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TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO
Celina Freitas Tavares
Os Alimentos Geneticamente Modificados
em Portugal — avaliação do nível de conhecimento
de algumas organizações portuguesas
PORTO ® FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
UNIVERSIDADE DO PORTO
ÍNDICE
Lista de Abreviaturas
I) RESUMO 1
II) INTRODUÇÃO 2
III) OBJECTIVOS 13
IV) MATERIAL E MÉTODOS 14
V) RESULTADOS 17
VI) DISCUSSÃO 31
VII) CONCLUSÕES 36
Referências Bibliográficas 37
índice de Anexos
LISTA DE ABREVIATURAS
ADN - Ácido Desoxirribonucleico
AGM's - Alimentos Geneticamente Modificados
CONFAGRI - Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito de
Portugal
CE - Comunidade Europeia
CEE - Comunidade Económica Europeia
EC - European Community
EEC - Economic European Community
ENGL - European Network of G MO Laboratories
GM - Geneticamente Modificado(a)
IBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica
INETI - Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial
ISAAA - International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications
LCMMP - Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas
N° QE - Número de Questionários Enviados
N° QR - Número de Questionários Recebidos
OGM's - Organismos Geneticamente Modificados
PCR - Polymerase Chain Reaction
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
Tx Rsp - Taxa de Resposta
U.E. - União Europeia
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 1
I) RESUMO
A biotecnologia moderna tem assumido, nas iJ l^^^pecadas, um papel
importante, especialmente na área agro-alimentar. Os alimentos geneticamente
modificados (AGM's) são o fruto de vários anos de investigação e trabalho.
A União Europeia (U.E.) possui o quadro regulamentar que é considerado o
mais exigente do mundo nesta matéria. Em Portugal, a situação tem vindo a
tomar contornos mais definidos e vários organismos têm vindo a desenvolver
esforços nesse sentido.
No presente estudo, foi aplicado um questionário a 123 organizações:
Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas
Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais. O objectivo foi avaliar o nível de
conhecimento dos inquiridos sobre os AGM's em Portugal. A taxa de resposta foi
de 65,9%. Os resultados sugerem que é necessário divulgar mais informação
sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas que a
informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o
agricultor, para o comerciante, e não só. É importante que todos façamos parte
desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
2 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
II) INTRODUÇÃO
A biotecnologia moderna, nomeadamente a Engenharia Genética, deu os
seus primeiros passos por volta dos anos 70 através da utilização de técnicas de
ácido desoxirribonucleico (ADN) recombinante para transferência de genes(1)
, por
Paul Berg(2)
. O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança(3) define
"biotecnologia moderna" como sendo a aplicação de:
■ Técnicas in vitro de ácidos nucleicos, incluindo ADN recombinante e
injecção directa de ácidos nucleicos em células ou organelos, ou
■ Fusão de células para além da família taxonómica, que ultrapassa
barreiras reprodutivas fisiológicas naturais ou de recombinação e que
não são técnicas usadas em selecção e reprodução tradicional.
No entanto, o património genético das espécies tem vindo a sofrer
alterações há mais de 10 mil anos, quando o Homem começou a domesticar
animais e a seleccionar espécies vegetais para a agricultura.(1) Hoje em dia, a
engenharia genética ocupa um lugar de destaque em várias áreas, incluindo a
agricultura e a alimentação humana.
A legislação portuguesa define um "organismo geneticamente modificado
(OGM)" como sendo "qualquer organismo, com excepção do ser humano, cujo
material genético foi modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por
meio de cruzamentos ou de recombinação natural"(4) admitindo apenas
determinadas técnicas específicas.
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares
Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Sendo assim, um "género alimentício geneticamente modificado"a) é aquele
que contém, é constituído por, ou é produzido a partir deb) OGM's
(5).
A 1a geração de alimentos geneticamente modificados (AGM's) trouxe,
essencialmente, benefícios agronómicos(6)
, nomeadamente:
■ Resistência biológica aumentada a doenças e pestes específicas
(incluindo as que são causadas por vírus);
■ Adaptabilidade a condições adversas de crescimento;
■ Tolerância a herbicidas;
■ Características funcionais desejáveis (alergenicidade e toxicidade
reduzidas, maturação retardada, prazo de validade superior)(7)
.
Mais tarde, surgiu uma 2a geração, focada em características qualitativas
dos alimentos, numa perspectiva mais benéfica para o consumidor(6)
. O objectivo
era obter características nutricionais desejáveis (alteração do conteúdo em
proteínas ou gordura, aumento do conteúdo em nutrientes e fitoquímicos)(7)
.
No que diz respeito aos AGM's, apenas espécies vegetais estão a ser
comercializadas, embora estejam a decorrer vários ensaios experimentais com
animais aquáticos e de interesse pecuário.(1)
a) Considera-se que a expressão "género alimentício geneticamente modificado" é equivalente a
"aumento geneticamente modificado (ou AGM)".
w Entende-se por "género alimentício produzido a partir de organismos geneticamente
modificados" aquele "que é derivado, no todo ou em parte, de OGM's, mas não contém nem é
constituído por OGM<5)
".
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
4 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Produção e comercialização dos OGM's
Em 2003, cerca de 99% da produção global de transgénicos dizia respeito
apenas a 6 países (Estados Unidos da América (E.U.A.), Argentina, Canadá,
Brasil, China e África do Sul) 4 culturas (rebentos de soja, milho, algodão e colza)
e 2 características específicas (tolerância a herbicidas e resistência a insectos)(1).
Segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia, 17 países cultivaram transgénicos até ao final de 2004, ano
em que o n° de países em desenvolvimento (onze) que cultivaram plantas
geneticamente modificadas (GM) foi quase o dobro do n° de países
industrializados (seis). A maior área de plantação situa-se nos EUA (59% do total
mundial), seguida da Argentina (20%). Todos os outros países, considerados
individualmente, detêm menos de 6% da área de plantação mundial (Mapa 1 -
Anexo 1)(8).
No que diz respeito à comercialização, os AGM's actualmente em
circulação no mercado mundial apresentam uma enorme diversidade de
características (Tabela 1 - Anexo 2)(9).
-> Os AGM's na União Europeia
O 1o OGM a ser aprovado para comercialização na União Europeia (U.E.)
foi a vacina contra a doença de Aujeszky's, em Dezembro de 1992(10). Contudo,
só em 1996 é que foi autorizada a comercialização do 1o AGM na Europa: o
concentrado de tomate da empresa Zeneca, em 1996(2). Em 1997, foi aprovada a
venda de 4 espécies de variedades vegetais: colza, milho, soja e chicória, cujo
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 5
do Parlamento Europeu, todos os países da U.E., à excepção de Portugal,
Espanha e Irlanda, assumem uma moratória de 18 meses para a aprovação de
sementes geneticamente modificadas. Contudo, apesar de Portugal não ter
assumido a moratória, suspendeu a experimentação, produção e comercialização
de duas variedades de milho BéU).
Esta moratória teve consequências visíveis na origem das importações da
U.E.. Enquanto que em 1994, 80% do milho era importado dos E.U.A., em 2000,
92% era proveniente da Argentina. Este facto poderá ser explicado pela moratória
mas também pelo preço de mercado mais competitivo apresentado pela
Argentina. Quanto aos rebentos de soja, embora o maior exportador para a U.E.
continue a ser os E.U.A., o Brasil tem vindo a ganhar cada vez mais espaço no
mercado europeu, por ser o maior fornecedor de rebentos de soja não-
transgénica. As sementes de colza, por sua vez, eram tradicionalmente
importadas do Canadá. No entanto, a partir de 1998 essas importações foram
substituídas quase na totalidade por sementes de colza provenientes da
Polónia(12).
Entretanto, e em plena moratória, a U.E. cria a Autoridade Europeia para a
Segurança Alimentar, que inicia a sua actividade em Março de 2003 e inclui um
painel específico para os OGM's.
Actualmente, esta situação está a tomar diferentes contornos. Com o fim
da moratória, em Março de 2004, foram aprovados para comercialização mais
AGM's, perfazendo um total de 18 para fins alimentares (Tabela 2 -Anexo 3)(11).
A "oposição" da U.E. face aos OGM's deriva, em parte, da falta de
benefícios visíveis e comprovados para o consumidor, da incerteza relativa aos
possíveis efeitos negativos para a saúde e para o meio ambiente e da percepção
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
6 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
alargada de que apenas algumas organizações constituirão os poucos
beneficiários da biotecnologia moderna para a agricultura(13). Por outro lado, uma
liberalização mais ou menos repentina dos OGM's na U.E. poderia ter impactos
negativos na sua economia. Isto porque, sendo os E.U.A. mais avançados nesta
matéria, os seus preços poderiam ser mais vantajosos para os agricultores da
U.E..
A legislação da União Europeia (U.E.) relativa aos OGM's vigora desde
1990 (Tabela 3 - Anexo 4). Os principais objectivos baseiam-se em proteger a
saúde e o meio ambiente e em assegurar o movimento liberal de produtos GM
saudáveis e seguros no espaço comunitário.(10).
Em Fevereiro de 2000, foi criada uma rede de laboratórios europeus
(European Network ofGMO Laboratories - ENGL) que trabalham nesta matéria de
modo a:
- desenvolver métodos de detecção e identificação de material GM;
- suportar a implementação da legislação comunitária acerca dos OGM's;
- distribuir informações acerca do uso correcto do material de referência
certificado em matéria de OGM's;
- suportar a validação de métodos através desse material de referência;
- informar os laboratórios acerca das produções presentes e futuras do
material referido.
Trata-se de uma iniciativa que vai ao encontro dos propósitos da U.E. no
que diz respeito a medidas de controlo rigorosas, consideradas das mais
exigentes do mundo em matéria de avaliação dos riscos.
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Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 7
■> Os AGM's em Portugal
Os principais diplomas que regulam os OGM's em Portugal derivam da
transposição para a ordem jurídica nacional das Directivas comunitárias (Tabela 4
- Anexo 5). Todavia, os Regulamentos são de aplicação imediata a partir do
momento em que entram em vigor.
Em Portugal, as principais entidades competentes em matéria de AGM's
são:
■ O Instituto do Ambiente (IA) - responsável pela aplicação da legislação
europeia relacionada com os produtos GM e pela avaliação dos riscos
dos OGM's para o ambiente.
■ A Direcção Geral de Protecção das Culturas (DGPC) - responsável
pela certificação, qualidade e fiscalização das plantações de produtos
GM, nomeadamente sementes e material de propagação. Também
conduz investigação nesta área.
■ A Direcção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar
(DGFCQA) - responsável pela aprovação de todos os produtos
destinados à alimentação humana para o mercado português(14)
.
■ A Direcção Geral de Veterinária (DGV) - responsável pela aprovação
de todos os produtos destinados à alimentação animal para o mercado
português.
■ A Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (APSA) - responsável
pela emissão de pareceres científicos e técnicos, recomendações e
avisos em matérias relacionadas com os OGM's e pela avaliação e
comunicação pública dos riscos inerentes a estes últimos(15)
.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
8 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Desde 1993, têm vindo a ser realizados ensaios de campo em Portugal, em
que ocorreu libertação deliberada no ambiente de plantas GM, nomeadamente de
milho, batata, tomate e goma de eucalipto. Até 1999, existiam em Portugal 24
campos de ensaio e 17 de demonstração, mais de metade relativos a milho GM.
Em Março de 1999, a DGPC autorizou a inscrição de 2 espécies de milho GM no
Catálogo Nacional de Variedades, utilização esta posteriormente suspensa, em
Dezembro do mesmo ano. Em 2000, o único campo experimental em curso era
de eucalipto (Tabela 5 - Anexo 6)(16).
A partir de 2005, os agricultores portugueses já podem cultivar qualquer
uma das 17 variedades de milho transgénico (com base no evento MON 810(8))
inscritas no Catálogo Comum das variedades das espécies de plantas agrícolas
da U.E. e publicadas a 17 de Setembro de 2004 no Jornal Oficial da União
Europeia. O Decreto-Lei n.° 160/2005, de 21 de Setembro, estabelece, contudo,
algumas medidas que visam compatibilizar as diferentes formas de produção
agrícola. Sendo assim, define determinadas normas técnicas, entre as quais se
destacam:
— Medidas de minimização da presença acidental de pólen: é obrigatório
cumprir uma distância mínima de isolamento entre culturas de 200
metros, aquando da prática vizinha do sistema de produção
convencional e de 300 metros, quando a cultura vizinha for,
comprovadamente, realizada segundo o modo de produção biológico;
estas distâncias podem ser substituídas por linhas de bordadura de
milho: 24 linhas no 1o caso e 28 no 2o; deve também ser feita a
utilização de ciclos vegetativos diferentes e/ou sementeiras
escalonadas;
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 9
— Medidas de minimização da presença acidental derivada de misturas
mecânicas, no que se refere às embalagens de sementes,
equipamentos agrícolas e armazenagem, transporte e identificação dos
produtos produzidos.
Relativamente às obrigações gerais dos agricultores, foi estabelecido que:
- É obrigatório que o agricultor frequente acções de formação
específicas, promovidas pelas organizações de agricultores ou pelos
produtores ou acondicionadores de sementes, antes de adquirir as
variedades GM e iniciar o seu cultivo;
— O agricultor tem de cumprir todo o processo de notificação à
organização de agricultores ou à Direcção Regional de Agricultura
(DRA) da área de localização da sua exploração agrícola;
- É obrigatório comunicar por escrito aos agricultores vizinhos cujas
explorações se situem a uma distância igual ou inferior a 200m ou
300m, consoante se trate de modo de produção convencional ou
biológico, respectivamente;
O controlo e a inspecção das explorações agrícolas de variedades GM são
efectuados aleatoriamente. É também implementado, pela DGPC, um plano de
acompanhamento que abrange ensaios laboratoriais de amostras de materiais
vegetais produzidos nas explorações vizinhas, para determinar níveis de
presença acidental de OGM's. Este plano também tem em consideração as
possíveis dificuldades manifestadas pelos agricultores relativamente a estas
normas.
Para além disso, serão objecto de regulamentação posterior a criação de
zonas livres de cultivo de variedades GM e o estabelecimento de um fundo de
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10 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
compensação para suportar eventuais danos económicos causados, resultantes
da contaminação acidental do cultivo de variedades GM(17).
A DGPC propôs no seu Plano de Actividades para 2005 coordenar acções
de formação dirigidas a associações de agricultores, associações de produtores
de sementes e agricultores, proceder ao acompanhamento do cultivo em
colaboração com as Direcções Regionais de Agricultura, elaborar o respectivo
Plano de Acompanhamento e proceder a acções de controlo, a nível laboratorial,
que se afigurem adequadas. A nível de consultadoria jurídica, a DGPC propôs-se
(entre Janeiro e Dezembro de 2005) colaborar na elaboração da regulamentação
do Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, visando assegurar a sua
coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção biológico. No
que concerne a acções de certificação e controlo, a DGPC previu analisar (entre
Fevereiro e Maio de 2005) lotes de sementes de variedades de milho
convencional para detecção da presença de sementes GM, nomeadamente em
15 amostras de lotes de sementes de milho importados. Ainda se propôs, no que
respeita a actividades de Investigação e Desenvolvimento Experimental (IDE),
identificar impactes biológicos do cultivo de variedades de milho GM nos
ecossistemas agrícolas(18).
De acordo com o plano de actividades para 2005, a DGPC encontra-se a
realizar acções de formação sobre a "Coexistência entre culturas de variedades
GM e outros modos de produção agrícola", quer para técnicos de empresas de
sementes e de organizações de agricultores, quer para os agricultores que
pretendam cultivar variedades GM(19). Quanto à elaboração da regulamentação do
Decreto-Lei que regula o cultivo de variedades GM, este já se encontra
promulgado(17).
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Ceiina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal -| -|
Em Portugal, existem 3 laboratórios da ENGL:
♦ Laboratório de Controlo de Materiais de Multiplicação de Plantas
(LCMMP), da DGPC;
♦ Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET);
♦ Departamento de Biotecnologia do Instituto Nacional de Engenharia e
Tecnologia Industrial (INETI)(20)
.
O LCMMP efectua várias análises com o objectivo de detectar, identificar e
semi-quantificar sementes geneticamente modificadas, quando presentes em
lotes de sementes convencionais de milho e soja, por métodos baseados na
análise de DNA e recurso à Polymerase Chain Reaction (PCR) convencional e
quantitativa. Para além disso, desenvolve investigação nesta área,
nomeadamente, a avaliação do efeito dos métodos de extracção de DNA nos
resultados finais da quantificação de OGM, a avaliação do efeito da origem do
transgene na quantificação final de OGM e a detecção e avaliação de
instabilidades genéticas das construções utilizadas na criação de OGM em
populações F2 resultantes de auto-polinizações e em populações resultantes de
polinizações.
O IBET efectua também a detecção e a quantificação de OGM's em
alimentos e ingredientes alimentares utilizando métodos de detecção baseados
na PCR(21)
.
O INETI, por sua vez, realiza anualmente cerca de uma centena de
análises, a pedido de empresas que comercializam produtos alimentares, no
sentido de avaliar s,e os alimentos são GM ou não. É uma análise qualitativa que
demora cerca de & dias. Pode ser efectuada a amostras de matérias-primas,
como o milho ou a sqjp, ou realizada aos próprios alimentos, tais como enlatados
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Universidade do Porto
12 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
e pizzas. Nos poucos casos ainda verificados em que mais de 1% da amostra é
GM, não se sabe ao certo qual o seu destino, uma vez que não é da
responsabilidade dos investigadores, mas sim da própria empresa<22).
A rastreabilidade dos AGM's
As regras de rotulagem da U.E. exigem que um alimento que contenha,
seja constituído ou produzido a partir de OGM numa proporção superior a 0.9%
dos ingredientes que o compõe, considerados individualmente, ou do próprio
género alimentício, se este consistir num único ingrediente, seja rotulado como
tal(5). Se o produto for pré-embalado, o rótulo tem de conter a menção "Este
produto contém organismos geneticamente modificados" ou "Este produto contém
[nome do(s) organismo(s)] geneticamente modificado". Se o produto não for pré-
embalado, estas menções devem ser indicadas no expositor ou no local
imediatamente adjacente ao produto, de forma legível e clara(23). É de realçar que
não é recomendável a indicação no rótulo da menção "livre de OGM" ou outra
semelhante, uma vez que isso implicaria a ausência total (dentro dos limites de
detecção) de contaminação cruzada com OGM e a disponibilidade simultânea no
mercado de produtos semelhantes mas produzidos a partir de OGM(24).
Segundo estas mesmas regulamentações(5),(23), aplicáveis em todos os
Estados-Membros, incluindo Portugal, o operador que fornece o produto deve
assegurar por escrito ao operador que o recebe as seguintes informações:
— A indicação de cada um dos ingredientes alimentares produzidos a
partir de OGM;
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 13
— A indicação de cada um dos ingredientes ou aditivos alimentares para
animais produzidos a partir de OGM;
— A indicação de que o produto é produzido a partir de OGM, no caso de
produtos para os quais não exista uma lista de ingredientes.
É, por isso, necessário que este tipo de informação seja o mais exacto e
transparente possível a todos os níveis, de modo a fazer cumprir as regras de
controlo estabelecidas.
^ FCNAUP' BIBLIOTECA
III) OBJECTIVOS
Com o final da moratória da U.E. e com a aprovação do cultivo de AGM's
em Portugal a partir de 2005, estará Portugal preparado face à entrada de AGM's
no território e na mesa dos portugueses? Estaremos devidamente informados?
O presente estudo pretende avaliar o nível de conhecimento que algumas
organizações nacionais possuem acerca deste assunto, nomeadamente Câmaras
Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior, Cooperativas Agrícolas e
Associações Comerciais e Industriais.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
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14 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
IV) MATERIAL E MÉTODOS
Selecção da amostra
O presente estudo incluiu na amostra 4 tipos de organizações portuguesas,
nomeadamente, Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior,
Cooperativas Agrícolas e Associações Comerciais e Industriais.
A amostra foi seleccionada segundo os seguintes critérios:
Câmaras Municipais :
■ Correspondem às capitais de distrito.
Estabelecimentos do Ensino Superior.
■ São públicos;
■ Ministram, pelo menos, um curso na área alimentar e/ou agrícola;
■ Ministram mais do que um curso na área das Ciências, excepto no
caso de cursos da área alimentar e/ou agrícola.
Cooperativas Agrícolas:
■ São associadas da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do
Crédito de Portugal (CONFAGRI)(25>
;
■ Têm a designação inicial de "Cooperativa Agrícola";
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares
Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 15
■ Seleccionou-se uma cooperativa por indicativo telefónico diferente;
■ Nos casos em que havia mais do que uma cooperativa por indicativo
telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma: foi escolhida
aquela que possuía a designação do local onde se situava; quando
isso não foi possível seleccionou-se a que aparecia em 1o lugar;
■ Foram também incluídas as cooperativas cujo concelho onde se
situavam apresentava em 2002, uma densidade populacional igual
ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de Informação
Online do Instituto Nacional de Estatística (INE)<26)
.
Associações Comerciais e Industriais:
■ A lista está disponível mediante uma pesquisa nas Páginas
Amarelas na Internet (www.pai.pt) utilizando a expressão
"Associação Comercial e lndustrial"(27)
;
■ Têm a designação inicial de "Associação Comercial e Industrial";
■ Seleccionou-se uma associação por indicativo telefónico
diferente;
■ Nos casos em que havia mais do que uma associação por
indicativo telefónico a selecção foi efectuada da seguinte forma:
foi escolhida aquela que possuía a designação do local onde se
situava; quando isso não foi possível seleccionou-se a que
aparecia em 1o lugar;
■ Foram também incluídas as associações cujo concelho onde se
situavam apresentava, em 2002, uma densidade populacional
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
16 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
igual ou superior a 500 habitantes/km2, segundo o Serviço de
Informação Online do INE(26).
Questionário
Para a realização deste trabalho de investigação foi elaborado inicialmente
um questionário-piloto acerca dos AGM's em Portugal e aplicado a 12 indivíduos
de diversas áreas científicas. Após a detecção de algumas incorrecções e
formulações gramaticais e sintácticas susceptíveis de dúvidas no preenchimento
do mesmo, foram efectuadas as alterações necessárias.
O questionário final (Anexo 7) foi posteriormente enviado, a 26 de Abril de
2005, para 123 organizações a nível nacional, acompanhado de uma carta de
pedido de preenchimento e contextualização do mesmo, assinada pelo vereador
António Teixeira Alves do Município de Fafe e de um envelope com a taxa paga
para a devolução do questionário já preenchido.
Na parte inicial do questionário, foi perguntado o tipo de organização e o
distrito. De seguida, as questões referiam-se, especificamente, à definição de
AGM, à principal razão do aparecimento dos AGM's e ao conhecimento da
legislação portuguesa sobre este tema. Questionou-se também acerca da
produção e comercialização de AGM's em Portugal. As questões finais incidiram
sobre as fontes utilizadas para obter informação acerca dos AGM's e sobre o
aumento do interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do referido
questionário.
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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 17
Tratamento estatístico
Apesar da data limite estabelecida para a recepção dos questionários ter
sido 30 de Maio de 2005, as respostas recebidas até 15 de Agosto foram também
consideradas, de modo a obter uma amostra maior.
O tratamento dos dados foi efectuado no programa Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS), versão 13.0, e baseou-se, principalmente, no cálculo
das frequências para todas as questões, excepto para a que dizia respeito à
definição de AGM's. Foi também calculado o qui-quadrado para avaliar a
dependência existente entre as variáveis qualitativas. Contudo, este teste foi
apenas utilizado nas questões n° 5 e n° 10, pois as restantes apresentavam mais
de 20% das células com frequências esperadas menores que 5, um dos critérios
pelos quais não se utiliza o teste do qui-quadrado. Na questão n° 3 ("Sabe o que
são alimentos geneticamente modificados?"), como todos os inquiridos
responderam "sim", a variável é constante, não se aplicando também o teste
referido. A hipótese nula foi rejeitada sempre que o nível de significância crítico
para a sua rejeição (p) era inferior a 0,05.
V) RESULTADOS
Os resultados deste estudo estão apresentados por questões efectuadas.
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18 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Questão n° 1 : "Indique o tipo de organização a que pertence. "
As taxas de resposta ao questionário de cada tipo de organização (Tabela
1) foram as seguintes:
Tipo de Organização N°QE N°QR TxRsp
Câmara Municipal
Estabelecimento de Ensino Superior Público
Cooperativa Agrícola
Associação Comercial e Industrial
20
38
35
30
11
27
25
18
55%
71,1%
71,4%
60%
TOTAL 123 m 65,9%
Tabela 1 - N° de questionários enviados e recebidos e taxa de resposta,
por cada tipo de organização.
A taxa de resposta (Tx Rsp) foi calculada através da fórmula (N° QR/ N°
QE) x 100 = Tx Rsp. Verificou-se que a maior foi das Cooperativas Agrícolas
(71,4%), no entanto muito semelhante à dos Estabelecimentos do Ensino
Superior (71,1%). A menor foi das Câmaras Municipais.
Questão n° 2: "Por favor, indique o distrito onde se localiza a organização a que
pertence. "
Foram enviados questionários para todos os distritos do país, incluindo as
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Uma vez que a amostra é pequena
c) Dos 81 questionários recebidos foram apenas incluídos neste estudo 80, uma vez que um deles
(relativo a uma Cooperativa Agrícola) apresentava mais de 20% das respostas em branco.
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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 19
e se distribui pelos 20 distritos existentes, o n° de respostas por cada tipo de
organização e por distrito é bastante reduzido. Sendo assim, não há muito
interesse em tratar esta questão.
Questão n° 3: "Sabe o que são alimentos geneticamente modificados?"
Todos os inquiridos afirmam saber o que são alimentos geneticamente
modificados.
Questão n° 3.1: "Se SIM, escreva uma definição sucinta."
Nenhum dos inquiridos respondeu com uma definição idêntica à do
Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22 de Setembro. Contudo, a maioria inclui
expressões como "genética" e "genes". Cerca de 30% não respondeu a esta
questão.
Questão n° 4: "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos
geneticamente modificados?"
As razões assinaladas pela amostra total (Gráfico 1) foram as seguintes:
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
20 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
15,0% 15,0%
5,0%
22,5%
36,3% 6,3%
■ Acabar com a fome no mundo
D Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais
D Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares
a Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas
■ Outra razão
□ Não responderam
Gráfico 1 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?"
A razão mais apontada para o aparecimento dos AMG's foi a satisfação
dos interesses económicos de grandes empresas (36,3%) seguida da luta contra
as doenças que afectam as plantas e os animais (22,5%).
Quando comparamos por tipo de organização (Gráfico 2), verificamos o
seguinte:
Câmara Municipal
Estabelecimento do Ensino Superior
Cooperativa Agrícola
Associação Comercial e
Industrial
I I
V W . - V V J
I
SBHBf̂ ^™
; ■ ; ; ■ : , ; ' ■ ; : !
■ :
] ] ]
0% 30% 60%
D Acabar com a fome no mundo
I Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais
! Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares
l Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas
H Outra razão
D Não responderam
Gráfico 2 - "Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?",
comparado por tipo de organização.
O gráfico 2 mostra que a 1a razão apontada pela amostra total continua a
ser a mesma em cada tipo de organização, embora partilhe o 1 o lugar no caso das
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Universidade do Porto Celina Freitas Tavares
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 21
Câmaras Municipais e dos Estabelecimentos do Ensino Superior. No 1o caso,
aparece ao lado da luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais e,
no 2o, é referido que os AGM's foram criados para acabar com a fome no mundo.
Questão n° 5: "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos
geneticamente modificados?"
Gráfico 3 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa
sobre os alimentos geneticamente modificados?"
Cerca de 2/3 da amostra total refere não conhecer o conteúdo da
legislação portuguesa no que respeita aos AGM's.
Quando comparamos por tipo de organização, verificamos o seguinte:
100% n
Câmara Estabelecimento Cooperativa Associação Municipal do Ensino Agrícola Comercial e
Superior Industrial
Gráfico 4 - "Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente
modificados?", comparado por tipo de organização.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
22 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
O gráfico 4 mostra que em todas as organizações, a legislação portuguesa
sobre os AGM's não é conhecida em mais de 50% de cada amostra. Contudo, o
desconhecimento atinge níveis superiores ao nível das Cooperativas Agrícolas e
das Associações Comerciais e Industriais.
Através da aplicação do teste do qui-quadrado, verificou-se não existir
dependência com significado estatístico (p=0,086) entre o tipo de organização e o
conhecimento da legislação portuguesa sobre os AGM's (Tabela 2).
Valor P
6,597(19) 0,086
Tabela 2 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 5.
Contudo, notou-se uma certa tendência para que as Câmaras Municipais e
os Estabelecimentos do Ensino Superior tivessem um maior conhecimento sobre
essa mesma legislação, uma vez que apresentaram uma frequência observada
superior à frequência esperada na resposta "sim" (Tabela 3).
-• íf;*-f
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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 23
"Conhece o conteúdo da legislação
portuguesa sobre os alimentos
geneticamente modificados?"
Tipo de organização Frequência Não Sim TOTAL
Observada S 5 11 Câmara Municipal Esperada 7,3 3,7 11,0
Estabelecimento do Observada i l l 13 27 Ensino Superior Esperada 17,9 9,1 27,0
Cooperativa Agrícola Observada 20 4 m Esperada 15,9 8,1 24,0
Associação Comercial Observada 13 5 18 e Industrial Esperada 11,9 6,1 18,0
TOTAL Observada 53 27 80 Esperada 53,0 27,0 80,0
Tabela 3 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para
a resposta à questão n° 5.
Questão n° 5.1: "Se SIM, acha que existem em Portugal os meios necessários
para pôr em prática essa mesma legislação?"
Aproximadamente 30% dos que responderam que conheciam a legislação
portuguesa sobre os AGM's, afirmam que Portugal possui os meios necessários
para a pôr em prática. Os restantes afirmam o contrário. Apenas um respondeu
que não sabe.
Questão n° 6: "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em
Portugal?"
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24 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Não sei 32,5%
Não 20,0%
Gráfico 5 - "Existe produção de alimentos geneticamente modificados em Portugal?"
Quase metade da amostra afirma existir produção de AGM's em Portugal.
Apenas 1/5 refere que não existe e cerca de 1/3 não sabe.
Questão n° 7: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente
modificados para consumo animal?"
Não sei 28,8%
Não\
2 . 5 % \ / Sim 68,7%
Gráfico 6 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados
para consumo animal?"
Mais de 2/3 da amostra afirmam que o mercado português dispõe de
AGM's para consumo animal. Apenas 2,5% dizem que não e 28,8% não sabem.
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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 25
Questão n° 8: "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente
modificados para consumo humano directo?"
Não 13,8%
Gráfico 7 - "O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados
para consumo humano directo?"
A percentagem de indivíduos que referem que o mercado português dispõe
de AGM's para consumo humano directo e aqueles que não sabem é quase
idêntica (mais de 40%). Os que respondem negativamente à questão são apenas
13,8%.
Questão n° 9: "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação
sobre os alimentos geneticamente modificados?"
O gráfico 8 mostra que as fontes mais indicadas pelos indivíduos da
amostra (n=65) como uma das 3 principais que utilizam para obter informação
acerca de AGM's são, em primeiro lugar, a Internet (60%), seguida das
revistas/jornais científicos (43,8%) e da televisão (42,5%). A fonte menos
consultada é a rádio (2,5%). Quanto a outras fontes, apenas 2 organizações
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26 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
referiram consultá-las. Uma delas referenciou a Comissão Europeia e a outra a
DGPC.
Revistas/jornais científicos 100%^-
Não responderam
Outra fonte
Profissionais desta área
Outras revistas/jornais
Legislação
Livros
Rádio Internet
Televisão
Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação
sobre os alimentos geneticamente modificados?"
As respostas são, no entanto, um pouco diferentes quando as
comparamos por tipo de organização.
100%
54,5% 50%
0%
63,6%
18,2% 27,3%
9,1% n
36,4% 27,3%
9,1% 0,0% 0,0%
*sf <& áf J? é$~ #° J? .«** & ^
«f>
^-
4?
Gráfico 8 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos
geneticamente modificados?", relativamente às Câmaras Municipais.
No que diz respeito às Câmaras Municipais, a Internet, as revistas/jornais
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Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 27
científicos e a televisão são as respostas mais apontadas como uma das 3
principais fontes de informação sobre AGM's consultadas, tal como na amostra
total e também pela mesma ordem percentual decrescente.
100% T—
74,1%
50%
0%
63,0%
14,8%
XL 25,9%
11,1%
XL
-M,7°/o-
14,8% n o,o%
18,5%
0,0% I
J0
sssssys* ■• ■> ^ ** f v
\ ® ë & <?
^ &
Gráfico 9 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos
geneticamente modificados?", relativamente aos Estabelecimentos do Ensino
Superior.
Quanto aos Estabelecimentos do Ensino Superior, as fontes mais indicadas
são, em 1o lugar, as revistas/jornais científicos, em 2
o a Internet e em 3o os
profissionais desta área. A distribuição das respostas é, neste caso, diferente da
amostra total.
100%
50%
58,3%58,3%
20,8% 1 6 7 o / o 8,3% ,—| 8,3% '
<§> & '<£> J& Jfr ' # *P „* .íP ~<S"
y , / , / <ry./ <^ y J xf *? • " • y
, # ê " 4
Gráfico 10 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos
geneticamente modificados?", relativamente às Cooperativas Agrícolas.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
28 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
No que concerne as Cooperativas Agrícolas, a Internet e a televisão
surgem ambas em 1o lugar. Seguidamente aparecem as outras revistas/jornais
como uma das 3 principais fontes de informação consultadas.
100%
50%
16,7% 0,0% 5 , 6 % 0,0% n
t# J& *£ jtS> jè" 'TP *P Jb iS> J$
<p & <$
#° Jr
Gráfico 11 - "Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos
geneticamente modificados?", relativamente às Associações Comerciais e
Industriais.
No que se refere às Associações Comerciais e Industriais, as outras
revistas/jornais e a televisão surgem também em 1o lugar ex aequo, seguidas da
Internet.
Apesar das diferenças verificadas consoante o tipo de organização, é de
notar que a Internet aparece em todas como uma das 3 respostas mais
assinaladas.
Questão n° 10: "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse
pelo estudo dos alimentos geneticamente modificados?"
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Universidade do Porto Celina Freitas Tavares
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 29
Os resultados quanto ao aumento do interesse de cada indivíduo pelo
estudo dos AGM's depois de efectuado o questionário são indicados no gráfico
12.
100%
50%
0%
60%
40%
Sim Não
Gráfico 12 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos
alimentos geneticamente modificados?"
Verificamos que mais de metade da amostra (60%) refere que o
preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos
AGM's.
Câmara Municipal
Estabelecimento do Ensino Superior a Sim
^Não Cooperativa Agrícola
Associação [:.:.:.:.:. Comercial e
Industrial
0,0% 50,0% 100,0%
Gráfico 13 - "O preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos
alimentos geneticamente modificados?", comparado por tipo de organização.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
30 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Quando estratificamos a amostra no que se refere a esta questão, notamos
que o preenchimento deste questionário aumentou o interesse pelo estudo dos
AGM's em mais de 50% dos inquiridos em todos os tipos de organização, excepto
nos Estabelecimentos de Ensino Superior.
Com a aplicação do teste do qui-quadrado verificou-se existir dependência
com significado estatístico (p<0,001) entre o tipo de organização e o aumento do
interesse pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário (Tabela
4).
Valor P
17,823(8) <0,001
Tabela 4 - Resultados da aplicação do teste do qui-quadrado à questão n° 10.
Há uma tendência para que as Câmaras Municipais, as Cooperativas
Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais tenham um aumento do
interesse maior, pois apresentam uma frequência observada superior à esperada
na resposta "sim". Os Estabelecimentos do Ensino Superior, por sua vez, têm
uma tendência para um menor aumento do interesse, visto apresentarem uma
frequência observada inferior à esperada na resposta "sim".
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Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 31
Tipo de organização
Frequência
"0 preenchimento deste
questionário aumentou o seu
interesse pelo estudo dos alimentos
geneticamente modificados?"
Não Sim TOTAL
Câmara Municipal
Observada
Esperada
|
4,4
8
6,6
11
11,0
Estabelecimento do
Ensino Superior
Observada
Esperada 10,8 8
16,2
27
27,0
Cooperativa Agrícola Observada
Esperada 1
9,6
16
14,4
24
24,0
Associação Comercial
e Industrial
Observada
Esperada 7,2 ■
10,8
18
18,0
TOTAL Observada
Esperada 53,0
27
27,0
80
80,0
Tabela 5 - Frequências observadas e frequências esperadas para cada tipo de organização para
a resposta à questão n° 5.
VI) DISCUSSÃO
O futuro dos AGM's é ainda incerto, numa altura em que se tentam avaliar
os riscos inerentes à sua libertação no ambiente e ao seu consumo. Na U.E., as
autoridades competentes têm vindo a desenvolver esforços no sentido de criar
uma regulamentação exigente nesta matéria. A informação que estas possuem é,
naturalmente, um dos pontos-chave para a realização destes mesmos esforços.
Concretamente em Portugal, será importante que a informação seja
divulgada não só a níveis superiores, mas também a níveis intermédios como é o
caso da amostra estudada. Isto porque são estes que poderão trabalhar mais
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Universidade do Porto
32 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
directamente com os AGM's: o poder local, as universidades, as cooperativas
agrícolas e as associações comerciais e industriais, estando, de certa forma, mais
ligados ao último elemento da cadeia: o consumidor.
Apesar de não serem apresentados os resultados estatísticos relativos aos
distritos onde se localizam as organizações inquiridas, devido às razões já
apresentadas, esta questão demonstra que a amostra não se concentra em
determinadas regiões, por exemplo, nas grandes áreas urbanas (Porto e Lisboa),
mas apresenta uma distribuição geográfica bastante alargada.
Quando se questiona se o indivíduo sabe o que são alimentos
geneticamente modificados, todos respondem "sim". Contudo, quanto à questão
n°3.1, se considerarmos a definição do Regulamento (CE) n.° 1829/2003, de 22
de Setembro, nenhuma das definições lhe corresponde e, para além disso, mais
de 30 % não deu uma definição para AGM's. Este último facto poderá transmitir a
ideia de um nível de conhecimento relativamente não consistente pois o inquirido,
apesar de saber o que são AGM's, não é capaz de o definir por palavras.
No que concerne o aparecimento dos AGM's, as opiniões dividem-se. A
razão mais apontada é a de satisfazer os interesses económicos de grandes
empresas, resposta mais visivelmente adoptada pelas Associações Comerciais e
Industriais. A luta contra as doenças que afectam as plantas e os animais, que
corresponde à 1a geração de AGM's, surge apenas em 2o lugar. Nesta questão
temos de ter em conta, principalmente, dois aspectos: em primeiro lugar, os
inquiridos podem não conhecer o "percurso histórico" dos AGM's; em segundo,
mesmo tendo conhecimento do que é descrito na literatura científica, e não só, o
nível de confiança nessa informação poderá ser baixo, o que os leva a optar pela
questão dos interesses económicos.
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 33
A respeito do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, cerca de 2/3
dos inquiridos diz não conhecer a legislação portuguesa sobre este assunto. A
tendência apresentada pelas Câmaras Municipais e pelos Estabelecimentos do
Ensino Superior para um maior conhecimento da legislação poderá ter a ver com
uma maior acessibilidade ao conteúdo da mesma ou com o facto dos inquiridos
terem a necessidade de a consultar no âmbito de outras questões e estarem, por
isso, mais familiarizados com esse procedimento e até com o tipo de linguagem
que é utilizado na legislação. Contudo, esta dependência entre o tipo de
organização e o conhecimento da legislação não é estatisticamente significativa.
Possivelmente, aumentando o tamanho da amostra, esta dependência pudesse
alcançar um significado estatístico. De qualquer forma, é importante que
conheçam esta legislação específica. Porque não disponibilizá-la a estas
organizações? Uma das formas possíveis seria em forma de resumo, para ser de
mais fácil leitura. Assim, pelo menos, poderiam a ficar a conhecer os aspectos
mais importantes do enquadramento legal dos AGM's em Portugal, podendo
contribuir de uma melhor forma para que este seja cumprido. Isto porque, quando
se pergunta aos que dizem conhecer a legislação portuguesa sobre os AGM's, se
existem em Portugal os meios necessários para a pôr em prática cerca de 1/3
responde "sim" e 2/3 "não". Embora o número de respostas seja muito reduzido,
porque poucos disseram conhecer a legislação, seria de todo o interesse
questionar que meios são necessários, quais as acções que estão a ser
desenvolvidas pelas autoridades competentes nesta matéria e como é que cada
organização, em particular, pode contribuir para tal.
Quanto à questão da produção e comercialização em Portugal de AGM's, o
nível de desconhecimento (resposta = "não sei") atinge cerca de 1/3 dos
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
34 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
inquiridos, desconhecimento esse mais marcado quando se trata de AGM's para
consumo humano directo. Apesar disso, mais de 40% afirma existir, atingindo
mesmo mais de 2/3 de respostas no que respeita a AGM's destinados ao
consumo animal. Relativamente à produção de AGM's em Portugal, não era
suposto que os inquiridos considerassem os ensaios experimentais que já são
efectuados desde 1993. Contudo, como a ressalva não foi feita, poderão tê-lo
feito. Quanto à comercialização de AGM's em Portugal, já estão autorizados 18
OGM's na U.E. que poderão ser utilizados na alimentação humana. A DGFCQA,
quando contactada por e-mail, referiu existirem no mercado português AGM's
para consumo animal e humano, devidamente rotulados. Contudo, não forneceu
qualquer lista dos produtos em questão, desafiando a uma visita aos
supermercados para tentar descobri-los.
Relativamente à questão acerca das 3 principais fontes que os inquiridos
utilizam para obter informação sobre os AGM's, o seu interesse prende-se com o
facto de saber qual o melhor meio para transmitir informação sobre este tema a
cada tipo de organização. No caso das Câmaras Municipais, os inquiridos referem
a Internet, as revistas/jornais científicos e a televisão; estes meios seriam então
os mais indicados para divulgar informação relevante sobre este assunto. Para as
outras organizações sugere-se o mesmo. No caso dos Estabelecimentos do
Ensino Superior, as fontes mais indicadas seriam as revistas/jornais científicos, a
Internet e os profissionais desta área (por exemplo, através de conferências,
congressos, debates sobre os AGM's). A Internet, a televisão e as outras
revistas/jornais (que não as científicas), seriam os meios mais adequados no que
concerne as Cooperativas Agrícolas e as Associações Comerciais e Industriais.
Seria importante estudar também a acessibilidade e a credibilidade das fontes de
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 35
informação relativamente a este tema, para que a comunicação acerca dos
AGM's seja mais eficaz.
Após o preenchimento deste questionário, apenas os Estabelecimentos do
Ensino Superior revelaram, em maior percentagem, não ter aumentado o seu
interesse pelo estudo dos AGM's. Quanto às restantes organizações, pelo
contrário, houve mais de 50% das respostas no sentido de um interesse
aumentado pelo estudo dos AGM's após o preenchimento do questionário.
Poderemos pensar que estes resultados se devem a várias razões. Em primeiro
lugar, isto não significa que estejam muito ou pouco interessados, mas sim que o
seu interesse aumentou ou não. Ou seja, como não quantificámos o nível de
interesse dos inquiridos não podemos dizer que o seu interesse seja baixo ou
elevado. O importante é que este estudo poderá ter despertado a curiosidade dos
inquiridos para este tema e aumentar a sua receptividade à informação que é ou
que pode ser divulgada acerca dos AGM's.
Futuramente, será importante estudar o papel que a comunicação social
tem desempenhado nesta matéria. Terá informado ou "desinformado"? As
notícias que são divulgadas trazem sempre algo de novo ou noticiam sempre os
mesmos factos? Estarão a atingir um público-alvo específico ou têm divulgado
informação para a população em geral? De que meios se servem? Que fontes
utilizam? Para além disso, que acções têm desenvolvido as associações
ambientalistas e de defesa do consumidor nesta matéria? Todas estas questões
poderão ser importantes como objectos posteriores de estudo.
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
36 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
VII) CONCLUSÕES
Após a avaliação do conhecimento dos inquiridos acerca dos AGM's em
Portugal, podemos concluir, em 1o lugar, que é necessário divulgar mais
informação sobre o assunto a estas organizações. É, muitas vezes, através delas
que a informação é divulgada para o cidadão comum, para o investigador, para o
agricultor, para o comerciante, e outros mais. É importante que todos façamos
parte desta cadeia e, para isso, é necessário que estejamos informados. É claro
que os meios a utilizar para divulgar essa informação não devem ser os mesmos
para todos, nem o próprio conteúdo. Por exemplo, para as Cooperativas Agrícolas
seria mais importante divulgar todos os aspectos relativos à produção, às
Câmaras, a legislação, às Associações Comerciais e Industriais, os
procedimentos de comercialização e regras de rotulagem, ao Ensino Superior,
todo o processo científico e tecnológico envolvente, ao consumidor, uma
informação mais geral que inclua a definição de AGM's, os benefícios/riscos, o
que está a ser produzido/comercializado em Portugal e como ler um rótulo para
identificação de AGM's, embora não se dispense a restante informação.
O dever de informar e o direito à informação é da responsabilidade de cada
um de nós, independentemente do local da cadeia onde nos encontremos. É, no
entanto, necessário divulgar ou procurar uma informação clara, científica e
transparente, para que todos saibamos qual o nosso papel e a melhor forma de o
tornarmos realidade.
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 37
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Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
38 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
produtos que os contenham ou por eles sejam constituídos, em
conformidade com o princípio da precaução e tendo em vista a protecção
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31 &v05=&v06=&v07=&v08=&v09=&v10=&v11 =%27Decreto-
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(15) Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas. Decreto-Lei n° 217-B/2004.
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Alimentar, I. P., adiante designada por APSA, e estabelece as normas
pelas quais se rege. Disponível em:
http://dre.pt/pdf1s/2004/10/238A01/00020004.pdf
<16) Agência Portuguesa de Segurança Alimentar. Seg. Alimentar - OGM: OGM
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[actualizado em 2005 Set; citado em 2005 Set 9]. Disponível em:
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares
Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 41
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Decreto-Lei n.° 160/2005. Diário da República [Internet]. I Série-A; 182
(2005-09-21) [citado em 2004 Out 21]: 5642-48. Regula o cultivo de
variedades geneticamente modificadas, visando assegurar a sua
coexistência com culturas convencionais e com o modo de produção
biológico. Disponível em: http://dre.pt/pdf1s/2005/09/182A00/56425648.pdf
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,
Direcção-Geral de Protecção das Culturas. Plano de actividades 2005
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2005 Set 9]. Disponível em: http://www.dgpc.min-
agricultura.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006158.pdf
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,
Direcção-Geral de Protecção das Culturas. Acções de formação sobre
coexistência entre culturas de variedades geneticamente modificadas e
outros modos de produção agrícola [Internet]. Ministério da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, Direcção-Geral de Protecção das
Culturas; 2005 [citado em 2005 Set 9]. Disponível em: http://www.dgpc.min-
agricultura.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006189.pdf
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
42 Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
(20) European Network of GMO Laboratories [Internet]. Joint Research Centre
Project Knowledge System: [citado em 2005 Set 17]. Disponível em:
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(21) Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica. Solutions on
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Disponível em: http://www.ibet.pt/institute_objectives.htm
(22) Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial. Notícias:
Alimentos Geneticamente Modificados (OGM) [Internet], [citado em 2005
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(23) Parlamento Europeu e Conselho da União Europeia. Regulamento (CE) n.°
1830/2003 [Internet]. Jornal Oficial da União Europeia; L 268 (2003-09-22)
[citado em 2005 Jan 20]: 24-28. Relativo à rastreabilidade e rotulagem de
organismos geneticamente modificados e à rastreabilidade dos géneros
alimentícios e alimentos para animais produzidos a partir de organismos
geneticamente modificados e que altera a Directiva 2001/18/CE. Disponível
em:1830/2003:http://europa.eu.int/eur-
lex/pri/pt/oj/dat/2003/1_268/1_26820031018pt00240028.pdf
(24) Cheftel JC. Food and nutrition labelling in the European Union. Food
Chemistry. 2005; 93: 543.
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO Celina Freitas Tavares
Universidade do Porto
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal 43
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Portugal, CCRL. Cooperativas [Internet]. Confederação Nacional de
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Estatísticos [Internet]. Instituto Nacional de Estatística, Portugal: [citado em
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28
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www.pai.pt
Celina Freitas Tavares FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
Universidade do Porto
Indice de Anexos
Anexo 1 - Área mundial de plantações GM (1996 a 2004).
Anexo 2 - AGM's actualmente comercializados no mundo.
Anexo 3 - AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.
Anexo 4 - Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..
Anexo 5 - Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.
Anexo 6 - Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal
para fins de investigação ou de desenvolvimento.
Anexo 7 - Questionário final.
Anexo 1
Área mundial de plantações GM (1996 a 2004).
ai
Área Global de Lavouras G M Milhões de hectares (1996 a 2004)
:■ i 17 países que cultivam lavouras C M
Total Países desenvolvidos Países cm desenvolvimento
'
Ȏ^
! 1 .200 J ÍCOI 1995 5*t9é !99.< W S l t m J-IK» XKV. 2002
4umenfo de 20%, / S,i milhões de hectares ou J2,'> milhões de acres entre _'W.í e 2004.
Fonte: Clivt- lames, 2004
Mapa 1 -Area mundial de plantações GM (1996 a 2004).
a2
Anexo 2
AGM's actualmente comercializados no mundo.
AGM Características Aipo e cenoura - Mais estaladiços no momento do corte Alfaces - Resistentes a pragas Algodão (óleo) - Com maior resistência a insectos
- Tolerante a herbicidas Amendoins e girassol
- Óleos para culinária que mantêm a textura a temperaturas elevadas, com menores requisitos de processamento
Batatas - Mais resistentes a vírus - Com maior resistência a insectos - Com menor capacidade de absorver o óleo de fritura - Variedades mais doces
Café - Com maior resistência a insectos - Com maior rendimento - Com melhor aroma - Com menor conteúdo de cafeína
Chicória - Mais doce Colza - Com a composição de óleos modificada de modo a aumentar a
proporção de gorduras insaturadas - Com maior resistência a pragas
Framboesas - Resistentes a geadas Girassol - Com melhor composição de ácidos gordos Maçãs - Resistentes a insectos Melões - Com maior tempo médio de vida Milho - Resistente a insectos e a herbicidas Papaia - Resistente a vírus Soja - Com menores necessidades de fertilizantes
- Com resistência acrescida a herbicidas mais selectivos - Com maior valor nutritivo obtido por alteração da sua composição proteica - Em que se eliminam os componentes causadores de alergias
Tomates - Resistentes a doenças de origem virai - Com melhor rendimento recorrendo a um menor tratamento químico - Com maior conteúdo de matéria sólida - Com o processo de maturação alterado (maiores aroma e resistência â putrefacção) - Variedades mais doces
Trigo - Farinha mais apropriada para o fabrico de pão Uvas - Novas variedades sem grainhas Animais * Está ainda em fase experimental, mas prestes a passar à fase
comercial. Fonte: www.aqenciaalimentar.pt
Tabela 1 - AGM's actualmente comercializados no mundo.
a4
Anexo 3
AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.
a5
Réf. Cultura Empresa
candidata
Característica Potencial
utilização em alimentos
Data de
aprovação Base legal
GTS
40/3/2
Soja Monsanto Protecção
contra insectos
e tolerância a
herbicidas
Bebidas de soja,
tofu, óleo de soja,
farinha de soja,
lecitina
03.04.1996 Dir.
90/220/E
EC Art. 13
Bt176 Milho Ciba-Geigy Protecção
contra insectos
e tolerância a
herbicidas
Milho em grão,
óleo, farinha de
milho, açúcar,
xaropes
23.01.1997 Dir.
90/220/E
EC Art. 13
TOPAS
19/2
Colza AgrEvo Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
26.06.1997 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
MS1/
RF2
Colza Plant
Genetics
Systems
Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
24.06.1997 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
MS1/RF
1
Colza Plant
Genetics
Systems
Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
24.06.1997 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
GT73 Colza Monsanto Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
21.11.1997 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
MON
810
Milho Monsanto Protecção
contra insectos
Derivados de
milho: óleo,
farinha de milho,
açúcar e xarope.
Produtos
confeccionados
com derivados de
milho: alimentos
fritos, assados e
snacks, produtos
de confeitaria e
refrigerantes
06.02.1998 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
T25 Milho AgrEvo Tolerância a
herbicidas
Derivados de
milho: óleo,
farinha de milho,
açúcar e xarope.
Produtos
confeccionados
com derivados de
milho: alimentos
fritos, assados e
snacks, produtos
de confeitaria e
refrigerantes
06.02.1998 Reg. (EC)
258/97
Art.5
Bt 11 Milho Novartis Protecção
contra insectos
Derivados de
milho: óleo,
farinha de milho,
açúcar e xarope.
Produtos
confeccionados
com derivados de
milho: alimentos
fritos, assados e
snacks, produtos
de confeitaria e
refrigerantes
06.02.1998 Reg. (EC)
258/97
Art.5
MON
809
Milho Pioneer Protecção
contra insectos
Derivados de
milho: óleo,
farinha de milho,
açúcar e xarope.
Produtos
confeccionados
com derivados de
milho: alimentos
fritos, assados e
snacks, produtos
de confeitaria e
refrigerantes
23.10.1998 Reg. (EC)
258/97
Art.5 Falcon
GS
40/90
Colza Hoechst /
AgrEvo
Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de
08.11.1999 Reg. (EC)
258/97
Art.5 Liberator
L62
Colza Hoechst /
AgrEvo Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de colza.
Produtos
confeccionados
com óleo de 08.11.1999 Reg. (EC)
258/97
semente de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
Art. 5
MS8/RF
3
Colza Plant
Genetic
Systems
Tolerância a
herbicidas
semente de
colza: alimentos
fritos, assados e
snacks
26.04.2000 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
1445 Algodão Monsanto Tolerância a
herbicidas
Óleo de semente
de algodão.
Produtos
confeccionados
com óleo de
semente de
algodão:
alimentos fritos,
assados e snacks
19.12.2002 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
531 Algodão Monsanto Protecção
contra insectos
Óleo de semente
de algodão.
Produtos
confeccionados
com óleo de
semente de
algodão:
alimentos fritos,
assados e snacks
19.02.2002 Reg. (EC)
258/97
Art. 5
pRF69/p
RF93
Bacillus
subtilis
F.
Hoffmann
- La Roche
Riboflavina Vitamina B2 23.03.2000 Reg. (EC)
258/97
Art.5
Bt 11 Milho Syngenta Resistência a
insectos
Milho doce 19.05.2004 Reg. (EC)
258/97
Art.7
NK603 Milho Monsanto Tolerância a
herbicidas
Alimentos e
ingredientes
derivados do
milho NK603
26.10.2004 Reg. (EC)
258/97
Art.7
Fonte: www.aqenciaalimentar.pt
Tabela 2 - AGM's autorizados para comercialização na União Europeia.
Anexo 4
Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..
a7
DIPLOMA: VISA:
Directiva Regular o uso limitado de microrganismos geneticamente modificados.
90/219/CEE,
de 23 de Abril
Directiva Regular a libertação deliberada de organismos geneticamente
2001/18/CE, modificados no ambiente.
de 12 de Março
Regulamento (CE) Regular os géneros alimentícios e alimentos para animais
N° 1829/2003, geneticamente modificados.
de 22 de Setembro
Regulamento (CE) Regular a rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente
N° 1830/2003, modificados e a rastreabilidade dos géneros alimentícios e alimentos
de 22 de Setembro para animais produzidos a partir de organismos geneticamente
modificados, alterando a Directiva 2001/18/CE.
Regulamento (CE) Regular o movimento transfronteiriço de organismos geneticamente
N° 1946/2003, modificados.
de 15 de Julho
Regulamento (CE) Estabelecer um sistema para criação e atribuição de identificadores
N° 65/2004, únicos aos organismos geneticamente modificados.
de 14 de Janeiro
Regulamento (CE) Estabelecer normas de execução do Regulamento (CE) N° 1829/2003
N° 641/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita aos pedidos de
de 6 de Abril autorização de novos géneros alimentícios e alimentos para animais
geneticamente modificados, à comunicação de produtos existentes e à
presença acidental ou tecnicamente inevitável de material
geneticamente modificado que tenha sido objecto de uma avaliação de
risco favorável.
Tabela 3 - Principais diplomas que legislam os OGM's na U.E..
a8
i
Anexo 5
Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.
DIPLOMA: REGULA:
Decreto-Lei n.° 72/2003,
de 10 de Abril
A libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente
modificados para qualquer fim diferente da colocação no mercado,
bem como a colocação no mercado de produtos que os contenham ou
por eles sejam constituídos, em conformidade com o principio da
precaução e tendo em vista a protecção da saúde humana e do
ambiente.
Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.° 2001/18/CE, do
Parlamento e do Conselho.
Decreto-Lei n.° 168/2004,
de 7 de Julho
Assegurar a execução e garantir o cumprimento, na ordem jurídica
interna, das obrigações decorrentes para o Estado Português do
Regulamento (CE) n.° 1830/2003, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 22 de Setembro, que estabelece as regras relativas à
rastreabílidade e rotulagem aplicáveis aos produtos que contenham ou
sejam constituídos por organismos geneticamente modificados (OGM),
aos géneros alimentícios e aos alimentos para animais produzidos a
partir de OGM.
Decreto n.° 7/2004,
de 17 de Abril
Aprovar o Protocolo de Cartagena sobre Segurança Biológica à
Convenção sobre a Diversidade Biológica.
Decreto- Lei n.°
164/2004,
de 3 de Julho
Aditar o artigo 15.° A, o n.° 3 do Artigo 26.° e os artigos 26.° A e 38.° A
ao Decreto- Lei n.° 72/2003, de 10 de Abril.
Decreto-Lei n.° 160/2005,
de 21 de Setembro
Regular o cultivo de variedades geneticamente modificadas, visando
assegurar a sua coexistência com culturas convencionais e com o
modo de produção biológico.
Tabela 4 - Principais diplomas que legislam os OGM's em Portugal.
a10
Anexo 6
Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal
para fins de investigação ou de desenvolvimento.
a11
Planta GM Característica Empresa/Ano
da notificação
Período de
cultura
Concelhos dos
ensaios e áreas de
cultura
Tomate
(Lycopersicon
lycopersicum)
Alteração das
características da
maturação
Idal-Heinz
1993e1994
Primavera -
Verão
Vila Franca de Xira
350 m2
Batata (Solanum
tuberosum)
Resistente à traça
da batateira
Germicopa
1993, 1994e
1995
Maio -
Novembro
Torres Vedras
1993-800 m2
1994-500 m2
1995-1500 m2
Milho (Zea mays) Tolerante ao
herbicida
glufosinato de
amónio
AgrEvo e
Pioneer 1997 e
1998
Março -
Novembro
Alpiarça
Golegã
Santarém Montemor-
o-Velho
1997- 4440 m2
1998-19700 m2
Milho (Zea mays) Resistente à broca
do milho
Pioneer Hi-
Bred
1997-1998
Março -
Novembro
Alpiarça
Golegã
1997-1330 m2
1998-20000 m2
Eucalipto
(Eucalyptus
globulus)
Marcador genético Stora Celbi
1997
Maio 1998
- Maio
2001
Óbidos
3150 m2
Milho (Zea mays) Resistente à broca
do milho
Novartis
1998
Abril -
Outubro
Viana do Castelo
Amares
Coimbra
Celorico de Basto
12000 m2
Batata (Solanum
tuberosum)
Alteração do
metabolismo do
Instituto de
Tecnologia
Primavera Santarém
200 m2
fosfato Química e
Biológica -
ITQB 1998
Milho (Zea mays) Tolerante ao
herbicida glifosato
Monsanto
1998e1999
Maio-
Dezembro
Póvoa do Varzim
Elvas
1998- 7000 m2
1999- 8500 m2
Milho (Zea mays) Resistente à broca
do milho
AgrEvo
1999
Maio-
antes da
floração
Mora
1200 m2
Fonte: www.iambiente.pt
Tabela 5 - Plantas geneticamente modificadas autorizadas em Portugal para fins de
investigação ou de desenvolvimento.
Anexo 7
Questionário final.
a13
Questionário
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
O presente questionário decorre no âmbito de um trabalho de investigação inserido
no último ano da licenciatura em Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da
Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
Consta de 10 questões de resposta rápida sobre os alimentos geneticamente
modificados em Portugal.
O questionário será aplicado a diversas organizações portuguesas, nomeadamente
Câmaras Municipais, Estabelecimentos do Ensino Superior Público, Cooperativas Agrícolas
e Associações Comerciais e Industriais.
A sua colaboração é essencial para a realização deste trabalho.
Fafe, 26 de Abril de 2005
Com os melhores cumprimentos,
< PT (Celina Tavares - Estagiária de Nutrição
no Gabinete Médico Veterinário Municipal de Fafe)
a14
a15
Questionário
Os Alimentos Geneticamente Modificados em Portugal
Por favor, assinale as suas respostas com uma cruz £3 o u escreva por extenso, se for esse o caso.
1. Indique o tipo de organização a que pertence:
a) Câmara Municipal D
b) Estabelecimento do Ensino Superior □
c) Cooperativa Agrícola □
d) Associação Comerciai e Industrial □
2. Por favor, indique o distrito onde se localiza a organização a que pertence:
3. Sabe o que são alimentos geneticamente modificados? SIM □ NÃO □
3.1. Se SIM, escreva uma definição sucinta:
4. Qual a principal razão do aparecimento dos alimentos geneticamente modificados?
a) Acabar com a fome no mundo D
b) Lutar contra as doenças que afectam as plantas e os animais D
c) Melhorar a qualidade e o valor nutritivo dos produtos alimentares D
d) Satisfazer os interesses económicos de grandes empresas D
e) Outra D
Qual?
a16
5. Conhece o conteúdo da legislação portuguesa sobre os alimentos geneticamente modificados?
SIM □ NÃO □
5.1. Se SIM, acha que existem em Portugal os meios necessários para pôr em prática essa mesma
legislação?
SIM □ NÃO □ NÃO SEI □
6. Existe produção de alimentos geneticamente modificados em Portugal?
SIM □ NÃO □ NÃO SEI □
7. O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo animal?
SIM □ NÃO □ NÃO SEI □
8. O mercado português dispõe de alimentos geneticamente modificados para consumo humano directo?
SIM □ NÃO □ NÃO SEI □
9. Quais as 3 principais fontes que utiliza para obter informação sobre os alimentos geneticamente
modificados?
a) Revistas/jornais □
científicos D
b) Outras revistas/jornais Q
c) Legislação D
d) Livros
e) Internet □
f) Televisão O
g) Rádio □
h) Profissionais desta área □
i) Outra(s)
Qual(ais)?_ a
10 .0 preenchimento deste questionário aumentou o seu interesse pelo estudo dos alimentos geneticamente
modificados?
SIM □ NÃO □
Obrigada pela sua colaboração!
HM3=?