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Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições B REGULAMENTO (CE) N. o 834/2007 DO CONSELHO de 28 de Junho de 2007 relativo à produção biológica e à rotulagem dos produtos biológicos e que revoga o Regulamento (CEE) n. o 2092/91 (JO L 189 de 20.7.2007, p. 1) Alterado por: Jornal Oficial n.° página data M1 Regulamento (CE) n. o 967/2008 do Conselho de 29 de Setembro de 2008 L 264 1 3.10.2008 M2 Regulamento (UE) n. o 517/2013 do Conselho de 13 de maio de 2013 L 158 1 10.6.2013 2007R0834 — PT — 01.07.2013 — 002.001 — 1

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Regulação 834/2007 Agricultura Biológica

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  • Este documento constitui um instrumento de documentao e no vincula as instituies

    B REGULAMENTO (CE) N. o 834/2007 DO CONSELHO

    de 28 de Junho de 2007

    relativo produo biolgica e rotulagem dos produtos biolgicos e que revoga o Regulamento (CEE) n. o 2092/91

    (JO L 189 de 20.7.2007, p. 1)

    Alterado por:

    Jornal Oficial

    n. pgina data

    M1 Regulamento (CE) n. o 967/2008 do Conselho de 29 de Setembro de 2008

    L 264 1 3.10.2008

    M2 Regulamento (UE) n. o 517/2013 do Conselho de 13 de maio de 2013 L 158 1 10.6.2013

    2007R0834 PT 01.07.2013 002.001 1

  • REGULAMENTO (CE) N. o 834/2007 DO CONSELHO

    de 28 de Junho de 2007

    relativo produo biolgica e rotulagem dos produtos biolgicos e que revoga o Regulamento (CEE) n. o 2092/91

    O CONSELHO DA UNIO EUROPEIA,

    Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia, nomeadamente o artigo 37. o ,

    Tendo em conta a proposta da Comisso,

    Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu ( 1 ),

    Considerando o seguinte:

    (1) A produo biolgica um sistema global de gesto das exploraes agrcolas e de produo de gneros alimentcios que combina as melhores prticas ambientais, um elevado nvel de biodiversidade, a preservao dos recursos naturais, a aplicao de normas exigentes em matria de bem-estar dos animais e mtodo de produo em sintonia com a preferncia de certos consumidores por produtos obtidos utilizando substncias e processos naturais. O mtodo de produo biolgica desempenha, assim, um duplo papel societal, visto que, por um lado, abastece um mercado especfico que responde procura de produtos biolgicos por parte dos consumidores e, por outro, fornece bens pblicos que contribuem para a proteco do ambiente e o bem-estar dos animais, bem como para o desenvolvimento rural.

    (2) A parte de mercado do sector agrcola biolgico est a aumentar na maior parte dos Estados-Membros. O crescimento da procura por parte dos consumidores nos ltimos anos particularmente notvel. As recentes reformas da poltica agrcola comum, com a nfase posta na orientao para o mercado e no fornecimento de produtos de qualidade que satisfaam as expectativas dos consumidores, devero estimular ainda mais o mercado dos produtos biolgicos. Neste contexto, a legislao relativa produo biolgica desempenha um papel cada vez mais importante no quadro da poltica agrcola e est estreitamente ligada evoluo dos mercados agrcolas.

    (3) O quadro jurdico comunitrio que rege o sector da produo biolgica dever perseguir o objectivo de garantir uma concorrncia leal e o funcionamento adequado do mercado interno dos produtos biolgicos, bem como o de manter e justificar a confiana dos consumidores nos produtos rotulados como tal. Alm disso, dever procurar criar condies em que esse sector se possa desenvolver em sintonia com a evoluo da produo e do mercado.

    (4) A Comunicao da Comisso ao Conselho e ao Parlamento Europeu sobre um Plano de aco europeu para os alimentos e a agricultura biolgicos prope a melhoria e o reforo das normas comunitrias relativas agricultura biolgica e dos requisitos de controlo e de importao. Nas suas Concluses de 18 de Outubro de 2004, o Conselho convidou a Comisso a, num intuito de simplificao e de coerncia global, reexaminar a legislao comunitria aplicvel neste domnio com vista definio de princpios bsicos que incentivem a harmonizao das normas e, sempre que possvel, reduzam o nvel de pormenor.

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    ( 1 ) Parecer emitido em 22 de Maio de 2007 (ainda no publicado no Jornal Oficial).

  • (5) Por conseguinte, conveniente definir mais explicitamente os objectivos, princpios e regras aplicveis produo biolgica, a fim de aumentar a transparncia e a confiana dos consumidores e contribuir para uma percepo harmonizada do conceito de produo biolgica.

    (6) Para tal, o Regulamento (CEE) n. o 2092/91 do Conselho, de 24 de Junho de 1991, relativo ao modo de produo biolgico de produtos agrcolas e sua indicao nos produtos agrcolas e nos gneros alimentcios ( 1 ), dever ser revogado e substitudo por um novo regulamento.

    (7) H que estabelecer um quadro comunitrio geral de regras de produo biolgica aplicveis produo vegetal e animal e aquicultura, que inclua regras aplicveis colheita de plantas selvagens e de algas marinhas, regras em matria de converso, assim como regras aplicveis produo de alimentos para animais e gneros alimentcios transformados, incluindo vinho, e de leveduras biolgicas. A Comisso dever autorizar a utilizao de produtos e substncias e decidir dos mtodos a utilizar na agricultura biolgica e na transformao de gneros alimentcios biolgicos.

    (8) H que facilitar o desenvolvimento da produo biolgica, designadamente atravs do incentivo utilizao de novas tcnicas e de substncias mais bem adaptadas produo biolgica.

    (9) Os organismos geneticamente modificados (OGM) e os produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM so incompatveis com o conceito de produo biolgica e com a percepo que os consumidores tm dos produtos biolgicos. Em consequncia, no devero ser utilizados na agricultura biolgica nem na transformao de produtos biolgicos.

    (10) O objectivo o de que a presena de OGM nos produtos biolgicos seja to reduzida quanto possvel. Os limiares de rotulagem existentes representam limites mximos exclusivamente ligados presena acidental e tecnicamente inevitvel de OGM.

    (11) A agricultura biolgica dever utilizar sobretudo recursos renovveis dentro de sistemas agrcolas organizados escala local. Com vista a minimizar a utilizao de recursos no renovveis, os desperdcios e subprodutos de origem vegetal e animal devero ser reciclados, a fim de restituir os nutrientes terra.

    (12) A produo vegetal biolgica dever contribuir para manter e aumentar a fertilidade dos solos e impedir a sua eroso. De preferncia, os vegetais devero ser alimentados pelos ecossistemas dos solos e no por fertilizantes solveis espalhados nas terras.

    (13) Os elementos essenciais do sistema de gesto da produo vegetal biolgica so a gesto da fertilidade dos solos, a escolha das espcies e variedades, a rotao plurianual das culturas, a reciclagem das matrias orgnicas e as tcnicas de cultivo. Os fertilizantes, os correctivos do solo e os produtos fitofarmacuticos s devero ser utilizados se forem compatveis com os objectivos e princpios da produo biolgica.

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    ( 1 ) JO L 198 de 22.7.1991, p. 1. Regulamento com a ltima redaco que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n. o 394/2007 da Comisso (JO L 98 de 13.4.2007, p. 3).

  • (14) A produo animal um elemento fundamental da organizao da produo agrcola nas exploraes biolgicas, na medida em que fornece as matrias orgnicas e os nutrientes necessrios s terras cultivadas, contribuindo assim para a melhoria dos solos e o desenvolvimento da agricultura sustentvel.

    (15) Para evitar a poluio ambiental, nomeadamente a poluio dos recursos naturais como os solos e a gua, a produo biolgica de animais dever, em princpio, assegurar uma relao estreita entre essa produo e as terras agrcolas, sistemas adequados de rotao plurianual e a alimentao dos animais com produtos vegetais resultantes da agricultura biolgica e obtidos na prpria explorao ou em exploraes biolgicas vizinhas.

    (16) Uma vez que a criao biolgica de animais uma actividade ligada aos solos, os animais devero ter acesso, sempre que possvel, a espaos ao ar livre ou a pastagens.

    (17) necessrio que a criao biolgica de animais respeite normas exigentes em matria de bem-estar dos mesmos, atendendo s necessidades comportamentais prprias de cada espcie, e que a gesto da sade animal se baseie na preveno das doenas. Nesta matria, dever ser dada especial ateno s condies de alojamento, s prticas de criao e ao encabeamento. Alm disso, a escolha das raas dever ter em conta a sua capacidade de adaptao s condies locais. As normas de execuo para a produo animal e a aquicultura devero estar, pelo menos, em conformidade com as disposies da Conveno Europeia relativa Proteco dos Animais nos Locais de Criao e recomendaes subsequentes do seu comit permanente (T-AP).

    (18) conveniente que o sistema de produo animal biolgica tenha por objectivo completar os ciclos de produo das diferentes espcies animais com animais criados de acordo com mtodos biolgicos. Por conseguinte, esse sistema dever favorecer o enriquecimento do capital gentico dos animais de criao biolgica, melhorar a auto-suficincia e assegurar assim o desenvolvimento do sector.

    (19) Os produtos biolgicos transformados devero ser obtidos atravs de mtodos de transformao que garantam a manuteno da integridade biolgica e das qualidades essenciais dos produtos em todos os estdios da cadeia de produo.

    (20) Os gneros alimentcios transformados s devero ser rotulados como biolgicos se todos ou quase todos os ingredientes de origem agrcola forem biolgicos. Todavia, devero ser previstas disposies especiais de rotulagem para os gneros alimentcios transformados que incluam ingredientes agrcolas que no possam ser obtidos biologicamente, como os produtos da caa e da pesca. Alm disso, para efeitos de informao dos consumidores, para a transparncia do mercado e para estimular a utilizao de ingredientes biolgicos, dever tambm ser possvel, sob determinadas condies, fazer referncia produo biolgica na lista dos ingredientes.

    (21) Quanto aplicao das regras de produo, conveniente prever a flexibilidade necessria para que as normas e requisitos em matria de produo biolgica possam ser adaptados s condies climticas e geogrficas locais, s prticas especficas de criao e aos estdios de desenvolvimento. Tal dever permitir a aplicao de regras excepcionais, mas unicamente dentro dos limites de condies especficas estabelecidas na legislao comunitria.

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  • (22) importante preservar a confiana dos consumidores nos produtos biolgicos. As derrogaes dos requisitos aplicveis produo biolgica devero, por conseguinte, ser estritamente limitadas a casos em que a aplicao de regras excepcionais seja considerada justificada.

    (23) Por razes de proteco dos consumidores e de concorrncia leal, os termos utilizados para indicar os produtos biolgicos devero ser protegidos contra a sua utilizao em produtos no biolgicos, em toda a Comunidade e independentemente da lngua utilizada. conveniente que essa proteco seja igualmente aplicvel aos derivados ou abreviaturas habituais desses termos, utilizados isoladamente ou combinados.

    (24) Num intuito de clareza para os consumidores em todo o mercado comunitrio, conveniente tornar obrigatrio o logotipo da Unio Europeia no que diz respeito a todos os gneros alimentcios biolgicos pr-embalados produzidos na Comunidade. Por outro lado, dever ser possvel utilizar o logotipo da Unio Europeia numa base voluntria no caso de produtos biolgicos no pr- -embalados obtidos na Comunidade ou de produtos biolgicos importados de pases terceiros.

    (25) Todavia, conveniente limitar a utilizao do logotipo da Unio Europeia aos produtos que contenham exclusivamente ou quase exclusivamente ingredientes biolgicos, a fim de no induzir os consumidores em erro quanto ao carcter biolgico da totalidade do produto. Por conseguinte, no dever ser permitido utilizar esse logotipo na rotulagem de produtos provenientes de exploraes em converso ou de gneros alimentcios transformados de que menos de 95 % dos ingredientes de origem agrcola sejam biolgicos.

    (26) O logotipo da Unio Europeia no dever nunca impedir a utilizao simultnea de logotipos nacionais ou privados.

    (27) Alm disso, a fim de evitar prticas enganosas ou qualquer possvel confuso para os consumidores sobre a origem comunitria ou no comunitria do produto, sempre que se utilize o logotipo da Unio Europeia, os consumidores devero ser informados do lugar onde foram produzidas as matrias-primas agrcolas de que composto o produto.

    (28) As regras comunitrias devero promover um conceito harmonizado de produo biolgica. As autoridades competentes, assim como as autoridades e os organismos de controlo, devero abster-se de qualquer actuao que possa criar obstculos livre circulao de produtos conformes que tenham sido certificados por uma autoridade ou um organismo situado noutro Estado-Membro, no devendo, em especial, impor quaisquer controlos adicionais nem encargos financeiros.

    (29) Por uma questo de coerncia com a legislao comunitria noutros domnios, no caso da produo vegetal e animal, os Estados-Membros devero poder aplicar nos seus prprios territrios regras de produo nacionais mais rigorosas do que as regras comunitrias aplicveis produo biolgica, desde que essas regras nacionais se apliquem tambm produo no biolgica e estejam em conformidade com o direito comunitrio.

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  • (30) A utilizao de OGM proibida na produo biolgica. Por razes de clareza e coerncia, no dever ser possvel rotular um produto como biolgico quando tenha de constar do rtulo que contm OGM, constitudo por OGM ou foi obtido a partir de OGM.

    (31) A fim de assegurar que os produtos biolgicos sejam produzidos em conformidade com os requisitos estabelecidos no quadro jurdico comunitrio para a produo biolgica, as actividades dos operadores em todas as fases da produo, preparao e distribuio de produtos biolgicos devero ser sujeitas a um sistema de controlo criado e gerido em conformidade com as regras estabelecidas no Regulamento (CE) n. o 882/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, relativo aos controlos oficiais realizados para assegurar a verificao do cumprimento da legislao relativa aos alimentos para animais e aos gneros alimentcios e das normas relativas sade e ao bem-estar dos animais ( 1 ).

    (32) Em certos casos, poder parecer desproporcionado aplicar requisitos de notificao e de controlo a certos tipos de retalhistas, como os que vendem produtos directamente ao consumidor ou ao utilizador final. Por conseguinte, conveniente permitir que os Estados-Membros isentem esses operadores de tais requisitos. Todavia, a fim de evitar as fraudes, necessrio excluir dessa iseno os retalhistas que produzam, preparem ou armazenem produtos fora do ponto de venda, ou que importem produtos biolgicos ou ainda que tenham subcontratado a terceiros essas actividades.

    (33) Os produtos biolgicos importados para a Comunidade Europeia devero poder ser colocados no mercado comunitrio como biolgicos, sempre que tenham sido obtidos em conformidade com regras de produo e sujeitos a disposies de controlo conformes ou equivalentes s previstas na legislao comunitria. Alm disso, os produtos importados sob um sistema equivalente devero ser cobertos por um certificado emitido pela autoridade competente ou por uma autoridade ou um organismo de controlo reconhecido do pas terceiro em causa.

    (34) A avaliao da equivalncia no que respeita aos produtos importados dever ter em conta as normas internacionais estabelecidas pelo Codex Alimentarius.

    (35) considerado adequado manter a lista dos pases terceiros reconhecidos pela Comisso como aplicando normas de produo e disposies de controlo equivalentes s previstas na legislao comunitria. Quanto aos pases terceiros no includos nessa lista, a Comisso dever estabelecer uma lista das autoridades e organismos de controlo reconhecidos como competentes para assegurar os controlos e a certificao nos pases em questo.

    (36) conveniente recolher informaes estatsticas pertinentes com vista a obter dados fiveis necessrios para a execuo e o acompanhamento do disposto no presente regulamento e para o fornecimento de um instrumento aos produtores, operadores do mercado e decisores polticos. As informaes estatsticas necessrias devero ser definidas no contexto do Programa Estatstico Comunitrio.

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    ( 1 ) JO L 165 de 30.4.2004, p. 1. Rectificao no JO L 191 de 25.5.2004, p. 1.

  • (37) O presente regulamento dever ser aplicvel a partir de uma data que d Comisso tempo suficiente para adoptar as medidas necessrias sua execuo.

    (38) As medidas necessrias execuo do presente regulamento devero ser aprovadas nos termos da Deciso 1999/468/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999, que fixa as regras de exerccio das competncias de execuo atribudas Comisso ( 1 ).

    (39) Tendo em conta a evoluo dinmica do sector biolgico, determinadas questes altamente sensveis ligadas ao mtodo de produo biolgica e a necessidade de assegurar o bom funcionamento do mercado interno e do sistema de controlo, conveniente prever um futuro reexame das regras comunitrias em matria de agricultura biolgica luz da experincia adquirida com a aplicao dessas regras.

    (40) Enquanto se aguarda a aprovao de normas de execuo referentes produo de determinadas espcies animais, plantas aquticas e microalgas, os Estados-Membros devero ter a possibilidade de prever a aplicao de regras nacionais ou, na ausncia destas, de normas privadas por eles aceites ou reconhecidas,

    ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

    TTULO I

    OBJECTIVO, MBITO DE APLICAO E DEFINIES

    Artigo 1. o

    Objectivo e mbito de aplicao

    1. O presente regulamento constitui a base para o desenvolvimento sustentvel da produo biolgica, garantindo simultaneamente o funcionamento eficaz do mercado interno, assegurando a concorrncia leal, garantindo a confiana dos consumidores e protegendo os seus interesses.

    O presente regulamento estabelece os objectivos e princpios comuns destinados a estear as regras nele definidas relativamente:

    a) A todas as fases da produo, preparao e distribuio dos produtos biolgicos e ao seu controlo;

    b) utilizao de indicaes referentes produo biolgica na rotulagem e na publicidade.

    2. O presente regulamento aplicvel aos seguintes produtos da agricultura, incluindo a aquicultura, sempre que sejam colocados no mercado ou a tal se destinem:

    a) Produtos agrcolas vivos ou no transformados;

    b) Produtos agrcolas transformados destinados a serem utilizados como gneros alimentcios;

    c) Alimentos para animais;

    d) Material de propagao vegetativa e sementes.

    Os produtos da caa e da pesca de animais selvagens no so considerados produo biolgica.

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    ( 1 ) JO L 184 de 17.7.1999, p. 23. Deciso alterada pela Deciso 2006/512/CE (JO L 200 de 22.7.2006, p. 11).

  • O presente regulamento igualmente aplicvel s leveduras utilizadas como gneros alimentcios ou alimentos para animais.

    3. O presente regulamento aplicvel a qualquer operador que exera actividades em qualquer fase da produo, preparao e distribuio, relativas aos produtos referidos no n. o 2.

    Todavia, as operaes de restaurao colectiva no esto sujeitas ao presente regulamento. Os Estados-Membros podem aplicar regras nacionais ou, na sua ausncia, normas privadas sobre a rotulagem e o controlo dos produtos provenientes de operaes de restaurao colectiva, desde que as referidas regras estejam em conformidade com o direito comunitrio.

    4. O presente regulamento aplicvel sem prejuzo de outras disposies comunitrias ou de disposies nacionais conformes com a legislao comunitria relativa aos produtos especificados no presente artigo, tais como as disposies que regem a produo, a preparao, a comercializao, a rotulagem e o controlo, incluindo a legislao em matria de gneros alimentcios e de alimentao animal.

    Artigo 2. o

    Definies

    Para efeitos do disposto no presente regulamento, entende-se por:

    a) Produo biolgica, a utilizao do mtodo de produo conforme com as regras estabelecidas no presente regulamento em todas as fases da produo, preparao e distribuio;

    b) Fases da produo, preparao e distribuio, qualquer fase desde a produo primria de um produto biolgico at sua armazenagem, transformao, transporte, venda ou fornecimento ao consumidor final e, se for caso disso, a rotulagem, publicidade, importao, exportao e actividades de subcontratao;

    c) Biolgico, resultante da produo biolgica ou com ela relacionado;

    d) Operador, a pessoa singular ou colectiva responsvel pelo cumprimento dos requisitos do presente regulamento dentro da empresa biolgica sob o seu controlo;

    e) Produo vegetal, a produo de produtos agrcolas vegetais, incluindo a colheita de produtos vegetais selvagens para fins comerciais;

    f) Produo animal, a produo de animais terrestres domsticos ou domesticados (incluindo insectos);

    g) Aquicultura, a acepo dada no Regulamento (CE) n. o 1198/2006 do Conselho, de 27 de Julho de 2006, relativo ao Fundo Europeu das Pescas ( 1 );

    h) Converso, a transio da agricultura no biolgica para a agricultura biolgica num determinado perodo de tempo durante o qual foram aplicadas as disposies relativas produo biolgica;

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    ( 1 ) JO L 223 de 15.8.2006, p. 1.

  • i) Preparao, as operaes de conservao e/ou transformao de produtos biolgicos (incluindo o abate e o corte no que diz respeito aos produtos animais), assim como o acondicionamento, a rotulagem e/ou as alteraes relativas ao mtodo de produo biolgica introduzidas na rotulagem;

    j) Gnero alimentcio, alimento para animais e colocao no mercado, as acepes dadas no Regulamento (CE) n. o 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro de 2002, que determina os princpios e normas gerais da legislao alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurana dos Alimentos e estabelece procedimentos em matria de segurana dos gneros alimentcios ( 1 );

    k) Rotulagem, os termos, menes, indicaes, marcas de fbrica ou comerciais, imagens ou sinais que figuram em qualquer embalagem, documento, letreiro, rtulo, painel, cinta ou cabeo que acompanhem ou se refiram a um produto;

    l) Gnero alimentcio pr-embalado, a acepo dada na alnea b) do n. o 3 do artigo 1. o da Directiva 2000/13/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Maro de 2000, relativa aproximao das legislaes dos Estados-Membros respeitantes rotulagem, apresentao e publicidade dos gneros alimentcios ( 2 );

    m) Publicidade, qualquer representao destinada ao pblico, por todos os meios excepo da rotulagem, que pretenda ou seja susceptvel de influenciar e moldar atitudes, convices e comportamentos no intuito de promover directa ou indirectamente a venda de produtos biolgicos;

    n) Autoridade competente a autoridade central de um Estado-Membro competente para a organizao de controlos oficiais no domnio da produo biolgica, de acordo com o disposto no presente regulamento, ou qualquer outra autoridade qual tenha sido conferida essa competncia, assim como, se for caso disso, a autoridade correspondente de um pas terceiro;

    o) Autoridade de controlo, a organizao administrativa pblica de um Estado-Membro qual a autoridade competente tenha conferido, total ou parcialmente, a sua competncia para proceder aos controlos e certificao no domnio da produo biolgica, de acordo com o disposto no presente regulamento, assim como, se for caso disso, a autoridade correspondente de um pas terceiro ou a autoridade correspondente que opera num pas terceiro;

    p) Organismo de controlo, a entidade terceira privada e independente que procede aos controlos e certificao no domnio da produo biolgica, de acordo com o disposto no presente regulamento, assim como, se for caso disso, o organismo correspondente de um pas terceiro ou o organismo correspondente que opera num pas terceiro;

    q) Marca de conformidade, a afirmao, sob a forma de uma marca, da conformidade com um determinado conjunto de normas ou com outros documentos normativos;

    r) Ingredientes, a acepo dada no n. o 4 do artigo 6. o da Directiva 2000/13/CE;

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    ( 1 ) JO L 31 de 1.2.2002, p. 1. Regulamento com a ltima redaco que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n. o 575/2006 da Comisso (JO L 100 de 8.4.2006, p. 3).

    ( 2 ) JO L 109 de 6.5.2000, p. 29. Directiva com a ltima redaco que lhe foi dada pela Directiva 2006/142/CE da Comisso (JO L 368 de 23.12.2006, p. 2006, p. 110).

  • s) Produtos fitofarmacuticos, a acepo dada no ponto 1 do artigo 2. o da Directiva 91/414/CEE do Conselho, de 15 de Julho de 1991, relativa colocao dos produtos fitofarmacuticos no mercado ( 1 );

    t) Organismo geneticamente modificado (OGM), a acepo dada na Directiva 2001/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Maro de 2001, relativa libertao deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados e que revoga a Directiva 90/220/CEE do Conselho ( 2 ), e que no obtido atravs das tcnicas de modificao gentica enumeradas no anexo I B dessa directiva;

    u) Obtido a partir de OGM, derivado, no todo ou em parte, de OGM mas no contendo nem sendo constitudo por OGM;

    v) Obtido mediante OGM, derivado por utilizar um OGM como ltimo organismo vivo no processo de produo, mas no contendo nem sendo constitudo por OGM nem obtido a partir de OGM;

    w) Aditivos para a alimentao animal, a acepo dada no Regulamento (CE) n. o 1831/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Setembro de 2003, relativo aos aditivos destinados alimentao animal ( 3 );

    x) Equivalente, na descrio de sistemas ou medidas diferentes, o facto de obedecerem aos mesmos objectivos e princpios, mediante a aplicao de regras que asseguram o mesmo nvel de garantia da conformidade;

    y) Auxiliar tecnolgico, qualquer substncia no consumida como ingrediente alimentar em si, intencionalmente utilizada na transformao de matrias-primas, gneros alimentcios ou respectivos ingredientes, para atingir determinado objectivo tecnolgico durante o tratamento ou a transformao e que pode ter como resultado a presena no intencional mas tecnicamente inevitvel de resduos dessa substncia ou dos seus derivados no produto final, desde que esses resduos no representem nenhum risco para a sade nem tenham qualquer efeito tecnolgico sobre o produto acabado;

    z) Radiao ionizante, a acepo dada na Directiva 96/29/Euratom do Conselho, de 13 de Maio de 1996, que fixa as normas de segurana de base relativas proteco sanitria da populao e dos trabalhadores contra os perigos resultantes das radiaes ionizantes ( 4 ), e restringida pelo n. o 2 do artigo 1. o da Directiva 1999/2/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Fevereiro de 1999, relativa aproximao das legislaes dos Estados-Membros respeitantes aos alimentos e ingredientes alimentares tratados por radiao ionizante ( 5 );

    aa) Operaes de restaurao colectiva, a preparao de produtos biolgicos em restaurantes, hospitais, cantinas e outras empresas semelhantes do sector alimentar no ponto de venda ou de entrega ao consumidor final.

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    ( 1 ) JO L 230 de 19.8.1991, p. 1. Directiva com a ltima redaco que lhe foi dada pela Directiva 2007/31/CE da Comisso (JO L 140 de 1.6.2007, p. 44).

    ( 2 ) JO L 106 de 17.4.2001, p. 1. Regulamento com a ltima redaco que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n. o 1830/2006 (JO L 268 de 18.10.2003, p. 24).

    ( 3 ) JO L 268 de 18.10.2003, p. 29. Regulamento com a ltima redaco que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n. o 378/2005 da Comisso (JO L 59 de 5.3.2005, p. 8).

    ( 4 ) JO L 159 de 29.6.1996, p. 1. ( 5 ) JO L 66 de 13.3.1999, p. 16. Directiva alterada pelo Regulamento (CE)

    n. o 1882/2003 (JO L 284 de 31.10.2003, p. 1).

  • TTULO II

    OBJECTIVOS E PRINCPIOS DA PRODUO BIOLGICA

    Artigo 3. o

    Objectivos

    A produo biolgica tem os seguintes objectivos gerais:

    a) Estabelecer um sistema de gesto agrcola sustentvel que:

    i) Respeite os sistemas e ciclos da natureza e mantenha e reforce a sade dos solos, da gua, das plantas e dos animais e o equilbrio entre eles;

    ii) Contribua para um elevado nvel de diversidade biolgica;

    iii) Faa um uso responsvel da energia e dos recursos naturais, como a gua, os solos, as matrias orgnicas e o ar;

    iv) Respeite normas exigentes de bem-estar dos animais e, em especial, as necessidades comportamentais prprias de cada espcie;

    b) Procurar obter produtos de elevada qualidade;

    c) Procurar produzir uma ampla variedade de gneros alimentcios e de outros produtos agrcolas que correspondam procura, por parte dos consumidores, de bens produzidos atravs de processos que no sejam nocivos para o ambiente, a sade humana, a fitossanidade ou a sade e o bem-estar dos animais.

    Artigo 4. o

    Princpios gerais

    A produo biolgica assenta nos seguintes princpios:

    a) Concepo e gesto adequadas de processos biolgicos baseados em sistemas ecolgicos que utilizem recursos naturais internos ao sistema atravs de mtodos que:

    i) Empreguem organismos vivos e mtodos de produo mecnicos;

    ii) Pratiquem o cultivo de vegetais e a produo animal adequados ao solo ou pratiquem a aquicultura respeitando o princpio da explorao sustentvel dos recursos haliuticos;

    iii) Excluam a utilizao de OGM e de produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM, com excepo dos medicamentos veterinrios;

    iv) Se baseiem na avaliao dos riscos e na utilizao de medidas de precauo e de medidas preventivas, se for caso disso;

    b) Restrio da utilizao de insumos externos. Quando forem necessrios insumos ou quando no existam as prticas e mtodos de gesto adequados referidos na alnea a), estes devem ser limitados a:

    i) Insumos provenientes da produo biolgica;

    ii) Substncias naturais ou derivadas de substncias naturais;

    iii) Fertilizantes minerais de baixa solubilidade;

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  • c) Estrita limitao da utilizao de insumos de sntese qumica a casos excepcionais em que:

    i) No existam prticas adequadas de gesto; e

    ii) No estejam disponveis no mercado os insumos externos referidos na alnea b); ou

    iii) A utilizao dos insumos externos referidos na alnea b) contribua para impactos ambientais inaceitveis;

    d) Adaptao, sempre que necessrio, no mbito do presente regulamento, das regras da produo biolgica, tendo em conta a situao sanitria, as diferenas climticas regionais e as condies locais, os estdios de desenvolvimento e as prticas especficas de criao.

    Artigo 5. o

    Princpios especficos aplicveis agricultura

    Para alm dos princpios gerais estabelecidos no artigo 4. o , a agricultura biolgica assenta nos seguintes princpios especficos:

    a) Manuteno e reforo da vida dos solos, da sua fertilidade natural, estabilidade e biodiversidade, preveno e luta contra a sua compactao e eroso, bem como alimentao das plantas essencialmente atravs do ecossistema dos solos;

    b) Minimizao da utilizao de recursos no renovveis e de insumos externos explorao;

    c) Reciclagem dos desperdcios e subprodutos de origem vegetal e animal, como insumos na produo vegetal e animal;

    d) Tomada em considerao do equilbrio ecolgico local ou regional quando da tomada de decises em matria de produo;

    e) Preservao da sade animal, atravs da estimulao das defesas imunolgicas naturais do animal, bem como da seleco de raas e de prticas de criao adequadas;

    f) Preservao da fitossanidade atravs de medidas preventivas, tais como a escolha de espcies e variedades adequadas resistentes aos parasitas e s doenas, a rotao adequada das culturas, mtodos mecnicos e fsicos e a proteco dos predadores naturais dos parasitas;

    g) Prtica da produo animal adaptada ao local e adequada ao solo;

    h) Observncia de um elevado nvel de bem-estar dos animais respeitando as necessidades prprias de cada espcie;

    i) Obteno de produtos animais biolgicos a partir de animais que sejam criados em exploraes biolgicas desde o nascimento e ao longo de toda a sua vida;

    j) Escolha das raas tendo em conta a capacidade de adaptao dos animais s condies locais, a sua vitalidade e a sua resistncia s doenas ou a problemas sanitrios;

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  • k) Alimentao dos animais com alimentos biolgicos para animais compostos por ingredientes provenientes da agricultura biolgica e por substncias no agrcolas naturais;

    l) Aplicao de prticas de criao que reforcem o sistema imunitrio e aumentem as defesas naturais contra as doenas e que incluam nomeadamente o exerccio regular e o acesso a reas ao ar livre e a terrenos de pastagem, se for caso disso;

    m) Excluso da criao de animais poliplides artificialmente induzidos;

    n) Manuteno da biodiversidade dos ecossistemas aquticos naturais, da permanente sanidade do ambiente aqutico e da qualidade do ecossistema aqutico e terrestre circundante na produo aqucola;

    o) Alimentao dos organismos aquticos com alimentos para animais provenientes da explorao sustentvel dos recursos haliuticos definida no artigo 3. o do Regulamento (CE) n. o 2371/2002 do Conselho, de 20 de Dezembro de 2002, relativo conservao e explorao sustentvel dos recursos haliuticos no mbito da Poltica Comum das Pescas ( 1 ), ou com alimentos biolgicos para animais compostos por ingredientes provenientes da agricultura biolgica e por substncias no agrcolas naturais.

    Artigo 6. o

    Princpios especficos aplicveis transformao de gneros alimentcios biolgicos

    Para alm dos princpios gerais estabelecidos no artigo 4. o , a produo de gneros alimentcios biolgicos transformados assenta nos seguintes princpios especficos:

    a) Produo de gneros alimentcios biolgicos a partir de ingredientes agrcolas biolgicos, excepto quando estes no estejam disponveis no mercado na forma biolgica;

    b) Restrio ao mnimo do uso de aditivos alimentares, de ingredientes no biolgicos com funes principalmente tecnolgicas e organolpticas e de micronutrientes e auxiliares tecnolgicos, por forma a serem utilizados apenas em caso de necessidade tecnolgica essencial ou para fins nutricionais especficos;

    c) Excluso de substncias e mtodos de transformao susceptveis de induzir em erro no que diz respeito verdadeira natureza do produto;

    d) Transformao cuidadosa dos gneros alimentcios, de preferncia atravs da utilizao de mtodos biolgicos, mecnicos e fsicos.

    Artigo 7. o

    Princpios especficos aplicveis transformao de alimentos biolgicos para animais

    Para alm dos princpios gerais estabelecidos no artigo 4. o , a produo de alimentos biolgicos transformados para animais assenta nos seguintes princpios especficos:

    a) Produo de alimentos biolgicos para animais a partir de matrias biolgicas para a alimentao animal, excepto quando estas no estejam disponveis no mercado na forma biolgica;

    b) Restrio ao mnimo do uso de aditivos para a alimentao animal, e apenas em caso de necessidade tecnolgica ou zootcnica essencial ou para fins nutricionais especficos;

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    ( 1 ) JO L 358 de 31.12.2002, p. 59.

  • c) Excluso de substncias e mtodos de transformao susceptveis de induzir em erro no que diz respeito verdadeira natureza do produto;

    d) Transformao cuidadosa dos alimentos para animais, de preferncia atravs da utilizao de mtodos biolgicos, mecnicos e fsicos.

    TTULO III

    REGRAS DE PRODUO

    CAPTULO 1

    Regras gerais aplicveis produo

    Artigo 8. o

    Requisitos gerais

    Os operadores devem cumprir as regras de produo estabelecidas no presente ttulo assim como as previstas nas normas de execuo a que se refere a alnea a) do artigo 38. o

    Artigo 9. o

    Proibio de utilizao de OGM

    1. Na produo biolgica, no podem ser utilizados OGM nem produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM como gneros alimentcios, alimentos para animais, auxiliares tecnolgicos, produtos fitofarmacuticos, fertilizantes, correctivos dos solos, sementes, materiais de propagao vegetativa, microrganismos e animais.

    2. Para efeitos da proibio referida no n. o 1 relativamente a OGM ou produtos obtidos a partir de OGM para gneros alimentcios e alimentos para animais, os operadores podem confiar nos rtulos que acompanham os produtos ou em quaisquer outros documentos de acompanhamento, apostos ou fornecidos nos termos da Directiva 2001/18/CE, do Regulamento (CE) n. o 1829/2003 relativo a gneros alimentcios e alimentos para animais geneticamente modificados ( 1 ), ou do Regulamento (CE) n. o 1830/2003, relativo rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente modificados e rastreabilidade dos gneros alimentcios e alimentos para animais produzidos a partir de organismos geneticamente modificados.

    Os operadores podem partir do princpio de que no foram utilizados OGM nem produtos obtidos a partir de OGM no fabrico dos gneros alimentcios e dos alimentos para animais comprados quando tal no conste do rtulo ou de um documento de acompanhamento como previsto nos referidos regulamentos, a menos que tenham obtido outra informao que indique que a rotulagem dos produtos em causa no est em conformidade com essa legislao.

    3. Para efeitos da proibio referida no n. o 1 relativamente a produtos que no sejam gneros alimentcios nem alimentos para animais ou produtos obtidos mediante OGM, os operadores que utilizem tais produtos no biolgicos comprados a terceiros devem exigir do vendedor que confirme que os produtos fornecidos no foram obtidos a partir de OGM ou mediante OGM.

    4. A Comisso decide nos termos do n. o 2 do artigo 37. o das medidas de execuo da proibio de utilizao de OGM e de produtos obtidos a partir de OGM ou mediante OGM.

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    ( 1 ) JO L 268 de 18.10.2003, p. 1. Regulamento com a ltima redaco que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) n. o 1981/2006 da Comisso (JO L 368 de 23.12.2006, p. 99).

  • Artigo 10. o

    Proibio de utilizao de radiaes ionizantes

    proibida a utilizao de radiaes ionizantes para o tratamento dos gneros alimentcios biolgicos, dos alimentos biolgicos para animais, ou das matrias-primas neles utilizadas.

    CAPTULO 2

    Produo agrcola

    Artigo 11. o

    Regras gerais aplicveis produo agrcola

    A totalidade da explorao agrcola gerida em conformidade com os requisitos aplicveis produo biolgica.

    Contudo, de acordo com condies especficas a estabelecer nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , uma explorao pode ser dividida em unidades claramente separadas ou stios de produo aqucola que no sejam todos geridos segundo mtodos de produo biolgica. No tocante aos animais, esta separao deve dizer respeito a espcies distintas. No que se refere aquicultura, pode dizer respeito s mesmas espcies, desde que haja uma separao adequada entre os stios de produo. No tocante s plantas, a separao deve dizer respeito a variedades distintas ou que possam ser facilmente distinguidas.

    Sempre que, em aplicao do segundo pargrafo, no seja utilizada para a produo biolgica a totalidade das unidades de uma explorao agrcola, o operador separa as terras, os animais e os produtos utilizados ou obtidos pelas unidades biolgicas dos utilizados ou obtidos pelas unidades no biolgicas e mantm registos adequados que demonstrem essa separao.

    Artigo 12. o

    Regras aplicveis produo vegetal

    1. Para alm das regras gerais estabelecidas no artigo 11. o , so aplicveis produo vegetal biolgica as seguintes regras:

    a) A produo vegetal biolgica recorre a prticas de mobilizao e de cultivo que mantenham ou aumentem as matrias orgnicas dos solos, reforcem a estabilidade e a biodiversidade dos mesmos e impeam a sua compactao e eroso;

    b) A fertilidade e a actividade biolgica dos solos so mantidas e aumentadas pela rotao plurianual das culturas, incluindo leguminosas e outras culturas para a adubao verde, e pela aplicao de estrume ou de matrias orgnicas, de preferncia ambos compostados, provenientes da produo biolgica;

    c) permitida a utilizao de preparados biodinmicos;

    d) Alm disso, s podem ser utilizados fertilizantes e correctivos dos solos autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o ;

    e) No podem ser utilizados fertilizantes minerais azotados;

    f) Todas as tcnicas de produo vegetal utilizadas devem impedir ou reduzir ao mnimo eventuais contribuies para a contaminao do ambiente;

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  • g) A preveno dos danos causados por parasitas, doenas e infestantes deve assentar principalmente na proteco dos predadores naturais, na escolha das espcies e variedades, na rotao das culturas, nas tcnicas de cultivo e em processos trmicos;

    h) Em caso de ameaa comprovada para uma cultura, s podem ser utilizados produtos fitofarmacuticos autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o ;

    i) Para a obteno de produtos que no sejam sementes nem material de propagao vegetativa, s podem ser utilizados sementes e materiais de propagao vegetativa produzidos segundo mtodos de produo biolgica. Para tal, quer no caso das sementes, quer no caso do material de propagao vegetativa, as respectivas plantas-me devem ter sido produzidas segundo as regras estabelecidas no presente regulamento durante pelo menos uma gerao ou, no caso de culturas perenes, dois ciclos vegetativos;

    j) S podem ser utilizados na produo vegetal produtos de limpeza e desinfeco autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o

    2. A colheita de plantas selvagens, ou de partes destas, que cresam espontaneamente em zonas naturais, florestas e zonas agrcolas considerada um mtodo de produo biolgica, desde que:

    a) Essas zonas no tenham sido tratadas, durante pelo menos os trs anos anteriores colheita, com produtos que no os autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o ;

    b) A colheita no afecte a estabilidade do habitat natural nem a conservao das espcies na zona de colheita.

    3. As medidas necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 13. o

    Regras aplicveis produo de algas marinhas

    1. A colheita de algas marinhas selvagens, ou de partes destas, que cresam espontaneamente no mar considerada um mtodo de produo biolgica, desde que:

    a) As zonas de colheita se situem em guas em excelente estado ecolgico como definido na Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000, que estabelece um quadro de aco comunitria no domnio da poltica da gua ( 1 ), e, enquanto se aguardar a sua aplicao, de qualidade equivalente s guas designadas nos termos da Directiva 2006/113/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, relativa qualidade exigida das guas conqucolas ( 2 ), e que no estejam imprprias do ponto de vista sanitrio. Na pendncia da introduo de regras mais pormenorizadas na legislao de execuo, as algas selvagens comestveis no devem ser colhidas em zonas que no obedeam aos critrios aplicveis s zonas da classe A ou da classe B definidas no anexo II do Regulamento (CE) n. o 854/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, que estabelece regras especficas de organizao dos controlos oficiais de produtos de origem animal destinados ao consumo humano ( 3 );

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    ( 1 ) JO L 327 de 22.12.2000, p. 1. Directiva alterada pela Deciso n. o 2455/2001/CE (JO L 331 de 15.12.2003, p. 68).

    ( 2 ) JO L 376 de 27.12.2006, p. 14. ( 3 ) JO L 139 de 30.4.2004, p. 206. Rectificao no JO L 226 de 25.6.2004,

    p. 83.

  • b) A colheita no afecte a estabilidade a longo prazo do habitat natural nem a conservao das espcies na zona de colheita.

    2. Para ser considerada biolgica, a cultura de algas marinhas deve ser realizada em zonas costeiras cujas caractersticas ambientais e sanitrias sejam pelo menos equivalentes s enunciadas no n. o 1. Alm disso:

    a) Devem ser utilizadas prticas sustentveis em todas as fases da produo, desde a colheita de algas juvenis at colheita de algas adultas;

    b) Para assegurar a manuteno de uma grande diversidade gentica, convm efectuar regularmente a colheita de algas juvenis na natureza para complementar as populaes de cultura interior;

    c) No podem ser utilizados fertilizantes, a no ser em instalaes interiores e se tiverem sido autorizados para utilizao na produo biolgica para esse efeito nos termos do artigo 16. o

    3. As medidas necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 14. o

    Regras aplicveis produo animal

    1. Para alm das regras gerais de produo agrcola estabelecidas no artigo 11. o , so aplicveis produo animal as seguintes regras:

    a) Quanto origem dos animais:

    i) Os animais de criao biolgica devem ter nascido e ser criados em exploraes biolgicas;

    ii) Para fins de reproduo, podem ser introduzidos numa explorao animais de criao no biolgica, em condies especficas. Estes animais e os respectivos produtos podem ser considerados biolgicos depois de cumprido o perodo de converso referido na alnea c) do n. o 1 do artigo 17. o ;

    iii) Os animais presentes na explorao no incio do perodo de converso o os respectivos produtos podem ser considerados biolgicos depois de cumprido o perodo de converso referido na alnea c) do n. o 1 do artigo 17. o ;

    b) Quanto s prticas de criao e s condies de alojamento:

    i) As pessoas que se ocupam dos animais devem possuir os conhecimentos e competncias bsicos necessrios em matria de sade e bem-estar dos animais;

    ii) As prticas de criao, incluindo o encabeamento, e as condies de alojamento garantem que sejam satisfeitas as necessidades de desenvolvimento dos animais, bem como as suas necessidades fisiolgicas e etolgicas;

    iii) Os animais dispem de acesso permanente a reas ao ar livre, se possvel a pastagens, sempre que as condies meteorolgicas e o estado dos terrenos o permitam, a menos que, com base na legislao comunitria, sejam impostas restries e obrigaes relacionadas com a proteco da sade humana ou animal;

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  • iv) O nmero de animais limitado com vista a reduzir ao mnimo o sobrepastoreio, o espezinhamento dos solos, a eroso ou a poluio causada pelos animais ou pelo espalhamento do seu estrume;

    v) Os animais de criao biolgica so separados dos outros animais. No entanto, o pasto em terrenos comuns por animais de criao biolgica e em terrenos biolgicos por animais de criao no biolgica autorizado sob certas condies restritivas;

    vi) proibido amarrar ou isolar os animais, a no ser em casos individuais durante um perodo limitado e na medida em que tal seja justificado por razes de segurana, de bem-estar ou veterinrias;

    vii) A durao do transporte dos animais reduzida ao mnimo;

    viii) Qualquer sofrimento, incluindo a mutilao, reduzido ao mnimo durante a vida toda do animal, nomeadamente no momento do abate;

    ix) Os apirios so colocados em zonas que assegurem fontes de nctar e plen essencialmente constitudas por culturas de produo biolgica ou, se for caso disso, por vegetao espontnea ou ainda florestas ou culturas geridas no biologicamente que apenas sejam tratadas com recurso a mtodos de reduzido impacto ambiental. Os apirios so mantidos a uma distncia suficiente de fontes susceptveis de provocar a contaminao dos produtos da apicultura ou a deteriorao da sade das abelhas;

    x) As colmeias e os materiais utilizados na apicultura so essencialmente constitudos por materiais naturais;

    xi) proibida a destruio das abelhas nos favos, como mtodo associado colheita dos produtos da apicultura;

    c) Quanto reproduo:

    i) A reproduo utiliza mtodos naturais. No entanto, autorizada a inseminao artificial;

    ii) A reproduo no induzida por tratamentos com hormonas ou substncias semelhantes, excepto como forma de tratamento veterinrio de animais individuais;

    iii) No podem ser utilizadas outras formas de reproduo artificial, como a clonagem e a transferncia de embries;

    iv) So escolhidas as raas adequadas. A escolha das raas contribui igualmente para prevenir o sofrimento e evitar a necessidade de mutilar os animais;

    d) Quanto aos alimentos para animais:

    i) Os alimentos para animais devem provir sobretudo da explorao onde os animais sejam mantidos ou de outras exploraes biolgicas da mesma regio;

    ii) Os animais so alimentados com alimentos biolgicos que satisfaam as suas necessidades nutricionais nos vrios estdios do seu desenvolvimento. Uma parte da rao pode conter alimentos para animais provenientes de exploraes em converso agricultura biolgica;

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  • iii) Os animais, com excepo das abelhas, dispem de acesso permanente a pastos ou a outras forragens;

    iv) S podem ser utilizadas matrias no biolgicas para a alimentao animal de origem vegetal, matrias para a alimentao animal de origem animal e mineral, aditivos para a alimentao animal, certos produtos utilizados na nutrio animal e auxiliares tecnolgicos autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o ;

    v) No podem ser utilizados promotores de crescimento nem aminocidos sintticos;

    vi) Os mamferos lactantes so alimentados com leite natural, de preferncia materno;

    e) Quanto preveno das doenas e aos tratamentos veterinrios:

    i) A preveno das doenas baseia-se na seleco de raas e estirpes, prticas de gesto da produo animal, alimentao de elevada qualidade e exerccio, encabeamento apropriado e alojamento adequado mantido em boas condies de higiene;

    ii) Os casos de doena so tratados imediatamente a fim de evitar sofrimento aos animais. Podem ser utilizados medicamentos veterinrios alopticos de sntese qumica, incluindo antibiticos, se necessrio e em condies estritas, quando a utilizao de produtos fitoteraputicos, homeopticos e outros no seja adequada. Devem ser definidas, nomeadamente, as restries relativas aos tratamentos e aos prazos de segurana;

    iii) permitida a utilizao de medicamentos veterinrios imunolgicos;

    iv) So autorizados os tratamentos relacionados com a proteco da sade humana ou animal impostos por fora da legislao comunitria;

    f) Quanto limpeza e desinfeco, s podem ser utilizados nos edifcios e instalaes dedicados criao produtos de limpeza e desinfeco autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o

    2. As medidas e condies necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 15. o

    Regras aplicveis produo aqucola

    1. Para alm das regras gerais de produo agrcola estabelecidas no artigo 11. o , so aplicveis produo aqucola as seguintes regras:

    a) Quanto origem dos animais de aquicultura:

    i) A aquicultura biolgica baseia-se na criao de populaes de juvenis originrias de reprodutores biolgicos e de exploraes biolgicas;

    ii) Quando no estiverem disponveis populaes de juvenis originrias de reprodutores biolgicos ou de exploraes biolgicas, podem ser introduzidos numa explorao animais de criao no biolgica, em condies especficas;

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  • b) Quanto s prticas de criao:

    i) As pessoas que se ocupam dos animais devem possuir os conhecimentos e competncias bsicos necessrios em matria de sade e bem-estar dos animais;

    ii) As prticas de criao, incluindo a alimentao, a concepo das instalaes, o encabeamento e a qualidade da gua, garantem que sejam satisfeitas as necessidades de desenvolvimento dos animais, bem como as suas necessidades fisiolgicas e etolgicas;

    iii) As prticas de criao minimizam o impacto negativo da explorao sobre o ambiente, incluindo a fuga de animais de criao;

    iv) Os animais de criao biolgica so separados dos outros animais de aquicultura;

    v) O bem-estar dos animais assegurado durante o transporte;

    vi) Qualquer sofrimento dos animais, nomeadamente no momento do abate, reduzido ao mnimo;

    c) Quanto reproduo:

    i) No podem ser utilizadas a induo artificial da poliploidia nem a hibridao artificial, nem a clonagem nem a produo de estirpes monosexo, excepto por seleco manual;

    ii) So escolhidas estirpes adequadas;

    iii) So estabelecidas condies prprias a cada espcie para a gesto dos reprodutores, a reproduo e a produo de juvenis;

    d) Quanto aos alimentos para peixes e crustceos:

    i) Os animais so alimentados com alimentos que satisfaam as suas necessidades nutricionais nos vrios estdios do seu desenvolvimento;

    ii) A parte vegetal da rao deve provir da produo biolgica, devendo a parte dos alimentos derivada de animais aquticos provir da explorao sustentvel dos recursos haliuticos;

    iii) S podem ser utilizadas matrias no biolgicas para a alimentao animal de origem vegetal, matrias para a alimentao animal de origem animal e mineral, aditivos para a alimentao animal, certos produtos utilizados na nutrio animal e auxiliares tecnolgicos autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o ;

    iv) No podem ser utilizados promotores de crescimento nem aminocidos sintticos;

    e) Quanto aos moluscos bivalves e outras espcies que no so alimentadas pelo homem mas que se alimentam de plncton natural:

    i) Estes animais filtrantes devem satisfazer todas as suas necessidades nutricionais na natureza, excepto no caso de juvenis criados em viveiros;

    ii) So criados em guas que obedecem aos critrios aplicveis s zonas da classe A ou da classe B definidas no anexo II do Regulamento (CE) n. o 854/2004;

    iii) As zonas de crescimento situam-se em guas em excelente estado ecolgico como definido na Directiva 2000/60/CE e, enquanto se aguardar a sua aplicao, de qualidade equivalente s guas designadas nos termos da Directiva 2006/113/CE;

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  • f) Quanto preveno das doenas e aos tratamentos veterinrios:

    i) A preveno das doenas baseia-se na manuteno dos animais em condies ptimas mediante uma localizao adequada e uma concepo perfeita das exploraes, a aplicao de boas prticas de criao e de gesto, incluindo a limpeza e desinfeco regulares das instalaes, uma alimentao de elevada qualidade, um encabeamento apropriado e a seleco de raas e estirpes;

    ii) Os casos de doena so tratados imediatamente a fim de evitar sofrimento aos animais. Podem ser utilizados medicamentos veterinrios alopticos de sntese qumica, incluindo antibiticos, se necessrio e em condies estritas, quando a utilizao de produtos fitoteraputicos, homeopticos e outros no seja adequada. Devem ser definidas, nomeadamente, as restries relativas aos tratamentos e aos prazos de segurana;

    iii) permitida a utilizao de medicamentos veterinrios imunolgicos;

    iv) So autorizados os tratamentos relacionados com a proteco da sade humana ou animal impostos por fora da legislao comunitria;

    g) Quanto limpeza e desinfeco, s podem ser utilizados nos tanques, gaiolas, edifcios e instalaes produtos de limpeza e desinfeco autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 16. o

    2. As medidas e condies necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 16. o

    Produtos e substncias utilizados na agricultura e critrios para a sua autorizao

    1. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , autoriza para utilizao na produo biolgica e inclui numa lista restrita os produtos e substncias que podem ser utilizados na agricultura biolgica para os fins que seguem:

    a) Enquanto produtos fitofarmacuticos;

    b) Enquanto fertilizantes e correctivos dos solos;

    c) Enquanto matrias no biolgicas para a alimentao animal de origem vegetal, matrias para a alimentao animal de origem animal e mineral e certas substncias utilizadas na nutrio animal;

    d) Enquanto aditivos para a alimentao animal e auxiliares tecnolgicos;

    e) Enquanto produtos de limpeza e desinfeco de tanques, gaiolas, edifcios e instalaes dedicados produo animal;

    f) Enquanto produtos de limpeza e desinfeco de edifcios e instalaes dedicados produo vegetal, incluindo a armazenagem numa explorao agrcola.

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  • Os produtos e substncias includos na lista restrita s podem ser utilizados na medida em que a utilizao correspondente esteja autorizada na agricultura em geral nos Estados-Membros em questo, de acordo com as disposies comunitrias pertinentes ou com disposies nacionais conformes com a legislao comunitria.

    2. A autorizao dos produtos e substncias a que se refere o n. o 1 fica sujeita aos objectivos e princpios estabelecidos no ttulo II e aos seguintes critrios gerais e especficos que devem ser avaliados como um todo:

    a) A sua utilizao necessria para uma produo sustentada e essencial para a sua utilizao prevista;

    b) Todos os produtos e substncias devem ser de origem vegetal, animal, microbiana ou mineral, a menos que no estejam disponveis produtos e substncias dessas origens em quantidades suficientes ou com qualidade suficiente ou no existam alternativas;

    c) No caso dos produtos referidos na alnea a) do n. o 1, so aplicveis os seguintes critrios:

    i) A sua utilizao essencial para lutar contra um organismo nocivo ou uma doena especfica para os quais no existam outras alternativas biolgicas, fsicas ou de seleco dos vegetais, nem outras prticas de cultivo ou de gesto eficazes;

    ii) Se os produtos no forem de origem vegetal, animal, microbiana ou mineral e no forem idnticos sua forma natural, s podem ser autorizados se as condies da sua utilizao exclurem qualquer contacto directo com as partes comestveis da planta;

    d) No caso dos produtos referidos na alnea b) do n. o 1, a sua utilizao essencial para obter ou manter a fertilidade do solo ou para satisfazer requisitos nutricionais especficos das culturas, ou objectivos especficos de correco do solo;

    e) No caso dos produtos referidos nas alneas c) e d) do n. o 1, so aplicveis os seguintes critrios:

    i) So necessrios para preservar a sade, o bem-estar e a vitalidade dos animais e contribuir para uma alimentao adequada que satisfaa as necessidades fisiolgicas e comportamentais das espcies em questo ou, sem o recurso a essas substncias, impossvel produzir ou conservar esses alimentos;

    ii) Os alimentos para animais de origem mineral, os oligoelementos, as vitaminas ou as provitaminas so de origem natural. Caso essas substncias no estejam disponveis, podem ser autorizadas para utilizao na produo biolgica substncias anlogas quimicamente bem definidas.

    3. a) A Comisso pode estabelecer nos termos do n. o 2 do artigo 37. o as condies e limites no que se refere aos produtos agrcolas a que podem ser aplicados os produtos e substncias referidos no n. o 1, o mtodo de aplicao, a dosagem, as datas-limite de utilizao e o contacto com os produtos agrcolas e, se necessrio, decidir da retirada desses produtos ou substncias;

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  • b) Sempre que um Estado-Membro considere que um produto ou uma substncia deve ser aditado lista referida no n. o 1, ou retirado dessa lista, ou que as especificaes de utilizao referidas na alnea a) devem ser alteradas, assegura que seja enviado oficialmente Comisso e aos outros Estados-Membros um dossier com a justificao da incluso, da retirada ou das alteraes.

    Os pedidos de alterao ou de retirada, bem como as decises que lhes digam respeito, devem ser publicados;

    c) Os produtos ou substncias utilizados antes da aprovao do presente regulamento para fins correspondentes aos referidos no n. o 1 podem continuar a ser utilizados aps a referida aprovao. Em qualquer caso, a Comisso pode retirar esses produtos ou substncias nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    4. Qualquer Estado-Membro pode regulamentar, no seu territrio, a utilizao na agricultura biolgica de produtos e substncias para fins diferentes dos enunciados no n. o 1, desde que a sua utilizao obedea aos objectivos e princpios estabelecidos no ttulo II, bem como aos critrios gerais e especficos previstos no n. o 2, e respeite a legislao comunitria. O Estado-Membro em questo deve informar os demais Estados-Membros e a Comisso dessas regras nacionais.

    5. autorizada na agricultura biolgica a utilizao de produtos e substncias no abrangidos nos n. os 1 e 4, desde que obedea aos objectivos e princpios estabelecidos no ttulo II e aos critrios gerais previstos no presente artigo.

    Artigo 17. o

    Converso

    1. s exploraes agrcolas em que a produo biolgica esteja a ser iniciada, so aplicveis as seguintes regras:

    a) O perodo de converso tem incio no momento em que o operador notifica as autoridades competentes da sua actividade e submete a sua explorao ao sistema de controlo nos termos do n. o 1 do artigo 28. o ;

    b) Durante o perodo de converso, aplicam-se todas as regras estabelecidas no presente regulamento;

    c) So definidos perodos de converso especficos do tipo de cultura ou de produo animal;

    d) Numa explorao ou unidade de explorao agrcola que esteja parcialmente em produo biolgica e parcialmente em converso produo biolgica, o operador separa os produtos obtidos biologicamente dos produtos em converso, mantm os animais separados ou de modo a poderem ser rapidamente separados e mantm registos adequados que demonstrem essa separao;

    e) A fim de determinar o perodo de converso acima referido, pode ser tido em conta um perodo imediatamente anterior data de incio do perodo de converso, desde que estejam reunidas certas condies;

    f) Os animais e os produtos animais obtidos durante o perodo de converso a que se refere a alnea c) no podem ser comercializados com as indicaes referidas nos artigos 23. o e 24. o na sua rotulagem e publicidade.

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  • 2. As medidas e condies necessrias execuo das regras constantes do presente artigo, nomeadamente os perodos a que se referem as alneas c) a f) do n. o 1, so definidas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    CAPTULO 3

    Produo de alimentos transformados para animais

    Artigo 18. o

    Regras gerais aplicveis produo de alimentos transformados para animais

    1. A produo de alimentos biolgicos transformados para animais separada, no tempo ou no espao, da produo de alimentos no biolgicos transformados para animais.

    2. As matrias biolgicas para a alimentao animal ou as matrias para a alimentao animal provenientes de uma produo em converso no podem entrar simultaneamente com matrias para a alimentao animal idnticas produzidas por meios no biolgicos na composio dos alimentos biolgicos para animais.

    3. As matrias para a alimentao animal utilizadas ou transformadas na produo biolgica no podem ter sido transformadas com o recurso a solventes de sntese qumica.

    4. No podem ser utilizadas substncias nem tcnicas destinadas a reconstituir propriedades que tenham sido perdidas durante a transformao e a armazenagem de alimentos biolgicos para animais, que corrijam os resultados de negligncias na transformao ou que de outro modo possam induzir em erro no que respeita verdadeira natureza desses produtos.

    5. As medidas e condies necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    CAPTULO 4

    Produo de gneros alimentcios transformados

    Artigo 19. o

    Regras gerais aplicveis produo de gneros alimentcios transformados

    1. A preparao de gneros alimentcios biolgicos transformados separada, no tempo ou no espao, da preparao de gneros alimentcios no biolgicos.

    2. composio dos gneros alimentcios biolgicos transformados, so aplicveis as seguintes condies:

    a) O produto obtido principalmente a partir de ingredientes de origem agrcola; para determinar se um produto obtido principalmente a partir de ingredientes de origem agrcola, no deve ser tida em conta a adio de gua nem de sal de cozinha;

    b) Nos gneros alimentcios destinados a uma alimentao especial, s podem ser utilizados aditivos, auxiliares tecnolgicos, aromas, gua, sal, preparados de microrganismos e enzimas, minerais, oligoelementos, vitaminas, bem como aminocidos e outros micronutrientes, autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 21. o ;

    c) S podem ser utilizados ingredientes agrcolas no biolgicos autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 21. o ou provisoriamente autorizados por um Estado-Membro;

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  • d) Um ingrediente biolgico no pode estar presente juntamente com o mesmo ingrediente na forma no biolgica ou com um ingrediente em converso;

    e) Os gneros alimentcios produzidos a partir de culturas em converso devem conter apenas um ingrediente vegetal de origem agrcola.

    3. No devem ser utilizadas substncias nem tcnicas, com excepo da adio de aromas naturais, destinadas a reconstituir propriedades que tenham sido perdidas durante a transformao e a armazenagem de gneros alimentcios, que corrijam os resultados de negligncias na transformao ou que de outro modo possam induzir em erro no que respeita verdadeira natureza desses produtos.

    As medidas necessrias execuo das regras de produo constantes do presente artigo, em especial as relativas aos mtodos de transformao e s condies da autorizao provisria pelos Estados-Membros referida na alnea c) do n. o 2, so aprovadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 20. o

    Regras gerais aplicveis produo de leveduras biolgicas

    1. Para a produo de leveduras biolgicas, s podem ser utilizados substratos obtidos biologicamente. S podem ser utilizados outros produtos e substncias na medida em que tenham sido autorizados para utilizao na produo biolgica nos termos do artigo 21. o

    2. Os gneros alimentcios e os alimentos biolgicos para animais no podem conter simultaneamente leveduras biolgicas e leveduras no biolgicas.

    3. Podem ser estabelecidas regras de produo pormenorizadas nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    Artigo 21. o

    Critrios aplicveis a certos produtos e substncias na transformao

    1. A autorizao dos produtos e substncias a utilizar na produo biolgica e a sua incluso numa lista restrita de produtos e substncias a que se referem as alneas b) e c) do n. o 2 do artigo 19. o ficam sujeitas aos objectivos e princpios estabelecidos no ttulo II e aos critrios a seguir indicados, que devem ser avaliados como um todo:

    i) Inexistncia de alternativas autorizadas nos termos do presente captulo;

    ii) Impossibilidade de produzir ou conservar os gneros alimentcios ou de satisfazer determinados requisitos nutricionais previstos com base na legislao comunitria sem recorrer a esses produtos ou substncias.

    Alm disso, os produtos e substncias a que se refere a alnea b) do n. o 2 do artigo 19. o devem existir na natureza, podendo ser sujeitos apenas a processos mecnicos, fsicos, biolgicos, enzimticos ou microbianos, a menos que no se encontrem no mercado produtos dessa provenincia em quantidades suficientes ou com qualidade suficiente.

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  • 2. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , decide da autorizao dos produtos e substncias e da sua incluso na lista restrita referida no n. o 1 do presente artigo, e estabelece as condies especficas e os limites da sua utilizao, decidindo tambm, se necessrio, da retirada de produtos.

    Sempre que um Estado-Membro considere que um produto ou uma substncia deve ser aditado lista referida no n. o 1, ou retirado dessa lista, ou que as especificaes de utilizao mencionadas no presente nmero devem ser alteradas, assegura que seja enviado oficialmente Comisso e aos outros Estados-Membros um dossier com a justificao da incluso, da retirada ou das alteraes.

    Os pedidos de alterao ou de retirada, bem como as decises que lhes digam respeito, devem ser publicados.

    Os produtos e substncias utilizados antes da aprovao do presente regulamento que sejam abrangidos pelo mbito das alneas b) e c) do n. o 2 do artigo 19. o podem continuar a ser utilizados aps a referida aprovao. De qualquer forma, a Comisso pode retirar esses produtos e substncias nos termos do n. o 2 do artigo 97. o

    CAPTULO 5

    Flexibilidade

    Artigo 22. o

    Derrogao das regras de produo

    1. Nos termos do n. o 2 do artigo 37. o e nas condies enunciadas no n. o 2 do presente artigo, no respeito dos objectivos e princpios previstos no ttulo II, a Comisso pode prever a concesso de isenes s regras de produo estabelecidas nos captulos 1 a 4.

    2. As isenes referidas no n. o 1 so limitadas ao mnimo e, se for caso disso, limitadas no tempo e s podem ser previstas nos seguintes casos:

    a) Quando sejam necessrias para garantir que a produo biolgica possa ser iniciada ou mantida em exploraes afectadas por condicionantes climticas, geogrficas ou estruturais;

    b) Quando sejam necessrias para garantir o acesso a alimentos para animais, sementes e materiais de propagao vegetativa, animais vivos e outros insumos agrcolas, quando tais insumos no estejam disponveis no mercado na forma biolgica;

    c) Quando sejam necessrias para garantir o acesso a ingredientes de origem agrcola, quando tais ingredientes no estejam disponveis no mercado na forma biolgica;

    d) Quando sejam necessrias para resolver problemas especficos relacionados com a gesto dos animais de criao biolgica;

    e) Quando sejam necessrias, no tocante utilizao de produtos e substncias especficos na transformao a que se refere a alnea b) do n. o 2 do artigo 19. o , para garantir a produo na forma biolgica de gneros alimentcios tradicionais;

    f) Sempre que sejam necessrias medidas temporrias para permitir que a produo biolgica continue ou recomece em caso de circunstncias catastrficas;

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  • g) Quando seja necessrio utilizar aditivos alimentares e outras substncias previstas na alnea b) do n. o 2 do artigo 19. o ou aditivos para a alimentao animal e outras substncias previstas na alnea d) do n. o 1 do artigo 16. o e essas substncias no estejam disponveis no mercado numa forma no obtida mediante OGM;

    h) Quando a utilizao de aditivos alimentares e outras substncias previstas na alnea b) do n. o 2 do artigo 19. o ou de aditivos para a alimentao animal previstos na alnea d) do n. o 1 do artigo 16. o seja exigida com base na legislao comunitria ou nacional.

    3. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , pode estabelecer condies especficas para a aplicao das isenes previstas no n. o 1.

    TTULO IV

    ROTULAGEM

    Artigo 23. o

    Utilizao de termos referentes produo biolgica

    1. Para efeitos do presente regulamento, considera-se que um produto exibe termos referentes ao mtodo de produo biolgica quando, na rotulagem, na publicidade ou na documentao comercial, esse produto, os seus ingredientes ou as matrias-primas destinadas aos alimentos para animais sejam descritos em termos que sugiram ao comprador que os mesmos foram obtidos em conformidade com as regras previstas no presente regulamento. Mais concretamente, os termos enumerados no anexo e os seus derivados ou abreviaturas, tais como bio e eco, isolados ou combinados, podem ser utilizados, em toda a Comunidade e em qualquer lngua comunitria para a rotulagem e a publicidade de produtos que satisfaam os requisitos estabelecidos no presente regulamento ou conformes com o mesmo.

    Na rotulagem e na publicidade de produtos agrcolas vivos ou no transformados, s podem ser utilizados termos referentes ao mtodo de produo biolgica se, alm disso, todos os ingredientes desse produto tiverem sido produzidos em conformidade com os requisitos estabelecidos no presente regulamento.

    2. Os termos referidos no n. o 1 no podem ser utilizados em parte nenhuma da Comunidade, nem em nenhuma lngua comunitria, na rotulagem, na publicidade e na documentao comercial de um produto que no satisfaa os requisitos estabelecidos no presente regulamento, a menos que esses termos no se apliquem a produtos agrcolas presentes em gneros alimentcios ou alimentos para animais ou no tenham manifestamente qualquer relao com a produo biolgica.

    Alm disso, no podem ser utilizados na rotulagem e na publicidade termos, designadamente termos utilizados em marcas, nem prticas susceptveis de induzir o consumidor ou o utilizador em erro por sugerirem que um produto ou os seus ingredientes satisfazem os requisitos estabelecidos no presente regulamento.

    3. Os termos referidos no n. o 1 no podem ser utilizados para nenhum produto em cuja rotulagem ou publicidade deva ser indicado, em conformidade com as disposies comunitrias, que contm OGM, constitudo por OGM ou foi obtido a partir de OGM.

    4. Relativamente aos gneros alimentcios transformados, os termos referidos no n. o 1 podem ser utilizados:

    a) Na denominao de venda, desde que:

    i) O gnero alimentcio transformado satisfaa o disposto no artigo 19. o ;

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  • ii) Pelo menos 95 %, em peso, dos seus ingredientes de origem agrcola sejam biolgicos;

    b) Apenas na lista dos ingredientes, desde que o gnero alimentcio esteja em conformidade com o n. o 1 do artigo 19. o e com as alneas a), b) e d) do n. o 2 desse mesmo artigo;

    c) Na lista dos ingredientes e no mesmo campo visual da denominao de venda, desde que:

    i) O principal ingrediente seja um produto da caa ou da pesca;

    ii) Contenha outros ingredientes de origem agrcola todos eles biolgicos;

    iii) O gnero alimentcio satisfaa o disposto no n. o 1 do artigo 19. o e nas alneas a), b) e d) do n. o 2 desse mesmo artigo.

    A lista dos ingredientes deve indicar quais so os ingredientes biolgicos.

    Nos casos em que se apliquem as alneas b) e c) do presente nmero, as referncias ao mtodo de produo biolgica s podem figurar relativamente aos ingredientes biolgicos e a lista dos ingredientes deve incluir uma indicao da percentagem total de ingredientes biolgicos em relao quantidade total de ingredientes de origem agrcola.

    Os termos e a indicao da percentagem a que se refere o pargrafo anterior devem figurar com a mesma cor, dimenso e tipo de letra que as restantes indicaes constantes da lista dos ingredientes.

    5. Os Estados-Membros tomam as medidas necessrias para garantir o cumprimento do disposto no presente artigo.

    6. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , pode adaptar a lista de termos constante do anexo.

    Artigo 24. o

    Indicaes obrigatrias

    1. Sempre que sejam utilizados os termos a que se refere o n. o 1 do artigo 23. o :

    a) Deve constar igualmente do rtulo o nmero de cdigo, referido no n. o 10 do artigo 27. o , da autoridade ou do organismo de controlo a que est sujeito o operador que efectuou a mais recente operao de produo ou de preparao;

    b) Tambm deve constar da embalagem o logotipo comunitrio referido no n. o 1 do artigo 25. o , no que diz respeito aos gneros alimentcios pr-embalados;

    c) Sempre que seja utilizado o logotipo comunitrio, tambm deve constar no mesmo campo visual que o logotipo uma indicao do lugar onde foram produzidas as matrias-primas agrcolas que compem o produto, devendo essa indicao assumir uma das seguintes formas:

    Agricultura Unio Europeia, sempre que a matria-prima agrcola tenha sido produzida na Unio Europeia,

    Agricultura no Unio Europeia, sempre que a matria-prima agrcola tenha sido produzida em pases terceiros,

    Agricultura Unio Europeia/no Unio Europeia, sempre que uma parte das matrias-primas agrcolas tenha sido produzida na Comunidade e outra parte num pas terceiro.

    A indicao Unio Europeia ou no Unio Europeia acima referida pode ser substituda ou completada pelo nome de um pas, caso todas as matrias-primas agrcolas que compem o produto nele tenham sido produzidas.

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  • No tocante indicao Unio Europeia ou no Unio Europeia acima referida, podem no ser tidas em conta pequenas quantidades de ingredientes desde que a quantidade total dos ingredientes que no foram tidos em conta no exceda 2 % da quantidade total, em peso, das matrias-primas de origem agrcola.

    A indicao Unio Europeia ou no Unio Europeia acima referida no pode figurar numa cor, num tamanho nem em caracteres mais destacados do que a denominao de venda do produto.

    A utilizao do logotipo comunitrio a que se refere o n. o 1 do artigo 25. o e da indicao referida no primeiro pargrafo so facultativas para os produtos importados de pases terceiros. No entanto, sempre que o logotipo comunitrio a que se refere o n. o 1 do artigo 25. o conste da rotulagem, a indicao referida no primeiro pargrafo tambm deve constar da mesma.

    2. As indicaes referidas no n. o 1 so inscritas num stio em evidncia, de modo a serem facilmente visveis, claramente legveis e indelveis.

    3. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , estabelece critrios especficos no que respeita apresentao, composio e tamanho das indicaes referidas nas alneas a) e c) do n. o 1.

    Artigo 25. o

    Logotipos da produo biolgica

    1. O logotipo comunitrio da produo biolgica pode ser utilizado na rotulagem, apresentao e publicidade dos produtos que satisfazem os requisitos estabelecidos no presente regulamento.

    O logotipo comunitrio no pode ser utilizado no caso de produtos provenientes de exploraes em converso e dos gneros alimentcios a que se referem as alneas b) e c) do n. o 4 do artigo 23. o

    2. Podem ser utilizados logotipos nacionais e privados na rotulagem, apresentao e publicidade dos produtos que satisfazem os requisitos estabelecidos no presente regulamento.

    3. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , estabelece critrios especficos no que respeita apresentao, composio, tamanho e desenho do logotipo comunitrio.

    Artigo 26. o

    Requisitos especficos em matria de rotulagem

    A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , estabelece requisitos especficos em matria de rotulagem e composio aplicveis:

    a) Aos alimentos biolgicos para animais;

    b) Aos produtos de origem vegetal provenientes de exploraes em converso;

    c) Ao material de propagao vegetativa e s sementes.

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  • TTULO V

    CONTROLOS

    Artigo 27. o

    Sistema de controlo

    1. Os Estados-Membros estabelecem um sistema de controlo e designam uma ou vrias autoridades competentes responsveis pelos controlos no que diz respeito s obrigaes previstas no presente regulamento em conformidade com o Regulamento (CE) n. o 882/2004.

    2. Para alm das condies estabelecidas no Regulamento (CE) n. o 882/2004, o sistema de controlo criado ao abrigo do presente regulamento compreende, pelo menos, a aplicao de medidas de precauo e de controlo a adoptar pela Comisso nos termos do n. o 2 do artigo 37. o

    3. No mbito do presente regulamento, a natureza e a frequncia dos controlos so determinadas com base numa avaliao dos riscos de ocorrncia de irregularidades e de infraces no que respeita ao cumprimento dos requisitos estabelecidos no presente regulamento. Em qualquer caso, todos os operadores so sujeitos a uma verificao do cumprimento pelo menos uma vez por ano, com excepo dos grossistas que lidem apenas com produtos pr-embalados e dos operadores que vendam ao consumidor ou ao utilizador final referidos no n. o 2 do artigo 28. o

    4. A autoridade competente pode:

    a) Conferir as suas competncias de controlo a uma ou vrias outras autoridades de controlo. As autoridades de controlo devem oferecer garantias adequadas de objectividade e imparcialidade e dispor de pessoal qualificado e dos recursos necessrios para desempenhar as suas funes;

    b) Delegar tarefas de controlo num ou mais organismos de controlo. Nesse caso, os Estados-Membros designam autoridades responsveis pela acreditao e superviso desses organismos.

    5. A autoridade competente s pode delegar tarefas de controlo num determinado organismo de controlo se estiverem satisfeitas as condies estabelecidas no n. o 2 do artigo 5. o do Regulamento (CE) n. o 882/2004, e em especial quando:

    a) Existir uma descrio exacta das tarefas que o organismo de controlo pode realizar e das condies em que pode realiz-las;

    b) Existirem provas de que o organismo de controlo:

    i) Dispe dos conhecimentos tcnicos, do equipamento e das infra- -estruturas necessrias para efectuar as tarefas que nele sejam delegadas;

    ii) Dispe de pessoal em nmero suficiente e com qualificaes e experincia adequadas; e

    iii) imparcial e no tem quaisquer conflitos de interesses no que se refere ao exerccio das tarefas que nele sejam delegadas;

    c) O organismo de controlo estiver acreditado de acordo com a verso mais recentemente notificada, atravs de publicao no Jornal Oficial da Unio Europeia, srie C, da Norma Europeia EN 45011 ou da ISO/IEC Guide 65 (Requisitos gerais para organismos de certificao de produtos), e for acreditado pelas autoridades competentes;

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  • d) O organismo de controlo comunicar os resultados dos controlos realizados autoridade competente regularmente e sempre que esta o solicite. Se os resultados dos controlos revelarem incumprimento ou apontarem para um eventual incumprimento, o organismo de controlo informa imediatamente a autoridade competente;

    e) Existir uma coordenao eficaz entre a autoridade competente que delegou as tarefas e o organismo de controlo.

    6. Para alm do disposto no n. o 5, ao acreditar um organismo de controlo a autoridade competente tem em conta os seguintes critrios:

    a) O procedimento de controlo normalizado a seguir, com uma descrio pormenorizada das medidas de controlo e das precaues que o organismo se compromete a impor aos operadores sujeitos ao seu controlo;

    b) As medidas que o organismo de controlo tenciona aplicar sempre que se verifiquem irregularidades e/ou infraces.

    7. As autoridades competentes no podem delegar nos organismos de controlo as seguintes tarefas:

    a) Superviso e auditoria de outros organismos de controlo;

    b) Competncia para conceder derrogaes a que se refere o artigo 22. o , a menos que tal esteja previsto nas condies especficas estabelecidas pela Comisso nos termos do n. o 3 do artigo 22. o

    8. Em conformidade com o n. o 3 do artigo 5. o do Regulamento (CE) n. o 882/2004, as autoridades competentes que delegam tarefas de controlo em organismos de controlo devem, se necessrio, organizar auditorias ou inspeces a esses organismos. Se, em resultado de uma auditoria ou de uma inspeco, se constatar que um organismo no executa devidamente as tarefas que nele foram delegadas, a autoridade competente que delega pode retirar a delegao em questo. Esta deve ser retirada sem demora se o organismo de controlo no tomar medidas correctoras adequadas e atempadas.

    9. Para alm do disposto no n. o 8, a autoridade competente deve:

    a) Assegurar que os controlos efectuados pelo organismo de controlo sejam objectivos e independentes;

    b) Verificar a eficcia dos referidos controlos;

    c) Tomar conhecimento de todas as irregularidades ou infraces constatadas e das medidas correctoras aplicadas;

    d) Retirar a acreditao desse organismo se este no satisfizer os requisitos referidos nas alneas a) e b) ou tiver deixado de preencher os critrios indicados nos n. os 5 e 6 ou no satisfizer os requisitos estabelecidos nos n. os 11, 12 e 14.

    10. Os Estados-Membros atribuem um nmero de cdigo a cada autoridade ou organismo de controlo que realize as tarefas de controlo a que se refere o n. o 4.

    11. As autoridades e organismos de controlo facultam s autoridades competentes o acesso aos seus escritrios e instalaes e do todas as informaes e assistncia consideradas necessrias pelas autoridades competentes para a execuo das suas obrigaes nos termos do presente artigo.

    12. As autoridades e organismos de controlo asseguram que sejam aplicadas aos operadores sujeitos ao seu controlo pelo menos as medidas de precauo e de controlo referidas no n. o 2.

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  • 13. Os Estados-Membros garantem que o sistema de controlo assim estabelecido permita assegurar a rastreabilidade de cada produto em todas as fases da produo, transformao e distribuio em conformidade com o artigo 18. o do Regulamento (CE) n. o 178/2002, nomeadamente a fim de oferecer aos consumidores garantias de que os produtos biolgicos foram produzidos em conformidade com os requisitos estabelecidos no presente regulamento.

    14. At 31 de Janeiro de cada ano, as autoridades e organismos de controlo devem transmitir s autoridades competentes uma lista dos operadores que foram submetidos aos seus controlos at 31 de Dezembro do ano anterior. At 31 de Maro de cada ano, deve ser apresentado um relatrio sucinto das actividades de controlo realizadas no ano anterior.

    Artigo 28. o

    Sujeio ao sistema de controlo

    1. Os operadores que produzam, preparem, armazenem, ou importem de um pas terceiro produtos na acepo do n. o 2 do artigo 1. o ou que coloquem no mercado tais produtos devem, antes de colocar no mercado um produto como sendo biolgico ou proveniente de uma explorao em converso a biolgico:

    a) Declarar a sua actividade s autoridades competentes do Estado-Membro em que a referida actividade exercida;

    b) Sujeitar a sua empresa ao sistema de controlo a que se refere o artigo 27. o

    O primeiro pargrafo aplica-se igualmente aos exportadores que exportem produtos obtidos em conformidade com as regras de produo estabelecidas no presente regulamento.

    Se um operador subcontratar a terceiros qualquer das suas actividades, esse operador fica no obstante sujeito aos requisitos referidos nas alneas a) e b) e as actividades subcontratadas ficam sujeitas ao sistema de controlo.

    2. Os Estados-Membros podem isentar da aplicao do presente artigo os operadores que vendam produtos directamente ao consumidor ou ao utilizador final, desde que no os produzam, no os preparem, no os armazenem seno no ponto de venda, nem os importem de um pas terceiro, ou que no tenham subcontratado a terceiros essas actividades.

    3. Os Estados-Membros designam uma autoridade ou acreditam um organismo para a recepo dessas notificaes.

    4. Os Estados-Membros asseguram que qualquer operador que cumpra as regras do presente regulamento e pague uma taxa razovel a ttulo de contribuio para as despesas de controlo esteja coberto pelo sistema de controlo.

    5. As autoridades e organismos de controlo devem manter uma lista actualizada dos nomes e endereos dos operadores sob seu controlo. A lista ser disponibilizada s partes interessadas.

    6. A Comisso, nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , aprova normas de execuo tendo em vista precisar o procedimento de declarao e de sujeio a controlo a que se refere o n. o 1 do presente artigo, em especial no que respeita s informaes a incluir na declarao a que se refere a alnea a) do n. o 1 do presente artigo.

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  • Artigo 29. o

    Provas documentais

    1. As autoridades e organismos de controlo a que se refere o n. o 4 do artigo 27. o devem fornecer provas documentais a qualquer operador que seja sujeito aos seus controlos e que, na respectiva esfera de actividades, satisfaa os requisitos do presente regulamento. As provas documentais devem permitir, no mnimo, identificar o operador e indicar o tipo ou gama de produtos, bem como o perodo de validade.

    2. O operador deve verificar as provas documentais dos seus fornecedores.

    3. A forma das provas documentais referidas no n. o 1 estabelecida nos termos do n. o 2 do artigo 37. o , tendo em conta as vantagens da certificao electrnica.

    Artigo 30. o

    Medidas em caso de infraces e irregularidades

    1. Sempre que seja detectada uma irregularidade quanto ao cumprimento dos requisitos estabelecidos no presente regulamento, a autoridade ou organismo de controlo assegura que no seja feita qualquer referncia ao mtodo de produo biolgica na rotulagem e na publicidade da totalidade do lote ou da produo afectados por essa irregularidade, nos casos em que essa medida seja proporcionada em relao importncia do requisito infringido e