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Chico Xavier - Livro 208 - Ano 1982 - Filhos Voltando

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FILHOS VOLTANDO

FRANCISCO CANDIDO XAVIER

CAIO RAMACCIOTTI

ESPRITOS DIVERSOS DEJOS ROBERTO PEREIRA DA SILVA

JOS ROBERTO PEREIRA CASSIANO

SumrioIntroduo / Emmanuel

Apresentao 04Jos Roberto Pereira da Silva 06Captulo I 08Captulo II 15Captulo III 16Captulo IV 17Captulo V 18Captulo VI 24Captulo VII 26Captulo VIII 27Captulo IX 31Captulo X 33Captulo XI 36Captulo XII 37Captulo XIII 38Captulo XIV 39Jos Roberto Pereira Cassiano 41Captulo I 43Captulo II 50

Captulo III 56Captulo IV 57Captulo V 59Captulo VI 64Captulo VII 66Captulo VIII 69Captulo IX 71Captulo X 72Captulo XI 75Captulo XII 77Prezado leitor,

As pginas deste livro acendem a luz da consolao e da alegria nas sombras da saudade de quantos reencontram entes queridos, depois de ausncia que se supunha definitiva.* que, neste volume despretensioso, surgem s notcias de filhos queridos, voltando ao lar, aps a separao pela morte, entretecem poemas de ternura e reconhecimento, junto aos pais saudosos que os recolhem nos braos, em esprito, e, em seguida, permitem que o reconforto e a esperana, por eles haurido nestas mensagens de paz e amor, se estendam a coraes outros que a morte envolveu no sofrimento.Filhos voltando!...Que eles possam falar-te, igualmente, leitor amigo, da bondade infinita do Senhor e da imortalidade da alma, ampliando-te o jbilo de servir e a compreenso da importncia de viver, so os nossos votos.Emmanuel

Uberaba, 28 de fevereiro de 1982Apresentao

Natal de 1981. Entardecer.

Em tranqila estncia do interior paulista, acompanhvamos os derradeiros momentos do dia que findava, contemplando atravs da ramaria de pequeno bosque de pinheiros, as cambiantes do poente, enquanto Vnus - a estrela Vspertina - enviava-nos sua plcida claridade, qual pegureiro de luz a ensinar-nos o caminho dos Cus...

E com as atenes voltadas para este livro, na poca em fase final de estruturao, deixamos o pensamento volitarem torno da quietude daquela tarde serena, povoando-nos instintivamente a memria a lembrana de companheiros que j partiram para a Vida Maior, quais os Betos, autores espirituais deste livro, com quem mantivemos, ento, longos dilogos, apenas testemunhados pelo vento suave que acariciava a tarde, envolvendo o casario que se aboletava por entre as fraldas das colinas da pequena cidade.

Ao recordar os valorosos rapazes, que conhecemos atravs de seus pais e das mensagens que voc, leitor amigo, acompanhar nas pginas que se seguem, melhor pudemos compreender a grandeza da Vida e da Misericrdia de Jesus, claramente manifestas nas palavras de nossos queridos jovens, Jos Roberto Pereira da Silva e Jos Roberto Pereira Cassiano - os Betos - to fielmente anotadas pela pena medinica de Chico Xavier.

"Mame, a saudade no uma provao, um convite de Deus para trabalharmos com mais dedicao pelos que suportam dificuldades maiores que as nossas..." Ou ento: "Deus existe e a alma imortal! A morte alterao da forma, alterao apenas e ns todos estamos reunidos em Deus, conquanto a separao aparente...", so frases esparsas que retiramos ao texto psicografado, para que o leitor compreenda a dimenso espiritual e o carinho do recado dos Betos aos pais.

Por isso mesmo, pais saudosos da perda de filhos diletos, temos plena convico de que este livro os envolver na mesma atmosfera de jbilo e bnos espirituais que nos cercou e tambm cremos sinceramente que lhes trar ao esprito a certeza de que os filhos amados que partiram para o Mundo Espiritual se encontram to prximos de vocs, como se encontravam quando ainda na Terra.

Enxuguem as abenoadas lgrimas da saudade, pois Jesus far o resto. Dar-lhes- a paz por que tanto anseiam e falar-Ihes- ao corao que os filhos queridos no morreram e sim renasceram para a Vida Imperecvel.

Caio Ramacciotti

So Bernardo do Campo, 28 de fevereiro de 1982

Jos Roberto Pereira da SilvaJos Roberto Pereira da Silva nasceu em So Paulo-SP, no dia 6 de agosto de 1953. Filho de Nery Pereira da Silva e Lucy Ianez da Silva, cursava o 1 ano de Medicina em Mogi das Cruzes, cidade prxima da capital paulista, quando faleceu no acidente envolvendo o trem que, rumo de Mogi, conduzia sobretudo universitrios, na manh de 8 de junho de 1972. Contava, ao desencarnar, 19 anos.

A primeira mensagem do Beto, como era chamado, foi recebida por Francisco Cndido Xavier, pouco mais de um ano depois, no dia 29 de setembro de 1973.

Perguntamos a seus pais, Nery e D. Lucy, a respeito do modo pelo qual receberam o recado do filho, atravs do Chico, do significado da primeira e das demais mensagens psicografadas pelo querido mdium. Literalmente, assim se expressou D. Lucy:

"Desesperada de dor, atravs de vizinha amiga, conheci D. Yolanda Cezar que me Levou a Uberaba para falar com Chico Xavier. Isto quase um ano aps a morte do Beto.

Voltei a Uberaba por mais duas vezes e na terceira viagem, manh de 29 de setembro de 1973, nosso querido Beto se manifestou.

No sei como resisti, pois nunca poderia imaginar que, atravs das mos benditas de nosso Chico Xavier, viessem tantas provas juntas, mostrando-nos que era meu filho mesmo quem escrevia.

Ao voltar de Uberaba, com a mensagem que para mim representava um tesouro, de pronto a li para meu marido que desde as primeiras palavras ficou muito emocionado e surpreso, pois aquelas pginas eram de irretorquvel autenticidade. E mesmo nosso filho!, dizia meu marido.

Ento, nossa vida comeou a mudar. noite do desespero e do sofrimento, difceis de descrever, comeava a dar espao s primeiras claridades da manh.

Evidentemente as viagens a Uberaba agora se intensificavam; o contato com Chico e os recados do Beto davam-nos sempre mais foras, coragem e nimo para viver.

Hoje, entendemos que nosso filho nos foi emprestado por Jesus pelo prazo de 19 anos, mas continuamos juntos espiritualmente, mais juntos mesmo do que antes, embora de outra forma. Deus no se afasta de ns, a vida continua e seguiremos para a grande alegria de nosso reencontro.ElucidaoSexto Livro da COLEO JOVENS NO ALM, FILHOS VOLTANDO um tanto diferente dos outros volumes que a compem.

E a diferena consiste justamente na principal caracterstica desta obra: a seqncia dos recados dos dois Betos, ora extensos e plenos de revelaes, ora mais curtos, feio de bilhetes, traduz um contato do filho desencarnado com os pais, estabelecido ao longo de oito e seis anos, respectivamente para Jos Roberto Pereira da Silva e Jos Roberto Pereira Cassiano.

E, em virtude desse dilatado tempo, atravs de numerosas mensagens, podemos observar que o relacionamento entre pais e filhos, por via medinica, se estabelece, maneira de freqente correspondncia epistolar que se vai tornando, com o passar do tempo, menos cerimoniosa, mais descontrada e alegre.I

Querida Mame, peo a sua bno comigo.

Dizer o que sinto agora, querida Mame, impossvel. Quem conseguir descrever o , que se sente entre duas vidas?

Eu no sei o que fazer nesta hora em que nos revemos assim, atravs das letras que seu filho vai escrevendo com o corao nos dedos, amparado pelas mos de amigos e benfeitores que nos protegem.

O papel aqui me parece um espelho em que meu pensamento se reflete... Entretanto, Mezinha, o papel no retrata as lgrimas. As lgrimas de alegria e de gratido que elevo a Jesus, agradecendo estes minutos de escrita. Receba, porm, todos os melhores sentimentos de seu filho, nestas frases que vou transmitindo s pginas, sem cogitar de saber com exatido, como vou registrando o que sinto...

No chore mais, Mezinha, e pea ao querido Papai me auxilie com a fortaleza que ele vai reconstruindo pouco a pouco...

Desde aquela manh final de 8 de junho (l) a saudade ficou mesmo entre ns, mas o amor cresceu e cresce cada vez mais. E no amor que vivemos, porque o amor a presena de Deus. Ajudem-me. No lastimem mais a partida inesperada do filho que desejaria ter ficado...1) 8 de junho de 1972, data do acidente em que Beto faleceu.

Entretanto, a lei de Deus sabe mais que os nossos desejos. Se pudesse, teria permanecido, permanecido sempre, at que pudssemos avanar todos juntos no tempo, sem separao e sem morte.

No creiam que o sofrimento do adeus no est igualmente aqui... Estamos vivos e quase felizes, mas preciso lembrar que este quase a lmina que a saudade significa em nosso corao firme na f.

Estamos contentes e renovados, mas a despedida di mais, porque o pranto dos que amamos chuva de aflies sobre ns.Lembro, Mezinha querida, o Papai trabalhando para entesourar os recursos diante do futuro.

Lembro-me de que ele me pedia dar toda a ateno aos estudos, enquanto ele sonhava com um hospital em que a Medicina me aguardasse, para cumprir encargos de amor ao p dos doentes... Rogo a ele que no desanime, nem se canse... Alm de nossa querida Sandra, (2) temos outros coraes para auxiliar. Os companheiros que ficaram, que lutam, que estudam e que esperam dias melhores no Amanh da Vida, contam igualmente conosco.2) Sua irm, Sandra Maria Pereira da Silva.

Rogo ao papai no esmorecer, porque precisamos continuar... Continuar para valorizar o tempo e os recursos que o Alto nos concedeu...

Tenho sofrido bastante com as inquietaes dos familiares queridos.

No fosse isso, Mezinha, e tudo estaria melhor.

No pensem - mas no pensem mesmo - em mim maneira de algum que fosse esmagado pelo acidente. O que se perdeu foi um retrato - um retrato que um dia, em verdade, deveria desaparecer. Eu mesmo estou forte, reanimado, a pedir-lhes para que vivam e lutem pelo bem de ns todos.

Papai, escute o meu grito. No morri, no!Trabalhe, meu pai, guarde o seu nimo de homem de bem. No queira morrer para reencontrar-me, porque eu prossigo vivendo para reencontr-lo, a cada dia, mais encorajado para a luta em favor do bem.No me procure chorando e clamando por mim, no recanto de terra, onde meu retrato ficou arquivado!Agradeo o seu carinho, meu querido pai, suas preces e suas manifestaes de amor, e peo a Deus lhe recompense a abnegao, mas no procure por seu filho a pedir com tanta dor para que a nossa dor necessria no exista.

O tempo com a bno de Deus nas ajudar.

Rogo-lhe viver e viver criando felicidade e progresso para ns todos.

O trem de Mogi, no dia 8 de junho do ano passado, no trouxe para c os rapazes todos.

O senhor queria que eu ficasse ai para realizar os seus ideais, no entanto, eu no estou morto, meu pai! Estou vivo

E trabalharei com as suas mos. Recordo as suas palavras, lembrando os dias de sua infncia.

Voc queria seu filho num hospital para atender s crianas necessitadas e auxiliar aos enfermos desvalidos, sem maiores recursos... E quem diz que no vou servir?

Agora, conheo mais profundamente a nossa Gruta de Maquin das conversaes e at o Padre Joo de Santo Antnio, (3) que nossa famlia sempre honrou com abenoada devoo, me veio ver e abraar em nome do carinho de meus antepassados, aqueles mesmos, Papai, que puseram no seu peito de missionrio do bem o corao generoso que o senhor traz na alma.3) Famosa gruta, localizada em Cordisburgo-MG, que Beto conheceu na infncia. O padre Joo dei Santo Antnio era conterrneo da av materna do Beto, conhecido da famlia e falecido h mais de 60 anos.

Vov Ianez (4) me acolheu logo que me vi necessitado de apoio. Digo assim, porque depois de cair como se houvesse sorvido um tranqilizante violento para dormir, apenas dormi pesadamente... Sonhava a me ver no vago, brincando com os amigos e comentando as alegrias que projetvamos para as frias prximas... Como que prosseguia, a dormir, na viagem que parecia no terminar, at que as minhas impresses se transformaram num pesadelo, do qual acordei num leito de tranqila enfermaria, com uma faixa a me resguardar a cabea.4) Joo Ianez, bisav materno, seguiu para o Mais Alm, no incio do sculo.

Despertei, sentindo dor, e imaginei que fora acidentado, sem a certeza disso. Remdios vieram de mos amigas e dormi de novo para depois acordar com mais calma...

Entretanto, a, foi a nossa casa a se revelar por dentro de mim.

O senhor e Mame, chorando e clamando, sem que eu nada pudesse responder...

Parentes nossos vieram de modo surpreendente em meu favor, e vou indo, pouco a pouco, retomando a vida.

O que sucedeu realmente ainda no sei por detalhes.

Estou feio de algum que houvesse sofrido longo processo de anestesia, sem memria muito segura para recordar minudncias. Mas vov Ianez e o vov Leite, (5) irms de caridade crist que foram e so amigas de minha av desde os dias da devoo a Santo Antnio, me auxiliam com carinho e bno, dando-me novas foras.

5) Francisco de Paula Leite, tambm bisav materno, j desencarnado.

Rogo ao senhor, Papai - a voc meu ai e meu amigo - fortalecer Mame e Sandrinha, com o seu esforo e com a sua coragem.

Deus no se afasta de ns, a vida continua e estamos juntos, embora de outra forma.

Lembre-se com Mame de que, desde os primeiros dias da escola, a idia de um trem de f erro estava comigo e de que a preocupao com o tempo me obrigava a estar marcando datas e mais datas. Algo em mim falava que os dias para mim seriam curtos na Terra e que um comboio estava me aguardando para a viagem final, mas final de linha, meu querido Papai, porque os trilhos continuam...

Para mim como se o trem de Mogi tivesse entrado num tnel... De um lado ficaram vocs, os meus entes amados e de outro estou eu, continuando em nova forma...

Peo-lhes mais uma vez para que me ajudem.

A saudade deve ser para ns uma prece de esperana e com essa prece, trabalhando no bem aos nossos irmos do caminho, seguimos para a luz do reencontro...

Mezinha, no chore mais. Ampare-me com a sua f.

Rogo aos meus queridos avs para me auxiliarem.

Ano passado foi terrvel para mim, o seis de agosto! (6)6) Data de seu aniversrio. Beto se refere ao natalcio que passou, no Plano Espiritual, saudoso dos familiares, apenas dois meses aps a desencarnao.

Se puderem, no prximo aniversrio, faamos a festa de nossa comunho espiritual, ofertando um bolo s crianas reunidas em lar de Jesus, sem o lar terrestre que no puderam ter. Estarei com vocs e vamos encontrar muita alegria.

No deixem que a nossa casa se transforme em recanto de sombras e lgrimas.

A vida tesouro de Deus e todos estamos ricos de trabalho e esperana, f e conhecimento.

Agora, o ponto final que me pedem.

No posso escrever mais. Minhas foras no esto muito seguras. Estou como quem cumpriu uma prova difcil - a de escrever quase sem possibilidade para fazer isto.

Querido Papai, querida Mezinha, querida Sandrinha, meus queridos avs e meus companheiros queridos. aqui, com toda a minha confiana, aquele abrao de meu corao reconhecido.

Beto29 Setembro 1973Consideraes ComplementaresA respeito da mensagem que acabamos de ter, as notas de rodap esclarecem nomes e fatos, contudo, alguma coisa mais h que dizer-se:

Quando Beto diz ao pai: "Voc queria seu filho num hospital para atender s crianas necessitadas e auxiliar aos enfermos desvalidos, sem maiores recursos...", expressa a mais pura realidade, ignorada pelo mdium. Realmente, o Sr. Nery, por vrias vezes, manifestara ao filho o desejo de construir-lhe um hospital para o atendimento de pacientes sem recursos. Era um sonho acalentado com muito empenho.

Tambm, em determinado trecho do comunicado, Beto diz: "Lembre-se com Mame de que, desde os primeiros dias da escola, a idia de um trem de ferro estava comigo e de que a preocupao com o tempo me obrigava a estar marcando datas e mais datas. Algo me falava que os dias para mim seriam curtos na Terra e que um comboio me estava aguardando para a viagem finai..."

D. Lucy confirmou que Beto, de modo obsessivo, vivia escrevendo e datando seu nome nos mais variados objetos que lhe surgissem mo e nos permitiu apresentar algumas fotos que documentam o hbito singular lembrado pelo filho no texto psicografado.

Tambm com relao verdadeira paixo do Beto pelos comboios, contou-nos sua genitora que o rapaz, embora tenha sido aprovado em outras Faculdades de Medicina mais prximas, preferiu fazer o curso em Mogi das Cruzes, pelo insopitvel anseio de viajar diariamente no trem de ferro, encontrando a desencarnao numa dessas viagens.II

Querida Mezinha,

Deus abenoe a ns todos. Estamos bem. Lutando dor aprender de modo a podermos realizar o melhor.

No se aflija, o clima de trabalho se desdobra. As tarefas so imensas.

como se a gente obtivesse um diploma, a fim de encontrar o mundo pela rente. Habituarmo-nos a servir agora uma necessidade a que no se consegue fugir.

Ajude a seu filho, com a sua paz confiante.

Compreendemos. A fome de notcias entre ns semelhante quela sede de cartas e palavras, quando, a na Terra, nos achamos distantes uns dos outros. Mas, creia, Mezinha, pelos pensamentos, o nosso dilogo est sempre mais ativo e mais profundo.

Acalme os nossos entes queridos e estejamos tranqilos.

Nossos amigos Toledo e Fernando (l) esto aqui conosco e agradecem o amor das queridas Mezinhas aqui presentes.1) Carlos Alberto de Toledo, desencarnado aos 20 anos incompletos, s vsperas do Natal de 1969, em acidente de moto e Fernando Luiz da Silva Ribeiro, falecido em junho de 1974, em conseqncia de acidente rodovirio, na estrada que liga So Paulo a Curitiba. Contava 22 anos.

Nosso caro Toledo roga ao pai o auxilie a sustentar a querida Mezinha sempre firme e sempre forte na f.

Por hoje unicamente este bilhete simples o que posso escrever.

Rega, querida Mezinha, com todos os nossos coraes queridos, todo amor e todo reconhecimento de seu filho, sempre mais seu,Jos Roberto12 Abri1 1975III

Querida Mame, como sempre, seu filho pede a sua bno.

Mezinha, ns sabemos.

A saudade um tormento, uma doena, mas precisamos suport-la, transformando-a em servio e esperana.No se aflija, se nossa palavra demora.Palavra som e o pensamento luz. E a luz chega sempre antes.

Pelos pensamentos estamos mais unidos do que nunca.

s vezes, queremos escrever, mas precisamos coibir esses desejos para no ferir companheiros que tanto desejariam expressar-se e que ainda no dispem de meios.

Fique tranqila. Estou bem.

O tnel para Mogi me trouxe para outra faculdade e estou estudando com muita ateno.

Quero aprender a curar os corpos e as almas doentes.

Auxilie a seu filho com a sua coragem. Estou igualmente cooperando pela paz dos nossos, especialmente pela tranqilidade da irmzinha.

A famlia continua e o amar nunca morre.

Esteja certa de que ouo todos os seus pedidos.

Seu Beto pobre ainda, mas vai trabalhar muito para merecer ajudar ao seu corao e ao corao de meu pai e de todos os nossos.

Desejo ao seu carinho um Cu de estrelas sem nuvens a esconder-lhes a luz e receba o abrao de muito amor e de muita gratido do seu filho.

Jos Roberto05. Agosto.1975IVQuerida Mezinha, peo a sua bno.

s um bilhete.

Agradeo o carinho destes dias, como sempre.

Estou aqui, ao seu lado, confirmando presena e amor.

A nossa unio inaltervel. Peo-lhe, no fique triste, nem desanimada em momento algum.

Seu filho est agindo e estudando. Criando foras novas. Trabalharei. Quero dar muita alegria ao seu corao e a todos os coraes que amamos.

Mame, a vida uma herana de Deus. Herana eterna. Confiemos. No h morte.

Repetiremos isso at que todos se conscientizem das realidades do esprito. Prossigamos para a frente, buscando Jesus, embora sentindo Jesus em ns, pelas lies do Senhor que nos iluminam a estrada.

Me querida, em seu carinho, o reconhecimento com todo o amor de seu filho,

Beto07 Agosto 1976VMe querida, peo a sua bno. Ao mesmo tempo, rogo a Deus nos proteja a todos.

Estou muito grato aos Mentores Espirituais pela concesso: escrever aos pais queridos e comentar os ensinamentos novos, todos eles bordados de saudade.

Falo de saudade, Mezinha, mas essa uma inquilina permanente do corao, convertendo-nos em espritos transformados pelo amor sofrido; transformados para as alegrias imperecveis; transformados para sempre em filhos conscientes de Deus.

No nos imaginem distantes - ns os filhos que precederam pais bem-amados na mudana para a Vida Maior. Estamos unidos, associados na mesma esperana e no mesmo ideal de vencer. Compreendo, tantos somos, que mais vale afastar de uma s vez a idia de que seja outro que fala. Sou eu mesmo, Beto, o companheiro do tnel que varou, s pressas,. as fronteiras que nos separam uma vida da outra vida.

E venho, Mame, pedir-lhe calma e bom-nimo.

As nossas notcias reconfortam, mas suscitam em casa novas perspectivas de notcias outras. Parece que, entre dois mundos, cada mensagem ou frase de intercmbio entre ns lembra uma sede no extinta. Comeamos a sorver a gua pura da certeza de nossa sobrevivncia e de nosso amor, entretanto, a impermanncia das impresses de natureza fsica nos deixa a idia de que o lquido no chegou a retirar a febre da saudade de nosso campo ntimo.

Ainda assim, Mame, no temos outro caminho para sustentar-nos, ante a fome do reencontro. Aqui nos ensinam que a Bondade de Deus nos concede essa insatisfao para que, ao buscar-nos uns aos outros, estejamos seguindo frente, conduzindo outros que sem essa ou aquela migalha de amor, de nossa parte, talvez desfalecessem.

Aqui tambm ns somos impelidos por essa fora conteno de nossos impulsos inferiores para maior devotamento ao trabalho e, conseqentemente, ao progresso. Somos lembrados no mundo por entre nuvens de lgrimas e recordamos os nossos entes amados com a neblina do pranto a lavar-nos os coraes. Isso significa que nos cabe enorme esforo para a reintegrao total no amor-presena que se define por fator mximo de alegria em nossas vidasVenho rogar igualmente ao Papai amigo e devotado para que se reconstitua plenamente na f.

Ouo nos recessos da alma o que ele me diz sem articular palavras e o que ele me escreve em tudo aquilo que no fica escrito; no entanto, peo a ele para nos encorajarmos procura da felicidade a que aspiramos. s vezes, Mezinha, vejo-o a mentalizar aquela viagem final de seu filho, quando no Plano Fsico, e noto a perfeio de detalhes com que ele procura reconstruir mentalmente o tnel que me assinalou um ponto importante na Vida Espiritual.

No entanto, agora penso, Mame, que h sempre um tnel para quem vive na Terra. preciso nos decidamos a encontrar os que esto varando os tneis da tristeza e do desnimo, da angstia e da provao, muito mais escuros e mais dolorosos que o tnel da estrada de Mogi.

Mezinha, ns, os que regressamos, no somos apenas portadores de notcias que poderiam ser retardadas. Somos braos que acenam a novos caminhos, mos que esculpem novos mapas de trabalho, vozes de esperana e cartas de renovao. Outra vida nos pede preparao, alvoradas novas anunciam novos dias. Todos os que se acham em tneis de abandono e de infortnio, quantos se instalaram no comboio das provas, sonhando diplomaes de cultura e felicidade no Reino Espiritual, so lembrados para essa festa de paz e amor.

Deus existe e a alma imortal! A morte alterao da forma, alterao apenas e ns todos estamos reunidos em Deus, conquanto a separao aparente em que as nossas conceituaes tradicionais da vida no mundo nos obrigam a adotar provisoriamente.

Ainda mesmo quando falemos em saudades e lgrimas, expressando-nos da Vida Nova, estamos pedindo coragem e fortaleza queles que amamos. A sensibilidade nossa pode estar ferida ou as nossas foras dilapidadas, mas, na essncia, estamos edificando uma vida melhor, em que a ausncia com a certeza do reencontro nos impele a renovar-nos para Deus, trabalhando e servindo cada vez mais.

Agradeo os pensamentos de paz e amor da nossa querida Sandra. Estamos entrosados na mesma construo. Em verdade, no conseguimos suprimir os obstculos da estrada em que seguimos, lado a lado, suportando cada qual o abenoado fardo de nossas necessidades e aspiraes. E, nessa bendita comunho, dar-nos-emos todos as mos para que a subida se faa menos difcil. Digo assim porque toda senda para o Alto sempre ngreme, prenunciando cansao e empeos naturais diante da marcha.

Ao escrever nesta noite, desejo expressar os nossos votos de paz e alegria a todos os coraes amigos que nos partilham as oraes. Nosso real desejo seria o de que todos os pais e mes presentes algo recebessem dos filhos queridos ou de outras criaturas abenoadas, dentre os que se domiciliam aqui; porm, estamos restritos a certas quotas de fora.

Mesmo nessas limitaes, temos a satisfao de transmitir algumas notcias dos amigos e companheiros presentes aos amados, aqui conosco.

Nosso amigo Jos Roberto Pereira Cassiano, o nosso querido Shabi, abraa os pais, em companhia da irm Dosolina que beija a nossa querida irm D. Maura. (1)

(1) Av e me do outro Beto. Ver mais adiante maiores esclarecimentos.

Nosso irmo Alfredo Pessoa, com o nosso amigo Tato, recomenda seja dito sua filha, nossa irm D. Dirce, que ele e outros amigos esto colaborando em auxlio aos irmos Severino e Olavo. (2)2) A respeito do Tato, Carlos Alberto da Silva Loureno, sugerimos ao leitor a consulta dos livros Jovens no Alm e Somos Seis. Alfredo Pessoa seu av materno j desencarnado e Dirce Pessoa da Silva Loureno, Severino Domingos Loureno e Olavo Jorge Bonfim, so respectivamente a mezinha, o pai e o tio.

A jovem Mafalda beija as mos da sua querida Mezinha, nossa irm Marinetti, (3) agradecendo-lhe a conformao e o valor com que soube aceitar a prova da separao violenta que as distanciou uma da outra entre o campo terrestre e a Vida Espiritual.3) Mafalda Martins Ribeiro faleceu aos 14 anos, em acidente de moto, no Rio de Janeiro, no ltimo dia do ano de 1956. Marinetti sua genitora, Maria Nazar Martins Ribeiro.

Nosso irmo, de nome rio, (4) abraa os pais queridos e notifica que prossegue em tratamento espiritual adequado.4) rio, Francisco Savrio Orlandi, jovem desencarnado em acidente rodovirio, filho de Domenico Orlandi e Elda Coggiola Orlandi.

Entre os nossos queridos Toledos, Carlos, o irmo de nossas faixas de trabalho, no s beija a fronte dos amigos queridosque lhes foram pai e me no mundo, mas abraa tambm aos irmos Marlia e Antnio Carlos, informando ao nosso amigo Carlos Eduardo, o querido pai e companheiro de sempre, que o seu amigo Dr. Carlos Mesquita est sob atenciosos cuidados de benfeitores da Espiritualidade Maior e comunica, ainda, aos pais queridos, nossos irmos Toledo e D. Olga, que no se despreocupar do auxlio solicitado em benefcio do nosso amigo Flvio Mindlin e da querida irm Helosa. (5)5) Carlos Alberto de Toledo, j citado anteriormente, envia aos pais, Carlos Eduardo e Olga, notcias do amigo de famlia, Dr. Carlos Mesquita, falecido em 1976. Helosa e Flvio Mindlin Guimares so a irm e o cunhado do jovem mencionado.

Nossa irm Pia Maciel (6) volve ao convvio das filhas queridas e pede ao genro-filho pacincia e fortaleza, na certeza de que as lutas presentes passaro, deixando precioso saldo de paz.6) Pia Maciel, falecida em 1975, genitora de Accia Maciel Cassanha, dirigente do Lar do Amor Cristo, entidade esprita da capital paulista.

Nosso amigo Durval Tricta beija a filha querida, nossa irm Dinah, e pede seja dito esposa dele que, em companhia de mdicos amigos, est cogitando de auxiliar-lhe a sade no lar de Sorocaba. (7)7) Durval Moreira Tricta, pai de nossa amiga e companheira de Doutrina Esprita, Dinah Tricta. Sua esposa, Maria do Carmo Moreira Tricta, recentemente desencarnada. Durval Tricta faleceu em 1961.

E outros e mais outros dedicam lembranas afetuosas a todos os presentes.

Por fim, quero dizer que o nosso estimado Augusto Cezar est conosco, auxiliando-me a grafar esta carta, ao mesmo tempo que envolve nossa querida irm Yolanda, (8) que ele considera seu anjo protetor, nas mais puras vibraes de reconhecimento e carinho.8) Yolanda Cezar, abnegada missionria do bem, mezinha de Augusto Cezar, j nosso conhecido.

Mezinha Lucy, no se deixe dominar por tristeza alguma. As lutas so exames de habilitao para cada um de ns e, com pacincia, transformaremos todas as dores em alegrias na qumica da vida. Os dias se desdobram apressados, sofrimentos so unicamente pequenas pedras que o tem o nos auxilia a transformar em jias de alto preo, nos tesouros da Eternidade. Estamos aqui estudando e trabalhando, a fim de honrar os nossos pais queridos.

A se fala em muitos votos memria dos mortos que no morreram, pois aqui, igualmente, renovamos compromissos de trabalho e aperfeioamento, a fim de aguardar o reencontro nosso com os valores diferentes que possamos acumular em ns para receb-los um dia, com o respeito e a gratido que lhes devemos.

Mezinha, abrace por mim aos nossos - a todos os nossos, especialmente aqueles que dividem conosco as inquietaes e alegrias dirias. Pea ao papai por mim, para no desanimar em momento algum e que ser melhor recordar trabalhando que recordar sofrendo.

A ele e nossa Sandra, com os nossos coraes queridos, a minha ternura iluminada de preces nas quais peo a Deus nos abenoe e nos fortalea, ao mesmo tempo que rogo ao seu carinho de Me receber um beijo de muito amor e de muita saudade, com tudo o que seu filho possa ser e sentir de melhor.

Sempre seu filho em seu corao, sempre seu

Beto29 Agosto 76VIMeu pai, querida Mezinha, peo-lhes a bno.Estamos reconhecidos com a festa. Um bolo de aniversrio, baseado nas alegrias da prece! (1) No sei o que dizer. A palavra parou na garganta e as melhores letras que eu desejava escrever parecem encerradas dentro do lpis. Trago-lhes, desse modo, pais queridos, todo o meu corao.1) Tocante homenagem anual dos pais do Beto ao filho desencarnado, comemorando-lhe o aniversrio, junto de crianas carentes, em Uberaba.

A nossa solenidade do natalcio foi um acontecimento espiritual de muita significao Uma comemorao para as comemoraes do futuro. As alegrias do lar trazidas para outros lares, especialmente aqueles lares em que outros filhos e outros pais esto lutando pela sobrevivncia.

Do lado terrestre, os amigos queridos, com tantos companheiros abenoados e tantos coraes maternos, a se desfazerem na felicidade de fazer os outros felizes.

De nosso lado, natural lhes diga que o nosso amigo Augusto foi o maestro da orquestrao de paz e de esperana que nos iluminou os coraes. Wady, Carlos Toledo, o Jair Presente, o Erio, a Volquimar, as irms Maria Helena e Maria Clia, o Nasser, o Shabi, o Henrique Gregris, (2) e tantos outros da unio com Jesus nos rejubilvamos pela oportunidade de estarmos todos juntos.2) Augusto Cezar Neto, Wady Abraho Filho e Volquimar Carvalho dos Santos j so nossos conhecidos; encontramo-los juntos no livro Somos Seis. Carlos Alberto de Toledo e rio j foram citados anteriormente e Maria Helena Marcondes e Maria Clia Marcondes so irms, falecidas em 1976 e 1975, respectivamente, com pouco mais de 20 anos. Seus pais residem em Santa Izabel, municpio paulista, tambm citado no texto. O Nasser, Nasser Miguel Haddad desencarnou aos 15 anos de idade, em acidente de automvel. Shabi o outro Beto, autor espiritual deste livro e Henrique Gregris faleceu em Goinia GO, em acidente de trnsito, no dia 10 de fevereiro de 1976.

E pedi a professores, especialmente meus, em Medicina, cooperassem conosco, trazendo aos nossos irmos visitados, recursos magnticos de sade, nos quais, com as fatias do bolo, transmitissem sade e foras novas aos nossos irmos doentes, notadamente as crianas. E eu, o pobre rapaz do nat feliz com a irmzinha Sandra em meu corao, pedi a Deus os recompense a todos. E agradeci por tudo, porquanto, nestas horas da Terra em que os noticirios falam de guerras e dios, de calamidade e lutas, ns, debaixo daquele cu azul, louvvamos a Deus, cantando a esperana num mundo melhor.

Agradeo por todas as crianas e por todas as mes, por todos os pais e por todos os irmos que a festa beneficiou e peo a Jesus coloque nas mos de nossos benfeitores de So Paulo e de Santa Isabel, como tambm de outros recantos ali presentes, novos tesouros de amor fiara a exaltao do bem, nas estrelas invisveis da caridade.

Papai e Mezinha querida, muito grato lembrana. Meus avs Francisco e Ianez (3) estavam conosco e ali todos ramos coraes unidos em Jesus, sem qualquer se arao, entre os mais jovens e os mais aumente amadurecidos na experincia. Desejava escrever um poema em que lhes agradecesse tanto carinho e tanto amor, mas escrevo no corao a preo de agradecimento, na qual peo a Deus os faa felizes.3) Francisco de Paula Leite e Joo Ianez, bisavs j domiciliados na Vida Espiritual.

Creiam. Quando atravessarem o tnel da existncia humana, farei o possvel farei exprimir-lhes a todos a minha gratido.

Papai e Mame querida, com os nossos amuos e com as nossas irms, transforma os hoje em nossa famlia maior, recebam o abrao em forma de corao do filho e amigo muito reconhecido.

Jos Roberto06 Agosto 1977VII

Mezinha Lucy, Deus nos proteja e abenoe.

Um carto no papel.

S isto. Mas o corao est em cada letra, desejando-lhe um aniversrio muito feliz - um aniversrio de estrela maternal ao nascer no cu de nossas vidas e outro aniversrio de unio feliz com o papai. (l) Felicito a ambos. Agradeo as ddivas de seu amor s crianas, recordando seu filho. Isso me fala profundamente ao corao. Deus a recompense. Pea por mim nossa, querida Sandra muita pacincia e serenidade.1) Beto refere-se ao natalcio da genitora e s Bodas de Prata dos pais, comemorados nos dias subseqentes recepo da mensagem.

Tudo encontra a paz, quando esperamos por Deus. Nosso amigo Shabi transmite um beijo de muito carinho aos pais e no posso omitir uma solicitao. O jovem Csar Arajo Maffra nos solicita registrar aqui um abrao aos queridos pais presentes. (2) Est em nossa reunio, mas ainda no se sente bastante forte para escrever sem lgrimas - lgrimas de alegria e reconhecimento aos pais a quem ama tanto.2) Csar Arajo Maffra desencarnou em dezembro de 1975, aos 21 anos de idade, em Niteri-R.J. Filho de Luciano Maffra e Neuza Anglica Arajo Maffra.

Mezinha Lucy, receba mais um abrao. Um abrao do tamanho do amor de seu filho que lhe beija carinhosamente as mos.

Sempre seu Beto22 Outubro 1977VIIIQuerido papai Nery, minha querida Mame, querida Sandra, estou aqui, recordando a bno de casa e pedindo a Deus que nos proteja e abenoe a todos, sem me esquecer dos familiares distantes.

Estou emocionado com esse carinho com que me rememoram os vinte e cinco anos de ligao com a vida nova. (l) Recolhendo tanto amor, posso dizer-lhes que o meu reconhecimento est sendo escrito com letras em forma de lgrimas. Lgrimas de felicidade, porque Deus nos facultou o reencontro. A morte do corpo no conseguiu deslustrar-nos a f. As dificuldades para o relacionamento constante, alis, nos acalentaram a esperana de modo diferente.

(1) Beto agradece mais uma vez a festa de aniversrio, feita em sua homenagem para crianas carentes.

Se provaes aparecem, estamos em dia com as oraes de confiana em Deus, sabendo que terminaro em tempo breve; se obstculos repontam do caminho, lembramo-nos para logo de que prosseguimos juntos, trabalhando uns pelos outros; nas horas de insegurana, recorremos inspirao para resolver os mais intrincados problemas com as sugestes do Mais Alto; e, sobretudo, quando surpresas dolorosas se destacam no cotidiano, a certeza de que no nos separamos nos d foras novas, auxiliando-nos a suportar com pacincia qualquer tipo de violncia que se nos faa.

Creiam que sou mais feliz agora em que o amor uma luz permanente a clarear-nos os coraes por dentro, para sabermos que Jesus no nos abandona.

Mezinha, agradeo ao seu carinho, bondade de nossa irm Dona Maura e de todos os outros coraes amigos que ofereceram hoje tanto carinho e tantas bnos em meu nome. Aquele bolo da fraternidade, numa festa sob os cus da tarde, parecia-me o meu prprio corao repartido com as crianas que so hoje mais nossas. Tantas ddivas recebi.E assim me expresso, porque em cada sorriso de nossos pequeninos e de nossos irmos em provas, se me afigura estar recebendo alimento espiritual que me nutria e me nutre o sentimento para a aquisio de nova f na vida.

Muito grato, papai, por suas cartas, por suas felicitaes escritas em pranto, no recanto ntimo de nossas meditaes.

Sandra, agradeo ao seu corao de irm o entendimento com que aderiu s nossas lembranas. Irms e benfeitoras queridas que auxiliaram minha me a realizar estes votos pelo filho que a morte no aniquilou, muito obrigado! Deus as recompensar com bnos renovadas de paz e alegria, luz e amor.

E aqui, diante de todos os amigos, quero dizer que no mereci tanto brilho de ternura e tanto testemunho de abnegao, transferindo a todos os irmos e a todas as irms aqui reunidos, as doaes de generosidade que me foram feitas.

Elas pertencem a vocs todos, os que acreditam nas promessas de Jesus, ao anunciar-nos que a vida seria amor e proteo de Deus para sempre. Pertencem a todos os coraes que se congregam aqui nesta noite, na certeza de que Deus no nos separaria uns dos outros e que o amor vence a morte, para ser perdo e entendimento, paz e luz.

Mezinha Lucy e meu caro papai, estou reconhecido.

Conosco se encontram amigos queridos outros que, de nossa Vida Nova, acorrem a participar de nossas preces de gratido e de esperana.

Shabi, o amigo maravilhoso nos trouxe poemas de amizade e carinho, cujas vibraes se derramam em nosso favor em todo o ambiente; Rubens Lzaro e o irmo Jos de Assis Toledo esto em nossa companhia, abraando a nossa querida companheira Dona Zininha; (2) o irmo Luiz Pitti abraa a nossa irm Dona Neuza; (3) o Nasser afaga o corao da Mezinha Dona Shirley (4) e pede ara que no estranhe a sua ausncia de cartas que no significa ausncia de amor, e amigos diversos se renem conosco neste mesmo gape de felicidade espiritual.2) D. Zininha, Ambrosina Coragem Toledo, me de Rubens Lzaro e esposa de Jos de Assis Toledo, desencarnados, respectivamente, em maio de 1977 e outubro de 1964, em So Paulo-SP.

3) Ainda no foi possvel identificar Luiz Pitti e D. Neuza.

4) O Nasser j nosso conhecido. Filho de Miguel Nasser Haddad e Shirley Haddad, residentes em So Paulo-S. O Sr. Miguel partiu para o Alm posteriormente recepo da mensagem, no dia 10 de novembro de 1979.

No conjunto daqueles irmos que ainda no conhecia pessoalmente, destaco a jovem Elionete que, em companhia do seu pai Edvaldo Frana, nos solicita sejam transmitidas carinhosas lembranas sua Mezinha Damiana (5) e cito estaocorrncia para dizer, querida Mame, que no temos aqui apenas os nossos amigos ntimos e sim companheiros muitos que agradecem a Deus estes minutos de paz que desfrutamos.

5) D. Damiana Santos Frana, esposa de Edvaldo Frana e me de Elionete, desencarnados respectivamente em 1968 e 1978.

Querida Sandra, creia, seu irmo no a esquece. Tenho ouvido suas lembranas e peties. Deus conceder a voc a felicidade que o seu generoso corao merece.No se entristea por dificuldades de compreenso no campo dos seus ideais de menina e moa. Esperemos. O tempo exato das nossas realizaes, aquele tempo em que os nossos sonhos se realizam naturalmente, o tempo de Deus. Aguardemos a vontade de Deus, trabalhando, estudando, servindo e melhorando-nos sempre.

Tenho o corao como que a se desfazer na emotividade com que escrevo.Pais queridos, queria irm, amados de meu corao, irms e irmos que me doaram tanto amor, peam a Deus para que eu possa valorizar esses tesouros que me confiam e, beijando-lhes as mos, sou o filho, irmo, amigo, companheiro e servidor sempre reconhecido que pede a Jesus nos conserve a todos nas bnos de seu amor e de sua paz.

BetoJos Roberto Pereira da Silva05 Agosto 1978IX

Querida Mezinha Lucy, peo a Deus nos abenoe. O seu pensamento um m e no posso esquivar-me.

Sei que a senhora tem estado doente e um tanto mais fatigada. Mas no se sinta sozinha no tratamento quase silencioso. Amigos espirituais esto agindo em seu favor e seu Beto, embora ainda to pobre de recursos, j consegue auxiliar um tanto. Deus abenoar esse tanto que to pouco, a fim de que a migalha de minha singela cooperao se transforme em concurso substancial de verdade.

Felizmente, Mezinha, o seu cansao de trabalho e cansao dessa natureza facilmente se converte em renovao de foras. No julguem senhora e meu pai Nery que eu esteja ausente das letras voluntariamente.

Acontece que assumimos o compromisso de colaborar com outros comunicantes, para que se matriculem por dentro de nosso intercmbio, a fim de que no sejamos ns os nicos favorecidos e o nosso grupo vai esperando vez...

Estou sempre por perto...

Esse por perto o fio da orao no poste da saudade. Basta um toque de campainha da prece sem palavras e o fio vibra transmitindo a mensagem.

Peo dizer nossa querida ngela que no a esqueo e formulo votos para que ela prossiga esperando o melhor que exista no mundo e na vida... Namoro aproximao e aproximao vida permutada. Se no fiquei a para casar, estou aqui para ser til e amar sempre.(l)1) Beto e ngela eram namorados, quando do falecimento do jovem estudante de Medicina.

Nossa querida Sandra vai muito bem e rogo a ela continue sendo a irm sempre dedicada que ficou em lugar duplo, o dela e o meu junto dos queridos pais e dos avs sempre queridos.

Mezinha Lucy, o nosso amigo Shabi est presente e se faz lembrado aos genitores cada vez mais queridos.

O Nasser igualmente est conosco e trabalhando ativamente em auxlio aos familiares.

Peo ao seu carinho de me e a meu pai Nery no permitirem que a amargura das lembranas tristes fique em nosso campo de pensamentos por nuvens de frio, congelando esperanas e frustrando-nos a alegria de pertencermos uns aos outros.

Tudo segue bem, porque temos Deus em nossos coraes a guiar-nos para dias melhores.

Desejando querida Mezinha Lucy, que a sua sade esteja em pleno refazimento, abraa o papai e deixa-lhe um beijo de filho sempre reconhecido o seu, sempre seuJos Roberto13 Abri1 1979XQuerida Mezinha Lucy, receba com meu pai a minha solicitao de bno. Tenho os dois, unidos nossa querida

Sandra e aos nossos familiares queridos, em minhas recordaes mais ntimas. Oito de junho! Oh! as saudades do filho que no desaparecem, os castelos que se transferiram de lugar e as novas esperanas no corao!

assim que me apresento para celebrar com os pais queridos e com tantos amigos dedicados o stimo ano de transformao.

Mezinha querida, com as nossas amigas D. Maura e Dona Shirley e junto de outras afeies, acompanhei as suas emoes, rememorando a minha partida involuntria.

Sei que o seu corao de Me adotou o melhor processo de festejar. Compreendo que esse festejar lembrar sofrendo, mas Jesus nos deu outras estradas para acompanh-lo. A senhora, Mame, com meu pai quiseram brindar-me com o amor, no amor que distriburam e esto distribuindo com aqueles irmos nossos do caminho terrestre...

Quanto vale a roupa que subtrai a nudez de uma criana ou o cobertor que agasalha um doente desvalido, qual o preo de um bolo aos que sonham com a mesa farta e qual a importncia em que se taxa uma ddiva em benefcio de um amigo ao desamparo, sinceramente no sei...Mas para mim que recebi tudo isso, na pessoa dos que foram beneficiados, esses tesouros no encontram avaliao...

E por isso que as lgrimas de alegria hoje me sobem do corao para os olhos no objetivo de agradecer.

Fui eu, Mame, quem na realidade recolheu tudo o que doaram em memria destes nossos sete anos de modificao. O comboio de Mogi no me afastou de casa. Continuamos sempre mais unidos e a prova disso a nossa comemorao intima de hoje.

Aqui se encontram em nossa companhia os irmos que Deus me concedeu nos tempos ltimos.

Nosso querido Shabi me reanima, indicando-me as realizaes da frente, o nosso Nasser me abraa, o nosso Sidney (l) me dirige palavras de paz e esperana, alm de outros muitos companheiros que nos visitam e eu, em meio de tudo isso, me sinto cada vez mais rico de amor, na pobreza que me caracteriza, mas sempre a enriquecer-me do carinho que meus pais queridos, a querida irm e os avs queridos me ofertam, qual se eu fosse um privilegiado de Deus.1) Vitimado por disparo acidental, Sidney Rodrigues deixou o Plano Fsico, no incio de dezembro de 1976, na capital paulista.

Nesse sentido, me sinto realmente assim; porque acolho todos esses talentos de luz por emprstimos do Cu que me induzem a trabalhar e aprender a servir sempre mais. Estou feliz e agradeo a todos; Deus, em sua Bondade Infinita, retribuir com estrelas de felicidade essas bnos com que me iluminam os passos.

Responderei, sob o amparo de Jesus, com trabalho. O Senhor me conceder essa felicidade de agir para o bem, a nica forma de que disponho para assinalar a minha gratido.

Nosso amigo Carlos Alberto de Toledo faz questo de mostrar-me o seu afeto e tento uni-lo corrente de meus pensamentos de alegria e gratido.

Jesus acoberte a todos os amigos queridos em sua proteo, estruturada de paz e amor.

Querida Mezinha Lucy, a felicidade mora em lugar desconhecido em que no encontra meios de expresso, porque debalde a procuro para falar por mim ao seu carinho, mas, bem no ntimo de seu maternal corao, a sua ternura saber quanto seu filho est contente.

A todos, todos os nossos afetos, os meus agradecimentos e para voc, querida Mame, juntamente do Papai e de nossa Sandra Maria, todo o carinho iluminado de preces pela felicidade de todos, do seu filho, sempre o seu companheiro de todas as horas, sempre o seu,

BetoJos Roberto 08 Junho 1979XIQueridos pais, abenoem-me. Deus nos proteja a todos.

Mezinha Lucy, meu pai Nery e querida Sandra, estou multo grato pela festa do aniversrio que celebraram, recordando a minha presena singela.

Estou feliz e reconhecido. As roupas com que vestiram nossos companheiros necessitados, especialmente as nossas queridas crianas, so trajes para mim mesmo pelo conforto que me ofertam e o bolo precioso dedicado aos nossos pequeninos um tesouro de bnos que me alimenta de novas energias para a vida espiritual.

Agradeo comovido aos pais queridos e querida irmzinha, extensivamente a todos os nossos amigos que nos compartilharam da alegria de hoje,.antecipando a nossa segunda-feira prxima e peo a Jesus a todos recompense e a todos nos abenoe.

Muito carinho do filho sempre grato e irmo reconhecido.

Beto04 agosto 1979XII

Querida Mezinha Lucy, peo-lhe me abenoe.

Mame, a pgina para desejar-lhe um feliz Dia das Mes, ao lado de meu pai, da Sandra, da vov e de todos os nossos. Com essas felicitaes, venho rogar-lhe revigorar-se com a medicao adequada. Noto-a um tanto fatigada e precisamos restaurar-lhe as energias. A vov, igualmente, vem sendo objeto de nossa melhor ateno, no sentido de que se lhe recuperem as foras orgnicas. Peo dizer ao Papai Nery que venho acompanhando as notas e observaes que ele est alinhando para destacar o nosso encontro e a minha prpria sobrevivncia. (1)1) O Sr. Nery habitualmente escreve cartas ao filho, em prosa e verso, inspiradas pginas com que o pai amoroso busca atenuar a dura saudade da separao compulsria.

Tudo bem. Faamos o melhor ao nosso alcance, compreendendo que semear a verdade plantar alegria e confiana nos caminhos difceis que as criaturas humanas esto atravessando em nossos tempos.Envio a ele e nossa querida Sandra. vov (2) e a todos os nossos, a minha palavra humilde de paz e de esperana.2) Otlia Leite Ianez, av materna.

Para o seu querido corao, Mezinha Lucy, deixo neste papel todo o carinho e todo o reconhecimento de seu filho.

Jos Roberto (Beto)10 Maio 1980XIIIQuerida Mezinha Lucy, abenoe-me.

Estou ouvindo os seus pensamentos a me falarem alto pelas ondas do amor materno. "E um bilhete s, meu filho" - diz voc sem palavras.

Compreendo. As saudades so conjuntos de sombras a vagarem por dentro de ns, tangidas por foras que ainda no compreendemos e que nos envolvem todo o ser. No me supunha indiferente a essa carncia afetiva a que fomos arrojados em nossa casa. Foi com dificuldade que prossegui meus estudos na Vida Espiritual e que continuo a sustent-los no sentido de me fazer mais til aos benfeitores que se dedicam cura dos doentes, nossos irmos.Compreendo, porm, que ser trabalhando que conseguirei abrir caminhos para a construo do nosso prprio futuro e, desse modo, prossigo em minha demanda: continuar vinculado famlia querida na Terra e empenhar-me s tarefas da Espiritualidade, entre as quais vivo sempre transitando e, ao mesmo tempo, partilhando as alegrias e as dificuldades, as realizaes e as bnos de nosso grupo sempre querido.

Amigos nossos esto auxiliando ao Papai Nery na organizao do livro que ele vem formando e estamos satisfeitos. (l)1) Ver nota de rodap na mensagem anterior.

Envio muito carinho a nossa querida Sandra. E agradeo ao seu amor, Mezinha Lucy, pelas roupas agasalhantes que faz com os seus prprios esforos para vestir as crianas menos afortunadas, em meu nome. Muito grato.

Vou terminar, porque o relgio comanda a e aqui. Toda a gratido aos familiares e aos amigos, pedindo-lhe receber com o papai Nery um beijo de muita saudade e de muita esperana do filho reconhecido.BetoJos Roberto25 outubro 1980XIVQuerida Mezinha Lucy, abenoe-me.

Compreendo que estamos quitados na contabilidade das notcias, porque pelas p g, roas d Papai Nery e por nossos entendimentos gerais, sabem ambos que a nossa unio prossegue indissolvel. Ainda assim, querida Mezinha Lucy, estou registrando os seus desejos de obter algumas palavras de seu filho, quanto ao casamento de nossa querida Sandra e solicitei permisso para enderear ao seu carinho a presente mensagem de carinhosa gratido.

Estou muito reconhecido por todo o seu ideal e disposio de memorizar-me o 6 de agosto. Fiquei satisfeito com o bolo e no tenha dvida de que tambm usufru a minha parte no lar de nossos irmos necessitados ou mais necessitados que ns mesmos, para onde a sua bondade nos dirigiu.

Agora, aguardemos o setembro vindouro, no qual desejo aos nossos queridos Sandra e Fbio (l) muitas felicidades. Um lar sempre uma bno de Deus e espero que a nossa Sandrinha saber imitar-lhe os exemplos de Esposa e Me, sempre com a luz do sacrifcio por ns, iluminando-nos os caminhos.1) Fbio Gonalves Dias Filho, cunhado de Beto.

Felicitaes aos irmos queridos no empreendimento a que se confiam e sigamos a nossa viagem nos continentes da experincia humana, procurando constantemente o melhor para cada um de ns, dentro dos critrios cristos que nos inspiram e governam a vida.

Querida Mezinha Lucy, esteja certa de que muito me sensibilizei ao notar-lhe a idia de vir at aqui, na firme confiana de encontrar-nos, reencontrando-nos.Deus a recompense pelo amor que nos dedica e receba com o Papai Nery e

todos os entes que amamos sob o teto abenoado em que a Bondade de Deus nos colocou, o corao em forma de abrao do filho agradecido.

Beto14 Agosto 1981

Jos Roberto Pereira CassianoO OUTRO BETOJos Roberto Pereira Cassiano, o Shabi, nasceu na capital paulista, a 19 de fevereiro de 1951, falecendo em acidente rodovirio na Via Anchieta, quando retornava de Santos para So Paulo, na noite de 9 de maro de 1974.

Filho do Sr. Abigail Pereira Cassiano e de D. Maura Pereira Cassiano, deixou o convvio dos pais e amigos com apenas 23 anos. Dotado de invulgar sensibilidade artstica, Shabi, como estimava que o chamassem, era desenhista projetista, mas cultivava a pintura, a fotografia e a decorao. Como observamos no texto do outro Beto, tambm nas pginas assinadas pelo Shabi, destaca-se a exteriorizao de sua alma sensvel, construindo frases e expondo pensamentos, com a mesma firmeza e graa com que manejava o pincel e a paleta.

Filho nico, sua partida mergulhou os pais em infindvel tristeza, tendo se agravado sobremaneira o estado de sade do Sr. Cassiano que permaneceu internado, nos primeiros dias de separao, na Terapia Intensiva da Beneficncia Portuguesa de So Paulo.

O que representou a primeira e tambm as demais mensagens do Shabi, pela psicografia do Chico, aos pais saudosos?

O depoimento que se segue, recolhemo-lo ao Sr. Cassiano e D. Maura, cujas palavras pausadas e ternas do a medida da grandeza dos pais esticos e serenos, confiantes em Jesus, ante a adversidade que os atingiu.

"Estivemos pela primeira vez em Uberaba, para falar com Chico Xavier, sete meses aps o falecimento do Shabi, orientados pela bondade de D. Yolanda Cezar. No ano seguinte, dezoito meses aps o desenlace de nosso filho, voltamos a Uberaba e recebemos sua primeira carta. "

"At ento, a situao era de total desespero. Minha sade a cada vez mais se agravava", lembra o Sr. Cassiano. "As noites eram indormidas e quando chovia nosso desespero aumentava, pois temamos que nosso Shabi, sepultado, recolhesse os rigores da chuva a encharcar a terra fria. " Os pais saudosos encontravam arrimo somente nos tranqilizantes que lhes aquietavam as foras.

E prosseguiu o Sr. Abigail com a palavra:

"A mensagem representou-nos um blsamo para a alma e para o corpo. A sade melhorou e eu passei, com minha esposa, a sentir o filho presente em tudo o que era dele e que guardvamos com carinho. Compreendemos, ento, que o reencontro com ele somente poderia ser um reencontro espiritual. O sono comeou a voltar e passamos a ir mais vezes a Uberaba, na esperana de receber novos recados ou, como ns entendamos, mais uma carta do filho querido.

Hoje, vivemos mais felizes, oramos pelo Shabi e constantemente sentimo-lo conosco em esprito.

Pelas palavras de nosso filho compreendemos que a morte no existe. "I

Querida Mezinha, meu querido pai, tudo to novo para mim, em nosso reencontro, que tenho dificuldade para registrar um assunto antigo: - pedir a bno de Deus para nos. Mas peo esse auxlio da Divina Providncia e conto com esse amparo em nosso favor.

Se pudesse, no escreveria e sim tomaria lpis e cores, tintas ou pincis, para transmitir os meus pensamentos de agora num quadro em que lhes pudesse dar a idia de toda a beleza e de toda a luz que nos rodeiam.

Entretanto, preciso resignar-me s linhas cravadas no papel, tentando exprimir o que sinto. E tenho lgrimas dentro de minha alegria. E noto a alegria, dissipando-me o sofrimento em que se nos convertem as lembranas aqui nesta abertura entre duas vidas.

De qualquer modo, resumo as emoes novas em duas palavras que, de certa maneira, me quadram as expresses: estou bem. Isto, queridos pais, to pouco e, no entanto, diz tudo porque, na essncia, quero explicar que toas s aflies passaram.

Aquele nove de maro (1) foi realmente um dia de duras provas.1) 9 de maro de 1974, data em que o jovem comunicante foi transferido para a Vida Maior.

Quando deixei a Beth em casa, voltei no mesmo veculo para tomar conduo de volta. Conhecia o Expresso e no podia supor que seria surpreendido pela hora do adeus de que no cogitvamos. A viagem seguia o compasso da Anchieta, entre paradas de trnsito e marchas rpidas para ganho de tempo, quando, ao movimentar-me, ca num impacto de foras que no sei descrever. Quis reagir, gritar por socorro, mas tive a impresso de que um suave anestsico me entorpecia as foras mentais. O pensamento escorria do crebro, como se fora sangue a derramar-se de outros campos do corpo...

Sensao estranha de esvaziamento, compelindo-me a desfalecer, sem recursos de resistncia. E dormi. Pelo menos, foi esta a convico que me ficou na memria ao despertar...

Conflitos e providncias, toques e chamamentos, em torno de mim, pareciam pesadelo no qual mergulhava, cada vez mais, at que entrei num nvel de inconscincia profunda.

Acordei, queridos fiais, numa sala de apresentao muito difcil com as palavras de que conseguiria dispor.

Era eu e no era eu quem se achava ali numa dualidade que no podia reconhecer.

Ouvi conversaes e apontamentos que me espantavam.

No entanto, mdicos e enfermeiros me administravam agentes sedativos que me impuseram mais descanso.

Em meio daquela penumbra da mente, em que todas as formas se expressavam desfiguradas ao meu olhar, acreditei-me acidentado e, por isso mesmo, doente.

Com muito esforo pronunciava os nomes de vocs dois, rogando fiara que me buscassem, at que um amigo, o Irmo Cassiano, (2) amorvel benfeitor, feio de um pai a tutelar-me, explicou que representava a nossa famlia, a recomendar-me tranqilidade e confiana. A presena de semelhante protetor me acalmava...

2) Benfeitor Espiritual da famlia.

A situao prosseguia, quando o Irmo Cassiano me avisou que traria meus pais para um reencontro.

Da a instantes, notei-lhes a presena quase rente a mim. Mezinha e voc, papai, pediam notcias minhas.

S ento entendi que me achava em So Bernardo, no longe do quilmetro em que havia sofrido a queda. Compreendi mais.

Aquele no era um recinto de hospital, mas um refgio de paz e silncio, reservado aos que j haviam atravessado as fronteiras, das quais me vejo agora muito aqum...

Fiz tudo para fazer-me sentir, a fim de tranqiliz-los. Mas o amigo fiel que me assistia e ainda me protege, em todos os passos da Vida Nova, me sossegou o esprito atribulado, afirmando que estavam dados os primeiros passos para que recebessem minhas notcias.

A idia da despedida, ento, tomou corpo em mim e s a, querida Mame, compreendi que seu filho havia deixado a veste fsica, feio de algum que se transfere de estrada ou de carro, a fim de tomar caminhos diferentes.

Confesso, meu pai, que a Lgrimas me subiram do corao para os olhos, porque no me sentia preparado, quanto agora, para o exame do assunto. Era muito sonho e muita esperana a tombarem do alto de nossas aspiraes e projetos.

Lembrei-me, porm, da energia de Mame no trato da vida e da compreenso de meu pai nas dificuldades do mundo e, refletindo nos exemplos de amor e f viva com que ambos sempre me facultaram o entendimento mais-elevado e mais correto, busquei asserenar-me...

Ainda assim, a pesquisa que efetuavam, as perguntas que ouvi, sem que me fosse possvel qualquer manifestao para esclarec-los, me feriam o corao. Observei que me procuravam com aflies iguais s minhas e percebi que a incerteza era o clima de nossos pensamentos e indagaes.

Sofri ao v-los na retirada com as mesmas dvidas que me pairavam na alma e ca em crise de lgrimas como no podia deixar de ser.

Novamente, o benfeitor incansvel promoveu os meios de socorro dos quais necessitava e um sono maior abenoou a minha cabea cansada...

Depois, quando voltei de novo a mim, achava-me em outro lugar e em outra instituio. Um hospital-escola, ou melhor, um educandrio de recuperao espiritual me abrira s portas e, esse recanto de paz e amor, consegui sair devidamente acompanhado para visitar papai na Beneficncia Portuguesa. Desde ento, melhorei, porque era preciso consolidar minha f para ser-lhes til.

Necessrio esquecer-me fiara sustentar, quanto possvel, o querido enfermo que abracei, contente, no dia em que vimos de alta, em nossa casa da Alameda. E vou compreendendo que todas as nossas dificuldades vieram, Mezinha, do passado em que o seu Shabi contraiu dvidas a pagar.

Sei que voc, minha me e minha luz, tem sofrido um calvrio em que a subida feita de pranto a encharcar o caminho de angstia. Mas peo a ambos para que a alegria nos retome os coraes. Mame, voc foi sempre, e ser em nossa vida, a nossa fortaleza e o nosso carinho, a nossa confiana e a nossa paz. Continue, fervorosa na certeza de que Deus no nos abandona.

Realmente, no desejo lembrar as ocorrncias estranhas que seu filho atravessou naquele maro distante.

Mezinha, agora, temos papai por nosso maior amor, por filho mesmo a quem precisamos doar toda a nossa ternura.

Estejamos unidos em nossa esperana.Sei tudo quanto empreendem em meu benefcio e tudo agradeo. E creiam que a parte melhor do nosso culto de saudade, a bno de reconforto que estendem aos que necessitam de apoio, em dificuldades e provaes maiores do que as nossas.

Ouo o que me falam em casa, quando as nossas recordaes se completam na mesma faixa de saudade e de indagao; entretanto, rogo para que me tratem, como antes, desenhando ou fotografando, estudando a vida ou construindo mentalmente o futuro.

Peo a meu pai coragem e alegria. Medicar-se, sim, e sempre, mas situar a f em Deus sobre os recursos humanos.

E voc, Mezinha, conserve-aquela felicidade to nossa, quando suas mos queridas me guiavam nos estudos, abenoando-me as lies. No deixe a alegria de lado quando me fite os retratos. Recorde-me, sorrindo.

Lembro todos os poemas de amor de seu amor para mim, suas expresses de ternura, suas pginas de carinho e seus bilhetes que sempre me alcanam e me alcanaram o corao por estrelas de felicidade e de paz.

Estamos todos mais juntos. E trabalharemos para o nosso reencontro, um dia, com as bnos de Deus, no Plano Maior.

Lembre-se, querida Mame, de seus doces avisos quando os obstculos surgiam: - meu filho, tudo est melhorando e amanh nossa vida ser sempre mais linda.

Baseado em suas disposies, sempre venci e creia que estou vencendo... pois at as barreiras da morte consigo atravessar, conquanto sob auxlio, a fim de lhes enviar as notcias de agora. Penso, queridos pais, que no devo criar sugestes no nimo das afeies que deixei. Todos estamos na bno de Deus e hoje reconheo que Deus a nos todos conduzir para o que nos seja. mais aconselhvel e mais justo. Mas envio, em silncio, a todos os coraes queridos, a mensagem de meu agradecimento e de meu afeto.

Entrego-lhes, pais queridos, todo o meu corao nesta carta. Companheiros queridos hoje me compartilham das novas experincias. Os colegas de ontem esto aqui de outra forma, porque tenho novos irmos de trabalho e de ideal para valorizar os tesouros do tem o, enquanto melhoro a mim mesmo, a fim de auxili-los.

Querida Mezinha e querido Papai, aqui o horrio pede o ponto final.

E desejo reafirmar que a morte no ponto final em cousa alguma do que pertence a vida. Que seria a morte? Sorriam comigo e imaginemos nela um ponto e vrgula. Aquele sinal que indica estao de pausa, sem ser fim no que se escreve.

Recebam meus melhores pensamentos, nos quais volto prece, rogando a Deus por nossa felicidade.

Papai querido e querida Mezinha, com vocs dois aquele abrao de trs juntos.

E conservem a certeza de que este beijo que deposito aqui nesta folha simples, o beijo de muito carinho e de muita saudade, de muito amor e de muita esperana do filho sempre mais de vocs dois, sempre mais reconhecido e sempre mais filho do corao.

Jos Roberto(Shabi) 20 Setembro 1975EsclarecimentosOs fatos so de desconcertante preciso, envolvendo detalhes e citaes totalmente alheias ao conhecimento de Chico Xavier, como, alis, sempre acontece em suas participaes medinicas. Destacamos ao leitor a precisa narrativa de Shabi, sobre os momentos primeiros, aps a morte, lembrando que deixara a namorada Beth em Santos e, com o mesmo txi, o que Beth posteriormente confirmou, voltara Rodoviria, onde tomou o Expresso Zefir, rumo de So Paulo.

Fala do acidente e dos instantes que se lhe seguiram, quando foi transportado da Via Anchieta para o Necrotrio de So Bernardo do Campo, sendo, ento, sepultado na condio de um desconhecido.

Relata a exumao, em So Bernardo do Campo, j uma semana depois do acidente, quando foi possvel a identificao dele, confidenciando que acompanhava a aflio dos genitores, na tentativa de localizar-lhe o corpo.

Lembra, tambm, que depois do novo sepultamento, realizado em So Paulo, visitou o pai na Beneficncia Portuguesa, buscando socorr-lo e, aps a alta hospitalar, reencontra-o j em casa, na Alameda Jahu.

Chico Xavier ignorava nomes, fatos, o detalhe do txi, os contratempos, envolvendo a identificao do seu corpo, a exumao, etc...II

Mezinha do corao, pai amado, Shabi.

Sou eu, meus amores.

O fone est funcionando pelos fios da alma.

Quero falar de saudade e o amor toma a vanguarda. O carinho quer dizer que maior. Noto a luta entre os meus prprios sentimentos. Fao a soma de todas as parcelas de vida que me compem o ser e a mdia geral amor sempre. Amor, saudade e gratido.

Os assuntos so tantos!

Mas, acima de tudo, querida Mezinha, quero inform-la de que estou lendo todas as pginas que voc me escreve pelo correio da prece. O silncio o carteiro.

Agradeo por tudo e respondo - Sim, me lembro...

- Amo-a cada vez mais...

- Papai est em meu corao... - A falta hoje muito maior que a de ontem...- Sim, Mezinha, as estrelas brilharo outra vez para ns.

- Seu filho est bem...- Por que? Porque as leis de DEUS queriam que assim fosse...

- Mame, a saudade no uma provao, um convite de DEUS para trabalharmos com mais dedicao pelos que suportam dificuldades maiores que as nossas...- A Primavera chegou, mas seu filho no est ausente...

- Trago flores para voc e meu pai, flores perfumadas de carinho incessante...

- Nossos quadros so hoje mais belos...

- Me, as tintas do pensamento so muito mais lindas que as da paleta terrestre...

- E os nossos ideais esto sempre mais vivos...

- S o bem, meditemos unicamente no bem, porque o bem triunfar... Querida Mezinha, aqui esto algumas de minhas respostas s suas pginas de ternura."Fale conosco desta vez, meu filho..."

Escutei o seu pedido que para seu filho sempre uma lembrana querida e nunca uma solicitao, e estou aqui para dizer-lhes que estou melhorando.

Papai, voc est melhor de sade e precisa melhorar cada vez mais... Rogo ao seu esprito valoroso sobrepor-se aos estados negativos da tristeza sem significao. Estamos, presentemente, mais juntos.

Aqui, vivemos segando o que pensamos e pensamos conforme a substncia de nossa personalidade, nas faixas espirituais da vida.

Creiam, fiais queridos, que estou trabalhando, ativamente, na preparao do futuro. Procuro renovar-me por dentro de mim mesmo, a fim de criar elevao por fora de mim.

Agradeo igualmente o esforo que fazem na colaborao comigo. Embora, por vezes, muito longe, espacialmente falando, recebo de imediato as idias que me transmitem e com essas idias as aes que elas produzem. Recursos que se transformam em alegria, amparo que se faz bno, doaes que se convertem na felicidade dos coraes que as recebem e moedas que acabam parecendo luzes acesas nas sombras da necessidade. Em memria", "pela saudade de nosso Shabi", "pela felicidade de nosso filhinho", "pela reafirmao de nosso imenso amor" - tudo isso me vem aos ouvidos, com as preces que trocamos, pedindo a Deus, uns pelos outros. (I)1) As palavras de Shabi confirmam o que os jovens desencarnados sempre reiteram nos textos psicografados: permanecem muito prximos de seus pais e familiares vivendo e sentindo os mesmos problemas as mesmas alegrias. A separao da morte apenas fsica; os espritos, freqentemente, continuam ligados conosco e sua aproximao tanto maior quanto menor for o desespero dos que permanecem aqui na erra, porquanto o sofrimento que os familiares evidenciam lhes diretamente transmitido pelas foras vivas do pensamento.

Querida Mezinha e meu querido pai, no sei fotografar o meu reconhecimento com as palavras; se pudesse desenharia um corao amparado em duas estrelas, simbolizando eu mesmo, apoiado em ambos, amados meus.

A vida para mim, nos domnios diferentes da Espiritualidade, vai decorrendo em faz,, no obstante as inquietaes injustificveis, mas compreensveis da ausncia. Digo "injustificveis", porque aprendi com meus pais queridos que os Planos da Bondade Divina se efetuam sobre os nossos prprios desgnios.

Meu av Jos Henrique Pereira e a querida v Dosolina so para mim benfeitores e guardies. (2) Outros protetores do campo familiar me reanimam e me auxiliam.2) Jos Henrique Pereira e Dosolina Sponton Pereira, avs maternos, desencarnados, respectivamente em 1970 e 1974.

Estou deslanchando do cais de nossa profunda ligao para o mar alto da compreenso maior. Isso no significa mais extenso na distncia e nem qualquer perda no tesouro de nosso afeto. Desejo apenas configurar que estou seguindo adiante, j que o tempo uma fora de Deus que no se pode interromper. Sigamos.Para complementar os meus exerccios de ao espiritual, venho oferecendo a cooperao possvel ao nosso irmo Carlos Alberto Fernandes, no Santa Rita, ante o pedido de nossa irm Lucy, (3) e podem acreditar que, apesar do longo processo quase comatoso, ele encontrou sempre, e est encontrando de nossa parte, o concurso que se nos faz possvel. E as almas querias agradecem o carinho e a assistncia que o cercam.3) Carlos Alberto Fernandes, jovem que, na poca, se encontrava internado na Casa de Sade Santa Rita, em So Paulo-SP.

Mezinha, o amor um mistrio. Por mistrio designamos o inexplicvel. Comea em ns, de ns para algum e de pois somos trs: pai, me e filho ou mais filhos a estendermos essa bno do Cu, de uns para com os outros. Depois Mame, o corao assemelha-se a uma concha de luz que se multiparte. E iniciamos um novo curso de entendimento. Esse curso bendito, em que vocs dois me instalaram, a beneficncia.

Eu que amava tanto as artes todas, principio hoje por penetrar na maior de todas - a do amor ao prximo, seja o prximo quem seja.

Mame, esses meninos descalos, que voc me ensinou a ver melhor, poderiam estar conosco, em nossa casa e esses doentes todos que abraamos, poderiam ser nossos parentes, amados por voc e por meu pai, como vocs me amaram e me amam.

Me, to bela a claridade da gratido nos que sofrem e to soberanamente lindo o reflexo estelar das mes que carregam os filhinhos nos prprios braos que, por vezes, seu filho imagina que Deus no teria outro lugar para colocar o imprio dos astros seno no regao da noite, porque no sofrimento humano que a Divina Providncia traou o caminho de luz para a felicidade.

Trabalhemos sim, esperando e amando-nos naqueles que nos estendem os braos sequiosos de paz e compreenso.

As recordaes de So Bernardo desapareceram. (4) Lembro-me do apstolo de Jesus que se dedicava a salvar os que jaziam relegados neve e ao desamparo e penso que ele tambm ter-nos- estendido as mos socorredoras, enviando recursos para que nos reencontrssemos na saudade e na orao, que hoje se renovam para ns, em foras abenoadas de esperana e servio.4) Cidade onde o corpo do jovem foi recolhido, aps o acidente. Ver comentrios iniciais.

Agora so as reas enormes de realizao que nos esperam, a cada dia, para que ns, dia por dia, venhamos a construir a estrada de nosso reencontro.

Creiam-me presente. No h separao entre os que se amam. O pensamento uma tomada de poder divino ante os recursos prodigiosos da Criao. Basta a idia, e a imagem voa ao nosso encontro com a velocidade sem acesso, por agora, ao conhecimento dos homens.Chamem-me, sim. Estou disponvel. Nossos mentores daqui me afirmam que posso cooperar de algum modo e que as ligaes nossas se erigem por intercmbio d e ao sempre mais construtiva.

Sei que sou ainda to pequeno, a fim de ajudar e preciso fazer esta ressalva; no entanto, um privilgio ser lembrado por pais to queridos e to devotados ao bem, quanto os meus, para que eu a renda a realizar algo de bom ou de mais til.

Estou feliz com as lgrimas de alegria que esta carta me faculta verter. Quando o corao quer falar de amor e no encontra as frases prprias, encontra em si mesmo as prolas do pranto de jbilo e de gratido pela possibilidade de express-lo.

As letras explicam e as lgrimas contam. Mezinha e meu pai, dou-lhes, de novo, todo o meu afeto com toda a minha alma, centralizada nesta mensagem. Muito grato dor tudo, tento, quase diariamente, repetir-lhes estas palavras com os beijos que lhes entrego, no silncio.

E, quando ambos conseguem algum repouso, no veludo da noite, muitas vezes, lembro-me de quando me embalavam em criana e peo a Deus, em orao, para que os conserve valorosos e felizes. No consigo devolver as melodias com que me acalmavam no adormecer, mas posso transformar a prece que fao num hino sem palavras em que Deus sabe que a minha gratido fala muito alto.

Fiquem fortes e contentes, o que lhes desejo.

E, agradecendo o carinho de todos os nossos e a especial ateno dos amigos que nos compartilham da alegria deste reencontro, entrega-lhes o corao reconhecido, o filho e companheiro de trabalho e de esperana, hoje quanto ontem, agora quanto ser sempre.Jos Roberto(Shabi ) 31 De Outubro 1976III

Mezinha querida e papai sempre lembrado, abenoem-me.

A falta de escrita no falta de saudade. (l)1) Resposta de Shabi aos rogos maternos. D. Maura se queixava em pensamento ao filho que h algum tempo no recebia qualquer palavra sua, atravs do Chico. Sempre perto dos pais, apesar da ausncia fsica, o nosso Beto "pescou" o lamento materno e respondeu: "A falta de escrita no falta de saudade".

Nasser, Sidney e outros amigos, estamos aqui a desejar-lhes um Feliz Natal. (2)2) Nasser j nosso conhecido; Sidney Fava faleceu em 1976, atropelado, em So Paulo, aos 16 anos.

Um amigo nos solicita seja transmitido Irm Dona Clia uma rogativa - a rogativa para que ele se console e se fortalea onde se encontra. o nosso irmo Clio Onida Arajo, (3) que veio para c, de improviso, num processo de aneurisma que ele mesmo desconhecia. O rapaz chora e pede Mezinha para que no se lamente, a fim de que ele possa reconfortar-se.3) Clio Onida de Arajo, economista falecido aos 33 anos de idade, vtima de ataque cardaco, em 1977, no Rio de Janeiro.

No me esqueo, Mezinha, dos parentes e amigos. Vov Ceclia e a irm Da (4) ainda esto com a prioridade em meus cuidados - depois dos cuidados com que sigo Papai e voc mesma.4) Da Dias Schmulevitch, amiga da famlia, que perdera em 1973 um filho com 22 anos. Na poca, ainda entre ns, Shabi a reconfortou muito, continuando a faz-lo, tambm do flano Espiritual. Vov Ceclia, av paterna, Ceclia Bons Cassiano. sempre enferma, da os cuidados do neto Shabi.

Agora, faa seu filho sorrir e fique feliz. Com um beijo repartido entre ambos - Voc e Papai - sou o seu filho enamorado de seu carinho e cada vez mais agradecido ao seu amor.

Sempre seu SHABI (*)26 Novembro 1977

(*) Aps assinar a mensagem, Shabi tentou desenhar flores e como no o conseguisse, certamente pela forte emoo do momento, escreveu as seguintes palavras:

"No posso desenhar as flores que desejo. Ofereo-as, Mezinha, a voc, pela imaginao.

Seu sempre, Shabi."

IVQuerida Mezinha, querido Papai. Abenoem-me.

O aniversrio est em minha lembrana. (l) Luzes foram acesas nas preces e votos de felicidades que me ofertaram.1) Dias antes, 19 de fevereiro, os pais comemoravam, em prece, o aniversrio do filho que, em Esprito, estava presente.

Flores de esperana em nossa festa da alma enriquecem-me a nova vida. Mezinha, seria difcil, ontem para mim, fazer-me lembrado, de vez que a nossa comemorao a trs com Jesus estava sendo levada a efeito. No que seu filho menospreze a doce recordao de famlia e sim porque tenho visto o sofrimento sob novas modalidades.

A dor nas mes, aqui reunidas ontem, no me permitia manifestaes de regozijo fremente. E a deixar de faz-lo com a espontaneidade e a extroverso que so minhas, julguei mais acertado votar a favor dos propsitos de nosso irmo Eurico Tadeu que precisava podar as angstias da senhora Mirthes que, entre ns, mostrava um corao agoniado e profundamente deprimido.(2)2) Eurico Tadeu desencarnou em Manaus-AM, em acidente de automvel, no ano de 1977.

Hoje, ao que me parece, posso falar em nossa festa e agradecer, rogando ao Papai fortalecer-se e viver tranqilo. Alegria sade. Reconforto remdio. Carinho tranqilizante. Amor vida. Entendimento renovao.

Peo a Deus para que em aninha condio de filho tenha posto o ponto nas iiiis do caminho.

Agradeo por tanta ternura, tesouro que me faz infinitamente feliz. E agradeo ainda o bem que espalharam em favor dos nossos doentes e das crianas, pensando em mim.

Sou dos filhos mais ricos da Terra, porque os tenho no corao.

vista disso entrego-lhes, com toda a minha alma, o corao do filho e companheiro reconhecido de todos os instantes,Shabi11 Maro 1978VMezinha querida, Querido pai. Deus na bno com que me fortalecem.

Estimaria escrever com pinceladas de luz estas frases de agradecimento e de amor. Enunciar o meu reconhecimento pelas flores deste ms de Maio que me ofereceram. Contar-lhes muito mais com carinho do que com palavras o jbilo, por vezes, orvalhado ~ lgrimas com que lhes recebo no corao as lembranas queridas.

Entretanto, nas grandes emoes, os vocbulos do mundo assemelham-se a pedras, naturalmente burilveis para a execuo de obras-primas,. no entanto, sempre frias, maneira de tijolos preciosos e inertes, incapazes de exprimir a linguagem do corao.

Curvo-me, portanto, aqui, neste lpis amigo para restringir-me conveno do "muito obrigado.

Muito obrigado pela ternura com que me recordam, pelo devotamento com que me escrevem as mais belas pginas da alma, pelo apoio incessante com que me acompanham em plena vida espiritual, pela cobertura de abnegao com que me enviam tantas estrelas de bondade, atravs do caminho e da presena de tantas crianas e de tantos jovens, em cujo contato me rememoram a vida.

Querida Mezinha, acolho em esprito as memrias sublimes que a sua generosidade me enderea pela face de todos aqueles pequeninos e de todos os companheiros de juventude, em sorrisos e bnos de compreenso e de amor. Sei que a sua maravilhosa vida um castelo encantado nas tarefas de educao a que se consagrou e atravs das suas lgrimas de saudade e esperana, ausculto a prpria Humanidade.

Sempre ouvi dizer que o ouvido terrestre escuta, na concha, o idioma do mar, e um filho registra na dedicao maternal todas as foras que sustentam o mundo. Continue sim, abenoando e auxiliando...

Ao lado de meu pai, o companheiro incansvel de nossa caminhada nas trilhas do Tempo, prossigamos doando vida o que tenhamos de melhor. No lhes firam os espinhos da marcha no cho da Terra. Ainda que as sementes do bem e da esperana venham a cair em glebas aparentemente estreis, esses valores nunca desaparecem.

Chuvas de provaes e canculas de angstia surgem nos climas da existncia, eroses inesperadas convertem altos montes em vales e plancies, tempestades arrasadoras explodem, por vezes, e transformam as paisagens...

Rochedos se deslocam, desertos se fazem verdes, abismos alcanam alturas, fontes desabrocham de penhas esquecidas e as sementes de Deus erigem prodigiosos jardins...

Flores despontam por toda parte e perfumes inesperados buscam os cus. Tudo isso vemos daqui, deste "Mais Alm", que continuidade da prpria Terra. A morte pode trazer as sombras da noite, entretanto, a vida reinar sempre e ningum lhe barra as fulguraes do alvorecer. Ns, os que voltamos do mundo, somos unicamente viajores de retorno ao lar.

A saudade a sentinela que nos guarda nos dois planos. A nos faz chorar na sede de presena e aqui nos aflige no desajuste da distncia... Mas, da lei do Senhor, seguirmos sempre ao encontro do Bem Eterno e da Eterna Beleza, para a comunho integral no Amor Divino.

Creiam, pais queridos, que no divago. Por vezes, a expectativa humana aguarda de nossas manifestaes uma cornucpia de revelaes, a derramar-se em valores indiscutveis de identificao da verdade, no entanto, nem sempre a simbologia dos nomes e dos nmeros usada na Terra consegue acender a luz que desejamos, porquanto, em muitos casos, imprescindvel que a revelao espere pela maturidade, a fim de ser til.

Compreendero quanto digo, face dos problemas de nossas vivncias no muno. Quantas vezes anelamos falar de cimos resplendentes a coraes queridos que em vo nos assinalam os conceitos, habituados que se acham sombra respeitvel em que se encontram, realizando o melhor que se lhes faz possvel.

No desejo dizer que estejamos num intercmbio de ordem superior quele que se verifica entre os entes amados. No bem isso. O problema de amor que sabe compreender ara saber esperar. Onde exista uma agulha de amor, a est a presena de Deus, e Deus a prpria pacincia convertida em esperana no trabalho incessante do Bem a tudo e a todos.Venho agradecer-lhes. Se posso atingir.o objetivo a que me proponho, estou satisfeito. Entendemo-nos e isso vale mais que quaisquer argumentos tendentes discrdia, porque a discrdia ser sempre desequilbrio e o desequilbrio sempre perda.de tempo. Amemo-nos sempre mais e sirvamos quanto se nos faa possvel.

Em nossa companhia temos o Irmo Cassiano que a identificao nos arquivos humanos no consegue a ficha talvez desejvel. De onde vem o sol que nos ilumina, detido no Espao, a fim de sustentar-nos a vida? Que nome doaremos ao firmamento, quando sem nuvens?

Como exumar a memria dos anjos que esculpiram na Terra as flores primeiras?

Quem saber a procedncia dos gnios tutelares que combinaram os agentes qumicos no nascimento do mundo para a fabricao dos perfumes conhecidos do homem?

Assim tambm, aqui, vezes e vezes, defrontamo-nos com aqueles que nos embalaram nas noites do tempo, amparando-nos e amando-nos, muito antes que os conhecssemos.

Irmo Cassiano ser um ser assim celestial e terrestre que inspirou a existncia de meu av Cassiano, a unio dele com a v Ceclia, (l) para que meu pai aparecesse e me entregasse aos seus braos. Mezinha querida... Ele ser o amor indefinvel, o mensageiro que fala com o silncio e que nos ama com a bno do apoio oculto e incessante, para mim semelhante ao dos anjos.1) Jos Pereira Cassiano e Ceclia Bons Cassiano, avs paternos.

Dessa atmosfera de alegria e de entendimento em que esse mesmo sublime benfeitor me recebeu que tenho escrito, na nsia de pintar com palavras os quadros de minha nova vida.

As cores, porm, no so figuras geometrizveis e muitas vezes troco impresses com os pais queridos no domnio inabordvel das idias mais puras, com as quais operamos no caminho das horas em que seguimos juntos e separados, visveis e invisveis, felizes e aflitos, qual se nos mantivssemos numa corrente sutil de sorrisos e lgrimas, de esperanas e desconsolos, de tristezas e alegrias...

Mas este o acesso a vencer e no temos outro, porque as Leis de Deus determinam que nos ausentemos, por vezes, uns dos outros para amar-nos muito reais, aprendendo, ao mesmo tempo, a compreender e amar aqueles que ainda no amvamos e nem compreendamos.

Agradeo por tudo o que nos deram neste ms de aniversrios coloridos de imorredouras lembranas, (2) tempo de mes e filhos, horas sagradas de lar e momentos de reaconchego nos ninhos de ternura em que evolumos pela dor e pelo trabalho para o Amor Sempre Maior.2) Em comemorao ao Dia das Mes e em reverncia memria do filho, os pais de shabi visitaram em Uberaba algumas Instituies Beneficentes, ofertando-lhes socorro material, a par do calor humano que lhes caracteriza a presena.

Agradeo irm Nury bolores e aos seus filhos queridos pelos dilogos de f renovadora e pelas bnos de cooperao em nossas tarefas; (3) irm Lucy pela entrega dos brindes de paz e carinho em benefcio dos coraes maternos, tantas vezes desalentados e sofridos no mundo; irm Olga Duprat (4) pelas preces de confiana em nossa colaborao, pedindo resistncia nas provas redentoras; agradecemos, tantos amidos juntos e eu mesmo, por tudo o que fizeram e fazem por amenizar o sofrimento, onde encontram esse buril de Deus, esculturando o progresso espiritual.3) Amiga da famlia.

4) D. Olga Duprat se encontrava em grande sofrimento, com o filho e o mando enfermos. Ambos faleceram algum tempo depois.

Pai amigo, muito obrigado, querida Mezinha, muito obrigado. Minhas letras refletem saudade, mas essa saudade um setestrelo de amor e esperana em meu corao.

Estou renascido e feliz por pertencer-lhes, reconhecendo que ns trs pertencemos a Deus.

Sigamos juntos para diante. Hoje o calendrio humano a desfolhar os dias com nmeros e siglas convencionais, no entanto, amanh ser a imortalidade vitoriosa e o reencontro sem adeus.

Muito amor com todo o corao e todos os sonhos da filho que os rene no mesmo beijo envolvente de confiana e carinho na unio em Deus, luminosa e sem fim.

Sempre o filho reconhecido.Shabi20 Maio 1978VIMezinha querida, querido papai Abigail.

Unidos, peamos a Deus nos abenoe.

Tempo vai, tempo vem...

Correm as dificuldades no trnsito das horas. As provas seguem voando, embora, por vezes, com asas de chumbo... A renovao se processa. A mudana age com fora inexorvel. Entretanto, o amor a presena de DEUS. Luz envolvente e imperecvel. Por isso mesmo, a saudade deixa de ser um caminho de sombra para ser a chama da esperana, nas vias do reencontro.

Estas reflexes me ocorrem frente do Natal, quando Jesus nos rene a todos no mesmo ideal de solidariedade. Uma compreenso nova desponta por dentro de ns e inclinamo-nos, de uns para os outros, entendendo-nos por irmos autnticos, viajores da mesma estrada e filhos do mesmo pai.

Mezinha, embora as dificuldades de intercmbio, estou feliz. Permutamos, diariamente, as nossas impresses e, momento a momento, endereo Eterna Bondade a minha gratido por haver encontrado nos pais amados, que me acolheram, os melhores companheiros do mundo.

Associo-me ao jbilo de nossa casa nas recordaes de Jesus e compartilho do trabalho bendito em que surpreendo tantos irmos nossos, nos mais variados setores da experincia na vida.

Muito grato, Mezinha, por matricular-me na escola bendita da beneficncia em que as revelaes da Bondade Divina se nos fazem mais acessveis aos coraes.

Penso na alegria dos amigos que recolhem, sob a neblina da provao, as notcias do Divino Benfeitor, com o anseio baldado de express-la em quadros de luz que nos dessem as dimenses do amor infinito do Cristo de Deus, vencendo as eras e dominando as circunstncias do mundo, conquistando almas e comunidades, iluminando vidas e reajustando coraes, cada vez mais.

Mezinha, a sua bondade o meu carto de Boas Festas, que encaminho a quantos conheo, porquanto, em todos os votos que formulo, esto as sementes vivas dos seus exemplos de abnegao e carinho.

Que o Natal e o Ano Novo lhes oferea - a ambos - pais queridos, tudo aquilo que a vida contenha de melhor.

De corao ligado ternura com que se dedicam aos companheiros da retaguarda, levantando-lhes o nimo, para que se ergam para Deus e se faam felizes, tanto quanto j nos sentimos esperanados de encontrar a alegria perfeita, com a vitria sobre ns mesmos, peo a DEUS nos conserve plenamente integrados na unio fraternal, uns com os outros, a fim de aprendermos a servir com o Divino Servidor.

E estendendo os meus votos de paz e felicidade a todos os coraes amigos que nos oferecem base e estrutura s tarefas em que nos comprometemos na Seara do Bem, entrega-lhes o corao reconhecido e feliz, o filho e companheiro que lhes segue os passos na jornada de elevao, reafirmando-lhes que sou e serei sempre o filho que os ama infinitamente e lhes deve cada vez mais,

Shabi15 Dezembro 1978VII

Querida Mezinha e meu querido papai Abigail.

Abenoem-me.

A noite recorda a outra de cinco anos de retaguarda. Depois do ofcio religioso em que nos vimos consternados pelo sofrimento da separao, o recolhimento em casa, depois de tantos cerimoniais para o silncio.

Tudo recapitulado, temos hoje, a dor transforma em alegria. As notas do cntico de angstia so, neste momento, melodias de jbilo em nossos coraes que o tempo transfigurou em relicrios d e esperana.

Lembro-me de todas as minudncias e, nesta hora, associo a nossa querida Beth em minhas recordaes, de vez que naquela alma de menina e moa os acontecimentos haviam assumido a face do horror.

Graas a Deus estamos longe daqueles dias, que medearam entre o 9 e o 16 de maro, comprimindo-nos os sentimentos, qual se estivssemos prensados numa estreita cmara de fogo. Quando pude abraar o papai, em pleno tratamento intensivo, no hospital, num encontro, aparentemente, de sonho, j me encontrava, ento, liberto de todos os laos negativos que me algemavam quela sede de reencontro.

Agradeo a Deus e aos nossos mentores quanto aprendemos, em dias to poucos, assimilando ensinamentos que apenas se recolhem no educandrio da angstia.

Mezinha querida, a Vida continua...

Os nossos dilogos dentro da vida so os mesmos. O amor jamais desaparece. A vida luz perene. A morte ser sempre a grande iluso. Tudo vibra. Da estrela ao verme e do abismo ao espao celeste, as marcas sublimes da Presena de Deus se destacam, indicando-nos os cimos que nos cabem atingir.

Ainda hoje, sei o preo que os pais queridos resgatam em saudade e pranto, no que se refere minha suposta ausncia; entretanto, reconforto-me ao pensar que celebramos o meu renascimento na Vida Triunfante, onde todo gemido humano se converte num hino de esperana e onde as maiores tribulaes se dissolvem na alegria perfeita, maneira da nuvem que desaparece frente do sol.

Agradeo aos pais queridos quanto fizeram e fazem a meu favor, creditando-me a felicidade, que sabem esculpir para os outros, em nome do filho que tanto lhes deve e peo ao Senhor da Vida enriquec-los de bnos sempre maiores.

Estamos aqui, alguns amigos, o Beto e eu, expressando o nosso r