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P o w e r e d b y
Cenário político e impactos para
a economia brasileira
Outubro de 2019 Alessandra Ribeiro
P o w e r e d b y
2Política
Risco político é fator limitante para a
retomada da confiança e do crescimento econômico
1. Posicionamento pessoal do
presidente
2. Ausência de coalizão majoritária
Risco político combina
2 elementos
principais
CENÁRIO POLÍTICO
O ambiente político tem sido um dos principais gatilhos para os diferentes cenários econômicos
domésticos.
Os eventos de natureza politica foram responsáveis por afetar a precificação de ativos brasileiros e
modificar os fundamentos para a retomada do crescimento.
P o w e r e d b y
3“Efeito Bolsonaro” e aumento do risco político
Avanço de uma agenda econômica positiva
não é suficiente para melhorar a confiança dos agentes
Nasce novo mecanismo de coordenação
entre partidos políticos, semelhante a uma
“governabilidade parlamentar”
Boa parte dos movimentos políticos são orientados
pelo projeto político de protagonismo
Legislativo.
Esse quadro permitiu o avanço do principal
componente para a agenda fiscal responsável: a
reforma da Previdência.
Entretanto, os ruídos políticos impediram melhora
substancial da percepção dos agentes, manifestado
pelo nível ainda elevado de incertezas.
INCERTEZAINSTABILIDADE
POLÍTICA
COMPOSTA POR 2 ELEMENTOS
1. Eventos de agenda econômica
2. Natureza do debate público
P o w e r e d b y
4Capital Político
Fonte: Datafolha Elaboração: Tendências
Ritmo de queda de capital político é destaque em
comparação com demais presidentes em primeiro mandato.
Presidente não soube transformar o antipetismo em ativo político. Foco é no “eleitororiginal”. Retórica entre “nova” e “velha” política” reforçou racha na centro-direita.
Risco principal: cisão entre “bolsonarismo” e “lavajatismo”
P o w e r e d b y
5Capital Político
Fonte: Datafolha Elaboração: Tendências
Há uma dimensão reputacional por trás da perda de capitalpolítico do governo.
Percepção da sociedade em torno do comportamento presidencial sugere crise de
legitimidade e credibilidade do chefe do Executivo.
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abr/19 jul/19 ago/19
23 2532
Inadequação ao cargo (%)
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6Crise PSL
Celeuma reflete disputa pelo controle do partido às vésperas deano eleitoral. Celeuma em torno da liderança sinaliza dificuldade de acomodação. Janela
para mudança partidária em 2020 deve ser termômetro para conflito.
Conflito no interior do PSL é mais um elemento que aumenta o custo de aprovação daagenda econômica.
“Governabilidade parlamentar” deve perder fôlego ao longo do tempo por conta dos custos decoordenação.
P o w e r e d b y
7Agenda
Não há “sucessora natural” da reforma previdenciária. Sucesso reformista depende da coordenação entre casas legislativas e
equipe econômica.
Sinais mais recentes sugerem atraso no encaminhamento da reforma tributária. Medidas associadas ao controle de gastos (regra de ouro + administrativa) devem ter
destaque no curto prazo.
Senado deve ser protagonista da reforma do pacto federativo.
Chance maior de aprovação é da pec da regra de ouro.
Aprovação da reforma tributária (pec 45) é cenário otimista.
Custo político do “IVA nacional” é muito elevado.
AgendaReforma
administrativa
Pacto
Federativo
Reforma
Tributária
Regra de ouro
Pec paralela
P o w e r e d b y
8PIB
Fonte:
Agenda liberal e recuperação gradual do
crescimento
Apesar do avanço da agenda liberal e dos desdobramentos
quanto à reforma da previdência, a economia sustentou
retomada lenta no 1º semestre. Dentre as causas para
esse processo, destacam-se:
Episódio da Vale
Incerteza da reforma da previdência
Transição de governo e ruídos políticos
Contexto internacional
Expectativa é de expansão moderada no 2º semestre
e em 2020, tendo como limitantes a ausência do setor
público da atividade e o cenário global
2017 2018 2019 2020
PIB 1,1% 1,1% 0,9% 1,8%
Agropecuária 12,5% 0,1% 0,8% 3,1%
Indústria -0,5% 0,6% 0,3% 2,2%
Serviços 0,5% 1,3% 1,2% 1,6%
2017 2018 2019 2020
PIB 1,1% 1,1% 0,9% 1,8%
Famílias 1,4% 1,9% 1,9% 2,1%
Governo -0,9% 0,0% -0,4% -0,3%
FBCF -2,5% 4,1% 2,5% 4,5%
Exportações 5,2% 4,1% 1,8% 1,1%
Importações 5,0% 8,5% 2,6% 3,0%
Fonte: IBGE, Elaboração e projeções Tendências
P o w e r e d b y
9
Fonte: FGV. Elaboração e projeções Tendências.
Retomada da
confiança
é primordial
para o aumento dos
investimentos e retomada da
atividade
Aumento do risco político mantém agentes econômicos apreensivos e limita o crescimento.
Apesar do avanço da reforma previdenciária,
incerteza voltou a subir nos últimos meses
Incerteza
IIE - Brasil
Índice de Incerteza Econômica
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130
140
AUMENTO DA
INCERTEZA NOS
ÚLTIMOS MESES
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10Mercado de trabalho
Apesar de tendência positiva da ocupação, vagas ligadas a
informalidade e baixos salários aumentam
Mercado de trabalho segue em recuperação lenta, sendo sustentando, em grande
parte, pelo aumento do nível de ocupação informal.
Queda da taxa de desemprego é limitada por crescimento moderado da ocupação
e aumento da força de trabalho (PEA).
Fonte:
Emprego 2017 2018 2019 2020
PEA/PIA 62,6% 62,5% 62,7% 63,0%
Ocupação (crescimento %) 0,4% 1,4% 2,0% 1,5%
Taxa de desemprego (%) 12,7% 12,3% 11,8% 11,7%
Renda 2017 2018 2019 2020
Renda Real (crescimento %) 1,5% 1,5% 0,4% 0,9%
Massa Real (crescimento %) 1,9% 3,0% 2,2% 2,4%
EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO
86
87
88
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-4,0%
-2,0%
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2,0%
4,0%
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t/1
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ou
t/1
8
dez/
18
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Milh
are
s
Total % YoY Formal %YoYInformal
Fonte: IBGE. Elaboração e projeções Tendências
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Consumo das famílias
Fonte: FGV e IBGE. Elaboração e projeções Tendências
Os indicadores de confiança sugerem um maior
otimismo em relação à economia, além disso a
liberação de recursos do FGTS contribuirá para o
aumento dos gastos das famílias nos próximos meses
Por outro lado, a fraca recuperação da atividade
econômica e do emprego atua como fator limitante
para o desempenho
das famílias
Apesar de liberação do FGTS, consumo das famílias
deve manter evolução modesta
Confiança do Consumidor - ICC
MELHORES
RESULTADOS NOS
ÚLTIMOS MESES
2018 2019 2020
PMC Geral 2,3% 1,7% 2,4%
Combustíveis -5,0% 0,9% 1,4%
Hiper, super, etc. 3,7% 0,9% 2,4%
Tecidos, vestuário -1,0% 1,0% 2,1%
Móveis e eletrodom. -1,3% 1,0% 3,7%
PMC Ampliado 2,3% 1,7% 2,4%
Veículos 15,1% 10,3% 3,5%
Construção 3,5% 2,9% 2,6%
P o w e r e d b y
12Inflação - IPCA
Dinâmica ainda fraca da atividade sustenta
inflação em baixo patamar Ociosidade elevada, expectativas de inflação bem alinhadas e ambiente externo desinflacionário apontam para
inflação ligeiramente abaixo da meta.
7,6
%
5,7
%
3,1
% 4,5%
5,9
%
4,3
% 5,9
%
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%
5,8
%
5,9
%
6,4
%
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6,3
%
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% 3,7%
3,3
%
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%
3,7
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22
IPCA
(%) IPCA Livres Administrados Serviços Industrializados
2012 5,8% 6,6% 3,7% 8,7% 1,8%
2013 5,9% 7,3% 1,5% 8,7% 5,2%
2014 6,4% 6,7% 5,3% 8,3% 4,3%
2015 10,7% 8,5% 18,1% 8,1% 6,2%
2016 6,3% 6,6% 5,5% 6,5% 4,8%
2017 2,9% 1,3% 8,0% 4,5% 1,0%
2018 3,7% 2,9% 6,2% 3,3% 1,1%
2019 3,3% 2,9% 4,3% 3,6% 1,6%
2020 3,6% 3,4% 4,0% 3,9% 2,4%
Manutenção das medianas de inflação em patamar abaixo da
meta. A dificuldade de reação da inflação ajuda a manter
o panorama positivo para o IPCA no curto prazo.
Fonte: IBGE. Elaboração e projeções Tendências
P o w e r e d b y
13Taxa de Juros
Retomada lenta e ociosidade elevada dos
fatores abrem espaço para redução adicional
da taxa Selic em 2019.
Após redução de 50 bps na Selic para 5,50%,
esperamos mais dois cortes de 50 bps.
Comportamento dos juros futuros evidencia
que há fundamentos capazes de sustentar
taxas baixas no longo prazo.
Reformas favorecem redução do nível dos
juros de equilíbrio, considerando importante
mudança no patamar externo.
Banco Central deve adotar
política expansionista no curto prazo
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% 10
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%
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%
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%
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TAXA DE JUROS
Fim de período
Fonte: Banco Central. Elaboração e projeções Tendências
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14Evolução do Crédito
Fonte:
Crédito para pessoa física segue trajetória altista,
por outro lado, concessões para pessoa jurídica
ainda não recuperaram patamar pré-crise
Os efeitos das reduções da Selic e das medidas de
regulamentação bancária e do mercado de capitais
devem favorecer novas reduções dos juros
Concessões de crédito devem manter volume elevado,
entretanto, inadimplência ainda é fator limitante
Fator negativo: nível ainda elevado de inadimplência Fator positivo: queda da Selic e aumento da demanda
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R$ BILHÕES
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CONCESSÕES LIVRES DEFLAC
SÉRIE DESSAZ. (MM3)
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0
PF PJ
TAXAS MÉDIA DE JUROS
RECURSOS LIVRES
Fonte: Banco Central. Elaboração e projeções Tendências
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15Taxa de Câmbio
Dólar retomou valorização no exterior, com aumento
da aversão ao risco e sinal cauteloso do Fed sobre novos
cortes nos juros.
Prêmio de risco Brasil retornou para menor nível
desde 2014, de acordo com os desdobramentos da
aprovação da previdência.
Guerra comercial e clima político
são ameaças para o câmbio
RISCOS
Externos: pessimismo com economia global e
agravamento das tensões comerciais e geopolíticas.
Internos: falta de base política travar agenda e
eventuais novos ruídos gerados pelo governo.
Taxa de Câmbio x CDS
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Taxa de Câmbio
CDS
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2,1
1,8
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9 2,0 2
,3 2,7
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3,3 3,3
3,9 4,0
3,9
3,8 3,9 4,0
R$ 0,5
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R$ 1,5
R$ 2,0
R$ 2,5
R$ 3,0
R$ 3,5
R$ 4,0
R$ 4,5
R$ 5,0
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TAXA DE CÂMBIO
Fim de período
Fonte: Bloomberg e Banco Central. Elaboração e projeções Tendências
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16Conclusões
Riscos políticos e instabilidade externa
aumentam desafios para a
retomada do crescimento
Manutenção dos juros baixos e avanços das
concessões e privatizações, baliza
expectativa de retomada.
+Perspectiva é de retomada moderada da
atividade, limitada pela necessária ausência
do setor público como fonte de estímulo à
demanda.
CENÁRIO BÁSICO
contempla a aprovação de uma
reforma da previdência robusta e
avanço gradual da agenda de
reformas com limitações maiores
à governabilidade parlamentar
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