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Processo de cultivo de Plantas medicinais em escolas Plubica
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1
CELIOMAR FRAGAS DA COSTA
FARMÁCIA VIVA:
ESCOLA ESTADUAL “MADRE MARIA BLANDINA”
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
JULHO - 2008
2
CELIOMAR FRAGAS DA COSTA
FARMÁCIA VIVA:
ESCOLA ESTADUAL “MADRE MARIA BLANDINA”
Monografia apresentada ao Departamento
de Agricultura da Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu em Plantas
Medicinais, para obtenção do título de
especialista em Plantas Medicinais – Manejo,
Uso e Manipulação.
Orientador: Prof. Dr José Eduardo Brasil
Pereira Pinto
Co-orientadora: Fúlvia Maria dos Santos.
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
3
CELIOMAR FRAGAS DA COSTA
FARMÁCIA VIVA:
ESCOLA ESTADUAL “MADRE MARIA BLANDINA”
Monografia apresentada ao Departamento
de Agricultura da Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu em Plantas
Medicinais, para obtenção do título de
especialista em Plantas Medicinais – Manejo,
Uso e Manipulação.
APROVADA em 12 de julho de 2008.
Prof. _______________________________________________
Prof. _______________________________________________
______________________________________________________
PROF. DR. JOSÉ EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO
CO-ORIENTADORA: FÚLVIA MARIA DOS SANTOS.
UFLA (Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
4
Dedico este trabalho a minha Família
aos Funcionários, Professores e Direção da
Escola Estadual “Madre Maria Blandina”
Polivalente de Araguari MG que
contribuíram para a realização deste
projeto.
5
AGRADECIMENTOS
A direção da Escola Estadual “Madre Maria Blandina” de Araguari –
MG que ao tomar conhecimento do projeto “Farmácia Viva” acolheu com
carinho e apoiou os trabalhos que foram realizados pelos alunos e professores,
com grande interesse.
Aos Pais dos alunos que compreenderam e forneceram mudas para que
este trabalho tivesse êxito.
À Minha família, minha esposa, meu filho que com paciência acolheram
e compreenderam às horas de ausência dedicadas a este trabalho tão importante
para a comunidade escolar.
“Juntos formamos esse assombro de misérias e grandezas”,
Brasil, nome de vegetal!...”(...).
Mario de Andrade
6
ESCOLA...
É o lugar onde se faz amigos; não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se
conhece, se estima.
O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como
colega, amigo, irmão.
Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados".
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a
ninguém, nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços
de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se "amarrar nela"!
Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer
amigos, educar-se, ser feliz.
(Paulo Freire)
i
SUMÁRIO SUMÁRIO ........................................................................................................ . i RESUMO ........................................................................................................... ii ABSTRACT ...................................................................................................... iii CAPÍTULO I – Introdução a fitoterapia ......................................................... 1 CAPÍTULO II– Os princípios ativos – substâncias, fármacos e
metabolismo secundário das plantas medicinais .................. 3
CAPÍTULO III – Farmácia viva e a escola .................................................... 7 CAPÍTULO IV – Objetivos ............................................................................ 9 Objetivo Geral ................................................................................................ 9 Objetivo Específico ........................................................................................ 9 CAPÍTULO V – Justificativa ......................................................................... 11 CAPÍTULO VI – Metodologia ....................................................................... 12 CAPÍTULO VII - Resultados e discussões .................................................... 14 CAPÍTULO VIII – Conclusões ...................................................................... 20 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 22 ANEXOS ........................................................................................................ 24 ANEXOS A – Sugestão para cultivo de plantas em consorciação com as
hortaliças ............................................................................. 25
ANEXOS B – Informações sobre cultivo, colheita e propagação das plantas medicinais ............................................................................ 27
ANEXOS C – Calendário para plantio de algumas hortaliças das plantas medicinais ............................................................................ 29
ANEXOS D – Vídeos ..................................................................................... 30 ANEXOS E – Pesquisa sobre algumas plantas medicinais importantes, feita
pelos alunos .......................................................................... 31
ANEXOS F – Valor nutricional de algumas hortaliças .................................. 36 ANEXOS G – Materiais básicos definidos para um manejo adequação da
horta ...................................................................................... 37
ii
RESUMO
Atualmente, 80% da população mundial utilizam plantas medicinais e os
motivos mais freqüentes são à busca de uma forma de vida mais natural e a falta
de recursos para adquirir medicamentos sintéticos. Sendo assim o presente
trabalho visa relatar a experiência desenvolvida em uma escola pública, onde os
alunos desenvolvem atividades visando o cultivo de plantas medicinais para seu
posterior estudo e algumas hortaliças que podem ser usadas como condimento
na merenda escolar. Através de um trabalho prático e participativo os alunos
juntamente com a comunidade escolar desenvolveram a capacidade para
trabalho em equipe, espírito cooperativo e responsabilidade pelos atos
realizados, ampliando a consciência da importância das ações individuais e
coletivas. As crianças estão plantando e colhendo hortaliças na horta a alguns
anos, sendo os produtos principais as plantas medicinais e os condimentos. A
horta escolar juntamente com as plantas medicinais e os condimentos foi um
passo para gerar vários temas integrados, como higiene, respeito e cooperação,
alimentação alternativa, entre outros. O presente trabalho deverá ter
prosseguimento para que mais alunos possam vivenciar a experiência
cooperativista utilizando nas atividades da horta técnicas alternativas de
adubação e recuperação de solos, além de produzirem alimentos e remédios
alternativos para a comunidade escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Plantas Medicinais. Hortaliças.
iii
ABSTRACT
Nowadays, 80% of the world population use medicinal plants and the
most frequent reasons are to the search in a way of more natural life and the lack
of resources to acquire synthetic medicines. Being the present work seeks like
this to tell the experience developed at a public school, where the students
develop activities seeking cultivation of medicinal plants for your subsequent
study and some that vegetables that can be used as seasoning in the school
snack. Through a work i practice and the students together with the school
community they developed the capacity for work in team, cooperative spirit and
responsibility for the accomplished acts, enlarging the conscience of the
importance of the individual and collective actions. The children are already
planting and picking vegetables in the vegetable garden some years, being like
this the medicinal plants and seasonings. The school vegetable garden together
with the medicinal plants and the seasonings it went a step to generate several
integrated themes, as hygiene, respect and cooperation, alternative feeding,
among others. The present work should have pursuit so that more students can
live the experience cooperativada, using in the activities of the vegetable garden
techniques manuring alternatives and recovery of soils besides they produce
victuals and alternative medicines for the school community.
KEYWORDS, medicinal plants, vegetables
1
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO A FITOTERAPIA
O uso de plantas medicinais se perde no tempo e na história do ser
humano que, em busca de alívio às suas dores e enfermidades, foi impelido
através dos séculos a analisar os fenômenos da natureza a fim de encontrar
soluções que o ajudasse a minorar seus sofrimentos progressivamente. Suas
experiências deram lugar a métodos empíricos que se cristalizaram em diferentes
sistemas de práticas médicas, o que é uma necessidade e exigência da ciência em
busca da unificação, do progresso com aquilo que a natureza oferece,
respeitando a cultura do povo em torno do uso de produtos ou ervas medicinais
para curar os males (ACCORSI, 2000).
Atualmente o uso das plantas medicinais faz parte da rotina da maioria
das populações, desde aquelas que ainda mantêm costumes antigos, até o
homem atual que tem acesso aos grandes avanços tecnológicos. De acordo com
a Organização Mundial de Saúde - OMS, 80% da humanidade dependem da
medicina tradicional para tratamento de doenças. Isto corresponde a
aproximadamente cinco bilhões de pessoas e, ainda 85% desta medicina
tradicional envolve o uso de extratos vegetais (DAVID, NASCIMENTO &
DAVID, 2004, apud FARNSWORTH, 1998).
Segundo a literatura, os chineses foram os pioneiros na adoção do uso de
fitoterápicos (ALMEIDA, 2003). A Resolução da Diretoria Colegiada no.
48/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA define
fitoterápicos como medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou
partes de plantas medicinais (raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou sementes),
2
que possuem propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico ou
tratamento sintomático de doenças.
Na América Latina, em especial nas regiões tropicais, existem diversas
espécies de plantas medicinais de uso local, com possibilidade de geração de
uma relação custo-benefício bem menor para a população, promovendo saúde a
partir de plantas produzidas localmente. No Brasil existe diversidade e
peculiaridade, com concepções, opiniões, valores, conhecimentos, práticas e
técnicas diferentes, que precisam ser incorporadas e respeitadas no cotidiano,
influenciadas por hábitos, tradições e costumes.
Esse conhecimento e uso das plantas medicinais têm sido estimados,
através da análise de algumas variáveis sociais (NOGUEIRA, 1983). E após
várias décadas, a medicina alternativa ainda se destaca, posto que o efeito dos
seus medicamentos apresenta a mesma eficiência quando comparados aos
adotados pela medicina convencional. Além disso, está havendo um crescente
interesse por parte de pesquisadores de todo o mundo em resgatar as terapêuticas
naturais, uma vez que, os trabalhos de pesquisa com plantas medicinais dão
origem a medicamentos num prazo menor, com custo inferior, sendo mais
acessível à população que não possui condições financeiras para arcar com os
elevados custos dos outros medicamentos.
No entanto, é importante ressaltar que o uso indevido dos fitoterápicos
pode causar danos à saúde do consumido, devido aos componentes ativos que
interagem com os demais medicamentos de necessidade do enfermo (STASI,
1996).
3
CAPITULO II
OS PRÍNCIPIOS ATIVOS
Substâncias, Fármacos e Metabolismo Secundário das Plantas Medicinais.
De acordo com ROCHA (1998), após a série de transformações
tecnológicas que faz da planta medicinal uma droga vegetal, esta contém certo
número de substâncias que, na maior parte dos casos, agem sobre o organismo
humano. É a fitoquímica (química dos vegetais), que se encarrega de estudar
estas substâncias ativas, a sua estrutura, a sua distribuição na planta, as suas
modificações e os processos de transformação que se produzem no decurso da
vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de
armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a farmacologia
(estudos dos efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano, do
mecanismo e da velocidade da sua ação, do processo de absorção e eliminação,
das suas indicações, isto é, do uso contra determinadas doenças). A
farmacologia, por seu lado, é indissociável da medicina clínica.
Ainda segundo ROCHA (1998), as substâncias ativas das plantas
medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário
(essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se
forma em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de
substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja,
processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio
amínico). Estes produtos parecem freqüentemente ser inúteis à planta, mas os
seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se
designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais), resinas e alcalóides
como o do ópio.
4
Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado
puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se
completam e reforçam a ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a
planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo
humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida
por síntese química, (ROCHA, 1998), o que de grande interesse para a
fitoterapia.
Além disso, as substâncias ativas não são unicamente um composto
químico, mas apresentam também um equilíbrio fisiológico, sendo, portanto,
melhor assimiladas pelo organismo e ainda não provocam efeitos nocivos. Essa
é a grande vantagem da medicina natural (ROCHA, 1998).
Segundo ACCORSI (1994), os laboratórios farmacêuticos de
manipulação preparam os produtos fitoterápicos com os princípios ativos
extraídos das plantas medicinais. Quando os princípios ativos causam
intoxicações no homem ou em animais, as plantas são denominadas venenosas
ou tóxicas. A única distinção entre plantas medicinais e plantas tóxicas está nos
efeitos dos princípios ativos no organismo.
Os princípios ativos são extraídos dos órgãos das plantas pelos métodos
indicados pela farmacologia para o preparo de remédios vegetais ou
fitoterápicos.
Pode citar-se como exemplo o ópio, látex seco das cápsulas da
dormideira (Papaver somniferum ou papoula-dormideira), contendo, entre outras
substâncias, um grande número de alcalóides importantes. Cada alcalóide
isolado tem uma ação totalmente diferente do ópio no seu conjunto e provoca,
no organismo humano, efeitos específicos, típicos e originais (efeitos
farmacológicos). Há uma série de métodos modernos que permitem por em
evidência a presença nos vegetais de determinadas substâncias. Em primeiro
lugar, o estudo microscópico, relativo à estrutura anatômica e morfológica do
5
corpo vegetal (atlas microscópicos das drogas vegetais), depois os métodos
físicos, como a microsublimação, que consiste em aquecer uma pequena
quantidade de droga e fixar sobre um vidro as emanações, que são em seguida
analisadas através de métodos químicos. Certas substâncias podem ser
detectadas pela sua fluorescência quando iluminadas por uma lâmpada de
mercúrio (ACCORSI, 1994).
As técnicas especiais da química qualitativa e quantitativa permitem
também despistar a presença de determinada substância. Estes métodos são
descritos em artigos especializados e obedecem as normas estabelecidas a nível
nacional e às exigências relativas à qualidade das plantas medicinais
(ACCORSI, 1994).
Para determinar a natureza química da droga o seu teor em substâncias
pertencentes aos seguintes Grupos Principais: alcalóides, glucosídeos, saponinas,
princípios amargos, taninos, substâncias aromáticas, óleos essenciais e terpenos,
óleos gordos, glucoquininas, mucilagens vegetais, hormonas e anti-sépticos
vegetais tem se mostrado eficiente, (ROCHA, 1998).
Em síntese, uma planta é classificada como medicinal por possuir
sustâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de
princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais destes realmente
estão atuando (FURLAM, 1998).
PRINCÍPIOS ATIVOS
1. ALCALÓIDES: Atuam no sistema nervoso central (calmante,
sedativo, estimulante, anestésico, analgésicos). Alguns podem ser cancerígenos e
outros antitumorais. Ex.: Cafeína do café e guaraná, teobromina do cacau,
pilocarpina do jaborandi, etc.
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2. MUCILAGENS: Cicatrizante, antiinflamatório, laxativo,
expectorante e antiespasmódico.Ex.: babosa e confrei.
3. FLAVONÓIDES: Antiinflamatório, fortalece os vasos capilares,
antiesclerótico, anti-dematoso, dilatador de coronárias, espasmolítico,
antihepatotóxico, colerético e antimicrobiano. Ex.: rutina (em arruda e favela).
4. TANINOS: Adstringentes e antimicrobianos (antidiarréico).
Precipitam proteínas. Ex.: barbatimão e goiabeira.
5. ÓLEOS ESSENCIAIS: Bactericida, antivirótico, cicatrizante,
analgésico, relaxante, expectorante e antiespasmódico. Ex.: mentol nas hortelãs,
timol no tomilho e alecrim pimenta, ascaridol na erva-de-santa-maria, etc.
Fonte: Martins (1995).
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CAPITULO III
FARMÁCIA VIVA E A ESCOLA
Toda sociedade humana acumula um acervo de informações sobre o
ambiente que a cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas
necessidades de sobrevivência. Neste acervo, inscreve-se o conhecimento
relativo ao mundo vegetal com o qual estas sociedades estão em contato
(AMOROZO, 1996).
A etnobotânica, ciência que estuda as interações entre populações
humanas e plantas (MARTIN, 1995), assim como investiga novos recursos
vegetais, tem merecido algum destaque na atualidade, devido ao crescente
interesse pelos produtos naturais. No entanto, a desagregação dos sistemas de
vida tradicionais que acompanha a devastação do ambiente e a intrusão de novos
elementos culturais ameaça muito de perto um acervo de conhecimentos
empíricos e um patrimônio genético de valor inestimável para as gerações
futuras (AMOROZO & GÉLY, 1988). Aplica-se o termo conhecimento
tradicional para referir-se ao conhecimento que o povo local, isto é, residentes da
região sob estudo, conhece sobre o ambiente natural (MARTIN, 1995).
Nesse sentido, a Escola passa a ser um lugar de relevante importância
para o indivíduo, uma vez que é a principal instituição capaz de colaborar com
as tomadas de decisões sobre os problemas da sociedade, além de transmitir às
crianças e jovens informações, e assim oportunizar ao educando o
desenvolvimento integral em seus aspectos cognitivo, afetivo, psicológico e
social, mediante educação teórica e prática.
O presente trabalho relata experiência vivenciada na escola pública
estadual “Madre Maria Blandina” - Polivalente, do município de Araguari/MG,
8
onde os alunos desenvolveram o cultivo de Plantas medicinais, condimentares e
hortaliças para o uso na merenda escolar. A experiência desenvolvida tem como
objetivo principal a formação de alunos capazes de compreender a importância
da agricultura em pequena escala nos dias de hoje, com isso relacionar temas da
ecologia e desenvolvimento sustentável. Além do que visa buscar o
aprimoramento da capacidade de trabalho em equipe, com espírito cooperativo e
com responsabilidade pelos atos praticados, desenvolvendo a consciência do
individual e coletiva no trabalho escolar possibilitando, ainda a integração dos
alunos com a questão ambiental e da agricultura.
9
CAPITULO IV
OBJETIVOS
OBJETIVOS GERAIS
Implantação de uma horta denominada “Farmácia Viva”, estimulando o
cultivo e o uso de plantas com finalidade terapêutica, além de promover a prática
do cultivo de hortaliças na escola, servindo de laboratório para que os
professores desperte em seus alunos o interesse pela educação ambiental.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Beneficiar a comunidade escolar com o plantio de mudas de plantas
medicinais;
• Valorizar o conhecimento de hábitos como aspecto de qualidade de
vida com responsabilidade e consciência em relação a sua saúde e a saúde
coletiva;
• Identificar valores e atitudes desenvolvidas no decorrer do projeto;
• Buscar na medicina popular, alternativas para a prevenção e cura das
doenças;
• Incentivar a utilização de ervas e remédios caseiros, no seu dia-a-dia.
• Propiciar o resgate do saber popular e sua interação com o saber
científico.
• Fornecer mudas para a comunidade.
• Facilitar a identificação botânica de algumas espécies.
• Promover ações de conscientização e de preservação das espécies
10
nativas com valor medicinal, evitando extrativismo predatório e incentivando
seu cultivo.
• Incentivar a população a cultivar plantas medicinais em casa, no local
de trabalho, etc.
• Tornar mais concretos e próximos do dia a dia do aluno temas
normalmente estudados apenas teoricamente, tais como o uso e conservação do
solo, e promover o entendimento com a relação Solo Água Planta, controle
alternativo de pragas e doenças, entre outros.
• Oferecer motivação concreta para que os alunos se interessem por
conhecer os tipos de alimentos, sua composição e as principais fontes de
proteína, vitaminas e sais minerais.
• Estimular o desenvolvimento de hábitos em relação ao consumo de
verduras e legumes.
• Utilizar a horta como espaço de observação da cadeia alimentar.
• Verificar através da observação da horta os possíveis predadores e
debater as medidas preventivas e de combate a esses seres.
• Iniciar os alunos em atividades ligadas à pesquisa na área de ecologia
como ciclos da matéria, fluxo de energia, crescimento e regulação populacional.
• Promover a compreensão teórica sobre os fatores abióticos e bióticos
com o auxílio da horta.
• Estabelecer um espaço democrático fruto de um trabalho realizado em
conjunto, que possibilite a interação entre o homem /meio ambiente e homem/
homem estimulando o exercício da cidadania e a interação entre as disciplinas na
construção de um trabalho interdisciplinar.
• Dar oportunidade aos alunos de aprenderem a cultivar plantas
utilizadas como alimentos e remédios.
• Criar uma área verde na escola, produtiva, pela quais todos se sintam
responsáveis.
11
12
CAPITULO V
JUSTIFICATIVA
De ordem teórica:
Considerando a necessidade de introduzir hábitos mais saudáveis e
naturais no dia-a-dia dos alunos e de sua família, através de uma medicina
alternativa e economicamente baixa, visando à prevenção e cura de doenças,
além de enriquecer a merenda escolar com hortaliças produzidas na própria
escola.
Buscando na própria comunidade escolar plantas medicinais que podem
e devem ser utilizadas e hortaliças que são consumidas, tendo como proposta
desenvolver a responsabilidade no cuidado, manejo e utilização, priorizando e
valorizando a vida; transformando o saber popular em conhecimento mais
elaborado.
Pelo desejo de regressar à natureza que se observa no homem moderno e
por certas desconfianças em relação aos medicamentos de origem sintética de
produção industrializada.
Por uma nutrição escolar mais qualificada e rica em nutrientes
Dentro do contexto este projeto não pretende substituir a medicina
oficial, mas oferecer orientações e identificação das plantas, do cultivo e colheita
e dos cuidados no preparo e dosagem, assim evitando os riscos da utilização
inadequada.
De ordem legal:
Esse procedimento faz parte da integralidade da carga horária prevista
no Curso de Especialização em Plantas Medicinais da Universidade de Lavras.
13
CAPITULO VI
METODOLOGIA
Em termos metodológicos o presente projeto se baseia na interação de
várias disciplinas (enfoque transdisciplinar) que aqui destacaremos para uma
melhor observação, mas que aconteceram de forma natural. Desde a medição da
área, localização da horta, modificação do espaço, intervenção do homem no
meio, o impacto ambiental e suas conseqüências, a importância de consumirmos
alimentos saudáveis. A História juntamente com a Geografia, Ciências,
Matemática e Português, trabalharam a relação entre o desenvolvimento da
humanidade e seu vínculo a terra, a importância da agricultura nas comunidades
primitivas, (a questão do nomadismo), localização da horta relacionado ao grau
de insolação necessário para o desenvolvimento dos vegetais, a utilização da
adubação orgânica, dentro dos princípios da agricultura de base ecológica.
O projeto tem a pretensão de introduzir o aspecto ambiental até em
disciplinas como a matemática, física, química, geografia, historia, língua
portuguesa, educação física. As expressões matemáticas estão presentes até nas
brincadeiras dos próprios alunos quando as relacionam, por exemplo, com a
quantidade de canteiros possíveis de serem estabelecidos na horta. Biologia: tipo
de cultura, exposição de semente, desenvolvimento das plantas, fotossíntese,
tipos de animais na horta, conhecimento de produtos químicos e orgânicos.
Química: tipo de nutrientes encontrado no solo, percepção de textura do solo,
temperatura, cheiro e umidade, qualidade da água. Língua portuguesa: redação
(relatórios mensais), elaboração de questionário, desenvolvimento de leitura e
interpretação de texto. Educação física: estimular a capacidade motora no
cultivo da horta feita com as mãos e na construção do canteiro. Geografia: tipo
14
de clima regional, tipo de solo, consciência do desenvolvimento sustentável.
Historia: origem dos vegetais. Física: tipos de ferramentas utilizadas para o
cultivo (mecânica; alavancas), quantidade de água a ser adicionada devido a
perca pela evapotranspiração (termodinâmica)
Sendo assim a implantação da horta na Escola Estadual “Madre Maria
Blandina” no município de Araguari - MG mobilizou todos os segmentos da
escola, além de alguns funcionários e pais que detinham a experiência de
plantio, onde até o momento atual foram desenvolvidas as etapas abaixo.
1ª) Discussão sobre a implantação da horta na escola com os professores
e funcionários nas reuniões pedagógicas e com os alunos em sala, sendo
definidas as espécies que seriam cultivadas, área de plantio e forma de obtenção
das mudas.
2ª) Confecção de terrários como um recurso para despertar o estímulo
das turmas, através do estudo do desenvolvimento das plantas, o ciclo da água,
decomposição, ciclo do oxigênio, fotossíntese, brotamento e surgimento de
fungos.
3ª) Mobilização dos alunos do Ensino Fundamental, para a construção
de uma horta suspensa com garrafas pet para possível discussão de materiais
reciclados e o seu reaproveitamento.
4ª) Mobilização dos alunos do ensino médio para estudarem através de
pesquisas e entrevistas os fatores que promovem a qualidade e manutenção do
solo.
5ª) Implantação e manutenção efetiva da horta.
6ª) Exposição de métodos e técnicas alternativas para combater pragas e
para realização da higienização dos alimentos.
15
É importante mencionar que o referido projeto não possui período de
duração pré-estabelecido, pois a cada ano novos alunos e turmas participarão
dessa atividade estabelecendo um rodízio entre funcionários de apoio,
professores e direção para garantir a manutenção desse projeto, tornando esse
espaço um patrimônio da escola, onde a cada início de ano letivo, novos
caminhos e estratégias deverão ser definidos para garantir a permanência de uma
área viva, de imensa relevância para a comunidade interna e externa.
16
CAPÍTULO VII
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Cumprindo os itens listados previamente na metodologia, segue as
seguintes discussões em ordem cronológica dos acontecimentos do trabalho:
1ª) Em relação à implantação da horta na escola para a seleção de
espécies observou-se o clima da região, as estações do ano para o plantio e o
tamanho da área selecionada. As informações necessárias para essas decisões
foram resultantes de uma pesquisa realizada pelos próprios professores, alunos
envolvidos e pelo coordenador do projeto.
Reuniões foram realizadas mensalmente, de planejamento e decisões,
como: onde as turmas do Ensino Médio deveriam cultivar temperos, verduras e
legumes de crescimento rápido (alface, couve, nabo, chicória, salsa, cebolinha, e
plantas medicinais) que inicialmente seriam plantadas em terrários e em seguida
diretamente no solo, dependendo da espécie. Para o 3º ano do ensino médio
ficou estabelecido que os alunos devessem se responsabilizar pela classificação
das plantas, estatísticas do tempo de desenvolvimento e número populacional de
cada espécie, fazendo relatórios semanais sobre o crescimento e regulação
populacional da horta.
As listas de plantas medicinas em consorciação com hortaliças,
informações sobre seu cultivo e algumas sugestões de hortaliças com seu
respectivo calendário pra o plantio sugerido e pesquisado nas reuniões encontra-
se nos anexos A, B e C. 2ª) Na tentativa de estimular os alunos foram confeccionados terrários
em vidro com medidas variando em 30 cm x 30 cm x 30 cm como recursos
próprios, dos alunos, e garrafas pet divididas ao meio para despertar e estimular
a prática de observação, do desenvolvimento das plantas, o ciclo da água,
17
decomposição, ciclo do oxigênio, fotossíntese, brotamento e surgimento de
fungos.
Com esse recurso também foi possível discutir os fatores abióticos e
bióticos, além da importância da temperatura e luz solar para o desenvolvimento
das plantas.
Para a confecção dos terrários nas turmas do Ensino Médio, foram
utilizadas caixas de vidro, terra adubada e sementes de feijão, nabo e alface.
Durante o desenvolvimento dessa aula foi mencionada a importância da
reciclagem do lixo sendo exposta uma fita (Anexo D) sobre o trabalho de
reciclagem realizado por algumas comunidades e o impacto causado pelo
acúmulo de lixo no meio ambiente, abrindo espaço para um debate sobre a
relação do lixo e consumo.
Referente aos conteúdos teóricos mencionados, durante o
desenvolvimento dessa etapa, esses foram expostos com auxílio de livros
didáticos, através de esquemas (fotossíntese, ciclo da água, ciclo do oxigênio,
ciclo do carbono), aulas expositivas e textos complementares (decomposição e
aparecimento de fungos). É importante destacar que todos os conteúdos
relacionados foram reforçados com base nos relatos apresentados pelos alunos
do ensino médio, através da observação dos terrários, apresentados em forma de
relatórios escritos e depoimentos em sala de aula abrindo espaço para
esclarecimentos, dúvidas e curiosidades.
Durante a apresentação dos relatórios sobre o desenvolvimento dos
terrários confeccionados pelos alunos, algumas curiosidades foram apresentadas
como a umidade visível no interior do terrário, temperatura, dimensões e volume
de terra utilizado, tipos de solo, quantidade de matéria orgânica e adubação
utilizada, reforçando o conteúdo sobre o ciclo da água, o aparecimento de fungos
e decomposição das plantas, evapotranspiração, calor sensível e calor latente da
água, cálculos matemáticos - volume dos sólidos, química do solo – cálculos de
18
nutrientes. Diante dessas curiosidades foi possível no 2º ano reforçar os
conteúdos já ministrados e no 3º ano abrir a discussão sobre cadeia alimentar,
onde foram utilizados esquemas e textos complementares retirados de diversos
livros didáticos esclarecendo os conteúdos relacionados.
3ª) Para os alunos do ensino fundamental, 5ª a 8ª series, trabalhou-se a
construção de uma horta suspensa com garrafas pet para discussão do
reaproveitamento de materiais descartáveis, como também, a importância da
alimentação de qualidade para a manutenção do organismo, o tipo de solo
adequado para o cultivo das mudas escolhidas e a importância dos vegetais para
o equilíbrio do planeta em relação à produção de oxigênio.
Nessa etapa os alunos da 5ª série foram submetidos a uma oficina de
reaproveitamento de garrafas pet orientados pelos alunos do 1º ano do Ensino
Médio e professores, onde foram confeccionados os recipientes para a plantação
de temperos, abrindo a discussão sobre reaproveitamento e a ameaça do acúmulo
de lixo no meio ambiente. Durante o plantio das mudas, os alunos mencionaram
a importância do solo adequado e adubado para o plantio. O professor da turma
em questão já havia realizado um trabalho sobre a importância da alimentação
de qualidade, abrindo espaço para a discussão do tema durante a confecção da
horta suspensa.
Os alunos do 1º ano do ensino médio foram estimulados a expor a
experiência adquirida com esse trabalho através de relatórios e debates, onde
apresentaram as dificuldades e os objetivos alcançados. Diante desse debate foi
sugerido que os alunos fizessem um trabalho sobre os alimentos diversos e
principalmente os escolhidos para o plantio, relacionando o seu valor
nutricional, além da importância de uma dieta balanceada, destacando essa
pesquisa em cartazes para exposição do trabalho ora realizado junto à
comunidade e a escola, e todos demais envolvidos no projeto.
19
4ª) Nessa etapa foi solicitado para os alunos do 3º ano realizarem uma
pesquisa considerando os fatores que promovem a qualidade e manutenção do
solo, como temperatura, ciclo do nitrogênio, ciclo do fósforo e enxofre. Esses
temas foram reforçados em sala através de esquemas retirados de diferentes
livros didáticos e aulas expositivas. Também foram discutidos os fatores bióticos
e abióticos tendo como base a análise desses fatores em ambientes como o
terrário e a horta.
Durante o desenvolvimento dessa etapa os alunos do 3º ano do Ensino
Médio foram orientados para realizarem a classificação das plantas da horta e
elaboraram livretos relacionados às ervas medicinais e suas propriedades, para
serem distribuídos durante as reuniões de responsáveis. O trabalho de pesquisa e
elaboração dos livros foi realizado em grupos e o resultado foi bastante
produtivo, já que os alunos deram preferência à pesquisa sobre as plantas
comuns na região, comparando relatos dos moradores referentes às propriedades
das ervas com a pesquisa teórica realizada.
Informações referente a plantas medicinais e algumas de suas
propriedades como também valor nutricional de algumas hortaliças, referente a
pesquisa dos alunos para a construção do livreto encontra-se nos anexos E e F.
Nas turmas de 1º e 2º anos do Ensino Médio, foram discutidos sobre os
fatores bióticos e abióticos através de aulas expositivas, tendo como recursos
didáticos a análise do terrário e meio ambiente como um todo. 5ª) Após escolherem o espaço, as sementes e mudas, os alunos partiram
para a implantação da horta, as matérias utilizadas na construção da horta
seguem listados no anexo G. Nessa etapa, ao preparar os canteiros com terra e
material orgânico que foram doados pela comunidade, alguns alunos levantaram
a questão sobre a necessidade de construir uma barreira de contenção, para que
chuvas ou irrigação das plantas não possibilitassem a destruição dos canteiros. A
solução encontrada foi à criação de uma barreira de contenção feita com garrafas
20
pet. Diante desse problema, foi aberto um espaço para as professoras de
geografia, biologia e matemática reforçarem os conteúdos sobre as causas e
conseqüências do assoreamento levando em conta as condições ambientais da
região e as dimensões dos canteiros.
Também é importante ressaltar que a Escola está colhendo os resultados
desse trabalho, proporcionando aos alunos e funcionários o consumo de uma
alimentação diversificada e saudável, além de uma variedade de plantas
medicinais.
No momento a horta da Escola Estadual “Madre Maria Blandina”
encontram-se com 16 espécies de plantas medicinais e aromáticas aclimatadas, e
07 hortaliças cujas sementes foram obtidas através da Prefeitura Municipal, pelo
projeto “Agricultura Urbana” desenvolvida pela Secretaria Municipal de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Agronegócios.
As plantas medicinais presentes na horta são: alecrim (Rosmarinus
officinalis), arnica brasileira (Solidago microglossa), babosa (Aloe barbadensis),
boldinho (Plectranthus ornatum), capim santo (Cymbopogon citratus), carqueja
(Baccharis trimera), espinheira santa (Maytenus ilicifolia), guaco (Mikania
glomerata), hortelã -horta (Mentha rotundifolia), hortelã-japonesa (Mentha
arvensis), hortelã - rasteira (Mentha villosa), manjerona (Origanum majorana),
melissa - erva cidreira (Melissa officinalis), orégano (Origanum vulgare), sálvia
(Salvia officinalis), sálvia língua de vaca (Chaptalia nutans),
Dessa forma, notou-se um grande conhecimento adquirido por parte dos
alunos e professores quanto à quantidade de espécies conhecidas. Entre as
enfermidades aliviadas ou curadas com ervas medicinais destacam-se: dor de
cabeça, dores estomacais, cólicas intestinais, diarréias, cicatrização de
ferimentos, inflamações, cólicas, gripe, tosse, inflamações de garganta, febre,
hipertensão, problemas renais, dores de ouvido, calmante, entre outras, Carvalho
et al. (2005).
21
As hortaliças presentes na horta são; acelga, alface, beterraba, cenoura,
couve, salsa, cebolinha. As hortaliças produzidas forneceram alimentos mais
saudáveis para a merenda e desenvolveram o trabalho em grupo, a partir dela,
outros temas transversais foram surgindo. A horta também serviu como local de
integração entre os alunos já que eles necessitam de desenvolver as atividades
em grupos.
As ações de intervenção por parte do pesquisador, para a formação da
horta na escola se deram por meio da presença constante e efetiva participação
dos alunos, professores e voluntários nos encontros, permitiu uma relação de
confiança entre o pesquisador e a comunidade escolar.
A horta proporcionou aos envolvidos um aumento no consumo de
hortaliças na dieta alimentar, puderam ainda observar que é possível produzir
hortaliças a um baixo custo para obtenção de alimentos de boa qualidade, sem
uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos primando pelo controle alternativo de
pragas, doenças e utilização de estercos curtidos.
A utilização da horta como prática escolar não se restringirá a um
período determinado. A repercussão é maior a cada dia e irradiada para outras
pessoas da comunidade escolar. Esta foi um modo para gerar vários temas como
higiene, respeito e cooperação, alimentação alternativa, entre outros. A merenda
escolar foi qualificada e enriquecida com alimentos mais nutritivos e saudáveis
produzidos pelos próprios alunos. Dentre os resultados obtidos até o momento
verifica-se a compreensão pelos alunos da importância dos vegetais na
alimentação e a necessidade de se preservar o ambiente natural, utilizando-se a
horta escolar e o cultivo de chás e condimentos como instrumento interativo e de
descobertas de medicamentos alternativos. O presente trabalho deverá ter
prosseguimento para que mais alunos desenvolvam a vivência concreta da horta
escolar.
22
A experiência desenvolvida possibilitou que vários alunos
multiplicassem a experiência em suas casas, valorizando os conhecimentos
adquiridos e adotando hábitos saudáveis e uma melhor qualidade de vida. A
merenda escolar está sendo reforçada com os vegetais que são produzidos na
horta.
23
CAPÍTULO VIII
CONCLUSÕES
O trabalho na horta escolar produziu repercussão em toda comunidade e
tornou se ampla. Os alunos do turno vespertino, ensino fundamental, se
dedicaram a este trabalho com entusiasmo e dedicação observando que as
atividades transcorreram de maneira tranqüila e organizada.
Durante o processo de implantação da Farmácia Viva ouve a
mobilização dos pais, alunos e funcionários da Escola, possibilitando a aquisição
de novos conhecimentos, onde todos através da pesquisa e prática puderam
exercer uma atividade dinâmica, que favoreceu o ensino de ecologia,
incentivando a pesquisa e discussão de temas como: cadeia alimentar, ciclos da
matéria, decomposição, fluxo de energia, entre outros, além de garantir a
interação entre outras disciplinas, estabelecendo a discutida transdisciplinaridade
que ao somar os conhecimentos abriu caminhos para o desenvolvimento da
aprendizagem.
Essa atividade também contribuiu para a valorização das experiências e
saberes comuns aos alunos e as comunidades em questão, possibilitando o
exercício da cultura local.
A distribuição de responsabilidades referente à implantação e
manutenção da horta contribuiu para o resgate e valorização de uma atividade
depreciada por ambas as partes da comunidade (professores e alunos), que
procuraram analisar através dos conhecimentos adquiridos a importância desse
espaço como um campo de estudo vivo, onde a interação homem/meio ambiente
se realizou, sendo este homem capaz de compreender sua ligação na teia de
interações com os demais seres vivos.
24
Essa proposta de trabalho enriqueceu a exposição de alguns conteúdos
didáticos, além de contribuir de forma positiva para o fortalecimento e
manutenção das relações professor/ aluno, escola/comunidade e homem/ meio
ambiente, tornando nesse sentido a escola um espaço democrático,
comprometida com o resgate e construção de valores fundamentais para a
conquista do cidadão participativo.
A partir desse projeto observou-se:
1. Valorização da escola pela comunidade, alunos e funcionários;
2. Comprometimento de todos os segmentos com o projeto Farmácia
Viva na produção de plantas medicinais;
3. Interação com a escola (troca de mudas, sementes, doações aos
alunos);
4. Aumento da auto-estima, do respeito pela escola e funcionários e
meio ambiente;
5. Efeito multiplicador: alguns alunos estão cultivando hortas de
plantas medicinais em suas casas, entre outros.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACCORSI, WALTER RADAMÉS..Programa de Plantas Medicinais e
Fitoterapia: Medicina Popular e Fitoterapia. Edição Cursos Agrozootécnicos ESALQ-USP. Piracicaba. São Paulo. 1994. 81p
ACCORSI WR. Medicina natural, um novo conceito. A fórmula: guia de
negócios 2000; 2(4):5. ALICE WATERS. O Pátio Comestível da Escola. Learning in the Real World.
1999. 63p. ELLEN REGINA MAYHÉ NUNES. Alfabetizaço Ecológica - um caminho para a sustentabilidade. Porto Alegre. 2005.
ALMEIDA, M. Z., Plantas Medicinais. Salvador: Ufba, 2003. 31 p. AMOROZO, M. C. de M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas
medicinais. In: Di Stasi, L.C. (organizador). Plantas Medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo multidisciplinar. 1a. ed. São Paulo, Ed. Unesp. 1996, p. 47-68.
AMOROZO & GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo
Amazonas, Bacarena, PA, Brasil. Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi, Ser. Bot. Belém, Plantas Medicinais do Brasil. Rio de Janeiro, RJ. 1988, 210p.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 48, de
16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.
CARVALHO, V.M. de; et al. Uso e cultivo de plantas medicinais em
residências de cidades do norte do Estado do Paraná. 45º Congresso Brasileiro de Olericultura, 15º Congresso Brasileiro de Plantas Ornamentais, 2º Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas, Fortaleza-CE, Brasil. Agosto/2005.
CORRÊA JUNIOR, C., MING, L.C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo de Plantas
Medicinais, condimentares e aromáticas. Curitiba: EMATERPARANÁ, 1991, 151p.
26
CUNHA,F.L.S.J. Desenvolvimento, Agricultura e sustentabilidade. In: II Seminário Internacional Ciência e Tecnologia na América Latina. Campinas: UNICAMP/UNEMAT.2005.
CRUZ, G. L. Dicionário das plantas úteis do Brasil. 5.ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 1995
DAVID, J. P. L.; NASCIMENTO, J.A.P., DAVID, J.M. Produtos
Fitoterápicos: uma perspectiva de negócio para a indústria, um campo pouco explorado pelos farmacêuticos. Infarma. v.16, nº 9-10, p.71-76, 2004.
FURLAN, MARCOS ROBERTO. Cultivo de Plantas Medicinais. Coleção
Agroindústria, 13. Edição SEBRAE - Cuiabá. Mato Grosso.1998.137p MARTIN, G.J. Ethnobotany – A method manual. Chapman & Hall, New
York. 1995. 268p. NOGUEIRA MJC. Fitoterapia popular e enfermagem comunitária. Rev Esc
Enf USP 1983; 17(3):275. ROCHA, MARCO AURÉLIO. Fitoterapia. Internet. 2008. URL:
http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/p02.pdf STASI, L. C. D. Plantas medicinais: arte e ciência. São Paulo: Unesp, 1996.
230 p.
27
ANEXOS
28
ANEXO A
SUGESTÃO PARA CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS EM
CONSORCIAÇÃO COM AS HORTALIÇAS.
Nome popular/ Nome Científico
Parte da planta usada/Forma de
Uso
Indicação terapêutica
Dose diária/ via de administração
Alcachofra
Cynara scolymnus
Folhas/ infusão, decção e tintura
(%)
Colerético e colagogo
Folhas secas: máximo 6g/ tintura, 2 a 4mL, 3x ao dia/
via oral
Alho Allium sativum
Bulbo fresco ou seco/ tintura, óleo
e extrato seco
Coadjunvante no tratamento de
hiperlipidemia e hipertensão arterial leve; prevenção da
arterosesclerose
Bulbo seco: 0,4 a 1,2g; bulbo fresco: 2 a 4g tintura; 6 a 12mL; óleo: 2 a 5mg;
extrato seco: 300 a 1000mg/via oral
Babosa Aloe vera Gel mucilaginoso
Tratamento de queimaduras
térmicas, de 1º e 2º graus, e de radiação
10 a 70% do gel fresco/ tópico
Boldo do Chile Peumus boldus Folhas/ infusão Colerético e
colagogo 2 a 5g/ via oral
Calendula Calendula officinalis
Flores/ infusão e tintura
Cicatrizante, anti-inflamatório, e
antisséptico
Infusão: 1 a 2g/150mL; tintura:
2 a 4mL; 250 a 500mL/tópico
Camomila Matricharia
recutita
Capítulos florais/ infusão e tintura
Antiespasmódico e anti-inflmatório
Infusão: 2 a 6g, 3 vezes/ via oral, tintura: apenas 5%
tópico
29
Continuação do anexo A Nome popular/ Nome Científico
Parte da planta usada/Forma de
Uso
Indicação terapêutica
Dose diária/ via de administração
Confrei Symphytum officinalis
Folhas e raízes/ infusão e decocção Cicatrizante Infusão 5 a 20% (máximo 4
a 6 semanas ao ano)/ tópico
Erva-doce Pimpinella
anisum Frutos/ infusão
Antiespasmódico, carminativo e expectorante
Crianças de 0 a 1 ano: 1g; De 1 a 4 anos: 2g; adulto: 3
a 5g/via oral
Gengibre Zingiber
officinalis
Raízes/ infusão e decocção
Profilaxia de náuseas causadas pelo movimento (cinetose) e pós-
cirúrgicas
Crianças até 6 anos: 0,5 a 2g; adulto: 2 a 4g/via oral
Hortelã
Mentha piperita Folhas/ infusão e
tintura (1:5) Carminativo e expectorante
Infusão: 3 a 6g; tintura: 5 a 15mL/ via oral
Melissa Melissa
officinalis
Folhas/ infusão e tintura (1:10)
Carminativo, antiespasmódico e
sedativo
Infusão: 8 a 10g; tintura: 6 a 18mL/ via oral
Maracujá Passiflora incarnata
Folhas/ infusão e tintura (1:8) Sedativo Infusão: 4 a 8g; tintura: 1 a
4mL/ via oral
FONTE: CRUZ 1995
30
ANEXO B
INFORMAÇÕES SOBRE CULTIVO, COLHEITA E ROPAGAÇÃO DAS
PLANTAS MEDICINAIS.
Nome comum Nome botânico Propagação Espaçamento
(m) Colheita Porte (m)
ALECRIM Rosmarinus officinalis estacas 1,2 x 0,9 1 ano 1,0
ALECRIM PIMENTA
Lippia sidoides estacas 1,5 x 1,2 1 ano 1,5
CONFREI Symplytum sp Divisão de. touceiras 0,5 x 0,5 3 meses 0,5
QUEBRA - PEDRA
Phyllantus niruri sementes 0,2 x 0,2 3 meses 0,5
POEJO Mentha pulegium raizes./estacas 0,3 x 0,3 3 meses rasteiro
MIL-FOLHAS Achilea milefolium rebentos 0,5 x 0,3 4 meses 0,5
TANCHAGEM Plantago sp sementes 0,3 x 0,3 3 meses 0,4
GUACO Mikania glomerata estacas 3,0 x 2,5 6 meses trepadeira
ARTEMÍSIA Artemisia vulgaris sementes 0,3 x 0,3 Flores 0,5
AGRIÃO Lepidium sativum
rizoma/ sementes 0,3 x 0,3 3 meses rasteiro
HORTELÃ Mentha villosa riz/estacas 0,3 x 0,3 3 meses rasteiro
BOLDO Vernonia condensata estacas 3,0 x 2,0 4 meses 2,5
CAMPIM - SANTO
Cymbopogon citratus div. touc 1,0 x 0,4 3 meses 0,5
31
Continuação anexo B
Nome comum Nome botânico Propagação Espaçamento
(m) Colheita Porte (m)
ERVA DE STA- MARIA
Chenopodium ambrosioide sementes 0,5 x 0,5 3 meses 0,8
FUNCHO Foeniculum vulgare sementes 0,3 x 0,3 3 a 4
meses 0,8
GENGIBRE Zingiber officinalis rizomas 0,5 x 0,5 8 a 10
meses 0,9 a 1,2
MARACUJÁ Passiflora edulis sementes 5,0 x 3,0 1 ano trepadeira
MENTRASTO Agerato conyzóides sementes 0,3 x 0,3 3 meses 0,5
ORÉGANO Origanum vulgare sem./ estcas 0,6 x 0,3 1 ano 0,3
CAMOMILA Chamomila recutita sementes 0,5 x 0,15 4 a 6
meses 0,4
TOMILHO Thymus vulgaris sem./ estcas 0,6 x 0,3 18
meses 0,3
CARQUEJA Bicharis articulata sem./ estcas 0,5 x 0,3 5 meses 0,6
ALHO Allium sativum bulbilhos 0,25 x 0,10 4 a 5
meses 0,3 a 0,4
ERVA CIDREIRA Líppia alba sem./ estcas 1,0 x 0,5 6 meses 1,0
FONTE: CRUZ 1995
32
ANEXO C
CALENDÁRIO PARA PLANTIO DE ALGUMAS HORTALIÇAS
ÉPOCA DE PLANTIO / MESES DO ANO FAMÍLIA HORTALIÇAS
J F M A M J J A S O N D
Apiácea CENOURA x x x x x x x x x x x x COENTRO x x x x x x SALSA x x x x x x x x x x x x FUNCHO x x x x x x
Aliácea CEBOLINHA x x x x x x x x x x x X Brassicácea AGRIÃO x x x x x
COUVE x x x x x x x x x x x x COUVE – FLOR x x x x RABANETE x x x x x x x x x x x x
REPOLHO – INVERNO x x x x x x x
REPOLHO – VERÃO x x x x x
BROCOLI x x x x x x x x x x X Malvácea QUIABO x x x x x x x x Fabácea VAGEM x x x x x x x x x X
ERVILHA x x x x x ESPINAFRE x x x x x x x x x x x x BETERRABA x x x x x x x ACELGA x x x x x x x x
Cucurbitácea PEPINO x x x x x x x x
ABOBRINHA ITALIANA x x x x x x x x x x x x
ABOBRINHA MENINA x x x x x x x
Solonácea PIMENTÃO x x x x x x x TOMATE x x x x x x x x x x x x BERINJELA x x x x x x
Compositae ALCACHOFRA x x x x
33
ANEXO D
VIDEOS
1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL – CURSO BÁSICO À DISTÂNCIA.
Ementa:
O vídeo mostra o esforço de duas professoras em busca de informações
para trabalhar conceitos de Educação Ambiental com seus alunos. Para ilustrar
essa situação o vídeo apresenta também experiências bem – sucedidas de
educação ambiental em forma de reportagem.
Esse vídeo integra o kit didático com materiais do Curso básico de
Educação Ambiental à distância, promovida pelo ministério do Meio Ambiente,
em parceria com o Ministério da Educação e IBAMA.
2. QUIXOTE RECICLADO
Ementa:
Dom Quixote é um símbolo do idealismo dos homens. Nesse filme ele
volta, para enfrentar um dos maiores problemas do nosso século: o lixo urbano.
Dom Quixote, com seu companheiro Sancho Pança, irão procurar meios para
solucionar o problema do lixo. Misturando aventura e informação. Esse filme
pretende mostrar que o gerenciamento do lixo é um problema de cada um de
nós.
34
ANEXO E
PESQUISA SOBRE ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS
IMPORTANTES, REALIZADA PELOS ALUNOS.
ALECRIM (Rosmarinus officinalis L.)
Indicações: estimulante digestivo e para falta de apetite (inapetência),
contra azia, para problemas respiratórios e debilidade cardíaca (cardiotônico),
contra cansaço físico e mental, combate hemorróidas, antiespasmódico (uso
interno) e cicatrizante (uso externo).
Toxicologia: em altas doses pode ser tóxico e abortivo.
ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides) Indicações: para impingens,
acne, pano-branco, aftas, escabiose, caspa, maus odores dos pés, axilas,
sarnainfecciosa, pé-de-atleta, para inflamações da boca e garganta, como
antiespasmódico e estomáquico. Seus constituíntes químicos lhe conferem forte
ação antisséptica contra fungos e bactérias.
ALHO (Allium sativum L.) Indicações: contra hipertensão, picadas de
inseto, diurético, expectorante, antigripal, febrífugo, desinfetante,
antinflamatório, antibiótico, antisséptico, vermífugo (lombriga, solitária e
ameba), para arterioesclerose e contra ácido úrico.
Toxicologia: contra indicado para pessoas com problemas estomacais e
de úlceras, incoveniente para recémnascidos e mães em amamentação, e ainda
em pessoas com dermatites. Em doses muito elevada, pode provocar dor de
cabeça, de estômago, dos rins e até tonturas.
ARTEMÍSIA (Chrysanthemum parthenium Bern.) Indicações:
antileucorréico, emenagogo, antiespasmódico, febrifugo, para dores de cabeça,
enxaquecas, artrites, diarréia, pertubações gástricas e insônia.
Toxicologia: Não deve ser utilizado durante a gravidez, pois exerce forte
ação sobre o útero, podendo causar aborto.
35
BABOSA (Aloe sp.) Indicações: o suco das folhas é emoliente e
resolutivo, quando usadas topicamente sobre inflamações, queimaduras,
eczemas, erisipelas, queda de cabelo, etc. A polpa é antioftálmica, vulnerária e
vermífuga (uso interno). A folha despida de cutícula é um supositório
calmamente nas retites hemorroidais. É ainda utilizada externamente nas
entorses, contusões e dores reumáticas.
Toxicologia: não deve ser ingerida por mulheres durante a menstruação
ou gravidez. Também deve ser evitada nos estados hemorroidários. Não usar
internamente em crianças.
BOLDO (Vernonia condensata Beker) Indicações: aperiente, colagogo,
colerético, desintoxicante do fígado, diurético e antidiarrético. Usado
popularmente para a ressaca alcoólica.
Toxicologia: outras espécies do gênero Vernonia não apresentam
nenhum efeito tóxico, exceto um glicosídeo cardiotônico encontrado nas raízes
de uma das espécies na África. Não se aconselha o uso prolongado da planta.
CALÊNDULA (Calendula officinalis) Indicações: cicatrizante e
antisséptico (uso externo). Sudorífico, analgésico, colagogo, antinflamatório,
antiviral, antiemético, vasodilatador e tonificante da pele (contra acne).
CAPIM-SANTO (Cymbopogon citratusz) Indicações: bactericida,
antiespasmódico, calmante, analgésico suave, carminativo, estomáquico,
diurético, sudorífico, hipotensor, anti-reumático. Mais utilizado em diarréias,
dores estomacais e problemas renais.
Toxicologia: pode ser abortivo em doses concentradas.
CONFREI (Symphitum sp. L.)
Indicações: hemostático, antinflamatório, cicatrizante. Utilizando para
favorecer o crescimento de tecidos novos em ulcerações, feridas e cortes,
fraturas e afecções ósseas (onde age como indutor da produção calcárea).
36
ERVA-CIDREIRA-DE-ARBUSTO (Lippia alba (Mill) N. E. Brown)
Indicações: antiespasmódico, estomáquico, carminativo, calmante, digestivo e
combate a insônia e asma.
Toxicologia: popularmente não se recomenda o uso por hipotensos
(pressão baixa).
ERVA-DE-SANTA-MARIA (Chenopodium ambrosioides L.)
Indicações: estomáquico, diurético, vermífugo, sudorífico, para angina e
infecções pulmonares. Cicatrizante e para contusões (uso externo).
Toxicologia: deve ser administrada com cautela. É contra indicado para
gestantes e para crianças menores de 2 anos de idade. Usar sob orientação de
profissional da área.
FALSO BOLDO (Coleus barbatus) Indicações: tônico, digestivo,
hipossecretor gástrico (para azia e dispepsia), carminativo, para afecções do
fígado e para ressaca alcoólica.
Toxicologia: em doses elevadas pode causar irritação gástrica.
FOLHA-DA-FORTUNA (Bryophylum pinnatum Kurtz)
Indicações: emoliente (para furúnculos), cicatrizantes (queimaduras) e
antinflamatório local (uso externo).Refrescante intestinal, para coqueluche e
demais infecções das vias respiratórias, usada também para úlceras egastrites
(uso interno).
FUNCHO (Foeniculum vulgare Mill). Indicações: carminativo,
galactagogo, digestivo, diurético, tônico geral e antiespasmódico (cólicas de
crianças).
Toxicologia: O uso de mais de 20 g/l dessa erva pode ser convulsivante.
GENGIBRE (Zingiber officinalis) Indicações: estimulante
gastrintestinal, aperiente, combate os gases intestinais (carminativo), vômitos,
rouquidão; tônico e expectorante. Externamente é revulsivo, utilizado em
traumatismos e reumatismos.
37
Toxicologia: o uso externo deve ser acompanhado, para evitar possíveis
queimaduras.
GOIABEIRA-VERMELHA (Psidium guajava) Indicações:
antisséptico bucal e intestinal inibe microorganismos como Salmonella, Serrata e
Staphylococcus. Para diarréias (principalmente de origem bacteriana) e
inflamações da boca e garganta.
GUACO (Mikania glomerata Spreng.) Indicações: tem efeito
broncodilatador, comprovado. É um antisséptico das vias respiratórias,
expectorante, antiasmático, febrífugo, sudorífico, anti-reumático e cicatrizante.
Toxicologia: pode causar vômitos e diarréia quando usado em excesso.
HORTELÃ-COMUM (Mentha X villosa) Indicações: digestivo,
estimulante e tônico geral, carminativo, antiespasmódico, estomáquico,
expectorante, antisséptico, colerético e colagogo, vermífugo (giardia/ameba e
lombrigas).
Toxicologia: pode causar insônia, se tomado antes de dormir, ou em uso
prolongado.
MACAÉ (Leonurus sibiricus) Indicações: estomáquico, febrífugo, anti-
reumático, eupépico, contra vômitos e gastrinterite. As flores são usadas para
bronquite e coqueluche.
MARACUJÁ (Passiflora edulis)
Indicações: é utillizada contra inquietações nervosa, irritação frequente e
contra insônia.
MESTRATO (Ageratum conyzoides L.)
Indicações: anti-reumática (uso externo), antidiarrético, febrífuga,
antinflamatória, carminativa, emanagogo, tônica, útil contra resfriados e para
cólicas menstruais.
Toxicologia: sem efeitos tóxicos nos estudos realizados.
38
MIL-FOLHAS (Achilea millefolium L.) Indicacões: antiespasmódico,
estomáquico e expectorante. Contra distúrbio digestivos (dispepsia) e úlceras
internas, varises, cólicas menstruais, amenorréia, celulite e hemorróidas.
Cicatrizante, antinflamatório e anti-reumático (uso externo).
Toxicologia: existem referências que tratam de sua possível ação tóxica
nos animais domésticos.
PATA-DE-VACA (Bauhinia fortificata Link.) Indicações:
hipogliceminante (antidiabético), purgativo e diurético. Para problemas do
aparelho urinário.
POEJO (Mentha pulleglum) Indicações: carminativo, digestivo,
vermífugo,expectorante, antisséptico, antiespasmódico, emenagogo e para
hidropsia.
Toxicologia: a pulegona é citada por possuir efeito tóxico em altas
doses. Devido à presença do borneol, não se recomenda o uso de planta por
grávidas, especialmente nos 3 primeiros meses.
QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri L.) Indicações: diurética,
fortificante do estômago, aperiente, para cistite, anti-infeccioso das vias
urinárias, para hipertensão arterial(diurético). A ação analgésica e relaxante
muscular de seus alcalóides, ajuda na expulsão dos cálculos renais, por atuar no
relaxamento dos uréteres.
Toxicologia: abortiva e purgativa em dosagens acima das normais.
TANCHAGEM (Plantago sp.) Indicações: expectorante, antidiarréico
(folha), cicatrizante, adistrigente, emoliente e depurativo. Usada no tratamento
da inflamações bucofaringeanas, dérmicas, gastrintestinais e das vias urinárias.
As sementes são laxativas.
FONTE: Pesquisa dos alunos como ferramenta o artigo de CRUZ (1995).
39
ANEXO F
VALOR NUTRITIVO DE ALGUMAS HORTALIÇAS
VITAMINAS SAIS MINERAIS
HORTALIÇAS A
(mcg) C
(mcg) B1
(mcg) B2
(mcg) Fe
(mg) Ca P (mg)
Mg
(mg)
Mn
(mg) Na
Abóbora 280 9,5 10 1 00 0,7 1,1 0,9 0,4 2,5 32,1
Alface 102 23 1,2 187 0,6 1,5 2,0 2,2 4,0 12
Batata-doce 350 35,2 26,8 25 0,5 5,6 0,52 0,23 0,4 36,6
Berinjela 5,0 6,8 75 45 0,5 1,71 1,67 12 38 38,2
Beterraba 2,0 108 9,8 50 40 17 32 56 29 249,2
Cenoura 1.100 49 57,3 50 110 330 25 43 221 53,7
Chicória 330 19,3 14 140 56 10 12 62 138 105,3
Coentro 533 126 25,8 280 9,0 27 42 62 29 0
Couve 750 25 34,3 247 40 46 27 45 66 243,8
Inhame 5,0 55 87 83 50 140 66 47 21 30,7
Mandioca (aipim) 2,0 89 60 72 28 19 64 43 10 40,6
Mostarda 700 50 60 220 26 0 90 17 17 49
Nabo 473 70 150 70 18 0 32 0 0 63,6
Pepino 2,0 96 100 40 0 2,0 10 11 0 20,4
Pimentão 200 300 110 30 10 13 0 0,6 0 28,2
Quiabo 31 70 30 80 0 0,5 0,6 0,3 0 56,3
Rabanete 25 20 40 35 0 0 0 0 0 86,5
Tomate 60 30 80 113 0 0,2 0 0 0,1 42
FONTE: Pesquisa dos alunos como ferramenta o artigo de ALICE (1993)
* As quantidades fornecidas são relativas a 100g de alimento cru.
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ANEXO G
MATERIAIS BÁSICOS DEFINIDOS PARA UM MANEJO
ADEQUADO DA HORTA.
1. Ancinho - serve para destorroar, revolver a terra e limpar a superfície
dos canteiros;
2. Carrinho de mão - transporte de ferramentas e de insumos para a
horta;
3. Colher de transplante - retirada de mudas de canteiros e sementeiras;
4. Escarificador – possibilita afofar a terra dos canteiros;
5. Enxada - auxilia na abertura de covas, capina, revolvimento do solo e
formação de canteiros;
6. Enxadinha (sacho) - auxilia na capina dos canteiros e na semeadura;
7. Estacas e barbantes - servem para marcação dos canteiros;
8. Gadanho – serve para revolver o composto orgânico;
9. Irrigação (mangueira, regador e aspersores) – equipamentos utilizados
na rega (irrigação) das hortaliças e plantas medicinais;
10. Pá comum - serve para destorroar e alisar a terra dos canteiros;
11. Pá reta - auxilia na preparação do solo e na aração de áreas
pequenas;
12. Peneira - utilizada na preparação de composto orgânico e húmus de
minhoca
13. Pulverizador - utilizado nas pulverizações foliares com defensivos
alternativos para controle de insetos pragas.
14. Rolo de Barbante.