22
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA O PROCESSO SELETIVO DO CHS E CHC 2005. POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL 1. MISSÃO DA PMES 1.1 No exercício do policiamento ostensivo 1.2 Na preservação da ordem pública 2. CONCEITOS 2.1 Policiamento Ostensivo Geral 2.2 Ação de Policiamento Ostensivo 3. TÉCNICAS PREVENTIVAS 3.1 A importância da prevenção 3.2 Funcionamento do policiamento ostensivo 4. TÉCNICAS PREVENTIVAS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO: 4.1 Posicionamento e deslocamento 4.2 Observação 4.3 Relacionamento 4.4 Averiguações 4.5 Intervenções preventivas 4.6 Integração com o Sistema de Segurança 4.7 Acionamento de Serviços Públicos 5. TÉCNICAS REATIVAS REPRESSIVAS 5.1 A reação repressiva 5.2 Técnicas reativas 6. INÍCIO DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS 6.1 Flagrante ou iniciativa 6.2 Solicitação 6.3 Determinação 7. LOCAL DE CRIME 7.1 Importância do local de crime 7.2 Providências em local de crime

CHC-Policiamento Ostensivo Geral

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Policiamento Ostensivo Geral

Citation preview

Page 1: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA O PROCESSO SELETIVO DO CHS E CHC 2005.

POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL

1. MISSÃO DA PMES1.1 No exercício do policiamento ostensivo1.2 Na preservação da ordem pública

2. CONCEITOS2.1 Policiamento Ostensivo Geral2.2 Ação de Policiamento Ostensivo

3. TÉCNICAS PREVENTIVAS3.1 A importância da prevenção3.2 Funcionamento do policiamento ostensivo

4. TÉCNICAS PREVENTIVAS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO:4.1 Posicionamento e deslocamento4.2 Observação4.3 Relacionamento4.4 Averiguações4.5 Intervenções preventivas4.6 Integração com o Sistema de Segurança4.7 Acionamento de Serviços Públicos

5. TÉCNICAS REATIVAS REPRESSIVAS5.1 A reação repressiva5.2 Técnicas reativas

6. INÍCIO DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS6.1 Flagrante ou iniciativa6.2 Solicitação6.3 Determinação

7. LOCAL DE CRIME7.1 Importância do local de crime7.2 Providências em local de crime

Referência: Manual de Instrução Modular – Módulo III – Ações de Policiamento Ostensivo Geral. Pág 98 a 111. 5ª edição. 1999.

Page 2: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA O PROCESSO SELETIVO DO CHS E CHC 2005.

POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL(Texto transcrito do Módulo III da Instrução Modular, edição 1999, pág. 98 a 111)

1. MISSÃO DA PMESÁ Polícia Militar cabem o Policiamento Ostensivo e a Preservação da Ordem Pública,

(Art. 144, parágrafo 5º da Constituição Federal e art. 130 da Constituição Estadual), para proteção, socorros e assistência da sociedade.

No documento denominado Parâmetros para Sistematização do Modelo Interativo de Polícia, elaborado por uma equipe de 11 oficiais designados pelo Comandante Geral da PM, em dezembro de 1997, que foi distribuído no dia 10 de julho de 1998 a 56 Coronéis, Tenentes-Coronéis e Capitães, para emissão de pareceres e que, finalmente, foi discutido no Seminário Técnico para Estudo e Consolidação do Modelo Interativo de Polícia, realizado em Linhares, nos dias 22 e 23 de setembro de 1998, para o qual foram convocados todos os Coronéis da Corporação e todos os Tenentes-Coronéis e Majores Comandantes de Batalhões e Companhias Independentes, a Polícia Militar do Estado do Espírito Santo desdobrou suas missões da seguinte maneira:

1.1 No exercício do policiamento ostensivo

1.1.1 Proporcionar tranqüilidadeProporcionar tranqüilidade à população em geral, através de uma presença que

transmita confiabilidade, demonstrando interesse para servir e aptidão para seu trabalho.

1.1.2 Estar disponível e pronto para atenderDisponibilizar formas de solicitação rápida do seu comparecimento, para os momentos

e locais em que não for possível estar física e visivelmente presente.

1.1.3 Prevenir delitos e acidentesIntervir preventivamente, quando lhe competir, e informar sobre a necessidade de

intervenção de outros órgãos e entidades, para a diluição de situações favoráveis à ocorrência de delitos ou acidentes.

1.1.4 Inibir atos anti-sociaisInibir o cometimento de delitos, mantendo visível sua capacidade de intervenção

rápida e eficaz.

1.1.5 Reação técnica e legalIntervir em situações delituosas e de acidentes, para interrompê-las, minimizando seus

efeitos. Buscar a identificação e o encaminhamento de responsáveis aos órgãos competentes, acompanhados de todos os elementos de prova possíveis e atuar para a recuperação de bens e do nível de normalidade anteriores a eventos anti-jurídicos ou acidentais.

1.1.6 Garantir direitos coletivos e individuais

2

Page 3: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

Usar tecnicamente os meios legais necessários para garantir as decisões dos poderes constituídos e o exercício dos direitos e garantias individuais e coletivos dos cidadãos.

1.2 Na preservação da ordem pública

1.2.1 Interagir para a segurançaContribuir com conhecimentos técnicos junto à sociedade, para o desenvolvimento de

políticas estatais e societais de segurança pública, através da participação em conselhos comunitários, ações educativas e consultorias solicitadas, independentemente de contar ou não com contribuições materiais ou financeiras das comunidades, contribuições essas que, caso existam, deverão ocorrer espontaneamente e estarem sujeitas à administração direta e exclusiva da comunidade, através de conselhos interativos cujos estatutos regularem sua existência.

1.2.2 Levantamentos policiaisLevantar indícios de delitos ainda não denunciados formalmente, para possibilitar sua

interrupção e encaminhamento à polícia judiciária ou à justiça, conforme o caso.

1.2.3 Policiamento veladoExercer o policiamento velado, para levantamento preliminares à atuação ostensiva,

para apoio, segurança e cobertura de situações onde a ostensividade policiais mostre-se insuficiente e não caiba umas atuação policial judiciária.

1.2.4 Socorros e assistência emergenciaisPromover assistência e socorro emergencial em circunstâncias onde a presença do

Estado, através de órgãos específicos, tornar-se-ia impossível ou tardia.

1.2.5 Organização de fluxos e acessos públicosAuxiliar a orientação do fluxo e acesso de pessoas em eventos e situações públicas,

cujas condições urbanas ou psicossociais o justifiquem.

1.2.6 Mediação de conflitos sociaisTentar a resolução de conflitos interpessoais, buscando entendimentos entre as partes,

em situações que não requeiram, em virtude da tipicidade e circunstâncias, a intervenção da Polícia Judiciária.

2. CONCEITOS

2.1 Policiamento Ostensivo GeralPoliciamento Ostensivo Geral é aquele destinado a lidar prioritariamente com os

delitos previstos no Código Penal e nas Leis de Contravenções Penais.

2.2 Ação de Policiamento OstensivoAção de Policiamento Ostensivo é o desempenho isolado de fração elementar ou

constituída com autonomia para cumprir missões rotineiras.Este manual (Módulo III da Instrução Modular, 1999) aborda técnicas preventivas e

repressivas para ações de policiamento ostensivo, ou seja, técnicas para serem empregadas pelo policial que está no serviço rotineiro nas ruas, com o armamento e equipamento

3

Page 4: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

disponíveis na prática quotidiana, podendo contar no máximo com o reforço de uma ou duas guarnições a mais. Ao tratar de abordagens, este módulo refere-se a cuidados e procedimentos típicos de operações, apenas para dar aos policiais em geral algumas noções básicas. Em geral, no entanto, operações repressivas contam com grupamentos especializados do Batalhão de Missões Especiais, não se propondo este módulo a tratar desses conhecimentos, até porque para operações policiais muitas das vezes será mais o treinamento específico do que o conhecimento que dará condições ao policial de atuar.

As ações de policiamento ostensivo são a grande especialidade da Polícia Militar, ocupando mais de 60% do seu efetivo em mais de 90% do seu tempo de carreira e historicamente vinham sendo relegados a segundo plano. A importância de Grupamentos Especializados em Operações é evidente mas não se esqueça de que as ações continuadas de policiamento ostensivo são a principal razão de ser e forma de atuação da Polícia Militar, constituindo-se no quotidiano da tropa com responsabilidade territorial, que interage com as comunidades de forma, inclusive, a confundir-se com elas.

3. TÉCNICAS PREVENTIVAS

3.1 A IMPORTÃNCIA DA PREVENÇÃOO policial militar atua preventivamente e repressivamente em prol da Segurança

Pública. Sua atuação preventiva visa evitar que as infrações à lei ocorram. A sua atuação ostensiva origina-se da presença, devendo aparecer, evidenciar-se e sobressair-se. Por isso usamos a farda e utilizamos veículos caracterizados. As ações dos policiais militares no policiamento ostensivo são e devem ser, pois, facilmente notadas.

O conhecimento da lei e a exata medida de sua aplicação representam para o policial a certeza da correção de seus procedimentos. Mas saber trabalhar envolve também conhecimentos técnico-operacionais.

3.2 FUNCIONAMENTO DO POLICIAMENTO OSTENSIVOPara influenciar o comportamento das pessoas a favor da ordem e da solução pacífica

dos conflitos, sem poder alterar as condições sociais, econômicas e psicológicas na comunidade onde trabalha, o policial deve compreender bem que tanto ele, quanto sua atuação, devem ser ostensivos pelos seguintes motivos:

3.2.1 ReferênciaPara os cidadãos saberem onde e como encontrarão ajuda em caso de necessidade e

sobre onde podem permanecer ou transitar com proteção imediata.

3.2.2 Inibição dos delitosA vigilância ostensiva desestimula a eclosão de comportamentos anti-sociais e ilegais,

servindo de inibição ao crime, pelo medo da pronta intervenção policial.

3.2.3 Estímulo à legalidadeA Polícia Ostensiva mostra às pessoas que há o caminho legal e civilizado para a

resolução de conflitos, não precisando os cidadãos transformarem-se em justiceiros.

4

Page 5: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

4. TÉCNICAS PREVENTIVAS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO

4.1 Posicionamento e deslocamentoPara posicionar-se corretamente o PM deve, antes de tudo, conhecer seu posto ou

subsetor, para selecionar os locais que merecem prioridade e os horários de maior necessidade de sua presença. Assim conhecerá também os recursos locais que poderá dispor quando necessário, como telefones, delegacias, hospitais, serviços públicos, etc.

No local de risco, o policial deve posicionar-se em um ponto de onde possa avistar a maior área possível e ser visto com facilidade pelo maior número de pessoas do local.

Nos casos em que houver o Cartão Programa, o policial só poderá modificar algum posicionamento ou itinerário se for devidamente autorizado por quem de direito ou para atender ocorrência.

4.2 Observação

4.2.1 Sobre a capacidade de observaçãoA capacidade de observação depende de vários fatores, ligados entre si, que podem ser

aprimorados quando são conhecidos. São eles:

4.2.2 O interesse em observarQuerer observar é uma condição fundamental. Quanto mais importante o objetivo para

o observador, mais espontânea será a capacidade de observação. Essa importância diz respeito à ligação entre o que é observado e a sobrevivência do observador. Como raramente aquilo que se observa tem relação direta com a sobrevivência do observador, ele deve refletir sobre essa relação, ainda que indireta e remota. Tanto quem já tem alguma facilidade para observar, quanto pessoas que apresentam alguma dificuldade, podem aumentar significativamente essa capacidade com o uso de métodos e o desenvolvimento de hábitos específicos, desenvolvendo sua capacidade de concentração.

4.2.3 A saúde dos órgãos dos sentidosÉ essencial a consulta a um oftalmologista. Parece óbvio, mas é comum pessoas só

perceberem que enxergam menos do que poderiam, depois de um exame oftalmológico. Também é importante limpar os ouvidos pois o acúmulo de cera muitas vezes não é percebido e pode causar perdas auditivas temporárias (Cuidado: o uso de cotonetes pode causar danos permanentes à audição). É bom evitar expor-se constantemente a ruídos altos, evitar o uso prolongado de fones de ouvido, mesmo para ouvir música, pois são circunstâncias que podem reduzir a capacidade auditiva. Os órgãos devem ser explorados e exercitados também em sua relação sistêmica e fenomenológica com o cérebro. Isso se faz através do uso de métodos próprios.

4.2.4 A capacidade de concentraçãoConcentração, para observação, significa o direcionamento continuado de todos os

órgãos dos sentidos para um único objetivo a ser observado. A capacidade de manter-se contínua e prolongadamente concentrado em alguma coisa depende do desenvolvimento de hábitos e do uso de métodos.

4.2.5 O hábito de observarÉ importante exercitar muitas vezes um método de observação, para que o cérebro

passe a utilizá-lo automaticamente. Comece praticando o método exatamente como ensinado. Depois de alguns dias de prática, talvez você mesmo o aprimore, adaptando-o às suas características pessoais. Mas, atenção: o método deve ser internalizado primeiro, através da

5

Page 6: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

prática repetitiva, da forma original. Só depois de plenamente dominado pode-se “adaptá-lo”, processo que surgirá naturalmente, a princípio, desenvolvendo suas habilidades.

4.2.6 Uso de métodos adequadosO simples uso de um método costuma melhorar a observação pois favorece a

concentração dos órgãos dos sentidos por mais tempo, contribuindo para evitar a dispersão dos sentidos.

4.2.7 Método de observação por áreasConsiste em dividir mentalmente a área a ser observada e concentrar maior atenção a

uma área de cada vez.

4.2.8 Método de observação por fasesO método de observação por fases baseia-se, genericamente, nos fatores que

influenciam a capacidade de observação e, especificamente, no fato dos contrastes despertarem comparações e associações que favorecem os raciocínios dedutivo/indutivos.

4.2.8.1 Descrição do método1ª fase - IDENTIFICAR PADRÕES:Olhar, ouvir, cheirar, sentir o geral, tudo à sua volta, com a finalidade de identificar os

padrões do local ou horário. Padrões são características sócio-culturais, de rotina, etc., que se repetem mais no tempo ou no espaço local.

Exemplos:- as linhas de ônibus que servem ao local e seus horário ou periodicidade;- poder aquisitivo da maioria das pessoas em um local;- as profissões ou atividades predominantes;- os horários de abertura e fechamento do comércio.

2ª fase – CONHECER AS DIFERENÇASÀ medida em que forem sendo percebidas pessoas, coisas ou situações menos comuns

no local ou horário, procure conhecê-las melhor. O fato de serem diferentes não significa de forma alguma, que sejam de risco (propensas a delitos ou acidentes). Mas a maioria dos acidentes e delitos são antecedidos ou geram situações típicas, diferentes da rotina, que se forem percebidas podem permitir uma ação preventiva, uma resposta rápida ou uma recuperação razoável.

Exemplo:Um roubo a banco, muitas vezes, é antecedido por pessoas que normalmente não

freqüentam a agência, mas que perambulam pelo local, com atividades ou características incomuns, para preparar a ação criminosa.

3ª fase – CONHECER MELHOR OS PADRÕESConhecer melhor as coisas, pessoas, circunstâncias ou hábitos mais comuns em um

local ou horário, permite ao policial identificar os momentos em que sua presença é mais importante e quais são as ações mais adequadas que pode desempenhar para evitar delitos e acidentes. Assim, aumenta também a percepção de subgrupos, de diferenças mais sutis, que poderão auxiliar tanto na obtenção de parcerias, quanto na identificação de situações suspeitas ou propícias a acidentes e delitos.

4.2.9 Método de observação segundo o ciclo do crime4.2.9.1 Em que se baseia o método

Para um delito premeditado ocorrer, é preciso haver:- A cogitação: que consiste na decisão que alguém toma de cometer um delito;

6

Page 7: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

- A preparação: que consiste na busca dos recursos e das condições para um delito ser praticado;

- A execução: que são os momentos da prática do delito;- A consumação: que, para a observação policial, corresponde aos encaminhamentos

posteriores à execução do delito, como a fuga, o desmonte de um carro roubado, etc.

Via de regra, para a consumação de um delito há a prática de pelo menos um outro. Se o policial tiver o hábito de identificar em seu local de trabalho as circunstâncias, os locais, os horários e as pessoas em situação propícia para alguma fase da ocorrência delituosa, terá maior chance de agir, interrompendo o ciclo. O policial deve ter em mente que descobrir delitos cujo ciclo já está sendo cogitado, preparado, executado ou consumado, pode ser um resultado a mais desse método, mas o seu objetivo principal mesmo é identificar circunstâncias, locais, horários e pessoas junto aos quais poderá atuar para que deixem de ser favoráveis à eclosão de crimes e fatos anti-sociais.

4.2.9.2 Descrição do métodoO método da observação policial segundo o ciclo do crime, consiste no policial

procurar, no local em que trabalha, o que poderia ser utilizado ou poderia fazer parte de alguma das quatro fases da existência do delito (cogitação, preparação, execução e consumação), descritas acima.

Por exemplo:- identificar lojas de onde poderiam ser comprados ou furtados produtos necessários

para a prática de algum delito;- identificar locais por onde seriam mais fácil alguém que furta fugir, etc.

4.3 RelacionamentoO policiamento ostensivo só funciona se proporcionar tranqüilidade em todos os

sentidos, e para isso é preciso que a comunidade confie no policial. Mas confiança não se impõe. Confiança se conquista. E não se conquista sem relacionamento.

O primeiro requisito para despertar a confiança das pessoas é deixar-se conhecer. E para o policiamento ostensivo isso vai mais longe: o policial deve fazer-se conhecer, principalmente como um servidor competente e interessado em seu trabalho.

O policial que esconde ou dificulta a sua identificação, desperta de imediato desconfiança na sociedade, podendo tornar-se desde então, no primeiro contato, motivo de intranqüilidade.

Todo relacionamento em serviço deve ser essencialmente profissional.Não são admissíveis envolvimentos, tratamentos com intimidade, ou certas liberdades

que, quando tomadas, levam gradualmente à perda do respeito que é devido de ambas as partes, tanto do Policial Militar com as pessoas, quanto destas para com o PM.

Para o serviço policial, relacionar-se significa orientar e buscar a orientação da comunidade.

Apresentamos então uma série de relacionamentos positivos com a comunidade, que irão trazer maior confiança e credibilidade da comunidade para com o Policial Militar:

- Auxiliar crianças, senhoras, pessoas idosas ou deficientes físicos a atravessarem a rua;

- Prestar informações que as pessoas solicitarem. Ser atencioso. Recorrer a colegas ou outras pessoas, se for preciso, para solucionar problemas;

7

Page 8: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

- Auxiliar pessoas em dificuldade em locais ermos, mal iluminados ou em horários impróprios;

- Socorrer pessoas acidentadas ou vítimas de mal súbito, etc.

4.4 AveriguaçõesFatos ou situações que uma observação superficial não esclarece, demandam pelo

menos uma aproximação maior e consulta a terceiros, podendo necessitar de uma abordagem e até de uma busca. Assim, na PM do Estado do Espírito Santo, consideramos Averiguações as observações que exigem checagem de dados em situações nas quais não haja ainda uma fundada suspeita da existência de um delito específico.

A princípio, qualquer situação diferente da rotina de um local tem que ser averiguado.

O fato das pessoas perceberem que o policiamento está posicionado e atento a tudo e a todos, e que verifica realmente todas as situações diferentes, já faz, por si só, com que a comunidade confie no policiamento e se sinta segura e desperta também, nos criminosos, o medo de virem a ser identificados ou de terem suas atividades descobertas, desanimando-os de agirem no local.

Em princípio, todas as vezes em que o policial desconfiar ou suspeitar da existência de algum delito, deve adotar os procedimentos para abordagem, averiguando assim se procede ou não a sua suspeita. Caso não seja procedente, deve explicar ao abordado o motivo daquela ação. É bom lembrar que, na maioria das vezes, uma simples explicação do que se passou, além de amenizar o constrangimento sofrido, preserva o nome da Instituição e do policial que realizou a averiguação.

4.5 Intervenções preventivasSeja para advertir alguém ou para evitar que discussões esportivas entre amigos

terminem em agressões, seja para evitar que uma brincadeira entre crianças termine em atropelamento ou para orientar namorados que circulam em locais perigosos, freqüentemente o Policial Militar tem que intervir em situações que ainda não se caracterizaram como ocorrências policiais.

Ao intervir, seja para advertências ou orientações, o policial sempre deve agir com educação e objetividade, nunca dando lições de vida ou moral em quem quer que seja. Se tem um risco a ser apontado, que o faça, uma situação a ser corrigida, que indique, mas sempre de maneira cortês, sem comentários jocosos ou desnecessários.

As intervenções para orientação e auxílio colocam o policiamento ostensivo em posição positiva na sociedade, fazendo os policiais queridos e respeitados pela ajuda constante.

Entre as intervenções preventivas mais comuns estão os isolamentos, as guardas e escoltas de pessoas e bens públicos.

4.5.1 IsolamentosMuitas situações demandam isolamentos, alguns de extensão mínima, outros maiores.Devem ser isolados:- Locais de crime;- Locais de acidente;- Locais que oferecem riscos;- Percurso de desfiles;

8

Page 9: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

- Locais onde o trânsito ou a permanência de pessoas ou veículos possam atrapalhar o andamento ou a realização de um evento;

- Locais onde se encontram dignitários ou pessoas ameaçadas;- Locais onde ocorrerão eventos previamente programados, devendo ser o local

também isolado previamente.

Pode-se isolar um local com obstáculos físicos, apenas demarcando-se o local com um risco ou objetos, ou somente com a presença de um ou mais policiais. Quanto maior a necessidade e importância de um isolamento, mais útil se faz a utilização de obstáculos físicos, como cordas e cavaletes.

4.5.2 Guardas e escoltas de pessoas e bensEscolta é a atividade destinada à custódia de pessoas ou bens em permanência ou

deslocamento. É o ato de conduzir sob custódia alguma coisa ou pessoa de um local a outro, como medida de prevenção, preservação ou proteção, a fim de se atingir os objetivos preestabelecidos.

a. Custódia: é o ato de guardar, proteger, manter em segurança e sob vigilância algum bem ou pessoa que se encontra apreendida, presa, detida ou sob cuidados especiais.

b. Condução: é o ato, efeito ou meio de conduzir. Ato de fazer apresentar a uma determinada autoridade, pessoa que se encontra presa ou sob custódia.

4.5.2.1 Situações em que as escoltas são realizadasa. Prisão em flagrante delito: efetuada a prisão em flagrante do criminoso ou

contraventor, seguir-se-á a sua condução com destino à repartição policial competente. Esta condução dar-se-á a pé ou em algum meio de transporte.

b. Requisição judicial: consoante dispositivo legal, o juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força militar (Força Pública) – (Art. 36 do CPPM e Art. 251 do CPP). Portanto, cabe à força requisitada cumprir e fazer cumprir as ordens legais emanadas por tal autoridade.

c. Mediante ordem superior: a disciplina e a hierarquia constituem a base alicerçal da Corporação, logo, não há que se questionar a legalidade da ordem, se não houver uma ilegalidade evidente. Cabe à autoridade que emitir a ordem, a responsabilidade pelas implicações dela decorrentes.

d. Em atendimento a solicitações:- Transporte de detentos ou reclusos de estabelecimentos penais, solicitado pela

Secretaria de Estado do Governo específica;- Condução de doentes mentais, mediante pedido de Diretores dos nosocômios

respectivos;- Condução de presos, cuja solicitação tenha partido de Autoridade de Polícia

Judiciária;- Transporte de numerário, em cobertura a empresa de segurança particular

contratada, mediante solicitação do responsável ao escalão superior da Polícia Militar;- Escolta de valores (obras de arte; peças, objetos e obras históricas);- Escolta de autoridade;- Escolta de testemunhas;- Outros.

9

Page 10: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

4.5.2.2 Cuidados técnicos que devem anteceder as escoltasa. Estudo de situação: é a fase inicial do planejamento e implica basicamente em:

- Conhecer a missão;- Conhecer os fatores que poderão influir no cumprimento da missão;- Analisar as nossas forças e a dos fatores adversos;- Estabelecer os melhores procedimentos a adotar (linhas de ação);- Analisar os recursos humanos e materiais de que dispõe, e o melhor emprego de

cada um.

b. Análise da missão: para o estudo de situação, torna-se necessário conhecer os detalhes da missão:

- O que, quem será escoltado?- Para onde? (Definindo assim o itinerário a ser seguido).- Quando será executada a missão? (Não é aconselhável escoltas durante a noite).- Rotas alternativas.

c. Análise do alvo da missão: consiste em analisar os dados sobre os presos que serão escoltados, para escolha de ações e cuidados adequados:

- Número de presos a serem escoltados;- Dados de qualificação dos presos;- Antecedentes de cada um, natureza do delito por eles praticados;- Se são de reconhecida periculosidade;- Se foi imposta alguma medida especial de segurança;- Se possuem família radicada, e em que local;- Pena imposta a cada um, se amena ou rigorosa;- Se tem antecedentes de fuga ou outro tipo de resistência;- Se estão sob ameaça das vítimas ou familiares delas, ou até mesmo de comparsas;- Estado de saúde de cada um.

d. Análise de pessoal a ser empregado na operação: a escolta deve ser executada sempre em situação de superioridade numérica de policiais e será tanto mais segura quanto melhores forem os seguintes aspectos:

- Grau de treinamento dos policiais;- Armamento e equipamento portados;- Característica de veículo (meio) a ser utilizado no transporte.

4.5.2.3 Cuidados específicos para a execução de escoltas- O efetivo mínimo recomendado para uma escolta deve ser de 02 (dois) policiais

para cada preso;- O preso deverá ser algemado sem ser ligado à estrutura do próprio veículo;- Se a fração da escolta utilizar um veículo sem cofre, nunca colocar o conduzido à

retaguarda do motorista ou ao seu lado. Deverá postar o conduzido no bando traseiro, do lado direito;

- Sempre o preso deverá estar algemado com as mãos para trás;- Se o veículo dispuser de cofre, o efetivo da guarnição poderá igualar-se ao número

de presos;- Antes de se dar a execução da escolta, o preso deverá ser submetido a busca

pessoal minuciosa;- Em escoltas a pé, o preso deverá sempre ficar enquadrado durante os

deslocamentos. Este enquadramento será em linha e, eventualmente, em coluna quando na

10

Page 11: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

travessia de portas ou passagens estreitas. Caso haja um terceiro policial envolvido na escolta, o mesmo deverá ficar à retaguarda do conduzido;

- O posicionamento e o trabalho em equipe aumentam a probabilidade de sucesso da missão.

Nas situações de rotina, a condução de presos é feita pelo pessoal envolvido na ocorrência. Normalmente, o policial ou fração que efetua a prisão de um criminoso é quem o conduzirá à presença da autoridade competente.

Cuidado: os policiais devem permanecer atentos para qualquer ação repentina do preso, que poderá estar na expectativa de um lapso da escolta para tentar a fuga.

4.6 Integração com o Sistema de SegurançaO policial militar compõe um sistema que, se bem utilizado, faz com que a

comunidade se sinta apoiada por toda uma instituição e os infratores se sintam muito mais inibidos.

O cumprimento das determinações do comando a respeito dos locais a serem policiados e da forma de atuação, garante o emprego mais racional dos recursos e um rendimento maior do policiamento.

A correta passagem de serviço aos companheiros, bem como seu recebimento, passando-se toda informação sobre ocorrências e suspeitas havidas no subsetor, garante continuidade às ações preventivas.

O preenchimento correto e detalhado dos relatórios de ocorrência policial possibilita não só dados para a ação da Polícia Judiciária e da Justiça, mas também elementos preciosos para os escalões superiores avaliarem as formas de emprego do policiamento e localização das vítimas nos casos de recuperação de objetos roubados, por exemplo.

O acionamento do Corpo de Bombeiros em caso de prédios com risco de desabamentos, do DETRAN em caso de semáforos defeituosos e do próprio comando ao tomar conhecimento de eventos que demandarão maior efetivo ou recursos específicos, como isolamento, escoltas, policiamento montado ou reforço do efetivo da Tropa de Choque, mostram à comunidade que ali não atua um homem ou grupo isolado, mas todo um complexo para a sua segurança e tranqüilidade.

A passagem de informes sobre o uso e tráfico de drogas, receptação de objetos roubados e homizio de criminosos, para seus companheiros de serviço e principalmente para os órgãos de informações, auxilia sempre a ação repressiva e a apuração de crimes. Mesmo que não haja resposta aparente, o informe não deve ser desacreditado pois as investigações e o planejamento das operações demandam tempo e mesmos os que não possam ser checados podem ajudar no mapeamento estratégico da área.

O bom relacionamento com todos os demais segmentos envolvidos direta ou indiretamente com a Segurança Pública, como Polícia Judiciária, Juizado da Infância e Juventude, DETRAN, Órgãos de Proteção Ambiental, Vigias de Seguradoras Particulares, Guardas Municipais, Conselhos Tutelares, etc, também amplia o rendimento do policiamento ostensivo.

O acionamento do COPOM para reforços necessários e para solicitação de informações sobre veículos suspeitos, também são recursos que o policial não pode dispensar.

A orientação à população sobre como e onde prestar queixas, desde crimes contra a vida até crimes contra o consumidor, é imprescindível, daí a importância do policial estar ciente dos recursos e deficiências do sistema, afim de que possa utiliza-lo de forma mais eficaz e profissional.

4.7 Acionamento de Serviços PúblicosExistem muitas situações que, se não estão diretamente ligadas à Ordem ou à

Segurança Pública, estão no entanto diretamente ligadas à tranqüilidade dos cidadãos, e quando o policial militar coloca a serviço da comunidade o conhecimento e os instrumentos

11

Page 12: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

de que dispõe para o serviço, certamente ele conquista confiança e respeito que reverterão em benefício da sua finalidade de prevenir delitos e proporcionar tranqüilidade.

Exemplos de situações que justificam acionamento de serviços públicos:- Vazamentos de água devem ser comunicados à CESAN;- Buracos em vias públicas que apresentem risco ou transtorno a pedestre e

veículos, devem ser motivos de informe às Secretarias de Obras dos Municípios;- Falta, insuficiência ou defeitos na iluminação pública devem ser informados à

ESCELSA;- Terrenos baldios cobertos de mato devem ter seus proprietários, se possível,

localizados e orientados a limpa-los, para evitar a utilização por marginais diversos;- O policial deve conhecer bem hospitais e prontos-socorros, para auxiliar no

encaminhamento de doentes, vítimas de mal súbito, acidentados e vítimas de agressão;- É importante que o policial registre em uma caderneta particular o dia, horário e

nome do funcionário que o atendeu nesses contatos com serviços públicos, devendo a comunidade saber que o contato foi feito;

- Se determinada irregularidade ou falha no serviço público, como falta de iluminação ou buracos perigosos, oferece risco à segurança, também o comandante imediato do policial militar deve ser informado da situação e dos contatos já feitos sobre o problema.

- Mas lembre-se, não compete à Polícia cobrar correção de irregularidades ou falhas no serviço público, muito menos determinar qualquer prioridade ou serviço específico. É indispensável apenas informar aos órgãos competentes e orientar a comunidade quanto à relação dessas falhas com a segurança (no caso, insegurança) bem como sobre os encaminhamentos possíveis, ou seja, quais órgãos procurar, qual o horário de atendimento, qual a localização ou telefone do órgão, etc.

5. TÉCNICAS REATIVAS REPRESSIVAS

5.1 A REAÇÃO REPRESSIVAInfelizmente o crime existe e ocorrendo, por qualquer fenômeno que o gere, precisa

ter sua autoria identificada e encaminhada à justiça e seus males minimizados, seja recuperando-se bens roubados, seja socorrendo-se vítimas ou adotando-se outras medidas cabíveis.

Compete à polícia ostensiva fazer esse primeiro atendimento de ocorrências policiais, observando o maior número de elementos, indícios e provas, sem desfigurar os locais de crime, para tentar toda reparação imediata que for possível e para relatar os fatos aos peritos, investigadores e delegados de polícia judiciária que se encarregarem do caso.

Tradicionalmente, as Polícias Militares têm chamado a todo esse conjunto de reações do policiamento ostensivo aos delitos pelo nome de repressão. Não pretendemos substituir essa designação mas precisamos coloca-la no devido lugar, pois a repressão é apenas uma das formas que a polícia ostensiva tem de reagir à ocorrência de delitos – e não é somente aos delitos que o policiamento ostensivo reage. Há reações que não são repressão nem prevenção, como por exemplo, a tentativa de recuperação de objetos furtados, o socorro à vítimas de crimes e acidentes, o encaminhamento de pessoas perdidas e a busca de desaparecidos.

Este capítulo ainda trata apenas das técnicas reativas repressivas com que a polícia ostensiva atende aos acontecimentos delituosos, no entanto acreditamos ser importante a divulgação dessa proposta de classificação, para instigar os interessados a reunirem conteúdo sobre as outras reações possíveis à polícia ostensiva depois que um delito ou acidente ocorre.

12

Page 13: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

5.2 TÉCNICAS REATIVAS- Repressivas: abordagens, buscas pessoais, imobilização, condução imediata.- De investigação imediata: levantamento de locais, rastreamentos, procura de

desaparecidos, buscas de infratores.- De socorro.- De encaminhamentos assistenciais: de mendigos, de pessoas perdidas, de

alienados mentais, de sobreviventes diversos e de acidentados.- De ocupação e controle.

6. INÍCIO DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS

6.1 Flagrante ou iniciativaO atendimento a uma ocorrência pode ser iniciado por flagrante, quando o próprio

policial, durante sua ronda, depara-se com delito em andamento ou pessoas em fuga logo após o fato. Pode também ter início durante uma averiguação preventiva, encontrando-se, por exemplo, objetos roubados em um carro averiguado por estar mal estacionado.

6.2 SolicitaçãoUma solicitação de terceiros, diretamente à guarnição, também pode dar início ao

atendimento, nesse caso, o policial deve lembrar-se de identificar o solicitante, memorizando sua fisionomia e, se possível, mantendo-o junto à guarnição durante o atendimento da ocorrência, para que possa prestar declarações na Delegacia de Polícia de plantão.

6.3 DeterminaçãoO policial pode também atender ocorrências por determinação do COPOM (CIODES).

É importantíssimo colher, junto ao operador do COPOM (CIODES), o maior número de informações que a circunstância permitir, principalmente sobre o número de envolvidos, características dos mesmos, a utilização de armas, o tipo de arma utilizada para o crime e o local exato com suas características, para assim preparar melhor a linha de ação a ser tomada no local da ocorrência.

Chegando ao local da ocorrência, o policial não deve fazer julgamentos nem manifestar opiniões quanto à razão ou culpa na ocorrência, mas cabe especular sobre toda possibilidade, buscando o máximo de dados sobre as pessoas envolvidas, desde o solicitante, as testemunhas e o autor, à própria vítima.

7. LOCAL DE CRIME

É todo lugar onde tenha ocorrido algum fato que exija a presença da polícia. Esse fato poderá ser um delito ou, por extensão, um desastre, que requeira as providências da polícia, como queda acidental ou falecimento súbito em via pública.

7.1 Importância do local de crimeNo local de crime, a polícia colhe os elementos necessários à elucidação do fato e a

fixação das responsabilidades. Daí a grande importância que lhe atribuímos nas investigações policiais, podendo-se dizer que a sua preservação e correto aproveitamento decidem quase sempre o êxito das investigações.

13

Page 14: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

7.2 Providências em local de crimeUma vez acionado pelo COPOM (CIODES), por iniciativa ou sendo subitamente

chamado quando em patrulhamento, o PM deverá sempre atender certos requisitos básicos. As ocorrências que a Polícia Militar atende diariamente, em síntese são: assistência, vias de fato, arrombamento, furto, homicídio, estupro, acidente de trânsito, incêndios, sinistros em geral, etc. As principais providências nos locais de crime são as seguintes, em ordem de prioridade:

1ª - Socorro para a vítima2ª - Prisão do criminoso3ª - Isolamento e preservação do local4ª - Arrolamento de testemunhas5ª - Comunicação à autoridade competente e ao COPOM (CIODES).

7.2.1 Socorro para a vítimaDesde que a vítima não tenha morte imediata, mas corre perigo, toda assistência

deverá ser-lhe proporcionada, seja no próprio local, por médico ou enfermeiro que por ali passar, seja no hospital para onde for conduzida em ambulância ou em outro veículo, no caso de urgência.

Sempre que puder, o policial anotará o nome e outros dados da vítima, antes que esta saia do local; se for conduzida em veículo particular ou em outro que não a ambulância oficial ou viatura policial, terá o cuidado de anotar também o número da placa do referido veículo.

7.2.2 Prisão do criminosoO ideal seria que todo delinqüente fosse preso em flagrante, facilitando a ação da

justiça. Assim, todo esforço fará o policial no sentido de não deixar o criminoso fugir, mesmo sendo necessário mover-lhe perseguição e abandonar o local de crime; o socorro à vítima pode ser providenciado por qualquer pessoa do povo, enquanto a prisão do criminoso constitui ação de risco que somente os policiais são obrigados a executar.

Entretanto, tratando-se de local ermo e posto diante do dilema de prender o infrator ou salvar a vida da vítima, decidirá pelo salvamento.

Quanto o policial estiver acompanhado de outros companheiros, mediante rápido entendimento, um se encarrega do socorro e os outros da prisão do infrator, atentando para o princípio da segurança na abordagem.

7.2.3 Isolamento e preservação do localPreservar o local de crime é mantê-lo rigorosamente do estado em que o criminoso o

deixou, até a chegada da autoridade policial competente para a execução da perícia.Para isso deverá:a. Isolar a área que serviu de palco aos acontecimentos;b. Não modificar nem permitir que se modifique a posição do cadáver, ou se toque no

mesmo. Recomenda-se apenas cobrir o corpo para evitar constrangimento ainda maior aos cidadãos;

c. Não arrumar nem permitir que se ponha em ordem as coisas que estiverem desarrumadas;

d. Não tocar nem permitir que se toque em armas e instrumentos do crime e nos diversos vestígios espalhados pelo local;

e. Proteger os vestígios, quando se fizer necessário, a fim de serem aproveitados pelos peritos;

14

Page 15: CHC-Policiamento Ostensivo Geral

f. Não permitir que os repórteres e fotógrafos invadam o local de crime antes da chegada da autoridade policial;

g. Finalmente, comparecendo a autoridade policial competente, ou quem suas vezes fizer, entregar-lhe o local, confeccionando a devida ocorrência policial e transmitindo todas as informações já obtidas.

A proteção dos vestígios, principalmente dos expostos à chuva, faz-se com latas, tábuas, caixotes, papel grosso e o que se tiver à mão.

Se o fato ocorreu dentro de algum edifício, interditar-se-á o compartimento onde se desenrolam os acontecimentos, a todas as pessoas estranhas à investigação.

7.2.4 Arrolamento das testemunhasNo local de crime, o PM deverá anotar testemunhas que tenham presenciado toda ou

parte da ocorrência. Inexistindo, anotará pessoas que tenham tido conhecimento e escolherá as que forem mais capazes de prestar à autoridade policial informações mais fáceis, precisas e completas do ocorrido.

7.2.5 Comunicação a autoridade competente e ao COPOM (CIODES)O PM, após as providências já estabelecidas, comunicará o fato à Central de

Comunicações, solicitando a presença da autoridade competente, para que sejam efetuadas as diligências subseqüentes.

Referência: Manual de Instrução Modular – Módulo III – Ações de Policiamento Ostensivo Geral. Pág 98 a 111. 5ª edição. 1999.

15