas.

3.1.2 GASTOS DE CAPITAL

Só os gastos de capital de longo prazo são significativos.

Gastos de capital de longo prazo revelam compromissos de um ou mais anos e

envolvem uma grande dose de incerteza, o que pressupõe previsão com bases técnicas,

julgamento acurado e planejamento cuidadoso.

O conceito de capital deve ser desenhado em termos do comportamento econômico, e não

segundo convenções contábeis.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

110

Em geral, os gastos de capital incluem...

novos equipamentos ou criação de ativos de longo prazo pela empresa;

gastos na expansão ou diversificação de ativos, com adição ao estoque de capital;

gastos para substituir o capital depreciado;

gastos com propaganda e marketing;

gastos com pesquisa, desenvolvimento e inovação.

3.1.3 PERÍODO DE PLANEJAMENTO

Uma visão clara de um período de planejamento faz-se necessária para obtenção dos seguintes

resultados...

planejamento efetivo, incluindo execução e controle;

substituição ou integração de planos antigos por novos, visando a um

desenvolvimento integrado da empresa;

avaliação de economias de escala e determinação do tamanho ótimo da planta

industrial;

planejamento financeiro e cronograma eficiente de novos investimentos.

3.1.4 REGRAS DE DECISÃO

Como os critérios podem não estar em conformidade uns com os outros ou o atendimento a

esses critérios pode não ser prioritário para a empresa...

...as regras de decisão visam criar consistência entre os diversos critérios e as diversas

regras de decisão – principalmente, no que diz respeito à aceitação ou à rejeição de

novos projetos.

3.1.5 COLETA DE DADOS

Quanto mais dados e informações forem coletados, melhor será a elaboração e a avaliação do

projeto.

Os principais dados dizem respeito...

a custo de capital dos projetos;

à taxa esperada de retorno;

à disponibilidade de projetos alternativos;

ao período de fruição, maturidade e longevidade dos projetos alternativos;

à taxa de juros de mercados relevantes;

ao grau de risco e incerteza.

Contudo, a informação custa dinheiro e toma tempo. Temos de encontrar

um ponto ótimo de equilíbrio.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

111

3.2 SELEÇÃO DE PROJETOS

Os principais passos de um processo de seleção de projetos de investimento em capital são...

Gerar alternativas de propostas de projetos de investimento...

As ideias de projetos podem surgir dentro ou fora da empresa. Os projetos podem visar

à expansão da produção, à redução de custos, à criação de oportunidades para opções

de crescimento futuro ou ao atendimento a requisitos regulatórios e ambientais.

Estimar fluxos de caixa para os projetos propostos...

Os fluxos de caixa irão ocorrer no futuro. Por isso, há dificuldade para sua estimação.

Existem fortes elementos de risco e incerteza envolvidos. Os fluxos devem ser medidos

após o pagamento dos diversos impostos e também devem ser considerados os efeitos

indiretos do projeto que afetem seus fluxos de caixa.

Os fluxos de caixa devem ser em moeda constante, ou seja, em valores reais – por

exemplo, em reais de março de 2011. No passado, o dólar norte-americano era bastante

usado. Com o sucesso do controle inflacionário no Brasil, e dada a volatilidade do dólar

e da taxa de câmbio real/dólar, essa prática vem caindo em desuso.

Embora não computemos os efeitos inflacionários, caso existam evidências de que os

preços relativos – de itens importantes dos custos ou da receita – possam variar ao

longo da duração de vida esperada para o projeto, esses efeitos devem ser incorporados

na análise. Os custos incorridos no passado devem ficar fora do processo de seleção do

projeto.

Finalmente, os custos do projeto devem ser avaliados em termos de seus custos de

oportunidade.

Avaliar e selecionar os projetos de investimento...

A empresa deve decidir se aceitará ou rejeitará o projeto. O principal problema é medir

o montante e calcular o valor dos fluxos de caixa que irão ocorrer em diferentes pontos

de tempo no futuro para então comparar os resultados com outros projetos e concluir

sua atratividade relativa.

Mais adiante, examinaremos os métodos e as técnicas de avaliação.

Avaliar ‘ex-post’ os projetos de investimento...

A ideia é a de que uma empresa tem uma vida infinita e vai ser o resultante de suas

decisões de investimento ao longo do tempo. Um processo de revisão ajuda a formar

uma curva de conhecimento, e a perceber os pontos fracos e fortes do processo de

análise, e avaliação dos investimentos.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

112

3.3 LIMITAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

As empresas têm uma limitação dos fundos disponíveis.

Dependendo do tipo de empresa que esteja realizando o investimento, tal limite pode ser

estabelecido pelos acionistas, pelos executivos de empresas familiares, pelos dirigentes de ONGs

ou pelas autoridades públicas.

Os fundos já compromissados – em função de decisões de investimento no passado –

aparecem na contabilidade da empresa como ativos fixos ou correntes.

3.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTOS

As decisões de investimento implicam um comprometimento da empresa por longos períodos

de tempo, o que irá influenciar a natureza das operações futuras.

No entanto, o limite dos fundos disponíveis pode ser superado se a firma buscar novos recursos –

geralmente, de acionistas, de bancos ou do mercado de capitais.

Mesmo assim, persiste o problema de, ao longo do tempo, a empresa dever selecionar apenas

alguns dos projetos disponíveis para executar investimentos, postergar alguns projetos e desistir

dos demais.

Os problemas de escolha e de alocação são inerentes às decisões de investimento das

empresas.

3.4 LUCROS

Em geral, a atratividade dos investimentos é considerada pela ótica da lucratividade, embora os

projetos do setor público e de ONGs tenham óticas suplementares ou mesmo substitutivas.

Os lucros são essenciais para o crescimento e a continuidade das empresas, e também

influenciam sua habilidade de arrecadar fundos de investimentos.

As técnicas modernas de análise financeira dão muita importância ao impacto dos

projetos de investimento na geração de novos fluxos de caixa, na avaliação do valor

presente da empresa e na riqueza dos acionistas ou das famílias proprietárias.

Somente parte dos fundos líquidos estará disponível para novas decisões de

investimento.

Em função disso, essas decisões são tomadas nos escalões mais altos das

empresas.

investimento = lucro

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

113

3.4.1 RANKING DE PROJETOS

A empresa deve usar seus fundos disponíveis nos projetos que indiquem maior benefício do que

custos.

Se esses fundos não forem suficientes, a empresa deve buscar novos recursos em fontes externas

ou hierarquizar seus projetos, apontando os projetos de alta, média e baixa prioridades.

A empresa pode investir em diversos tipos de projetos.

Contudo, muitos desses projetos implicam a compra de novas plantas industriais,

máquinas e equipamentos para expandir a produção ou reduzir custos.

3.4.2 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Antes de aplicar métodos e técnicas, a empresa deve tomar algumas providências.

Por exemplo, no caso de um projeto de expansão do capital físico da empresa – em máquinas e

equipamentos –, as seguintes providências devem ser tomadas...

preparação de estimativas dos custos iniciais de compras, e instalações de máquinas

e equipamentos, incluindo custos de manutenção e reparos durante a vida do

projeto;

previsão da produção esperada com essas máquinas e esses equipamentos;

cálculo do preço esperado para a produção, da vida esperada das máquinas e dos

equipamentos, e de seu valor residual para venda;

cálculo do tamanho do presente dos mercados e previsão de seu potencial no

futuro, em termos de tendências de crescimento;

cálculo do custo de capital relevante para a empresa.

Cada projeto tem sua especificidade...

Outros tipos de projetos podem ser mais complexos, colocando dificuldades para sua

avaliação – projetos de novas tecnologias ou novos mercados.

Outros projetos podem ter a natureza de fusões e aquisições, e, nesse caso, o problema

maior consiste em estimar o valor da empresa.

3.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

A empresa que busca maximizar seus lucros executará os projetos que

prometam uma taxa de retorno maior do que o custo de capital.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

114

UNIDADE 4 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO

4.1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

Os principais métodos e as principais técnicas de avaliação de projetos são...

payback simples;

payback descontado;

razão benefício-custo;

índice de lucratividade;

taxa interna de retorno – TIR;

valor presente líquido – VPL – dos custos e benefícios.

4.1.1 PAYBACK SIMPLES

Características...

Usando os fluxos de caixa, avalia em quantos anos os benefícios do projeto cobrem

seus custos, ou seja, mede em quanto tempo o projeto vai gerar receita para cobrir

seus investimentos originais de capital.

Vantagens...

Simplicidade e dinheiro no bolso.

Desvantagens...

desconhecer o que se passa com os fluxos de caixa que excedam os custos originais

do projeto;

ignorar o valor da moeda no tempo;

ignorar a depreciação do investimento.

4.1.2 PAYBACK DESCONTADO

Características...

É semelhante ao payback simples. Contudo, trabalha com fluxos de caixa descontados.

Vantagens...

Simplicidade, dinheiro no bolso, sem ignorar o valor da moeda no tempo.

Desvantagens...

Escolha de projetos mutuamente exclusivos, pois não leva em conta a escala do projeto.

Ao pautar-se pelos projetos de maior retorno inicial e vida mais curta, pode selecionar

o projeto errado.

A seguir, discutiremos as características e as vantagens de cada método ou

técnica...

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

115

4.1.2.1 EXEMPLOS DE PAYBACK

Dois projetos mutuamente exclusivos – A e B – requerem o mesmo investimento inicial de

R$ 1.000,00.

O projeto A tem um retorno anual de R$ 250,00 nos primeiros 4 anos, e de zero nos 6

anos seguintes.

O projeto B tem um retorno anual de R$ 200,00, com duração de 10 anos.

O payback simples de A é 1.000/250 = 4 anos. O payback simples de B é 1.000/200 =

5 anos.

O projeto A será o escolhido, embora o senso comum perceba que o projeto B é melhor, pois

geraria fluxos de caixa positivos por mais 6 anos do que A.

O payback descontado poderia rejeitar o projeto A e selecionaria o projeto B, dependendo da

taxa de desconto usada.

4.1.3 RAZÃO BENEFÍCIO-CUSTO

Características...

Calcula o coeficiente ou a razão entre os benefícios – numerador – e os custos –

denominador – do projeto. Pode ignorar ou considerar o valor da moeda no numerador.

Vantagens...

Ser um método que produz um número. Se o número for igual ou maior do que 1, o

projeto deve ser executado.

Desvantagens...

Pode selecionar o projeto errado ao pautar-se no valor absoluto do quociente,

esquecendo os projetos de número menor – ainda que igual ou maior do que 1 –, que

gerem um maior valor absoluto de benefícios líquidos. Podemos, portanto, escolher o

projeto errado em uma situação de projetos mutuamente exclusivos.

4.1.4 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE

Características...

Faz o mesmo cálculo da razão benefício-custo, embora, no numerador, use o resultado

líquido – benefícios menos custos –, mantendo os custos no denominador e calculando,

em termos percentuais, um índice de lucratividade. Seu objetivo é escolher o projeto

com maior índice positivo de lucratividade.

Observemos os seguintes exemplos...

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

116

Vantagens...

Ao se expressar como um índice de lucratividade, aproxima-se muito do quadro

referencial dos empresários, que usam bastantes conceitos de taxa de retorno e índice

de lucratividade.

Desvantagens...

O método é simples, mas pode ser enganoso ao ignorar diferenças de escala de capital

em projetos mutuamente exclusivos.

4.1.4.1 EXEMPLOS DE RBC E IL

Utilizando os mesmos fluxos de caixa dos projetos A e B, vemos que...

A razão benefício-custo de A seria 1.000/1.000 = 1.

A razão benefício-custo de B seria 2.000/1.000 = 2.

O projeto B teria um índice de lucratividade de (2.000 - 1.000)/1.000 = 100%.

O projeto A teria um índice de lucratividade de 0.

4.2 TAXA INTERNA DE RETORNO

Taxa interna de retorno...

É definida como a taxa de desconto – r – que iguala o valor presente dos fluxos de caixa do

projeto com o investimento inicial.

Indica a remuneração que a entidade oferece a seus proprietários.

TIR é a taxa r em que...

...onde r é a incógnita, e n, Ft e Io são conhecidos.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

117

Um projeto deve ser aceito – ou rejeitado – se a TIR for, respectivamente, maior ou igual – ou

menor do que – ao custo de capital da empresa.

4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TIR

Vejamos as vantagens e desvantagens da TIR...

Vantagens...

Trabalhar com os dados gerados pelo próprio projeto em termos de seu fluxo de caixa.

Somente necessita de dados externos para comparar a TIR em termos de sua

atratividade.

Desvantagens...

Selecionar o projeto errado em situações de projetos mutuamente exclusivos e falhar

na obtenção de uma taxa de retorno quando os fluxos de benefícios mudam de sinal –

de positivos para negativos – em pontos de tempo no futuro.

4.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS

Características...

Calcula o valor presente dos fluxos de caixa líquidos do projeto, descontados pelo custo

de capital da empresa – que equivale à taxa requerida como retorno da empresa –, menos

o investimento líquido do projeto.

Onde k é a taxa de desconto.

A taxa de desconto k é calculada pela própria empresa.

Um projeto de investimento deve ser aceito – ou rejeitado – caso o VLP seja,

respectivamente, igual ou superior a 0 – ou menor do que 0.

Um projeto de investimento deve ser aceito caso o VLP seja igual ou superior a 0, e

rejeitado caso o VLP seja menor do que 0.

Vantagens...

É o melhor método de seleção de projetos. Não apresenta os problemas de seleção

errada, como nos métodos e nas técnicas anteriores.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

118

Desvantagens...

Depende de um cálculo correto do custo de capital da empresa.

4.3.1 TIR , VPL E PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS

Uma situação muito frequente para decisões de investimento – e que causa conflito de métodos –

ocorre quando existem projetos mutuamente exclusivos.

Por exemplo, suponhamos uma empresa que tenha um terreno de 50.000 m2 às

margens da Rodovia Rio-São Paulo, onde possa construir uma nova planta para a fábrica

ou um depósito central de abastecimento.

Ela terá de escolher um dos dois projetos. Podem existir discrepâncias nos resultados

da avaliação, dependendo do método utilizado.

4.3.1.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA TIR

Vamos examinar agora o critério da taxa interna de retorno – TIR.

O perfil teórico de um projeto considera como de sinal negativo o investimento, no

ano inicial, e de sinal positivo os fluxos líquidos futuros de resultados.

Vamos usar como exemplo os projetos C e D, supondo que eles tenham o seguinte perfil...

Logo...

Caso o custo do capital da empresa fosse 18,3% ao ano, os dois projetos seriam viáveis. Caso os

projetos fossem mutuamente exclusivos, o projeto D seria selecionado, pois tem uma TIR maior.

Vamos discutir algumas aplicações práticas desses métodos, mostrando os

conflitos de interpretação que podem surgir...

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

119

Isso, no entanto, pode ser uma escolha equivocada. A resposta certa, nessa situação, só

pode ser dada pelo uso do critério VPL.

4.3.1.2 APLICAÇÃO PRÁTICA DE VPL

Examinaremos agora o valor presente líquido – VPL. Vamos supor três diferentes valores para o

custo de capital, e usar como exemplo os projetos C e D...

custo de capital = 0%...

VPL do projeto C = -100 + 0 + 140 / (1 + 0)2 = +40;

VPL do projeto D = -100 + 130 / (1 + 0) = +30.

Os dois projetos passam no teste do VPL e são aprovados. Caso sejam projetos mutuamente

exclusivos, o projeto C é o escolhido...

custo de capital = 10%.

Considerando que o custo de capital seja 10%, o VPL dos projetos C e D são...

Os dois projetos são aceitáveis, mas agora D é superior a C.

custo do capital = 20%...

VPL do projeto C = -100 + 0 + 140/(1 + 0,2)2 = -100 + 140/1,44 = -2,8;

VPL do projeto D = -100 + 130/(1 + 0,2) + 0 = -100 + 130/1,2 = +8,33.

O projeto C seria recusado, e o projeto D, aceito.

Comparando o estudo de viabilidade dos projetos C e D por meio dos métodos TIR e

VPL, podemos observar situações de conflito de métodos, em que o critério VPL

estabeleceria uma preferência distinta do ordenamento da TIR.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

120

4.3.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIR E VPL

Existe, evidentemente, um conflito entre a TIR e o VPL...

A figura anterior apresenta, no eixo vertical, o VPL dos projetos C e D em diferentes situações do

custo de capital. Observemos que a TIR é um caso especial do VPL, em que a VPL = 0. A TIR

aparece nos pontos de interseção da reta plotada com o eixo horizontal.

O ponto P é o ponto de interseção das duas retas. No ponto P, o valor de r é de 7,7%.

No ponto P, os dois projetos são iguais, podendo ser aprovados ou rejeitados,

dependendo da taxa de custo do capital.

Abaixo de 7,7%, o projeto D é superior a C e, acima de 7,7%, o projeto C é superior a D.

4.3.3 ESCOLHA DO MELHOR MÉTODO

De modo geral, o melhor critério é o VPL.

Em situações normais – com fluxos de caixa bem comportados e sem projetos mutuamente

exclusivos –, a TIR é também um bom método.

Os demais métodos – principalmente, o payback – são auxiliares, podendo ser vistos

como maneiras práticas de ajudar na tomada de decisões.

Com os métodos computacionais hoje existentes, é fácil calcular esses indicadores, de

maneira que todos podem ser usados para clarificar aspectos do processo de decisão.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

121

4.4 PRÊMIO DE RISCO

Os mercados costumam quantificar – precificar, no jargão do mercado financeiro – o trade-off

existente entre risco e retorno.

Esse prêmio é estabelecido sob a forma de um percentual – por exemplo, 3% – ou pontos base –

nesse exemplo, 300 – sobre a taxa básica de retorno, a de menor risco – por exemplo, 8%.

4.4.1 AJUSTAMENTO DO RISCO POR MEIO DA TAXA DE DESCONTO

Um método muito utilizado, por sua simplicidade, faz o ajustamento na própria taxa de desconto

que é usada para os fluxos de caixa do projeto.

Serve como uma primeira aproximação, como um exercício inicial, mas é recomendável

que procuremos utilizar outras técnicas mais refinadas.

Nesse método, para avaliar o risco, o fluxo de caixa líquido do projeto é descontado por uma taxa

de desconto ajustada pelo risco, não por uma taxa de desconto representando o custo de capital

da empresa.

Esse ajuste é feito pela adição de um prêmio de risco à taxa de desconto.

Esse prêmio de risco deve refletir os riscos associados a um projeto específico de

investimento.

A área de análise de riscos tornou-se muito importante nos últimos anos e, atualmente, existem

técnicas e modelos especializados e muito complexos, que tentam avaliar e calcular parâmetros

sobre o risco ou mesmo a incerteza.

4.4.2 OUTROS MÉTODOS PARA AJUSTAMENTO DO RISCO

Existem dois métodos também usados na avaliação do risco em projetos de investimento...

Coeficiente de variação...

O desvio-padrão da distribuição de probabilidade é uma medida de risco. No entanto,

o desvio-padrão é uma medida absoluta.

Logo, o VPL deve ser priorizado.

Em geral, o mercado deseja altos retornos e baixos riscos.

Desse modo, para aceitar maiores riscos, o mercado cobra prêmio de risco.

Existem diversos métodos para lidar com as situações de risco e de incertezas.

Economia EmpresarialM Ó D U L O 4

122

Para comparar dois projetos de investimento mutuamente exclusivos, utiliza-se o

coeficiente de variação, CV.

O CV é calculado como a razão entre o desvio-padrão e o valor esperado da distribuição.

No caso em pauta, do VPL do projeto.

Por exemplo, dois projetos mutuamente exclusivos W e X, com, respectivamente,

VPLs de R$ 100 e R$ 50 e com desvios-padrão de 25 e 20, teríamos os seguintes CVs...

CV do projeto W

25/100 = 0,25

CV do projeto X

20/50 = 0,40

Nesse caso, o projeto W teria menor risco que o projeto X, que seria o escolhido.

Equivalência de certeza...

No caso da equivalência de certeza, os ajustamentos são feitos no numerador do fluxo

de caixa, ou seja, nos valores de receita e de custo a cada ano do projeto.

Por exemplo, em um projeto de mineração de ferro, o preço internacional do minério

de ferro receberia uma visão mais focada quanto ao risco de variabilidade de preço.

4.4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E DE CENÁRIOS

Outros métodos pragmáticos para analisar o risco ou a incerteza costumam ser utilizados. Dentre

eles, vamos assinalar três...

Análise de sensibilidade...

Nesse método, alteram-se os valores das variáveis-chave para examinar a robustez dos

resultados da avaliação, ou seja, avalia-se o impacto de uma mudança no valor da

variável significativa.

Por exemplo, uma forte apreciação ou depreciação da taxa de câmbio, caso as

vendas ou compras de insumos dependam, fortemente, do mercado externo.

Análise de cenário...

Nesse caso, temos uma análise de sensibilidade que impacta diversas variáveis ao

mesmo tempo.

Economia Empresarial M Ó D U L O 4

123

Por exemplo, o que acontece a um projeto caso haja, simultaneamente, uma

recessão econômica e um aumento no preço do petróleo.

Simulação...

Nesse caso, utilizam-se métodos quantitativos para a distribuição de probabilidade das

variáveis-chave.

Um método muito utilizado é a simulação Monte Carlo, em que os valores das variáveis-

chave são selecionados aleatoriamente pelo computador e, em cada rodada, é calculado

o valor do VPL.

4.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os

cenários culturais no ambiente on-line.

Economia Empresarial M Ó D U L O 5

125

MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO

APRESENTAÇÃO

Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus

conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina. São elas...

caça-palavras;

palavras cruzadas;

forca;

criptograma.

A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos. Você poderá escolher o jogo de sua preferência

ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas

de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá autoavaliar-se.

Já na unidade 2, é hora de falarmos sério!!!! Sabemos que o novo – e a disciplina que você

terminou de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós,

brasileiros – tem de estar sujeito à crítica... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes

desse processo, contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.

Então? Preparado?