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Cordeirópolis, Janeiro de 2004 • Número 104 Centro APTA Citros cria rede Centro APTA Citros cria rede de avaliação de híbridos de avaliação de híbridos O grupo de pesquisadores do Centro APTA Citros do IAC está estabelecendo uma rede de avaliação experimental de hí- bridos para estudos de campo de resistên- cia a doenças e produção de novas varieda- des. O projeto, que se baseia em trabalhos de obtenção de novos híbridos e de mapeamento genético para resistência a doenças, deve dar origem a novas varieda- des copa e porta-enxerto, ampliando a base genética da nossa citricultura. V Dia do Limão Tahiti V Dia do Limão Tahiti 25 de março de 2004 25 de março de 2004 baseados em DNA, foram estabelecidos os seguintes híbridos: limão Cravo x citrumelo Swingle 02 tangelo Orlando x laranja Pêra 09 tangor Murcott x laranja Pêra 311 tangerina Cravo x laranja Pêra 74 tangerina Cravo x laranja Valência 18 Mexerica do Rio x laranja Pêra 27 tangerina Sunki x P. trifoliata 281 Total 722 Embora o melhoramento genético clássico tenha produzido até agora poucas variedades de citros, a incorporação de técnicas da biologia molecular em tais pro- gramas tem permitido a ampliação da base genética da citricultura. A etapa seguinte desse processo foi a multiplicação do ma- terial e a produção de mudas para avalia- ção em condições de casa-de-vegetação. muito suscetíveis. Deve ser destacado que a resistência do P. trifoliata ao vírus da tristeza é regulada por um ou poucos genes, porém a resistência a Phytophthora parece ser regulada por muitos genes. Exis- te fonte de resistência à Xylella fastidiosa e ao vírus da leprose em tangor Murcott, sendo que alguns híbridos herdam essas características. “É importante agora que esse material seja avaliado em condições de campo”, afir- ma Marcos A. Machado, pesquisador e di- retor do Centro APTA Citros, informando que está sendo montada uma rede experi- mental com todos os híbridos, que estão sendo plantados em diferentes regiões do Estado de São Paulo. Essa rede engloba ex- perimentos no Centro APTA Citros, na Es- tação Experimental de Citricultura de Be- bedouro (EECB), em fazendas dos grupos Fischer e Citrovita, além de plantio expe- rimental em Maringá, no Paraná, para avaliação de resistência ao cancro cítrico. “Este projeto pode ser considerado um dos mais importantes trabalhos de melho- ramento genético de citros, do qual novas variedades copa e porta-enxerto deverão se originar, ampliando assim a base genéti- ca da nossa citricultura”, diz Machado. Em função da maior ou menor resis- tência a doenças e da qualidade de fruto, foram escolhidos diferentes parentais contrastantes para a produção dos híbri- dos. Com relação à resistência à clorose variegada dos citros (CVC), à leprose e ao cancro cítrico, por exemplo, foram escolhi- dos os parentais laranjas Pêra e Valência, tangerina Cravo, Mexerica do Rio e tangor Murcott. Já para resistência à tristeza e gomose, foram selecionadas as variedades tangerina Sunki, Poncirus trifoliata , citrumelo Swingle e limão Cravo. A seleção teve como base a importância dessas varie- dades e a possibilidade de obtenção de hí- bridos que sejam próximos aos parentais, mas que apresentem, todavia, maior resis- tência a determinadas doenças. Após polinização controlada, germina- ção das sementes e seleção dos embriões sexuais, com a utilização de marcadores Inicialmente, foi avaliada a resistência à CVC nos híbridos de laranja com tan- gerinas (Foto A) e tangor Murcott; a resis- tência à tristeza e gomose nos híbridos de tangerina Sunki com P. trifoliata (Foto B) e, mais recentemente, a resistência à leprose dos híbridos de laranja com tangor Murcott (Foto C). Como esperado em um trabalho des- sa natureza, foram encontrados desde hí- bridos com alta resistência até híbridos Fotos A, B e C: Características morfológicas diferenciais das folhas nos híbridos, com os pais nas extremidades. (Marinês Bastianel) A C B

Centro APTA Citros cria rede de avaliação de híbridosccsm.br/wp-content/uploads/2017/04/INFORMATIVO_CCSM_01_2004.pdf · dade inerente ao processo de produção da ... Agro Industrial,

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Cordeirópolis, Janeiro de 2004 • Número 104

Centro APTA Citros cria redeCentro APTA Citros cria redede avaliação de híbridosde avaliação de híbridos

O grupo de pesquisadores do CentroAPTA Citros do IAC está estabelecendouma rede de avaliação experimental de hí-bridos para estudos de campo de resistên-cia a doenças e produção de novas varieda-des. O projeto, que se baseia em trabalhosde obtenção de novos híbridos e demapeamento genético para resistência adoenças, deve dar origem a novas varieda-des copa e porta-enxerto, ampliando a basegenética da nossa citricultura.

V Dia do Limão TahitiV Dia do Limão Tahiti25 de março de 200425 de março de 2004

baseados em DNA, foram estabelecidos osseguintes híbridos:

limão Cravo x citrumelo Swingle 02tangelo Orlando x laranja Pêra 09tangor Murcott x laranja Pêra 311tangerina Cravo x laranja Pêra 74tangerina Cravo x laranja Valência 18Mexerica do Rio x laranja Pêra 27tangerina Sunki x P. trifoliata 281

Total 722

Embora o melhoramento genéticoclássico tenha produzido até agora poucasvariedades de citros, a incorporação detécnicas da biologia molecular em tais pro-gramas tem permitido a ampliação da basegenética da citricultura. A etapa seguintedesse processo foi a multiplicação do ma-terial e a produção de mudas para avalia-ção em condições de casa-de-vegetação.

muito suscetíveis. Deve ser destacado quea resistência do P. trifoliata ao vírus datristeza é regulada por um ou poucosgenes, porém a resistência a Phytophthoraparece ser regulada por muitos genes. Exis-te fonte de resistência à Xylella fastidiosa eao vírus da leprose em tangor Murcott,sendo que alguns híbridos herdam essascaracterísticas.

“É importante agora que esse materialseja avaliado em condições de campo”, afir-ma Marcos A. Machado, pesquisador e di-retor do Centro APTA Citros, informandoque está sendo montada uma rede experi-mental com todos os híbridos, que estãosendo plantados em diferentes regiões doEstado de São Paulo. Essa rede engloba ex-perimentos no Centro APTA Citros, na Es-tação Experimental de Citricultura de Be-bedouro (EECB), em fazendas dos gruposFischer e Citrovita, além de plantio expe-rimental em Maringá, no Paraná, paraavaliação de resistência ao cancro cítrico.

“Este projeto pode ser considerado umdos mais importantes trabalhos de melho-ramento genético de citros, do qual novasvariedades copa e porta-enxerto deverãose originar, ampliando assim a base genéti-ca da nossa citricultura”, diz Machado.

Em função da maior ou menor resis-tência a doenças e da qualidade de fruto,foram escolhidos diferentes parentaiscontrastantes para a produção dos híbri-dos. Com relação à resistência à clorosevariegada dos citros (CVC), à leprose e aocancro cítrico, por exemplo, foram escolhi-dos os parentais laranjas Pêra e Valência,tangerina Cravo, Mexerica do Rio e tangorMurcott. Já para resistência à tristeza egomose, foram selecionadas as variedadestangerina Sunki, Poncirus trifoliata,citrumelo Swingle e limão Cravo. A seleçãoteve como base a importância dessas varie-dades e a possibilidade de obtenção de hí-bridos que sejam próximos aos parentais,mas que apresentem, todavia, maior resis-tência a determinadas doenças.

Após polinização controlada, germina-ção das sementes e seleção dos embriõessexuais, com a utilização de marcadores

Inicialmente, foi avaliada a resistênciaà CVC nos híbridos de laranja com tan-gerinas (Foto A) e tangor Murcott; a resis-tência à tristeza e gomose nos híbridos detangerina Sunki com P. trifoliata (Foto B)e, mais recentemente, a resistência àleprose dos híbridos de laranja comtangor Murcott (Foto C).

Como esperado em um trabalho des-sa natureza, foram encontrados desde hí-bridos com alta resistência até híbridos

Fotos A, B e C: Características morfológicasdiferenciais das folhas nos híbridos, com ospais nas extremidades. (Marinês Bastianel)

AA

CC

BB

Editorial

Cordeirópolis, Janeiro de 2004 • Número 104

Olhando para o futuroda citricultura

Notas

Experimentos sobre transmissão eperpetuação de morte súbita dos citros(MSC) em diferentes copas e porta-enxertosde citros que vêm sendo conduzidos há maisde dois anos em Barretos (SP), têm sidoavaliados freqüentemente quanto aodesenvolvimento das plantas eaparecimento de sintomas. Mesmo apósforte deficiência hídrica nos últimos meses,não houve evolução significativa nosurgimento de novas plantas com sintomas,o que pode indicar que o período deincubação dessa doença deve ser longo.

Experimentos sobre MSC

Levantamento sobre MSC

Em 9 de janeiro, foi feita apresentaçãodos últimos dados sobre levantamento de2002/03 de morte súbita no Estado, na sededo Fundecitrus, em Araraquara (SP).Entre as principais conclusões: a MSCcresceu em número de plantas e demunicípios com sintomas; e a doençaparece estar avançando no sentidonoroeste e sul, aumentando apreocupação com os pomares sobre limãoCravo e exigindo vigilância com novoscasos; e necessidade de continuar olevantamento.

O pesquisador Marcos A. Machadoparticipou como membro da banca deexame da Tese de Doutorado de GustavoHabermann, na Unesp/Botucatu. A teseversou sobre aspectos fisiológicos de plantasde laranja afetadas por CVC em três regiõesdo Estado de São Paulo. A orientação foido Prof. João Domingos Rodrigues.

Defesa de tese

Projeto Brasil/Flóridasobre Leprose

A leprose dos citros tem se tornadouma preocupação dos pesquisadores eprodutores de citros da Flórida. Emfunção disso, pesquisadores do USDA emFort Pierce, Flórida, estão propondoprojeto em colaboração para estudaraspectos epidemiológicos e moleculares dadoença. O projeto, liderado por TimGottwald e Mark Hilf, tem comocolaboradores para os estudosepidemiológicos pesquisadores daESALQ/USP e do Fundecitrus,coordenados por Armando BergaminFilho e Renato Bassanezi, respectivamente.

Já os estudos moleculares deverão serdesenvolvidos no Centro APTA CitrosSylvio Moreira sob coordenação deMarcos Machado e Juliana Freitas-Astúa(Embrapa/CAPTACSM) e deverãofocalizar a interação entre o vírus e seuácaro vetor, visando a entender melhorcomo o vírus é transmitido e a doença édisseminada no campo.

Conferência sobreGenoma de Plantas

Gustavo Astúa-Monge participourecentemente da reunião “Plant andAnimal Genome XII”, realizada em SanDiego, Califórnia, EUA, comorepresentante do Laboratório deBiotecnologia do Centro APTA CitrosSylvio Moreira, tendo proferido a palestra“Exploring CitEST: from microsatellites toin silico differential display”. O propósitode sua participação foi divulgar oprogresso obtido durante o último anonos trabalhos relacionados ao ProjetoInstitutos do Milênio e participar dareunião do Consórcio Internacional parao Sequenciamento do Genoma de Citros.

Durante a reunião, os participantestiveram a oportunidade de se familiarizarcom os avanços na área de genômica decitros obtidos pelos grupos de pesquisadas Universidades da Flórida, Califórnia eTexas, do USDA/Fort Pierce e do grupoespanhol formado por pesquisadores doIVIA, da Universidade Politécnica deValência e do IATA. Os acordos realizadosna reunião do Consórcio Internacionalpossibilitarão a colaboração científica etecnológica entre os seus membros e aconstrução de um banco de dados únicoque será estabelecido e gerenciado peloCAPTACSM.

Ainda em 29 de janeiro, visitaram oCentro APTA Citros Guilherme de SouzaSantos e Norberto Farina, diretoressuperintendentes da Fischer Agrícola e daCitrosuco Paulista, respectivamente.Foram recebidos pelo diretor do Centro,que fez uma apresentação resumida daprogramação em andamento e dasperspetivas para o ano, como núcleoagregador das atividades de P&D no âmbitoda citricultura.

Fischer e Citrosuco

Ao longo dos últimos 40 anos, acitricultura paulista atingiu níveis decompetitividade e competência nunca vis-tos em outra cadeia do agronegócio brasilei-ro. Embora continue sendo vinculada forte-mente a uma commodity, o suco concentra-do, existe grande participação brasileira nocomando dessa cadeia ao redor do mundo.A liderança brasileira esteve sempre associa-da à competência do setor e à expansão dasáreas de plantio, relacionadas, por sua vez, àdisponibilidade de material genético adequa-do e disponibilizado pelo setor de pesquisa edesenvolvimento. Em função do próprio cres-cimento e consolidação dessa cadeia de pro-dução, ela ampliou interfaces devulnerabilidade, representadas principal-mente pelos crescentes desafios fitossanitários,em cuja solução várias vezes a citriculturaparece ter alcançado seus limites. Problemascom CVC, cancro, mancha preta, leprose,morte súbita, entre outros, apresentam-secomo de difícil ou impossível solução a curtoprazo. Quando possível o controle químicode pragas e doenças é aplicado à exaustão,com evidente prejuízo ambiental e risco decomprometimento do negócio, uma vez quea rastreabilidade é cada vez mais exigida pelomercado internacional.

O aumento na complexidade dos proble-mas da citricultura implicará necessaria-mente no aumento na complexidade das so-luções. Já não é sem tempo que o setor deveentender que não existem soluções mágicasou prontas nas prateleiras de estoque de co-nhecimento do setor de P&D. Nem se deveesperar que o setor público assuma todo oônus de conduzir aos caminhos da solução.

O Centro APTA Citros tem procuradosensibilizar a comunidade da citricultura aencarar os desafios que lhe são impostos, co-locando-se como um colaborador nesse pro-cesso. Fica patente que a busca de soluçãodeve ter participação comum do setor na ge-ração de conhecimento e tecnologia. Do mes-mo modo que fica claro que geração detecnologia que envolva reserva de mercado eproteção varietal apresenta-se como uma al-ternativa de difícil aceitação, em função dopróprio sistema de reprodução da planta quenão garante proteção e isolamento.

Por outro lado, está claro que a compe-tência e competitividade da citricultura bra-sileira estão estritamente associadas à produ-ção e comercialização de suco. Assim, nas eta-pa anteriores a esse processo o setor estariaperfeitamente apto a atuar de modo pré-com-petitivo, com objetivos comuns focalizados nomelhoramento e no aumento da produtivi-dade inerente ao processo de produção da fruta.

Cordeirópolis, Janeiro de 2004 • Número 104

A Associação Brasileira dosExportadores de Cítricos (ABECitrus)ratificou sua previsão de safra 2003/2004de laranja no parque citrícola comercialbrasileiro em 260 milhões de caixas. Dessetotal, serão processadas 220 milhões decaixas e produzidas 900 mil toneladas desuco de laranja. Os números de safra,processamento e produção de suco são osmenores desde a safra 1989/90 e a quebrafoi causada pela estiagem ocorrida entresetembro e outubro de 2002, época daflorada.

Como as exportações de suco de laranjaem 2003/2004 devem beirar 1,1 milhão detoneladas de suco, a diferença para oproduzido, cerca de 200 mil toneladas, virádo estoque formado na safra anterior.Desse estoque, 150 mil toneladas já foramutilizadas neste ano. A expectativa daindústria de suco de laranja é de que asexportações para os Estados Unidos caiama partir de dezembro com o início dacolheita e do processamento da supersafranorte-americana, superior a 252 milhõesde caixas. “Os Estados Unidos até vãoimportar um pouco do nosso suco, já queo produto brasileiro tem umacaracterística de cor e sabor diferente. Sóque o que será importado deve sairdaquele país por meio de exportação”, disseAdemerval Garcia, presidente daABECitrus. Ainda segundo o executivo,apesar da expectativa ser de um aumentona próxima safra, é impossível fazerqualquer previsão antes de março de 2004.Fonte: www.abecitrus.com.br

Safra de laranjas é amenor desde 1989

O Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior divulgourecentemente o balanço das exportaçõesbrasileiras entre 2002 e 2003. Entre as 250maiores empresas exportadoras do País,figuram Cargill Agrícola S.A., SucocítricoCutrale, Citrosuco Paulista S.A., CitrovitaAgro Industrial, Coinbra-Frutesp S.A. eMontecitrus Trading S.A., todas comatividades relacionadas ao agronegóciodos citros e produção de suco de laranjaconcentrado e congelado. Os valoresexportados (F.O.B.) por essas empresasem 2003 indicaram um crescimento médiode 32% sobre o ano anterior, que é superiorao crescimento do total das exportaçõesno mesmo período (= 21%). Juntas, foramresponsáveis pela cifra de aproximada-mente 2,3 bilhões de dólares no último ano,o que representou 3,1% do total da pautabrasileira.Fonte: Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior <http://w w w . m d i c . g o v . b r / i n d i c a d o r e s /b a l a n c a M e n s a l / b a l a n c a 2 0 0 3 / 1 2 /BCE013.doc>

Comércio exterior

O Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento, com apoio do CNPq,financia os programas de ProduçãoIntegrada (PI) na citricultura brasileira.Estabelecidos como o PI Citros e o PI LimaÁcida Tahiti, esses programas têm sidodesenvolvidos em São Paulo, Bahia,Sergipe e Piauí, com ações para capacitaçãodo produtor e para definição de normastécnicas de produção que permitam aobtenção de padrões de produçãoambientalmente correta e de certificaçãode qualidade reconhecidainternacionalmente. A partir dos trabalhosregionais, os grupos coordenadores decada Estado estarão reunindo osresultados obtidos para consolidação deuma única Norma Técnica Específica

Produção Integrada

(NTE) de produção dos citros para oBrasil, conforme informou José RozalvoAndrigueto, gerente do Profruta. Aconsolidação e publicação da NTE estáprevista para o início de 2004.

Cerca de 30 representantes decooperativas de origem japonesa, oriundosda Argentina, Bolívia, Paraguai e dediferentes estados do Brasil, estãoparticipando do Seminário deRevitalização das Cooperativas Nikkeis,patrocinado pela JICA (JapanInternational Cooperation Agency) erealizado em São Paulo. Com o objetivode aprimorar sua capacitação profissional,esses dirigentes visitaram o Centro APTACitros Sylvio Moreira-IAC no dia 29 dejaneiro, quando foram recepcionados porMarcos A. Machado, José Dagoberto DeNegri e Gustavo Astúa-Monge.

Foram apresentados aos visitantes ostrabalhos em desenvolvimento nestaunidade de pesquisas, laboratórios,produção de plantas matrizes e borbulhasde citros, além de aspectos gerais sobre acitricultura. Ao final da visita, pôde-seobservar a satisfação e o reconhecimentodos visitantes pelo trabalho desenvolvidoneste importante centro de geração detecnologias citrícolas.

Visita das CooperativasNikkeis

Ao organizar a gôndola de bebidas emum supermercado, qual critério deve serutilizado para que os consumidoresconsigam diferenciar um suco de umrefresco ou uma bebida de frutas de umnéctar de frutas? Segundo RogérioTocchini, pesquisador científico do Ital -Instituto de Tecnologia de Alimentos, nãoexiste uma orientação prévia aossupermercadistas e nem mesmo umafiscalização do governo que exija que essesprodutos sejam diferenciados. “Por isso,encontramos várias composições derefrescos e energéticos que sãocomercializados como sucos”, diz.

Essa questão em torno da composiçãode bebidas tem sido mais evidente desde achegada, ao mercado nacional, de umrepositor energético, comercializado econsiderado pelos consumidores como umsuco de laranja puro. “Se contivesse suco,primeiramente, o produto seria registradopelo Ministério da Agricultura e não peloMinistério da Saúde. Mesmo assim, as

O segredo está no rótulo

gôndolas nos supermercados o identificamcomo suco natural”, avalia Tocchini.

Assim, é muito importante, tanto paraquem vende quanto para quem consome,ler o rótulo dos produtos e identificá-loscorretamente.

Segue uma breve relação de definiçõesde bebidas:Sucos:Sucos: desenvolvidos com 100% da frutae até 10% de açúcar.Refrescos:Refrescos: variam conforme a fruta; nocaso da laranja, contêm no mínimo 30%de suco, 70% de água e açúcar.Néctar:Néctar: tem de conter polpa de fruta epode conter suco também; no caso dalaranja, tem de conter no mínimo 31%entre suco e polpa.Bebida mista de frutas:Bebida mista de frutas: 10% de suco e90% de outros produtos, como água,açúcar etc.Fonte: Revista Cargill, citada emwww.abecitrus.com.br

“Onde quer que vocêveja um negócio de

sucesso, pode acreditarque ali houve um dia uma

decisão corajosa.

(Peter Drucker)

Cordeirópolis, Janeiro de 2004 • Número 104

ExpedienteInformativo Centro de CitriculturaEditora e jornalista responsável:Cristina Rappa (MTb 15.213)

Conselho Editorial:Marcos Antonio MachadoJosé Dagoberto De NegriJosé Orlando de FigueiredoDirceu de Mattos Jr.Juliana de Freitas-AstúaGustavo Astúa-MongeKeli Cristina MinatelVivian Michelle dos Santos Borges

Rod. Anhanguera, km 158Caixa Postal 04, CEP 13490-970,Cordeirópolis, SPFone/fax: (19) 3546-1399www.centrodecitricultura.br

Apoio:Reunião com as empresas expositoras da

26ª Semana da Citricultura e 30ª EXPOCITROS16/03/2004 às 14h no Centro APTA Citros

Experimentação publicada pela revistaProstate Cancer and Prostatic Diseases in-vestigou a tolerância e o efeito da pectinamodificada de cítricos em homens com cân-cer de próstata e com o antígenobioquímico específico (PSA), depois de tra-tamento localizado com radioterapia. Tes-tes de placebo foram realizados em 13 ho-mens e os de efetividade, com a substância,em 10. As alterações produzidas noantígeno específico da próstata fizeram quese duplicasse o tempo de produção de PSAnesses 10 homens, o que supõe um cresci-mento mais lento do tumor.

O estudo mostrou que depois de tomaras cápsulas de pectina modificada por PHdurante 12 meses, o aumento do período(na produção de PSA) foi de cerca de 70%maior nos 10 homens, comparando-se seusresultados com os que não fizeram uso dasubstância. O estudo deixou, portanto, cla-ro que a pectina modificada dos cítricospode prolongar o tempo de desenvolvimen-to da recorrência do câncer de próstata.Fonte: Infocitrus, da Espanha, dezembro de2003.

Citrus e Saúde

Pectina dos cítricosmostra resultado contra

o câncer de próstata

Registro Histórico (37)

Tamanho e produtividade das plantas cítricas

No estabelecimento de um pomar decitros é de fundamental importância o co-nhecimento das características da combi-nação copa e porta-enxerto a ser utilizada,especialmente no que diz respeito ao de-senvolvimento vegetativo e à produtivida-de que se pretende alcançar. Visando obtertais dados, no início da década de 70 o pes-quisador científico Joaquim Teófilo Sobri-nho, ex-diretor deste Centro, conduziu en-saio sobre o comportamento da laranjaValência sobre nove diferentes porta-en-xertos, que se mostravam promissores, naépoca, em experimentos realizados peloIAC: limão Cravo, limão Rugoso da Flórida,limão Rugoso Nacional, tangerinaCleópatra, tangerina Cravo, tangerinaSunki, Poncirus trifoliata, citrange Troyer elaranja Caipira.

Constatou-se a influência dos porta-enxertos sobre o volume da copa daValência, sendo que tangerina Sunki, limãoCravo, tangerina Cravo, tangerinaCleópatra e laranja Caipira induziram-lhe

grande desenvolvimento vegetativo, estatis-ticamente diferente do P. trifoliata. Em posi-ção intermediária, embora com diferençasestatísticas não significativas, posicionaram-se o citrange Troyer, o limão Rugoso daFlórida e o limão Rugoso Nacional.

Os porta-enxertos também apresenta-ram comportamentos diferentes quanto aoinício de produção. Ficou ressaltada a pou-ca precocidade da tangerina Cleópatra, docitrange Troyer, do P. trifoliata e da tangeri-na Cravo, enquanto, como precoces, desta-cavam-se os limões Cravo, Rugoso daFlórida e Rugoso Nacional. Com compor-tamento intermediário ficaram a tangerinaSunki e a laranja Caipira. Esses dados pro-piciaram melhores espaçamentos e maio-res índices de produtividade aos pomaresque foram implantados a partir de então.Fonte: “Comportamento da laranjeira-valência (Citrus sinensis L. Osbeck) sobre di-ferentes porta-enxertos”. Tese apresentada àESALQ/USP, para obtenção do título de Dou-tor em Agronomia em 1972.

Será realizado em 25 de março, noCentro APTA Citros Sylvio Moreira-IAC,pela quinta vez consecutiva, o Dia do LimãoTahiti. Esse evento alcançou grande sucessoem edições anteriores devido à importânciaatual da cultura, tendo trazido a este Centrocerca de 200 pessoas interessadas, por ano.

O cultivo do Tahiti tem despertado aatenção dos citricultores de diferentesregiões do Brasil em função da enormepossibilidade de exportação de frutos comqualidade superior, atendendo àsexigências do mercado internacional. Anecessidade de produzir frutos facilmenterastreáveis é uma condição sine qua nonque os citricultores brasileiros têm quecumprir para obtenção de sucesso nasexportações, minimizando possíveisprejuízos. Dentro desse contexto, está sendoelaborada a programação do evento, queserá constituída por temas atuais eabrangentes, contemplando relevantesaspectos da cultura e buscando atender àsnecessidades dos produtores.

V Dia do Limão Tahiti

“O Centro APTA Citros Sylvio Moreira-IAC convida a todos os interessados aparticipar do evento, em especial aqueles quetêm relação com essa lima ácida, poissomente com união pode-se conseguir quea cultura do Tahiti neste país seja da maisalta qualidade, rentável e extremamentecompetitiva nos mercados interno e deexportação”, diz José Orlando de Figueiredo,pesquisador do Centro APTA Citros eorganizador do Dia do Limão Tahiti.