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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL Raisa Suliani Dorigo Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no contexto familiar São Paulo 2017

CETCC - CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO ... · DORIGO, Raisa Suliani. Contribuições da Terapia Cognitivo -Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

Raisa Suliani Dorigo

Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no contexto familiar

São Paulo

2017

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RAISA SULIANI DORIGO

Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no contexto familiar

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental

Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon

Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2017

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

DORIGO, Raisa Suliani. Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no contexto familiar Raisa Suliani Dorigo, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2017. Livro Impresso + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins 1. Terapia Cognitivo-comportamental, 2. Violência contra crianças e adolescentes. I. DORIGO, Raisa Suliani. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

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Raisa Suliani Dorigo

Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no contexto familiar

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das

exigências para obtenção do título de Especialista

em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha irmã Loni

Suliani Dorigo pelo eterno incentivo e

exemplo de determinação que é na minha

vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo apoio, incentivo e oportunidade de

aprendizado que tive durante toda a minha vida, os mestres e doutores que

estiveram presentes durante os anos de Especialização em Terapia Cognitivo-

Comportamental e a todos meus amigos que sempre me ajudaram e ensinaram a

ser uma profissional melhor e dedicada.

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma revisão de literatura que teve como objetivo

compreender como relações familiares permeadas de violência física e psicológica

podem afetar o desenvolvimento de crianças e adolescentes e como a Terapia

cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar no tratamento das vítimas. O trabalho

descreve como a família é fundamental no contexto do desenvolvimento humano e

como um ambiente abusivo pode desencadear diversos problemas psicossociais em

seus membros. Verificou-se a escassez de estudos específicos na TCC que

tratassem da temática e a suma importância de pesquisas que enriqueçam o

tratamento, as técnicas e os instrumentos que detectem com eficácia casos de

violência física e psicológica vivenciada pelas crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Desenvolvimento da criança e do adolescente. Violência física e

psicológica. Terapia Cognitivo-Comportamental.

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ABSTRACT

This paper presents a literature review aimed at understanding how family

relationships permeated with physical and psychological violence can affect the

development of children and adolescents and how cognitive behavioral therapy

(CBT) can help in the treatment of victims. The paper describes how the family is

fundamental in the context of human development and how an abusive environment

can trigger various psychosocial problems in its members. There was a shortage of

specific studies in CBT that dealt with the theme and the importance of research that

enrich the treatment, techniques and instruments that effectively detect cases of

physical and psychological violence experienced by children and adolescents.

Keywords: Child and adolescent Development. Physical and psychological violence.

Cognitive-behavioral Therapy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 OBJETIVO………………………………………………………………………………...11

3 METODOLOGIA. .................................................................................................... 12

4 RESULTADOS. ...................................................................................................... 13

4.1 O desenvolvimento psicológico de crianças e adolescentes vítimas de violência

física e psicológica.....................................................................................................13

4.2 A Terapia Cognitivo-comportamental e o tratamento..........................................18

5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 24

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

A violência contra crianças e adolescente ainda é algo muito recorrente no

contexto familiar e vem acompanhando a história da humanidade, essa violência

aparece de diversas formas como física, psicológica e sexual. No Brasil, grande

parte da violência doméstica está inserida em um contexto social, econômico e

cultural, sendo passada de geração para geração comportamentos agressivos, que

são repetidos por filhos que tiveram pais violentos e abusivos, reproduzindo o

quadro de exploração e abandono vivenciados (COSTA et al., 2007).

A maior parte da violência psicológica e física acometida contra a criança e o

adolescente são justificadas pelo agressor como uma forma de educação, onde

relatam que agressões físicas e verbais são usadas para ensinar que certos

comportamentos não são aceitos e não devem ser repetidos (COSTA et al., 2007).

Uma das grandes preocupações da violência nesse grupo etário é o

adoecimento destes em um momento de formação e desenvolvimento

biopsicossocial, onde crianças vítimas de dinâmicas de abuso, maus-tratos e

violências podem vir a adquirir graves problemas psicológicos e sociais (LIMA et al.,

2006).

O Estatuto da criança e do adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90, é uma

evolução da lei brasileira, pois traz para a criança e o adolescente não só um

cuidado quando estes se encontram em situação de risco e vulnerabilidade, mas

também traz uma proteção integral, tornando-os cidadãos de direito, exaltando o

direto à saúde, educação, profissionalização, respeito, liberdade e convivência

familiar e comunitária. Porém, segundo Lima et al (2006), percebemos que mesmo

com o ECA, o qual prevê recursos destinados a proteção da infância e juventude,

ainda vivemos uma realidade onde a criança e o adolescente sofrem muito com

maus-tratos, negligência, abusos e assassinatos, sendo ainda muito grande o

número, dessa parcela da população, que sofre com a exclusão e a miséria.

A violência doméstica presente na vida da criança e do adolescente, em sua

maioria, é protagonizada por pessoas do seu meio afetivo e social, como pais ou

responsáveis. Essa violência está inserida em um contexto histórico-cultural, sendo

naturalizada nas relações e interações familiares e entendidas como um direito que

os pais têm para disciplinar seus filhos (BARROS e FREITAS, 2015).

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A violência física, sofrida por crianças e adolescentes no ambiente familiar, é

aquela praticada por um sujeito em uma relação hierárquica de poder, onde este usa

da força física para dominar e/ou punir outro, causando sérios danos psicológicos,

físicos e emocionais, que podem inclusive trazer prejuízos para o desenvolvimento

saudável. Segundo Maia e Willian (2005), um dos problemas da violência no

contexto familiar é a grande chance dessas crianças e adolescentes reproduzirem

atos violentos, muitas vezes inclusive cometendo crimes violentos e a grande

demanda dessas crianças nas ruas, que fogem de suas casas para não mais

vivenciarem tais situações abusivas.

A violência psicológica caracterizada por humilhações, ameaças e privações

emocionais e afetivas também é muito prejudicial para o bom desenvolvimento das

crianças e adolescentes, que vivendo em situações de violência psicológica, podem

ter prejuízos psicossociais graves como: medo, ansiedade, instabilidade emocional,

falta de habilidade para controlar impulsos, raivas, abusos de substâncias,

problemas de apego, problemas cognitivos, baixa competência social, pensamentos

suicidas e baixa empatia pelo outro (MAIA e WILLIAN, 2005).

Dessa forma é fundamental o estudo e a compreensão de como as várias

formas de violência podem ser prejudiciais para a saúde e desenvolvimento da

criança e do adolescente. Segundo Assis e Ferreira (2012) os principais problemas

que podem surgir quando ocorre violência intra-familiar são: ansiedade, depressão,

baixa autoestima, agressividade, isolamento, problemas com o desempenho escolar.

Percebe-se que a violência física e psicológica traz muitos prejuízos no

desenvolvimento cognitivo e emocional, modificando comportamentos e relações

interpessoais.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), muito eficaz no processo de

modificar pensamentos e comportamentos, vem sendo uma das áreas da psicologia

mais atuantes em diversos transtornos como de ansiedade, depressão, humor,

personalidade, que são alguns dos transtornos que podem ser causados por tais

violências (REZENDE, 2011).

. A TCC é uma terapia focada em entender como as cognições

(pensamentos, crenças) têm influência nos sentimentos e comportamentos do ser

humano. A partir disso, é uma terapia que visa solucionar problemas modificando

pensamentos disfuncionais, crenças, regras e, consequentemente, comportamentos

inadequados e desadaptativos do paciente (BECK, 2013).

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Portanto, o presente trabalho vem de encontro com a percepção de que as

crianças e os adolescentes que vivenciam constantemente situações de violência

física e psicológica podem ter uma série de efeitos negativos no seu

desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Sendo assim, percebe-se a

máxima necessidade de trabalhar com essas vítimas estratégias de enfrentamento

que minimizem esses efeitos e as potencializem para que consigam se desenvolver

da melhor forma possível.

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2 OBJETIVO

Esse trabalho tem como objetivo compreender como a violência física e

psicológica pode ser prejudicial para o desenvolvimento psicológico saudável de

crianças e adolescentes e como o tratamento com a terapia cognitivo-

comportamental pode ajudar na recuperação dessas vítimas.

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3 METODOLOGIA

O presente trabalho de conclusão de curso consistiu em uma revisão da

literatura. Os artigos foram selecionados nos seguintes bancos de dados: Scielo,

Google acadêmico e Pubmed.

Para a realização da revisão foram utilizadas as seguintes palavras-chave:

Desenvolvimento da criança e do adolescente - Violência física e psicológica –

Terapia Cognitivo-Comportamental (Child and adolescent Development – Physical

and psychological violence – Cognitive-behavioral Therapy).

A coleta de artigos foi feito de dezembro de 2016 a março de 2017. Como

critério de inclusão utilizou-se artigos científicos publicados a partir de 2003 até

2016, selecionando-os pela temática violência doméstica, as consequências da

violência na vida e desenvolvimento da criança e do adolescente e a TCC em casos

de violência doméstica. Utilizaram-se também livros sobre a prática e teórica da

TCC, para entender como essa terapia pode ser eficiente no tratamento das vítimas

da violência física e psicológica.

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4 RESULTADOS

4.1 O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA

A família é fundamental no processo de desenvolvimento da criança e do

adolescente, é através dela que a criança vivencia suas primeiras relações

interpessoais, adquirindo um papel nesse contexto social, construindo relações

afetivas, aprendendo valores e o modo humano de existir. É através da socialização

familiar que a criança vai se apropriando de hábitos, da cultura, de pressupostos, de

maneiras de se expressar e sentir, construindo assim sua subjetividade e criando

sua identidade nesse contexto social, sendo nítida a importância da relação familiar

no desenvolvimento infantil (SILVA et al, 2008).

No que se refere ao desenvolvimento psicológico da criança e do

adolescente, a família é fundamental para seu desenvolvimento saudável, sendo

responsável por fornecer afeto e garantir uma estabilidade emocional, proporcionar

um ambiente adequado para a aprendizagem e consequente desenvolvimento

cognitivo, auxiliando em todo o processo de desenvolvimento com suporte

psicológico nos diversos momentos de mudança, crises e amadurecimento do ciclo

vital (PRATTA e SANTOS, 2007).

Segundo Sapienza e Pedromônico (2005) são diversas as variáveis de risco

que podem prejudicar o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes,

como transtornos, distúrbios, problemas de aprendizagem, uso de drogas, violência

familiar, violência física, violência psicológica, maus tratos, entre tantas outras

características do meio em que a criança e o adolescente vivem. Assim, os fatores

de riscos, dentro de um ambiente familiar, influenciam muito no desenvolvimento

psicológico infanto-juvenil. Os maus tratos sofridos pelas crianças e adolescentes,

como abusos físicos e psicológicos são um dos fatores de riscos que mais são

associados a psicopatologias do desenvolvimento, abrangendo diversas áreas como

a cognição, o aprendizado e os aspectos emocionais, apresentando dificuldades

afetivas e comportamentos sociais desadaptativos (MAIA e WILLIMS, 2005).

O desenvolvimento infantil está muito associado ao ambiente em que se vive

e a estimulação que é fornecida para a criança, assim um ambiente saudável, onde

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a criança é suprida emocionalmente, tem suas necessidades físicas e psicossociais

sanadas e uma estimulação adequada advinda das relações familiares traz

consequências muito positivas para o desenvolvimento da criança e futuro

adolescente, pois eles desenvolvem uma boa percepção e controle dos seus

comportamentos, já que teve a família como uma boa mediadora nas suas relações

sociais e absorção de conceitos, valores e hábitos saudáveis, além de ter um melhor

desenvolvimento cognitivo (ANDRADE et al, 2005).

O desenvolvimento psíquico é gradual e tem fases de amadurecimento que

passam pela infância, adolescência e pela fase adulta. As relações familiares são

importantes em todas essas fases, mas é na infância e na adolescência que elas

são mais cruciais para a formação da personalidade e do bom ou mau

desenvolvimento psicológico. As regras, normas, relações interpessoais, bem como

os modelos introjetados pelo adolescente no contexto familiar, são fundamentais nas

suas relações sociais futuras e na formação da sua personalidade, sendo que os

comportamentos dos pais são modelo para seus filhos e passam de geração para

geração (PRATTA E SANTOS, 2007).

Pratta e Santos (2007) enfatizam o legado psicológico e comportamental

deixado pelos pais e familiares desde a infância e como uma relação familiar

conturbada, sem diálogo, violenta e negativa pode influenciar na saúde psíquica da

criança e do adolescente de forma a trazer sérios problemas psicossociais na vida

deles.

A violência física acometida por pais e cuidadores dentro do contexto familiar

pode aparecer na forma de tapas, socos, chutes, surras, queimaduras, mordidas ou

lançamento de objetos contra o corpo deles. O uso dessas forças físicas, ainda

muito vista na sociedade, é consequência da crença nos padrões hierárquicos e

autoritários e no poder que os pais têm sobre seus filhos por direito, assim o abuso

físico é visto como uma prática justificada quando querem ensinar algo para seus

filhos ou puni-los por ter feito algo não aceito dentro do ambiente familiar

(CECCONELLO, ANTONI, KOLLER, 2003).

Percebe-se que em famílias onde há uma relação de violência física contra a

criança e o adolescente, o abusador, normalmente, tem interações com as vítimas

permeadas por comportamentos negativos, autoritários e violentos, sendo raro ou

inexistente demonstrações de afeto, contato físico positivo, carinhos ou

demonstrações de preocupação e interesse pelas necessidades e bem estar da

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criança ou do adolescente, sendo, em sua maior parte, interações hostis , instáveis e

violentas (CECCONELLO, ANTONI, KOLLER, 2003).

Segundo Maia e Willians (2005), são diversas as características dos pais e de

relacionamentos familiares que aumentam as chances de abusarem fisicamente dos

filhos, como problemas no manejo da raiva, abuso de substâncias, baixa tolerância a

frustração, depressão, percepção negativa de seus filhos, criação em ambiente

violento, baixa compreensão do papel parental no desenvolvimento dos filhos,

histórico intergeracional de abusos, baixo status sócio-econômico, problemas

conjugais, baixa tolerância a frustração, falta de conhecimento de outras formas de

educar e lidar com comportamentos não desejados dos filhos, entre outros. Tais

autores não deixam de destacar também os fatores sociais, pois a sociedade, em

grande parte, ainda apóia a violência como forma de punição e hierarquização dos

membros familiares, apesar desses atos já serem proibidos pelos direitos

constitucionais.

Bradley et al (2003), em seu estudo, percebem que a violência afeta todos os

grupos sociais, porém o índice de ocorrências é muito maior em populações

urbanas, pobres e minoritárias, cuja população sofre mais e tem menos acesso à

serviços de saúde mental e informações que melhorem tal quadro, não rompendo o

ciclo de violência e não tratando suas vítimas.

A violência psicológica é toda forma de humilhar, desrespeitar, depreciar,

rejeitar, isolar, discriminar, aterrorizar e corromper o outro pública ou

particularmente. Abranches e Assis (2011) relatam como a violência psicológica,

muitas vezes, é difícil de ser detectada e, por conseguinte, acaba sendo

despercebida ou deixada em segundo plano, sendo mais valorizada e estudada a

violência física. Porém, esses autores dão ênfase para os prejuízos no

desenvolvimento de crianças e adolescentes que sofrem esses tipos de abusos,

como sérios danos e fortes distorções psicológicas sobre eles próprios e sobre o

mundo causando, muitas vezes, danos mais fortes e duradouros do que a violência

física.

A dificuldade ou incapacidade de aprender, as dificuldades de se relacionar e

manter vínculos interpessoais, os comportamentos e sentimentos inapropriados ou

exagerados em situações ditas normais, o constante estado de ansiedade, tristeza,

depressão ou apatia, o surgimento de sintomas psicossomáticos são algumas das

graves consequências que a violência psicológica traz na vida do indivíduo, sendo

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este constantemente posto, no contexto familiar, como uma pessoa incapaz, sem

valor e que não merece ter suas emoções e sentimentos levados em conta

(ABRANCHES e ASSIS, 2011).

Fermann e Pelisoli (2016) mostram a alienação parental como uma forma de

violência psicológica muito sofrida por crianças e adolescentes em momentos de

divórcio litigioso e disputas de guarda. Tal alienação é caracterizada por fazer falsas

acusações, desqualificar, ofender e humilhar um dos genitores na frente da criança,

dificultando e/ou proibindo a criança de conviver com seus genitores de forma

saudável. Essas atitudes causam sérios problemas no desenvolvimento psicológico

de crianças e adolescentes em aspectos relacionados a sua identidade, a percepção

da realidade, que, muitas vezes, é distorcida e/ou manipulada e em relações

interpessoais.

A urgência em dar mais atenção, detectar e prevenir a violência psicológica

no contexto familiar se dá pelo significativo dano causado ao desenvolvimento

psicossocial da criança e do adolescente, danos estes que afetam toda a vida do

indivíduo, que inclusive passa a reproduzir essas violências em seus

relacionamentos futuros, com relacionamentos conjugais, com seus filhos e em

ambiente social e de trabalho, demonstrando comportamentos agressivos e

abusivos (LIMA et al, 2006).

Lima et al (2006) enfatizam que lares onde as crianças e adolescentes sofrem

com a violência psicológica, normalmente, são constituídos por famílias com

problemas conjugais, problemas sociais como pobreza, desemprego, crimes,

moradias precárias, problemas com abuso de substâncias, problemas geracionais

com violência, onde a violência psicológica é vivenciada pelos pais na infância,

grande situações de stress entre os membros da família, pouco conhecimento sobre

educação e desenvolvimento infantil e negligência em suprir as necessidades das

crianças, as quais são vistas como irrelevantes ou problemas indesejáveis pelos

pais que acabam maltratando os filhos ao invés de ajudá-los.

Ferreira e Assis (2012) relatam que a violência psicológica tem muita relação

com o baixo rendimento escolar e com problemas nas relações interpessoais,

criando crianças e adolescentes que são agressivos, se vitimizam ou se excluem

dos meios sociais.

Estudos revelam que a agressão verbal como xingar, insultar, humilhar,

ameaçar e menosprezar, praticada por familiares contra seus filhos, geram uma

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baixa autoestima muito grande em crianças e adolescentes, assim, quem sofre com

esse tipo de violência tem uma maior probabilidade de sofrer com pensamentos e

sentimentos que as diminuem e/ou inferiorizam perante os outros, se culpando muito

mais pelos acontecimentos e falhas cometidas por outros e criando uma imagem de

si mesmo negativa e desvalorizada. Percebe-se também que crianças e

adolescentes que são frequentemente inferiorizados, humilhados e ofendidos criam

uma percepção de incompetência pessoal muito forte (LIMA et al, 2006).

A escassez de estudos e instrumentos que detectem a violência psicológica e

suas consequências é um fator que vem mudando nos últimos tempos, mas ainda é

nítida a diferença de importância dada pelos setores e profissionais da saúde, sendo

a violência física muito mais estudada e acompanhada em detrimento da violência

psicológica, apesar desta violência ter consequências tão ou mais graves do que a

física, sendo um fenômeno universal (ABRANCHES e ASSIS, 2011; LIMA et al,

2006).

Sabe-se que a família é o primeiro grupo social que a criança tem contato e

que o psicológico da criança, sua subjetividade e sua identidade social são

desenvolvidos a partir desse contexto social, portanto o ambiente familiar em que a

criança vive é fundamental para seu desenvolvimento psicológico saudável ou não.

Rosas e Cionek (2006) refletem sobre a importância de um ambiente

emocionalmente estável, onde seus membros têm um bom vínculo e uma boa

relação afetiva, para que a criança se desenvolva bem emocionalmente e

cognitivamente, pois estes estão interligados, assim percebe-se que crianças que

vivem em um ambiente familiar hostil e violento têm maior probabilidade de

apresentar problemas na aprendizagem.

Pereira, Santos e Williams (2009) realizaram um estudo com 20 crianças que

eram vítimas de violência doméstica e 20 crianças que não sofriam com essas

violências, os resultados demonstraram que o grupo de crianças que sofrem com a

violência apresentou desempenho e rendimento escolar inferior, mostrando

prejuízos no desenvolvimento cognitivo quando comparadas ao grupo onde não

houve violência doméstica relatada. Verifica-se, dessa forma, o quanto a saúde

mental dessas vítimas é comprometida quando o ambiente familiar se apresenta

hostil e violento.

Baptista e Oliveira (2004), em seu estudo, relacionam a depressão na infância

e na adolescência com fatores estressantes dentro do contexto familiar, como um

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ambiente hostil, problemas familiares e a ausência de suporte familiar. Assim, a

sintomatologia depressiva em um período com tantas mudanças físicas e

psicológicas, como a adolescência, fica muito atrelada com as vivências familiares,

já que um ambiente familiar hostil e violento pode prejudicar a autoafirmação, a

absorção de bons valores culturais e a inserção social saudável.

A criança e o adolescente que sofrem com a violência física e psicológica

internalizam um sentimento de culpa e medo, estes, na maioria dos casos, são

reforçados pelo seu agressor, que culpa a vítima pelos maus tratos e a ameaça caso

conte para alguém, mantendo o silêncio das vítimas e a manutenção da situação de

abuso. A forte propensão a desenvolver transtornos como a depressão, ansiedade,

transtorno de estresse pós-traumático, transtornos de conduta, distúrbios do sono,

distúrbios alimentares, distúrbios afetivos, falta de confiança e baixa autoestima, é

muito maior em crianças e adolescentes que sofrem com a violência física e

psicológica do que nas que têm um lar harmonioso ou mesmo as que são expostas,

por exemplo, a violência urbana, mostrando a importância que a família tem no

desenvolvimento psicológico saudável de seus filhos (BARROS e FREITAS, 2015).

4.2 A Terapia Cognitivo-comportamental e o tratamento

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem psicoterapêutica que

dá ênfase para as estruturas e processos cognitivos do ser humano, os quais

quando se apresentam disfuncionais podem causar sérios problemas, causando,

inclusive, as doenças mentais (PETERSEN, WAINER & cols, 2011).

Segundo Beck (2013) o principal objetivo da TCC é a modificação dos

pensamentos e crenças disfuncionais, provocando uma transformação emocional e

comportamental que sejam duradouras, onde o cliente vai aprender, através do

processo de psicoeducação, a reconhecer seus pensamentos, reestruturando e

corrigindo todos aqueles que forem disfuncionais. O paciente na TCC aprende

diversas habilidades terapêuticas, as quais possibilitam que ele se torne seu próprio

terapeuta, resolvendo diferentes problemas que surjam na sua vida, evitando

recaídas e transformações passageiras (KNAPP e BECK, 2008). Assim, percebe-se

que não são as situações que determinam os sentimentos e os pensamentos que as

pessoas têm e sim a forma como interpretam e como pensam sobre determinado

acontecimento interno e/ou externo.

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As crenças são subdividas em: crenças centrais, as quais são formadas

desde a infância e se constituem em crenças sobre si, sobre os outros e sobre o

mundo, estando em um nível mais profundo de representação dos pensamentos,

portanto, são mais rígidas, globais e supergeneralizadas e fazem parte da nossa

personalidade, sendo capazes de modelar os estilos de pensamento de um

indivíduo, promovendo os erros cognitivos encontrados nas psicopatologias; e as

crenças intermediárias que são influenciadas pelas crenças centrais e correspondem

a regras, atitudes e suposições que guiam as pessoas, são mais acessíveis e mais

fáceis de modificar quando disfuncionais, permitindo ao paciente questionar e

modificar tais crenças (BECK, 2013; KNAPP e BECK, 2008).

Segundo Petersen, Wainer & cols (2011) o objetivo do tratamento em TCC

para crianças e adolescentes é a transformação das estruturas cognitivas para que

no futuro se comportem, sintam e pensem de uma forma mais adaptativa evitando

problemas e transtornos mentais futuros.

Cognição se refere a um sistema de alta complexidade que envolve eventos, processos, produtos e estruturas cognitivas. As estruturas cognitivas podem ser entendidas como memórias e a maneira como a informação é representada pela memória. Os conteúdos cognitivos se referem à informação que atualmente é representada ou armazenada, ou seja, ao conteúdo das estruturas cognitivas. Os processos cognitivos são os procedimentos pelos quais o sistema cognitivo opera, isto é, como percebemos e interpretamos as experiências. Os produtos cognitivo (p.ex., atribuições) decorrem de como a cognição emerge da interação entre informação, estrutura cognitivas, conteúdos e processos. (PETERSEN, WAINER & cols, 2011, p. 20 e 22).

Segundo Beck (2013), a TCC conta com alguns princípios básicos que

norteiam o processo terapêutico como uma boa relação terapêutica, a

conceitualização cognitiva individual de cada paciente, a colaboração e participação

ativa do paciente, a terapia focada nos problemas e orientada para determinados

objetivos, enfatiza a psicoeducação, visa ser limitada no tempo, tem sessões

estruturas, ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos pensamentos e

crenças disfuncionais utilizando de uma gama de técnicas para modificar tais

pensamentos, alterando assim o humor e os comportamentos.

Petersen, Wainer & cols (2011) enfatizam que a trajetória que a criança

vivencia em sua vida, os significados e atribuições que a criança dá para cada

situação, sua história de desenvolvimento, os contextos socioculturais, os

antecedentes e consequentes proporcionados em cada ambiente e as estruturas e

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predisposições cognitivas construídas a partir de situações e problemas vivenciados

são fundamentais para a formação de um conjunto de crenças que afetam os

pensamentos, sentimentos e emoções das crianças, guiando seus comportamentos

não apenas na infância, mas também na adolescência e fase adulta. Percebe-se,

dessa forma, que os transtornos desenvolvidos na infância estarão diretamente

relacionados a psicopatologias que possam surgir ao longo da vida. Assim sendo, o

tratamento dessas crianças através da terapia cognitivo-comportamental mostra-se

fundamental e eficiente, pois esta possibilita a reestruturação de pensamentos e

crenças, tornando-as mais adaptativas e saudáveis e criando novas habilidades e

significados para um bom desenvolvimento psicológico.

Segundo Young, Klosko e Weishaar (2008) esquema é “um padrão imposto à

realidade ou experiência para ajudar os indivíduos a explicá-las, para mediar a

percepção e guiar suas respostas”. Os esquemas são formados durante o processo

de desenvolvimento do indivíduo e são influenciados, desde a infância, pelas

vivências com outras pessoas e pelo ambiente. Assim, a forma como serão

formadas as relações interpessoais na vida da criança e do adolescente serão

fundamentais para o desenvolvimento de crenças e esquemas distorcidos ou não,

mostrando a estreita relação entre o afeto e a cognição (KNAPP e BECK, 2008).

Abranches e Assis (2011) mencionam a escassez de estudos específicos

para o tratamento, intervenção e detecção da violência psicológica sofrida por

crianças e adolescentes, apesar dos grandes riscos que esse tipo de violência causa

no desenvolvimento psicológico das vítimas. Muitos estudos em TCC são

encontrados na área de violência sexual (HABIGZANG et al, 2009) mostrando a

eficácia dessa abordagem terapêutica para essas vítimas, o mesmo não é

verdadeiro quando se trata da violência física e psicológica.

Segundo Darnall (2011) apud Ferman e Pelisoli (2016) a “Reunification

therapy” é uma modalidade de terapia criada há pouco tempo, para tratamentos de

alto risco, como por exemplo, a alienação parental, e possui como foco trabalhar o

genitor que possui comportamentos alienantes, diminuindo seus conflitos e

hostilidade, fornecer um ambiente emocional saudável para a vítima da alienação e

recuperar e fortalecer os vínculos prejudicados da criança e do adolescente com os

genitores, assim o principal papel do psicólogo é trabalhar a família como um todo,

recuperando o vínculo da criança e do adolescente com ambos os genitores.

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A criança que sofre de violência física e psicológica tem uma maior chance de

desenvolver transtornos de ansiedade e isso tem consequências também na vida

adulta. Segundo Asbahr (2004), os transtornos ansiosos em crianças e adolescentes

(TAIA) podem se estender para vida adulta caso não seja tratado corretamente.

Sendo assim, um transtorno de ansiedade de separação (TAS) pode anteceder um

transtorno de pânico e agorafobia na vida adulta, e um adolescente com fobia

específica ou fobia social tem maior chance de apresentar o mesmo na fase adulta.

Não há estudos específicos para o tratamento em TCC de transtornos de

ansiedade em crianças e adolescentes causados pela violência física e psicológica,

porém, o tratamento de crianças e adolescente com transtornos de ansiedade em

TCC se mostra muito eficiente, envolvendo a psicoeducação, a reestruturação

cognitiva e as intervenções que utilizam técnicas como: relaxamento, exposição

gradual em crianças fóbicas, correção de pensamentos disfuncionais e o treino de

habilidades sociais; o tratamento com familiares, muitas vezes, se torna essencial,

ensinando-os a como lidar com a ansiedade das crianças, não reforçando nem

aumento a probabilidade da criança se mostrar ansiosa nas situações aversivas

(ASBAHR, 2004).

O transtorno de stress pós traumático (TEPT), muito recorrente em crianças

que sofrem com a violência doméstica, é um transtorno que causa grande impacto

na qualidade de vida, relações sociais e familiares da criança e do adolescente,

principalmente quando são causados por estressores crônicos como a violência

física e psicológica, causando estados dissociativos, desregulação emocional e

comportamentos desadaptativos (LOBO et al, 2014).

A TCC é muito eficaz no tratamento de TEPT para crianças e adolescentes

reduzindo os sintomas do TEPT, da depressão e de comportamentos

desadaptativos. O tratamento em TCC utiliza técnicas como psicoeducação sobre

como reagir ao trauma, exposição imagística, exposição gradual, reestruturação

cognitiva, treinamento para manejar o estresse, expressões afetivas, terapia do

processamento cognitivo, técnicas de relaxamento, restabelecimento do sentimento

de confiança e segurança do cliente, regulação emocional, desenvolvimento de

narrativas do trauma e a prevenção de recaídas (FERMANN e PELISOLI, 2016;

LOBO et al, 2014). Segundo Lobo et al (2014), também é necessário enfatizar a

importância do engajamento dos pais no processo terapêutico para vítimas de

traumas em curso, principalmente ao que se refere a violência doméstica, além da

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abordagem de cognições negativas sobre o trauma, estratégias de coping,

conscientização sobre as diferença entre perigos reais e lembranças traumáticas e

ações que garantam a segurança da criança e do adolescente.

Segundo Bradley et al (2003), em seu estudo randomizado e controlado feito

em uma escola de Los Angeles, crianças que vivenciam situações de violência

desenvolvem Transtorno de Estresse Pós Traumático, depressão, problemas

comportamentais e tem pior desempenho escolar. Em seu estudo, Bradley et al

(2003), realizou uma intervenção precoce com um grupo de crianças que eram

expostas a violência, através de 10 sessões utilizando o chamado Cognitive-

Behavioral Intervention for Trauma in Schools (CBITS), que abordavam sintomas de

TEPT, ansiedade e depressão decorrentes da exposição a violência. A diferença,

após três meses de intervenção, do grupo de intervenção precoce e do grupo de

intervenção tardia para os sintomas de TEPT, depressão e disfunção psicossocial

foram significativos, demonstrando a importância de um tratamento nesses casos.

Após seis meses de intervenção, quando o grupo de intervenção tardia também

completou o CBITS, as diferenças de sintomas entre os grupos já não eram mais

significativas.

As dificuldades acadêmicas, a baixa autoestima, a ausência de

relacionamentos interpessoais, o desinteresse pelas atividades rotineiras, a

dificuldade de raciocínio são alguns dos sintomas depressivos presentes na infância,

os quais afetam muito o rendimento escolar (CURATOLO e BRASIL, 2004). A

criança que apresenta depressão apresenta uma visão de si negativa, onde se vê

desvalorizada, indesejada e cheia de defeitos, percebe o mundo como um lugar ruim

e negativo e não tem esperanças quanto ao futuro e vê suas experiências como

derrotas, tendo a visão de si, do mundo e do outro bem distorcidas. Sendo assim, é

fundamental trabalhar essa tríade e entre as abordagens psicológicas a terapia

cognitivo-comportamental é a mais apropriada para um bom e rápido resultado

terapêutico nesses casos (RIBEIRO, MACUGLIA e DUTRA, 2013).

O estudo de Ribeiro, Macuglia e Dutra (2013) mostra que o protocolo de

intervenção psicológica de depressão infantil, baseado na TCC, trabalha com

técnicas como treino de habilidades sociais, relaxamento, implementação de

atividades prazerosas, reestruturação cognitiva, o tratamento dos pensamentos

disfuncionais, treinamento de autocontrole e de resolução de problemas e o

atendimento de pais, que é fundamental para a eficácia do tratamento.

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Petersen, Wainer & cols (2011) enfatizam a ausência de protocolos e estudos

específicos no Brasil, em TCC, para o tratamento da depressão infantil. Essa

escassez da literatura sobre a temática da depressão infantil em TCC, vinculada ou

não a violência doméstica, se mostra como um limitador, sendo a maioria dos

estudos em língua estrangeira, não encontrando protocolos e estudos que se

enquadrem nas questões sociais, políticas e econômicas do país (PETERSEN,

WAINER & cols, 2011; RIBEIRO, MACUGLIA e DUTRA, 2013).

Forman-Hoffman et al (2013) relatam que os estudos até o momento, sobre

as consequências da exposição a traumas em crianças e adolescentes, mostram

que as intervenções psicoterapêuticas podem ser benéficas, porém os estudos

ainda são muito escassos e mesmo os baseados em TCC, que mostraram uma

melhora nos sintomas a curto prazo, ainda não tem bases que evidenciem a

efetividade do tratamento a longo prazo e como este pode auxiliar no

desenvolvimento saudável dessas vítimas.

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5 DISCUSSÃO

O desenvolvimento psicológico saudável da criança e do adolescente está

muito relacionado ao ambiente em que eles estão inseridos, assim sendo, a família é

fundamental nesse processo, devendo proporcionar condições favoráveis como

estímulos, conversas, respeito, afeto, boas relações interpessoais para que esses se

desenvolvam de forma equilibrada. Em contrapartida, uma família que proporcione

um ambiente hostil, violento, cheio de experiências traumáticas e frustrantes, onde a

criança se sente insegura, ameaçada e sozinha pode trazer consequências

marcantes no desenvolvimento mental e emocional do sujeito (ASSIS e FERREIRA,

2012).

Segundo Pratta e Santos (2007), as vivências dentro do contexto familiar não

afetam o sujeito apenas na infância e na adolescência, mas também na vida adulta e

no decorrer de todo o processo de desenvolvimento, dando sentido e orientando as

relações entre os indivíduos, funcionando como um aprendizado para o

comportamento do sujeito na fase adulta. Dessa forma, a qualidade dos

relacionamentos familiares influência diretamente no aparecimento ou não de

transtornos psicoafetivos.

A violência psicológica é uma das formas de violência familiar que mais traz

problemas na vida do indivíduo, entre elas podemos verificar os problemas

emocionais como a ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós traumático,

problemas na aprendizagem, comportamentos agressivos, relacionamentos

violentos, dificuldades de cumprir as normas e até mesmo tentativas de suicídio ou

fuga do lar (ABRANCHES e ASSIS, 2011). Verifica-se que esse tipo de violência

aumenta a violência social, já que os indivíduos aprendem formas abusivas de se

relacionar e acabam reproduzindo esses comportamentos dentro da comunidade, do

trabalho, da escola e de todos os ambientes sociais em que está inserido (LIMA et

al, 2006).

Atualmente a violência psicológica no contexto familiar, cometida contra

crianças e adolescentes, vêm tendo mais visibilidade e sendo mais estudada, pois

traz muitos danos no desenvolvimento do indivíduo e ainda necessita de muitas

estratégias de enfrentamento, estudos e conhecimentos sobre a gravidade de tal

violência. É necessário que a sociedade, num geral, tome conhecimento de todos os

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prejuízos no processo de socialização, aprendizagem e desenvolvimento causados

pela violência psicológica e como esta embute na criança e no adolescente o

sentimento de rejeição e de solidão (ABRANCHES e ASSIS, 2011).

A violência física traz sérios danos no desenvolvimento da criança e do

adolescente como problemas emocionais, afetivos e comportamentais. Esse tipo de

violência ainda é muito comum e se justifica como uma forma de educação, onde os

pais dizem que punem os filhos para que estes aprendam a se comportar e se

tornarem adultos melhores. Dessa forma, muitos pais se baseiam na forma como

foram ensinados durante sua infância e a falta de um modelo de práticas parentais

saudáveis fazem com que reproduzam os comportamentos violentos com seus

filhos, mantendo um ciclo violento (CECCONELLO, ANTONI E KOLLER, 2003).

No final da década de 80 a notificação de casos de violência contra a criança

e o adolescente se tornou obrigatória e cada município passou a ser obrigado e a ter

um conselho tutelar e um conselho comunitário dedicado a proteção da criança e do

adolescente, aumentando a preocupação e atenção ao bem estar do menor de

idade (ECA, 1990). Verifica-se a importância de toda uma rede de apoio que

trabalhe com a criança, o adolescente e os familiares para que a violência no

contexto familiar diminua e as consequências negativas para o desenvolvimento

psicológico desses sejam minimizadas ou cessadas, sendo fundamental orientar as

famílias sobre a importância de práticas educativas saudáveis e sobre o

desenvolvimento da criança e do adolescente (CECCONELLO, ANTONI E KOLLER,

2003).

Para uma criança conseguir encarar seus medos, raivas, preocupações e

problemas de forma saudável é fundamental que ela tenha um bom

desenvolvimento emocional, para isso é essencial que ela vivencie boas relações

entre seus familiares, para aprender a lidar com seus sentimentos e com as

adversidades diárias (ASBAHR, 2004).

A terapia cognitivo-comportamental busca tratar crianças e adolescentes que

apresentam problemas como ansiedade, depressão e TEPT com técnicas como

psicoeducação, reestruturação cognitiva, técnicas de relaxamento, dramatização,

treinamento para manejar o estresse, expressões afetivas e técnicas para responder

pensamentos e crenças disfuncionais, mostrando-se muito eficiente no tratamento e

apresentando baixo índice de reincidência (FERMANN e PELISOLI, 2016; LOBO et

al, 2014;BECK, 2013 ). Bradley et al (2003) mostram a eficiência na superação dos

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sintomas de TEPT, depressão e ansiedade com o uso da TCC, a curto prazo, no

tratamento de crianças e adolescentes que são expostas a eventos traumáticos e

violentos. Petersen e Wainer (2013) enfatizam a importância de descobrir e trabalhar

com os pacientes os eventos e situações que geram pensamentos e sentimentos

disfuncionais, ensinando a criança e o adolescente a perceber e modificar, quando

necessário, a forma como se vê, como vê o mundo, como percebe o futuro e como

entende e avalia os eventos passados.

Devido à escassez de estudos e tratamentos na TCC relacionados

diretamente com a violência psicológica e física em crianças e adolescentes no

contexto familiar, fez-se necessário um estudo geral dos tratamentos relacionados

aos transtornos e problemas cognitivos que esse tipo de violência pode causar no

desenvolvimento da criança e do adolescente, como foi possível verificar no estudo

acima.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ambiente e as relações familiares vivenciadas pelas crianças e pelos

adolescentes são fundamentais para que estes se desenvolvam de uma forma

saudável. Relações baseadas em violência, seja ela física ou psicológica,

prejudicam o desenvolvimento de seus membros e podem trazem diversos

problemas físicos, psicológicos e sociais.

A TCC obtém ótimos resultados no tratamento de diversos problemas

psicológicos consequentes de ambientes familiares violentos como depressão,

ansiedade, TEPT ou problemas de aprendizagem, através de técnicas cognitivo-

comportamentais como psicoeducação, reestruturação cognitiva, técnicas de

relaxamento, manejo do estresse e da ansiedade e controle afetivo e emocional,

porém não são estudos voltados especificamente para vítimas de abusos familiares.

Os resultados obtidos até o presente momento demonstram a necessidade do

desenvolvimento de técnicas e mais estudos específicos em TCC para o tratamento

de crianças e adolescentes que sofrem com a violência física e psicológica, para que

tais vítimas possam ser tratadas com mais qualidade e os efeitos de tais vivências

sejam minimizados ao ponto de não prejudicar o desenvolvimento saudável destes.

Percebe-se a necessidade de políticas de prevenção e orientação para os

familiares entenderem a importância da família no desenvolvimento de seus filhos,

instrumentalizando-os para lidar de forma saudável com suas crianças e

adolescentes.

Por fim, considera-se fundamental a capacitação de profissionais e a

construção de técnicas e instrumentos, na área da TCC, que detectem e tratem

efetivamente casos de abusos físicos e psicológicos que ocorrem no contexto

familiar.

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Raisa Suliani Dorigo, afirmo que o presente trabalho e suas devidas

partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade

autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental, sob

o título “Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento

de crianças e adolescentes vítimas de violência física e psicológica no

contexto familiar”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de

quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por

mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais

decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de 2017.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)