CELIOMAR FRAGAS DA COSTA ARIANA OLIVEIRA BEBERsemanaacademica.org.br/.../files/artigos/tcc_seguranca_do_trabalho.pdf · O presente TCC objetiva-se, ... Higiene e Medicina do Trabalho

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    CELIOMAR FRAGAS DA COSTA

    ARIANA OLIVEIRA BEBER

    SISTEMA DE GESTO INTEGRADA NA SEGURANA

    DO TRABALHO

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    SISTEMA DE GESTO INTEGRADA NA SEGURANA

    DO TRABALHO

    ARAGUARI

    2012

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    CELIOMAR FRAGAS DA COSTA

    ARIANA OLIVEIRA BEBER

    SISTEMA DE GESTO INTEGRADA NA SEGURANA

    DO TRABALHO

    ARAGUARI

    2012

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    RESUMO

    O presente TCC objetiva-se, mostrar a importncia de um Sistema de Gesto

    Integrado de Meio Ambiente, Sade e Segurana no Trabalho (SGIMASST), o qual

    proporcionar as organizaes alm de atenderem os requisitos legais aplicveis,

    agregarem valores ao conceito do negcio, preservarem o meio ambiente e a

    segurana e sade do trabalhador e caso aplicvel buscarem a certificao.

    Palavras-chave: Segurana do Trabalho, Sade Ocupacional, OHSAS.

    ABSTRACT

    This TCC aims to show the importance of an Integrated Management System

    Environment, Health and Safety (SGIMASST), which will provide organizations in

    addition to meeting the legal requirements, the aggregate values "business concept" ,

    preserve the environment and worker health and safety and where applicable seek

    certification.

    Keywords: Safety, Occupational Health, OHSAS.

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    1.0 - EVOLUO HISTRICA DA LEGISLAO DE SEGURANA DO

    TRABALHO.

    Desde a Revoluo Industrial, junto com os benefcios trazidos pelas mquinas,

    tambm veio aumento de acidentes de trabalho e logo se percebeu a necessidade da

    criao de normas e procedimentos que regulamentassem os processos industriais no

    intuito de reduzir os perigos aos quais os operrios estavam expostos.

    De acordo com MORAES (2008), no Brasil as primeiras legislaes datam do

    incio do sculo XX, o primeiro decreto promulgado em 1919, foi o de nmero 3.174

    que introduziu o conceito de risco profissional e tambm regulamentou a indenizao

    por acidente de trabalho.

    A partir da dcada de 30, com a criao do Ministrio do Trabalho, que tinha por

    objetivo apreciar as questes relacionadas ao trabalho, houve uma maior preocupao

    com o segurana do trabalhador; em 1934, por exemplo, promulgado o Decreto de n

    24.637, que trazia a obrigatoriedade das empresas comunicarem os acidentes

    autoridades policiais e ainda previa a imposio de multas administrativas, pelo

    Departamento Nacional do Trabalho (MORAES:2008).

    A criao das Delegacias Regionais do Trabalho, em 1940, por meio do

    Decreto-Lei n 2.168, que substitui as Inspetorias Regionais, tambm deu maior nfase

    no tema.

    Em 1943 ocorreu a reviso das legislaes trabalhistas, quando promulgada a

    CLT - Consolidao das Leis Trabalhistas, que define muitos procedimentos legais e

    surgiu com intuito principal de assegurar ao trabalhador nas relaes de trabalho.

    Passado mais de meio sculo, a CLT continua em vigor, com algumas modificaes que

    acompanham a dinmica do direito e das relaes sociais, principalmente no que tange a

    segurana e sade ocupacional.

    No intuito de que os empregados tivessem a autoridade de contribuir com a

    segurana no trabalho institua a obrigatoriedade das empresas com mais de 100

    empregados, que as relaes de trabalho fossem regidas pela CLT e criassem a

    Comisso Interna de Acidentes de Trabalho - CIPA; tal exigncia adveio do artigo 82

    do Decreto n 8036 de 1944 (MORAES, 2008).

    De acordo ainda com MORAES (2008), outro marco importante, foi o

    surgimento de algumas profisses que tinham o objetivo contriburem com a segurana

    no trabalho e assim, em 1947, a Organizao Internacional do Trabalho - OIT adotava a

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    Conveno n. 81, que estabelecia fossem criadas as carreiras de Agentes de Inspeo

    do Trabalho, Engenheiro e Assistente Social e ainda o estabelecimento de normas de

    inspees.

    Em 1960 o Ministrio do Trabalho passou a ser denominado de Ministrio do

    Trabalho e Previdncia Social, por meio de uma lei de nmero 3.782, seguido da nova

    denominao do Ministrio, em 1964 criou-se os Conselhos Superiores de Trabalho

    Martimos, por meio da lei 4.589, constituda pelos representantes dos Ministrios do

    Trabalho e Previdncia Social e dos Empregadores e Empregados, hoje Comisso

    Tripartite (MORAES, 2008).

    A Fundao Centro Nacional de Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho -

    FUNDACENTRO foi criada em 1966 com o objetivo de auxiliar e realizar estudos e

    pesquisas pertinentes aos problemas relacionados segurana, higiene e medicina do

    trabalho, junto ao Ministrio do Trabalho e Previdncia Social. J a Portaria n. 3237 de

    1972 tornou obrigatria existncia de servios de medicina do trabalho e engenharia

    de segurana do trabalho em todas as empresas com um ou mais trabalhadores. No ano

    de 1978, a denominao foi alterada para Fundao Jorge Duprat Figueiredo, de

    Segurana e Medicina do Trabalho. No ano de 1977, com a promulgao da Lei n.

    6.514 que alterou o capitulo V, do Ttulo II, da CLT, relativo Segurana e Medicina

    do Trabalho - artigos 154 a 201 e no ano seguinte essa mesma lei que regulamentava a

    Portaria n. 3.214, que aprovou as Normas Regulamentadoras de Segurana e Medicina

    do Trabalho e fez com que fossem aprovadas vinte e oito Normas Regulamentadoras

    NRs, sendo um fato relevante para o assunto. Vale ainda ressaltar, que tais Normas

    foram atualizadas ao longo do tempo, por diversas Portarias (MORAES, 2008).

    So constantes as revises e atualizaes das Normas Regulamentadoras, (uma

    vez que so reas sempre muito dinmicas).

    Em conjunto com algumas normas regulamentadoras temos tambm decretos

    que permitem a regulamentao dessas normas, como por exemplo, o decreto 46.076 de

    31 de agosto de 2001, que tem por objetivo adequar as edificaes.

    Assim, a regulamentao da preveno de acidentes no Brasil est prevista na

    Consolidao das Leis do Trabalho CLT e os efetivos detalhamentos dos requisitos

    prevencionistas esto estipulados nas Normas Regulamentadoras - NRs, que constituem

    a espinha dorsal da legislao de Segurana do Trabalho e Sade Ocupacional no Brasil.

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    Estas Normas vm sendo desenvolvidas ao longo do tempo e constantemente

    esto passando por revises, inclusive objetivando torn-las consistentes com

    parmetros nacionais e internacionais.

    A abrangncia das Normas Regulamentadoras NRs existentes, que so de 01

    at 36 incluindo as Normas Regulamentadoras Rurais - NRRs, so de observncia

    obrigatria pelas empresas privadas e pblicas e pelos rgos pblicos da administrao

    direta e indireta, bem como pelos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, que

    possuam empregados regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT.

    Ainda as disposies contidas nas Normas Regulamentadoras - NRs aplicam se,

    no que couber, aos trabalhadores avulsos, s entidades ou empresas que lhes tomem o

    servio e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

    A adequao as Normas Regulamentadoras - NRs no desobriga as empresas do

    cumprimento de outras disposies que, com relao matria, sejam includas em

    cdigos de obras ou regulamentos sanitrios dos estados ou municpios, e outras,

    oriundas de convenes e acordos coletivos de trabalho.

    2.0 - DEFINIES DE SISTEMA DE GESTO - ABORDAGEM POR

    PROCESSOS.

    Um sistema composto de vrios subsistemas, que trabalham de forma

    sincronizada para atender a um objetivo comum para qual o sistema foi institudo

    MARANHO, (2005).

    O termo Gesto est associado a um conjunto de prticas gerenciais

    necessrias ao processo de planejamento, avaliao, controle e monitoramento dos

    processos produtivos.

    Assim, conforme MORAES (2008): Sistema de Gesto a forma sistemtica

    de conduzir polticas organizacionais mediante a aplicao de um conjunto de aes

    para se alcanar os objetivos e metas corporativas

    A NBR ISO 9001:2008 define processo como: conjunto de atividades Inter-

    relacionadas ou interativas que transformam entradas em sadas. Na realidade tudo o

    que acontece a terra, tudo que percebemos ou fazemos so processos; a cada processo

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    identificamos a presena de trs agentes: entrada, transformao e resultado da

    transformao. A figura 1 exibe o que denominamos intuitivamente de processo.

    Figura 1 Modelo de um processo genrico.

    A agregao de valor essencial na compreenso bsica sobre processos, ou

    seja, a diferena de valor entre o produto (sada) e soma dos valores das entradas

    (matrias primas, servios ou informaes). A procura por melhorias estruturais e

    consistentes tem obrigado as organizaes a reverem a direo das suas atividades,

    buscando de forma mais abarcante, que essas atividades sejam analisadas no em

    termos de funo, reas ou produtos, mas de processo de trabalho (MARANHO

    2004).

    A NBR ISO 9001:2008 traz o seguinte esclarecimento sobre a importncia da

    abordagem por processo: Para que as organizaes funcionem de forma eficaz, elas

    tm que identificar e gerenciar processos inter-relacionados e interativos. Quase

    sempre, a sada de um processo se constitui na entrada do processo seguinte. A

    identificao sistemtica e a gesto dos processos empregados na organizao e

    particularmente, as interaes entre tais processos so conhecidas como abordagem de

    processos.

    Apesar de toda potencialidade a abordagem por processos, ainda no est

    devidamente compreendida pelas organizaes. A gesto organizacional com foco na

    abordagem por processos provoca grandes melhorias na forma em que s atividades so

    realizadas, proporcionando as organizaes a oferecerem produtos e servios de

    qualidade, aplicando processos eficientes e eficazes para produzi-los e vende-los

    (MARANHO: 2004).

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    Em relao aos sistemas de gesto a abordagem por processo uma realidade

    presente e exigida pelas normas de Qualidade, SSO e Meio Ambiente.

    Figura 2-Modelo de gesto de qualidade baseada em processo.

    3.0 - SISTEMAS DE GESTO DA SADE E SEGURANA NO TRABALHO.

    Os sistemas de gesto da Segurana e Sade no Trabalho um conjunto de

    iniciativas da organizao, formalizado atravs de polticas, programas, procedimentos e

    processos de negcio da organizao para auxili-la a estarem em conformidade com as

    exigncias legais e demais partes interessadas, conduzindo suas atividades com tica e

    responsabilidade social.

    Os elementos deste sistema de gesto no so estticos e devem reagir e se

    adaptarem aos desvios (reais ou potenciais) que ocorram em relao aos seus objetivos e

    propsitos, visando melhoria contnua.

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    Figura 03 - elementos para a gesto de segurana e sade ocupacional

    O Sistema Gesto deve inclui um conjunto de aes necessrias alinhadas com

    as diretrizes corporativas, poltica da organizao e aspectos tcnicos e legais, sendo que

    o nvel do detalhamento deve ser elaborado, a quantidade de documentos criados e os

    recursos necessrios para programa-lo vo depender do porte, natureza e risco das

    atividades.

    Na viso de CICCO (2008), a organizao no deve limitar o escopo do sistema,

    de forma a excluir do programa durante o processo de avaliao, uma operao ou

    atividade crtica, pois ir afetar o desempenho do Sistema de Segurana e Sade

    Ocupacional.

    De acordo com TARALLI (2008) A Gesto Integrada em Segurana e Sade

    Ocupacional que o conjunto de regras, ferramentas e procedimentos que visam

    eliminar, neutralizar ou reduzir a leso e os danos decorrentes das atividades

    laborativas; Sistema esse de Gesto que tem tambm no seu mtodo de trabalho as

    propostas de eliminao dos possveis impactos que venham surgir ao meio ambiente,

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    pode ser uma opo para a empresa formalizar o seu sistema de segurana e

    conquistar resultados satisfatrios, para isso, pode utilizar-se de diretrizes conhecidas

    mundialmente.

    Em 1999, foi criada A Norma Occupational Health and Safety Assessment

    Series OHSAS 18000 que apresenta os requisitos para um sistema em sade e segurana

    ocupacional, permitindo a uma organizao controlar seus riscos em sade e segurana

    ocupacional e melhorar seu desempenho. Ela no estabelece critrios especficos de

    desempenho em sade e segurana ocupacional, nem fornece especificaes detalhadas

    para a concepo de um sistema de gesto. A srie de avaliao de sade e segurana

    ocupacional OHSAS 18001:2007 foi projetada para ajudar as organizaes a

    formularem polticas e metas de sade e segurana ocupacional, incluindo a norma

    OHSAS 18002:2008, Diretrizes para a implementao da OHSAS 18001:2007, como

    sendo uma norma para sistemas de gesto da Segurana e da Sade no Trabalho

    (SST). A certificao por essa norma garante o compromisso da empresa com a reduo

    dos riscos ambientais e com a melhora contnua de seu desempenho em sade

    ocupacional e segurana de seus colaboradores.

    A norma se baseia no conceito de que a empresa deve periodicamente analisar e

    avaliar seu sistema de gesto da segurana e sade no trabalho, de maneira a sempre

    identificar melhoras e implementar as aes necessrias. Por isso, ela no estabelece

    requisitos absolutos para o desempenho da SST, mas exige que a empresa atenda

    integralmente legislao e regulamentos aplicveis e se comprometa com o

    aperfeioamento contnuo dos processos.

    De acordo com MORAES (2006), a OHSAS 18.001:2007 no uma norma de

    obrigatoriedade no Brasil como as NRs, embora muitas organizaes passaram a aderir

    certificao da OHSAS 18.001:2007 como um fator a ser incorporado e trabalhado em

    conjunto com as NRs, onde se trabalha com as duas ao mesmo tempo, sendo seguido a

    que tem maior valor agregado na preveno de acidentes.

    A OHSAS, de acordo com MORAES (2006), foi criada para ser compatvel com

    as normas NBR ISO 9.000:2005 (Qualidade) e NBR ISO 14.000:1996 (Ambiental). As

    organizaes ao aderirem implementao da OHSAS declaram ao mercado nacional e

    internacional que possui uma certificao OHSAS 18.001:2007, obtendo assim uma

    maior credibilidade com seus clientes e fornecedores, no que se refere ao tema

    segurana e sade ocupacional.

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    Para Moraes (2006) A OHSAS 18.001:2007 apresenta uma estrutura

    necessria de alguns documentos e recursos necessrios como o seu objetivo de campo

    de aplicao, publicao de referncias, termos e definio, elementos do sistema de

    gesto de SSO que est incorporado os requisitos gerais (diagnsticos), poltica de SSO

    e planejamento com mais quatros documentos importantes onde temos a identificao

    de perigos e avaliao e controle de riscos, atendimento aos requisitos legais e outros

    requisitos, objetivo e metas e o programa de gesto de SSO.

    Portanto, a empresa para implementar um Sistema Integrado de Segurana e

    Sade Ocupacional, necessita que corpo diretivo faa parte, pois o seu compromisso

    primordial, requer tambm a capacitao e sensibilizao de todas as pessoas da

    organizao; pois s com o envolvimento das pessoas possvel usar dos

    procedimentos exigidos e conseguir ter sucesso.

    4.0 - OHSAS 18002:2008 DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAO DA OHSAS

    18001:2007.

    Estas diretrizes da Srie de Avaliao da Segurana e Sade Ocupacional -

    Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) e a OHSAS 18001:2007

    foram desenvolvidas em resposta urgente demanda de clientes por uma norma

    reconhecida internacionalmente para Sistemas de Gesto da Segurana e Sade

    Ocupacional, com base na qual as organizaes possam ser avaliadas e certificadas e

    por um guia de diretrizes para a implementao dessa norma.

    A OHSAS 18001:2007, compatvel com as normas de sistemas de gesto NBR

    ISO 9001:2008 (Qualidade), NBR ISO 14001:2004 (Meio Ambiente) e com a NBR ISO

    26000:2010 (Responsabilidade Social) de modo a facilitar a integrao dos sistemas de

    gesto da qualidade, ambiental e da Segurana e Sade Ocupacional pelas organizaes,

    se assim elas o desejarem. A OHSAS 18002:2008 apresenta os requisitos especficos da

    OHSAS 18001:2007, acompanhados das diretrizes pertinentes. A OHSAS 18002:2008

    ser revisada ou alterada quando for considerado apropriado. As revises sero

    realizadas quando forem publicadas novas edies da OHSAS 18001:2007, o que

    dever ocorrer quando forem publicadas as edies revisadas da NBR ISO 9001:2008

    ou da NBR ISO 14001:2004.

    Segundo a norma OHSAS 18001:2007, a empresa deve implementar uma

    poltica de segurana e sade no trabalho, autorizada pela alta administrao, que

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    claramente estabelea os objetivos gerais de segurana e sade e o comprometimento

    com a melhoria do desempenho em segurana e sade. Atravs da implantao desta

    poltica, define-se um direcionamento geral para a empresa e as diretrizes de atuao em

    relao segurana e sade do trabalho. Estas diretrizes devem ser compostas por

    requisitos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que sejam evidenciados de

    maneira clara. A empresa deve fundamentar com base em sua poltica os objetivos e os

    respectivos programas de gesto da segurana e sade no trabalho. O desdobramento da

    poltica e misso da empresa em objetivos quantificados feito sucessivamente ao longo

    de todos os nveis da organizao, de maneira a permitir que cada pessoa saiba

    exatamente de que forma contribui, faz com que a empresa seja facilmente manobrvel,

    tornando-se mais gil e dinmica.

    Ainda conforme a norma OHSAS 18001:2007, os programas de gesto de

    Segurana e Sade devem ser analisados criticamente em intervalos regulares e

    planejados. Onde houver necessidade, estes programas devem ser revisados para atender

    s mudanas nas atividades, produtos, servios, ou condies operacionais da

    organizao.

    5.0 - GERENCIAMENTO DE RISCOS.

    A organizao deve estabelecer e manter procedimentos para a contnua

    identificao de perigos, avaliao de riscos e a implementao das medidas de controle

    necessrias.

    O gerenciamento de riscos de fundamental importncia, pois auxilia a tomada

    de deciso na rea de Segurana e Sade e permite melhor alocao de recursos, alm

    de subsidiar o processo de definio de medidas de controle, podendo avaliar quais

    riscos so tolerveis e quais devem ser controlados. Estes dados tambm devem

    subsidiar o estabelecimento dos objetivos e programas, direcionando os recursos para as

    reas mais importantes, o que resulta em uma melhoria na relao custo-benefcio.

    Deve-se notar a importncia deste requisito, pois o desempenho de segurana e sade

    est diretamente ligado eficcia de sua implementao, ou seja, se os perigos e riscos

    forem mal identificados ou avaliados, todas as aes decorrentes sero realizadas de

    forma inadequada.

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    A empresa, baseando-se na identificao de perigos e avaliao de riscos, deve

    identificar quais so os processos que podem contribuir para a eliminao dos perigos

    ou para a reduo dos riscos, e estabelecer os controles necessrios, considerando

    diversos fatores, entre eles: o nvel de risco existente, os custos, a praticidade do

    controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o

    homem, e quanto mais prximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e

    efetivos eles sero.

    Os controles operacionais na fonte devem dar prioridade eliminao dos

    perigos ou evitar que eles existam, pois uma vez que no existe o perigo, no haver o

    acidente. Deve-se destacar que essa forma de controle pode demandar a aplicao de

    novas tecnologias, mudana significativa nos processos e consequentemente maior

    investimentos para se obtiver resultados mais significativos.

    Os controles nos meios baseiam-se na criao de barreiras para prevenir que o

    homem fique exposto a um determinado perigo, sem que este seja eliminado. Uma vez

    aplicadas, operando corretamente e com as devidas manutenes, as barreiras no

    demandam aes por parte das pessoas. Uma das maiores dificuldades em relao a esse

    tipo de controle que, muitas vezes, as barreiras so removidas ou tornadas inoperantes,

    expondo as pessoas ao risco. Esse tipo de controle, em alguns casos, pode criar uma

    falsa sensao de segurana, podendo gerar graves acidentes.

    O controle sobre as pessoas baseia-se no estabelecimento de parmetros para a

    forma de pensar e agir dos trabalhadores, como intuito de que os processos ocorram de

    maneira segura.

    6.0 - SISTEMA DE GESTO AMBIENTAL (SGA)-ISO 14004:2005.

    A realidade degenerativa do meio ambiente aumentou as exigncias dos

    consumidores em relao s questes ambientais, para fundamentar estas exigncias

    ampliam-se cada vez mais as legislaes nacionais e internacionais, as quais esto a

    cada dia mais restritas e coercitivas. Pases como Japo, Alemanha e Inglaterra, que j

    causaram austeros danos ao meio ambiente, criaram barreias alfandegrias que podem

    inviabilizar a produo de produtos rotulados como agressivos condio ambiental. A

    atividade produtiva focando o meio ambiente exige uma gama variada de cuidados, tais

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    como: matrias-primas, embalagem e sua destinao final, reciclagem e recuperao de

    materiais, gerao de resduos, entre outros (BARBOSA FILHO: 2001).

    Uma das maneiras das organizaes atenderem a legislao vigente, alm de

    exercer a responsabilidade social em relao aos anseios dos consumidores, entre outras

    exigncias ambientais atendendo os requisitos das normas NBR ISO 14000:1996

    (BARBOSA FILHO: 2001).

    Figura 4-Ciclo NBR ISO 14001:2004.

    O Sistema de Gesto Ambiental um processo voltado a resolver, mitigar e/ou

    prevenir os problemas de carter ambiental, com o objetivo de desenvolvimento

    sustentvel. Podemos definir Sistema de gesto Ambienta (SGA), segundo a NBR ISO

    14001:2004, como a parte do sistema de gesto que compreende a estrutura

    organizacional, as responsabilidades, as prticas, os procedimentos, os processos e

    recurso para aplicar, elaborar, revisar e manter a poltica ambiental da empresa.

    O processo de implementao de um Sistema de Gesto consta de 4 fases:

    1 - Definio e comunicao do projeto (gera-se um documento de trabalho que ir

    detalhar as bases do projeto para implementao do SGA);

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    2 - Planejamento do SGA (realiza-se a reviso ambiental inicial, planejando-se o

    sistema);

    3 - Instalao do SGA (realiza-se a implementao do SGA);

    4 - Auditoria e certificao.

    A concepo de um sistema de gesto ambiental desenvolveu-se nos anos

    noventa, e suas origens datam de 1972, quando a ONU organizou a conferncia do

    Meio-Ambiente Humano em Estocolmo e o Programa Ambiental das Naes Unidas

    (UNEP) foi lanado. Essas iniciativas guiaram ao estabelecimento da Comisso

    Mundial do Meio-Ambiente e Desenvolvimento e a adoo do Protocolo de Montreal e

    a Conveno de Basel.

    Em 1992, a Eco 92 aconteceu no Rio de Janeiro, e foi o bero da gerao de um

    comprometimento mundial ao meio-ambiente. No mesmo ano, o Grupo BSI publicou a

    primeira norma para sistemas de gesto ambiental, a BS 7750. Isto forneceu as bases

    para o desenvolvimento das sries ISO 14000 em 1996.

    A ISO Srie 14000 um grupo de normas que fornece ferramentas e estabelece

    um padro de Sistema de Gesto Ambiental. Estas normas abrangem seis reas bem

    definidas: Sistemas de Gesto Ambiental, Auditorias Ambientais, Avaliao de

    Desempenho Ambiental, rotulagem Ambiental, Aspectos Ambientais nas Normas de

    Produtos e Anlise do Ciclo de Vido do Produto. Das diversas normas constantes da

    ISO Srie 14000, apenas a Norma NBR ISO 14001:2004 - Especificao para o Sistema

    de Gesto Ambiental - formulada para fins de certificao junto a entidades

    independentes. Portanto, se a organizao preferir almejar a certificao, a auditoria

    para certificao focalizar as exigncias de conformidade Norma NBR ISO

    14001:2004.

    A Norma NBR ISO 14001:2004 especifica requisitos relativos a um Sistema de

    Gesto Ambiental, permitindo a uma organizao formular uma poltica e objetivos que

    levem em conta os requisitos legais e as informaes referentes aos impactos

    significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela

    organizao e sobre os quais se presume que ela tenha influncia. Em si, ela no

    prescreve critrios especficos de desempenho ambiental.

    A metodologia da NBR ISO 14001:2004 baseada no PDCA de forma a promover

    a melhoria contnua do sistema conforme descrito:

    Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessrios para obter resultados

    de acordo com a poltica ambiental da organizao.

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    Fazer: Implementar os processos.

    Checar: Monitorar e mensurar os processos, comparando-os com as polticas

    ambientais, objetivos, requisitos legais e diversos, e reportar os resultados.

    Agir: Tomar aes para continuar a melhorar o desempenho do sistema de

    gesto ambiental.

    Muitas organizaes gerenciam suas operaes atravs da aplicao de um sistema

    de processos e suas interaes, que pode ser conhecido como "Abordagem de processo".

    A NBR ISO 9001:2008 promove o uso deste sistema. Como o PDCA pode ser aplicado

    a qualquer processo, as duas metodologias so consideradas compatveis.

    7.0 - SISTEMAS DE SEGURANA, MEIO AMBIENTE E SADE (SMS).

    uma ferramenta de assessoria de gesto empresarial, lidando com a vida da

    Organizao, e onde a empresa e vista com a lente gerencial da anatomia, onde os seus

    departamentos, setores e outros segmentos funcionais existentes, inclusive a

    comunidade no entorno e o seu meio ambiente correspondem aos rgos vitais desse

    corpo, cada um interligado e pulsando como um organismo vivo, segundo seus

    propsitos, mas todos desempenhando interativa e conectivamente seu papel, a fim de

    atender a misso e a viso da empresa, respeitando o meio ambiente e desempenhando o

    seu papel em nvel de Responsabilidade Social.

    Figura 05 preveno e impacto ambiental

    Diversas organizaes tm mostrado crescente interesse em implementar uma

    Cultura do SMS Segurana, Meio Ambiente e Sade, como parte integrante do

    Sistema de Gesto, no entanto, a implementao desta cultura no imposta apenas

    Segurana Sade

    Meio Ambiente

    Preveno de

    Acidentes

    Preveno de

    Doenas

    Preveno de

    Impactos

    Ambientais

  • 18

    pelo desejo da Alta Administrao. O sucesso da implementao de Cultura do SMS

    Segurana, Meio Ambiente e Sade, deve ser encarado como um processo gradativo,

    resultante de aes sistemticas, pr-definidas e participativas, proveniente da vontade

    da quebra de paradigmas do direcionamento de valores, hbitos e das atitudes de todos

    os nveis hierrquicos da organizao. Para tanto a implementao de um programa de

    SMS Segurana, Meio Ambiente e Sade, vital para influenciar a mudana de

    atitudes e comportamento.

    8.0 - SISTEMAS DE GESTO INTEGRADOS (SGI)

    Os sistemas de gesto integrados buscam realizar a integrao dos processos de

    qualidade, meio ambiente, segurana, sade ocupacional e responsabilidade social

    conforme caractersticas, atividades e necessidades de cada organizao. Com a

    crescente presso nas empresas para se fazer mais com menos, vrias delas esto

    observando a integrao dos sistemas de gesto como uma excelente oportunidade para

    reduzir custos com o desenvolvimento e manuteno de sistemas separados, ou de

    inmeros programas e aes que, na maioria das vezes, se superpem e geram gastos

    desnecessrios.

    Figura 06 modelo de sistema gesto integrada.

    O SGI Sistema de Gesto Integrada tem foco na preveno, ou seja, durante

    o planejamento do sistema, promove a identificao dos aspectos e impactos ambientais

    e da responsabilidade social, dos perigos e riscos na segurana do trabalho e dos

  • 19

    requisitos legais aplicveis para definio dos objetos, metas, programas, controles

    operacionais e planos de atendimento a emergncias para mitigao dos impactos e

    perigos.

    Por meio do monitoramento do sistema, do tratamento de no conformidade, da

    investigao de incidentes, da aplicao de aes corretivas na causa da organizao em

    relao conformidade do produto, a satisfao dos clientes, ao respeito s partes

    interessadas, a preveno do meio ambiente e a segurana dos trabalhadores.

    Para a realizao das atividades em um SGI, fundamental que os colaboradores

    envolvidos sejam treinados e selecionados por meio de critrios baseados em

    competncias de modo a ser mantido o foco no objetivo do processo e que se tenha

    cuidado para no burocratizar o sistema, como criao de controles e rotinas

    desnecessrias, que no agregam valor ao processo e ao sistema.

    8.1 - PLANEJAMENTO E REQUISITOS GERAIS DO SGI

    Analisando os elementos das normas NBR ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007,

    percebemos que as fases de planejamento e execuo iro demandar mais tempo e

    recursos financeiros. importante esclarecer que o planejamento a base para o

    sucesso de qualquer sistema de gesto, uma vez, que sem planejamento, metas e

    objetivos, impossvel chegar a lugar qualquer. Em relao ao aos conceitos do

    planejamento, em primeiro lugar devemos entender a diferena entre meta e objetivo

    (MORAES: 2004):

    Meta: uma meta um objetivo desejado que possa ser mensurado e definido

    Objetivo um alvo em curto prazo, ou seja, um meio para se atingir uma meta

    final.

    A OHSAS 18001:2007 foi desenvolvida para ser compatvel com a NBR ISO

    14001:2004, de forma a facilitar a integrao dos sistemas de gesto ambiental e

    segurana e sade no trabalho nas organizaes. Seguindo a mesma linha a NBR ISO

    14001:2004 esclarece na sua introduo, que os seus requisitos no incluem

    especificao de outros sistemas de gesto, tais como de qualidade, segurana e sade

    ocupacional, finanas ou gerenciamento de riscos, apesar dos seus elementos serem

    alinhados ou integrados com estes sistemas de gesto.

  • 20

    Em linhas gerais a implementao de um SGI, com base na OHSAS

    18001:2007, e na NBR ISO 14001:2004, obriga a organizao a estabelecer,

    documentar, implementar, manter e melhorar continuamente o seu SGI. Em suma, os

    requisitos de uma SGI devem ser abrangentes e contemplar os requisitos gerais de todas

    as normas a serem implantadas.

    8.2-POLTICA E PLANEJAMENTO APLICADO AO SGI

    O termo poltica definido como uma manifestao de intenes, previstas,

    nas diretrizes organizacionais, que determinaro e influenciaro as tomadas de decises

    (MORAES:2006). Outra definio que a poltica de uma organizao seja entendida

    como um conjunto de intenes sobre um determinado assunto (Figura 2) (SEIFFERT:

    2006).

    A politica de SGI Sistema de Gesto Integrada deve refletir as intenes da

    empresa quanto ao seu desempenho, qualidade, meio ambiente, sade e segurana dos

    trabalhadores e de responsabilidade social. fundamental que haja o comprometimento

    da alta administrao, levando em considerao as expectativas das partes interessadas

    que compe o dia a dia da empresa. Podemos resumir politica do SGI em:

    Seja apropriada natureza e escala dos riscos de SSO da organizao;

    Inclua um comprometimento com a preveno de leses e doenas e com a

    melhoria contnua da gesto e do desempenho da SGI;

    Inclua um comprometimento em atender, pelo menos, aos requisitos legais

    aplicveis e a outros requisitos subscritos pela organizao que se relacionem a

    seus perigos;

    Fornea a base para o estabelecimento e anlise crtica dos objetivos;

    Seja documentada, implementada e mantida;

    Seja comunicada a todas as pessoas que trabalhem sob o controle da

    organizao, com o intuito de que elas tenham cincia de suas obrigaes

    individuais em relao ao SGI;

    Esteja disponvel s partes interessadas;

    Seja periodicamente analisada criticamente para assegurar que permanece

    pertinente e apropriada organizao.

  • 21

    Figura 7 Poltica organizacional e seus desdobramentos

    8.3 - IDENTIFICAO DE PERIGOS, AVALIAO E CONTROLE DE

    RISCOS APLICADOS AO SGI.

    Os termos perigo e risco, em diversos casos, inclusive em algumas leis e

    normas, costumam ser aplicados como sinnimos e sem nenhum tipo de distino,

    abaixo segue conceito de perigo e risco:

    Perigo - fonte ou situao com potencial de provocar danos sade, a

    propriedade, ao meio ambiente ou a combinao de todos esses fatores.

    Risco - combinao da probabilidade e severidade relativas ocorrncia de uma

    situao especfica.

    Assim a empresa deve adotar uma definio e divulga-los para todos os

    colaboradores de forma a uniformizar a linguagem e facilitar a comunicao. Sendo

    assim, impossvel acontecer um acidente e suas consequncias sem antes existir a

    presena de um perigo. Com base nesta realidade, as organizaes devem buscar

    conhecer todos os perigos existentes em seus ambientes de trabalho (BENITE: 2004).

    A implementao de um gerenciamento de riscos sistemtico, proativo e que

    vise assegurar que todos os perigos futuros e atuais sejam identificados e avaliados

    adequadamente necessrio e de fundamental importncia; pois ir permitir a alocao

    adequada dos recursos possibilitando a medio correta das medidas de controle

    (BENITE: 2004).

    importante que na elaborao do plano para identificar, analisar e avaliar os

    riscos o gestor proponha meios de preveno ou proteo, em suas diversas formas bem

    como utilizar ferramentas gerenciais que devem ser aplicadas a esta temtica, tais como:

    Diagrama de Causas e Efeitos; Srie de Riscos; Anlise Preliminar de Riscos (APR);

  • 22

    Anlise de rvore de Falhas; Matriz de Anlise de Riscos; entre outras (BARBOSA

    FILHO: 2001).

    Em resumo sobre a identificao de perigos, avaliao e controle de riscos:

    Atividades rotineiras e no rotineiras;

    Atividades de todas as pessoas que tenham acesso ao local de trabalho

    (incluindo terceirizados e visitantes);

    Comportamento humano, capacidades e outros fatores humanos;

    Perigos identificados de origem externa ao local de trabalho, capazes de afetar

    adversamente a segurana e a sade das pessoas sob o controle da organizao

    no local de trabalho;

    Perigos criados na vizinhana do local de trabalho por atividades relacionadas ao

    trabalho sob o controle da organizao;

    Infraestrutura, equipamentos e materiais no local de trabalho sejam eles

    fornecidos pela organizao ou por outros;

    Mudanas ou propostas de mudana na organizao, em suas atividades ou

    materiais;

    Modificaes no sistema de gesto da SSO, incluindo mudanas temporrias,

    bem como seus impactos nas operaes, processos e atividades;

    Qualquer obrigao legal aplicvel relacionada avaliao de riscos e

    implementao dos controles necessrios;

    A disposio das reas de trabalho, processos, instalaes, mquinas e

    equipamentos, procedimentos operacionais e organizao do trabalho, incluindo

    sua adaptao s capacidades humanas.

  • 23

    Figura 8 Gerenciamento de riscos

    Figura 9 Reduo de riscos

    8.4 - IDENTIFICAO DE ASPECTOS E AVALIAO DE IMPACTOS

    AMBIENTAIS (AIA) APLICADOS AO SGI..

    O aspecto definido pela NBR ISO 14001:2004 como ...elementos das

    atividades, produtos e servios de uma organizao que podem interagir com o meio

    ambiente. O aspecto tanto pode ser uma mquina ou equipamento como uma atividade

    executada por ela ou por algum que produzam (ou possam produzir) algum efeito

    sobre o meio ambiente. Chamamos de aspecto ambiental significativo quele aspecto

    que tem um impacto ambiental significativo.

    Segundo a definio trazida pela Resoluo n. 001/86 do CONAMA (Conselho

    Nacional de Meio Ambiente), Artigo 1, o impacto ambiental : qualquer alterao

    das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer

    forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

    indiretamente, afetam: I a sade, a segurana e o bem-estar da populao; II as

    atividades sociais e econmicas; III a biota; IV as condies estticas e sanitrias do

    meio ambiente; V a qualidade dos recursos ambientais. Ou seja, impactos

    ambientais podem ser definidos como qualquer alterao (efeito) causada (ou que pode

  • 24

    ser causada) no meio ambiente pelas atividades da empresa quer seja esta alterao

    benfica ou no.

    Esta definio tambm trazida na NBR ISO 14001:2004, onde o impacto

    ambiental definido como: qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou

    benfica, que resulte no todo ou em parte, das atividades, produtos ou servios de uma

    organizao.

    AIA - Avaliao de Impactos Ambientais um instrumento preventivo usado

    nas polticas de ambiente e gesto ambiental com o intuito de assegurar que um

    determinado projeto possvel de causar de danos ambientais seja analisado de acordo

    com os provveis impactos no meio ambiente e que esse mesmo impacto seja analisado

    e tomado s consideraes no seu processo de aprovao. A elaborao do AIA -

    Avaliao de Impactos Ambientais apoiada em estudos ambientais elaborados por

    equipes multidisciplinares, os quais apresentam diagnsticos, descries, analises e

    avaliaes sobre os impactos ambientais efetivos e potenciais do projeto.

    A implementao do Sistema de Gesto Ambiental (SGA), tem como uma de

    suas etapas mais importantes identificao dos aspectos ambientais associados s

    atividades, processos e produtos da organizao. de suma importncia a devida

    implementao dos subsistemas, a fim de determinar a abrangncia e robustez na

    implantao do SGA; e que a realizao do levantamento de aspectos/impactos

    ambientais, seja dos colaboradores da prpria organizao (SEIFFERT: 2006).

    Figura 10 - Exemplo de etapas bsicas de avaliao ambiental

  • 25

    9.0 - REQUISITOS LEGAIS E OUTROS.

    A organizao deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para

    identificar e ter acesso legislao e a outros requisitos de SST que lhe so

    aplicveis.

    Deve tambm assegurar que tais requisitos legais aplicveis e outros

    requisitos subscritos por ela sejam levados em considerao no estabelecimento,

    implementao e manuteno de seu sistema de gesto da SST; a organizao deve

    manter essa informao atualizada e comunicar as informaes pertinentes sobre

    requisitos legais e outros requisitos s pessoas que trabalham sob seu controle e s

    outras partes interessadas pertinentes.

    Efetuando um paralelo entre a OHSAS 18001:2007 e a NBR ISO 14001:2004

    iremos observar que em relao aos requisitos legais e outros requisitos as duas

    normas so similares nas exigncias e obrigaes, uma vez, que dever da organizao

    estabelecer e manter procedimento para identificar e ter acesso legislao e a outros

    requisitos relacionados ao meio ambiente e a SSO. A aparente simplicidade no

    cumprimento deste requisito implica em diversas situaes de dificuldade, pois podem

    apresentar dificuldades no andamento da gesto, como no prprio funcionamento da

    organizao. A organizao passa a ser obrigada a identificar e manter um cadastro de

    requisitos legais aplicados as suas atividades, produtos e servios, atividade simples e

    que no apresenta nenhuma dificuldade aparente; mas do ponto de vista prtico, que

    muitas organizaes, em particular as pequenas e mdias, sofrem por no dispor de

    colaboradores habilitados e so foradas a terceirizarem a atividade, alm de enfrentar o

    fato do desconhecimento tcnico especializado sobre o tema, em especial para as leis

    ambientais (SEIFFERT: 2006).

  • 26

    Figura 11 - Esquema de documentos aplicveis

    10.0 - OBJETIVOS E PROGRAMAS DE GESTO.

    So as diretrizes da alta administrao, que visam melhoria dos vrios

    processos que tem impacto com a satisfao dos clientes, qualidade dos produtos e

    servios, devendo estar documentados. Para definio dos objetivos, deve-se abranger

    os principais processos que tem impacto na satisfao e requisitos dos clientes. Ex.:

    melhorar a qualidade dos fornecedores, reduzir o tempo de desenvolvimento de novos

    produtos, reduzir rejeies e/ou retrabalhos dos produtos em processo e final, melhorar

    a pontualidade de entregas, reduzir o nmero de reclamaes de clientes etc; ter uma

    consistncia com a poltica da qualidade; ter indicadores que permitam mensurar e

  • 27

    avaliar o atendimento ou no desses objetivos; assegurar a disponibilidades dos recursos

    necessrios; a definio de aes que estabeleam um processo de melhoria contnua.

    O conceito de objetivos e programas para o SSO e SGA tem a poltica como o

    seu princpio, ou seja, em ambos os casos os objetivos devem ser coerente-compatveis

    com a poltica. Para os dois sistemas de gesto deve-se estabelecer, implementar e

    manter documentos, nas funes e nveis pertinentes da organizao; deve-se

    determinar objetivos e metas mensurveis, sempre que praticvel; deve-se considerar os

    requisitos legais e outros requisitos; deve-se incluir o comprometimento com a melhoria

    contnua; deve-se considerar as opes tecnolgicas, seus requisitos financeiros,

    operacionais, comerciais e a viso das partes interessadas. A nica diferena est em

    questes especficas no caso do SGA poltica deve incluir comprometimento com a

    preveno de poluio e no caso da SSO deve considerar os perigos e riscos em relao

    segurana e sade do trabalho (OHSAS 18001:2007 / NBR ISO 14001:2004).

    As metas estabelecem etapas necessrias e cronologicamente concatenadas para

    que um objetivo possa ser atingido (SEIFFERT: 2006).

    A definio de estratgias e planos de ao fundamental para que os objetivos

    e metas sejam alcanados. Para efetivar as metas e objetivos necessrio documentar os

    programas de gesto que sero estabelecidos, os quais devem possibilitar a comunicao

    a todos envolvida, e a sua decorrente aplicao (BENITE: 2004). Assim como nos

    objetivos e metas, os conceitos de estabelecer, implementar e manter programa(s) na

    OHSAS 18001:2007 e na NBR ISO 14001:2004 se fundem tornando a sua integrao

    de fcil aplicao.

    11.0 - IMPLEMENTAO E OPERAO: QUALIFICAO, TREINAMENTO

    E CONSCIENTIZAO.

    O sucesso da implementao e manuteno do sistema de gesto ir depender da

    atuao de cada colaborador dentro da organizao, desde a Alta Administrao at o

    menor nvel dentro da estrutura organizacional. Assim todas as funes,

    responsabilidades e autoridades devem ser claramente definidas e comunicadas, para

    que cada colaborador esteja ciente de suas obrigaes em relao ao sistema de gesto

    (BENITE: 2004).

  • 28

    A organizao deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para que

    as pessoas que trabalhem sob seu controle estejam conscientes:

    Das consequncias para o SGI, reais ou potenciais, de suas atividades de

    trabalho, de seu comportamento, e dos benefcios para a SSO resultantes da

    melhoria do seu desempenho pessoal;

    De suas funes e responsabilidades e da importncia em atingira conformidade

    com a poltica e os procedimentos, e com os requisitos do sistema de gesto,

    incluindo os requisitos de preparao e resposta a emergncias.

    Das potenciais consequncias da inobservncia de procedimentos especificados.

    Os procedimentos de treinamento devem considerar os diferentes nveis de:

    Responsabilidade, habilidade, proficincia em lnguas e instruo;

    Risco.

    A integrao em relao ao treinamento, conscientizao e competncia do SGI ir

    exigir da organizao que qualquer pessoa que, para ela ou em seu nome, seja

    identificada e componente com base na formao apropriada, treinamento ou

    experincia, para realizar tarefas que tenham o potencial de causar impacto(s) ambiental

    (is) significativo(s) e/ou tarefas que possam ter impacto na SSO, no local de trabalho;

    determinante tambm que sejam mantidos registros associados ao treinamento,

    conscientizao e competncia dos colaboradores, alm de estabelecer, implementar e

    manter procedimentos para fazer que as pessoas que trabalhem para organizao ou em

    seu nome sejam conscientes de suas obrigaes (OHSAS 18001:2007 / NBR ISO

    14001:2004).

    11.1 - IMPLEMENTAO E OPERAO, COMUNICAO, PARTICIPAO

    E CONSULTA.

    Com relao aos seus perigos e ao sistema de gesto da SGI, a organizao deve

    estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para:

    a) Comunicao interna entre os vrios nveis e funes da organizao;

    b) Comunicao com terceirizados e outros visitantes no local de trabalho;

    c) Recebimento, documentao e resposta a comunicaes pertinentes oriundas de

    partes interessadas externas.

  • 29

    Alm do que a organizao deve estabelecer, implementar e manter

    procedimento(s) para a participao dos trabalhadores atravs de:

    Seu envolvimento apropriado na identificao de perigos, na avaliao de riscos

    e na determinao de controles (mapa de risco do PPRA);

    Seu envolvimento apropriado na investigao de incidentes;

    Seu envolvimento no desenvolvimento e anlise crtica das polticas e objetivos;

    Consulta quando existirem quaisquer mudanas que afetem o desempenho do

    SGI;

    Representao nos assuntos de SGI.

    Os trabalhadores devem ser informados sobre os detalhes de sua participao,

    incluindo quem (so) seu(s) representante(s) nos assuntos de SGI.

    A consulta aos terceirizados quando existirem mudanas que afetem sua SGI.

    11.2- IMPLEMENTAO OPERAO E DOCUMENTAO.

    A documentao do sistema de gesto da SGI deve incluir:

    A poltica e os objetivos;

    Descrio do escopo do sistema de gesto;

    Descrio dos principais elementos do sistema de gesto e sua interao, e

    referncia aos documentos associados;

    Documentos, incluindo registros, exigidos pelas Normas de SGI; e

    Documentos, incluindo registros, determinados pela organizao como

    sendo necessrios para assegurar o planejamento, operao e controle

    eficazes dos processos que estejam associados gesto de seus riscos.

    A NBR ISO 14001:2004, em seu anexo A (Orientaes para uso desta Norma),

    esclarece que a documentao do SGA pode ser integrada com as de outros sistemas de

    Gesto. Segundo a OHSAS 18001:2007 a documentao do sistema gesto pode estar

    em papel ou em meio eletrnico. importante destacar que a tecnologia moderna

    permite que toda a documentao do sistema gesto, seja mantida em mdia eletrnica

    (MARANHO: 2005).

    Tomando como base as diretrizes da NBR ISO 9001:2008, a documentao do

    SGI pode ser ilustrada pelo Tringulo da Documentao (vide figura 5), ou seja, a

  • 30

    forma triangular que usualmente representa a documentao e os nveis hierrquicos de

    uma organizao (MARANHO: 2005).

    Figura 12 Estrutura documental de um sistema integrado

    11.3- IMPLEMENTAO E OPERAO: CONTROLE DE DOCUMENTOS

    No SGI o controle de documentos e dados um ponto critico e no qual

    responsvel pelo maior ndice de no conformidades nos processos auditoria.

    importante que a quantidade de documentos do SGI seja devidamente dimensionada,

    evitando o controle impraticvel dos documentos. No controle de documentos do SGI

    importante garantir que os mesmos sejam usados na reviso correta, para tanto

    necessrio distribuio adequada e confivel, e caso necessrio, controlada com o

    auxlio de protocolo (OLIVEIRA: 2005).

    importante destacarmos que definio da sistemtica de controle de

    documentos das normas OHSAS 18001:2007, NBR ISO 14001:2004 e NBR ISO

    9001:2008 so idnticas e de um mesmo princpio, quando todas determinam que seja

  • 31

    estabelecido, implementado e mantido procedimentos para as atividades de controle de

    documentos, observando que a organizao deve estabelecer, implementar e manter

    procedimento(s):

    a. Aprovar documentos quanto sua adequao antes de seu uso;

    b. Analisar criticamente e atualizar, conforme necessrio, e reprovar documentos;

    c. Assegurar que as alteraes e a situao atual da reviso de documentos sejam

    identificadas;

    d. Assegurar que as verses pertinentes de documentos aplicveis estejam

    disponveis em seu ponto de utilizao;

    e. Assegurar que os documentos permaneam legveis e prontamente

    identificveis;

    f. Assegurar que os documentos de origem externa determinados pela organizao

    como sendo necessrios ao planejamento e operao do sistema de gesto sejam

    identificados, e que sua distribuio seja controlada;

    g. Prevenir a utilizao no intencional de documentos obsoletos, e utilizar

    identificao adequada neles, se for retidos para quaisquer fins.

    11.4- IMPLEMENTAO E OPERAO: CONTROLE OPERACIONAL

    O controle operacional tem como objetivo identificar as operaes e atividades

    associadas aspectos ambientais significativo, o qual pode ser integrado como os de

    SSO, os quais devem ser caracterizados pela poltica, objetivos e metas do sistema de

    gesto da organizao (SEIFFERT: 2006).

    O controle operacional deve estar baseado na identificao de perigo e avaliao

    de riscos, ou seja, devo determinar o controle dos processos necessrios, objetivando a

    eliminao dos perigos e/ou a reduo dos riscos. Na seleo dos controles operacionais

    so necessrios que seja analisado vrios fatores, entre eles: o nvel de risco existente,

    os custos, a praticidade do controle, a possibilidade de se introduzir novos perigos;

    nmero de pessoas expostas ao perigo, ndice de utilizao de equipamento de proteo

    individual (EPI); exigncias legais; exigncias de clientes contratantes; histrico de

    ocorrncias de acidentes ou quase acidentes (BENITE: 2004).

    Para tais operaes e atividades, a organizao deve implementar e manter:

    1. Controles operacionais, conforme aplicvel organizao e a suas atividades;

  • 32

    2. A organizao deve integrar tais controles operacionais ao seu sistema de gesto

    como um todo;

    3. Controles referentes a produtos, servios e equipamentos adquiridos;

    4. Controles referentes a terceirizados e outros visitantes no local de trabalho;

    5. Procedimentos documentados, para cobrir situaes em que sua ausncia possa

    acarretar desvios em relao poltica e aos objetivos;

    6. Critrios operacionais estipulados, onde sua ausncia possa acarretar desvios em

    relao poltica e aos objetivos.

    H trs tipos de controle que devem ser levados em considerao no processo de

    definio, os quais so: fonte (perigo), meio e homem. importante destacar que quanto

    mais prximo da fonte estiver os controles, mais efetivos e eficientes eles sero.

    (BENITE: 2004).

    Figura 13 Eficincia dos controles operacionais

    A eliminao dos perigos ou evitar que eles existam forma mais eficaz de no

    existir um acidente, da a necessidade do controle sobre as fontes. Na impossibilidade

    da eliminao do perigo ou de evitar que ele exista, importante que se busque a

    reduo dos mesmos, de forma que se diminua a gravidade dos danos que possam

    acontecer ou da probabilidade da sua ocorrncia. importante enfatizar que na maior

    parte dos casos de controle da fonte, haver a necessidade do emprego de novas

    tecnologias, alteraes significativas nos processos e, por conseguinte, aumento nos

    investimentos; em contra partida os resultados so positivos, gerando um impacto

    significativo na SSO da organizao (BENITE: 2004).

    J o controle sobre os meios est embasado na preveno da exposio do

    homem a um determinado perigo, sem que o mesmo esteja extinto, aplicao de

    barreiras devidamente mantidas e operacionalizadas, de forma a impedir a ao do

  • 33

    homem. A grande dificuldade que este tipo de controle, em sua maioria,

    dimensionado indevidamente, permitindo que sejam removidas ou tornadas inoperantes,

    expondo o homem aos perigos (BENITE: 2004).

    Conforme exigncia da NBR ISO 14001:2004 a Poltica Ambiental da

    organizao deve incluir o comprometimento com a melhoria contnua e com a

    preveno de poluio. Com base nesta exigncia controle operacional do meio

    ambiente deve ter como enfocar a preveno da poluio atravs do gerenciamento de

    resduos. Os princpios bsicos de um programa de qualidade podem ajudar na

    eliminao dos resduos, adotando os seguintes princpios: utilizao mais eficiente dos

    insumos; eliminao da utilizao de materiais perigosos ou de difcil manuseio;

    supresso de atividades prescindveis (SEIFFERT: 2006).

    O controle de resduos prope o seguinte modelo de diretrizes para implantao

    para um sistema de gerenciamento de resduos (SEIFFERT: 2006):

    Identificao de todos os resduos de uma maneira sistemtica;

    Estabelecimento de metas e prioridades ambientais associadas ao tipo de

    resduo;

    Criao e implantao de planos de ao especficos;

    Estabelecimento de sistemas para rastrear pontos de perdas de processo, atravs

    de procedimentos de balano de massa;

    Monitoramento da utilizao de resduos txicos no processo, chegando, se

    possvel, a sua completa eliminao. Principalmente visando uma abordagem

    proativa, buscando a substituio de matrias-primas e insumos por substitutivos

    menos prejudiciais ao meio ambiente.

    recomendvel que os padres admissveis de perdas de resduos sejam revistos

    sistematicamente (anualmente), evitando assim falhas no processo de controle de

    resduos.

    Cumprir o determinado na poltica ambiental em relao preveno da poluio ir

    permitir a reduo de gerao dos resduos slidos, contribuindo expressivamente no

    aumento de ganhos e com um impacto positivo em relao eficincia de um processo

    pela identificao de perdas, ainda que o objetivo final seja apenas o atendimento a

    legislao (SEIFFERT: 2006).

  • 34

    11.5 - IMPLEMENTAO E OPERAO: PREPARAO E RESPOSTA A

    EMERGNCIAS.

    A organizao deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para:

    Identificar o potencial para situaes de emergncia;

    Responder a tais situaes de emergncia.

    A organizao deve responder s situaes reais de emergncia, e prevenir ou

    mitigar as consequncias para o SGI adversas associadas.

    Ao planejar sua resposta a emergncias, a organizao deve levar em

    considerao as necessidades das partes interessadas pertinentes, tais como servios de

    emergncia e a vizinhana.

    A organizao deve tambm testar periodicamente seu(s) procedimento(s) para

    responder a situaes de emergncia, quando possvel, envolvendo as partes

    interessadas pertinentes, conforme apropriado.

    A organizao deve periodicamente analisar criticamente e onde necessrio,

    revisar seu(s) procedimento(s) de preparao e resposta a emergncias, em particular

    aps o teste peridico e aps a ocorrncia de situaes de emergncia.

    Tanto a OHSAS 18001:2007 como a NBR ISO 14001:2004 determinam que a

    organizao deva estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar o

    potencial e atender situaes de emergncia, sendo que a diferenciao est em que a

    norma OHSAS 18001:2007 determina o atendimento a situaes de emergncias para

    prevenir e reduzir as possveis doenas e leses que possam estar associadas a eles;

    enquanto que a NBR ISO 14001:2004 determina o atendimento a situaes de

    emergncias que possam ter impacto(s) sobre o meio ambiente, e como a organizao

    responder a estes.

    Acidente ou acontecimento casual, fortuito e inesperado assim definido pela

    OHSAS 18001:2007 Evento indesejado que resulta em morte, doena, leso, dano ou

    outra perda.

    Como acidente algo pelo qual ningum espera e que no ocorre em todo

    tempo, infelizmente na maioria dos casos o homem no sabe o que fazer devido ao

    despreparado para uma situao de emergncia. Para tanto, a organizao tem a

    obrigao de determinar o que fazer em uma situao de emergncia, ou seja, a

    organizao deve: pensar, planejar, praticar e implementar uma forma eficaz de

    atendimento as emergncias; a definio de planos e procedimentos podem fazer a

  • 35

    diferena entre um pequeno incidente e um evento de grandes propores (BENITE:

    2004).

    com base nos perigos existentes que a organizao dever definir as situaes

    de emergncias, devendo estas identificaes ocorrem de forma contnua e sistemtica e

    integrada com o processo de identificao de perigos e avaliao de riscos. (BENITE:

    2004).

    imprescindvel que o SGA desdobre a identificao de aspectos e avaliao de

    impactos ambientais, de forma a preparar a organizao ao atendimento e situaes de

    emergncias de cunho ambiental. Alm de implementar e manter procedimentos para

    identificar o potencial e atender situaes de emergncias que possam ter impacto(s)

    sobre o meio ambiente, e como a organizao responder a estes; faz-se necessrio a

    reviso dos seus procedimentos aps a ocorrncia de incidentes/acidentes ou situaes

    desta natureza, procedimentos estes que devem sistematicamente serem testados,

    conforme aplicvel. Sendo assim, o que foi evidenciado na implementao indica que a

    preparao para atendimento a acidentes ou situaes de emergncias tem a obrigao

    de contemplar os seguintes princpios: orientao para novos empregados; avaliaes de

    riscos; sistemas de pesquisa; avaliao de emergncias e treinamento (SEIFFERT:

    2006). Exemplo de plano de emergncia contingencia eficazes:

    Figura 14 - Monitoramento e Medio do Desempenho

  • 36

    A organizao deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para

    monitorar e medir regularmente o desempenho do SGI. Esse(s) procedimento(s)

    deve(m) fornecer:

    Tanto medidas qualitativas como medidas quantitativas apropriadas s

    necessidades da organizao;

    Monitoramento do grau de atendimento aos objetivos de SSO da organizao;

    Monitoramento da eficcia dos controles (tanto para a sade quanto para a

    segurana);

    Medidas proativas de desempenho que monitorem a conformidade com o(s)

    programa(s) de gesto da SSO, e com os controles e critrios operacionais;

    Medidas reativas de desempenho que monitorem doenas ocupacionais,

    incidentes (incluindo acidentes, quase acidentes, etc.) e outras evidncias

    histricas de deficincias no desempenho;

    Registro de dados e resultados do monitoramento e medio, suficientes para

    facilitar a subsequente anlise de aes corretivas e aes preventivas.

    Se for requerido equipamento para monitorar ou medir o desempenho, a

    organizao deve estabelecer e manter procedimentos para a calibrao e

    manuteno de tal equipamento, conforme apropriado. Os registros das

    atividades e dos resultados da calibrao e manuteno devem ser guardados.

    A medio do desempenho uma ferramenta importante de se obter subsdios sobre

    a eficcia do sistema de gesto, sendo que, desempenho uma avaliao da conjuntura

    fundamentada na implementao de aes visando obter nveis de SSO e gesto

    ambiental considerados satisfatrios para organizao (MORAES: 2006).

    A definio da sistemtica da medio e monitoramento deve abordar os indicadores

    proativos e os indicadores reativos (BENITE: 2004):

    Indicadores Proativos: so aqueles capazes de detectar ou medir resultados ou

    impactos negativos em fases suficientemente precoces, a fim de gerar

    informaes que levem a aes que permitam, ou que possibilitem interromper o

    curso evolutivo, reverter o processo e evitar o fato ou sua ocorrncia (Hopkins,

    1994);

    Indicadores Reativos: so aqueles capazes de detectar ou medir resultados ou

    impactos aps a ocorrncia cuja anlise, ainda que post factium, auxiliem com

    informaes para realimentar o processo de melhoria contnua (Hopkins, 1994).

  • 37

    Figura 15 - Monitoramento e Mensurao

    Para Hopkins os indicadores reativos so questionveis, pois o fato de no

    ocorrer uma no conformidade (acidente) no indica que o ambiente de trabalho esteja

    seguro, em contra partida os indicadores proativos proporcionam condies para

    antecipar as no conformidades reais ou potenciais (BENITE: 2004).

    Para atendimento deste requisito tanto na OHSAS 18001:2007 como na NBR

    ISO 14001:2004 determinante estabelecer, implementar e manter procedimentos para

    monitorar e medir, periodicamente, o desempenho do SGI.

    Outra ferramenta determinante para o atendimento da medio e monitoramento

    de desempenho a elaborao de um plano para cada parmetro a ser monitorado, o

    qual deve conter (SEIFFERT: 2006):

    Aspecto/impacto ambiental e identificao de perigos e avaliao de controle

    de riscos significativos;

    Quando pertinente indicao de meta qual est associado, bem como o

    respectivo indicador de desempenho;

    Local de coleta e mtodo de coleta a ser empregado;

    Nveis limtrofes do parmetro;

    Nome do procedimento que serve como referncia para realizao da

    anlise, bem como forma de registro (formulrio especfico);

    Identificao do funcionrio responsvel.

    Em relao escolha dos monitoramentos ambientais imprescindvel que tais

    indicadores, estejam relacionados aos impactos ambientais da organizao, os mais

    usados esto associados legislao ambiental (SEIFFERT: 2006).

  • 38

    Em relao ao SSO a organizao deve identificar os elementos chaves para

    medio e monitoramento do sistema de gesto.

    Outro fato considerado em ambas as normas, OHSAS 18001:2007 e NBR ISO

    14001:2004 a obrigao que os equipamentos de monitoramento e medio utilizados

    e mantidos, sejam calibrados ou verificados, e que os seus registros associados sejam

    retidos.

    11.6 - IMPLEMENTAO E OPERAO - CONTROLES DE REGISTROS.

    Os registros o nico meio de demonstrar que os documentos (procedimentos e

    as instrues de trabalho) relacionados ao sistema esto sendo cumpridos dentro da

    organizao, ou seja, os registros so as nicas evidencias objetiva do sistema

    (OLIVEIRA: 2005).

    A organizao deve estabelecer e manter registros, conforme necessrio, para

    demonstrar conformidade com os requisitos de seu sistema de gesto bem como os

    resultados obtidos. Deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para a

    identificao, armazenamento, proteo, recuperao, reteno e descarte de registros.

    Os registros devem ser e permanecer legveis, identificveis e rastreveis.

    A OHSAS 18001:2007 e a NBR ISO 14001:2004 determinam que seja

    estabelecido, implementado e mantido procedimentos para garantir a: identificao,

    armazenamento, proteo, recuperao, reteno e descarte dos registros.

    A forma de identificao, armazenamento, proteo, recuperao, reteno e

    descarte dos registros, so (OLIVEIRA: 2005):

    Identificao: Os registros so identificados como Anexos dos Procedimentos

    ou das Instrues de Trabalho do SGI;

    Manuteno (Armazenamento e Proteo): Os registros em papel so

    arquivados em pastas suspensa, entre outras, e os magnticos, so gravados em

    discos rgidos, CD-ROM ou disquetes;

    Recuperao: Os registros so arquivados seguindo a indexao indicada no

    documento, de forma a facilitar a sua localizao. Os registros podem ser

    indexados por ordem alfabtica, numrica, cronolgica, alfanumrica ou por

    assunto;

  • 39

    Descarte: Vencido o tempo de reteno, os registros so destrudos / deletados

    ou enviado para o arquivo inativo;

    Tempo de reteno: O tempo de reteno do registro do SGI no arquivo deve

    ser definido, conforme a sua aplicabilidade, respeitando sempre o tempo mnimo

    exigido por lei. O tempo de descarte do registro deve ser identificado no SGI.

    Figura 16 - Controle de registros

    A principal diferena entre registro e documento no SGI que o registro

    relaciona-se ao passado (registro de uma atividade realizada ou praticada), enquanto que

    o documento relaciona-se ao presente e ao futuro (como tenho que fazer a minha

    atividade e como irei faz-la quando ela vier a ser melhorada) (MELLO: 2002).

    Outra determinao em relao aos registros do SGI que os mesmos sejam

    estabelecidos e mantidos, conforme necessrio, e que permaneam legveis,

    identificveis e rastreveis (OHSAS 18001:2007/ ISO 14001:2004).

    Os registros do SGI devem ser mantidos para demonstrar conformidade com os

    requisitos especificados e a efetiva operao do sistema da qualidade, arquivados por

    tempo definido pela empresa, ou pelo cliente, ou por regulamentaes governamentais,

    de tal forma que sejam recuperveis e legveis durante este perodo. Deve haver um

    procedimento que defina de que forma os registros so identificados, armazenados,

    recuperados e protegidos, bem como, seus respectivos perodos de reteno e a

    disposio (arquivo ativo, arquivo morto, destrudos etc), durante e aps este perodo de

    reteno. E por fim os registros devem ser legveis, armazenados em condies

    ambientais que previnam contra danos e deterioraes e sejam prontamente

    recuperveis.

  • 40

    12.0 AUDITORIAS

    A NBR ISO 19011:2002 define auditoria como: processo sistemtico,

    documentado e independente para obter evidncias de auditoria e avali-las

    objetivamente para determinar a extenso na qual os critrios de auditoria so

    atendidos.

    A organizao deve assegurar que as auditorias internas do sistema de gesto

    sejam conduzidas em intervalos planejados para:

    a. Determinar se o sistema de gesto:

    Est em conformidade com os arranjos planejados para a gesto, incluindo-se os

    requisitos das normas de SGI;

    Foi adequadamente implementado e mantido;

    eficaz no atendimento poltica e aos objetivos da organizao.

    Fornecer informaes administrao sobre os resultados das auditorias.

    Programa(s) de auditoria deve(m) ser planejado(s), estabelecido(s), implementado(s)

    e mantido(s) pela organizao com base nos resultados das avaliaes de riscos das

    atividades da organizao e nos resultados de auditorias anteriores.

    Figura 17 - Exemplo de Auditoria para a Verificao e Adoo de Aes Corretivas.

    Indiscutivelmente a auditoria interna a melhor ferramenta de avaliao do

    sistema de gesto, o objetivo deste instrumento aferir a conformidade e monitorar a

    adequao do SGI, alm de promover a oportunidade da melhoria contnua

  • 41

    (MARANHO: 2005). O processo de auditoria tem como objetivo levantar amostras

    objetivas, que iro avaliar a adequao e conformidade do SGI em relao Poltica

    Ambiental e/ou Poltica da SSO, objetivos, metas, manual, procedimentos, instrues,

    especificaes, legislao, cdigos e norma estabelecidos e outros requisitos contratuais

    ou no contratuais aplicveis (CERQUEIRA: 2004).

    Tanto o sistema de gesto do meio ambiente como da SSO, possuem a mesma

    determinao em relao planejamento e programa de auditoria interna de uma

    organizao, desde que a auditoria seja embasada na importncia e situao para cada

    atividade em relao aos requisitos especificados. Devendo as organizaes

    implementarem um programa de auditoria interna que analise as contingncias do SGI.

    Dois pontos a serem destacados no processo de auditoria e determinado na

    OHSAS 18001:2007 e na NBR ISO 14001:2004 onde o programa de auditoria tambm

    deve basear-se nos resultados de auditorias anteriores; e que a escolha dos auditores e a

    conduo das auditorias devem assegurar a imparcialidade do processo de auditoria.

    A organizao deve definir a frequncia e o escopo das anlises crticas peridicas

    do Sistema de Gesto de Segurana e Sade Ocupacional. Estas anlises, segundo a BS

    8800, devem levar em considerao:

    O desempenho global do Sistema de Gesto da Segurana e Sade Ocupacional;

    O desempenho de elementos individuais do sistema;

    As observaes das auditorias; e,

    Fatores internos e externos, tais como mudanas na estrutura organizacional,

    pendncias legais, introduo de nova tecnologia, novas legislaes etc..

    Alm destas consideraes, a anlise crtica deve identificar que aes so

    necessrias para corrigir quaisquer deficincias.

    O Sistema de Gesto da Segurana e Sade Ocupacional deve conter mecanismos de

    adaptao a fatores internos e externos. A anlise crtica realizada pela alta gerncia

    uma reviso peridica do estado deste Sistema de Gesto e deve oportunizar tambm, a

    criao de uma viso do futuro. As informaes quando utilizadas para melhorar a

    abordagem proativa da alta gerncia, propiciam a minimizao dos riscos e a melhoria

    do desempenho nos negcios.

    A alta gerncia deve tambm analisar criticamente a eficcia dos custos de seus

    planos e objetivos. Pois, pode ser que nem todos os elementos do plano contribuam para

    seu sucesso. Finalmente, deve ser levado em considerao se os objetivos ainda so

    pertinentes.

  • 42

    A anlise critica deve ser realizada no somente para melhorar os resultados de um

    plano especfico do Sistema de Gesto, mas tambm para melhorar a qualidade da

    tomada de deciso da organizao.

    Outro ponto a ser destacado no processo de auditoria a referncia que a NBR

    19011:2002 faz em relao aos trs tipos de auditoria, a saber:

    Auditorias de Primeira Parte: Algumas vezes chamadas de auditoria interna,

    so as auditoria conduzidas pela prpria organizao, ou em seu nome, para

    anlise crtica pela administrao e outros propsitos internos, podem formar a

    base para uma auto declarao de conformidade do SGI. Em muitos casos,

    particularmente em pequenas organizaes, a independncia pode ser

    demonstrada pela liberdade de responsabilidades pela atividade sendo auditada.

    Auditorias de Segunda Parte: so auditorias externas que so realizadas por

    partes que um interesse na organizao, tais como clientes, ou por outras pessoas

    em seu nome.

    Auditorias de Terceira Parte: so auditorias externas que so realizadas por

    organizaes externas de auditoria independente, tais como organizaes que

    provm certificados ou registros de conformidade.

    13.0 - VERIFICAO E INVESTIGAO DE ACIDENTES.

    As definies de no conformidade, correo, ao corretiva e ao preventiva,

    segundo a NBR ISO 9001:2008:

    No conformidade: no atendimento de um requisito;

    Correo: ao tomada para eliminar uma no conformidade identificada;

    Ao corretiva: ao tomada para eliminar a causa de uma no conformidade

    identificada ou outra situao indesejvel;

    Ao preventiva: ao tomada para eliminar a causa de uma potencial no

    conformidade ou outra situao potencialmente indesejvel.

    determinante para a eliminao de uma no conformidade, acidente ou incidente,

    que seja identificada a causa do efeito, para a devida tomada de ao corretiva ou

    preventiva.

    A sistemtica da identificao e anlise da no conformidade, acidente ou incidente

    deve contemplar os seguintes itens (BENITE: 2004):

  • 43

    Formas de identificao das no conformidades, acidente ou incidente;

    Tcnicas a serem utilizadas para investigao das causas;

    Forma de planejamento das aes necessrias, incluindo definio de prazos,

    recursos e responsveis;

    Forma de acompanhamento da implementao das aes planejadas;

    Forma de avaliao da eficcia das aes implementadas.

    Em relao ao sistema de gesto da SSO, h uma srie de exemplos de informaes

    para a identificao de no conformidade, acidente ou incidente, resultantes do processo

    de medio e monitoramento, que sustentam a tomada das aes corretivas, preventivas

    ou de correo, os quais so (BENITE: 2004):

    Relatrios de inspees se segurana em obras;

    Resultado de inspees em equipamentos de produo;

    Indicadores que apresentem desvios em relao ao atendimento dos objetivos e

    metas;

    Resultados das auditorias internas ou externas;

    Ocorrncias de acidentes e quase acidentes;

    Notificaes de organismos fiscalizadores;

    Reclamaes de funcionrios, sindicatos, subcontratados e visitantes;

    Resultados da anlise crtica pela Alta Administrao.

    Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas para a identificao de

    causas, entre elas destacamos (BENITE: 2004):

    Anlise de rvore de Falhas;

    Diagrama de Causa e Efeito;

    Brainstorming.

  • 44

    Figura 18 Exemplo de aplicao do Diagrama Causa-Efeito.

    Como o conceito de no conformidades, aes corretivas e preventivas e o mtodo

    de anlise de causa so sempre o mesmo, independentemente do sistema de gesto em

    questo, sendo mandatrio apenas algumas adaptaes para utilizao no SGI, faz-se

    necessrio inserir as no conformidades bsicas voltadas ao meio ambiente (SEIFFERT:

    2006):

    Comunicaes ambientais internas ou externas inadequadamente tratadas;

    Atividades de controle operacional do meio ambiente;

    Atendimento a situaes de emergncias do meio ambiente;

    Problemas associados falta de cumprimento de leis e normas ambientais.

    14.0 - ANLISES CRTICA.

    Tanto na OHSAS 18001:2007 como na NBR ISO 14001:2004 o requisito da

    anlise crtica determina que a alta administrao da organizao, em intervalos por ela

    pr-determinados, deve analisar criticamente o sistema de gesto SSO/SGA, para

    assegurar sua convenincia, adequao e eficcia contnuas; o processo de anlise

    crtica deve assegurar que as informaes necessrias sejam coletadas, de modo a

    permitir administrao proceder a essa avaliao; a anlise crtica pela Alta

    Administrao deve abordar a eventual necessidade de alteraes na poltica, objetivos e

    outros elementos do SGIM, luz dos resultados de auditorias do mencionado Sistema,

    da mudana das circunstncias e do comprometimento com a melhoria contnua.

  • 45

    Figura 19 Exemplo do papel relativo a anlise do ciclo da Gesto da Segurana

    e Sade Ocupacional.

    A Alta Administrao deve definir um responsvel pela implantao e manuteno

    do SGI, devendo este ser treinado e qualificado para conduzir os processos,

    respondendo diretamente direo da empresa nesta atividade alm de participar das

    reunies e formalizar a anlise, aes e decises tomadas com relao aos seguintes

    itens do SGI:

    1. Continuidade da adequao ou alteraes na poltica de SGI;

    2. Cumprimento das metas relacionadas aos objetivos de SGI;

    3. Reclamaes de clientes;

    4. Resultados das auditorias internas;

    5. Devem-se utilizar estas anlises, para promover a melhoria contnua do sistema

    de SGI.

  • 46

    15.0 - MELHORIA CONTNUA.

    Quando uma organizao se prope a implementar um Sistema de Gesto

    Integrado com base nas normas NBR ISO 9000:2005, NBR ISO 14001:2004, OHSAS

    18000:1999, e SA 8000, a mesma se obriga a pensar, desenhar e implement-lo atravs

    de um planejamento.

    Como o modelo proposto em uma das notas da NBR ISO 9001:2008 o do

    PDCA (Planejar Fazer Verificar Atuar), ou seja de planejar e replanejar

    continuamente, isto deve ser a tnica para a Melhoria Contnua desta Organizao.

    As vantagens de se fazer uso do modelo que o (P) planejamento base j vem

    pronto, ou seja, preciso implement-lo.

    Com o Sistema de Gesto Integrado implementado o passo seguinte fazer uso

    do mesmo (D); para verificar (C) se o mesmo est funcionando, se precisa de

    adequaes, se o sistema est conforme, faz se uso de uma ferramenta que o prprio

    modelo traz como obrigatria, as Auditorias Internas.

    O SGI possui como uma das mais conhecidas representao o ciclo PDCA,

    tambm conhecido como ciclo de Shewhart, seu idealizador, ou como ciclo de Deming,

    o responsvel por seu desenvolvimento e conhecimento. O ciclo PDCA um mtodo

    gerencial para promoo da melhoria contnua e reflete, em suas quatro fases, a base da

    filosofia do melhoramento contnuo. Praticando-as de forma cclica e ininterrupta,

    acaba-se por promover a melhoria contnua e sistemtica nas organizaes,

    consolidando a padronizao das prticas.

    As quatro fases so mostradas na figura 20 e explicadas a seguir (ISNARD

    MARSHALL: 2003):

  • 47

    Figura 20 Ciclo PDCA

    Planejamento (Plan): No planejamento devem-se estabelecer objetivos e metas,

    para que sejam desenvolvidos mtodos, procedimentos e padres para alcan-

    los. Normalmente, as metas so desdobradas do planejamento estratgico

    (poltica) e representam no SGI a forma de controlar os aspectos/impactos

    ambientais e seus riscos de acidentes e doenas ocupacionais e melhorar seu

    desempenho. Os mtodos contemplam os procedimentos e as orientaes

    tcnicas necessrias para se atingir s metas;

    Execuo (Do): preciso fornecer educao e treinamento para execuo dos

    mtodos desenvolvidos na fase de planejamento do SGI. Ao longo da execuo

    devem-se coletar os dados que sero utilizados na fase de verificao;

    Verificao (Check): quando se verifica se o planejado foi consistentemente

    alcanado atravs da comparao entre as metas desejadas e os resultados

    obtidos. Normalmente, usa-se para isso ferramentas de controle como folhas de

    verificao, histogramas, entre outras. importante ressaltar que essa

    comparao deve ser baseada em fatos e dados e no opinies ou intuio;

    Agir corretivamente (Act): Nessa fase tm-se duas alternativas. A primeira

    consiste em buscar as causas fundamentais a fim de prevenir a repetio dos

    efeitos indesejados, no caso de no terem sido alcanadas as metas planejadas. A

    segunda, em adotar como padro o planejado na primeira fase, j que as metas

    planejadas foram alcanadas.

  • 48

    A imagem abaixo mostra de forma bem clara o ciclo PDCA e os pontos a serem

    seguidos do 1 at o 8.

    Figura 21 Pontos a serem seguidos dentro do ciclo PDCA

    Girar o ciclo PDCA significa obter previsibilidade nos processos e melhoria do SGI

    e consequentemente permitir a organizao controlar os aspectos/impactos ambientais e

    seus riscos de acidentes e doenas ocupacionais e melhorar seu desempenho. A

    previsibilidade acontece pelo atendimento aos requisitos do SGI, pois, quando a

    melhoria evidente, adota-se o mtodo planejado, fundamentando ainda mais o do SGI

    adotado. Para que o PDCA atue como uma ferramenta de melhoria contnua no SGI

    preciso criar uma cultura de esforos e padronizao em toda a organizao, a Alta

    Administrao precisa ter coragem para mudar, sendo essencial criar massa crtica em

    toda organizao; no podendo os colaboradores ou mesmo a alta administrao agir

    sozinhos (ISNARD MARSHALL: 2003).

    Em suma melhoria contnua significa buscar melhores resultados e melhores nveis

    de desempenho dos processos, produtos e atividades da empresa, seja voltada ao meio

    ambiente, ou seja, voltada a SSO, mas de preferncia integradas (MOURA: 2003).

    16.0 - INTEGRANDO OS SISTEMAS DE GESTO: DA QUALIDADE,

    RESPONSABILIDADE SOCIAL E RISCOS.

  • 49

    Ser apresentado de forma sucinta o Sistema de Gesto da Qualidade (SGQ) e da

    Responsabilidade Social (SA 8000 e NBR ISO 26000:2010) e Gesto de Risco NBR

    ISO 31000:2009.

    16.1 - SISTEMAS DE GESTO DA QUALIDADE NBR ISO 9000:2005.

    O Sistema de Qualidade da Organizao designa um grupo de normas tcnicas

    que estabelecem um modelo de gesto de qualidade para organizaes em geral,

    qualquer que seja o seu tipo ou dimenso O SGQ Sistema de Gesto da Qualidade,

    baseado na norma srie NBR ISO 9000:2005, foi lanada em 1987, visando garantia

    do sistema de gesto das organizaes. Difundida mundialmente a srie NBR ISO

    9000:2005 j foi revista por duas vezes, sendo que, a verso NBR ISO 9001:2008

    especifica requisitos para um SGQ que podem ser usados pelas organizaes para

    aplicao interna, certificao ou fins contratuais (GERALDO: 2003).

    A figura um exemplo de fluxo de um sistema de gesto da qualidade:

    Figura 22 - Exemplo de fluxo de um sistema de gesto da qualidade

    A NBR ISO 9000:2005 e a NBR ISO 9004:2010 so guias e a NBR ISO

    9001:2008 representa requisitos de Sistema da Qualidade para uso em situaes

    contratuais, que exijam a demonstrao de que a Organizao fornecedora

    administrada com qualidade. Mais detalhadamente temos:

  • 50

    NBR ISO 9000:2005 - descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da

    qualidade e especifica a sua terminologia.

    NBR ISO 9001:2008 - Especifica os requisitos do Sistema da Qualidade para

    uso onde a capacidade da organizao de prover produtos que atendam ao

    cliente e aos requisitos regulatrios precisa ser demonstrada.

    NBR ISO 9004:2010 - Fornece diretrizes para implantao de um Sistema de

    Gesto da Qualidade, incluindo os processos para melhoria contnua, que

    contribui para a satisfao dos clientes da organizao e outras partes

    interessadas.

    NBR ISO 19011:2002 - prov guia para o gerenciamento e conduo de

    auditorias da qualidade e ambiental.

    As regras e os padres da Gesto da Qualidade e Garantia da Qualidade so

    complementares aos padres do produto, e so implantados para melhorar a sua

    qualidade, com impacto na funcionalidade do Sistema da Qualidade.

    16.2 - SISTEMAS DE GESTO RESPONSABILIDADE SOCIAL E

    BENEFCIOS - NORMA SA 8000.

    A SA 8000 uma norma internacional de avaliao da responsabilidade social

    que existe para empresas fornecedoras e vendedoras. a primeira certificao

    internacional da responsabilidade social. Seu principal objetivo garantir os direitos dos

    trabalhadores.

    Lanada em 1997 pela CEPAA - Council on Economics Priorities Accreditation

    Agency, atualmente chamada SAI - Social Accountability International, organizao

    no-governamental norte-americana, a Social Accountability 8000 (SA 8000) a

    primeira certificao de um aspecto da responsabilidade social de empresas com alcance

    global.

    Com base em normas internacionais sobre direitos humanos e no cumprimento

    da legislao local referente, a SA 8000 busca garantir direitos bsicos dos

    trabalhadores envolvidos em processos produtivos. A norma basicamente composta

    por nove requisitos:

    1. Trabalho infantil: no permitido;

    2. Trabalho forado: no permitido;

  • 51

    3. Sade e segurana: devem ser asseguradas;

    4. Liberdade de Associao e negociao coletiva: devem ser garantidas;

    5. Discriminao: no permitida;

    6. Prticas Disciplinares: no so permitidas;

    7. Horrio de Trabalho: no deve ultrapassar 48horas/semana, alm de 12horas-

    extra/semana;

    8. Remunerao: deve ser suficiente;

    9. Sistemas de gesto: deve garantir o efetivo cumprimento de todos os requisitos.

    Tendo como referncia os padres de gesto da qualidade NBR ISO 9000: 2005 e

    de gesto ambiental NBR ISO 14000: 1996, a SA 8000 segue a estrutura que enfatiza a

    importncia de sistemas de gesto para melhoria contnua.

    A principal diferencia entre a SA 8000, NBR ISO 16000:2004 e NBR ISO

    26000:2010 que enquanto a SA 8000 est fundamentada em critrios restritivos

    voltados Responsabilidade Social para uma organizao, a NBR ISO 16001:2012 est

    focada nos requisitos para o sistema da gesto, sem deixar de considerar todos os

    critrios que caracterizam uma empresa socialmente responsvel. Por fim a NBR ISO

    26000:2010, abrange o conceito das normas SA 8000 e NBR ISO 16000:2004 de forma

    aprimorada.

    As organizaes podem obter alguns benefcios relacionados com a aplicao do

    padro SA 8000:

    Maior reteno funcional e melhoria no seu desempenho;

    Elevao da qualidade do produto e da produtividade;

    Melhoria no gerenciamento; melhoria na administrao da cadeia de

    fornecimento;

    Desenvolvimento de novos mercados e novos clientes (LEIPZIGER,

    2003, p. 09).

    Ainda podemos ressaltar:

    Reduo do passivo trabalhista;

    Reduo de acidentes de trabalho;

    Maior possibilidade de valorizao de aes em bolsas de valores;

    Maior possibilidade de credibilidade no mercado;

    Melhoraria na reputao da empresa com as partes interessadas;

    Implementao eficaz de um sistema de gesto da responsabilidade

    social;

  • 52

    Destaque num mercado saturado;

    Possvel integrao com outros sistemas;

    Relao de parcerias com fornecedores;

    Fidelizao de clientes.

    A SA 8000 verificvel atravs de um processo baseado em evidncia. Seus

    requisitos se aplicam universalmente, independente do porte da empresa, da sua

    localizao geogrfica ou do setor industrial.

    O padro SA 8000 de uso global independente da regio geogrfica onde ser

    adotada, pretende padronizar de forma genrica as relaes trabalhistas de qualquer

    empresa independente de seu porte e sua cadeia de fornecimento quanto aos seus

    requisitos, obedecendo e tendo como apoio as leis internacionais de direitos humanos e

    as leis trabalhistas locais. As empresas precisam evidenciar suas boas prticas por

    intermdio de documentaes e registros, por isto a necessidade de verificao por

    terceiros para que alcancem a certificao quando em conformidade com os quesitos.

    Ela deve tambm criar, dar continuidade e aplicar as polticas e os processos para

    gerenciar os temas que possa ter controle e poder de mobilizao, bem como, comunicar

    com transparncia aos interessados em suas atividades que tem atendido aos requisitos

    deste padro com a criao de suas polticas, processos e suas boas prticas.

    16.3 - SISTEMAS DE GESTO RESPONSABILIDADE SOCIAL NBR ISO

    16000:2004

    A NBR ISO 16001:2012 uma norma brasileira de responsabilidade social que

    utiliza requisitos mnimos de sistema de gesto da responsabilidade social com fim de

    certificao e que permite as empresas elaborar polticas de responsabilidade social e se

    apoia em compromissos ticos, de cidadania, o desenvolvimento sustentvel e a

    transparncias nos negcios. possvel a integrao com sistemas j existentes.

    (LO