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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA SORGO SACARINO: UMA NOVA ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL BIANCA NAGILLY RIGOLETO DE CARVALHO CRISTIANE ANGELICA RIGOLETO VALENTIM ISAIAS VILAS BOAS BATISTA MARCELA MESSIAS ANDREOZE PRISCILA APARECIDA BERNARDINI THIAGO CASTELLANI VENTURA PALMITAL 2013

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA

SORGO SACARINO: UMA NOVA ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL

BIANCA NAGILLY RIGOLETO DE CARVALHO CRISTIANE ANGELICA RIGOLETO VALENTIM

ISAIAS VILAS BOAS BATISTA MARCELA MESSIAS ANDREOZE

PRISCILA APARECIDA BERNARDINI THIAGO CASTELLANI VENTURA

PALMITAL 2013

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BIANCA NAGILLY RIGOLETO DE CARVALHO CRISTIANE ANGELICA RIGOLETO VALENTIM

ISAIAS VILAS BOAS BATISTA MARCELA MESSIAS ANDREOZE

PRISCILA APARECIDA BERNARDINI THIAGO CASTELLANI VENTURA

SORGO SACARINO: UMA NOVA ALTERNATIVA PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Logística. Orientador: Prof. Roberto Gabriel Ronqui

PALMITAL 2013

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA

BIANCA NAGILLY RIGOLETO DE CARVALHO CRISTIANE ANGELICA RIGOLETO VALENTIM

ISAIAS VILAS BOAS BATISTA MARCELA MESSIAS ANDREOZE

PRISCILA APARECIDA BERNARDINI THIAGO CASTELLANI VENTURA

SORGO SACARINO: UMA NOVA ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________ ROBERTO GABRIEL RONQUI – ORIENTADOR

__________________________________________________________ VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – EXAMINADORA

__________________________________________________________ RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR

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DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho à Deus pelo esplendor da vida, presente em todas as atividades; Aos amigos pelo incentivo; Às nossas famílias, filhos, namoradas e namorados pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos ter dado a sabedoria e paciência para

transcrever estas palavras.

Aos nossos pais por nos ter dado a vida.

Aos nossos amigos de grupo, os quais passaram um bom tempo juntos

empenhados no projeto.

Aos professores que nos lecionaram e transmitiram seus conhecimentos.

Ao nosso orientador, que também é nosso grande amigo.

A nossa professora de trabalho de conclusão de curso, pela dedicação e

comprometimento.

E ao diretor da nossa Etec.

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EPÍGRAFE

"A linha entre a ordem e a desordem esta na logística."

(Sun Tzu) "Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem."

(Peter Drucker) "A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.”

(Sun Tzu)

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RESUMO O Brasil é um país com dimensões continentais e possui alta demanda por combustíveis para deslocamento de bens, produtos e pessoas. Neste contexto, a tecnologia de motores flex, aliado a porcentagem de adição de etanol à gasolina, vem aumentando o consumo de biocombustível, mas a oferta desse produto sofre oscilações devido à sazonalidade da cana-de-açúcar, ocasionando reajustes no preço devido à escassez de produto e, consequentemente a desvalorização dos veículos movidos a este combustível, o que pode comprometer a logística de abastecimento. Dentro deste contexto, o presente trabalho visa estudar a viabilidade do sorgo sacarino como uma alternativa logística para a produção de etanol contínua, pois possui colmos suculentos, ricos em açúcares, como os da cana-de-açúcar. Além disso, possui o mesmo processo de produção utilizado na cana, proporcionando baixo custo para o cultivo e ciclo precoce, evitando o término da safra. Este cultivar se torna viável, pois além da produção de etanol, também pode alimentar caldeiras e servir de alimentação animal. O Brasil é um país inovador na produção de biocombustíveis e desta forma o processo é mais barato, poluindo menos o meio ambiente. O sorgo se adéqua a qualquer tipo de solo e não necessita de água em abundância, podendo assim ser cultivado durante todo o ano. Palavras-chave: Sorgo Sacarino; Etanol; Logística de Abastecimento e Entressafra.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPMS - Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo

ZEE - Zoneamento Ecológico Econômico

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ZAE - Zoneamento Agroecológico

PL - Projeto de Lei

BRIX - Teor de açucares sólidos solúveis

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

2 REFERNCIAL TEÓRICO ................................................................................ 13

2.1 DEFINIÇÕES INICIAS......................................................................................... 13

2.2 EVOLUÇÃO DO COMBUSTÍVEL ....................................................................... 13

2.3 A PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL ........................................................... 14

2.3.1O Impacto da Sazonalidade da Cana-de-açúcar .............................................. 17

2.4 SORGO SACARINO ........................................................................................... 17

2.4.1 A Produção de Etanol usando Sorgo ............................................................... 20

2.4.2 Vantagens ........................................................................................................ 22

2.4.3 Zoneamento Ambiental .................................................................................... 23

2.5 DESAFIOS LOGÍSTICOS ................................................................................... 25

3 PESQUISA DE CAMPO .................................................................................. 27

4 PESQUISA EXPERIMENTAL ....................................................................... 28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 30

APÊNDICES

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente as usinas, bem como a economia do país em geral têm sofrido

em função da sazonalidade do etanol, pois a falta do mesmo no mercado ocasiona

diversos efeitos negativos e sorgo sacarino pode ser uma alternativa logística para

suprir essa necessidade. O presente trabalho trata dos conceitos e das práticas

acerca do assunto.

Com a sazonalidade da cana-de-açúcar, o sorgo sacarino é uma alternativa

viável para a entressafra das destilarias, visto que o etanol sofre alterações de preço

devido à escassez de produto, comprometendo a logística de abastecimento.

Com o término da safra da cana-de-açúcar em dezembro, as usinas de

biocombustíveis ficam variadamente de três a cinco meses parados no período da

entressafra, o que gera uma perda de capital, pois máquinas e funcionários ficam

ociosos gerando aumento dos custos.

Assim, um dos desafios logísticos é a adesão das destilarias a esta planta,

pois possuem pouco conhecimento de seus benefícios, onde a produção do etanol

de sorgo sacarino e da cana-de-açúcar usa os mesmos maquinários para cultivo,

transporte e produção e o objetivo principal deste trabalho é o de pesquisar sobre a

produção de etanol no Brasil a partir do sorgo sacarino com um custo menor

comparado ao da cana-de-açúcar, tendo em vista o grande benefício do sorgo

sacarino em relação à cana, que se contextualiza no baixo custo para o cultivo e o

ciclo precoce, não deixando as destilarias sem matéria-prima, evitando o término da

safra e podendo ser cultivado em qualquer região.

Para tanto, no primeiro capítulo estão apresentados os principais conceitos

envolvidos no tema, dos quais se destacam: a definição do termo etanol e sua

composição, a evolução do combustível relatando a importância para a evolução da

humanidade, a produção de etanol no Brasil e seus materiais para a produção,

relatando o impacto da sazonalidade da cana-de-açúcar nas destilarias variando o

preço de etanol para o consumidor, a história do sorgo sacarino e a utilização para

produção de etanol e suprir a demanda do mesmo no mercado nacional, relatando

as vantagens e os desafios logísticos desta planta e a importância do zoneamento

ambiental para a área onde será cultivado o sorgo, dentre outros.

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No segundo capítulo, está descrito o resultado do campo experimental para

obtenção de dados comparativos entre variedades de sorgo e o material analisado,

pesquisa de campo para obter informações juntamente com destilarias da região e,

finalmente foram apresentadas as considerações finais, por meio das quais são

feitas sugestões de melhoria no setor.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral do presente trabalho é o de elencar a importância do sorgo

sacarino para a logística da produção de etanol no país, sendo uma alternativa

viável de produção e para suprir a sazonalidade da cana-de-açúcar nas usinas.

Os objetivos específicos se contextualizam em expor a importância do

zoneamento ambiental no Brasil, além de ressaltar a importância do sorgo sacarino

para a produção de etanol, sendo um substituto da cana-de-açúcar na sazonalidade

da mesma, sua viabilidade econômica, produção, clima para plantio e sua origem.

1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a elaboração do trabalho, inicialmente será realizada uma pesquisa

bibliográfica, seguida de pesquisas de dados na Internet e de uma pesquisa de

campo para obtenção de dados e ainda, uma pesquisa Experimental.

1.2.1 Coleta de dados

A pesquisa bibliográfica será realizada por meio de consulta em livros

referente à parte de logística, empreendedorismo e administração da produção para

o levantamento de todos os conceitos envolvidos no tema. A pesquisa de dados da

Internet será realizada para obtenção de dados comparativos e solução de duvidas

para o plantio de sorgo sacarino e por fim a pesquisa de campo para obtenção de

dados qualitativos, onde será feito um campo experimental para comparação entre

duas variedades de sorgo sacarino.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos envolvidos no

tema, o quais foram referenciados a partir de autores e Institutos especialistas no

assunto, tais como, Landau, May e Purcino.

2.1 DEFINIÇÕES INICIAIS

O etanol é um importante elemento da economia mundial, visto que são os

combustíveis que permitem a mobilidade da maioria dos modais de transporte no

mundo e sem eles seria impossível a produção, comercialização e consumo de bens

e serviços de todas as áreas do conhecimento e, sobre o assunto, Naara (2008, p.

1) define que:

Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos alcoóis e caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH), obtido por meio da fermentação de amido e outros açúcares, como a sacarose existente na cana-de-açúcar, nos açúcares da uva e cevada e também mediante processos sintéticos, a partir da hidratação do etileno. Uma enzima, a zimase, é responsável pela conversão dos açúcares em álcool e gás carbônico. O etanol é um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. A presença do oxigênio, elemento eletronegativo, em sua estrutura molecular, atrai elétrons de ligação, tornando-o um solvente fortemente polar.

No caso dos combustíveis para motores do ciclo Otto, desenvolvidos

inicialmente para queimar gasolina, destacam-se dois tipos de etanol: o anidro e o

hidratado. O anidro significa um álcool com pureza mínima de 99,3°, ou seja, quase

nada de água em sua composição. Já no álcool hidratado, a pureza cai para 92,6°.

Este tipo se usa diretamente no tanque dos veículos. O primeiro, puro, se mistura à

gasolina, entre 20% e 25%, para melhorar a potência carburante. Reduz a poluição.

(GRAZIANO, 2010).

2.2 EVOLUÇÃO DO COMBUSTIVEL

Ao longo da História, a relação do homem com a natureza foi responsável por

uma série de transformações significativas. A busca por condições de vida mais

confortáveis acabou trilhando o desenvolvimento dos vários combustíveis que

marcam a história humana. Nesse percurso, podemos destacar que a mais recente

preocupação de cientistas e estudiosos é desenvolver fontes de energia com

impacto ambiental reduzido ou nulo. (SOUZA, 2010).

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Seguindo o raciocínio de Minuano (2007) é possível entender um pouco mais

sobre a evolução do combustível ao longo dos anos. A madeira por ser barata, ela

ainda é muito usada em países em desenvolvimento, mas, embora seja uma fonte

renovável, é poluente.

Em 1850, o carvão mineral tornou-se popular na Revolução Industrial, pois

cresceu o uso do motor a vapor e em 1906 iniciou-se a fabricação em série dos

automóveis movidos à gasolina. Pois até então, utilizava apenas a querosene como

derivado do petróleo na iluminação doméstica. Já em 1920, começou o gás natural

em escala comercial. Ele foi descoberto em 1859, onde era usado na iluminação,

como alternativa a combustíveis bem mais poluentes. A partir de 1922 surgiram os

motores a diesel, uma alternativa à gasolina, apesar de ser mais caro, era menos

poluente e, posteriormente, em meados de 1942 surgiu à energia nuclear, usando a

fissão nuclear de urânio, sendo uma alternativa de geração de energia.

A crise do petróleo na década de 70 chama atenção para a urgência de novas

fontes de energia. O etanol, combustível de origem vegetal, surge como alternativa

em 1975. Devido a grande quantidade de água de que o Brasil dispõe, em 1940

constrói-se a primeira hidrelétrica, e seu uso cresce a partir de 1982 com a

construção de Itaipu. Já em 1990 surgem as energias alternativas, impulsionada

pela preocupação ambiental, a energia eólica, que não polui, ganha os holofotes na

década de 90, ao lado da energia solar e em 2000 surgem os biocombustíveis. Com

o efeito estufa e a escalada do preço do petróleo, as fontes renováveis voltam ao

foco do mercado energético. Combustíveis como o biodiesel e o etanol produzidos a

partir de cana-de-açúcar, plantas e resíduos agropecuários, entre outros, ganham a

cena como soluções sustentáveis.

Atualmente os combustíveis são responsáveis pelo deslocamento de bens e

de pessoas por todo o planeta, além do escoamento de produção, atuando na

importação e exportação, visando a otimização logística para o transporte e

armazenagem de cargas, na manutenção e desenvolvimento do mercado interno

suprindo as necessidades humanas.

2.3 A PRODUÇÃO DE ETANOL NO BRASIL

Para Romeiro (2009), o Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar

do mundo e líder na tecnologia de produção. Essa liderança e competitividade deve-

se a longos anos de pesquisa em instituições de ensino e em empresas privadas,

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que resultou em valiosa bagagem de conhecimento e de tecnologia sobre a cana,

seus derivados e sobre o processo de fabricação do etanol.

No País, o etanol é fabricado a partir da extração do caldo da cana-de-açúcar,

que fermentado se transforma em álcool, pois esta planta se adaptou muito bem ao

nosso clima, que é favorável para o seu cultivo.

O etanol proveniente da cana supre hoje metade da frota de carros leves no

Brasil e 95% dos automóveis vendidos anualmente são bicombustíveis, sendo que o

país adiciona ainda 25% de etanol à gasolina. O etanol de cana-de-açúcar ajuda o

país a ter quase metade da sua energia proveniente de fontes renováveis.

(ROMEIRO, 2009).

O etanol a partir dessa matéria-prima pode ser caracterizado como um

combustível ecologicamente correto, sendo de origem vegetal, onde se utiliza todos

os componentes na produção de energia para a destilaria, adubação do solo e para

alimentação de animais, poluindo menos que os combustíveis de origem do petróleo

e pode ser produzido a partir de qualquer fonte de carboidrato fermentável pela

levedura: suco de fruta, milho, beterraba, batata, cevada, aveia, centeio, arroz e

sorgo, sendo necessário hidrolisar as moléculas maiores de carboidratos complexos

em açúcares simples fermentáveis. (SOUZA E CAMARGO, 2011).

Contudo, um dos desafios que as usinas encontram, é a sazonalidade da

cana, pois em um determinado período do ano acaba a matéria-prima para fazer o

etanol e uma das alternativas será a implantação de uma nova cultura para a

produção de etanol e o sorgo sacarino poderá ser uma alternativa viável, pois seu

custo é baixo e seu rendimento é promissor, sendo que a qualidade do etanol

produzido a partir desta planta é igual ao da cana. Isto porque, no Brasil a cana-de-

açúcar vai muito bem, mas sua entressafra tem uma extensão de 3 a 5 meses, e o

sorgo poderia ser introduzido neste período.

Wolwacz (2011) relata que, Sazonal é um termo relativo à época do ano.

Sazonalidade é a identificação onde movimentos direcionais que se repetem em

períodos determinados do ano.

Existe também a alternativa do etanol lignocelulósico1 ou etanol de segunda

geração, que é produzido a partir de biomassa vegetal como bagaço, palha e pontas

1 Etanol lignocelulósico: etanol de segunda geração. Fonte:

http://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2011/04/producao-de-etanol-primeira-ou-segunda-geracao/10885. (2010).

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da cana-de-açúcar, capim elefante, braquiárias, panículas e árvores de crescimento

rápido. (PACHECO, 2011)

Seguindo o raciocínio de Toledo (2012), Além da celulose usada na produção do etanol de segunda geração, o bagaço de cana contém hemicelulose – substância composta por açúcares de cinco carbonos chamados pentoses – e lignina – material estrutural da planta, responsável pela rigidez, impermeabilidade e resistência dos tecidos vegetais.

Segundo Santana (2010), o cultivo da cana-de-açúcar deu-se pela

necessidade de explorar e colonizar uma determinada região ou país. A cana é

originaria da espécie Saccharum officinarum2, que tem sua origem no continente

asiático e ai se espalhou pelo mundo. Tem seu tronco fino e comprido, com folhas

também compridas e verdes, seu tronco é macio e possui muita sacarose. Para

atingir a variedade que se encontra disponível hoje, este produto passou por vários

aprimoramentos, cruzando variedades, e vendo qual teria o melhor teor de açúcar.

Com esta engenharia genética, chegamos à cana-de-açúcar que temos hoje. Não há

uma data específica de criação para a cana, mas apenas que ela nasceu na

antiguidade.

De acordo com Santana (2010), no Brasil esta planta desembarcou pelas

mãos dos portugueses, no início do século XVI. Ela prosperou principalmente

no Nordeste brasileiro, onde foi introduzida e responsável pela produção e

exportação de açúcar neste período, que se estendeu até o século XVII.

Santana (2007), relata que: As primeiras mudas foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim Afonso de Souza, responsável pela instalação do primeiro engenho em São Vicente, no ano de 1533. Em seguida, muitos outros se proliferaram pela costa brasileira. O Nordeste, principalmente o litoral pernambucano e baiano, sorveu a maior parte da produção açucareira da colônia.

Em comparação com a cana-de-açúcar, o cultivo do sorgo sacarino para a

produção de etanol, segundo os estudos de Purcino (2011), apresenta valores

intangíveis para a usina, pois é altamente produtivo, usa a mesma infraestrutura de

otimização dos recursos humanos e materiais na antecipação da safra, reduzindo a

sazonalidade da cana-de-açúcar na produção de etanol, evitando oscilações dos

níveis de estoques. Com a redução da oferta diante da alta demanda do

combustível, a variação no preço final do produto é inevitável.

2 Saccharum officinarum: Nome científico da cana-de-açúcar. Fonte:

http://www.infoescola.com/plantas/cana-de-acucar. (2010).

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2.3.1 O Impacto da Sazonalidade da Cana-de-açúcar

A oferta de determinado produto é definida pelas várias quantidades que os

produtores estão dispostos e aptos a oferecer ao Mercado, em função de vários

níveis possíveis de preços, em dado período de tempo e a demanda é determinada

pelas várias quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir,

em função de vários níveis possíveis de preços, em dado período de tempo.

(BERGO, 2011).

Como o etanol é produzido em sua maioria a partir da cana-de-açúcar,

quando há redução na oferta da matéria-prima, também há uma redução na oferta

de etanol, o que pode aumentar o preço de comercialização, influenciar na demanda

de carros movidos a este combustível, dentre outras consequências, o que pode ser

chamado de efeito chicote na cadeia produtiva.

2.4 SORGO SACARINO

A domesticação do sorgo é datada de mais ou menos 3000 a. c. no Egito

Antigo e na Etiópia e depois se disseminou pelo mundo, se adaptando ao clima de

cada país ou região onde era cultivado. O sorgo é conhecido como Sorghum bicolor,

em Moçambique onde se constitui o principal alimento da população. Além disso, é o

quinto alimento mais consumido no mundo, antecedido pelo trigo, o arroz, o milho e

a cevada. A semente é um alimento muito consumido por humanos em alguns

países das Américas, África, Ásia e Oceania, e também é usado para a alimentação

animal. (SILVA, 2009).

De acordo com o raciocínio de Aboissa (2010, p. 1): Sorgo (do latim sagina) planta anual, originária da Índia, da família das gramíneas, com caule de dois ou três metros de altura, cheias com um tecido branco e algo doces e velosas nos nós: folhas sem pelos e ásperas nas margens, flores em panícula pouco densa, grande e direita, espessa em forma de cacho e pendente, grãos maiores que os do cânhamo, algo avermelhados, esbranquiçados ou amarelos. Estes servem para fazer pão e alimentos para as aves e as plantas inteiras para pasto.

O sorgo é de origem africana, mas há evidências que também possa existir

algumas variedades deste na Índia. No Brasil, a semente foi introduzida por volta do

século XX nos Estados de Goiás e Minas Gerais, mas há indícios que possa ter

aparecido aqui antes desta data com a vinda de escravos da África. Em países

como a China, onde a cana-de-açúcar tem dificuldades para se adaptar ao clima, o

sorgo sacarino é a alternativa para a produção de etanol. (SILVA, 2009).

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Seguindo a fundamentação de Aboissa (2010, p. 2), o sorgo sacarino pode

ser definido da seguinte forma:

É um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois metros, caracterizado, principalmente, por apresentar como doce e suculento como o da cana-de-açúcar. A panícula

3 (cacho) é aberta e produz poucos grãos

(sementes). Todo sorgo sacarino pode ser forrageiro.

Com a implantação do Programa Pró-Álcool, por meio do Governo Federal

em meados de 1970, o sorgo sacarino foi conquistando seu espaço, pois este

programa visava produzir etanol a partir desta planta que podia substituir a cana-de-

açúcar na entressafra. Sendo assim, o Brasil se tornou um país inovador na

produção de etanol e bioenergia, onde por sua vez é referência na produção de

etanol de cana. (PURCINO, 2011).

De acordo com o raciocínio de Purcino (2011), através deste programa a

instituição Embrapa Milho e Sorgo, iniciou o melhoramento genético das variedades

de sorgo sacarino, para atingir melhores resultados aumentando assim sua

produção. O sorgo sacarino pode oferecer dentre outras vantagens à rapidez de seu

ciclo para plantio e colheita totalmente mecanizada, sendo utilizado para consumo

animal e alimentação humana e seus grãos produz em media 2,5 toneladas por

hectare, seu bagaço pode ser utilizado como bioenergia e, além disso, esta cultura

pode ser utilizada para o fornecimento de matéria prima na produção de etanol na

entressafra da cana-de-açúcar.

O sorgo se tornou uma alternativa viável para a produção de etanol, pois toda

matéria produzida poderá ser usada, seu caldo produz a sacarose que fermentado

se transforma em etanol, seu bagaço pode ser usado na alimentação animal, para a

produção de energia e alimentação da destilaria com a queima deste resíduo, sem

contar em seu beneficio em suprir a sazonalidade da cana, que se plantado no

tempo correto, as destilarias não ficam ociosas, gerando gastos e aumentando

consequentemente o preço do etanol na bomba para o abastecimento de veículos

movidos a este combustível.

No início dos anos 80, o Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo

(CNPMS) selecionou seis variedades de sorgo sacarino – BR 500, BR 501, BR 502,

BR 503, BR504 e BR505 – derivadas das variedades Rio, Brandes, Roma, Theis,

Dale e Wray, respectivamente, todas com produtividade de colmos superior a 40 t ha

e teor de sólidos solúveis médios entre 18 e 20º Brix. Posteriormente em 1987 foram

3 Panícula: Cacho. Fonte: http://www.aboissa.com.br/produtos/view/150/sorgo_em_grao. (2010).

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desenvolvidas sementes no Brasil pela Embrapa com o potencial de produzir etanol,

sendo as variedades o BRS 506 e BRS 507, e o híbrido BRS 601. E nesta época,

foram implantados projetos piloto em Sete Lagoas-MG, Brasília-DF, Jundiaí-SP e

Pelotas-RS para processar o sorgo em micro destilarias para analisar seus

resultados. (PARRELLA, 2011).

Assim, o sorgo sacarino surgiu de melhoramentos genéticos, pois

anteriormente o sorgo era apenas de consumo animal e partir deste melhoramento

surgiu o sorgo sacarino para atender a sazonalidade da cana-de-açúcar, mas

poucas pessoas conhecem seus benefícios e o quanto essa semente poderia inovar

e equilibrar o processo de produção e comercialização de etanol no país. Sobre o

assunto, Sheth, Mittal e Newman (2001), um produto é uma inovação se for novo em

algum sentido. A “novidade” tem duas dimensões: (1) a singularidade: a medida que

o produto é diferente dos existentes ; e (2) a idade: há quanto tempo o produto

existe no mercado.

Contudo, com o baixo êxito do Programa Pró-Álcool e da política nacional

voltada para as grandes destilarias, o sorgo sacarino foi direcionado para a cultura

de plantas forrageiras e para consumo animal, ocasionando assim um atraso no

desenvolvimento tecnológico na elaboração de novos cultivares de sorgo.

(PURCINO, 2011).

Quem sabe se o sorgo sacarino, desde a implantação deste programa tivesse

sido cultivado, o Brasil não teria entressafra de cana, pois o sorgo supriria sua

necessidade, sem um atraso tecnológico para o desenvolvimento deste cultivo.

Tendo em vista a importância desta cultura, a Embrapa milho e Sorgo

retomaram suas pesquisas em 2008 com o desenvolvimento de novas variedades

de cultivares de sorgo sacarino, devido ao potencial bioenergético que esta planta

pode oferecer, através de uma energia renovável e de matérias-primas alternativas

para a produção de etanol, suprindo a necessidade do mercado. (PARELLA, 2011).

Contudo, o sorgo ainda não é utilizado como alternativa para o suprimento

da sazonalidade da cana-de-açúcar na produção de etanol no Brasil. Segundo May

(2011), inicialmente o sorgo sacarino tem sido sugerido para o plantio em reforma de

canaviais, visando fornecer matéria-prima para a destilaria na produção de etanol na

entressafra da cana-de-açúcar em nosso país. O plantio é recomendado entre os

meses de novembro e dezembro nas regiões produtoras de cana (regiões Centro-

Oeste e Sudeste) para sua colheita programada entre março e abril, dependendo da

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sazonalidade da cana-de-açúcar e justamente quando esta não possui um valor

elevado de Brix (quantidade de sacarose encontrada na cana), inviabilizando sua

colheita. Com o aumento do consumo de combustíveis fósseis e uma grande

preocupação com o meio ambiente, a produção do sorgo tem sido extremamente

incentivada, pois é um produto de origem vegetal poluindo menos. Para a produção

de etanol de sorgo sacarino, as análises que são feitas nas destilarias são

meramente iguais ao processo de etanol da cana.

No processo de produção do etanol de sorgo ocorre o mesmo tipo de

fermentação ao da cana, isto é, os açúcares presente no sorgo podem ser

facilmente liberados com a moagem e extração do caldo. Em decorrência do

processo de fermentação deste caldo extraído do sorgo, todos os açúcares passam

por processos fermentativos e se transformam em álcool semelhante ao da

cana.(MAY, 2011).

Desde o plantio até a colheita do sorgo, tudo é mecanizado, no plantio utiliza

plantadeiras adequando suas linhas para a utilização da colheitadeira, já na indústria

apenas se faz um ajuste na moenda, pois o caule do sorgo pode ser menos espeço

do que o da cana, mas o processo de fermentação é o mesmo. Então é possível

estimular uma reflexão acerca do assunto, na qual é necessário repensar sobre

como a semente, mesmo sendo tão vantajosa, ainda não é utilizada na produção do

combustível no país.

2.4.1 A Produção de Etanol usando o Sorgo

A utilização de sorgo sacarino para a produção de etanol tem sido

profundamente investigada e o desenvolvimento de novas variedades e híbridos

vem sendo realizado com o objetivo de aumentar a produção de etanol por hectare.

O aproveitamento de toda a matéria-prima (caldo, bagaço e folhas) é um dos fatores

mais importantes para viabilizar a produção de etanol. A composição de cada uma

destas frações definirá as etapas do processo a ser utilizado para a conversão da

biomassa em etanol. (GOMES, RODRIGUES, OLIVEIRA, 2011).

Fica claro que esta planta tem o potencial para suprir a produção de etanol

para abastecer o mercado nacional, sendo uma alternativa viável de substituto da

cana na sazonalidade da mesma. O sorgo é um projeto ambicioso, pois poucos

sabem de seus benefícios, podendo assim surgir novos empreendedores voltados

para este processo de inovação.

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O empreendedorismo é um processo para iniciar e desenvolver um negocio ou um conjunto de atividades que resultem na criação de um novo empreendimento de sucesso. É a criação de valor através do desenvolvimento de uma organização por meio de competências que possibilitam a descoberta e o controle de recursos aplicando-os da forma produtiva. (PEREIRA; MONTIBELLER; MACEDO; MITIDIERI, 2007, p.26).

O sorgo tem capacidade suficiente para suprir o abastecimento das moendas

com sua matéria-prima, não ocasionando a ociosidade da destilaria.

Seguindo o pensamento de Gomes, Rodrigues e Oliveira (2011, p. 26):

Como a matéria-prima representa o início da cadeia fabril, esta deve ser submetida a um controle de qualidade para garantir uma produção com maior rendimento e, portanto, com maior eficiência. Para que haja uma uniformidade e controle na produção de etanol a partir do sorgo sacarino, a caracterização do caldo extraído torna-se de grande importância. O bagaço produzido após a moagem e extração do caldo também deve ser caracterizado de acordo com a sua finalidade: cogeração de energia ou produção de etanol de segunda geração.

Segundo Gomes, Rodrigues e Oliveira (2011), para a produção de etanol a

partir do caldo de sorgo sacarino, as principais análises de controle de qualidade são

aquelas já utilizadas rotineiramente nas usinas.

Assim para inserção da produção de etanol a partir do sorgo, não há

necessidade de implementação na área de produção da destilaria, pois seus colmos

se assemelham aos da cana, possivelmente o que pode se fazer são ajustes nas

moendas para extrair o máximo de caldo.

Para Machado (2011), os açúcares contidos no sorgo são facilmente

fermentados, e produz o etanol, levando, dessa forma, a um processo mais barato.

Então ele se assemelha à cana-de-açúcar, uma vez que armazena açúcares simples

em colmos, gerando após a extração um bagaço que pode ser usado na geração de

energia térmica ou elétrica ou na produção de etanol de celulose, quando esse

processo for viabilizado. Deste modo, o processamento industrial do sorgo sacarino

para produção de etanol seria o mesmo já amplamente utilizado nas usinas do país,

possivelmente com pequenos ajustes de processo.

Na fermentação, segue o mesmo procedimento da cana usando as leveduras

de costume, pois o sorgo tem seu caldo açucarado semelhante ao da cana, podendo

ser usado todo processo para a produção do etanol. Viabilizando também a

produção de energia para o consumo interno da destilaria, pois seu bagaço quando

queimado produz energia suficiente para alimentar a destilaria na hora da produção.

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Além disso, o bagaço de sorgo sacarino também poderá vir a ser utilizado

para a produção de etanol lignocelulósico. (MOREIRA e FÁVARO, 2011).

Uma diferença entre o sorgo sacarino e a cana-de-açúcar está na composição

do bagaço obtido a partir da extração do caldo. Nos materiais analisados pela

Embrapa Milho e Sorgo, tem-se encontrado teores de lignina abaixo de 12%,

enquanto no bagaço de cana-de-açúcar, os valores médios estão entre 20 e 22%.

Contudo, essa diferença só é importante, quando se considera o uso do bagaço

para produção de etanol em processo de 2ª geração. (MACHADO, 2011).

2.4.2 Vantagens

A produção de etanol a partir do sorgo sacarino tem sido considerada viável

devido à semelhança com a cana-de-açúcar, ao alto teor de açúcares fermentáveis,

além do processamento que pode ser feito nas usinas de cana-de-açúcar. Um ponto

importante é a possibilidade de produção de etanol no período da entressafra da

cana-de-açúcar utilizando-se o sorgo sacarino. Entretanto, há poucos estudos e

informações sobre a viabilidade técnico-econômica da produção de etanol a partir do

sorgo sacarino. (LIMA, SANTOS, GARCIA, 2011).

De acordo com Moreira e Fávaro (2011, p.29): O sorgo sacarino tem se mostrado como uma excelente alternativa para a produção de etanol. Dentre as várias qualidades dessa matéria-prima destaca-se seu curto ciclo de vida em períodos da entre safra da cana-de-açúcar, e principalmente a facilidade de extração de açúcares para a fermentação, tal como ocorre com a cana-de-açúcar.

Assim, esse tipo de cultura pode ser utilizado como uma solução logística

para a sazonalidade da cana-de-açúcar e do mesmo modo que alguns aspectos

industriais e agronômicos puderam ser notados nas primeiras áreas de sorgo

sacarino plantadas em larga escala pelas usinas de cana-de-açúcar na produção de

etanol.

Isto porque, como o ciclo do sorgo é bem mais curto, o manejo e as práticas

culturais, e consequentemente, as intervenções agronomicas gerenciais acontecem

mais rápido do que na cana. Além disso, a qualidade e especificação do etanol

produzido, assim como o poder calorífico de seu bagaço queimado nas caldeiras,

foram perfeitamente compatíveis com o que se consegue com a cana. O balanço

energético também foi positivo, ou seja, sua fibra e os rendimentos de extração

geraram bagaço suficiente para seu processamento. (SORDI, 2011).

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Com o crescente interesse e o aumento dos investimentos para a utilização

do sorgo sacarino como matéria-prima alternativa na biorrefinaria de cana-de-açúcar

para a produção de etanol, o aumento da demanda por resíduos (bagaço e palha de

sorgo sacarino) será maior. Dada a similaridade de composição e de potencial

energético entre o bagaço de cana-de-açúcar (teor de fibra de cerca de 11% a 15%

em massa, em base seca, e poder calorífico de aproximadamente 15 ton/kg), o

potencial de geração de bioeletricidade desse setor poderá ser ainda maior.

(VIRMOND, 2011).

Neste contexto, a utilização do sorgo na produção de etanol poderia

perfeitamente ser realizada nos períodos da entressafra da cana, pois os produtos

trazem os mesmos resultados e não precisaria ter investimento em equipamentos,

pois são os mesmos usados para a cana-de-açúcar.

2.4.3 Zoneamento Ambiental

Ampliar a produção de etanol no Brasil através da produção da cana-de-

açúcar tem sido uma grande meta a ser alcançada pelas destilarias, pois as

indústrias recebem incentivos do governo federal. Para alcançar estes objetivos

estabelecidos pelo governo, os produtores precisam incorporar as estratégias da

sustentabilidade ambiental, preservando o meio ambiente amenizando as mudanças

climáticas e globais.

Na argumentação de Dias (2008), o objetivo principal de uma empresa é, sem

dúvida, maximizar o lucro sobre o capital investido, seja em fábricas, equipamentos,

financiamentos de vendas, reserva de caixa ou em estoques. Para atingir o máximo

lucro, ela deve usar o capital para que não permaneça inativo, caso haja maior

necessidade ela emprestará ou tomará dinheiro de uns dos cinco itens

mencionados. Espera-se então, que o dinheiro investido em estoques seja o

lubrificante necessário para a produção e o bom atendimento de vendas.

No raciocínio de Faria (2008), o Zoneamento Ambiental, ou Zoneamento

Ecológico – Econômico (ZEE), é uma ferramenta da Política Nacional de Meio

Ambiente (inciso II, artigo 9º, Lei n.º 6.938/81) e que tem como principal função o

planejamento do uso do solo baseado nas características de cada localidade e de

forma a mapear o potencial de cada região, definindo os usos possíveis sem

comprometer seus recursos naturais e o meio ambiente. Em outras palavras a

expansão da cana-de-açúcar não destruirá as vegetações primárias e da floresta

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amazônica, liberando gases de efeito estufa na atmosfera. É neste contexto que o

Zoneamento Ambiental da cana-de-açúcar foi implantado pelo Presidente Luís

Inácio Lula da Silva através do Decreto Presidencial 6.961/2009, e foi enviado ao

Congresso Nacional em forma de projeto de lei (PL6.077/2009).

Segundo Manzato (2011, p. 23): O objetivo geral do Zoneamento Agroecológico do Sorgo Sacarino para a produção de etanol é o de fornecer subsídios técnicos para o plantio de sorgo sacarino como alternativa para o aumento da produção de etanol e o ganho de produtividade nas agroindústrias dedicadas à produção de etanol de cana-de-açúcar.

Os biomas4 da Bacia Amazônica, Pantanal e Alto Paraguai estão protegidos

pelo zoneamento, mas isto não significa que os demais biomas estejam protegidos

por este, pois as grandes destilarias sucroalcooleiras estão neste bioma.

No bioma amazônico há várias usinas de etanol e açúcar em construção, em

Roraima além da destilaria Biocapital há outras em desenvolvimento pela região. Já

no bioma Pantanal e Auto Paraguai, há uma briga constante entre o governo federal

e os ruralistas, pois está difícil conseguir informações suficientes para atualizar a

quantidade de destilarias construídas e licenciadas. No estado de Mato Grosso há

69 usinas em processo de licenciamento ambiental, sendo que 21 delas já possui

licença de instalação e as demais estão em processo para aquisição desta licença.

(GOMES, BIONDI, BRIANEZ, GLASS, 2009).

Segundo Landau e Schaffert, (2011, p. 20): A identificação de áreas aptas para a produção de etanol em época de entressafra da cana-de-açúcar torna-se extremamente importante, fornecendo subsídios para a futura definição de estratégias de gestão territorial e formulação de políticas públicas que possibilitem a produção de etanol em épocas de renovação dos plantios de cana-de-açúcar, tornando ativas usinas de beneficiamento que estariam paradas no período.

O sorgo sacarino se encaixaria muito bem nestes biomas, pois esta planta se

adéqua a qualquer tipo de clima, não ocasionando prejuízos as destilarias e

produzindo mão-de-obra para a população onde está situada, sem causar danos ao

meio ambiente, se enquadrando nas responsabilidades socioambientais.

Desta forma, o Zoneamento ambiental veio para fortalecer a responsabilidade

socioambiental no Brasil. O conceito de Responsabilidade socioambiental, segundo

4 Bioma: é uma unidade biológica ou espaço geográfico caracterizado de acordo com o macroclima, a

fitofisionomia (aspecto da vegetação de um lugar), o solo e a altitude específicos. Alguns, também são caracterizados de acordo com a presença ou não de fogo natural. Fonte: http://www.infoescola.com/geografia/bioma/ (2007).

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o Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, é um compromisso

permanente por parte dos empresários na adoção de uma postura e ações de

mercado éticas, que contribuam para o desenvolvimento econômico de forma

consoante com a qualidade de vida de seus clientes internos e externos. (Rebouças,

2009).

2.5 DESAFIOS LOGÍSTICOS

Na sociedade globalizada, onde tudo se modifica ao piscar de olhos, a

logística esta presente em todos os sentidos, desde como organizar uma residência

ate a área de produção de uma indústria.

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES, 2001, p.36).

No caso de uma destilaria que produz etanol, sua logística é diferente, pois a

produção sai da parte agrícola, ou seja, da terra onde se planta um determinado

produto e depois de um período faz sua colheita. Um dos desafios encontrados

pelas destilarias do Brasil, é um produto alternativo para a produção de etanol, em

suprir a sazonalidade da cana, não ocasionando o término forçado da safra e

gerando gastos desnecessários.

O termo produto designa um tipo específico de bem com características de

tangibilidade, isto é, tem existência física. Decorrente desta característica é o fato de

ser um bem que pode ser transportado e armazenado podendo, por isso, ser

consumido num local e momento diferente daquele em que é produzido. Distingue-

se, portanto, do serviço, o qual apesar de ser também um bem, é um bem intangível,

obrigando a que o mesmo tenha que ser consumido ou utilizado no momento em

que é produzido. (NUNES, 2011).

Alguns fatores possuem importantes efeitos sobre os custos de produção de

etanol a partir do sorgo, como o preço das matérias-primas, o preço do etanol e do

gás natural e os fatores de conversão. (LIMA, SANTOS, GARCIA, 2011),

Assim, um dos maiores desafios das empresas produtoras de etanol no país é

acabar o etanol em seus reservatórios, ocasionando o aumento de preço para o

consumidor, e desvalorizando o veículo movido a este combustível, pois polui menos

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que os derivados do petróleo e sua extração é muito mais fácil e simplificada, sem

contar seu processo de produção.

A sazonalidade da cana no Brasil dura de 3 a 5 meses dependendo da

quantidade plantada, e se o clima onde ela é cultivada não estiver em condições

favoráveis a produção pode oscilar, produzindo menos, gerando falta de etanol no

mercado. Para tanto, o sorgo sacarino é uma alternativa viável para que este

problema não ocorra, pois como já citado anteriormente, a sua produção, é

semelhante ao da cana e seu rendimento é satisfatório.

Então, o etanol de sorgo é uma alternativa viável e barata, além de produzir

em menos tempo, onde esta planta se adequa a qualquer tipo de solo, não

necessitando de água em abundância.

Na concepção de Virmond, (2011): Considerando-se que a cultura do sorgo sacarino é complementar ao período de entressafra da cana-de-açúcar, tanto etanol quanto energia elétrica podem ser fornecidos durante grande parte do ano. Além da demanda crescente por etanol, essa necessidade é ainda maior dado que o consumo de energia das usinas nos períodos de entressafra de cana tem aumentado pela inclusão de novos processos, tais como fabricação de embalagens, produtos químicos, papel, tratamento de efluentes e plantas de produção de biogás.

É fato corrente que, setores da agroindústria canavieira, incluindo fazendas

de cana e indústria de maquinários agrícolas e industrial para processos de

conversão, tem procurado avaliar o sorgo sacarino com foco em novos negócios,

visando maior competitividade e sustentabilidade do setor sucroenergético.

(DURÃES, 2011).

Para Manzatto (2011), indicar cultivares de sorgo sacarino mais adequados

as características regionais da região do empreendimento, visando a variedade mais

viável e rentável para o cultivo, proporcionando um maior rendimento para a

destilaria.

Apesar da grande produção, a demanda brasileira e mundial por combustíveis

renováveis tem aumentado consideravelmente nos últimos anos tanto por razões

econômicas, isto é, preço de combustíveis fósseis, como por razões

socioambientais. Para suprir essa demanda de etanol, grandes esforços têm sido

feitos para o desenvolvimento de processos de produção de etanol a partir de

biomassas alternativas como, por exemplo, o sorgo sacarino. (ALMEIDA, FÁVARO,

2011).

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3 PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa foi aplicada em destilarias na região de Palmital, para obtenção de

dados sobre o cultivo do sorgo sacarino na produção de etanol, por meio da qual foi

identificado que as empresas pesquisadas tem conhecimento sobre a produção de

etanol a partir do sorgo sacarino. Entretanto, o seu planejamento para o cultivo do

sorgo na produção de etanol é a médio prazo (acima de três anos).

Contudo há conhecimento sobre a possibilidade para a utilização da

biomassa para a produção de energia na alimentação das caldeiras e a entressafra

foi apontada como a melhor época para cultivar o sorgo para suprir a sazonalidade

da cana-de-açúcar. Além disso, as empresas apontaram a biomassa do sorgo na

alimentação animal como vantagem em relação a cana-de-açúcar.

Há disponibilidade das empresas para o cultivo do sorgo sacarino em escala

experimental, devido o seu cultivo ser mecanizado desde o plantio até a colheita.

Também há conhecimento das empresas pesquisadas quanto à quantidade de

etanol produzido através do sorgo em relação à cana.

Ademais, com a viabilidade comprovada na produção de etanol a partir do

sorgo sacarino, as empresas sinalizaram positivamente essa cultura para suprir a

sazonalidade da cana-de-açúcar. Entretanto, a pesquisa evidenciou grande carência

das empresas em dados sobre custos para o cultivo do sorgo e nenhuma delas

apontou sinais para substituir a cana pelo cultivo do sorgo como fonte alternativa

obtenção de etanol.

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4 PESQUISA EXPERIMENTAL

As variedades analisadas neste trabalho, foi da empresa Agroceres, sendo os

cultivares de sorgo sacarino variedade BXSW – 82158 MSK – 521, que tem o seu

ciclo de produção precoce, com colmos longos e de panículas avermelhadas.

Entretanto a variedade XBSW – 82568 MSK – 431, que tem o seu ciclo de produção

mais tardio, podendo ser utilizado na produção de etanol a partir do quinto mês após

o plantio, seus colmos são longos e com panículas alaranjadas.

O primeiro plantio foi realizado no mês de Dezembro de 2012. Foi usado um

espaçamento de 90 centímetros entre linhas, com uma quantidade de 16 a 18

sementes por metro linear e com uma profundidade de 4 a 5 centímetros.

A germinação ocorreu após 4 dias de plantio e a adubação foi feita após 10

dias de germinação com o adubo 2-20-18, que se usa na adubação do milho. Neste

período o sorgo estava com 15 centímetros de altura e após 2 meses o cultivar já

apresentava a altura de 2 metros. Já com 3 meses, a planta tinha atingido os 3

metros de altura e soltado a panícula.

A cultura não apresentou nenhuma doença folear e no final do mês de abril de

2013 foi coletado e analisado o Brix (teor de açucares sólidos solúveis), por meio do

qual foi possível constatar que em amostras de 500g, o cultivar 492 apresentou o

Brix filtrado de 15,58 e sem filtrar de 15,42, apresentando um bolo final de 220,95g.

Já o cultivar 598 apresentou o Brix filtrado de 14,78 e sem filtrar de 14,68 e o bolo

final de 217,38g.

Com os resultados atingidos através de amostras de Brix pode-se concluir

que o sorgo é uma boa alternativa para a produção de etanol nas usinas, pois seus

teores de açúcares são semelhantes ao da cana e utiliza o mesmo processo de

industrialização da cana, e depois da colheita a planta volta a perfilhar e crescer

normalmente, podendo ser cortado novamente.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil tem grande potencial de expansão em bioeletricidade devido a

grande quantidade de biomassa proveniente da cana-de-açúcar. Entretanto, o

bagaço e a palha do sorgo deverão ser somados à biomassa da cana, aumentando

a participação desta cultura no setor alcooleiro. Devido à falta de conhecimentos das

usinas referente ao sorgo sacarino, o seu cultivo ainda é pequeno em relação ao seu

grande benefício.

A pesquisa de campo apontou o sorgo como opção de cultura para

complementar o período de entressafra da cana-de-açúcar, devido ao manejo, as

práticas culturais e o ciclo produtivo serem curtos, suprindo a escassez de matéria-

prima enfrentada pelas usinas neste período.

Além disso, a partir da pesquisa experimental foi possível concluir que o sorgo

sacarino é uma planta que apresenta grande potencial produtivo, com índices

satisfatórios de açúcares comparados ao da cana-de-açúcar para a produção de

etanol.

Através da bibliografia estudada, concluiu-se que a sazonalidade da cana

dura de 3 a 5 meses devido a quantidade plantada e da variação do clima, podendo

oscilar a produção, diminuindo a oferta por biocombustíveis e aumentando o preço

final ao consumidor. Neste contexto, o sorgo é uma alternativa viável e barata, pois

é precoce, se adequa a qualquer tipo de solo, exige pouca água, além de utilizar

grande parte do potencial logístico da cultura da cana.

Com resultados obtidos através das analises do Brix, foi possível concluir que

o sorgo sacarino é viável para as usinas em reforma de canaviais devido ao ciclo

precoce; e sua matéria-prima é utilizada para a produção de etanol, além da

biomassa para alimentação de caldeiras de alta pressão das usinas.

Assim, o objetivo deste trabalho foi alcançado, apresentando que o sorgo

sacarino é uma alternativa viável as usinas para suprir a demanda de etanol no

mercado interno, não ocasionando o termino forçado da safra, gerando custos e

ociosidade de implementos e funcionários. Entretanto esta cultura poluirá menos o

meio ambiente e produz o etanol para mover a demanda do mercado interno.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo de Questionário da Pesquisa de Campo .......................... 34

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APÊNDICE A – Modelo de Questionário da Pesquisa de Campo

O objetivo do presente questionário é o de obter dados e informações

sobre o conhecimento das destilarias da região acerca da utilização do sorgo

sacarino na produção de etanol na entressafra da cana de açúcar. Vale

ressaltar que o nome da empresa não será divulgado.

1. Sua empresa tem o conhecimento do sorgo sacarino para obtenção de etanol?

a) ( ) Sim;

b) ( ) Não.

2. Existe algum planejamento para que sua empresa cultive o sorgo sacarino para a

produção de etanol?

a) ( ) Sim;

b) ( ) Não.

2.1. Em caso positivo, qual é a visão da empresa, ou seja, quando a empresa

pretende começar a produzir? (Por favor, responda esta questão se você disse sim

na questão 2).

a) ( ) Em um ano;

b) ( ) Em dois anos;

c) ( ) Em 3 anos;

d) ( ) Mais de 3 anos.

3. A destilaria tem conhecimento sobre a possibilidade de utilizar a biomassa para a

produção de energia na alimentação das caldeiras?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

3.1 Em caso positivo, onde obtiveram tal conhecimento?

R:__________________________________________________________________

___________________________________________________________________

______________________________________________________.

4. A entressafra seria a melhor época para se cultivar o sorgo sacarino por causa da

sazonalidade da cana-de-açúcar?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

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5. Quais as vantagens que o sorgo possui no plantio, colheita e produção em

comparação com a cana-de-açúcar?

a) Menos gasto no plantio, entressafra e colheita;

b) Produz e menos tempo.

c) Quantidade de sacarose presente em seu caule igual ao da cana-de-açúcar.

d) A biomassa do sorgo pode ser utilizada para alimentação animal.

e) Outros.

Especificar:__________________________________________________________

___________________________________________________________.

6. Desde o preparo de solo até a colheita do sorgo, todas as operações são

mecanizadas, podendo assim utilizar o mesmo processo da cana-de-açúcar, sendo

assim a empresa tem a disponibilidade para um campo experimental?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

7. A empresa tem conhecimento sobre a quantia de etanol que o sorgo produz em

comparação com a cana-de-açúcar?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

8. Caso o sorgo seja viável para sua indústria, você adotaria esta cultura para suprir

a sazonalidade da cana-de-açúcar?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

9. O custo do cultivo do sorgo por hectare é, em média, de R$ 4000,00. Você já

tinha conhecimento dessa informação?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

10. Caso o sorgo seja uma alternativa viável em relação a cana de açúcar, sua

empresa estaria disposta a substituir o plantio da cana pelo sorgo na produção de

etanol?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.