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CAPÍTULO 54 DOS DIVERSOS MOVIMENTOS DA NATUREZA E DA GRAÇA “...a graça anda com simplicidade, evita a menor aparência do mal, não usa de enganos, e tudo faz puramente por Deus, no qual descansa como em seu último fim.” (TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.172) “A graça, [...] aplica-se à mortificação própria, resiste à sensualidade, quer estar sujeita, deseja ser vencida e não quer usar da própria liberdade: gosta de estar sob a disciplina, não cobiça dominar sobre outrem, mas quer viver, ficar e permanecer sempre debaixo da mão de Deus, sempre pronta, por amor de Deus, a se curvar humildemente a toda criatura humana.” (TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.172) “A natureza trabalha por seu próprio interesse e só atenta no lucro que de outrem lhe pode advir. A graça, porém, pondera não o que lhe seja útil ou cômodo, mas o que a muitos seja proveitoso.”

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CAPÍTULO 54DOS DIVERSOS MOVIMENTOS DA NATUREZA E

DA GRAÇA

“...a graça anda com simplicidade, evita a menor aparência do mal, não usa de enganos, e tudo faz puramente por Deus,

no qual descansa como em seu último fim.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.172)

“A graça, [...] aplica-se à mortificação própria, resiste à sensualidade, quer estar sujeita, deseja ser vencida e não

quer usar da própria liberdade: gosta de estar sob a disciplina, não cobiça dominar sobre outrem, mas quer viver, ficar e permanecer sempre debaixo da mão de Deus, sempre pronta, por amor de Deus, a se curvar humildemente a toda

criatura humana.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.172)

“A natureza trabalha por seu próprio interesse e só atenta no lucro que de outrem lhe pode advir. A graça, porém, pondera

não o que lhe seja útil ou cômodo, mas o que a muitos seja proveitoso.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

“A natureza gosta de receber honras e homenagens; a graça, porém, refere fielmente a Deus

toda honra e glória.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

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“A natureza teme a confusão e desprezo; mas a graça alegra-se de sofrer injúrias pelo nome de Jesus.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

“A natureza aprecia a ociosidade e o bem estar do corpo; a graça, porém, não pode estar ociosa e abraça com prazer o

trabalho.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

“A natureza cuida dos bens temporais, alegra-se por um lucro pequeno, entristece-se por um prejuízo e irrita-se com uma palavrinha injuriosa. A graça, porém, cuida das coisas eternas, não se apega às temporais, não se perturba com a sua perda, nem se ofende com palavras ásperas; porquanto pôs o seu tesouro e sua glória no céu onde nada perece.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

“A natureza é cobiçosa, antes quer receber do que dar; gosta de ter coisas próprias e particulares. Mas a graça nos conduz a Deus e às virtudes, renuncia às criaturas, foge do mundo,

detesta os apetites carnais, restringe as vagueações e peja-se de aparecer em público.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

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“A natureza gosta de ter qualquer consolação exterior com que deleite os sentidos. A graça, porém, só em Deus procura seu consolo e se delicia no sumo bem, mais que em todas as

coisas visíveis.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.173)

“A natureza tudo faz para seu próprio interesse e proveito, nada sabe fazer de graça, mas espera sempre, pelo bem que faz, receber outro tanto ou melhor em elogios ou favores e

deseja que se faça grande caso de seus efeitos e dons. A graça, porém, não busca nenhuma coisa temporal, nem deseja outro prêmio, senão Deus só, e do temporal não

deseja mais do que quanto lhe possa servir para conseguir a vida eterna.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.174)

“A natureza logo se queixa da penúria e do trabalho. A graça sofre com paciência a pobreza.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.174)

“A natureza atribui tudo a si, em proveito seu peleja a porfia. A graça, porém, atribui tudo a Deus, de quem tudo dimana

como de sua origem; nenhum bem atribui a si com arrogante presunção, não questiona, nem prefere a sua opinião à dos outros, mas em todo juízo e parecer se sujeita à sabedoria

eterna e ao divino exame.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.174)

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“A natureza deseja saber segredos e ouvir novidades, quer exibir-se em público e experimentar muitas coisas pelos sentidos; deseja ser conhecida e fazer aquilo donde lhe

resultem louvor e admiração. A graça não cuida de novidades e curiosidades, porque tudo isso nasce da

corrupção antiga, pois nada há de novo e estável sobre a terra.”

(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.174)

“A graça é uma luz sobrenatural e um dom especial de Deus; é propriamente o sinal dos escolhidos e o penhor da salvação eterna, pois eleva o homem das coisas terrenas ao amor das

celestiais, e de carnal o torna espiritual.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.175)

“Quanto mais, [...] é oprimida e dominada a natureza, tanto maior graça é infundida, e tanto mais cada dia é renovado o

homem interior, conforme a imagem de Deus.”(TOMÁS DE KEMPIS em “A Imitação de Cristo”, p.175)