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1 Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V A melhor parte Diác. Valinho Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos Editorial António Louro Os nossos Padres P. Rui Gomes A a subida para o Calvário uma grande multidão seguia Jesus. E as mulheres batiam no peito e choravam por Jesus. Jesus, porém, voltou-se e disse: “mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos…”. Será que Jesus rejeitava os sentimentos de piedade e compaixão daquelas mães, ao vê-lo tão desfigurado e sofredor? Sem dúvida que não! O seu apelo é bem mais grave e profundo. A Ele próprio vemo-Lo ter muita compaixão de Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém, tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos como a galinha reúne os pintaínhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! (Lucas 13, 34). E já muito perto da cidade, ao vê-la, chorou e disse: “ Se também tu compreendesses, hoje, o caminho da paz!” (Lucas 19, 41). Talvez possamos compreender a partir destes textos de S. Lucas a segunda parte do salmo 80: Escuta Israel, não terás contigo em deus alheio, nem adorarás divindades estranhas… Mas o meu povo não ouviu a minha voz!” (SI 80,9.10.12) A fé de adesão a Jesus, em três etapas: admiração, porque ninguém fala como este homem; seguimento, porque “Ele é Caminho, Verdade e Vida”; compromisso, porque comprometer-se é amar e só o Amor realiza o homem. Chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Porquê? Quem sobe uma montanha e descobre a nascente de um rio, fica maravilhado com a pureza da água e o seu gosto delicioso. À medida que esta água desce para a planície, torna-se ribeiro, rio e recebe sujidades, produtos tó- xicos deitados fora pelos seres que habitam nas suas margens. Quando ela chega à foz para se lançar no mar, quem a beber pode ficar envenenado. A nossa vida é como uma nascente de água pura, saída das mãos do urante muitos anos joguei rugby, um jogo reconheci- damente viril, direi mesmo violento, mas talvez não tanto como o futebol profissional moderno. Desses muitos anos guardo muitas e boas memórias, algumas mazelas e ossos partidos, e muitas lições impor- tantes para a minha vida pessoal e profissional. Num desporto como o rugby, depressa apren- demos o verdadeiro sentido de trabalho em equipa, sabemos bem que dependemos do trabalho uns dos outros, e que se não o fizermos, o nosso colega de equipa, ou nós mesmos, podemos sofrer seriamente. Ou seja, quando entra- mos em campo, mais ainda quando jogamos contra equipas melhores e maiores (como por exemplo os Ingleses, Franceses, alguns eram autênticos gigantes), sabemos que a “vida” dos nossos colegas está nas nossas “mãos”. Quando penso no próximo referendo, revivo estas imagens, só que desta vez não são as “vidas” dos meus colegas de equipa, mas sim milhares de Vidas, de jovens Vidas humanas com poucas, muito poucas semanas, que contam comigo, que contam connosco. Ontem como hoje, digo, lá estarei. Esta é a contribuição que posso e devo dar perante o grito de ajuda de todas estas vidas. Julgo que este é o contributo que nos é pedido e perante o qual não devemos falhar. Contem comigo, contem... Criador, mas que nós “sujamos” com o nosso orgulho e auto-suficiência, com o nosso pecado, individual e colectivo. Jesus vem “purificar” esta água: transforma a água da morte em água de vida. É por isso que não é pela morte de Jesus que devemos chorar – a sua morte e ressurreição é a “purificação” da água mas antes pelas conse- quências provocadas pela rejeição do seu projecto. Com a paixão, morte e ressurreição de Jesus nasce,”dentro de cada um de nós, uma fonte de água pura que jorra para a vida eterna” (João 4, 14). vida nos seus primeiros momen- tos, passa muitas vezes ao lado de quem anda envolto em si mesmo. É discreta, silenciosa, mas cheia de vigor e energia. Uma energia que quer despontar para chamar a atenção de todos. Só quem está atento é capaz de a defender e de a A VIDA DESENVOLVE-SE... promover! A vida no seu desen- volvimento é marcada por gestos de carinho e amizade, que sem nos dar- mos conta, podem repre- sentar muito para alguns. Estamos a viver um tempo favorável, propício a estarmos ao lado de todos, valorizando o dom da vida que Jesus a todos nos dá. D “ Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos “ Lucas 23, 27-28 (Lucas 23, 27-28) N “Obrigado Senhor, pelo amigo que nos deste” Em nome das paróquias da nossa Unidade Pastoral de Sintra, o Cruz Alta deseja expressar a amizade e o carinho que têm pelo seu querido pastor, irmão e pai, P. Carlos Jorge, a quem desejam as maiores felicidades. Que Deus o abençoe na sua e nossa caminhada. 27 Janeiro PARABÉNS P. CARLOS JORGE

Chorai antes por vós mesmas e D por vossos filhos N · Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos Editorial António Louro Os nossos Padres P. Rui Gomes A a subida para o Calvário

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Page 1: Chorai antes por vós mesmas e D por vossos filhos N · Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos Editorial António Louro Os nossos Padres P. Rui Gomes A a subida para o Calvário

1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

A melhor parte

Diác. Valinho

Chorai antes porvós mesmas epor vossos filhos

Editorial

António Louro

Os nossos Padres

P. Rui GomesA

a subida para oCalvário uma grandemultidão seguia

Jesus. E as mulheresbatiam no peito echoravam por Jesus.Jesus, porém, voltou-se edisse: “mulheres deJerusalém, não choreispor Mim, chorai, antes, porvós mesmas e por vossosfilhos…”.

Será que Jesus rejeitavaos sentimentos depiedade e compaixãodaquelas mães, ao vê-lotão desfigurado e sofredor?Sem dúvida que não! O seuapelo é bem mais grave eprofundo.

A Ele próprio vemo-Lo termuita compaixão deJerusalém: “Jerusalém,Jerusalém, tu que matasos profetas e apedrejas osque te foram enviados!

Quantas vezes Eu quisreunir os teus filhos comoa galinha reúne ospintaínhos debaixo dasasas, mas tu nãoquiseste! (Lucas 13, 34).

E já muito perto dacidade, ao vê-la, chorou edisse: “Se também tu

compreendesses, hoje, ocaminho da paz!” (Lucas19, 41).

Talvez possamos

compreender a partirdestes textos de S. Lucasa segunda parte do salmo80:

“Escuta Israel, não teráscontigo em deus alheio,nem adorarás divindadesestranhas… Mas o meu

povo não ouviu aminha voz!” (SI

80,9.10.12)

A fé de adesão a Jesus,em três etapas:

• admiração, porqueninguém fala como este

homem;• seguimento, porque

“Ele é Caminho, Verdade eVida”;

• compromisso, porquecomprometer-se é amar esó o Amor realiza ohomem. Chorai antes porvós mesmas e pelosvossos filhos. Porquê?

Quem sobe umamontanha e descobre anascente de um rio, ficamaravilhado com a purezada água e o seu gostodelicioso.

À medida que esta águadesce para a planície,torna-se ribeiro, rio e recebesujidades, produtos tó-xicos deitados fora pelosseres que habitam nassuas margens. Quando elachega à foz para se lançarno mar, quem a beber podeficar envenenado.

A nossa vida é comouma nascente de águapura, saída das mãos do

urante muitos anosjoguei rugby, umjogo reconheci-

damente viril, direi mesmoviolento, mas talvez nãotanto como o futebolprofissional moderno.

Desses muitos anosguardo muitas e boasmemórias, algumasmazelas e ossos partidos,e muitas lições impor-tantes para a minha vidapessoal e profissional.

Num desporto como orugby, depressa apren-demos o verdadeirosentido de trabalho emequipa, sabemos bem quedependemos do trabalhouns dos outros, e que senão o fizermos, o nossocolega de equipa, ou nósmesmos, podemos sofrerseriamente.

Ou seja, quando entra-mos em campo, mais aindaquando jogamos contraequipas melhores emaiores (como porexemplo os Ingleses,Franceses, alguns eramautênticos gigantes),

sabemos que a “vida” dosnossos colegas está nasnossas “mãos”.

Quando penso nopróximo referendo, revivoestas imagens, só quedesta vez não são as“vidas” dos meus colegasde equipa, mas simmilhares de Vidas, dejovens Vidas humanascom poucas, muito poucassemanas, que contamcomigo, que contamconnosco.

Ontem como hoje, digo,lá estarei. Esta é acontribuição que posso edevo dar perante o grito deajuda de todas estas vidas.Julgo que este é ocontributo que nos é pedidoe perante o qual nãodevemos falhar.

Contem comigo,contem...

Criador, mas que nós“sujamos” com o nossoorgulho e auto-suficiência,com o nosso pecado,individual e colectivo. Jesusvem “purificar” esta água:transforma a água damorte em água de vida.

É por isso que não épela morte de Jesus quedevemos chorar – a suamorte e ressurreição é a“purificação” da água – masantes pelas conse-quências provocadaspela rejeição do seuprojecto.

Com a paixão, morte eressurreição de Jesusnasce,”dentro de cada umde nós, uma fonte deágua pura que jorra paraa vida eterna” (João 4,14).

vida nos seusprimeiros momen-tos, passa muitas

vezes ao lado de quemanda envolto em si mesmo.É discreta, silenciosa, mascheia de vigor e energia.Uma energia que querdespontar para chamar aatenção de todos.

Só quem está atento écapaz de a defender e de a

A VIDA DESENVOLVE-SE...

promover!A vida no seu desen-

volvimento é marcada porgestos de carinho eamizade, que sem nos dar-mos conta, podem repre-sentar muito para alguns.

Estamos a viver umtempo favorável, propício aestarmos ao lado de todos,valorizando o dom da vidaque Jesus a todos nos dá.

D

“ Chorai antes por vós mesmas e porvossos filhos “

Lucas 23, 27-28

(Lucas 23, 27-28)

N

“Obrigado Senhor, pelo amigo que nos deste”

Em nome das paróquias da nossa Unidade Pastoral de Sintra, o Cruz Alta desejaexpressar a amizade e o carinho que têm pelo seu querido pastor, irmão e pai,

P. Carlos Jorge, a quem desejam as maiores felicidades. Que Deus o abençoe nasua e nossa caminhada.

27 Janeiro

PARABÉNSP. CARLOS JORGE

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3Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Boletim Fevereiro 2007UNIDADE PASTORAL DE SINTRA

Estes são apenas alguns acontecimentos de carácter maisgeral que se vão realizar na Unidade Pastoral de Sintra.

A

Oficinas deoração evida

P. Carlos Jorge

sta nova rubrica pre-tende fornecer infor-mação, básica e su-

cinta, acerca de alguns te-mas relacionados com omundo das religiões. Come-çaremos com a letra A eseguiremos a sequência doresto do alfabeto.

A-W: ALFA-OMEGAPrimeira e última letras do

alfabeto grego. Com sentidode algo absoluto e acabado,encontramo-las em váriasreligiões antigas. No Novo

Testamento, com esta ex-pressão, alude-se a Deus,princípio e fim do mundo eda história, à Sua perfeiçãoe eternidade manifestadaem Jesus Cristo.

ALÁ (ALLAH)Designação do “Deus do

Islão”. Alá é uma forma de-terminada do substantivoárabe iláh, e portanto o equi-valente do nome “Deus” emoutras línguas. Por uma par-ticularidade do léxico dagramática árabe, os adject-

ivos são uma subdivisão dacategoria dos nomes. Ora,no Alcorão, o nome de Deusé muitas vezes evocado, ouinvocado, seguido de um ououtro dos seus atributos.

ÁMENFórmula litúrgica hebraica

que, na Bíblia e na liturgia,tem geralmente carácterconclusivo. Deriva da raiz‘mn e significa “é assim”,“está certo”.

ARAMAICO

E

Pequeno Dicionário das Religiões

Língua semita aparentadacom o hebraico, árabe epúnico. Foi a língua popularda Palestina a partir doexílio babilónico (séc. VIa.C.) até à era cristã. Foitambém a língua de Jesus,na sua variante galileia.Alguns livros do AntigoTestamento estão escritosem aramaico. No NovoTestamento existem expres-sões aramaicas. Ainda hojehá dialectos aramaicos quese falam em algumas zonasda Síria e do Curdistão.

s próximas Oficinasde Oração, serãorealizadas em São

Pedro. O início será no dia13 de Fevereiro, às 21H30,na Igreja de S. Pedro, coma reunião de abertura.Serão 14 sessões sema-nais, de oração, interioriza-ção e vivência, que levam

P. Carlos Jorge

a uma transformação devida. Será um espaço demeditação e interiorizaçãoda Palavra de Deus.

Deixa-se o convite paravivermos esta Oficina deOração e Vida.

“A primeira Oficina vive-se, a segunda, saboreia-se”.

A letra “A”

FEVEREIRO 2007 4 Domingo Tempo de convívio e lanche para os mais idosos: casa paroquial de S. Martinho, a partir das 15H30.

7 quarta TERÇO MEDITADO: Igreja de S. Pedro, 21H30. Sob o olhar de Nossa Senhora, meditar e rezar alguns mistérios da vida de Jesus.

10 sábado “Luzes… Câmara… Acção!” (noite de cinema). Exibição do filme: A Marcha dos Pinguins

11 Domingo Venda do “Livro do mês”: O Segredo do Rio, de Miguel Sousa Tavares

REFERENDO SOBRE O ABORTO. terça Oração do TERÇO, na capela das Irmãs do Linhó, 21H00. Este tempo de oração, repetir-se-á nos dias 13 de cada mês.

Reunião de abertura de OFICINAS DE ORAÇÃO: Igreja de S. Pedro, 21H30. Todas as sessões serão às terças-feiras.

14 quarta VIAGEM À BÍBLIA: salão da Igreja de S. Miguel, 21H30. Tempo de estudo e reflexão sobre a Bíblia orientado pelo P. Rui Gomes.

21 quarta CELEBRAÇÃO DA IMPOSIÇÃO DAS CINZAS: haverá Eucaristia APENAS na Igreja de S. Pedro, às 19H00.

TERÇO MEDITADO: Igreja de S. Pedro, 21H30. Sob o olhar de Nossa Senhora, meditar e rezar alguns mistérios da vida de Jesus.

23 sexta Reunião da COMISSÃO DE FESTAS de Nª Sª do Cabo Espichel: sala do Centro Paroquial, 21H30. Venha reforçar este grupo.

28 quarta NOITE DE ORAÇÃO VICARIAL: igreja de S. Miguel 21H30. A partir deste mês, a “Hora com Jesus” passa a ser integrada neste tempo de oração mensal, que será para toda a Vigararia. Neste momento de oração teremos sempre a presença de todos os padres da Vigararia e de D. Carlos Azevedo.

13

NOTA IMPORTANTE: a partir deste mês, como se verifica no quadro anterior, a “Hora com Jesus” passa para a 4ª quarta-feira de cada mês e passará a ter um âmbito vicarial. A “Viagem à Bíblia” transitará para a 2ª quarta-feira de cada mês.

De 12 a 15 de ste mês, o P. Carlos Jorge vai estar em retiro, e de 16 a 20 deste mês, um grupo de paroquianos, com o P. Carlos Jorge e o P. Rui Gomes, estará envolvido no “CÁ!”. Por estes motivos, neste período, o esquema habitual de celebração da Eucaristia (ou Celebração da Palavra) terá alterações. Assim: 2ª feira (dia 12): Eucaristia em S. Martinho. 3ª feira (dia 13): não há Celebração em qualquer das igrejas. 4ª feira (dia 14): Eucaristia apenas em S. Miguel. 5ª feira (dia 15): Eucaristia apenas em S. Pedro. 6ª feira (dia 16), celebração apenas na igreja de S. Miguel; 2ª feira (dia 19): e 3ª feira (dia 20): não há Celebração em qualquer das igrejas. No sábado (dia 17) e Domingo (dia 18) o esquema das Celebrações será o habitual.

As CATEQUESES PARA ADULTOS continuam. As portas estão abertas para quem desejar entrar a qualquer momento.

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4 Ano V ~ Fevereiro 2007 ~ Nº 39

R. Câmara Pestana - Edifício Sintra • Galeria Comercial - Loja 13 • 2710-546 SINTRATel/Fax: 21 923 29 82 • 96 500 11 09 • E-mail: [email protected]

A natureza em riscoPostais da Vila Velha

Fernando Marques

F

O “Cruz Alta” faz 4 anos Guilherme Duarte

Mais um ano findou eum novo começa,cheio de esperan-ças para todos nós,

já que o nosso destino é o deviver agarrado a esperançasque o mundo mude paramelhor e assim a nossa vidamelhore também.

Ninguém pode, nos diasque correm, fazer projectos alongo prazo, dada a veloci-dade a que as inovações vãoocorrendo em todas as áreasda vida humana, fruto do in-vestimento feito por governosque pretendem manter-se emanter-nos informados eformados, para que os res-pectivos países se mante-nham competitivos face àenorme concorrência estran-geira. E, mais ainda, se juntar-mos a este avanço contínuoa capacidade que o homemtem de aplicar os elevadosníveis de conhecimento naconcretização de situaçõesque vêm provocando a destrui-ção, a fome e a miséria.

E é neste panorama decontínuo avanço que o nosso

mundo vai avançando emdirecção à sua própriadestruição. Será que as cha-madas super-potênciasconseguirão manter o estadode coisas, de modo a colocaro equilíbrio nas suas enormesambições de serem sempremais e mais poderosos e deterem o direito a ditar as leisde como se deve viver nesteplaneta?

São já muito poucos osrecantos onde se podeencontrar uma vida selvagem,com condições para viver comcarácter duradouro, e degarantir a continuidade dassuas espécies. Vão desa-parecendo cada vez mais es-pécies de animais e deplantas, que são eliminadosdeste mundo, devido àsvariações climáticas, quepioram na razão directa emque os países industrializadosteimam em se desenvolver. Opreço a pagar pelas geraçõesvindouras já se está a fazersentir, em cada ano, atravésdas grandes diferenças detemperatura entre as esta-

ções do ano, e que vêm cadavez mais demonstrar que algode muito sério e grave se estáa passar com o clima da Terra.

Não podemos entregar ascoisas só às associaçõesambientalistas, porque écerto e sabido que daí vêmmuitas objecções baseadasem teorias que nem semprecorrespondem a verdadesabsolutas. Para que os paí-ses não parem de crescer,estudos devem ser feitos etodas as partes devem serouvidas e tomadas emconsideração. Mas quandochega a hora, as decisõesdevem ser tomadas e, essas,carecem de saber e pondera-ção para que no fim, o mundocontinue a avançar na sendado progresso e do desenvolvi-mento, mas sendo necessá-rio preservar acima de tudo aqualidade de vida de cida-dãos, da fauna e da flora decada lugar.

Todos sabemos que não épossível “ter sol na eira e chuvano nabal” mas, por outro lado,também “Roma e Pavia não

se fizeram num dia”. Assim,temos de saber encontrar,pela via do diálogo permanen-te, formas e condições paracontinuar a crescer de formasustentada. A pressa é inimi-ga da perfeição e as tomadasde decisão baseadas napressão da opinião públicalocal ou mundial, dão origema situações aberrantes, comoas que temos vivido nos últi-mos anos, em que o terroris-mo tem ganho novas forças,quando todos julgávamos queiria reduzir a sua acção.Assistimos, nos nossos dias,a situações de guerra contí-nua que ultrapassam em mui-to tudo o que poderíamosimaginar numa situação depós-guerra que, passados 60anos, nos deixam com asmaiores dúvidas sobre o queserá o dia de amanhã.

Tenhamos, pois, esperan-ça nos homens que coman-dam os destinos dos grandespaíses e que eles tenham odiscernimento necessáriopara tomar as medidas certasem função das necessidades

colectivas e não somente dealgumas ricas minorias.Compete à juventude questio-nar e participar na vida activada sociedade em que estáinserida, para que não deixeescapar a oportunidade deintervir na defesa de causase na construção de um futuroque será o seu, para que maistarde não fiquem a lamentaras oportunidades perdidasem que deveriam ter parti-cipado e não o fize-ram porque o como-dismo se instalouno seu modo devida.

Jovens, a vidaconstrói-se a partirda base, e a vossaé a passagem dafase da juventudepara a vida adulta,na qual por maioriade razão devereisestar envolvidospara que as nossasfreguesias, autar-quias e vida socialsejam aquilo quedesejam para vós e

para os filhos que vireis a ter,e que não vos perdoarão se oque encontrarem para viver forum imenso mar de “deixaandar”, “porque isto não écomigo, é com os outros”, “ospolíticos que se ralem”… edepois será tarde, demasiadotarde, para mudar o sentidodas vossas vidas.

Um Bom Ano para todos,e que Jesus e Maria sejamsempre a vossa luz e guia.

oi há 4 anos que umgrupo de irmãos nos-sos, apoiados pelo

padre Carlos Jorge, ousaramsonhar um jornal. Sonharame acreditaram que era possívelconcretizar o sonho, e… con-seguiram! Foi assim que nas-ceu o “Cruz Alta”, da corageme da teimosia de um pequenogrupo de sonhadores.

O nosso jornal comemoraeste mês o seu quarto aniver-

sário. Parece que foi ontem ejá passaram 4 anos, commais ou menos dificuldades,com algumas alterações pelocaminho, e alguns escolhosque foi preciso ultrapassar,mas sempre com o mesmoentusiasmo e a mesma von-tade de servir dos primeirostempos. Entretanto, muda-ram algumas pessoas maso espírito e o entusiasmo ini-cias mantêm-se intactos. Va-

mos continuar, determinados,a trabalhar para vos oferecerum jornal cada vez melhor,com mais interesse e aindacom mais qualidade. As por-tas deste jornal estão abertasà colaboração de todos aque-les que queiram embarcarconnosco neste barco quenavega já em velocidade decruzeiro. Garanto-vos que vosespera uma viagem fantás-tica.

Gostaríamos de contarcom a colaboração de maispessoas, jovens e menosjovens, que nos enviem osseus textos e nos ajudem aangariar publicidade porque,sem anunciantes, o jornal nãoé viável. Precisamos tambémque todos leiam e divulguemo “Cruz Alta”, mas principal-mente que o leiam com aten-ção e carinho, com tanto cari-

nho quanto aquele com quenós o fazemos. A satisfaçãodos nossos leitores é a nossasatisfação e é o incentivo queprecisamos para continuar afazer cada vez mais e cadavez melhor.

O “Cruz Alta” faz 4 anos, epara assinalar este aniversáriopensámos alterar um poucoo seu visual, o que irá acon-tecer na próxima edição.Acreditamos que com asalterações ele vai ficar maisatraente e apelativo. Espera-mos, sinceramente, que estapequena mudança seja doagrado dos nossos leitores,mas não queremos ficar poraqui. O jornal não pode es-tagnar, tem que ser dinâmicoe tem que acompanhar oritmo alucinante dos nossostempos, ou seja, o “Cruz Alta”tem que ser, sempre, um jor-

nal moderno e actual. Este éo grande desafio que temospela frente. Junte-se a nós eajude-nos a fazer do “CruzAlta”, para começar, um jornalde referência na nossa dio-cese, depois, e porque nós,os actuais directores, tam-bém somos sonhadores, gos-taríamos de o levar mais lon-ge… sabe-se lá até onde. Po-de parecer utópico, mas nãohá limites para o sonho. Os

fundadores deste jornal so-nharam, acreditaram e con-seguiram. A actual direcçãotambém sonha e acredita,mas para concretizar o sonhoprecisa da sua colaboração.A tarefa é hercúlea, estamosconscientes disso, mas é umobjectivo que sabemos que épossível alcançar…se puder-mos contar consigo.

Vamos todos fazer do “CruzAlta” um grande jornal.

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1Nº 39~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Consultório médico

Exercício Físico

A farsa da Margarina

A

Elsa Tristão, nutricionista

Miguel Forjaz, médico

grande maioriadas pessoassabe que oexercício físico

é importante para a saúde,mas desconhece asrecomendações sobre aintensidade e o tipo deexercício que lhe sãoadequados. De facto,elevaria de caso para caso ecada um deve saber quantoe qual o exercício maisaconselhável.

Por que é importante oexercício?

Mais de metade dapopulação dos paísesdesenvolvidos não fazexercício de formasuficiente. Como conse-quência, existe um número

crescente de pessoas

obesas (gordas), ou comexcesso de peso e quetêm um risco mais elevadode doença cardíaca,diabetes mellitus tipo 2,hipertensão arterial,osteoporose, entre outras

doenças. O exercício ajuda

a aumentar o tónusmuscular, melhora ohumor, mantém o coraçãosaudável e controla o peso.Em associação com umadieta equilibrada, oexercício físico regular

diminui o risco de váriasdoenças crónicas.

De quanto exercícionecessito?

Recomenda-seque a maioria dosadultos, incluindo osidosos, após obser-vação cardiológica,tenham actividadefísica pelo menosdurante 30 minutos,na maioria dos diasda semana.No entanto, os que

têm necessidade decontrolar mais o peso e osque pretendem melhoresbenefícios, em termos desaúde, podem ter que fazerainda mais exercício, deforma mais intensa e

durante mais tempo. Àmedida que as pessoasenvelhecem, há umatendência para aumentar anecessidade de exercício ede reduzir a ingestãocalórica diária, de forma aconseguir-se manter opeso próximo do desejável.As grávidas devem teractividade física diáriadurante cerca de 30minutos. As crianças e osadolescentes devem fazerexercício, pelo menos,durante 60 minutos.

Exemplos de exercíciosrecomendados

São exemplos, a marcharápida, andar de bicicleta,a natação. No entanto, senão tiver tempo suficiente

esenvo l v i dapara substituir amanteiga e osseus riscos de

gordura animal para asaúde, a margarina estásob a mira de muitosacusadores.

A questão é que amargarina não é um produtonatural e crê-se que éresponsável na criação deoutros problemas graças à“explosiva” mistura deingredientes químicos paraa deixar com consistência,

sabor e aparênciacativantes.

Se o vosso médico vosaconselha a consumir depreferência margarinas,pergunte-lhe se sabe comoelas são tratadasquimicamente.

Mas, afinal, como podeeste produto afectar-nos?

É através de tratamentosquímicos, utilizados nosóleos destinados àfabricação das margarinas,que se formam ácidosgordos (hidrogenados) deconfiguração “trans”, osquais têm efeitos colateraisgraves sobre as células dohomem. A hidrogenaçãopassou a ser muito usadanos Estados Unidos daAméria porque este tipo deóleo não se estraga nemfica rançoso tão depressaquanto o óleo comum e,

assim, tem um prazode validade maior.

Como a gordurada margarina ép a r c i a l m e n t ehidrogenada (ouseja, não totalmentesaturada), osfabricantes podemdizer que é “poli-

insaturada” e vendê-lacomo alimento saudável.Os ácidos gordos comligações “trans”, presentesna membrana celular,enfraquecem a suaestrutura e a sua funçãoprotectora. Desta forma,alteram a passagemnormal de sais minerais e

outros nutrientes pelamembrana e permitem quem i c r o o r g a n i s m o spatogénicos e substânciasquímicas tóxicas penetremna célula com maisfacilidade.

O resultado são célulasdoentes e enfraquecidas,mau funcionamento doorganismo e um sistemaimunológico exausto. Emresumo, queda daresistência e aumento dorisco de doenças,nomeadamente o risco decancro.

As gorduras “trans”também podem desor-ganizar o mecanismonormal do organismo deeliminação do colesterol.Estas gorduras bloqueiama conversão normal docolesterol no fígado econtribuem para elevar onível de colesterol nosangue. Também provo-cam um aumento dadensidade de lipoproteínasde baixa densidade (LDL’s),considerado um dosprincipais causadores deaterosclerose (endu-recimento das artérias).Além disso, reduzem a

quantidade de lipoproteínasde alta densidade (HDL’s),que ajudam a proteger osistema cardiovasculardos efeitos nocivos dasLDL’s. Estas mesmasgorduras tambémaumentam o nível deapolipoproteína A, umasubstância do sangue queconstitui outro factor derisco das doençascardíacas. Na verdade, jáse demonstrou queprovocam efeitos piores doque as gorduras animaissaturadas.

No entanto, a margarinanão é o único produto de

supermercado a conterquantidades significativasde gorduras “trans”.Qualquer “alimento” quecontenha as palavras“hidrogenado” ou “parcial-mente hidrogenado” norótulo possui estasgorduras e deverá serevitado. Vai ficar surpresoao descobrir quantosprodutos na sua despensacontêm gorduras “trans”.

Entre eles, estão o pão(embalado), biscoitos,bolachas e salgadinhos,pipocas, cremes de barrar,sopas e refeições proces-sadas “prontas a comer”.

para iniciar um programaformal de exercício, podeconsiderar algunsexercícios do dia a dia,como o subir escadas,cortar a relva, ou racharlenha, pois são igualmenteeficazes, juntando o útil aoagradável. Os resultadosdo exercício sãocumulativos, o que significaque o efeito é semelhantese fizer exercício durante10 minutos três vezes pordia ou o praticar durante 30minutos de uma só vez.

D

Desta forma, alerto paraque leia sempre o rótulodos alimentos indus-trializados e evite os quecontenham óleo ou gordurahidrogenada ou parcial-mente hidrogenada!

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Recantos da nossa terra

Fonte daMata Alva

O

Paulo FrancisquinhoMafalda Pedro

R

Ana Maria Calisto

Av. D. Francisco de Almeida, 333-352710-562 SINTRA Telef. 21 923 27 33

Ar mazen i s ta d e Mater i al d e P ap elar i a e Es cr i tór i o, Ld a

Co nsu mí v ei s d e In fo rmá t i ca:

HP , EPS O N, LEXM ARK , C ANO N

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fontanário de Mata-Alva localiza-se naestrada que liga aVila de Sintra ao

Palácio de Monserrate.

A fonte de Mata-Alva foiconstruída no séc. XVIII eremodelada em 1875 porSir Francis Cook. Em 1988foi restaurada pela CâmaraMunicipal de Sintra.

O traçado do fontanáriofoi radicalmente alterado“para o bem público» por D.Francisco, Visconde deMonserrate, por isso,dessas modificações,resultou um frontalantecedido por cúpulaesférica que protege a bicae o tanque de pedra.

Estas modificações são

comprovadaspela placa quese encontrana frente dofontanário, porbaixo da cú-pula, colocadapor baixo dareal pedra dearmas de D.

Maria I: Hunc Fontém /Condidit de nouo / Pro BonoPublico /Francisco /Uisconde de Monserrate /a. d. 1875.

“A abóbada assenta emcolunas com capitéisprofusamente decorados eo frontal permanece

ladeado por ban-cos de descansoencimados porpequenos pai-néis de azulejospolicromos. Aocentro, já sob acúpula envol-vendo as lápidese os azulejos deonde sobressai abica, subsistefresco geomé-trizante de nítidainspiração “neo-mourisca”.

ealiza-se no fim desemana de 11 e 12de Fevereiro mais

uma venda de filhós,iniciativa da L. I. A. M., que

à semelhança do anopassado, será estendida atoda a Unidade Pastoral.O produto desta vendadestina-se a ajudar aquelesque pouco ou nada têm eque, no coração de Angola,

NotíciasRui Antunes

L.I.A.M. - Venda de filhós Cidade Gémea de Sintra - Asilah (Marrocos)

na Guiné, em S. Tomé, ouonde houver maisnecessidade, esperampelo nosso contributo.

A todos, bem-hajam.

abia que Sintratem uma cidadegémea?

Pois é verdade! Poucagente sabe, mas desdeAgosto de 2006 que Sintrae Asilah, em Marrocos,são Cidades Gémeas(cidades ou vilas, de áreasgeográficas ou políticasdistintas, que criam laçosa vários níveis, sobretudo anível cultural mas tambémeconómico ou outro.

S

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7Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano IV

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O Direito nas Paróquias: Observatório Jurídico

Francisco Gomes,Advogado

O poder paternal:o exercício e a regulação (IV)

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Conversasà mesa do café

oje vamos apre-sentar um exem-plo de um acordo

sobre a Regulação doExercício do Poder Pater-nal.

O exemplo, parece-meser o mais comum. Resultado facto de dois progenito-res se separarem, indepen-dentemente desse vínculoter existido por força doCasamento ou da União deFacto e da existência defilhos menores.

Como já se disse, estetipo de acordo, tem em vis-ta regular o exercício dopoder paternal para acau-telar “os interesses domenor”.

De referir que, nos casosde divórcio, seja por mútuoconsentimento, (aqueleque os cônjuges requeremna Conservatória do Re-gisto Civil e decretado peloConservador), seja litigioso,(intentado por um dos côn-juges no tribunal), tal acor-do terá sempre de ser ho-mologado pelo MinistérioPúblico.

No caso de divórcio pormútuo consentimento aConservatória remete oacordo ao tribunal, no casode divórcio litigioso, o mes-mo é requerido no tribunal.Vejamos, então, um acordona sua forma mais sim-ples.

Acordo para regulaçãodo exercício do poder

paternal

Os requerentes ..., titulardo BI nº ... de ... emitidopelo SIC de Lisboa, com oNIF ..., residente na Rua ...e seu marido (ou não) ...,titular do BI nº ... de ..., emi-tido pelo SIC de Lisboa,com NIF ..., residente naRua ..., acordam em regularo exercício do poder pater-nal relativo aos filhos meno-res, ... e ..., nos seguintestermos:

1 O poder paternal é exer-cido por ambos os progeni-

comprovativo do pagamen-to.

8As despesas com a educa-ção, serão pagas na pro-porção de 50% (cinquentapor cento), por cada um dosprogenitores, mediante aapresentação do recibocomprovativo do pagamen-to.

9O pai poderá privar e estarcom os filhos sempre quequiser, mediante acordocom a mãe, desde que talsituação não perturbe asactividades escolares e dedescanso dos menores.

10Os menores passarão,alternadamente, um fim-de–semana com o pai, ten-do sempre em conta ossuperiores interesses dosmenores.

11Para efeitos do nº 10, o paiirá buscar os filhos a casada mãe, sita na Rua ... às19 horas de sexta–feira,entregando-os à mãe às 19horas de Domingo, semprejuízo das actividadeescolares dos menores edo seu período de descan-so.

12O pai passará quinze diasdas suas férias com os me-nores.

Conversas à mesa do café,Palavras em sínteses,Ideias flutuantes.

Uma e outra vez a fala dascidades.Elípticos lugares ondemoraram os meus ossos,- Onde moram os meusmortos.Uma e outra vez o arrepio,as sombras,a névoa da memória.

Peregrino nas cidades sou,Corpo em ascensão melancólica,Prometido à morte e semesperança de regresso.

E tuó bela Sintraperdoa se pudereseste tão frágil modode habitar-te.

(Do livro “A Sombra e o Desejo”)

António Monginho

tores (pode haver conveni-ência em ser um só pro-genitor).

2Os menores ficam confia-dos à guarda e aos cuida-dos da mãe (em regra).

3A título de pensão de ali-mentos, o pai (ou mãe), pa-gará uma prestação mensalno valor de €... (... euros).

4A prestação referida no nº3 será paga todos os dias1 de cada mês, através dedepósito bancário para aconta com o NIB..., daagência de ..., do Banco...

5As prestações do abono defamília dos menores serãodepositadas, mensalmen-te, pelo pai, nos termosapontados no nº anterior.

6A actualização da pensãoserá efectuada anualmen-te, em Janeiro, em funçãodo aumento anual previstonas tabelas do I.N.E.

7As despesas de saúde dosmenores, nomeadamenteas médicas e medicamen-tosas não comparticipadaspelos serviços competen-tes, serão pagas na propor-ção de 50% (cinquenta porcento), por cada um dosprogenitores, mediante aapresentação do recibo

13No dia de aniversário dopai, os menores estarão nacompanhia do pai, até às19 horas.

14No dia de aniversário damãe, os menores estarãona companhia da mãe.

15No dia de aniversário dosmenores, o pai, poderá visi-tar os menores e estar nasua companhia.

16A véspera de Natal, dia deNatal, fim de ano e AnoNovo, serão passados,alternadamente, com cadaum dos pais.

17O pai deverá ser informadodas situações relativas àsaúde e educação dosmenores.

Os requerentes,............................................

Há situações mais com-plexas, em todo o caso,não se esqueça, consulteum advogado antes defazer “malabarismos”. Éque algumas vezes, quandose consulta o advogado,para este ou outros casos,já se criaram ou fizeramalgumas “asneiras” quepoderiam ter sido evitadas.

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Ano V ~ Fevereiro 2007 ~ Nº 39

Todos conhecem a grande angústia de mulheres que

foram confrontadas com uma gravidez não desejada, sujeitas à pressão do pai da criança ou da própria família, e que acabaram por recorrer ao aborto clandestino.Segundo saiu em toda a im-prensa, 70 % das pessoas sondadas pela Universidade Católica tencionavam votar “sim” no referendo do dia 11 de Fevereiro. No entanto, ao ler as respostas dadas a cada uma das perguntas da sondagem (editadas no Jornal O Público de 20/11/2006), verificasse que apenas 35% dos portugueses considera aceitável que o aborto seja feito por razões económi-cas e sociais e só 20% a simples pedido da mãe.Portanto, embora só 35% con-cordem com a nova lei, 70% tencionam votar “sim“. Pode-se concluir que a pergunta está mal formulada, é ambígua, e isso é um atentado contra a democracia.Deveria competir ao Governo ou ao Parlamento que a redigiu,

OU À MORTE

REFERENDAR O DIREITO À VIDAo esclarecimento objectivo e neutro sobre o que está em causa.No entanto, é nossa obrigação apoiar com eficácia os grupos de voluntários que se orga-nizaram com o fim de esclarecer os eleitores. A propaganda do “Sim” assusta o povo dizendo que se ganhar o “Não”, as mul-heres que abortarem serão to-das “penalizadas” com três anos de prisão, escondendo o facto de que se nos últimos 30 anos nenhuma mulher foi presa por abortar, obviamente, a situação não se alterará. O objectivo declarado da lei pro-posta é evitar os abortos clan-destinos. Ora, frequentemente, estes acontecem após as 10 se-manas, e portanto continuarão a acontecer se esta lei vencer. Nos países que adoptaram leis deste género os abortos clandestinos pouco diminuíram, e por outro lado aumentou muito o número total de crianças abortadas le-galmente, contribuindo para a crise demográfica europeia .Esta lei serve tambem para desresponsabilizar o Estado, que prefere que os pobres não tenham filhos, em vez de os apoiar .E os hospitais públicos

terão que passar “os abortos a simples pedido” à frente de mulheres que precisam urgente-mente de ser operadas, por ex-emplo, ao cancro da mama.Também os mais idosos deve-riam preocupar-se, pois, pela mesma lógica, poderá vir a ser no futuro “despenalizada a inter-rupção da velhice” a pedido dos familiares!Os velhos, física ou mental-mente inválidos, são um grave problema para as famílias e um peso económico para a sociedade. Do ponto de vista materialista, são inúteis.

Talvez seja um Sinal para nós o dia 11 de Fevereiro ser o dia de N.ª S.ª de Lourdes, que disse à jovem Bernardete: “Eu sou a Imaculada Conceição” (refer-indo-se ao “pecado original”). O que quer dizer: Eu sou Imacu-lada desde que fui concebida.Deus tem um projecto para cada um de nós e, ao impedir o nascimento de um ser humano, estamos a hostilizar o nosso Criador.Muito mais grave será se for a Nação Portuguesa a desafiar oficialmente a Deus.

Dom Duarte de Bragança

Fala-se agora no novo direito do bebé ser desejado:”Não o é? Faz-se uma IVG e tira-se-lhe

o direito de nascer” Isto é errado, até porque a mãe, passada a decepção da gravidez inesperada, ia aceitá-lo e amá-lo.Se ganhar o “sim”, continuarão os julgamentos e os abortos clandestinos relativos a mais de 10 semanas, além dos clandestinos até às 10 semanas quando se deseja esconder melhor a situação.Grávidas até às 10 semanas, sem o travão da lei, irão aumentar o número de abortos que, além de tirar a vida aos nascituros, sujeitam elas próprias a riscos físicos e a pungentes remorsos.Ao votar “não” digo ao Estado que não consinto na uti-lização dos meus impostos para tal iníqua finalidade. Ao Poder Judicial compete atender às circunstâncias atenuantes das muitas mães que desconhecem toda a gravidade do acto de abortar.Um qualquer conjunto de células não pode, sem mais, gerar um ser humano, ao contrário das resultantes da fusão das células germinais do pai e da mãe que o desenvolvem de modo contínuo antes e depois do nas-cimento, sendo este apenas a mudança de ambiente.Ensina a Biologia: O nascituro não faz parte do corpo da mãe, pois as suas células têm desde a concepção um genoma original só seu que comanda toda a nova vida, tendo os tecidos e o sangue distintos dos da mãe. Com cerca de 3 semanas notam-se formas iniciais da placa neural e do cérebro, e o coração começa a bater. Com

DISCERNIR PARA VOTAR7 semanas já se notam as iniciações de todas as estru-turas externas e internas de todos os sistemas orgânicos principais e estão já desenvolvidos de maneira incipiente todos os tecidos essenciais. Na 9ª semana o sistema nervoso cria rapidamente ligações em todo o corpo que já se mexe. (“Embriologia Básica” do Prof. K.L.Moore e “No Ventre Materno” da Nat. Geogr. Society.)No fim da vida de um ancião, a falta de sinais eléctricos do cérebro indica, na maioria dos casos, que terminou a vida biológica e os sinais não regressam. No nascituro,

antes dos sinais, está nele todo o mecanismo activo de vida que os vai dar. Por isso não são os sinais eléctri-cos que determinam os limites da vida.O limite de 10 semanas, não assentando em facto bi-ológico que interrompa a continuidade do processo, é arbitrário e portanto inaceitável. Convém saber que na Alemanha, na Áustria e na Irlanda é proibida a pesquisa em embriões humanos. É prudente que quem duvida da dignidade humana do não nascido, assuma a atitude de precaução semelhante à adoptada na remoção de escombros de um edifício destruído, quando falta a certeza de não existir um ser humano soterrado. Eduardo F. Torcato David

O nascituro não faz parte do corpo da mãe, pois as suas células têm desde a concepção um geno-ma original só seu que comanda toda a nova vida,

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Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Tal como milhares de pessoas em todo o

País, tenho acompanhado diariamente os espaços televisivos e radiofónicos dedicados ao Referendo sobre o Aborto. E, de um lado e de outro, observo como personalidades de méritos reconhecidos, em sectores diversos, dão a sua indicação de voto.

E quanto mais vejo e ouço, mais me interrogo sobre a razões que levarão men-tes tão abertas, de níveis de inteligência absoluta-mente reconhecidos, com espíritos esclarecidos a dizerem, a nível nacional, que vão optar pela via da despenalização do aborto até às dez sema-nas. Tenho dificuldade em perceber porque é que agem assim alguns desses nomes sonantes a quem reconheço não só alguma inteligência como uma boa formação e uma consciência organizada.

O argumento: “a mulher é dona do seu corpo

e tem o direito de fazer dele

o que quiser” é tão consistente, é tão fútil, que

embaraça imaginar-se que isto seja usado

como razão.

O que levará, então, bons cidadãos, boas pessoas, boas mentes, optarem pela via do crime que confundem com demo-craticidade? Matar, às dez semanas de vida, é, dêm voltas que derem, crime. Mais: crime premeditado contra uma pessoa inde-fesa.

Ao argumentar-se que com essa despenalização se está a libertar milhares e milhares de mulheres de terem filhos sem condições de vida para isso, está a esquecer-se que es-sas mulheres para serem ajudadas não necessitam de ter na memória e na consciência o peso de su-cessivos crimes (no caso de vários abortos). Ajudar é ensinar. É falar-lhes do planeamento familiar, dos preservativos, das imensas possibilidades que existem para evitar a gravidez. Não é fazer delas assassinas.

O argumento: “a mulher é dona do seu corpo e tem o direito de fazer dele o que quiser” é tão con-sistente, é tão fútil, que embaraça imaginar-se que isto seja usado como razão. Desde quando o homem ou a mulher têm direito a matar?

A despenalização do abor-to não vai alterar nada porque a Lei vigente já defende os casos em que a mulher necessita de protecção: violação, má formação do feto, defici-entes condições físicas ou morais. Não defende é o abortar porque, na altura, o filho não dá jeito para nascer…por questões financeiras ou particula-res. Isso, realmente, não está.

Como estamos num País democrático o Referendo pode dar a maioria aos que aos que defendem o aborto livre. Vai ser mau.

clínicas onde será proibido nascer e os contribuintes (os que não fogem ao fisco) vão pagar o que não concordam. E os médicos que apre-nderam a ser um pouco da extensão de Deus na Terra, já que a sua missão é a de lutar para salvar vidas, como se vão sentir sempre que matarem um ser indefeso? E, como as dez semanas não po-dem ser ultrapassadas, os doentes já esperam

E vai por vários motivos: os abortos clandestinos continuarão (há é que ensinar a abrir mentes e horizontes), vão proliferar

A seguir virão as clíni-cas da eutanásia? Não é totalmente descabida a pergunta porque a linha de pensamento é idên-tica. Matam-se os idosos. Matam-se os moribundos, desligam – se – lhes as máquinas antes do tempo regulamentar e o mundo continua a girar.

E, como ficamos nós, nesta girândola de con-fusões? Vale a pena viver ou vale a pena matar?

meses e meses para as suas intervenções cirúr-gicas, irão, certamente, esperar muito mais.

Há mais de um ano escrevi uma crónica sobre o abor-to que me valeu perder o lugar que tinha há anos e estar hoje na prateleira.

Que importa isso se eu com essa crónica, tivesse ajudado, uma pessoa que fosse, a sentir como é em-polgante dentro de nós o palpitar da Vida.

Maria Elvira Bento.

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10 Ano IV ~ Fevereiro 2007 ~ Nº 39

Passagem de testemunhoN

Guilherme Duarte

COZINHATRADICIONALPORTUGUESA

R. João de Deus, 62 (traseiras da estação da C. P.)2710 SINTRA

Telf.: 21 923 42 78

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o passado dia 5 deJaneiro houve “ren-der da guarda” nos

Bombeiros Voluntários deS. Pedro de Sintra, com arealização do acto de to-mada de posse dos novosórgãos sociais que irão diri-gir os destinos da associa-ção no biénio 2007/2008.Composta, na sua maioria,por elementos que transi-taram de elencos anterio-res, a direcção agora em-possada deu a conhecer,pela voz do seu presidente,quais as metas que se pro-põe alcançar nos próximosdois anos. Promover a rea-lização de obras urgentesno actual quartel, lançaruma campanha de angaria-ção de novos sócios, pro-ceder à revisão dos esta-tutos que datam de 1932,fomentar novas parceriaspara prestação de actosmédicos à população, e olançamento do concursopúblico para a construção

Bombeiros de S. Pedro de Sintra

do novo quartel, foram osobjectivos que o presidenterecém-eleito, Sr. JoaquimManuel da Silva Duarte,considerou prioritários, noseu discurso de tomada deposse.

A abrir a sessão tinhausado da palavra o Sr. Pre-sidente da AssembleiaGeral, Sr. Silvino Inácio, queagradeceu a todos aquelesque colaboraram nas recen-

tes comemorações do cen-tenário da associação, esalientou a necessidade deexistir uma perfeita sintoniaentre a direcção e o co-mando do corpo de bom-beiros, para que se consi-gam alcançar plenamenteos objectivos propostos econtinuar a servir a popula-ção com a qualidade e aeficiência que têm sido apa-nágio desta corporação.

Os novos Órgãos Sociais

Assembleia Geral:Presidente: Silvino Inácio; Vice-Presidente: IduínoVicente; 1º Secretário: Silvestre Brandão; 2º Secretário:Ana Maria Filipe Nunes

Direcção:Presidente: Joaquim Manuel da Silva Duarte; Vice-Presidente: Avelino Gomes Ribeiro; 1º Secretário:Guilhermino Jorge Santos; 2º Secretário: Manuel MariaNunes; Tesoureiro: António José Valentim; 1º Vogal:José Manuel Duarte; 1º Suplente: Rafael Martins; 2ºSuplente: António Vicente; 3º Suplente: Miguel Forjaz

Conselho Fiscal:Presidente: João Alberto Peniche; 2º Presidente:Valentina Maria; Secretário Relator: António AugustoBento

Foi assim, num clima deconfiança no futuro queterminou o acto de possedos novos directores dosBombeiros Voluntários deS. Pedro de Sintra. Agoraé hora de trabalhar.

O Cruz Alta deseja aosnovos directores as maio-res felicidades no seu tra-balho e que consigam atin-gir todos os seus objecti-vos.

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Descubra as 5 diferenças entre estes 2 desenhos:Soluções do número anterior:

Delícia de romãO Cruz Alta tem a alegria de apresentar os assinantesque festejam neste mês mais um aniversário:

A todos, um grande abraço de parabéns!

Em Fevereiro:

Parabéns a vocês!

Três em um

Receita

Dica

Pensamento Provérbio

Mini-Mercado Baptista & Costa, Lda.

Rua Arco do Teixeira, 11 ~ Vila de Sintra

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Manuela Alvelos

Ao colocar as suas flores nas jarras, não se esqueçade deitar na água umas folhinhas de salsa.

Elas ajudam a conservar as flores frescas durante maistempo, sobretudo se forem rosas.

Quem a boa árvore sechega, boa sombra ocobre.

A maior de todas asartes é a arte de viver emcomum.

Preparação:

Ria-se, porfavor!

Ingredientes:

A verdade

Alguns políticos adoram uma frase de Mark Twain queficou célebre e que dizia assim: “A verdade é o bem mais valioso que nós possuímos.

Vamos economizá-lo.”

“Em Fevereiro sobe ao outeiro: sevires verdejar, põe-te a chorar; se

vires terrear, põe-te a cantar”

1-Isabel Nunes, Maria Nancy Vieira, Maria Olga da Cruz,2-Manuel Melo e Castro,3-Mário Manuel Pereira,5-José Manuel Penaforte, Rui Manuel Amaro,6- Ana Coelho Nunes, Ermelinda Francisco,Manuel Beijinho Correia, Ricardo Gonçalves Aparício,7-Armindo Santos Inácio,9-Ana Mafalda Leitão, António C. Nunes, Mª FernandaVicente, Odete Santos Valente, Tiago Coelho Nunes,10-Mª Rosa Monteiro Pedro, Ana Louro,11-Eugénia Fernandes Moreira, Maria Fátima Martins, MªLeonor Marques Pinto,15- Ivone Vicente Costa,16-Anselmo Marques Loureiro,17-Maria Amélia Serra Silva,18-Benedita de Sousa Araújo, Francisco Lobato Ribeiro,19-Mafalda Teixeira de Lemos,20-José Martins Leiras, Mª Luisa Vassalo Forjaz,21-Nuno Manuel Ratão,22-Beatriz Frade Almeida, Elisabete Ferreira,23-André Madeira, Sónia Brito Marques24-Inês Quintela, Maria de Lourdes Ribeiro,25-Gonçalo R. Nunes, Paulo Silva, Pedro Miguel Camelo,26-Eleutério Ferreira Lage,28-Adriana Augusto Valentim, Patrícia Pessoa Vilas,Paulo Afonso Aparicio,27-Maria do Rosário Marques,29-Ana Paula Salema Garção.

- 3 folhas de gelatina incolor- 3 gemas- 4 romãs maduras- 1 dl de licor de romã- 200grs de açúcar- 4 claras- 50 ml de água

* Demolhe as folhas degelatina em água fria.Separe os bagos dasromãs, reservando algunspara a decoração. Leve aolume com metade doaçúcar e a água.

* Mexaaté formar umacalda translúcida,retire e passe porum passador.

Escor raas folhas degelatina e adicioneá calda, aindaquente, para se

dissolverem. Reserve.* À parte, misture as

gemas com o restanteaçúcar e leve ao lume atéengrossar.Verta o licor e envolva estepreparado no doce dasromãs. Deixearrefecer e junte as claras

batidas em castelo.* Leve ao frigorífico cerca

de três a quatro horas.Distribua por taças esirva decorado com bagosde romã reservados.

“Quando não chove em Fevereiro,não há bom prado nem bom centeio”

“A neve que em Fevereiro cai dasserras, poupa um carro de estrume

às vossas terras”

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Calendário Litúrgico em Fevereiro

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Largo Afonso de Albuquerque, nº 24 - Estefânia2710-519 SINTRA

Telef.: 21 923 00 58Fax: 21 910 50 45

Propriedade e Direcção Técnica deDra. Célia Maria Simões Casinhas

Intenções do Papapara Fevereiro

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Rua Pedro de Cintra, Nº 3/B - Portela - 2710 Sintra 21 923 19 36

- Ano C

• Para que os bens da terra, concedidos por Deus paratodos os homens, sejam utilizados com sabedoria esegundo critérios de justiça e de solidariedade.;

• A fim de que a luta contra as enfermidades e as grandesepidemias no Terceiro Mundo encontre no espírito desolidariedade uma colaboração cada vez mais generosapor parte dos governos de todas as nações.

Catequese - S.Miguel

José Pedro Salema

2.º Volume (Sábado)

Dia 4 Fev. - DOMINGO Vdo Tempo Comum

LEITURA I Is 6, 1-2ª.3-8«Eis-me aqui Senhor:

podeis enviar-me»

Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.4-5.7c-8 (R. 1c)Refrão:Na presença dos Anjos,eu Vos louvarei, Senhor.

LEITURA II 1 Cor 15, 1-11«Mas pela graça de Deus

sou aquilo que sou e agraça que Ele me deu

não foi inútil»

EVANGELHO Lc 5, 1-11«Tendo conduzido os

barcos para terra, elesdeixaram tudo e seguiram

Jesus»

Dia 11 Fev. - DOMINGO VIdo Tempo Comum

LEITURA I Jer 17, 5-8«Maldito quem confia nohomem; bendito quem

confia no Senhor»

Salmo 1, 1-2.3.4.6 (R.Salmo 39,5a)Refrão:Feliz o homem que pôs asua esperança no Senhor. LEITURA II 1 Cor 15,12.16-2o

«Se Cristo nãoressuscitou, é vã a vossa

fé» EVANGELHO Lc 6, 17.20-26«Bem-aventurados ospobres. Ai de vós, os ricos»

Dia 18 Fev. - DOMINGOVII do Tempo Comum

lEITURA I 1 Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23

«O Senhor entregou-tenas minhas mãos, maseu não atentei contra ti»

Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8.10.12-13 (R. 8a)

Refrão: Senhor, Tu ésclemente e compassivo.

LEITURA II 1 Cor 15, 45-49«Assim como trazemos

em nós a imagem dohomem terreno,

procuremos tambémtrazer em nós a imagem

do homem celeste» EVANGELHO Lc 6, 27-38

«Sede misericordiosos,como o vosso Pai é

misericordioso»

Dia 25 Fev. - DOMINGOVIII do Tempo Comum

LEITURA I Sir 27, 5-8 (gr.4-7)

«Não elogies ninguémantes de ele falar»

Salmo 91 (92), 2-3.13-14.15-16 (R.cf. 2a)Refrão:

É bom louvar-Vos,Senhor, e cantar salmos

ao vosso nome.

LEITURA II 1 Cor 15, 54-58

«Deu-nos a vitória porJesus Cristo»

EVANGELHO Lc 6, 39-45«Não vos inquieteis com

o dia de amanhã»

lguns dos nossos “artistas” de palmoe meio com o nosso presépio jáconcluído.

Felizes! Com o coração cheio da ternurado Amigo Jesus.

Os pais, na rectaguarda, ao nosso pedidode “socorro” acorreram prontamente,envolvendo-se também eles, como crianças,na actividade minuciosa para o temporeduzido de que dispunhamos.

Juntos. Unidos. Crianças, pais ecatequistas trouxemos de novo Jesus aoritual da nossa infância.

Obrigado Jesus!

3.º VolumeEstes novos amiguinhos deixaram que o Oleiromoldasse o barro ao seu jeitoe a obra nasceu:

«Grupo dos amigos deJesus»

Natal somos nós

A

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Entrevista

Camiões

Máquinas

Transportes

em

SINTRA

Tina e Filipe - Leigos Missionários da Consolata

Guilherme Duarte

1 - Como e quando sen-tiram o chamamentopara o trabalho missio-nário?

O nosso chamamentonão surgiu de um dia parao outro, nem sentimos ochamamento como Sa-muel. Não podemosprecisar o “quando” maspodemos tentar explicar o“como”. Esse chama-mento surgiu de uma longacaminhada cristã feita noseio do Instituto dosMissionários da Consolata.Como Jovens Missionáriosda Consolatacomeçámo-nos asentir em cada diamais seduzidospor Jesus Cristo, o“ad gentes”, e pelaSua missão dee v a n g e l i z a ràqueles que aindaO não conhecem.É também este o carismados Missionários daConsolata. Fomosamadurecendo a nossavocação e decidimos fazeruma opção de vida por estamissão, como Leigos. OInstituto estava também afazer esse caminho ecompreendeu que oEspírito Santo tambémsoprava na vida daquelesque, não sendo religiososmas optando por umavocação laical, comocasados ou solteiros, po-deriam entregar-se total-mente à vida missionária.Surgiram, então, os LeigosMissionários da Consolatae nós fazemos parte desseprimeiro grupo. Também otrabalho missionário nosaproximou pessoalmente,namorámos e casámos e,logo de início, sentimosque partir para terras demissão fazia parte donosso projecto pessoal devida como casal.

2- Não deve ter sido umadecisão fácil de tomar,deixar tudo para trás eir partir em direcção aodesconhecido. Foi?

Realmente não foi fácil,mas tínhamos a certeza deque estavamos no caminhopara responder de formamais concreta à nossa

“O Cruz Alta foi ao encontro de dois jovens da nossa paróquia, Tina e Filipe, Leigos Missionários da Consolata, que em Setembro de 2004 partiram em missão para terraslongínquas de Mapinhane, em Moçambique. Numa pequena e simpática entrevista, aqui fica um pouco da experiência vivida”

vocação. Sentíamos queessa era a vontade doSenhor e sendo essa aSua vontade, eraconcerteza o caminhopara nos sentirmos maisfelizes. Responder à nossavocação não é o caminhomais difícil e que nos fazsofrer mais, como muitaspessoas pensam, mas éaquilo que nos deixa maisfelizes e realizados. Deussó quer que nós sejamoscada vez mais felizes.3 - Que realidade foramencontrar no terreno e

quais as dificuldadesque sentiram durante otempo de missão?

Quando chegámos aMapinhane, a missão aque fomos destinados,encontrámos uma realida-de rural constituida poragricultores e onde suasobrevivência dependia deuma boa ou má colheita,ou seja, nos anos dechuva havia comida paraquase todos e nos anos deseca havia fome. Conhece-mos estas duas realida-des, um ano de seca, quese concretizava em 5 anosconsecutivos, e um ano dechuva. Encontrámos umacomunidade cristã com asede da paróquia(Mapinhane) e 34 comuni-dades ainda, na sua mai-oria, na 1ª evangelização.Encontrámos uma missãoligada a uma escolasecundária com cerca de800 alunos de todo o paíse que foi a 1ª escolasecundária da nossaprovíncia (Inhambane).Em relação às dificuldadesque sentimos podemosmencionar algumas, ape-sar de, com o passar dotempo, elas se terematenuado. Observamos esentimos uma culturamuito diferente da nossa,a qual mereceu o nosso

olhar atento e o nossorespeito e para podermosser aceites pelo povo.Apesar dessa grandediferença cultural que vaidesde a relação com otempo, com a família, coma morte, com a alimenta-ção, sentíamos que estan-do juntos a rezar essasdiferenças não existiamporque todos tínhamos amesma fé, mesmo que avivêssemos de forma di-ferente. Sentimos tambémas saudades da família edos amigos que foramsempre pilares importantesna nossa vida. Ali estáva-mos “quase” sozinhostendo que tomar decisõessem muitas vezes consultarninguém. Mas, de certa for-ma, também essa dificulda-de nos aproximou comocasal.

4 - Que tipo de trabalhodesenvolveram, onde edurante quanto tempo?

Sempre ouvimos dizerpor todos os missionáriosque passavam a contar asua experiência, que maisimportante que fazer é oestar. Também nós experi-mentámos isso de maneiramuito forte. Estar e vivercom as pessoas. Partilhare estar presentes nas suasdificuldades e alegrias.Devido à relação da escolacom a missão, um doscampos a que estivemosmais ligados foi à realidadejuvenil.Partimos no final de Setem-bro de 2004 e chegámos nofinal de Novembro de 2006.Estivemos pouco mais dedois anos em Mapinhane,uma aldeia da província deInhambane que fica a cercade 270 km para norte, dacapital da província e a 700km da capital do país,Maputo.A Tina esteve a dar aulasde Educação Moral eCívica às 8ª e 9ª classes ePsicologia às 11ª classes.Fazia formação aos jovenscatequistas que davamcatequese na língua local (oxitshua) às crianças,acompanhava um grupo dejovens meninas vocaciona-das da Consolata e acom-

panhava, juntamente como Filipe, o grupo de jovensbolsistas da escola secun-dária, que eram financiadospor benfeitores portugue-ses, a maioria da UnidadePastoral de Sintra. O Filipeera responsável por toda aorganização e manutençãoda missão, moajeira, ani-mais, machamba (agricul-tura), tractor, gerador...Organizou o grupo deacólitos da comunidade deMapinhane, formando umgrupo com cerca de 20elementos. Preparava,algumas vezes com ajudada Tina, a celebração daPalavra. Era responsávelpela logística dos cursos decatequese que se faziamna missão e, juntos,éramos os animadores dogrupo de Jovens deMapinhane, o “RenascerJovem”. Mas o nossoprojecto mais ambicioso, eque começou como umsonho, foi o início doensino pré-primário. Essaera uma realidade queainda não estava contem-plada na missão e que,depois de pedirmos con-selho na comunidade, acei-taram com bastante entusi-asmo que dêssemos inícioa este projecto. Assim, logono primeiro ano, abrimosuma sala no Centro Pasto-ral com a ajuda dos LeigosMissionários portuguesesque criaram toda umacampanha para nos apoiar.“Há que ter lata” foi o nomedessa campanha e que,depois de tanta generosi-

dade ecompreensãod e s s eprojecto, nosp e r m i t i uc o n s t r u i ruma sala deaula, umacozinha erespectivaslatrinas, tudoem material local, no meioda aldeia. Nós escolhemosos animadores dessasescolinhas e acompanhá-mos todo o seu percurso.

5 - O que pensam queeste trabalho missionáriomudou nas vossas vidase que importânciapensam que terá novosso futuro?

Pensamos que as mu-danças que aconteceramdentro de nós irão sentir-seao longo do tempo e não aspudemos precisar comclareza. Viver com pessoasde uma cultura tão diferenteda nossa, tornou-nospessoas mais atentas eobservadoras com osoutros, pessoas queprocuram compreender eaceitar a realidade do outro.A relação que os moçambi-canos têm com o tempo étambém realmente fantásti-ca. Junto deles não temsentido falar depressa,correr para fazer algumacoisa, negar estar comalguém por “falta de tempo”.Eles são livres na relaçãocom o tempo e fazem-nossentir envergonhados donosso stress urbano e

ocidental, ou seja, a nossatotal dependência dotempo! Ali, estávamos paraconversar, para receber aspessoas, sem pressa,sem correria, aprendemosa ouvi-las até ao fim do seudesabafo, da sua preo-cupação. Até comocrentes essa vivência foimarcante. Habituados àsmissas de 1h (nem maisum minuto!) cada domingoou cada celebração tinhaapenas a hora do encontroporque tudo se preparavacom calma, comserenidade, o ambiente, oscantos, as leituras. Nacomunidade íamos paraestar e viver aquelemomento com o Senhor.Num sentido práticoaprendemos a tomardecisões de forma maisrápida, independente e,muitas vezes, improvisada.Ali, fomos mecânicos,electricistas, agricultores,enfermeiros, catequistas,conselheiros, professo-res... O “bichinho” damissão “ad extra” continuadentro de nós, quem sabese no futuro voltaremos apartir?...Unidos pela missão.

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Propostas d´ CALuz... Câmara... Acção!

No próximo dia 10 de Fevereiro às 21:30H no salão da Igrejade S. Miguel, vamos exibir o filme de 2005 “A MArcha dosPinguins”. Este filme conta que há milhares de anos se repeteuma bela e longa história: Pinguins saem da segurança do oceanoe vão de encontro ao deserto de gelo para a reprodução daespécie.

Filme para todos. Duração: 85 minutos

Livros do mês - Fevereiro

À

Miguel Sousa Miguel Sousa Miguel Sousa Miguel Sousa Miguel Sousa TTTTTaaaaavvvvvararararareseseseses

O Segredo do Rio

10 de Fevereiro

A Marcha dos Pinguins

Notícias

PIRIQUITAR. das Padarias, 12710-603 SINTRATelf.: 21 923 06 26 / Fax: 21 924 23 99

PIRIQUITA doisR. das Padarias, 18

2710-603 SINTRATelf.: 21 923 15 95

ESPECIALIDADES DA FÁBRICA:Queijadas - Travesseiros - Pastéis de Sintra

Nozes Douradas - Pastéis Cruz Alta

EInternet - www.portal-sites.net

S

Rui Antunes

Poesia para cegos, em Sintra

inquietação de umdos filhos emsaber por que é

que as estrelas não caemdo céu, Miguel SousaTavares escreveu OSegredo do Rio, um contoque é já uma referênciaobrigatória na literaturainfantil em Portugal».

É a história de um rapaze um rio que detém umsegredo. No rio, o rapaz,que vive sòzinho no campo,encontra um amigo, umpeixe, que vive no ribeiropara onde o rapaz ia

brincar, com quem fala eque o ajudará nasdificuldades que ele e asua família enfrentam.Nas noites mais quentesdesse Verão, quando ocalor não o deixava dormir,o rapaz descia, silencioso,pela janela do quarto e iaaté ao ribeiro. Então,atirava umas pedrinhaspara dentro de água, queera o sinal combinado parachamar o seu amigo.E o peixe, que dormia noseu buraco, feito compedras e ramos de árvores

arrastados pela corrente,acordava com o som daspedras a cair dentro de águae vinha ter com o rapaz àmargem.

ste site pretendeser apenas umcompêndio de

portais de informaçãovariada existente nainternet em português.Desde o desporto a

notícias e educação, vale apena guardar o registodeste site pois é bastanteútil para possível pesquisasobre qualquer assunto quepretendamos ver esclare-cido ou simplesmente para

nos mantermos infor-mados.

k

intra lançacolectânea depoesia para cegos

“Ver poesia em Sintra” éum projecto inédito emPortugal e consiste numagrande antologia de poesiadita, pensada especial-

mente para os invisuais,que vai passar a estardisponível ao público, emformato CD, a partir de 25de Janeiro, na BibliotecaMunicipal de Sintra.

O objectivo desteprojecto é o de dar a ouvirpoesia a todos, mas

especialmente aos quenão podem ou têm algumadificuldade em ler, dando,assim, continuidade àparceria desenvolvidaentre a Câmara de Sintrae a ACAPO, que tem tidooutras realizações derelevo como asexposições de “Esculturapara tocar”.

Dezassete poetas,actores e declamadores,entre eles a actriz IreneCruz, a deputada OdeteSantos, a escritora RosaLobato Faria ou ojornalista Nicolau Santos,gravaram cerca de oitohoras de poesia queconstituem o embrião

desta antologia, que vaicontinuar a crescer até seatingir um panorama tãocompleto quanto possível dapoesia em português.

“Ver poesia em Sintra”parte da ideia de que toda apoesia começa por sermúsica da voz e ainda dacerteza de que a raiz daalma lusitana se expressaem primeiro lugar através dapoesia dos nossosmelhores poetas, ou nãofosse voz corrente que“Portugal é um país depoetas”.

Nesta antologia, a poesiapode ser escolhida porautor, por época ou pordeclamador, constituindo

assim um meio de estudoou de puro prazer pelodesfrute desta arte maior.

In site da Câmara Municipal de Sintra

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Ficha Técnica

Jornal Cruz AltaAvª Adriano Júlio Coelho ~ Estefânia ~ 2710-518 SINTRA

.:: [email protected] ::.

Publicação mensal da

Paróquia de Santa Maria e São MiguelParóquia de São Martinho

Paróquia de São Pedro de Penaferrim

António Louro;Elsa Tristão;

Guilherme Duarte;

Direcção:José Pedro Salema;Mafalda Pedro;P. Carlos Jorge;P. Rui Gomes

Jornalista:Paula Penaforte.

IMC - Moçambique:Elizabeth;

Raquel;Diogo;

Ricardo.

Correspondentes:IMC - Moçambique:Tina Leal;Filipe Leal.

Diácono Manuel Valinho;Catequese 2º e 3.º Vol.;

Elsa TristãoFernando Marques;

João Amaral;

Colaboração:Manuela Alvelos;Tomás Salema;Miguel Forjaz;Paulo Francisquinho;Rui Antunes.

António Luís Leitão;Arquivo Cruz Alta/Internet;

João R. Silva;

Fotografia:Guilherme Duarte;Mafalda Pedro;Rui Antunes.

António Louro;António Luís Leitão;

José Pedro Salema;

Edição gráfica e paginação:José Miguel Rodrigues;José Pedro Rodrigues;Rui Antunes.

Ana Paula Ramos;

Revisão de textos:

Mafalda Pedro.

Área financeira:

Almério Alvelos;Fernando Monteiro;Guilherme Duarte;

João Valbordo;

Distribuição e assinaturas:Manuel Sequeira;Manuela Alvelos;Pedro Inácio.

Elsa Tristão..:: 965 693 238 // 919 632 829 ::.

.:: [email protected] ::.

Publicidade:

Empresa Gráfica Funchalense.:: MORELENA - PERO PINHEIRO ::.

Tiragem deste número:2000 exemplares

Impressão:

.:: [email protected] ::.

Propostas d´ CA

Falando de cinema

G

“BABEL”

Realizador: Alejandro González IñarrituIntérpretes: Brad Pitt; Cate Blanchet; Gael Garcia Bernal;Adriana Barraza; Koji Yakusho; Rinko KinkuchiGénero: DramaMaiores de 12 anos. Duração: 142 minutos

Guilherme Duarte

alardoado como Prémio para oMelhor Reali-

zador e o Prémio do JúriEcuménico do Festival deCannes, este filme, domexicano AlejandroGonzáles Iñatarru, estreouem Portugal dias depois deter sido nomeado para seteGlobos de Ouro nascategorias principais,incluindo o Melhor Filme eo Melhor Realizador. Éconsiderado por alguns umdos filmes mais importan-tes do ano de 2006 e será,muito provavelmente, umforte candidato à conquistade alguns Óscares.

Tenho o hábito, antigo,de ler as críticas dos filmessó depois de os ter visto e,quase sempre, fico com asensação que os autoresde algumas dessas críti-cas não teriam visto omesmo filme que eu, tal adiscrepância entre asilações que tiraram do filmee aquelas que eu tirei. Nãoque haja algum mal nisso,antes pelo contrário,sempre defendi que um dosgrandes encantos docinema é a possibilidadeque este oferece aoespectador de construir oseu próprio filme a partirdas imagens que orealizador lhe oferece.Penso que já disse issouma vez e reitero essaminha opinião. O que meincomoda é o preten-siosismo desses críticosao querer impor a suaopinião como uma verdade

inquestionável. Chegammesmo a atribuir aorealizador intenções, quecertamente nuncapassaram pela sua cabeça.A crítica cinematográficaestá hoje transformadanuma verdadeira feira devaidades, onde cada umprocura evidenciar deses-peradamente conheci-mentos que não terão,através de um discursogongórico e rebuscadocom que parecem preten-der “embasbacar” o leitorcom tanta sabedoria,lançando mão de citaçõese termos de que a maiorparte dos leitores ignora osignificado. Convido-vos,se tiverem paciência paraisso, a lerem alguns des-ses textos. Mas, para serjusto, devo ressalvar que háainda críticos competen-tes, conhecedores, quesabem que a melhor formade transmitir os seusconhecimentos é atravésda simplicidade, elessabem que não estão aescrever para génios eprocuram informar os seusleitores, ensinando-os, esobretudo respeitando-os.É este o papel doverdadeiro crítico.

Passemos então aofilme, e começo por citar,uma afirmação incluídanum comentário publicadopor Luís Diogo, na Internet.Escreve ele “como dizia acrítica do programa TalkingMovies (BBC), este é umfilme que os críticos têmvergonha de denegrir,

porque, supostamente,defende valores universais.Para cinéfilos, como eu, ofilme vê-se bem, mas parao público em geral será, namaioria dos casos, umgrande tédio”. Ao ler estapassagem do comentáriodo Luís Diogo recordei odesabafo de uma senhorasentada perto de mim, quea dado momento não seconteve e disse em vozbem audível: “este filme éuma “chatice”, falta muitopara acabar?” E não era aúnica a pensar assim,como foi possível perceberpelos comentários ouvidosno final da projecção.

Devo dizer que eu gosteido filme, mas para ser sin-cero não fiquei entusias-mado com ele. Tudocomeça no interior inóspitoe miserável de Marrocos.Dois pastores, aindanovos, testam a nova armaque o pai comprou paradefender o rebanho davoracidade dos chacais, efazem-no com uma atitudeverdadeiramente impru-dente: tentando alvejar ospoucos carros que por alipassam, para testar adistância de tiro que a armaconsegue alcançar. Um dostiros atinge um autocarrocom turistas estrangeiros efere com gravidade umasenhora americana. Nomeio do deserto, semmeios , o guia encaminhao autocarro para a sua al-deia, prestando à senhoraferida e ao seu marido todaa colaboração possível.

Oferece-lhe a sua casa,muito pobre, e tenta tudopara que seja possívelreceber auxílio rápido. Emcontrapartida os com-panheiros de viagem,assustados, ao verem-seisolados numa terraestranha e inquietante, comgente misteriosa edesconfiada, vêem emcada esquina uma ameaçae conspiram para partircom o autocarro sem sepreocuparem com a mulheràs portas da morte. É asolidariedade daqueles quenada têm, em contrapontocom a desumanidade, oegoísmo e a cobardiadaqueles que têm tudo.Esta é a primeira lição. Asegunda chega-nos nofinal. O acidente queaconteceu em Marrocosafectou a vida de váriaspessoas em alguns pontosdistantes do planeta. Comvários e diferentes dramaspelo meio, todos elesacabam por ter umdesfecho idêntico. Quandoo mundo parece desabarsobre essa gente, é nosbraços da família que elesvão encontrar refúgio,acolhimento e amor.Segunda lição: aimportância da família.Numa época em que o valorda Família estáconstantemente a seratacada, este filme domexicano Iñarritu, presta-lhe aqui uma importantehomenagem. Não sei seele teve essa intenção, maseu quis lê-lo assim.

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1Nº 39 ~ Fevereiro 2007 ~ Ano V

Foto-comentário Guilherme Duarte

DSintra e a Cultura

O olhar das CriançasM

Tomás Salema

esde tempos re-motos que os sin-trenses demons-

tram uma assinalávelapetência pela cultura,resquícios, talvez, dostempos faustosos que seviveram em Sintra noséculo XVI, quando o reiD. Manuel I passou aquilargas temporadas, arras-tando atrás de si a corte,e com ela os maiores vul-tos da cultura portuguesadessa época.

O gosto pelas artes epelo espectáculo foi-se

enraizando com o temponos hábitos dos sintren-ses, o que explica, porexemplo, que em meadosdo século passado exis-tissem na vila de Sintraduas das melhores salasde cinema do nosso país,três excelentes bandasfilarmónicas, um casino,várias sociedades recrea-tivas e algumas compa-nhias de teatro amador.Sintra foi mesmo uma dasprimeiras localidades por-tuguesas a ter um cine-ma, e acredito que serão

talvez poucas as pessoasque sabem hoje, onde selocalizava e qual o seunome.

L a m e n t a v e l m e n t edeixámos que nas últimasdécadas muitas dessasactividades, e equipamen-tos culturais se fossemperdendo. O casino fe-chou, das três filarmóni-cas resta apenas uma,não existe nenhuma salade cinema, e grupos deteatro amador julgo que sóo da nossa Unidade Pas-toral. Mas algo já come-

çou a ser a ser feito parainverter esta situação, ealguns edifícios foramrecuperados. Temos o“Olga de Cadaval”, oMuseu de Arte Modernae a Casa de Teatro de Sin-tra. Uma nova e excelentebiblioteca, o Museu doBrinquedo, e ainda algunsmuseus mais pequenosmas igualmente importan-tes. Falta uma sala decinema. É verdade queexistem algumas noscentros comerciais à en-trada de Sintra, mas não

uitas vezes disseaos meus pa isque não queria

ser escuteiro. Mas pus-me a pensar e e lesfalaram comigo e expli-caram-me que ser escu-te i ro era importante,porque se aprendem coi-

sas se brinca com osamigos . Não gos tomui to é de acampar,mas acho que devo fazerum esforço e ir acamparalgumas vezes porque,assim, vou-me habituan-do a dormir fora de casa,mesmo quando está frio

e a chover. Se estiver achover muito e com for-ça, fazemos um acanto-namento, para não nosmolharmos e para nãoestragar as tendas comburacos. Também mecusta ir à Missa porquedemora muito tempo, e

é difíci l estar sempresossegado, mas sei quedevo ir todos os Sába-dos, com os outros escu-teiros. Gosto mais de irao Domingo com osmeus pais, mas só vouàs vezes.

existe nenhuma no centroda nossa vila. E era im-portante que existisse.

Se queremos que os tu-

ristas pernoitem em Sin-tra e que não passem a-penas por aqui, temosque saber cativá-los.