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Aula 13.4 Conduta: Própria: Omissiva; Comissiva; Imprópria: Sempre omissiva; Por fato de terceiro; Fato da coisa; Existem três diferentes possibilidades de conduta: 1. Conduta por fato próprio; 2. Conduta por fato de terceiro; 3. Conduta por fato da coisa; 1. Conduta por fato próprio: pode ou não baseada na culpa, pode ser omissiva ou comissiva. Pode ser por ato culposo ou por risco, mas sempre teremos aqui conduta praticada diretamente pelo agente. Ex. responsabilidade por cobrança indevida de dívida (CC, 939 a 941). Cobrar dívida já paga (no todo ou em parte) ou ainda não vencida. Cobrança de dívida já paga gera cobrança em dobro. Dívida ainda não vencida gera aguardar o vencimento, pagar custas em dobro e perder direito a juros convencionados. É conduta própria com responsabilidade objetiva. A cobrança indevida de dívida é cobrança em juízo (judicial). Obs. Se antes de contestar ação o autor desiste da cobrança judicial da dívida indevida, a responsabilidade passará a ser subjetiva. O réu somente terá direito se provar culpa do autor (CC, 941). 2. Conduta por fato de terceiro (outrem): Quando uma pessoa responde indiretamente por dano causado por outra (CC, 932). São cinco casos: 1º. Pais pelos filhos menores sob autoridade e companhia: obs. o pai que não tem a guarda (caso de divórcio) continua com autoridade em virtude do poder familiar. Dissolução do casamento e união estável não afeta poder familiar, razão pela qual o pai que não tem a guarda do filho tem o pleno exercício do poder familiar (CC,1.632). Quando o artigo fala em autoridade e companhia não se refere aos pais divorciados, dizem respeito a pais que transferem autoridade jurídica do filho. P.ex. Filho que está na escola não está sob sua autoridade, que é transferida a escola. 2º. Tutor e curador pelos tutelados e curatelados sob sua autoridade e companhia (mesmas condições dos pais). 3º. Empregador e comitente pelos empregados e prepostos, pelos danos causados no exercício do trabalho ou em razão dele: Não precisa ter causado o dano só quando estava em atividade. Pode também ser em razão dela. P.ex. Empregado de oficina mecânica pegou carro no horário de folga para dar uma voltinha e bateu o veículo. Dono da

CER Civil Modulo1 Conduta Responsabilidade Civil Cristiano Chaves

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RESPONSABILIDADE CIVIL

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Aula 13.4Conduta:

Prpria: Omissiva; Comissiva;

Imprpria: Sempre omissiva; Por fato de terceiro; Fato da coisa;

Existem trs diferentes possibilidades de conduta:1. Conduta por fato prprio;2. Conduta por fato de terceiro;3. Conduta por fato da coisa;

1. Conduta por fato prprio: pode ou no baseada na culpa, pode ser omissiva ou comissiva. Pode ser por ato culposo ou por risco, mas sempre teremos aqui conduta praticada diretamente pelo agente. Ex. responsabilidade por cobrana indevida de dvida (CC, 939 a 941). Cobrar dvida j paga (no todo ou em parte) ou ainda no vencida. Cobrana de dvida j paga gera cobrana em dobro. Dvida ainda no vencida gera aguardar o vencimento, pagar custas em dobro e perder direito a juros convencionados. conduta prpria com responsabilidade objetiva. A cobrana indevida de dvida cobrana em juzo (judicial). Obs. Se antes de contestar ao o autor desiste da cobrana judicial da dvida indevida, a responsabilidade passar a ser subjetiva. O ru somente ter direito se provar culpa do autor (CC, 941).

2. Conduta por fato de terceiro (outrem): Quando uma pessoa responde indiretamente por dano causado por outra (CC, 932). So cinco casos:

1. Pais pelos filhos menores sob autoridade e companhia: obs. o pai que no tem a guarda (caso de divrcio) continua com autoridade em virtude do poder familiar. Dissoluo do casamento e unio estvel no afeta poder familiar, razo pela qual o pai que no tem a guarda do filho tem o pleno exerccio do poder familiar (CC,1.632). Quando o artigo fala em autoridade e companhia no se refere aos pais divorciados, dizem respeito a pais que transferem autoridade jurdica do filho. P.ex. Filho que est na escola no est sob sua autoridade, que transferida a escola.

2. Tutor e curador pelos tutelados e curatelados sob sua autoridade e companhia (mesmas condies dos pais).

3. Empregador e comitente pelos empregados e prepostos, pelos danos causados no exerccio do trabalho ou em razo dele: No precisa ter causado o dano s quando estava em atividade. Pode tambm ser em razo dela. P.ex. Empregado de oficina mecnica pegou carro no horrio de folga para dar uma voltinha e bateu o veculo. Dono da oficina responde. No precisa caracterizar relao de emprego conforme CLT, basta subordinao. P.ex. prestador de servios diarista.

3. Hoteleiro pelos danos causados pelos seus hospedes a terceiros: se o hoteleiro causar hospede causar dano a outro hospede ser relao de consumo (CDC).

4. Educandrio pelo dano causado pelo educandos a terceiros.

5. Aqueles que participam gratuitamente do produto do crime. P.ex. receptador.

Obs. 1. Esse rol taxativo. Isso porque ordinariamente a responsabilidade por conduta prpria. S haver responsabilidade por conduta de terceiro nos casos previstos em lei. Portanto, marido no responde por dano causado pela mulher; professor no responde pelo dano causado pelo aluno; etc.

Obs. 2. Todos esses casos se submetem a regra de responsabilidade objetiva (CC, 933): a responsabilidade pelo fato de terceiro objetiva. Mas h uma pegadinha: a responsabilidade pelo fato do terceiro objetiva. No a responsabilidade do terceiro, mas pelo fato. Assim se o motorista de uma empresa bater no seu carro precisa ser demonstrar a responsabilidade do motorista. Provada a culpa do motorista, a empresa responder objetivamente; Provada a culpa do filho, a responsabilidade do pai objetiva.

Obs. 3. Em todas as hipteses haver direito de regresso, exceto quando se tratar de incapaz (CC, 934). Pai no tem regresso contra filho e tutor no tem regresso contra tutelado e curatelado. Empregador tem direito regressivo contra e empregado e assim sucessivamente.

Obs. 4. Em todos os casos de responsabilidade pelo fato de terceiro, haver responsabilidade solidria entre o terceiro e o garante, exceto quando se tratar de incapaz (CC, 942). O incapaz tem responsabilidade subsidiria (CC, 928).

3. Conduta por fato da coisa: a responsabilidade do proprietrio que responde pelos danos causados pelas coisas que lhe pertencem (responsabilidade indireta). Regra geral: responsabilidade subjetiva do proprietrio. Portanto, o proprietrio responde pelos danos ocasionados pelas coisas que lhe pertencem se provada sua culpa. Mas provar a culpa em determinados casos ser muito difcil. Portanto, h excees: CC, 936 a 938.

1. Proprietrio de animal (CC, 936): a responsabilidade do proprietrio e do detentor. o caso, p.ex., do veterinrio, do adestrador, do caseiro, etc. Todos so detentores. Eles respondem pelo dano causado, exceto se provar a culpa da vtima ou fora maior. Responsabilidade objetiva sem risco integral, porque h excludente de responsabilidade (culpa exclusiva da vtima e fora maior).

2. Runa de prdio (CC, 937): proprietrio responde objetivamente. O dono do edifcio que responder objetivamente vtima ter direito regressivo contra o construtor. O construtor tem responsabilidade objetiva dentro do prazo de 5 anos da entrega. Portanto, o regresso nos cinco anos aps a entrega ter fundamento na responsabilidade objetiva. Aps os cinco anos, o regresso ser pela responsabilidade subjetiva.

3. Coisa cada ou objeto lanado (CC, 938): essa responsabilidade tem um nome latim de effusio et dejetis (lquidos e slidos). Se caiu pedao da construo ser runa de prdio. Runa de prdio defeito na estrutura fsica. Coisa cada objeto que foi lanado e no pertencia estrutura fsica. a nica hiptese de responsabilidade objetiva do proprietrio com risco integral. Mesmo se proveniente de caso fortuito ou fora maior ter responsabilidade. Doutrina tambm aplica esta regra a objetos que emanam do espao (p.ex. pedao de helicptero ou aeronave). Se a coisa caiu de condomnio, a responsabilidade da unidade de onde proveio. Se a unidade no for identificvel, a responsabilidade do condomnio com direito de regresso contra o proprietrio da unidade ou contra os provveis causadores. P.ex. Condomnio exerce regresso contra os proprietrios do Bloco A, porque a coisa caiu daquele bloco. causalidade alternativa, ao dirigida contra os provveis causadores quando no possvel identificar o causador.