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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE SÔNIA ELZI ALVES DOS SANTOS SENA PEREIRA RELIGIOSIDADE E ESTILO DE VIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS QUE RESIDEM EM CACHOEIRA-BA São Paulo 2018

CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS …§ão-4-Sônia.… · 0,027). Conclusão: O estilo de vida dos participantes, segundo o escore total do questionário FANTASTICO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO

MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

SÔNIA ELZI ALVES DOS SANTOS SENA PEREIRA

RELIGIOSIDADE E ESTILO DE VIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS QUE RESIDEM EM CACHOEIRA-BA

São Paulo

2018

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SÔNIA ELZI ALVES DOS SANTOS SENA PEREIRA

RELIGIOSIDADE E ESTILO DE VIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS

QUE RESIDEM EM CACHOEIRA-BA

Dissertação apresentada ao Centro

Universitário Adventista de São Paulo,

Programa de Mestrado em Promoção da

Saúde, sob orientação da Prof.ª Drª Gina

Andrade Abdala.

São Paulo

2018

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Dissertação apresentada ao Centro Universitário Adventista de São Paulo - Programa de Mestrado em Promoção da Saúde aprovada em ___/___/___.

_________________________________________

Profa. Dra Gina Andrade Abdala

__________________________________________

Profa. Dra. Marlise de Oliveira Pimentel Lima

__________________________________________

Profa. Dra. Maria Cecília Leite de Moraes

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Dedicatória A Deus, aos meus familiares, em especial

à minha mãe por sempre me incentivar a estudar e me qualificar.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS por me manter, me suster nesta tão árdua

etapa de minha vida, onde literalmente me trouxe até aqui, e pelo amor dispensado

a mim e minha família.

Ao meu esposo Carlos Jorge pela compreensão em minha ausência, apoio e

companheirismo, aos meus pais e irmãos pelas incansáveis orações. As amigas

Cleire Marquesin e Renata Paulina, por terem me hospedado durante todo o curso

do mestrado.

Às amigas Paula Paulina, Márcia Damasceno e Nélia Oliveira Silva pelo

incentivo e colaboração.

À Faculdade Adventista da Bahia (FADBA) por me disponibilizar o tempo para

o estudo, pela cooperação e apoio para realização deste curso.

Agradeço também a minha orientadora profa. Doutora Gina Andrade Abdala,

pelo incentivo, apoio, dedicação e paciência em todo o processo de construção

deste trabalho.

Aos pacientes, por disporem de tempo e aceitarem participar deste estudo,

bem como à equipe de saúde da clínica-escola da FADBA pela colaboração.

A todos que, de alguma forma, colaboraram para realização deste estudo e

para minha qualificação profissional: Muito Obrigada!

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“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos”

Salmos 119: 115

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RESUMO

Introdução: Diversos estudos apontam para uma associação positiva entre

religiosidade/espiritualidade e estilo de vida, buscando evidenciar seus efeitos sobre

a saúde e a cura de doenças, bem como na redução da mortalidade. Objetivo:

Analisar associação entre religiosidade e estilo de vida de portadores de Diabetes

Mellitus tipo 2. Método: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal,

abordagem quantitativa em uma amostra de 21 diabéticos cadastrados no programa

HiperDia da Unidade Saúde da Família, parceira da Clínica-Escola da Faculdade

Adventista da Bahia. Foram utilizados os questionários de estilo de vida

FANTASTICO, o instrumento de religiosidade DUKE-DUREL e um formulário

sociodemográfico e de saúde. Os dados foram analisados por meio de uma

estatística descritiva e analítica, utilizando a Correlação de Spearman no programa

Statistical Package for Social Science. Resultados: Os portadores de diabetes

apresentaram uma média de idade de 62,6 (dp = 13,36), com 76,2% do sexo

feminino, 71,4% de cor parda referida e 61,9% sem instrução e/ou com fundamental

incompleto. Nesse grupo, 71,5% vão aos cultos religiosos até uma vez por semana e

85,7% realizam suas práticas religiosas diariamente. O estilo de vida está “muito

bom” para a maioria deles (61,5%), porém a dimensão “atividades” esteve abaixo da

média (3,25; dp = 2,60). Na correlação entre as dimensões da religiosidade e o

escore total do estilo de vida, foi detectado que a Religiosidade Organizacional (RO)

esteve estatisticamente associada ao estilo de vida desses diabéticos (r = 0,608; p =

0,027). Conclusão: O estilo de vida dos participantes, segundo o escore total do

questionário FANTASTICO foi evidenciado como sendo “muito bom” para a maioria

deles, muito embora a dimensão “atividades” estivesse abaixo do normal. Observou-

se também que, quanto maior a frequência aos cultos religiosos, melhor o estilo de

vida deles. Recomenda-se que os profissionais de saúde considerem a importância

da dimensão religiosa para que o estilo de vida desses pacientes possa ser

melhorado.

Palavras-chave: Religiosidade. Estilo de vida. Diabetes Mellitus tipo 2.

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ABSTRACT

Introduction: Several studies point to a positive association between religiosity /

spirituality and lifestyle, seeking to highlight their effects on health, cure of diseases

as well as reduction of mortality. Objective: To analyze the association between

religiosity and lifestyle of patients with diabetes. Method: This is a descriptive, cross-

sectional, quantitative approach in a sample of 21 diabetics enrolled in the HIPERDIA

of the School Clinic of the Adventist Faculty of Bahia (FADBA). The FANTASTICO

lifestyle questionnaires, the DUKE-DUREL religious instrument and a socio-

demographic and health form were used. The data were analyzed through

descriptive and analytical statistics using the correlation of Spearman, by the

Statistical Package for Social Science program. Results: The patients with diabetes

had a mean age of 62.6 (dp = 13.36), with 76.2% female, 71.4% brown and 61.9%

without education and / or with incomplete junior high school. In this group, 71.5% go

to religious services up to once a week and 85.7% carry out their religious practices

daily. Lifestyle was “very good” for most of them (61.5%), but the "activities"

dimension was below average (3.25; dp = 2.60). In the correlation between the

dimensions of religiosity and the total lifestyle score, it was found that only

Organizational Religiosity (OR) was statistically associated with the lifestyle of these

diabetics (r = 0.608, p = 0.027). Conclusion: The participants' lifestyle according to

the FANTASTICO questionnaire total score was evidenced as being “very good” for

most of them, even though the "activities" subscale was below normal. It was also

observed that the more frequent to the religious cults, the better their lifestyle. It is

recommended that health professionals consider the importance of the religious

dimension so that the lifestyle of these patients can be improved.

Key words: Religiosity. Lifestyle. Diabetes Mellitus type 2.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados sociodemográficos e de saúde dos pacientes diabéticos

residentes em Cachoeira-Bahia. (N=21) 2017.......................................................

31

Tabela 2 – Frequência absoluta e relativa das variáveis de Religiosidade (n=

21). Cachoeira – BA, 2017.................................................................

34

Tabela 3 – Classificação do escore final do estilo de vida FANTASTICO,

Cachoeira, BA, 2017.............................................................................................

35

Tabela 4 – Análise descritiva das dimensões do FANTASTICO e escore total,

Cachoeira, Bahia, 2017.........................................................................................

37

Tabela 5 – Correlação de Spearman entre as dimensões da Religiosidade e o

escore total do estilo de vida. Cachoeira, BA, 2017..............................................

38

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LISTA DE ABREVIATURAS

AACE American Association of Clinical Endocrinologists

ASD Adventista do sétimo Dia

ADA American Diabetes Association

CSEF Canadian Society Exercice Physiology

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DM Diabetes Mellitus

DM2 Diabetes Mellitus Tipo 2

FADBA Faculdade Adventista da Bahia

HIPERDIA Programa de acompanhamento para Hipertensos e Diabetes

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDF International Diabetes Federation

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de saúde

RO Religiosidade Organizacional

RNO Religiosidade Não Organizacional

RI Religiosidade Intrínseca

SBD Sociedade Brasileira de Diabetes

SISNEP Sistema Nacional de Ética em Pesquisa SPSS Statistical Package for Social Sciense

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNASP Centro Universitário Adventista de São Paulo

WHOQOL-BREEF Quality of Life of the World Health Organization

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

1.1 Contextualização .................................................................................................. 12

1.2 Justificativa ........................................................................................................... 13

1.2.1 Relevância pessoal............................................................................................. 14

1.2.2 Relevância social................................................................................................ 14

1.2.3 Relação com a Linha de Pesquisa do Curso................................................... 15

1.3 Objetivos ................................................................................................................ 16

1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................... 16

1.3.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 16

1.4 Problema da Pesquisa........................................................................................... 16

1.5 Hipótese................................................................................................................. 16

2 METODOLOGIA ........................................................................................................ 17

2.1 Casuística .............................................................................................................. 17

2.2 Materiais ................................................................................................................ 18

2.3 Método.................................................................................................................... 18

2.3.1 Instrumento para coleta de dados ................................................................... 18

2.3.2 Coleta de dados ................................................................................................. 19

2.3.3 Análise dos dados ............................................................................................. 20

2.3.4 Aspectos éticos da pesquisa............................................................................. 20

3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 21

3.1 Revisão da bibliografia fundamental................................................................... 21

3.1.1 Religiosidade/Espiritualidade e Instrumentos de Avaliação ......................... 21

3.2 Estilo de Vida e Diabetes Mellitus tipo 2 e R/E .................................................. 27

3.3 Resultados e discussão ....................................................................................... 31

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40

5 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41

APÊNDICES ................................................................................................................. 46

ANEXOS ....................................................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização

Medicina, saúde e religiosidade têm sido relacionadas de uma forma ou de

outra, em todos os grupos populacionais desde o início da história registrada.

Contudo, nos últimos tempos esse sistema de cura foi desmembrado e essa

separação ocorreu em grande parte nos países economicamente desenvolvidos. Já

nos países em desenvolvimento, existe pouca ou nenhuma separação. A história da

religião, medicina e cuidados de saúde em países desenvolvidos do Ocidente, no

entanto, é fascinante. Os primeiros hospitais do Ocidente para o cuidado dos

doentes na população em geral foram construídos por organizações religiosas e

cuidados por ordens religiosas (KOENIG, 2012).

A espiritualidade e religiosidade também têm influência significante na

qualidade e estilo de vida em idosos e/ou em uma população geral (ABDALA et al.,

2015; CRES et al., 2015). Está relacionada também com menos depressão, menor

ansiedade e melhor qualidade de vida em diabéticos (YAZLA et al., 2017).

Em um estudo com pacientes portadores de câncer, observou-se que as

formas de religiosidade particular como a meditação, oração e o estudo de textos

religiosos, bem como a frequente ida à igreja, estão associadas a um melhor

desempenho físico e menores sintomas de depressão, contribuindo para o bem-

estar do paciente (CAPLAN et al., 2013).

Considerando que a maioria dos estudos relata relações significativas entre

Religiosidade/Espiritualidade (R/E) e melhor saúde e considerando ainda que esse

campo de pesquisa está crescendo rapidamente e se movendo a partir da periferia

para a corrente principal dos cuidados de saúde (KOENIG, 2012), o presente estudo

pretende investigar associação entre R/E e estilo de vida de portadores de diabetes

tipo 2, contribuindo, portanto, para agregar às pesquisas existentes, os resultados

obtidos no desdobramento desse assunto.

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1.2 Justificativa

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença de importância mundial que se tornou

um problema de saúde pública dada a forma crescente do aparecimento de novos

casos. É uma das principais doenças crônicas, que atinge populações de países em

todos os estágios de desenvolvimento. O número de pessoas convivendo com a

doença quadruplicou, acompanhado de dois fatores agravantes: obesidade e

sobrepeso (WHO, 2016).

A incidência de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) aumentou no mundo atual,

como resultado da interação genética, além do envolvimento de uma soma dos

fatores de risco, como: aumento da expectativa de vida, industrialização, maior taxa

de urbanização, maior consumo de dietas hipercalóricas, mudanças de estilo de

vida, inatividade física, obesidade e maior sobrevida de pessoas com doenças

crônicas (BRASIL, 2011).

Segundo o Manual do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013), mudanças de

estilo de vida reduziram em 58% a incidência de diabetes em 3 anos. Essas

mudanças propõem discreta redução de peso (5-10% do peso), manutenção do

peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição energética moderada,

restrição de gorduras, especialmente as saturadas e aumento de atividade física

regular.

Além da importância das mudanças no estilo de vida, sabe-se que a R/E tem

demonstrado relevante impacto sobre a saúde física e mental, bem como controle

glicêmico, no autocuidado, em menor depressão e melhor qualidade de vida dos

pacientes portadores de DM2 (HOW, MING, CHIN, 2011; HEIDARI et al., 2017;

YAZLA et al., 2017). Recomenda-se, portanto, que o enfoque da religiosidade no

cuidado de pessoas com diabetes seja reforçado, buscando o desenvolvimento de

aspectos importantes, como: felicidade, autoestima, otimismo, esperança e fé.

Dessa forma, torna-se fundamental a aproximação dos profissionais de saúde com o

tema, focando a R/E na elaboração do plano de cuidado do paciente (LUENGO,

MENDONÇA, 2014).

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1.2.1 Relevância Pessoal

A minha prática profissional tem sido exercida há alguns anos em uma

unidade de saúde da família onde atendo e convivo com pacientes portadores de

diabetes. Percebo a dificuldade deles para adotar e/ou manter um estilo de vida

adequado, devido a alguns fatores, dos quais pode-se citar: dieta restritiva e

dificuldade em adotá-la, desmotivação em manter uma prática regular de atividade

física e uso inadequado da medicação.

Entendo também que alguns obstáculos favoreçam a ocorrência das

situações mencionadas, pois esses pacientes são usuários do Sistema Único de

Saúde (SUS) e o mesmo não supre satisfatoriamente as necessidades dos

pacientes, tanto pela falta de insumos na unidade, bem como pela não aproximação

e conhecimento do profissional de saúde com o tema religiosidade e com os

recursos naturais deixados por Deus. Reunindo todos estes fatores, percebe-se que

o conhecimento dos oito recursos da natureza que são: Temperança, Nutrição, Luz

Solar, Água, Exercício Físico, Repouso, Ar Puro e Confiança no poder de Deus,

sendo este último recurso citado, relacionado diretamente com o tema desenvolvido

neste estudo. Desta forma será de grande auxílio e motivação para o profissional de

saúde, a fim de que possa apoiar e auxiliar os pacientes portadores de diabetes no

processo de entendimento de que uma mudança no estilo de vida poderá lhes

proporcionar melhor qualidade de vida.

1.2.2 Relevância Social

A DM2 tem alcançado números exorbitantes e em proporções alarmantes,

chegando a ser considerada por estudiosos como uma epidemia. Em abril de 2016,

a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou seu primeiro relatório global sobre

diabetes e informou que desde 1980, o número de pessoas vivendo com diabetes

quadriplicou e alcançou 422 milhões de pessoas em 2014, especialmente em países

em desenvolvimento (OPAS/OMS, 2016).

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A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2015-2016) estimou para a

primeira década do século XXI que haveria 239 milhões de indivíduos diabéticos em

todo o mundo. No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se em 7,6% a

prevalência de DM na população adulta, dados de 2010 apontam taxas mais

elevadas em torno de 15%. Para 2014 estimou-se 11,9 milhões de pessoas, na faixa

etária de 20-79 anos convivendo com o diabetes podendo alcançar 19,2 milhões em

2035. As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2013-2014) informam

que isso se dará em decorrência, principalmente, da longevidade progressiva das

populações e das transformações socioculturais ocasionadas pela urbanização.

Dessa forma, entende-se que este estudo contribuirá de maneira positiva e relevante

para a sociedade no que diz respeito às propostas de mudanças no estilo de vida

dos diabéticos por meio de uma intervenção educativa cujo foco seja a promoção da

saúde.

1.2.3 Relação com a Linha de Pesquisa do Curso

O estudo propõe analisar a relação entre religiosidade e o estilo de vida de

portadores de Diabetes Mellitus tipo 2, para que estes conheçam a importância de

adotar os recursos da natureza em seu cotidiano, de forma a melhorar a qualidade

de vida dos portadores dessa doença. Assim, será possível descrever alternativas

para os pacientes trilharem novos caminhos através desses conhecimentos.

A proposta deste estudo está relacionada com a linha de pesquisa “Qualidade

e Estilo de Vida na Promoção da saúde”, pertencente ao curso de mestrado

Promoção da Saúde, com o intuito de abordar aspectos da educação em saúde que

visam melhorar a qualidade de vida de um grupo de portadores de DM2.

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1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral

Analisar associação entre religiosidade e estilo de vida de portadores de

Diabetes Mellitus tipo 2.

1.3.2 Objetivos específicos

• Identificar o perfil do estilo de vida dos portadores de diabetes de uma

unidade da Estratégia Saúde da Família;

• Descrever o perfil de religiosidade dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo

2, participantes da pesquisa;

• Investigar associação entre religiosidade e estilo de vida desses pacientes.

1.4 Problema da Pesquisa

Diante do exposto sobre a relação entre a religiosidade e o estilo de vida, este

estudo tem como problemática a seguinte questão: existe associação entre

religiosidade e estilo de vida dos portadores de DM2 de uma USF do povoado de

Capoeiruçu no município de Cachoeira – BA?

1.5 Hipótese

Hipotetiza-se que existe uma associação positiva entre religiosidade e estilo

de vida de pacientes portadores de DM2, ou seja, quanto maior envolvimento com a

sua religião, melhor será o estilo de vida desses indivíduos.

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2 METODOLOGIA

Este estudo faz parte do projeto intitulado “Interferência do Estilo de Vida no

desenvolvimento das complicações do Diabetes tipo 2”, vinculado ao grupo de

pesquisa Religiosidade e Espiritualidade na Integralidade da Saúde (REIS) do

Programa de Mestrado Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de

São Paulo, certificado pelo CNPq. O estudo foi dividido em cinco partes e cada

pesquisadora desenvolveu um tema específico, usando a mesma intervenção

(APÊNDICE A).

2.1 Casuística

A instituição proponente foi o Centro Universitário de São Paulo- UNASP/SP,

porém o estudo foi realizado na USF, parceira da Clínica-escola Adventista com

autorização da mesma (ANEXO D), no povoado de Capoeiruçú, pertencente ao

município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. A população constituiu-se de 37

portadores de DM2, segundo o cadastro do HIPERDIA (Programa de

Acompanhamento do Hipertenso e Diabético), porém o estudo foi realizado com

uma amostra de 21 pacientes devido perdas de alguns instrumentos de coleta por

conta de informações insuficientes.

Foram convidados a participar do estudo todos os indivíduos portadores de

DM2, cadastrados na USF de Capoeiruçú. Critérios de inclusão: estar com 18 anos

ou mais, em acompanhamento clínico na USF, com tempo de doença superior a 3

anos e não apresentar níveis glicêmicos descompensados. Para a Associação

Americana de Diabetes (ADA), os níveis glicêmicos do paciente diabético devem

estar entre 80-130mg/dl pré-prandial e <180mg/dl pós-prandial. A Federação

Internacional de Diabetes (IDF) preconiza <115 pré-prandial a<160mg/dl pós-

prandial, segundo a Associação Americana de Endocrinologista Clínicos (AACE), os

parâmetros devem estar entre <110mg/dl pré-prandial e <140mg/dl pós-prandial e,

por fim, concordando com a ADA, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

recomenda <100mg/dl pré-prandial a <160mg/dl pós-prandial (SBD, 2015-2016).

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Ressalta-se que só foram incluídos os que aceitaram espontaneamente participar da

pesquisa.

2.2 Materiais

Para o acompanhamento dos níveis pressóricos foram utilizados:

esfignomanômetro e estetoscópio, balança para verificação do peso e altura,

(Mercur) e fita métrica para verificar circunferência abdominal.

Para a verificação da glicemia capilar em pacientes na posição sentada,

foram utilizados os seguintes objetos: utilizado o aparelho Accu-Chek Performa,

marca Roche, tiras, lancetas e lancetador Accu-Chek, marca Roche, luvas, algodão

e álcool a 70%. Para coleta de dados, o formulário sociodemográfico, o questionário

de Estilo de Vida FANTASTICO e o índice de Religiosidade DUKE-DUREL.

2.3 Método

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de corte transversal e

abordagem quantitativa. O estudo exploratório auxilia o pesquisador a solucionar

e/ou aumentar sua expectativa em função do problema determinado. Centra na

objetividade, clareza, influenciado pelo positivismo, compreendida com base nos

dados sólidos e na matemática, recorrendo a instrumentos padronizados e neutros

(SILVEIRA, CÓRDOVA, 2009). Segundo Gil (2010), na pesquisa descritiva, os fatos

são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados.

2.3.1 Instrumentos para coleta de dados

Foram utilizados os questionários de estilo de vida FANTASTICO (ANEXO A),

composto de nove dimensões que envolveu: família e amigos; atividades; nutrição;

cigarros e drogas; álcool; sono, cinto de segurança, estresse e sexo seguro; tipo de

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comportamento; introspecção e trabalho. Esse questionário foi validado no Brasil por

Rodriguez-Añez, Reis e Petroski (2008) e Silva, Brito e Amado (2014). Já o

instrumento de religiosidade, DUKE-DUREL (ANEXO B), é composto por cinco itens

que captam três das dimensões de religiosidade que mais se relacionam com os

desfechos de saúde: Religiosidade Organizacional (RO), Religiosidade Não

Organizacional (RNO) e Religiosidade Intrínseca (RI). Os primeiros dois itens

abordam RO e RNO. Foram extraídos de grandes estudos epidemiológicos,

realizados nos Estados Unidos e se mostraram relacionados aos indicadores de

saúde física, mental e suporte social. Os outros três itens referem-se a RI e melhor

se relacionam com a pontuação total nessa escala, com suporte social e desfechos

em saúde (KOENIG et al., 1998). Na análise de resultados do DUKE-DUREL, as

pontuações nas três dimensões (RO, RNO e RI) devem ser analisadas

separadamente e os escores das três não devem ser somados em um escore total

(KOENIG, 2012). O instrumento foi validado por Taunay et al. (2012).

Foi utilizado também um formulário contendo dados sociodemográficos e de

saúde dos participantes em que foram utilizados somente as informações

pertinentes a este estudo como: o peso, cor da pele referida, escolaridade, religião,

se é ou não praticante, se faz acompanhamento médico, como controla a glicemia e

se esquece de tomar os medicamentos (APÊNDICE C).

2.3.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada com o auxílio de mestrandas do UNASP/SP,

que faziam parte da equipe de pesquisa. Foram incluídos os pacientes portadores

de DM2, cadastrados e acompanhados na Unidade de Saúde da Família alocada na

Clínica-Escola Adventista – localizada no município de Cachoeira, no estado da

Bahia. Os pacientes foram abordados na unidade de saúde na quinta feira, dia do

atendimento do programa HIPERDIA. Nesse primeiro momento foram convidados a

participar do estudo. Os que aceitaram, assinaram o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE D). Em seguida então foram aplicados os

instrumentos de coleta.

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2.3.3 Análise dos dados

A análise de dados foi realizada por meio do SPSS versão 24.0, com

resultados estatísticos descritivos e analíticos da religiosidade e o estilo de vida dos

pacientes diabéticos. Como a distribuição dos dados quantitativos foi anormal, o

teste de correlação de Spearman foi executado (DANCEY, REIDY, 2013).

2.3.4 Aspectos éticos da pesquisa

Este projeto de pesquisa está de acordo com a resolução 466/2012 do

Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012) e da declaração de Helsink (WORLD

MEDICAL ASSOCIATION, 2013). Os dados coletados e as respostas foram tratados

e atribuídos ao grupo, garantindo o anonimato dos participantes. Os dados obtidos

na pesquisa foram mantidos sob proteção, codificados e sem identificação nominal

dos participantes. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa,

cadastrado no SISNEP (Sistema Nacional de Ética em Pesquisa) com o número

1.542.117 (APÊNDICE D) e autorizado também pela Secretaria Municipal de Saúde

de Cachoeira/BA (ANEXO D). Os participantes do estudo assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B).

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3 DESENVOLVIMENTO 3.1 Revisão da bibliografia fundamental 3.1.1 Religiosidade/Espiritualidade e Instrumentos de Avaliação

Da Idade Média até a Revolução Francesa, os médicos, muitas vezes,

pertenciam ao clero. Por centenas de anos, de fato, as instituições religiosas foram

responsáveis pelo licenciamento médico para a prática da medicina. Nas colônias

americanas, em particular, muitos clérigos foram também médicos, muitas vezes

como um segundo trabalho que ajudava a completar o seu magro rendimento no

trabalho da Igreja. Os cuidados destinados àqueles com problemas de saúde mental

no Ocidente também tiveram suas raízes dentro de mosteiros e comunidades

religiosas (KOENIG, 2012).

Para uma melhor compreensão, se faz necessária uma definição dos termos

religiosidade e espiritualidade. Assim, segundo Koenig, King e Carson (2012),

Religião é um conjunto de práticas, maneiras de viver e rituais em um conjunto de

pessoas em comum que os leva a pensar em um ser superior que pode ser Deus ou

outro nome de acordo com a cultura. As religiões costumam ter também

comportamentos, cerimônias comuns em um grupo social que aproximam as

pessoas entre si, e estas de Deus facilitando a convivência em comunidade.

Espiritualidade envolve uma busca pessoal, íntima, além de uma devoção e

rendição a Deus.

Lucchetti et al. (2012) investigaram a espiritualidade relacionada com a saúde

em escolas médicas brasileiras, chegando à conclusão de que poucas escolas

brasileiras em seus cursos tratam do tema relação espiritualidade e saúde. Os

autores afirmam ainda que a maioria dos ensinamentos sobre o tema não são

padronizados. Relataram, porém, como elemento encorajador, que mais de 50% dos

diretores médicos sentem que a relação entre espiritualidade e saúde seja um

aspecto importante na assistência ao paciente e que os alunos devem ter

consciência desse fato.

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Sens (2016) em um estudo semelhante com 30 médicos, constatou que 70%

deles não tiveram enfoque na espiritualidade e saúde em sua formação acadêmica e

nem treinamento sobre o tema no ambiente de trabalho.

Morton, Lee e Martin (2016), em seus estudos sobre o estilo de vida dos

Adventistas do Sétimo Dia (ASD), concluíram que o envolvimento religioso e a

frequência ao culto têm impacto positivo sobre a saúde e a mortalidade, sendo um

fenômeno psicossocial multifacetado que influencia o comportamento de saúde.

Voltando o olhar para a enfermagem, Garcia e Koenig (2013) afirmam que

existe inconsistência e confusão nos conceitos de espiritualidade, uma definição que

se concentra no envolvimento religioso. Por isso propõem e fornecem uma medida

mais consistente e uniforme dos resultados desta para o cuidar do paciente, a

saúde, bem como a pesquisa em enfermagem.

Numerosos instrumentos foram desenvolvidos para avaliar a R/E e medir sua

associação com os resultados relacionados à saúde. Em revisão de literatura,

Lucchetti, Lucchetti e Vallada (2013) identificaram os instrumentos que vêm sendo

usados nas pesquisas em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil, os quais são

descritos a seguir:

A) Francis Scale of Attitude Towards Christianity - Escala de Francis de

atitude em relação ao cristianismo. É um instrumento de 24 questões, com respostas

afetivas para com Deus, Jesus, Bíblia, oração e igreja. Cada item é avaliado numa

escala de cinco pontos, variando entre concordo fortemente a discordo totalmente.

Tendo como vantagem: a medição complexa de resposta afetiva em relação ao

cristianismo e como desvantagem: a não adequação para outras religiões, além de

ser extenso e não ter procedimento de teste e reteste ou adaptação para cultura

brasileira.

B) Strayhorn Religious Scale - Escala de religiosidade Strayhorn. É uma

escala com nove itens sem referências a práticas denominacionais exclusivas.

Avalia práticas comuns da igreja, tais como: atendimento, serviços, crenças e

práticas relacionadas a um relacionamento pessoal com Deus (consciência de um

propósito religioso). Suas vantagens: simples, rápido e fácil de aplicar. A

desvantagem é que a versão em português não tem nenhum procedimento de teste

e reteste. Avalia religiosidade em oposição à espiritualidade, não separa a

religiosidade organizacional, não organizacional e intrínseca. A escala original

possui 12 questões, mas a versão em português tem nove questões. Durante a

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adaptação transcultural, os autores criaram uma versão modificada, associando

Strayhorn, Weidman e escala religiosa Larson com escala Moschella, contendo 25

itens, a qual nomearam de escala Gonçalves, Ferraz e Giglio.

C) Moschella Religious Scale – Escala de religiosidade Moschella. É uma

escala de 35 itens que avalia o envolvimento religioso (religiosidade e assistência

religiosa), luta religiosa, enfrentamento religioso, entre outros. Tem como vantagem

ser um instrumento amplo que abrange algumas questões importantes como luta e

enfrentamento religioso. Desvantagens: a escala foi adaptada para uso em

pacientes com câncer. A versão em português não tem nenhum procedimento de

teste e reteste, não foi validada para consistência ou habilidade concorrente e

discriminativa.

D) Private and Social Religious Practice Scale – Escala prática de

Religiosidade Privada e Social. É um instrumento com 10 itens que avalia a

frequência da oração, a prática religiosa, apreciação de programas religiosos na

televisão, a leitura de literatura religiosa, participação em cultos e reuniões

religiosas, assim como religiosidade na última década e amigos religiosos.

Vantagens: simples, rápido e fácil de aplicar e tem vários itens qualitativos, como:

Por que você reza? Por que sua religiosidade aumentou na última década?

Desvantagens: não mede religiosidade intrínseca, mas apenas privada e práticas

religiosas sociais. Além disso, alguns itens são confusos.

E) Intrinsic Religious Motivation Scale - Escala Intrínseca de Motivação

religiosa. É uma escala de 12 itens a partir da qual se avalia dois aspectos diferentes

da religiosidade: o intrínseco e o extrínseco. A pontuação varia de 12 a 60 e as mais

elevadas indicam religiosidade mais extrínseca. Vantagens: ser breve e separar

religiosidade intrínseca e extrínseca usando o mesmo questionário. Desvantagem: a

escala é complexa para indivíduos menos informados, separa somente religiosidade

intrínseca e extrínseca, porém não mede a religiosidade organizacional e não

organizacional do indivíduo.

F) Spiritual/Religious Coping Scale SR-COPE – Escala de

Religiosidade/Espiritualidade e Enfrentamento. A escala possui 87 itens com

subescalas que se destinam a fornecer aos pesquisadores uma ferramenta para

medir as inúmeras manifestações de enfrentamento religioso, para ajudar os

profissionais com melhor integração religiosa e dimensões espirituais nos

tratamentos. Vantagens: fornece uma análise detalhada do coping espiritual e

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religioso (incluindo o enfrentamento negativo) com boas qualidades psicométricas.

Desvantagens: ser um instrumento muito extenso, difícil de ser usado em estudos

epidemiológicos e em população de baixa renda.

G) Pinto and Pais-Ribeiro’s Spirituality Scale - Escala de Espiritualidade de

Pinto e Pais-Ribeiro. É um instrumento constituído por 5 itens centrados em duas

dimensões: a primeira está associada com a crença e a segunda, associada à

esperança e ao otimismo. As respostas são dadas em uma escala de quatro

alternativas (desde não concordo até concordo totalmente). Vantagens: o

instrumento é simples e fácil de usar, aplica-se rapidamente e foi criado

originalmente em português. Desvantagem: três dos cinco itens do instrumento

(esperança, mudança de vida e valor) têm sido relacionados com envolvimento

religioso, mas não com espiritualidade, contudo eles não são facetas

religiosas/espirituais, são psicológicas. Não tem um procedimento de teste e reteste

nem validação concorrente discriminativa.

H) Brief Santa Clara Strength of Religious Faith – Escala Breve de Força e

Luta Religiosa Santa Clara. Consiste em um questionário de cinco itens para medir a

força da fé religiosa em uma escala de quatro pontos, sem considerar a formação

religiosa do entrevistado. Vantagens: é simples, fácil de administrar e pontuar. É

amplamente utilizado em todo mundo. Desvantagens: a versão em português carece

de teste e reteste e não existe uma versão adaptada à cultura brasileira.

I) FACIT-sp - É composto por 12 itens e três subdomínios de bem-estar

espiritual, facilitando assim a exploração em profundidade dos componentes que os

constituem. Vantagens: foi projetado um questionário para autoadministração. É

amplamente usado em todo o mundo. Desvantagens: a versão em português carece

de procedimento de teste e reteste, análise de consistência interna e validação

concorrente e discriminativa. Algumas facetas incluídas no estudo como “Eu me

sinto calmo”, “minha vida tem sido produtiva” têm sido associadas com envolvimento

psicológico e não propriamente denotam religiosidade/espiritualidade.

J) Spiritual Well-Being Scale - Escala de Bem-estar Espiritual. É uma escala

de autoadministração composta de 20 itens para medir o bem-estar espiritual em

ambos os sentidos religiosos. Duas subescalas estão incluídas (RWB) e (EWB), 10

itens incluem referência a Deus e 10 não fazem nenhuma referência a Ele. A fim de

controlar os problemas de resposta, metade dos itens de cada subescala foi redigida

com significados positivos e metade com significados negativos. No Brasil, a escala

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foi traduzida e adaptada para o uso entre os estudantes universitários demonstrando

uma consistência interna de 0,92. No teste e reteste, análises de validade

concorrentes ou discriminativas foram realizadas. Vantagens: é um breve

instrumento e foi usada mundialmente em estudos. Desvantagens: cada pergunta na

subescala (RWB) inclui a palavra Deus. A versão em português não tem nenhum

procedimento de teste e reteste ou validações concorrentes discriminativas.

K) Spirituality Self-Rating Scale – Escala de autoavaliação Espiritual. É uma

escala que reflete a orientação do indivíduo para espiritualidade, ou seja, considera

questões relativas à dimensão espiritual/religiosa importante e como aplicar em suas

vidas. A escala é composta por seis declarações, apresenta opções de respostas

que vão desde concordar totalmente a discordar totalmente. Vantagens: é simples,

rápida e fácil de aplicar. O instrumento não inclui secularismo ou medição de

qualidade de vida, mas apenas questões espirituais. Desvantagens: a versão em

português não possui nenhum teste e reteste ou validade concorrente.

L) Aquino’s Religiousness/Spiritualy Attitude Scale – Escala de Atitude

Religiosa/Espiritual de Aquino. É um instrumento de 15 itens que avalia a atitude

religiosa. Os participantes respondem usando uma escala de cinco pontos: 1= nunca

e 5= sempre. Vantagens: criada originalmente em português, é complexa, mas não

é extensa. Desvantagens: não tem procedimento de teste e reteste, avalia

religiosidade mais que espiritualidade. Não separa religiosidade organizacional, não

organizacional e intrínseca.

M) Duke religion Index - Índice de Religião de Duke Durel. É uma medida de

cinco itens de envolvimento religioso que produz três subescalas: 1 - comportamento

religioso organizacional; 2 - comportamento religioso não organizacional; 3 -

motivação religiosa intrínseca. As opções de resposta são em cinco ou seis pontos.

Vantagens: simples e fácil (validado em uma população de baixa renda), rápido de

aplicar, abrange três dimensões religiosas, é amplamente utilizada em todo mundo e

apresenta boas qualidades psicométricas, além de boa análise concorrente e

confiabilidade. Tem procedimento de teste e reteste (coeficiente de correlação

intraclasse >0,90). Desvantagem: não avalia espiritualidade.

N) WHOQOL-SRPB. Contém 32 questões abrangendo oito facetas da

espiritualidade: religião, crenças pessoais ligadas à saúde e qualidade de vida, com

pontuações finais variando de 4 a 20. Vantagens: amplamente estudado e validado

no Brasil e com boas qualidades psicométricas, além de ser utilizado em todo

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mundo. Desvantagens: Complexo e extenso; algumas das facetas incluídas no

instrumento (significado da vida, admiração, inteireza, integração, esperança,

otimismo) têm sido associadas com envolvimento psicológico, mas por si só não

denotam religiosidade/espiritualidade. Além disso, o instrumento foi projetado

principalmente para avaliar qualidade de vida e crenças não espirituais.

O) Self-reported Religiosity - Religiosidade Autorreferida. Conhecido também

por religiosidade subjetiva. Pede aos entrevistados para avaliarem a importância da

religião para eles com possíveis respostas de muito importante, pouco importante e

nada importante. Vantagens: é simples e fácil de medir, em especial para pessoas

de menor escolaridade e em estudos epidemiológicos; ademais é concebido para

medir a religiosidade intrínseca. Desvantagens: difícil de medir questão complexa

como religiosidade. Como não é uma escala, apenas a tradução e adaptação

transcultural estão sendo avaliadas.

P) WHOQOL-100 - O instrumento contém quatro questões (domínio,

espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais). As opções de respostas são em

uma escala de cinco pontos de “nada” para uma “quantidade extrema”. Vantagens:

instrumento curto e fácil de preencher, oferecendo boa qualidade psicométrica.

Desvantagens: algumas facetas inclusas no instrumento como, sentido da vida e

otimismo têm sido associadas com envolvimento religioso, mas em si mesmo não

denotam espiritualidade/religiosidade. O instrumento foi projetado principalmente

para avaliar qualidade de vida e não espiritualidade.

Q) Brief Spiritual/Religious Coping Scale - Escala Breve de Enfrentamento

Espiritual/Religioso. É uma escala que contém 49 itens divididos em duas

dimensões: CRE (coping religiosidade/espiritualidade) positivo que contém 34 itens

e 7 fatores; CRE negativo que contém 15 itens e 4 fatores, 4 índices gerais e 11

fatoriais com resultados de 1 a 5 para uso do CRE. Vantagens: é mais curto e

complexo, dispõe de uma análise detalhada da E/R e boa qualidade psicométrica.

Desvantagens: é um instrumento extenso e difícil de usar em populações de baixa

renda e em estudos epidemiológicos.

R) Inspirit-R - The Index of Core Spiritual Experience. O Índice de Experiência

Espiritual é um questionário de sete itens e é projetado para identificar experiências

mais intensas e concretas relacionadas com a existência de Deus ou de um ser

superior. O sétimo ponto consiste em uma lista de 12 tipos de experiência religiosa e

os participantes são convidados, se eles tiveram algumas dessas experiências,

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convencendo-os assim que Deus existe, o que resulta numa classificação de 1 a 4.

Vantagens: ajuda a quantificar alguns aspectos percebidos de espiritualidade, é um

breve instrumento. Desvantagens: a versão em português carece de um teste e

reteste, análise de consistência interna e validação discriminativa simultânea.

S) Daily Spiritual Experience Scale (DSES) – Escala Diária de Experiência

Espiritual. Contém 16 itens, desenhada para avaliar experiências comuns que

possam ter ligação com o transcendente na vida diária. Inclui construções como:

admiração, gratidão, compaixão, senso de conexão com o amor transcendente e

compassivo. A escala inclui também medidas de sensibilização,

discernimento/inspiração e um sentido de profundidade. Vantagens: é mais aceita

entre os pesquisadores não religiosos e respondentes do que muitas outras escalas,

em parte devido à seção substancial de questões não explicitamente religiosas.

Também é breve e rápida de aplicar e é amplamente utilizada em todo mundo.

Desvantagens: algumas das facetas inclusas no instrumento (sinto profunda paz e

harmonia interior, sinto carinho abnegado pelo outro) têm sido associadas ao

envolvimento psicológico, mas por si só não denotam espiritualidade/religiosidade. A

versão em português não tem nenhum procedimento de teste e reteste ou

validações concorrentes e discriminativas.

T) Intrinsic Religiosity Inventory - Inventário de Religiosidade Intrínseca. É

uma escala de 10 itens, em que cada instrução é seguida por cinco respostas

possíveis, onde 1= nunca e 5= sempre. Avalia religiosidade intrínseca. Vantagens:

instrumento simples, fácil e rápido de aplicar; foi criado originalmente em português.

Desvantagens: não avalia a espiritualidade e nem a religiosidade organizacional e

não organizacional.

3.2 Estilo de vida, Diabetes Mellitus tipo 2 e a R/E

A sociedade mudou e com ela os hábitos de vida; entre eles, os alimentares,

caracterizados pelo elevado número de dietas inadequadas, por reduzida prática de

exercícios físicos e aumento da ocorrência de Doenças Crônicas Não

Transmissíveis (DCNT), como obesidade, Diabetes Mellitus (DM), Resistência

Insulínica (RI) e Síndrome metabólica. O consumo exagerado de alimentos

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compostos de gorduras saturadas trans, sal e açúcar é a causa de pelo menos 14

milhões de mortes, ou seja, 40% de todas as mortes anuais por DCNT. O

sedentarismo entra nessa estatística, somando 3 milhões (8%) de todas as mortes

por DCNT e, por fim, completando esse cenário está o consumo de álcool com 2,3

milhões de morte ao ano, 60% das quais dentro do quadro de DCNT (OPAS/OMS,

2016).

No entanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), em

2015 e 2016, a adoção de um estilo de vida adequado, com prática regular de

atividade física e dieta balanceada, é praticamente duas vezes mais efetiva que o

tratamento farmacológico na DM, comprovando assim o impacto do estilo de vida na

saúde e uma provável interação com a suscetibilidade genética para a diabetes.

O comportamento, hábitos e estilo de vida contribuem para uma vida

saudável ou não, pois os hábitos estão entre os atos mais difíceis de mudar, visto

que o estilo é, em grande parte, o resultado da soma total de hábitos pessoais, ou

seja, um determinante de saúde para o indivíduo (CARULLA et al., 2013).

Os componentes ou fatores do estilo de vida afetam o risco de doenças em

geral, em especial as cardiovasculares. Isso foi evidenciado em estudo feito com um

grupo de pacientes, a partir do qual foi observada uma redução da mortalidade e

morbidade após a modificação do estilo de vida. Os autores concluíram também que

os programas de promoção à saúde beneficiaram e contribuíram para esses

resultados (BAUMANN et al., 2015).

No Brasil, o envelhecimento populacional, associado ao aumento da

frequência de excesso de peso, estilo de vida sedentário e modificações no padrão

alimentar, como consumo de açúcares e refrigerantes em detrimento das frutas

verduras e legumes, tem sido apontado como possíveis fatores envolvidos no

incremento da ocorrência do diabetes nos últimos anos. Porém, vale ressaltar que

houve um declínio das DCNT no Brasil, se constituindo um grande avanço, mas

deve-se atentar para o crescimento da obesidade, que é um fator importante com

características de uma epidemia no país (BRASIL, 2011).

A DM é definida como uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta

de insulina e/ou incapacidade da mesma exercer adequadamente seus efeitos,

envolvendo processos patogênicos específicos, resistência à ação da insulina e

distúrbios de secreção, bem como um defeito na regulação da produção hepática da

glicose. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo de

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lipídios e proteínas associada a complicações e disfunções de vários órgãos.

Segundo a Organização Mundial de saúde (OMS) e a Associação Americana de

Diabetes (ADA), a DM deve ser classificada como DM tipo 1 (DM1), DM2, outros

tipos específicos de DM e DM gestacional (SBD, 2015-2016).

Segundo o Caderno da Atenção Básica do Ministério da Saúde (BRASIL,

2013), a DM é de início insidioso e de sintomas mais brandos, geralmente

manifestados em adultos, com história familiar e excesso de peso. Ocorre também

um estado de resistência à insulina, associado a um defeito em sua secreção, no

qual 90-95% dos casos são DM tipo 2, geralmente diagnosticados após os 40 anos

de idade.

Para Freitas e Garcia (2012), a prevalência da diabetes associada à

hipertensão é crescente no Brasil. Elevou-se de 2,9% em 1998 para 4,3% em 2008

e para a hipertensão associada a diabetes elevou-se de 1,7% para 2,8% no mesmo

período.

Em muitos países das Américas, a prevalência da DM2 tem se elevado

vertiginosamente e espera-se um incremento maior. De acordo com o relatório da

Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS, 2016) sobre dieta, nutrição e

prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o consumo alimentar

habitual constitui um dos principais fatores determinantes passíveis de modificação

para DCNT. Cerca de 422 milhões de pessoas adultas da população mundial

estavam com diabetes em 2014. Nas Américas a estimativa é que 109 milhões de

pessoas convivam com a doença até 2040.

Para amenizar as complicações da DM2 e melhorar a qualidade de vida,

estudos comprovam que indivíduos envolvidos de alguma forma com religião e

espiritualidade recebem interferência positiva no estilo e qualidade de vida.

Szaflarski (2013) afirma que a religião é um fenômeno multidimensional que melhora

a saúde e a qualidade de vida, e que a espiritualidade ajuda as pessoas a enfrentar

e lidar com situações de stress e discriminação.

Para os portadores de DM2, os pesquisadores têm percebido também, o

quanto a R/E pode influenciar positivamente nos desfechos do controle glicêmico, no

autocuidado, menos depressão e ansiedade e melhor qualidade de vida desses

pacientes (HOW, MING, CHIN, 2011; HEIDARI et al., 2017; YAZLA et al., 2017).

Luengo e Mendonça (2014) acreditam que a discussão da relação entre fé,

espiritualidade, doenças, cura, saúde e ética deve avançar à medida que

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prosseguem os avanços científicos e biotecnológicos. Consideram também, que, ao

se fazer a ponte entre os cuidados de saúde e a espiritualidade, o profissional de

saúde deve utilizar, sempre que possível, as fontes de referências do próprio

paciente, no sentido de atuarem eticamente em favor tanto do respeito e da

autonomia quanto da beneficência deste.

3.3 Resultados e discussão

A média de idade dos portadores de diabetes neste estudo foi de 62,6 (dp =

13,36), sendo 76,2% do sexo feminino, 71,4% de cor parda e 61,9% sem instrução

e/ou com o nível fundamental incompleto. Dos participantes, 66,7% professa ser de

religião adventista; 23,8% declara ser católico e 9,5% é batista. Somando

evangélicos e católicos, chegou-se a um total de 95,2% dos que afirmam ser

praticantes, ou seja, frequentam a igreja assiduamente. Embora a maior parte

(81,0%) tenha declarado que realiza acompanhamento médico sistemático, uma

parcela importante (26,3%) informou que esquece quase sempre de fazer o uso da

medicação regularmente e 5,3% sempre esquecem do uso da mesma, somando um

total de 31,6% que não usam a medicação adequadamente (Tabela 1).

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Tabela 1 – Dados sociodemográficos e de saúde dos pacientes diabéticos residentes de Cachoeira-Bahia (N=21), em 2017.

Variáveis Categoria N % Sexo (n=21) Feminino 16 76,2 Masculino 5 23,8 Cor da pele referida (n=21). Branca 9,5

Parda 71,4 Preta 14,3 Amarela 4,8

Escolaridade (n= 21) Sem instrução/Fund. Incompleto 13 61,9

Fund. Completo/Ens.Médio Incompleto

4 19,0

Ens. Médio completo/Superior Incompleto

3 14,3

Superior complete 1 4,8 Religião (n=21) Adventista 14 66,7

Batista 2 9,5 Católica 5 23,8

Praticante (n=21) Sim 20 95,2

Não 1 4,8 Acompanhamento médico sistemático (n=21)

Sim 17 81,0 Não 1 4,8 Nem sempre 3 14,3

Como controla glicemia (n=21)

Hipoglicemiantes orais 18 85,7 Insulina 3 14,3

Esquece de tomar medicação (n=19)

Sempre 1 5,3 Quase sempre 5 26,3 Nunca 13 68,4

Fonte: elaborado pela autora.

Os dados acima revelam que a maioria dos sujeitos se autodeclararam

pardos e/ou negros. Ratificando essa informação, Chiu et al. (2010) afirmam em seu

estudo que, comparando o risco para doenças cardiovasculares entre grupos

étnicos, a prevalência do diabetes é mais elevada entre os negros do que em outros

grupos populacionais. Sobre o risco de glicemia instável, Teixeira et al. (2017)

confirmam que ser de etnia negra era considerado um dos fatores de risco para

alterações na hemoglobina glicada dos pacientes. Além disso, alguns estudos

realizados com indivíduos de ascendência africana confirmam que há, nesse grupo,

maior prevalência de doenças crônicas e pior estado de saúde auto referida

(OLIVEIRA et al., 2014), o que também ratifica que a taxa de complicações da DM

varia entre as populações.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2014), a DM

tem maior prevalência na população negra, a taxa de mortalidade por Diabetes

Mellitus aumentou entre 2000 e 2012, sendo na população preta 34,1/100

mil/habitantes, na população parda 29,1/100 mil/habitantes e 22,7/100 mil/habitantes

na população branca. Portanto, as maiores taxas de mortalidade por diabetes

ocorreram em negros.

Este estudo também aponta, conforme consta na tabela 1, baixo grau de

instrução dos pacientes diabéticos, confirmando os dados do IBGE (2014), em que o

grau de escolaridade aos pertencentes à etnia negra (pardos e negros) revelou-se

mais baixo do que os indivíduos declarados brancos. Entre as mulheres negras, o

número é duas vezes maior em comparação com as brancas.

Estudos mostram que existe uma dificuldade nos pacientes de aderirem

adequadamente ao tratamento, como foi evidenciado nesta pesquisa, através do

registro de que 26,3% se esquecem de fazer uso da medicação regularmente. Em

um estudo realizado com homens portadores de hipertensão e diabetes, a

dificuldade para adesão ao tratamento esteve relacionada basicamente aos

seguintes fatores: importância maior com o trabalho do que a saúde; resistência a

procura dos serviços de saúde, fazendo-os apenas em situações graves; suspensão

da medicação devido o uso do álcool e tabaco e por fim, o uso das medicações que

exigem adequar os horários com a demanda do contidiano (Yoshida e Andrade,

2016).

Segundo Pontieri e Bachion (2010), a falta de adesão ao tratamento é devido

à abordagem inadequada do profissional de saúde com o paciente portador de

diabetes. Autores afirmam que o profissional deixa lacuna onde caberia diálogo,

orientação e construção do conhecimento (MENEIRS et al., 2017).

Além disso, a falta de escolaridade também vai afetar no autocuidado e pode

exercer forte influência na tomada de decisões para hábitos saudáveis e

consecutivamente no estilo de vida do diabético (SANTOS, PORTELLA, 2016;

FARIAS et al., 2016).

Estudo realizado com 154 pacientes diabéticos em um hospital do Iran

demonstrou que existe correlação positiva estatisticamente significante entre

práticas religiosas e o autocuidado desses pacientes (p < 0,05). Os autores sugerem

que os profissionais de saúde deveriam estar cientes do papel que a religião exerce

na vida desses portadores de DM2 (HEIDARI et al., 2017).

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Quanto à caracterização da religiosidade, observou-se que na Religiosidade

Organizacional (RO), os sujeitos pesquisados declararam, em sua maioria (42,9%),

frequentar a igreja mais de uma vez por semana. 28,6% relataram que frequentam

os cultos uma vez por semana.

Analisando a Religiosidade Não Organizacional (RNO), foi constatado que

somente três pessoas (14,3%) dedicam seu tempo a atividades religiosas mais de

uma vez por dia, mas 15 dessas pessoas (71,4%) dedicam parte de seu tempo

diariamente às atividades religiosas, enquanto 14,3%, duas ou mais vezes por

semana (Tabela 2).

No que se refere à religiosidade intrínseca (RI), foi questionado na primeira

pergunta sobre sentir a presença de Deus ou Espírito Santo na vida, constatando

que a maior parte dos participantes, em sua totalidade, (90,5%) afirmaram que sim,

(totalmente verdade sentirem a presença de Deus e o Espírito Santo) e 4,8%

afirmaram que “em geral” é verdade que sentem a presença de Deus e o Espírito

Santo em suas vidas; 4,8% proferem que “em geral isso não representa verdade

para eles” (Tabela 2). Juntando, portanto, as duas primeiras opções de resposta,

observou-se que a maioria (95,3%) sente a presença de Deus e o Espírito Santo em

suas vidas.

Na segunda questão sobre “se as crenças religiosas estão por trás de minha

maneira de viver”, 81% responderam ser “totalmente verdade”, 14,3% responderam

que “em geral é verdade” e 4,8% afirmaram que isso “não se configura verdade para

eles” (Tabela 2).

Na terceira questão: “se esforça para viver a religião em todos os aspectos de

sua vida?”; 66,7% afirmaram ser “totalmente verdade”, 23,8% declararam que “em

geral é verdade”; 4,8% não estavam certos disso e 4,8% afirmaram que “em geral

não é verdade” (Tabela 2).

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Tabela 2 – Frequência absoluta e relativa das variáveis de Religiosidade (n= 21). Cachoeira – BA, 2017.

Variáveis Categoria N % RO Mais que 1 x p/ semana 9 42,9

1x p/ semana 6 28,6 2 a 3 x p/ mês 3 14,3 Algumas vezes por ano 2 9,5 1 x p/ ano ou menos 1 4,8

RNO Mais que 1 x ao dia 3 14,3

Diariamente 15 71,4 2 ou mais x p/ semana 3 14,3

RI 1 Totalmente verdade para mim 19 90,5

Em geral é verdade 1 4,8 Em geral não é verdade 1 4,8

RI 2 Totalmente verdade para mim 17 81,0

Em geral é verdade 3 14,3 Em geral não é verdade 1 4,8

RI 3 Totalmente verdade para mim 14 66,7

Em geral é verdade 5 23,8 Não estou certo 1 4,8 Em geral não é verdade 1 4,8

Fonte: elaborado pela autora. Legenda: RO= Religiosidade Organizacional, RNO= Religiosidade não Organizacional RI= Religiosidade Intrínseca, RI 1= Sente a presença de Deus ou do Espírito Santo?; RI 2= As minhas crenças estão por trás de minha maneira de viver?; RI 3= Eu me esforço para viver a minha religião em todos aspectos da vida?

Em um estudo com 212 pacientes com DM2 em uma clínica universitária na

Malásia, os autores encontraram uma associação positiva entre religiosidade e o

controle da diabetes, ou seja, aqueles pacientes com maior envolvimento religioso,

principalmente os muçulmanos, também possuíam melhor controle glicêmico de

curto prazo (HOW, MING, CHIN, 2011).

Segundo Silva et al (2016), em seu estudo sobre espiritualidade e

religiosidade em pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS), no

qual foram estudados 65 pacientes, a religiosidade organizacional (RO), entre outros

domínios, resultou em maior média entre os entrevistados, confirmando os

resultados da tabela 2. Concluíram também que tanto a religião como a

espiritualidade devem fazer parte da elaboração do plano terapêutico do paciente e

que ambas têm influência importante na recuperação desse.

Dados semelhantes foram encontrados também para 364 pacientes

portadores de DM2, com idade média de 61,8 em que 67,0% deles também eram

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muito religiosos (religiosidade organizacional e senso de importância) (RIVERA-

HERNANDEZ, 2015).

Para outra amostra de 132 portadores de DM2 americanos, de origem

africana, com idade média de 52, os resultados de religiosidade também foram

semelhantes, em que 83% acreditavam em Deus, 69,7% tinham envolvimento

religioso particular e 82% consideravam a religiosidade importante para resolver os

problemas cotidianos (WATKINS et al., 2014).

Em sua pesquisa intitulada “Estratégias para o enfrentamento religioso e

espiritual em pessoas vivendo com HIV/AIDS”, Pinho et al (2017) analisaram 52

indivíduos, usando o índice de religiosidade Duke Durel. Os resultados foram bem

expressivos ao constatarem que a amostra apresentou altas taxas de RO, RNO e

RI. Concluíram então que é relevante encorajar atividades religiosas no

enfrentamento de doenças graves.

Em outro estudo interessante, feito com indivíduos usuários de álcool e

tabaco, ficou evidenciado que a RO e RI são fatores de proteção em relação ao

consumo de álcool e tabaco, ou seja, quanto maior o escore para religiosidade

organizacional e intrínseca, menor o consumo dessas substâncias (QUEIROZ et al.,

2015).

Como alguns questionários (n= 8) apresentaram respostas em branco, foram

computados os que estavam completos (n= 13). Para estes, a classificação do estilo

de vida, segundo o FANTASTICO, foi muito bom (61,5%; n = 8), seguido de bom

(30,8%; n = 4) e excelente (7,7%, n = 1) (Tabela 3).

Tabela 3 – Classificação do escore final do estilo de vida FANTASTICO, Cachoeira, BA, 2017.

Classificação N %

Bom 4 30,8

Muito bom 8 61,5

Excelente 1 7,7

Total 13 100,0

Fonte: elaborado pela autora.

Resultados semelhantes aos desta pesquisa foram encontrados no estudo de

Paez et al (2008). Para eles, o escore maior também foi na classificação muito bom

(55%), seguido de bom (27%) e excelente (13%). Nesse estudo, descreveu-se o

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estilo de vida de pacientes hipertensos atendidos em uma unidade de saúde da

família, onde participaram 273 pacientes selecionados aleatoriamente. O estudo de

Meira, Abdala e Teixeira (2015) avaliou o perfil do estilo de vida de uma população

jovem que frequenta um shopping center e que participaram de uma “Feira de

Saúde”. Utilizaram o questionário FANTASTICO, para o qual o estilo de vida

apresentou um escore total de “Muito Bom”.

Em outro estudo, realizado na Colômbia, os resultados foram classificados da

seguinte maneira: necessita melhorar 9,2%; regular 31,3%; bom 53,7% e excelente

5,8%. O estudo avaliou o estilo de vida de estudantes de uma universidade pública

colombiana. Dele participaram 380 alunos (GAZQUEZ, HERNANDEZ, LOPES,

2016). Observou-se, portanto, que o escore maior foi na classificação bom, diferente

dos resultados acima citados.

Confirmando os resultados (Tabela 3), Silva, Brito e Amado (2014) publicaram

um estudo em que foi aplicado o questionário FANTASTICO para traduzir e validar

uma versão chilena, em 707 alunos do curso superior, entre 18 e 20 anos, da área

de saúde em Portugal. Os resultados foram: regular (4,1%); bom (13,3%); muito bom

(61,4) e excelente (21,2%).

Segundo o Canadian Society Exercise Physiology (CSEF, 2003), o

questionário Estilo de vida FANTASTICO foi inserido no plano Canadense para

avaliar aptidão, atividade física e estilo de vida, com o objetivo de oferecer maior

consistência e abrangência do protocolo mensurando os elementos principais do

estilo de vida para uma saúde satisfatória. Algumas pesquisas relatam e concluem

que este instrumento é adequado, tem validade de conteúdo e bom nível de

consistência para avaliar o estilo de vida em pessoas saudáveis, bem como em

portadores de hipertensão e diabetes tipo 2 (RODRIGUEZ et al., 2003).

Ao classificar o estilo de vida FANTASTICO pelas dimensões, encontrou-se

que na dimensão “atividade” (sou vigorosamente ou moderadamente ativo) (n=20), a

média foi de 3,25. Com relação à atividade física, o estudo de Gazquez, Hernandez,

Lopez (2016) declara que somente 24,7% dos entrevistados praticam atividade física

vigorosa e que um em cada cinco alunos participam de grupos esportivos

comprovando resultado acima. Santos et al. (2014), ao investigar o estilo de vida

relacionado à saúde de estudantes universitários, observou que no domínio

atividade física relatada pelos estudantes ingressantes, bem como pelos concluintes,

foram abaixo da média, mesmo sendo jovens, validando o presente estudo.

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A adoção de um estilo de vida adequado, com prática regular de atividade

física e dieta balanceada, é praticamente duas vezes mais efetiva que o tratamento

farmacológico na DM (SDB, 2015-2016).

Tabela 4 - Análise descritiva das dimensões do FANTASTICO e escore total, Cachoeira, Bahia, 2017

Variáveis/ Dimensões Média Desvio padrão Mínimo Máximo

Família/amigos (N=19) 6,63 1,73 2 8

Atividade (N=20) 3,25 2,60 0 8

Nutrição (N=20) 8,20 2,44 3 12

Cigarro e droga (N=21) 14,81 1,54 10 16

Álcool (N=20) 11,8 0,60 10 12

Sono/cinto/estresse/sexo (N=16) 14,13 4,69 2 18

Comportamento (N=21) 4,29 2,55 0 8

Introspecção (N=21) 7,62 2,01 4 12

Satisfação Trabalho (N=21) 3,19 1,17 0 4

FANTASTICO total 73,54 7,27 58 86

Fonte: elaborado pela autora.

As médias mais altas foram para os domínios “cigarro e drogas” (uso de

drogas, cigarro, bebidas cafeinadas e abuso de remédios) (n=21), média de 14,81 e

“sono/cinto/estresse e sexo” (dormir bem, usar cinto de segurança, lidar com stress,

lazer e praticar sexo seguro) (n=16) e média de 14,13 e em seguida para uso de

“álcool” (n=20) e média 11,8.

Entende-se que esses resultados com médias mais altas sejam porque a

maioria dos sujeitos declararam ser evangélicos (76,2%) demonstrando que o

envolvimento religioso influencia na decisão de comportamentos saudáveis (BAIG et

al., 2015).

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Com relação à dimensão cigarro e drogas, Silva et al. (2006) registram em

seu estudo, realizado com 926 alunos de uma faculdade do interior de São Paulo,

que os estudantes com maior renda familiar e sem religião podem ser considerados

com maior risco para o consumo de drogas. Semelhantemente Tassini et al. (2017)

concluíram que para esstes domínios, os resultados dos estudantes pesquisados

apresentaram piores pontuações entre os campos. O estudo de Tempestti,

Cappelen, Alfaro (2013) realizado com adolescentes na faixa etária entre 14-19

anos, que estudavam em escolas públicas, evidenciou que eles estão mais expostos

a doenças cardiovasculares, devido ao maior consumo de álcool, tabaco e atividade

física inadequada.

No que se refere ao domínio sono/cinto/estresse e sexo, questão em que a

média foi de 14,13, retrata que os entrevistados conseguem quase sempre dormir

bem, usam o cinto de segurança, controlam o estresse e praticam sexo seguro.

Guasquez, Hernandez, Lopez (2016) mostram em sua pesquisa que 30% dos

estudantes de enfermagem dormem bem e que 40,8% controlam o estresse do dia a

dia. Sobre sexo, relatam que 88,4 se preocupam com o autocuidado e cuidado com

o parceiro.

Na correlação entre as dimensões da religiosidade e o escore total do estilo

de vida, encontrou-se que a Religiosidade Organizacional (RO) esteve

estatisticamente associada ao estilo de vida desses diabéticos (r = 0,608; p = 0,027),

ou seja, quanto maior frequência aos cultos religiosos, melhor o estilo de vida

desses diabéticos (Tabela 5).

Tabela 5 – Correlação de Spearman entre as dimensões da Religiosidade e o escore total do estilo de vida. Cachoeira, BA, 2017.

RO RNO RI 1 RI 2 RI 3

Estilo de Vida 0,608 -0,037 0,194 -0,024 0,352

Valor de p 0,027* 0,903 0,526 0,937 0,238

Fonte: elaborado pela autora.

Confirmando o resultado da tabela acima, Silva et al. (2016) em seu estudo

sobre religiosidade e espiritualidade em pacientes portadores de HAS (Hipertensão

Arterial Sistêmica), em que participaram 65 pacientes atendidos no centro de

atendimento a doenças crônicas, observaram que o domínio “religiosidade

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organizacional” que apresentava duas questões sobre serviços religiosos (rituais,

missas, cultos e celebrações) e participação em outras atividades da igreja, resultou

em maiores médias do estilo de vida entre os entrevistados.

Em outro estudo semelhante, Rocha e Ciosak (2016), ao investigar pacientes

portadores de doenças crônicas, afirmaram que aqueles que frequentavam

regularmente as missas, cultos e outros serviços religiosos também possuíam

melhor estilo de vida.

A fé é um instrumento de cura para pacientes diabéticos porque traz

esperança e força para enfrentar as dificuldades. Líderes religiosos afirmam que

uma pessoa com fé tem um melhor enfrentamento da sua doença do que aquela

que não possui fé (RIVERA-HERNANDEZ, 2015).

Para Santos e Abdala (2014), em seu estudo sobre religiosidade e qualidade

de vida em idosos, no qual avaliaram a relação destes com a religiosidade

organizacional (RO), não organizacional (RNO) e intrínseca (RI), concluíram que

houve uma associação positiva nas três dimensões.

Por fazer parte de um estudo maior, baseado em uma intervenção que utilizou

Oficinas de Espiritualidade em Saúde para orientar a adoção de hábitos saudáveis

relacionados aos oito remédios naturais, o número de participantes foi limitado (n =

21), não permitindo estabelecer uma relação de causalidade em uma amostra que

não foi representativa da cidade de Cachoeira – BA.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria (76,2%) dos portadores de diabetes pesquisados nesse estudo era

do sexo feminino, de cor parda (71,4%), com baixo grau de instrução (61,9%), são

evangélicos (76,2%) e frequentam os cultos regularmente até uma vez por semana

(71,5%).

O estilo de vida dos participantes, segundo o escore total do questionário

FANTASTICO foi evidenciado como sendo “Muito bom” para a maioria deles

(61,5%), porém a dimensão “atividades” esteve abaixo da média, significando uma

dificuldade em realizar atividade física regularmente. A maioria declarou se abster do

álcool, fumo e drogas, reforçando, dessa forma, o compromisso com a religião, pois

a maioria confirmou ser praticante da sua religião (95,2%).

Ao associar as dimensões da religiosidade com o escore total do estilo de

vida de acordo com o FANTASTICO, encontrou-se que a RO (frequência aos cultos)

esteve associada positivamente ao estilo de vida dos diabéticos, ou seja, quanto

maior a frequência aos cultos, melhor o estilo de vida deles.

Considera-se então que os objetivos deste estudo foram alcançados de

acordo com a hipótese apresentada. Mais pesquisas, baseadas em investigações

aplicadas a um universo maior de participantes, serão necessárias para preencher

as lacunas que ficaram, decorrentes das limitações deste trabalho.

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dificuldade de adesão ao tratamento. ACTA Scientiarum, Health Sciences. v. 27, p 119-129. Maringá, 2005. RIVERA-HERANANDEZ, M. The role of religious leaders in Health Promotion for Older Mexicans with Diabetes. J Relig Health, v. 54, n. 1, p. 303-315, 2015 ROCHA, A. C. A. L.; CIOSAK, S. A. Doenças crônicas no idoso: espiritualidade e enfrentamento. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 48, n. 2, p. 92-98. São Paulo, 2016. RODRIGUEZ-AÑEZ, C. R.; REIS, R. S.; PETROSKI, E. L. Versão Brasileira do questionário Estilo de Vida FANTASTICO: tradução e validação para adultos jovens. Arquivo Brasileiro Cardiologia. V. 91, n. 2, p. 102-109. São Paulo, 2008. RODRIGUEZ, M. R.; CARMONA, J. M.; MUNGUIA, M. C.; HERNANDEZ, S. J. L.; BERMUDEZ, M. M. Validez y Consistência del Instrumento FANTASTIC para medir Estilo de Vida em Diabéticos. Rev. Med. IMSS. v. 41, n. 3, p.211-220, 2003. SANTOS, N. C.; ABDALA, G. A. Religiosidade e qualidade de vida relacionada à saúde dos idosos em um município da Bahia, Brasil. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. v. 17, n. 4, p. 795-805. Rio de Janeiro, 2014. SANTOS, J. J. A.; SARACINI, N. SILVA, W. C.; GUILHERME, J. H.; COSTA, T. A.; SILVA, M. R. A. G. Estilo de vida relacionado a saúde de estudantes universitários: comparação entre ingressantes e concluintes. Arquivo Brasileiro de Ciências da saúde. v. 39, n. 1, p. 17-23. São Paulo, 2014. SANTOS, M. I. P. O.; PORTELA, M. R. Conditions of functional health literacy of an elderly diabetics group. Rev. Bras. Enf [internet] v. 69, n. 1, p. 144-152, 2016. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n1/en_0034-7167-reben-69-01-0156.pdf SENS, G. R. Estilo de Vida, Religiosidade e a Prática Médica: Dilemas e Desafios. São Paulo, 2016. Dissertação (Mestrado Profissional em Promoção da Saúde) - Centro Universitário Adventista de São Paulo. São Paulo. SDB - DIRETRIZES SBD 2013-2014 Copyright © 2014 by SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes AC FARMACÊUTICA http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2014-05/diretrizes-sbd-2014.pdf. Acessado em 12/09/17. SDB - DIRETRIZES SBD 2015-2016 Copyright © 2014 by SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes AC FARMACÊUTICA Uma editora integrante do GEN. http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016. Acessado em 24/04/2017. SILVA, A. M. M.; BRITO, I. S.; AMADO, J. M. C. Tradução, adaptação e validação do questionário Fantastic Lifestyle Assessment em estudantes do ensino superior. Cienc Saúde coletiva. v. 19, n. 6, p. 1901- 1910, 2014.

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SILVA, L. L. R.; MALBERGUIER, V. A.; ATEMPLIVK, V. A.; ANDRADE, A. G. Fatores associados ao Consumo de Álcool e drogas entre estudantes Universitários. Rev. Saúde Pública v. 40, n. 2, p. 280-288. São Paulo, 2006. SILVA, C. F.; BORGES, F. R.; AVELINO, C.C.V; MIARELLI, A. V. T. C; VIEIRA, C. F. A; GOYATÁ, S. L. T. Espiritualidade e religiosidade em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Rev. Bioét. v. 24, n. 2. p. 332-343. Brasília, 2016. SILVEIRA, D. T; CÓRDOVA, F. P: A pesquisa científica. EAD- Método de Pesquisa, UAB/UFRGS. VOL. 5. p 31-42. Porto alegre, 2009. SZAFLARSKI, M. Spirituality and religion among hiv-infected individuals. Curr HIV/AIDS Rep. v. 10, n. 4, p. 324-332, 2013. TASSINI, C. C.; VAL, G. R.; CANDIDO, S. S.; BACHUR, C. R. Avaliação do Estilo de vida em Discentes da Área de saúde através do questionário FANTASTICO. International Journal of Cardiovascular Sciences. v.2, p.117-122. Ribeirão Preto, 2017. TAUNAY, T. C. D.; GONDIM, F. A. A.; MACEDO, D. S.; MOREIRA-ALMEIDA, A.; GURGEL, L. A.; ANDRADE, L. M. S. et al. Validação da versão brasileira da escala de religiosidade de Duke (DUREL). Rev Psiq Clín. v. 39, n. 4, p. 130 -135, 2012. TEIXEIRA, A. M.; TSUKAMOTO, R.; LOPES, C. T.; SILVA, R. C. G. Risco de glicemia instável: revisão integrativa dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem. Rev Latino-Am Enf. 25:e2893, 2017. Acesso em 20 out 2017. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rlae/v25/pt_0104-1169-rlae-25-e2893.pdf TEMPESTTI, C.; CAPPELEN, L; ALFARO, S. Estilos de vida y hábitos Alimentares em adolescentes escolarizados de populaciones Urbanas y Rurales. Actualización em Nutrición. v. 14, n. 2, p. 133-140, 2013. Disponível em: http://bases.bireme.br/. Acesso em 08 out 2017. YAZLA, E.; KARADERE, M. E.; KUÇUKLER, F. K.; KARSIDAG, C.; INANC, L. et al. The Effect of Religious Belief and Forgiveness on Coping with Diabetes. J Relig Health, 11 out, 2017. Disponível em https://rd.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10943-017-0504-z.pdf Acesso em 3 dez 2017. YOSHIDA, V, C; ANDRADE, M. G. O cuidado à saúde na perspectiva de trabalhadores homens portadores de doenças crônicas. Interface. v. 20, n. 58, p. 597-610, Botucatu, 2016. WHO - WORLD Health Organization: Relatório Global Sobre Diabetes. Geneva, 2016. Disponível em: <http://www.unasus.gov.br>. Acesso em 28 fev. 2017. WORLD MEDICAL ASSOCIATION. Declaration of Helsinki. 2013. Disponível em: http://www.wma.net/en/ 30publications/10policies/b3/ >. Acesso em 26 Mar. 2016.

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WATKINS, Y. J.; QUINN, L. T.; RUGGIERO, L.; QUINN, M. T.; CHOI, Y. Spiritual and Religious Beliefs and Practices, and Social Support’s Relationship to Diabetes Self-Care Activites in African Americans. Diabetes Educ. v. 39, n. 2, p. 231-239, 2013.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Figura 1 – Desenho metodológico do estudo sobre Religiosidade, Estilo de Vida, Qualidade de Vida de Diabéticos que moram em Cachoeira- Bahia. São Paulo, 2017.

Fonte: Meira, Abdala e Teixeira (2014).

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Apresentação e objetivo do estudo

O estudo “Religiosidade e Estilo de Vida de Pacientes Diabéticos em Cachoeira –

BA tem como objetivo analisar se existe associação entre religiosidade e o estilo de

vida do pacientes portadores de diabetes”.

Instituição envolvida no estudo e pesquisadores

O estudo está sob a responsabilidade do Centro Universitário Adventista de São

Paulo (UNASP), e será realizado com pacientes cadastrados no programa de

Hiperdia na Unidade de Saúde da Família da Clínica-escola da Faculdade

Adventista da Bahia (FADBA), sob a orientação da Professora Doutora Gina

Andrade Abdala, docente do curso de Mestrado em Promoção da Saúde do Centro

Universitário Adventista de São Paulo (UNASP/SP) e Sônia Elzi Alves dos Santos

Sena Pereira orientanda e discente do mestrado.

Participação no estudo

Sua colaboração é voluntária. A sua participação na pesquisa ocorrerá da seguinte

forma: você responderá a três questionários que serão aplicados pelas

pesquisadoras.

É preciso que você saiba que os dados coletados não serão tratados

individualmente e a sua privacidade será respeitada, ou seja, nome ou qualquer

outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, identificá-lo, será mantido em

sigilo. Você também não receberá pagamento pela sua participação no estudo e

nem haverá custos.

Em qualquer etapa, você poderá esclarecer dúvidas a respeito do estudo, retirar seu

consentimento em participar. Você pode entrar em contato com a pesquisadora:

Sônia Elzi Alves dos Santos Sena Pereira (Cel 75-991988646).

O Comitê de Ética em Pesquisa do UNASP pode ser contatado pelo telefone (11)

2128-6230.

Diante do exposto, eu concordo em participar da pesquisa, e sei que terei uma cópia

deste termo que será assinada em duas vias, ficando a outra com o pesquisador.

Cachoeira - Bahia ____/____/______

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Nome do (a) participante: _____________________________________

Assinatura: ______________________________________________

Nome e assinatura da pesquisadora: Sônia Elzi Alves dos Santos Sena Pereira

Assinatura:  ______________________________________________  

 

 

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APÊNDICE C

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

1. Código de Identificação _________2. Idade _______ 3. Sexo ( ) M ( ) F

2.Cor da pele referida ( ) Branca ( ) Parda ( ) Preta ( ) indígena ( ) amarela ( )

Ignorada

3. Grau de escolaridade:

( ) sem escolaridade (não sabe ler e escrever)

( ) baixa escolaridade (<9 anos de estudo)

( ) média escolaridade (< 12 a 9 anos completo de estudos)

( ) alta escolaridade (> = 12 anos de estudo)

4. Profissão___________________________

5. Renda mensal (salário mínimo) ( ) um ( ) dois ( ) três ( ) mais de três

6. Religião referida _______________________Praticante_ Sim ( ) Não ( )

7. Peso ______Kg

8. Altura _________ 9. IMC____________

10. Glicemia 1ª________Mg/dl Glicemia 2ª________Mg/dl

11. PAS: _____ PAD: ______

12. Há quanto tempo é Diabético:_______________

13. Faz acompanhamento médico sistemático? Sim ( ) Não ( ) Nem sempre ( )

14. Controle glicêmico (tratamento)

( )Antidiabéticos orais ( ) metformina ( )glibenclamida ( ) Outros

( )Insulina

( )Dieta e exercícios físicos

15. Deixa de usar ou esquece de tomar os medicamentos prescritos?

Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Quase nunca ( ) Nunca ( )

13. Comorbidades:

( ) HAS

( ) IAM prévio

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( ) IRC

( ) NEFROPATIA

( ) RETINOPATIA

( ) NEUROPATIA PERIFÉRICA

( ) OUTRA:________________________

16. Você já passou por internação hospitalar por conta do diabetes?

Sim ( ) Não ( ).

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APÊNDICE D

AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO - CEP/ UNASP  

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ANEXOS

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ANEXO A

QUESTIONÁRIO  DE  ESTILO  DE  VIDA  FANTASTICO  

1. Famí lia e amigos

1 2 3 4 5

1 Tenho alguém para conversar as coisas que são importantes

para mim

Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Quase sempre

2 Dou e recebo afeto Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Quase sempre

2. Atividade

3 Sou vigorosamente ativo pelo menos

durante 30 minutos por dia (corrida, bicicleta, etc.)

Menos de 1 vez por semana

1-2 vezes por semana

3 vezes por semana

4 vezes por semana

5 ou mais vezes por semana

4 Sou moderadamente ativo (jardinagem,

caminhada, trabalho de casa)

Menos de 1 vez por semana

1-2 vezes por semana

3 vezes por semana

4 vezes por semana

5 ou mais vezes por semana

3. Nutrição

5 Como uma dieta balanceada (ver

explicação*) Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita

frequência Quase sempre

6 Frequentemente como em excesso (1)

açúcar, (2) sal, (3) gordura animal, (4)

bobagens e salgadinhos

Quatro itens Três itens Dois itens Um item Nenhum

7 Estou no intervalo de ____ quilos acima do meu peso considerado

saudável

Mais de 8 kg 8 kg 6 kg 4 kg 2 kg

4. Cigarro e drogas

8 Fumo cigarros Mais de 10 por dia

1 a 10 por dia

Nenhum nos últimos 6 meses

Nenhum no ano passado

Nenhum nos últimos

anos

9 Uso drogas como maconha e cocaína

Algumas vezes Nunca

10 Abuso de remédios ou exagero

Quase diariamente

Com relativa

frequência Ocasionalmente Quase nunca Nunca

11 Ingiro bebidas que contém cafeína (café,

chá ou colas)

Mais de 10 vezes por dia

7 a 10 vezes por dia

3 a 6 vezes por dia

1 a 2 vezes por dia

Nunca

5. Á lcool

12 Minha ingestão média por semana de álcool é

____doses (ver explicação**)

Mais de 20 13 a 20 11 a 12 8 a 10 0 a 7

13 Bebo mais de quatro doses em uma

ocasião Quase

diariamente Com

relativa frequência

Ocasionalmente Quase nunca Nunca

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14 Dirijo após beber Algumas vezes Nunca

Continuação

6. Sono, cinto de

segurança estresse e

sexo seguro

15 Durmo bem e me sinto descansado

Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Quase sempre

16 Uso cinto de segurança

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes

Sempre

17 Sou capaz de lidar com o estresse do

meu dia a dia Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita

frequência Quase sempre

18 Relaxo e desfruto do meu tempo de lazer

Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Quase sempre

19 Pratico sexo seguro (ver explicação***)

Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Sempre

7. Tipo de comportam

ento

20 Aparento estar com pressa

Quase sempre

Com relativa

frequência Algumas vezes Raramente Quase

nunca

21 Sinto-me com raiva e hostil

Quase sempre

Com relativa

frequência Algumas vezes Raramente Quase

nunca

8. Introspecção

22 Penso de forma positiva e otimista

Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita frequência

Quase sempre

23 Sinto-me tenso e desapontado

Quase sempre

Com relativa

frequência Algumas vezes Raramente Quase

nunca

24 Sinto-me triste e deprimido

Quase sempre

Com relativa

frequência Algumas vezes Raramente Quase

nunca

9. Trabalho 25 Estou satisfeito com meu trabalho ou

função Quase nunca Raramente Algumas vezes Com muita

frequência Quase sempre

Fonte: Rodriguez Añez, Reis, Petroski (2008) e Silva, Brito e Amado (2014). *Explicação: Dieta balanceada – é aquela que a pessoa (com 4 anos e mais) come: - Grãos e cereais integrais e produtos enriquecidos (5 -12 porções), - Vegetais verde-escuros e alaranjados (5 -10 porções), - Derivados do leite com baixo teor de gordura (2 - 4 copos), - Carnes magras, aves e peixes, assim como ervilhas, feijão e lentilha (2 - 3 porções), - Outros alimentos (ricos em gorduras, calorias usadas com moderação, 2 - 3 porções). Obs.: para a maioria das pessoas a quantidade ideal é ficar no número intermediário. **Álcool - 1 dose = 1 lata de cerveja (340 ml) ou 1 copo de vinho (142 ml) ou 1 curto (42 ml); ***Sexo seguro - Refere-se ao uso de métodos de prevenção de infecção e concepção.

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ANEXO B

AUTORIZAÇÃO  DA  PESQUISA  

Faculdade  Adventista  da  Bahia  – FADBA ÁREA  DE  SAÚDE

Mantida pela Instituição Adventista Nordeste Brasileira de Educação e Assistência Social Rodovia BR 101, Km 201, Estrada de Capoeiruçu, s/n C. Postal, 18

Cachoeira – BA CEP: 44300-000 Tel. (75)3425-8018

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ANEXO  C  

 

ÍNDICE  DE  RELIGIOSIDADE  DUKE  –  DUREL  

(1) Com que frequência você vai a uma igreja, templo ou outro encontro religioso?

1. Mais do que uma vez por semana 2. Uma vez por semana 3. Duas a três vezes por mês 4. Algumas vezes por ano 5. Uma vez por ano ou menos 6. Nunca

(2) Com que frequência você dedica seu tempo a atividades religiosas individuais como preces, rezas, meditações, leitura da Bíblia ou de outros textos religiosos? 1. Mais que uma vez ao dia 2. Diariamente 3. Duas ou mais vezes por semana 4. Poucas vezes por mês 5. Raramente ou nunca

(3) Em minha vida, eu sinto a presença de Deus (ou do Espírito Santo) 1. Totalmente verdade para mim 2. Em geral é verdade 3. Não estou certo 4. Em geral não é verdade 5. Não é verdade

(4) As minhas crenças religiosas estão realmente por trás de toda a minha maneira de viver 1. Totalmente verdade para mim 2. Em geral é verdade 3. Não estou certo 4. Em geral não é verdade 5. Não é verdade

(5) Eu me esforço muito para viver a minha religião em todos os aspectos da vida 1. Totalmente verdade para mim 2. Em geral é verdade 3. Não estou certo 4. Em geral não é verdade 5. Não é verdade

Fonte- Taunay et al. (2012).

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ANEXO D

AUTORIZAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE